razões do recurso inominado

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Carlos Alexandre Valentim de Oliveira ADVOGADO RAZÕES DO RECURSO Recorrente: LE MARCHE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE COSMÉTICOS LTDA Recorrido: ROMULO MARTINS PETRUY Processo: 0000564-62.2013.8.16.0014 Origem: 5º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE LONDRINA/PR EGRÉGIA TURMA RECURSAL Colenda Turma. I - DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO INOMINADO Consoante os artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95, cabe recurso inominado da sentença, salvo a homologatória de conciliação ou laudo arbitral para a Turma Recursal Única do próprio Juizado Especial. Data Maxima Venia, a sentença ora combatida julgou procedente o pedido da exordial, condenando (RESULTADO DA SENTENÇA) Todavia, o Douto Juízo, não considerou ... Rua Mauricio de Nassau, nº 294, Jd. Europa, Londrina, Paraná, CEP: 86015- Rua Mauricio de Nassau, nº 294, Jd. Europa, Londrina, Paraná, CEP: 86015- 720 720 Telefones: (43) 4141-2994 e (43) 9915-5171 Telefones: (43) 4141-2994 e (43) 9915-5171

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Carlos Alexandre Valentim de OliveiraADVOGADO

RAZÕES DO RECURSO

Recorrente: LE MARCHE INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

COSMÉTICOS LTDA

Recorrido: ROMULO MARTINS PETRUY

Processo: 0000564-62.2013.8.16.0014

Origem: 5º JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE

LONDRINA/PR

EGRÉGIA TURMA RECURSAL

Colenda Turma.

I - DO CABIMENTO DO PRESENTE RECURSO INOMINADO

Consoante os artigos 41 e seguintes da Lei 9.099/95,

cabe recurso inominado da sentença, salvo a homologatória de

conciliação ou laudo arbitral para a Turma Recursal Única do

próprio Juizado Especial.

Data Maxima Venia, a sentença ora combatida julgou

procedente o pedido da exordial, condenando (RESULTADO DA SENTENÇA)

Todavia, o Douto Juízo, não considerou ...

Destarte, ultrapassadas estas questões, pertinente,

portanto, demonstrar os fundamentos que embasam o presente recurso,

por este ser tempestivo.

Rua Mauricio de Nassau, nº 294, Jd. Europa, Londrina, Paraná, CEP: 86015-720Rua Mauricio de Nassau, nº 294, Jd. Europa, Londrina, Paraná, CEP: 86015-720Telefones: (43) 4141-2994 e (43) 9915-5171Telefones: (43) 4141-2994 e (43) 9915-5171

Carlos Alexandre Valentim de OliveiraADVOGADO

II – DA TEMPESTIVIDADE

A expedição de intimação da referida sentença

recorrida foi feita em 28/01/2014 e sua leitura também foi

realizada em 28/01/2014, sendo assim, o último dia para se

apresentar recurso inominado é o dia 07/02/2014 (sexta-feira).

Isto posto, resta tempestivo o presente recurso.

III – SÍNTESE DOS AUTOS

Em congruência ao que dispõe os artigos 102 a 106 do Código de

Processo Civil, ocorre a conexão e continência:

“Artigo 102.  A competência, em razão do valor e do território,

poderá modificar-se pela conexão ou continência, observado o disposto

nos artigos seguintes.

Artigo 103.  Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando Ihes for

comum o objeto ou a causa de pedir.

Artigo 104.  Dá-se a continência entre duas ou mais ações sempre que

há identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de

uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.

Artigo 105.  Havendo conexão ou continência, o juiz, de ofício ou a

requerimento de qualquer das partes, pode ordenar a reunião de ações

propostas em separado, a fim de que sejam decididas simultaneamente.

Artigo 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm

a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele que

despachou em primeiro lugar.”

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Carlos Alexandre Valentim de OliveiraADVOGADO

Segundo Luiz Guilherme Marinoni e Daniel Mitidiero:

MARINONI, Luiz Guilherme e MITIDIERO, Daniel.

Código de processo civil : comentado artigo por artigo. 5. ed. rev.

e atualizada. São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 2013. P.

163 a 165.

1. Conexão: A conexão é um nexo de semelhança entre

duas ou mais ações. O artigo em comento limita-se a conceituar

apenas uma espécie de conexão (conexão própria simples objetiva),

não abarcando outros casos de conexão (STJ, 4ª Turma, REsp

309.668/SP, rel. Min. Sálvio de Figueiredo Teixeira, j. em

21.06.2001, DJ 10.09.2001, p. 396). Persiste, no direito

brasileiro, a possibilidade de reconhecer-se a conexão fora dos

casos do art. 103, CPC. Já se decidiu que “a conceituação legal

admite certo grau de maleabilidade no exame dos casos concretos

pelo juiz, à luz do critério da utilidade da reunião dos processos

como forma de evitar a coexistência de decisões judiciais

inconciliáveis sob o ponto de vista prático” (STJ, 1ª Turma, REsp

594.748/RS, rel. Min. Teori Zavascki, j. em 17.08.2006, DJ

31.08.2006, p. 201). A conexão própria simples objetiva verifica-se

quando entre duas ou mais ações há identidade de causa de pedir ou

de pedido (imediato e mediato). O objeto da ação a que alude o

artigo em comento é o pedido.

2. Classificação da Conexão: A conexão pode ser

própria ou imprópria. Há conexão própria quando há semelhança entre

causas ou ações; imprópria, quando existem duas ações ou causas

diferentes, mas que dependem total ou parcialmente da resolução de

questões idênticas. A conexão própria subdivide-se em simples ou

qualificada. A conexão própria simples pode ser subjetiva (art.

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104,CPC) ou objetiva (art. 103, CPC). A conexão própria pode ser

qualificada por acessoriedade (art. 108, CPC), por

prejudicialidade, por reconvenção, por garantia ou por compensação

(art. 109, CPC). Tanto a conexão própria como a imprópria podem dar

lugar à reunião dos processos.

Art. 104, CPC:

Continência: Continência é espécie de conexão.

Trata-se de conexão própria simples subjetiva. Para que se dê a

continência entre duas ou mais ações tem de haver as mesmas partes

e a mesma causa de pedir. O que difere é o pedido que, em uma

delas, é mais amplo, abarcando os pedidos formulados nas outras

ações.

Art. 105:

1. Reunião de Causas: Havendo conexão entre duas ou

mais causas ou ações, o juiz pode ordenar a reunião de ações

propostas em separado, a fim de que sejam decididas

simultaneamente. Economiza-se atividade processual, porque pode

haver discussão e instrução conjuntas, ao mesmo tempo em que se

evita a possibilidade de duas ou mais decisões conflitantes. A

conexão não determina a reunião dos processos, se um deles já foi

julgado no primeiro grau de jurisdição (Súmula 235, STJ: “A conexão

não determina a reunião dos processos, se um deles já foi

julgado”), justamente porque aí desaparece o duplo desiderato que

anima a conexão. A reunião dos processos pode se dar de ofício ou a

requerimento de qualquer das partes.

Art. 106 –

Prevenção: A prevenção fixa a competência em função

de determinado elemento temporal. Correndo em separado ações

conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial,

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considera-se prevento aquele que despachou em primeiro lugar (art.

106, CPC). Se as ações conexas correm perante juízes que têm

competência territorial diferente, então a prevenção ocorre em face

da primeira citação válida (art. 219, CPC, conforme STJ, 1ª Seção,

CC 35.507/MG, rel. Min. Luiz Fux, j. em 22.09.2004, DJ 03.11.2004,

p. 121).

2. Primeiro Despacho. O primeiro despacho a que faz

referência o art. 106, CPC, é a primeira manifestação do órgão

jurisdicional no processo, independentemente de seu conteúdo

(contra, já se decidiu que só previne a competência, nos termos do

artigo em comento, o ato do juiz que ordena a citação do demandado,

STJ, 4ª Turma, REsp 217.860/PR, rel. Min. Sálvio de Figueiredo

Teixeira, j. em 19.08.1999, p.67).

- EXECUÇÃO SIMULTÂNEA DE UMA MESMA DÍVIDA EM PROCESSOS DISTINTOS. EXTINÇÃO JÁ DECRETADA DE UMA DELAS. REUNIÃO DOS FEITOS REMANESCENTES DETERMINADA. - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. SUBSTABELECIMENTO. OMISSÃO QUANTO À RESERVA DE PODERES. 1. Omisso o substabelecimento a respeito, não se pode presumir que a outorga fora feita sem reserva de poderes, mesmo porque o advogado substabelecente prosseguiu atuando normalmente na causa. 2. Não é lícito ao credor promover concomitantemente execuções distintas para cobrar a mesma dívida. Precedentes do STJ. 3. Por aplicação dos princípios da instrumentalidade das formas e da economia processual, é determinada a reunião das execuções remanescentes, mantidas a penhora e a improcedência dos embargos opostos. 4. Recurso especial conhecido, em parte, e provido parcialmente.

(STJ - REsp: 166075 SP 1998/0015020-0, Relator: Ministro BARROS MONTEIRO, Data de Julgamento: 13/03/2001, T4 - QUARTA TURMA, Data de Publicação: DJ 22/10/2001 p. 326)

03/11/2011 - 10h05DECISÃOÉ impossível usar duas medidas judiciais distintas para obter o mesmo créditoDepois de habilitar seu crédito no inventário do devedor, não é permitido ao credor que execute título extrajudicial contra o codevedor para obter o mesmo crédito. Com esse entendimento, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve decisão que extinguiu ação de execução ajuizada pelo Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) a despeito de já ter habilitado o mesmo crédito no inventário. 

O Banrisul promoveu ação de execução contra a viúva, com base em escritura de confissão de dívida assinada pelo casal, no valor de pouco mais de R$ 40 mil reais. A executada apresentou exceção de pré-executividade – usada para prevenir prejuízos

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decorrentes de vícios que comprometem a execução –, alegando que o banco já havia ajuizado habilitação do crédito no inventário de seu falecido marido, para cobrar a dívida do espólio. 

O juízo de primeiro grau acolheu a exceção de pré-executividade e extinguiu o processo sem julgamento do mérito, por considerar “abusiva a pretensão de execução concomitante do mesmo crédito”. O Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul manteve a sentença. Por isso, o banco recorreu ao STJ argumentando que “a habilitação de crédito e a execução de título extrajudicial possuem natureza diversa”. 

De acordo com o ministro relator, Massami Uyeda, a tentativa de cobrança do mesmo crédito por vias distintas não respeita o princípio da menor onerosidade para o executado e, além disso, indica falta de interesse de agir do credor. Há interesse de agir quando a ação, além de buscar algo útil para o autor, é necessária à obtenção do bem pleiteado. 

Como, antes da partilha, não havia individualização das cotas pertencentes aos herdeiros, o relator afirmou que naquele momento era dada ao banco “a possibilidade de promover ação de execução (única, ressalte-se), com lastro na escritura de confissão de dívida, em face do espólio, bem como da codevedora”.

No entanto, observou, o banco deixou de se valer dessa via judicial e optou por habilitar o crédito nos autos do inventário, o que foi homologado judicialmente. Com isso, entende o ministro que a finalidade do credor já foi atingida, pois após a habilitação os bens reservados são alienados em hasta pública para pagamento da dívida. 

Depois da habilitação de crédito no inventário, não é permitida a utilização de outra ação judicial para obtenção do mesmo crédito. Segundo o relator, a adoção de outra medida judicial é “absolutamente inócua e, mesmo, desnecessária”. A existência de duas execuções concomitantes, segundo o ministro relator, é ilícita. Logo, ante a falta de interesse de agir, o ministro Massami Uyeda reconheceu a carência da ação executiva, no que foi acompanhado pela Terceira Turma. 

http://www.stj.jus.br/portal_stj/publicacao/

engine.wsp?tmp.area=398&tmp.texto=103727

Nestes Termos,

Pede e espera Deferimento.

Londrina, 03 de Fevereiro de 2014.

CARLOS ALEXANDRE VALENTIM DE OLIVEIRAOAB-PR 56.928

VIVIAN MARTINS SGARBIOAB-PR 63.110

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