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Jornal Valor --- Página 1 da edição "20/06/2013 1a CAD D" ---- Impressa por GAvenia às 19/06/2013@17:21:04

Enxerto

Jornal Valor Econômico - CAD D - EU - 20/6/2013 (17:21) - Página 1- Cor: BLACK CYAN MAGENTA YELLOW

Quinta-feira, 20 de junho de 2013 | D1

EU&

Retorno em 2013 em %, até maioRetorno em 2012 em %, até maio

Top 20Multimercados mais rentáveis no ano

Classi�cação Retorno (%)

Font e: Anbima e est udo r ealizado pelo economist a M ar celo D'Agost o, aut or do blog " O consult or f inanceir o" , considerados

f undos com mais de 50 cot ist as e pelo menos 12 meses de hist ór ico, sem r est r ição por t ipo de invest idor. *At é 14 de junho

Macro

Trading

Multiestratégia

Multigestor

Juros e Moedas

Estratégia especí�ca

CDI

Macro

Trading

Multiestratégia

Multigestor

Juros e Moedas

Estratégia especí�ca

CDI

Retorno ( % )

MMacro

TTra dinni gg

MMulties

MMulultigtigt ee

BB Mult Momentum Private FI

Vinci Firenze Cred Priv FICFI Mult IeSpx Raptor Feeder Ie FIC Mult Cred PrivBNY Mellon ARX Especial FI MultR&C Top FI MultSpx Nimitz Feeder FIC MultVinci FICFI Mult

BTG Pactual Global FICFI Mult Cred PrivAzul Quantitativo FI MultNp Hedge FIC de FI MultBnymellon ARX Hedge Plus FI MultTrapezus Quant Mix FI MultCSHG Verde FI Cotas de FI MultGavea Inv no Exterior FICFI MultKondor Lx FICFI MultKondor Krit FIC MultGavea Macro FICFI Mult

Multimercados Multiestrategia

Multimercados MultiestrategiaMultimercados MacroMultimercados MacroMultimercados MultiestrategiaMultimercados MacroMultimercados Multiestrategia

Multimercados MultiestrategiaMultimercados MultiestrategiaMultimercados MultiestrategiaMultimercados MacroMultimercados MultiestrategiaMultimercados MacroMultimercados MultiestrategiaMultimercados MultiestrategiaMultimercados MultiestrategiaMultimercados Multiestrategia

60,90

15,3312,1510,2510,17

7,907,39

6,436,396,276,225,935,835,785,755,745,64

8,49

4,87

6,55

4,55

5,09

5,86

3,93

2,49

-4,47

1,33

2,38

1,29

-6,89

2,82

INCLUIL EGIS L A Ç Ã O& TRIBUTOS

Empresas buscam traineescom mais experiência,como Mario Antôniodos Santos,de 29 anos D3

O paraíso é aliApostas lá fora eoperações vendidasem ativos locaisrenderam osmaiores ganhosaos multimercadosque se sobressaemno ano, mas sóum terço dototal conseguesuperar o CDI.Po r Luciana Seabrae A l e s s a n d raB e l l ot to ,de São Paulo

Apostar contra ativos brasilei-ros e buscar oportunidades noexterior. Essas duas estratégiaspredominam entre os fundos deinvestimento multimercados demelhor desempenho em 2013.E depois de um dia como o deontem, de tensão após a fala deBen Bernanke, presidente doFederal Reserve (Fed, o bancocentral americano) sobre o ho-rizonte para o �m do afrouxa-mento monetário, essas apostasdevem continuar valendo.

Em tempos turbulentos parajuros, bolsa e câmbio, em que osresultados tendem a ser mais dis-persos, os multimercados, namédia, perdem para o Certi�ca-do de Depósito Inter�nanceiro(CDI), a principal referência paraessas aplicações. Os fundos do ti-po macro, que apostam em umatendência para os ativos, ga-nham 2,5% no ano até maio, bemabaixo dos 8,5% registrados pelotipo no mesmo período do anopassado, segundo dados da Asso-ciação Brasileira das Entidadesdos Mercados Financeiro e de Ca-pitais (Anbima). Os multiestraté-gia, que conferem mais liberda-de ao gestor e concentram amaior parte do patrimônio da ca-tegoria, têm retorno ainda me-nor, de 1,3%, também inferior aos6,6% de janeiro a maio de 2012.

No ano passado, os gestoresfartaram-se apostando na que-da dos juros — estratégia segui-da em massa pelos multimerca-dos. Agora, sem tendências cla-ras para os ativos, as estratégiasse dispersaram. E, naturalmen-te, também os resultados.

Um levantamento realizadopelo economista Marcelo d’Agos -to, do blog “O consultor �nancei-r o”, no portal do Va l o r , mostraque, no acumulado do ano até 14de junho, apenas um terço dosmultimercados consegue supe-rar o CDI. De um total de 466 car-teiras com mais de 50 cotistas epelo menos 12 meses de históri-co, sem restrição por tipo de in-vestidor, 17% tiveram perdas. Oretorno médio �cou em 2,2%,abaixo do CDI para o período, de3,1%. A dispersão de retornos ésigni�cativa. A rentabilidadenesse grupo vai, no período, de15% negativos até 61% de ganho.

A BB DTVM garantiu ganho de61% até 14 de junho em um fun-do que aposta contra a bolsabrasileira, por meio de opçõesde venda do Ibovespa. Em geral,

elas são feitas por um períodode seis meses. A última, iniciadaem março, vence em setembro.A carteira foi criada para funcio-nar como um hedge, ou seja,uma proteção às posições embolsa dos clientes do private. Oretorno foi potencializado pelaalavancagem. Na atual opera-ção, a ideia é que o cliente apli-que R$ 1 no fundo para cadaR$ 5 que investe em ações.

Na prateleira da BB DTVM, ou-tro tipo de multimercado quetem tido bom desempenho é otrading, conta Marcelo Pacheco,gerente executivo de fundosmultimercados da casa. Isso por-que eles conseguem usar a vola-tilidade a seu favor, aproveitan-do-se de movimentos de curtoprazo. Para outras estratégias,foi mais difícil. “O problema éque a última turbulência pegoupraticamente todos os ativos,quase ninguém passou imune”,diz. A retomada do ciclo de altade juros trouxe fortes prejuízospara quem tinha títulos pre�xa-dos em carteira. Ao mesmo tem-po, o Ibovespa teve uma fortequeda. “Quem se saiu melhor foiquem estava posicionado emmoedas, mas pouca gente sótem isso, elas são mais usadascomo proteção”, a�rma Pacheco.

O fundo multimercado do BTGPa c t u a l com melhor desempe-nho no ano aplica cerca de 80%do patrimônio em uma carteirano exterior. A estratégia é bastan-te diversi�cada. No começo desteano, uma parte importante dosganhos veio do mercado hipote-cário dos Estados Unidos. “Vía -mos uma melhora substancialdo mercado americano, que nãoestava bem re�etida em produ-tos de hipotecas”, a�rma JoãoScandiuzzi, estrategista-chefe dagestora do BTG Pactual. Como es-perado, esse títulos se valoriza-ram no começo deste ano.

O BTG também aproveitouoportunidades em câmbio nestecomeço de ano. Dentre elas, ga-nhou com a expectativa de quea libra esterlina perdesse valor.A ideia era que, com a reduçãoda incerteza internacional, oReino Unido perderia parte doapelo como porto seguro. Poroutro lado, considerou que re-formas no México levariam àapreciação do peso mexicano.

Os principais ganhos para ofundo do BTG vieram, assim, doexterior. Bem diferente do ano

passado, quando um terço darentabilidade da carteira foi ob-tida com a crença na queda dosjuros brasileiros. Ainda que apossibilidade de investir fora te-nha sido essencial para o desem-penho neste começo de ano,Scandiuzzi diz con�ar que ativoslocais também podem colaborarcom o resultado neste ano. “Ain -da é um momento de bastanteincerteza, mas não acho que nãohaverá oportunidades no merca-do brasileiro”, a�rma.

Na Credit Suisse Hedging-Grif-fo (CSHG), entre os multimerca-dos mais rentáveis da casa nesteano estão os que investem 100%dos recursos no exterior (parasuperquali�cados), além do ba-dalado Verde, gerido por LuisStuhlberger. “Foi um período di-

fícil para o mercado local”, a�r-ma Artur Wichmann, gestor defundos internacionais da CSHG.Um dos destaques é o multimer-cado CSHG Global Equities, quedireciona mais de 60% dos re-cursos para ações da AméricaLatina. Os ganhos vieram tantoda alta do mercado americanoacionário, quanto do câmbio.

Gestoras independentes tam-bém aproveitaram o espaço paraganhar com apostas em ativosno exterior. Em dez anos de his-tória, a Gávea Investimentossempre montou as estratégiasde seus fundos a partir de umaanálise macroeconômica global,conta o sócio e economista Ber-nardo Carvalho, aproveitan-do-se da experiência do funda-dor da casa, o ex-presidente doBanco Central, Arminio Fraga,na gestão do portfólio de emer-gentes para o megainvestidorGeorge Soros. Para se ter ideia,ao longo de todos esses anos,três quartos do retorno obtidoalém do referencial, o CDI, veiode operações globais. O Brasilcontribuiu com um quarto.

Neste ano, não foi diferente. Aleitura foi de que o risco de umaperto de liquidez nos EstadosUnidos e o crescimento abaixodo esperado na China prejudi-cariam ativos de emergentes, oque levou a Gávea a buscar pro-teção. Entre as estratégias ado-tadas, destaque para a venda demoedas de países exportadoresde commodities. A casa obtevealgum retorno ainda com posi-ções compradas em dólar,apostando na alta da moedaamericana, e vendidas em umacesta de moedas.

No universo de mercadosemergentes, o México tem sidouma importante fonte de retor-no para a gestora, por ter funda-mentos melhores. “Nos últimosmeses, ganhamos com o pesom e x i c a n o”, a�rma Carvalho. NoBrasil, a estratégia foi buscar re-torno com operações táticas emjuros e moedas, ou seja, com umhorizonte menor de tempo, se-manas ou dias. Com mercadosmais voláteis, respondendo me-nos a questões de fundamentos,a palavra de ordem é manter re-duzido o risco das carteiras, diz.

Na Ibiuna Investimentos, con-ta Caio M. A. Santos, sócio-res-ponsável pela área de relaçõescom investidores e produtos, asestratégias também são de�ni-

das a partir da análise do cenárioglobal em busca dos mercadoscom a melhor relação risco/re-torno. “Operamos de maneira di-versi�cada nos mercados glo-bais, e o Brasil está inserido nessec o n t e x t o”, conta o executivo.

Em 2013, uma parcela relevan-te do retorno veio de ativos noexterior, que pudessem se bene-�ciar da percepção de que a eco-nomia americana vinha numarecuperação. Um dos destaques,com cerca de dois terços da gera-ção do retorno, conta Santos, fo-ram as operações com moedas —compradas em dólar contra umacesta de moedas, entre elas o real,além de posições vendidas em ie-ne em determinado momento.

Na bolsa, a Ibiuna ganhou comapostas na valorização dos índi-ces S&P 500, da bolsa americana,e o japonês Nikkei. No mercadoacionário brasileiro, a gestora ex-plora apenas operações de valorrelativo, conhecidas como “longand short”. “Essa é uma estraté-gia que gera alfa [retorno acimado referencial] com baixa volati-lidade e sem correlação com osdemais ativos”, explica Santos.No segmento de juros e in�açãono Brasil, a Ibiuna privilegiouoperações mais táticas.

Santos destaca ainda que, emum mercado muito volátil, ogestor precisa poder mudar deopinião rapidamente. Assim, fazparte da �loso�a da casa operarapenas ativos com muita liqui-dez, permitindo que as posiçõessejam revertidas em uma tarde,e sempre com metas de rentabi-lidade e limites de perda (“stoploss”) bem de�nidos.

No quesito proteção, o multi-mercado é de fato o veículo maisapropriado entre as diversas es-tratégias de fundos, uma vez quepode montar posições vendidas.Também entre os mais rentáveisem 2013, o multimercado Azul,da gestora R M W, opera com baseem modelos que reagem rapida-mente a movimentações de pre-ços. Foi principalmente a quedada bolsa que trouxe ganhos nestecomeço de ano. O câmbio tam-bém ajudou – em janeiro, foi aaposta na queda do dólar e, emabril, o movimento contrário.Agora, a gestora começa a olharmais para ativos de fora do país.“Ainda não operamos no exterior,mas estamos avaliando e preten-demos operar em breve”, diz Ro-berto Pullin, gestor da RMW.

Opportunity Midi Performance FICFI Mult Multimercados Macro 16,80Opportunity Midi 30 FICFI Mult Multimercados Macro 15,80

Opportunity Total FIC em FI Mult Multimercados Macro 6,68

Os principais ganhos dos fun-dos do Opportunity neste come-ço de ano também vieram pormeio de operações de arbitra-gem e aplicações em ativos defora. A gestora investiu em bolsanorte-americana, por meio doíndice S&P 500. Na bolsa brasi-leira, fez uma seleção funda-mentalista de empresas, mas seprotegeu por meio da venda doIbovespa no mercado futuro. “Adiferença entre o desempenhodesta carteira de ações escolhi-das pela equipe de analistas e oíndice se mostrou muito rentá-vel neste início de ano”, diz ogestor Rafael Vasconcellos. Acasa também apostou, ao longodo ano, na valorização do dólarem relação a uma cesta de moe-das, que incluiu o real, o dólaraustraliano e o iene.

Desde o �m do ano passado,quando passou a avaliar comomais consistente a trajetória derecuperação americana, a equipede gestão do Opportunity come-çou a ampliar a parcela de seusmultimercados alocada no exte-rior, limitada pela Comissão deValores Mobiliários (CVM) a 20%do patrimônio (no caso de fun-dos que não sejam destinados ainvestidores superquali�cados).O otimismo com a recuperaçãoda economia dos EUA permane-ce. Para o mercado brasileiro, po-dem surgir oportunidades, con-sidera Vasconcellos, mas o hori-zonte parece bastante desa�a-dor. “A combinação de in�açãopressionada e juros elevados pre-judica a rentabilidade das em-presas e adiciona risco aos inves-tidores locais”, a�rma.

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