questÃo 4
Post on 21-Dec-2015
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QUESTÃO 4
QUESTÃO 4 (17/04)
Temos duas hipóteses, abaixo argumentaremos a respeito das duas:
Sim, Cláudio tem direito de recorrer sobre essa exoneração. Primeiramente, uma
exoneração na Administração Pública não pode ocorrer por mero subjetivismo do
administrador/gestor, é preciso que seja motivada, e isso vale até mesmo aos cargos em
comissão segundo a Teoria dos Motivos Determinantes. O caso de Cláudio suscita uma
série de observações: primeiramente, não houve apuração jurisdicional com decisão em
transito em julgado que condene Cláudio por abuso sexual, ou seja, a sindicância que o
gestor realizou e julgou não é de competência do Poder Executivo, mas sim do Poder
Judiciário, e mesmo que fosse o princípio da ampla defesa e contraditório foi
amplamente desrespeitado nessa sindicância; e segundo, a atitude do Presidente da
Instituição Municipal de Cultura é totalmente errônea (para não dizer suspeita), já que o
mínimo que ele deveria ter feito é acionado as autoridades competentes por meio de
denúncia/queixa junto à suposta vítima do abuso sexual e não procurado o Prefeito
naquele momento das alegações, ou seja, o simples fato disso ter ocorrido, já abre
espaço para que Cláudio acione o poder judiciário (em âmbito cível e talvez penal - art.
139 e 350 do CP; e Lei 4.898/65) contra o Prefeito (abuso de poder) e o Presidente da
instituição (danos morais).
Desse modo, provando-se em juízo que Cláudio não cometeu o delito supracitado, ele
poderá naturalmente ser reintegrado ao cargo (através de decisão judicial) e receber
indenização por danos materiais e morais, pois o motivo (teoria dos motivos
determinantes) não será preenchido, e o ato do prefeito em exonerá-lo será invalidado.
Contudo, se Cláudio for realmente condenado no judiciário por abuso sexual, os atos
terão completa e inexorável pertinência motivadora para ocorrerem após a decisão, e
não antes. Havendo, também nesse caso, talvez um afastamento prévio (antes da decisão
do judiciário) resguardado todos os direitos do funcionário e também sua privacidade,
mas não uma exoneração.
Embora a primeira hipótese possa ser palpável, ainda assim (nesta segunda hipótese), há
a possibilidade dessas ‘irregularidades’ serem fundamentos para a motivação do
Prefeito em exonerar Cláudio (independente do caso de abuso sexual), e por isso,
inviabilizando qualquer argumento no judiciário contra a decisão do gestor da
administração direta, em outros termos, não seria aceitável os argumentos de Cláudio.
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