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QUESTÃO 4 QUESTÃO 4 (17/04) Temos duas hipóteses, abaixo argumentaremos a respeito das duas: Sim, Cláudio tem direito de recorrer sobre essa exoneração. Primeiramente, uma exoneração na Administração Pública não pode ocorrer por mero subjetivismo do administrador/gestor, é preciso que seja motivada, e isso vale até mesmo aos cargos em comissão segundo a Teoria dos Motivos Determinantes. O caso de Cláudio suscita uma série de observações: primeiramente, não houve apuração jurisdicional com decisão em transito em julgado que condene Cláudio por abuso sexual, ou seja, a sindicância que o gestor realizou e julgou não é de competência do Poder Executivo, mas sim do Poder Judiciário, e mesmo que fosse o princípio da ampla defesa e contraditório foi amplamente desrespeitado nessa sindicância; e segundo, a atitude do Presidente da Instituição Municipal de Cultura é totalmente errônea (para não dizer suspeita), já que o mínimo que ele deveria ter feito é acionado as autoridades competentes por meio de denúncia/queixa junto à suposta vítima do abuso sexual e não procurado o Prefeito naquele momento das alegações, ou seja, o simples fato disso ter ocorrido, já abre espaço para que Cláudio acione o poder judiciário (em âmbito cível e talvez penal - art. 139 e 350

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Descreve meus trabalhos de faculdade, uma resposta.

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Page 1: QUESTÃO 4

QUESTÃO 4

QUESTÃO 4 (17/04)

Temos duas hipóteses, abaixo argumentaremos a respeito das duas:

Sim, Cláudio tem direito de recorrer sobre essa exoneração. Primeiramente, uma

exoneração na Administração Pública não pode ocorrer por mero subjetivismo do

administrador/gestor, é preciso que seja motivada, e isso vale até mesmo aos cargos em

comissão segundo a Teoria dos Motivos Determinantes. O caso de Cláudio suscita uma

série de observações: primeiramente, não houve apuração jurisdicional com decisão em

transito em julgado que condene Cláudio por abuso sexual, ou seja, a sindicância que o

gestor realizou e julgou não é de competência do Poder Executivo, mas sim do Poder

Judiciário, e mesmo que fosse o princípio da ampla defesa e contraditório foi

amplamente desrespeitado nessa sindicância; e segundo, a atitude do Presidente da

Instituição Municipal de Cultura é totalmente errônea (para não dizer suspeita), já que o

mínimo que ele deveria ter feito é acionado as autoridades competentes por meio de

denúncia/queixa junto à suposta vítima do abuso sexual e não procurado o Prefeito

naquele momento das alegações, ou seja, o simples fato disso ter ocorrido, já abre

espaço para que Cláudio acione o poder judiciário (em âmbito cível e talvez penal - art.

139 e 350 do CP; e Lei 4.898/65) contra o Prefeito (abuso de poder) e o Presidente da

instituição (danos morais).

Desse modo, provando-se em juízo que Cláudio não cometeu o delito supracitado, ele

poderá naturalmente ser reintegrado ao cargo (através de decisão judicial) e receber

indenização por danos materiais e morais, pois o motivo (teoria dos motivos

determinantes) não será preenchido, e o ato do prefeito em exonerá-lo será invalidado.

Contudo, se Cláudio for realmente condenado no judiciário por abuso sexual, os atos

terão completa e inexorável pertinência motivadora para ocorrerem após a decisão, e

não antes. Havendo, também nesse caso, talvez um afastamento prévio (antes da decisão

do judiciário) resguardado todos os direitos do funcionário e também sua privacidade,

mas não uma exoneração.

Embora a primeira hipótese possa ser palpável, ainda assim (nesta segunda hipótese), há

a possibilidade dessas ‘irregularidades’ serem fundamentos para a motivação do

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Prefeito em exonerar Cláudio (independente do caso de abuso sexual), e por isso,

inviabilizando qualquer argumento no judiciário contra a decisão do gestor da

administração direta, em outros termos, não seria aceitável os argumentos de Cláudio.