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ESTUDOS AMBIENTAIS E SUSTENTABILIDADE - EASU

Universidade Ibirapuera – Arquitetura e Urbanismo 16.05.2014

Profª Claudete Gebara J. Callegaro - Mestranda em Arquitetura e Urbanismo claudete.callegaro@ibirapuera.edu.br

QUALIDADE DE VIDA

QUALIDADE AMBIENTAL

GESTÃO AMBIENTAL

O urbanismo vem testando novos modelos ao longo dos últimos 150 anos:

cidade-jardim com seu cinturão verde, cidade com grandes parques em seu centro,

cidade-satélite (subúrbio), cidade verticalizada de alta densidade...

Imagens ao lado já foram identificadas no arquivo de EASU do dia 14.02.2014, relativas à cidade jardim (no alto), subúrbio residencial (no centro) e cidade verticalizada (em baixo).

Os modelos não se excluem. As pessoas são diferentes!

Há público para todos.

Além disso, as cidades são mais vivas do que os modelos que se deseja impor.

Mesmo assim, urbanistas e outros planejadores não cessam de tentar racionalizar as relações humanas na cidade,

e isso é uma necessidade incontestável.

A discussão hoje se centra no que é melhor, especialmente sob o ponto de vista energético,

da poluição, da equanimidade de direitos humanos.

O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: 1. o conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais dos

pobres do mundo, que devem receber a máxima prioridade; 2. a noção das “limitações” que o estágio da tecnologia e da organização

social impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.

Relatório “Our Common Future” (Brundtland), divulgado na United Nations Conference on Environment and Development – UNCED, promovida pela ONU em 1987.

PERGUNTAS: Cidades espraiadas ou Cidades compactas?

Já se sabe que a aglomeração excessiva de pessoas e a poluição

aumentam o estresse e as doenças psicológicas. Como amenizar essa situação?

Será que todos viveremos bem numa cidade compacta, com espaços reduzidos, aglomeração, horários exatos,

artificialismos para climatização dos ambientes?

Será que, para a cidade ser saudável para todos, precisará deixar de ser saudável para

cada indivíduo / família / negócio?

OUTRAS PERGUNTAS: Que tipo de lugar escolher para morar, para ensinar nossos filhos a serem independentes, a irem à escola sozinhos (a pé, de bicicleta, de transporte coletivo), sem enfrentarem assalto, bullying (bully=valentão), cruzamentos viários inseguros...? Os bairros seriam o ideal, mesmo porque o custo dos terrenos é inferior do que nas zonas centrais... Mas, o que aconteceria com a Terra, se todas as pessoas (incluindo o enorme contingente de indianos e chineses) ganhassem o poder de se estabelecer em propriedades do tipo das existentes nos subúrbios ingleses e norte americanos (como nos filmes)?

Morar no subúrbio pode ser bom para a família, mas desgastante para os adultos que trabalham nas zonas centrais. Como aproximar residência, trabalho, escola, comércio, serviços de saúde, lazer...? Neste caso, morar no centro seria melhor, embora não se tenha toda a liberdade de espaço, de horário para fazer as coisas, sendo mais rígidas as regras de convivência. Mas como escolher quem viverá nos núcleos centrais? Cabe todo mundo? Como garantir que o trabalho escolhido fique no centro e exatamente naquele centro da moradia?

MAIS PERGUNTAS:

E o convívio com plantas e animais em nossa casa?

Desaparecerão os cães grandes e

amorosos?

MAIS PERGUNTAS:

Quando se trata de meio ambiente sustentável, nada é simples!

Há que se gerar condições dignas de vida para a população

presente e para as gerações futuras, considerando nosso passado.

Na Arquitetura, o que se busca é um balanço

entre ambientes interiores e exteriores

integrados e confortáveis,

para o físico e a alma,

gastando-se o mínimo de energia

(material e trabalho).

Como avaliar se determinado plano ou projeto foi bem sucedido?

Há necessidade de se determinar parâmetros

para comparação do antes e do depois do que se propôs,

de modo a ser possível orientar, gerir, avaliar, corrigir,

tanto os projetos particulares como as políticas públicas,

e melhorar as propostas futuras, para que propicie

boa qualidade de vida para os usuários hoje,

garantindo boa qualidade ambiental sempre.

A definição de parâmetros para determinada situação

depende da elaboração de conceitos gerais.

O que é qualidade de vida?

O que é qualidade ambiental?

O QUE É QUALIDADE DE VIDA?

•Os desejos de alguns podem não ser os de outros.

•Só se deseja o que se conhece ou se sabe que existe.

•No caso do conforto, obtido o vital já se almeja por algo mais prazeroso...

•As necessidades humanas não têm fim.

Ribeiro e Vargas (2004) elencam o que vários estudiosos consideram para a conceituação de qualidade de vida. É fácil perceber que as descobertas de cada década inspiram novas conexões do pensamento; isto, aparentemente cria contradições, mas de fato se complementam mostrando novas facetas da mesma problemática. Por exemplo: Maslow (1954) se concentra nas necessidades humanas individuais (Pirâmide Motivacional: fisiologia, segurança, pertinência, estima, autorrealização). Lynch (1960), na formação de um quadro mental com as expectativas individuais; para tanto, considera que a morfologia do sítio / desenho urbano (ponto, linha, referenciais, marcos, etc.) auxilie na organização mental, de modo a facilitar a formação de um juízo de valor que oriente as ações individuais. Wilheim e Déak (1970) consideram a materialidade segundo nossa atual estrutura social e política (renda, emprego, posses, habitação). Belgiojoso (1988) se preocupa com atividades e diversidade (estímulos, mensagens, informação, significado).

O QUE É QUALIDADE DE VIDA?

O fato é que somos complexos e vivemos de modo complexo. O modo como usamos a cidade modifica nossa percepção: automóvel, a pé, de trem... a passeio, a trabalho, com a família... Um lugar de múltiplas atividades é diferente daquele que tem apenas um tipo. O público que utiliza um determinado tipo de lugar é diferente do de outro. Numa época precisamos de algo distinto do que noutra.

O QUE É QUALIDADE DE VIDA?

Qualidade de Vida é, pois, um conceito ainda não completamente constituído.

Sabe-se, apenas, que ele se refere às necessidades

individuais, de foro íntimo.

A definição do que é “bom” depende de para quem, para quê, aonde, quando.

A definição da “qualidade de vida” desejada deve

ser feita para cada projeto, para cada plano.

A escolha de parâmetros para a avaliação dependerá dessa análise.

Sobre a multiplicidade de definições de Qualidade de Vida, consulte também: http://each.uspnet.usp.br/edicoes-each/qualidade_vida.pdf

O QUE É QUALIDADE DE VIDA?

O QUE É QUALIDADE AMBIENTAL (URBANA)?

Entendemos por qualidade ambiental as condições ótimas que regem o

comportamento do espaço habitável em termos de conforto, associadas aos

aspectos

ecológico, biológico, econômico-produtivo, sociocultural, tipológico, tecnológico e estético

em suas dimensões espaciais. Desta maneira, a qualidade ambiental urbana é, por extensão, produto da interação dessas variáveis para a conformação de um habitat saudável, confortável e capaz de satisfazer os requisitos básicos de sustentabilidade da vida humana individual e em interação social dentro do meio urbano.

(LUENGO , 1998, in www.rc.unesp.br/igce/ceurb/qualidade ambiental urbana.htm )

Tem a ver com Qualidade de Vida

e portanto o conceito não é

absoluto.

O QUE É QUALIDADE AMBIENTAL?

A qualidade do meio ambiente é julgada mediante valores da sociedade:

•história do lugar,

•quadro socioeconômico da população,

•quadro cultural da população,

•aspectos físicos do território,

•recursos disponíveis,

•elementos poluentes,

•outros valores objetivos e subjetivos.

Fonte: RIBEIRO e VARGAS (2004)

O QUE É QUALIDADE AMBIENTAL URBANA?

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL

Os indicadores de qualidade ambiental urbana são um instrumento de gestão e visam avaliar

•a disponibilidade de

estrutura,

infraestrutura,

equipamentos,

serviços urbanos de uma determinada localidade;

•o acesso a isso tudo pela população;

•a satisfação das necessidades da população;

•o aumento de seu bem-estar.

Tem a ver com Qualidade de

Vida e portanto não há

parâmetros absolutos.

A determinação da qualidade ambiental depende, pois, de indicadores confiáveis, que representem o total do universo de itens que compõem o ambiente a ser avaliado. A avaliação da qualidade ambiental pode ser feita com base em 3 grandes grupos de aspectos:

•físico-naturais,

•urbano-arquitetônicos,

•socioculturais.

Que componentes do ecossistema urbano eleger como indicadores?

Que metodologias de quantificação e sistematização de dados adotar?

INDICADORES DE QUALIDADE AMBIENTAL

Universo estatístico ou população: conjunto de elementos em estudo.

Os instrumentos e métodos das políticas ambientais

podem estar ligados

ao mercado ou

ao poder público.

As formas de gestão pública do ambiente urbano podem ter

caráter:

emergencial (atuação impositiva, correção),

preventivo (orientação, monitoramento),

proativo (incentivos, conscientização).

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL

Fonte: RIBEIRO et.al, 1998.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA

Instrumentos TRADICIONAIS de gestão ambiental

urbana:

Normativos: legislação de uso e ocupação do

solo, regulamentação de padrões (de poluentes, p.

ex.);

De fiscalização e controle para que as normas

sejam aplicadas;

Preventivos: delimitação de territórios para

atividades específicas (parques, zona industrial,

p.ex.), avaliação de impacto ambiental e de riscos,

licenciamento ambiental;

Corretivos: intervenções diretas de saneamento,

arborização, manutenção e complementação da

estrutura e da infraestrutura implantada.

DIFICULDADE PARA SUA

EFETIVAÇÃO:

•escassez de recursos

financeiros, humanos e

técnicos,

•grupos sociais e

indivíduos não

colaborativos, seja por

interesses antagônicos aos

do gestor público, seja por

ignorância.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA

NOVOS instrumentos de gestão ambiental

urbana complementares, a serem integrados

aos instrumentos tradicionais:

Educação

Comunicação

Marketing

Negociação

Ecossistema urbano:

•forte presença de atividade humana

•transformação do ambiente natural

•produção e consumo constantes

•fluxos intensos (pessoas, energia, recursos econômicos, relações sociais).

Espera-se com isso

•levar ao povo o conceito de

desenvolvimento sustentável ;

•transformar a gestão ambiental

em prática de administração de

ecossistemas humanos.

INSTRUMENTOS DE GESTÃO AMBIENTAL PÚBLICA

FONTES CONSULTADAS: RIBEIRO, Helena; VARGAS, Heliana Comin (organizadoras). Novos Instrumentos de Gestão Ambiental Urbana. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2004. RIBEIRO, Maurício Andres (et al). Município e meio ambiente. Belo Horizonte: Fundação Estadual do meio Ambiente, 1998. In www.rc.unesp.br/igce/ceurb/qualidade ambiental urbana.htm. http://each.uspnet.usp.br/edicoes-each/qualidade_vida.pdf http://www.rc.unesp.br/igce/ceurb/qualidade%20ambiental%20urbana.htm

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