professores espíritas - associatec · espíritas do estado de são paulo encontro reúne...
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DIRIGE ESPÍRfl'A Veículo da USE - União das Sociedades
Espíritas do Estado de São Paulo
Encontro reúne professores espíritas O encontro aconteceu no Instituto Espírita de Educação, em São Paulo, com a presença de quase uma centena de pessoas. Matéria na última página.
USE lança "Família e
Espiritismo" Preparado pelo Departamento de Educação, o livro tem 120 páginas e está a venda na Livraria da Use. Última Página.
4:.SERIE
EDUCAÇAO
FAMÍLIA E
ESPIRITISMO
EDIÇÕES U S E.
ANO 11í - N' 14 - NOVEMBRO/DEZEMBRO DE 1992
Grupo de dirigentes do Encontro de Araçatuba
Evangelizadores se reúnem para estudos em Araçatuba O Encontro Estadual de Evangelizadores já é uma tradição. Este ano, foi
realizado em Araçatuba com resultados animadores. Leia matéria em Agenda.
Leia, ainda, ne�ta edição
Os males do coletivismo A compe�ência no trabalho
Fantasias e Realidades no Centro Espírita Ajude o "Dirigente Espírita" a ajudá-lo
A farsa no teatro espírita Deturpações e Tolerância
OPINIÃO
Questão de maturidade Muitos se dizem a fa
vor da união de esforços em prol de uma causa comum. Nem tantos revelam esse interesse na prática. Qual a causa disso? Eis aí uma coisa a ser aprofundada. De fato, se feita uma enquete, é possível que expressiva parcela de dirigentes e espíritas em geral revelem seu apoio a uma junção de esforços favorável ao andamento do movimento espírita brasileiro, de maneira até muito clara. Atrás disso estará, sem dúvida, uma posição indiscutível de Kardec, impulsionando a uns, e as ações passadas de notáveis espíritas, a outros convencendo. Assim, ficam as razões favoráveis esclarecidas. Mas não tãoclaras ficam a ausência na prática e a fuga evidente de muitos no momento de pôr as mãos no arado. Eis a grande questão.
Unir é do ideal; conviver exige esforço. Ser a favor significa compreender a necessidade;
participar pede sacrifício. Ouvem-se muitas respostas daqueles que encontramos no caminho comum da unificação. Uns afirmam que não têm tempo, outros que nada teriam a acrescentar; uns alegam falta de espaço, outros que o espaço está grande demais. De alguns se ouve críticas contra esteou aquele dirigente, deoutros se ouve elogios;aqui se diz que a instituição federativa pouco ou quase nada fazpara os adesos ou unidos, ali se estranha quemuitos se comportemcom total distância dostrabalhos comuns.
É certo que expressiva quantidade de espíritas, em tese, saberiam dizer o que é necessário para que um trabalho federativo fosse bem feito. Mas, por que há tantas ausências? Culpa de quem? Por que, ali, o grupo critica, mas fica assistindo o passar da carruagem?Por que, acolá, os mesmos que criticam se comportam com total
incapacidade de conviver com as idéias contrárias? Isolam-se os inteligentes, distantes da atividade. Desejam ser independentes, para poderem realizar a crítica. Mas, por que permanecem isolados?
Há no fundo uma questão de maturidade, exigindo de cada grupo ou indivíduo o comportamento altivo, qualquer que seja a posição que ocupe. Maturidade, porém, é como a inspiração do poeta "não se aprende no colégio". O importante é obter-se respostas claras para todas estas questões. Claras e objetivas, ou seja, que não fiquem a apontar falhas de forma, como responsáveis maiores por uma situação que deve e pode ser melhorada. Respostas que não sejam periféricas, do tipo - o problema é de quem está na direção. Afinal, o destino do movimento espírita se assemelha ao da nação brasileira: está nas mãos do seu povo.
"DIRIGENTE ESPÍRITA" É O PRIMEIRO JORNAL ESPECIALIZADO PARA CENTROS ESPÍRITAS. FAZENDO UMA
ASSINATURA ANUAL, VOCÊ COLABORA PARA SUA MANUTENÇÃO E GARANTE SUA EXISTÊNCIA.
2 - Diâgente Espírita - Novembro/Dezembro de 1992
EXPEDIENTE Veículo oficial de Unificação da USE- Uniiío das Sockdades Espíritas do Estado de São Paulo destinado especialmente aos dirigentes
. de centros t instituifõts espíritas.
Editor
Wilson Garcia (Jornalista Responsável)
Secretária
Miriam Fávaro
Redação
Ivan René Franzolim Luiz Antoruo Fuchs
Ecler Fávaro Anlotúo César Perri de Carvalho
Amilcar Dei Chiaro Filho
Assinaturas
Carlos Teixeira Ramos
Anual: Cr$ S0.000,00 Manlcncdor: acima ele Cr$ 70.000,00
Número Avulso: Cr$ S.000,00
Produção Gráfica
GP - Fone: (011) 883-7622 e.o.e. n• SS.573.88S/0001-00
Editoração Eletrônica
Adriano de Araujo G,arcia
Este nrimero
S.000 exemplares
lf.s.E. uriõo das sociedcxles espíritas do estado desõo paulo entidade coordenodoro e represeofot,vo do movimento espirita estoduol no Conselho Federnlivo Nacional do Federoçõo Espirita 8rosilefro.
Rua Dr. Gabriel Piza, 433 Ccp 02036-011 - São Paulo - SP
Fone (Oi 1) 290-8108
A USE não se r,sponsabi/iza por conceitos emüidos em maJirias assinadas. As colaborações enviadas e não publicadas não serão devolvidas. Reservamo-nos o direito de publicar somente o que estiver de acordo com a linha editorial do veículo.
COMPORTAMENTO
Quando o coletivismo mata a individualidade e prejudica as atividades do centro
Duas coisas estão bem claras na Doutrina Espírita: a imortalidade da alma e sua individualidade. Ou seja, a alma não morre com o corpo físico nem perde sua realidade individual. Em termos de evolução, o espiritismo é também claro: a alma evolui espiritualmente, em termos intelectuais e de sentimentos, e esta evolução acarreta o progresso do meio ambiente em que ela vive.
A lembrança desses preceitos doutrinário-espíritas tem o objetivo de discutir as atividades coletivas e sua influência sobre a individualidade do ser. Isto porque entre o individualismo puro e o coletivismo extremado há urna esteira de fatos que exercem decisiva influência no produto das atividades humanas. E nem sempre essas influências são apenas positivas, como muitos acreditam.
Espíritos bem postados e com bom crédito entre os homens, qual André Luiz e Emmanuel, afirmam, com base na doutrina e no ensinamento cristão, que os homens precisam substituir o individualismo personalista pelo trabalho coletivo. Espíritas bem intencionados, na direção de suas instituições e no atã de colocar aquelas afirmativas em prática, esbarram em problemas interessantes que desviam os resultados gerais. Onde está a falha?
Sem dúvida, na interpretação do ensinamento. E aí também as coisas aparecem muito claras: se a individualidade é urna certeza, o trabalho coletivo só poderá dar bons frutos se valorizar a individualidade. Qualquer
Wilson Garcia
trabalho desenvolvido coletivamente, que aniquile a individualidade, traz em si o germe da destruição. Veja bem: o indivíduo que, trabalhando solitariamcnte, se acostuma a obter determinado resultado percentual, não se acostuma facilmente ao trabalho em grupo se o resultado do grupo for muito inferior àquele obtido individualmente. Mas é o que acontece com frequência. Para desenvolver atividades coletivas, as inteligências mais adiantadas se obrigam a uma espécie de resultado menos expressivo.
É preciso, portanto, criarse meios de valorização da individualidade para que ela se predisponha ao trabalho em grupo. Somente com estímulos poderá o indivíduo assentar-se com tranquilidade no grupo. A questão do aperfeiçoamento espiritual, que se obtém com vantagens no trabalho em grupo, é um bom estímulo. Mas o maior deles será, sem dúvida, a certeza dos ganhos a nível de valores interiores pelo indivíduo. Ou seja, se o trabalho em grupo aparece para as pessoas como uma
certeza de seu avanço particular, aí então o indivíduo encontrará motivação superior para suportar o desgaste da convivência.
O que acontece muitas vezes e que se apresenta como fator essencialmente negativo, é o aniquilamento total da individualidade em benefício de um suposto melhor resultado coletivo. Dirigentes há que, olhando somente para o ensinamento, agem de tal modo que os indivíduos mais produtivos são obrigados a reduzirem a sua capacidade, caindo ao nível da mediocridade ger.i.l. Assim, ao invés dos mais capazes levantarem o nível do trabalho, eles se obrigam a baixar esse nível para que prevaleça o nível dos menos capazes. Não há bom senso rnsso.
O processo correto é o inverso. Os mais capazes devem ser motivados a elevarem o nível dos menos capazes, para que o produto do trabalho apareça com qualidade. Da mesma forma que há virtude nos mais capazes cm conviverem serenamente com os menos, estes também devem ser en-
�inados que será um gesto <le humildade verdadeira reconhecer a capacidade dos mais inteligentes. Esse estímulo terá por objetivo fazer os menos capazes compreenderem que lucrarão mais assentindo na presença e participação mais efetiva daqueles cuja capacidade está mais desenvolvida.
Aí, outras questões precisam ser analisadas. Geralmente, não é a falta de aceitação dos menos capazes que ocasiona de imediato o baixo nível, mas a falta de habilidade do dirigente - quando não a sua própria mediocridade. Ora, um dirigente medíocre e orgulhoso será o primeiro e grande obstáculo para que o trabalho se desenvolva a contento. Esse tipo de dirigente tenderá a anular a individualidade dos trabalhadores, sob o pretexto de que a submissão revela superioridade edeve ser aceita sem restrições por todos. Feito isso,ele passa adiante.
A falta de habilidade ou a mediocridade evidente produzem resultados negativos. Os mais capazes, diante desse tipo de liderança, acabam se afastando do trabalho, mas não o fazem sem levar consigo, muitas vezes, o azedume do dirigente, quese consola afirmando aosventos que foi abandonadopelos orgulhosos. Na verdade, ele foi a causa da saída dos mais capazes, poisnão é possível obter bomresultado no trabalho emgrupo sem valorizar a individualidade.
Afinal, submeter-se aos menos capazes e sujeitar-se a um resultado de nível inferior não é da lei. Repetindo, não há bom senso nisso.
DiriJ!ente Esvírita - Novembro/Dezembro de 1992 - 3
UNIFICAÇÃO
\ Só a competência valoriza o trabalho
Muitos comentam a organização das religiões, o que contrastaria com o espiritismo que, na opinião deles, ainda é improvisado, pois cada Centro trabalha de maneira diferente.
Parece-nos claro que as outras, preocupadas basicamente com o lado material, precisam de muito controle para evitar queda no faturamento. O objetivo maior é o lucro e os jornais tem publicado notícias a respeito.
Verifica-se que o enfoque das igrejas vem se alterando, no sentido de que seja dito ao fiel, o que lhe agrade. A pena de morte, por meio ·de execução ou eutanásia, já não é pecado. Os mandamentos estão se modificando: Ama o próximo, desde que ele não te contrarie; não matarás, a não ser que seja necessário. "O freguês tem sempre razão", já diz velha lei de mercadologia. Pregam o direito ao prazer e à riqueza, e não sofrer diante dos problemas alheios; Deus sabe o que faz e deles toma conta ... Importante, porém, não esquecer da cota pastoral, do dízimo, enfim, da contribuição financeira.
Outra observação é que as religiões tradicionais vêm modificando os velhos rituais, em razão do sucesso da concorrência; cânticos, hinos, gesticulações, que até pouco tempo não usavam e criticavam, agora fazem parte das suas cerimônias. São técnicas de mercado em tempos de recessão.
A divulgação do Espiritismo
A pregação espírita não pode se basear nesse- ,a-
Octávio Caumo Serrano
suismos, próprios de momentos críticos e cíclicos, dizendo ao visitante o que lhe agrade ouvir, fazendo-o crer-se inocente sobre todos os acontecimentos, incluindo suas próprias deficiências. Jesus falando aos fariseus, ouviu de Pedro a advertência quanto ao rigor: -Todos irão embora. Respondou-lhe Jesus: - Que vão; e você também. O apóstolo, meditando, perguntou: - Ir para onde, Mestre, se outro não é o caminho.
O Centro não deve se preocupar com casas cheias de pessoas se iludindo, mas com os poucos que se interessam em aproveitar a oportunidade. Esses valem o esforço de todos. Verificamos o que ocorre nas reuniõesde estudos. Os grupos, emcurto prazo,reduzem-se a dezpor cento. Felizmente, esses vêm sustentando o mo- ·vimento.
É preciso cuidar desses companheiros também necessitados, que se acanham em pedir ajuda, supondo que devam ser auto-suficientes; o fardo por vezes fica pesado demais. O passista, o expositor, o presidente, o médium, humanos e imperfeitos, estão, mais do que qualquer outro, sujeitos a quedas porque são combatidospelos maus espíritos. Sustentemo-nos mutuamente;dentro do possível, que ascasas tenham um setor paraatendimento dos trabalhadores, a fim de ajudá-los como mesmo interesse, falandomenos dos carmas e maisda esperança.
O público no Centro Espírita e a unificação
Quase todos vão ao Espiritismo pela novidade ou
a espera do milagre, sem abandonar a crença de raiz. Não têm paciência; pensam que a fraqueza espiritual se cura como a anemia material; crêem que a balança e o espelho mostrarão os resultados. Ao perceberem anecessidade da renovação,irão embora em busca denovo discurso que os façammenos responsáveis. Os queficarem um pouco mais, ofarão em troca da sopa, doagasalho ou da cura material.
Olhando as igrejas, os espíritas anseiam por uma Unificação, algo que tem sido mal compreendido pelos dirigentes. Supõem que isto gerará uma interferência na "sua" Casa, exigindo padronização e obediência a um poder central. Seria, mal comparando, a "vaticanização" do espiritismo. Ocorre que a base da nossa doutrina é a liberdade. A unificação consiste na vivência do Evangelho. Aplicando as lições do Mestre, explicadas pelo Codificador, estaremos unificados.
O trabalho do Centro
Nas periferias é necessária a assistência material. Fundamental, porém, serão sempre a Boa Nova, a Escola de Orientação Moral, o passe reequilibrante e oestudo da Doutrina. Os grupos mais centrais arrecadarão para encaminhar aosmais pobres, além de oferecer o próprio tempo e ha- .bilidade. A Seara é única ecada núcleo apenas um modesto departamento. Nas Casas onde se buscam a atenção e o carinho, não o pão,será ensinada a terapia doserviço no bem comum, co-
4 - DiriJ.iente Esoírila - Novembro/Dezembro de 1992
mo eficiente remédio para as almas enfermas.
Não podemos padronizar ou exigir o mesmo de todos. O Evangelho, porém, ausente nas escolas, nas fábricas, nas ruas e quase sempre até mesmo nos lares, não pode faltar, pelo menos, no Centro Espírita.
Função dos dirigentes
O esforço e a competência dos dirigentes determinarão as atividades. Estarão unidos no bem e na linguagem padrão. Estudarão a melhor forma de divulgação, analisando o que o seu público busca e sendo exemplo para os demais. Ficarão atualizados com o movimento, participando de cursos, seminários, intercâmbios, palestras, encontros e toda reunião que possa mantêlos em dinâmica de trabalho e motivação. Espiritismo, segundo Kardec, não é doutrina pronta e limitada pois avança e vai se atualizando de acordo com o entendimento do homem. Caberá aos dirigentes levarem o conhecimento aos Centros,para que todos aprendam.Mesmo não estando padronizados, é preciso que fiquemos unidos. Quando vivermos e falarmos a mesma língua - a mensagem doCristo - estará concretizadaa sonhada Unificação
Livre arbítrio é direito de ação e responsabilidade de consequência. Fiquemos atentos para não perder a histórica oportunidade; nossa geração, tendo conhecido Jesus explicado por Kardec, está agasalhada por um duplo privilégio.
A
ARTES CÊNICAS
A farsa no Teatro Espírita
"A farsa é um gênero dramático encontrado em diversos momentos da história do teatro. Caracteriza-se pela situação cômica exagerada, baseada principalmente em equívocos e quiprocós". Esta é parte da classificação dada pelo Prof. Luiz Paulo Vasconcellos no seu Dicionário de Teatro (L & M Editores). Já tive a oportunidade de falar sobre este assunto num artigo intitulado "A Comédia Espírita é Coisa Séria?", publicado no "Dirigente Espírita."
Retomo ao assunto para dirimir algumas dúvidas. Como seria afarsa no Teatro Espírita? Poder-se-ia usar toda a sorte de situações cômicas apenas para justificar a diversão da platéia? Os apelos às dubiedades, característica comum da farsa, poderiam ser (por exemplo) de natureza sexual, que é quase sempre a motivação do teatro de vaudeville e da revista? É claro que não. Em tudo, como o todo da doutrina espirtia, haverá que passar pelo crivo da razão e do bom senso. Sabemos perfeitamente que certos apelos sexuais, tão comuns hoje nas novelas televisivas, incitam os nossos baixos padrões. Não em virtude do sexo, mas dos desvios propositadamente colocados. A doutrina nos sinaliza a conduta franca, fraterna, honesta, pura e outras tantas facetas da virtude desejada a um bom espírita, mas não desce a minúcias para cada caso. Retomamos pois ao bom senso!
Eu diria que o Teatro Espírita de hoje está muito longe da Arte Espírita, sobre a qual Kardec afirma
Hamilton Saraiva
(em Obras Póstumas) que sucederá à Arte Cristã. Tal como os primeiros centros espíritas, a arte passará por muitas renovações até encontrar-se a forma melhor para atender à estética teatral e à pureza doutrinária. Paciência, senhores inquisidores e censores. Não é simplesmente castigando e proibindo que chegaremos ao correto. Os processos educacionais nos ensinam que ensinar é a melhor forma para não ter que proibir ou castigar.
Nas formas populares da farsa, quase sempre um "desonesto" bobalhão acaba vencendo um sabidão mais desonesto ainda. Não é um teatro de virtudes mas de uma realidade muito mais próxima do nosso estágio evolutivo. É assim que o Arlequim (que sempre faz um criado na Comedia Del 'Arte) parece ser um bobo mas acaba fazendo justiça aos tiranos e maus. Tolerância, irmão, com o ainda incipiente teatro espírita que não se libertou das formas tradicionais. Também, o que fazer? A maioria de nós, espíritas, ainda não conseguiu vencer-se a si próprio, nem mesmo quando está dentro da casa espírita. Quantas . batalhas assistimos na sucessão de diretorias, de cargos, de posições, dentro do movimento?
Sem nenhuma pretensão de sentir-me já liberto de meus erros e falhas e, também, não querendo incentivar o imobilismo na reforma pessoal, eu gostaria que deixássemos o teatro espírita engatinhar com os seus tombos e vacilas, tendo-nos como pais, com ensinamentos oportunos e não censores, sob a capa de
g u a r d i ã e s da doutrina. E não a t e -mor i zem o recémn a t o . Só assim o teatro espírita pod e r á anda r de pé na sua maioridade.
Acabo de assistir ( n o bairro do Tatuapé, SP.) a um ensaio do grupo S.O.L. Espírita, que apresenta uma comédia. Quando vou assistir a uma peça tetral eu não espero uma lição ou um ditado de regras de conduta. Vou para me divertir deleitar-me e para analisar. Assim foi com o S.O.L. A comédia me divertiu pela descontração (irreverente, às vezes), me deletou pela beleza de certas cenas e me fez pensar bastante sobre os resultados negativos, advindos da intolerância de um velho pai paralítico e dos descaminhos de um rapaz sem juízo (personagens da peça). Com alguns defeitos de técnica teatral (trabalho de atores, direção e outros componentes do espetáculo) e com alguma liberdade ficcional com referência à doutrina, ainda restaram muitos pontos positivos para o grupo e público.
A atividade teatral não é nova no movimento espírita mas, agora, parece interessar aos jovens e mais velhos com maior intensidade. Não será positivo simplesmente censurar e, pior, considerar como uma brincadeirinha de desocupados. O melhor será sempre orientar e prestigiar essa forma milenar de arte que virá a ajudar muito a divulgação e ensino da doutrina. Além do mais, necessitamos nas casas espí� ritas de melhores atividades culturais para unir socialmente os frequentadores.
Portanto, farsa, tragédia, drama, comédia, seja o que for, importante será que apareça em vigor e bastante discussão sadia. Se atrapalhar os trabalhos normais da casa, que os espíritas façam como as outras doutrinas: Construam os seus salões sociais!
DiriJlente Esvírita - Novembro/Dezembro de 1992 - 5
IMPRENSA ESPÍRITA
Ajude o Dirigente Espírita a ajudá-lo
Felizmente, hoje, são muitos os jamais, revistas e boletins espíritas que circulam no meio espírita e até mesmo fora dele, revelando, assim, a força da comunicação das idéias e ideais espíritas.
Muitos Centros Espíritas mantêm boletins de circulação interna ou a nível regional.
Quanto à expressão de conteúdo e apresentação, nos moldes do aluai jornalismo, especialistas têm feito reparações e sugestões.
No entanto, a feitura desses jornais e boletins já se constitui em um passo dado adiante no caminho das boas realizações, faltando, obviamente, o aperfeiçoamento.
Atualmente, já estamos atingindo até mesmo um certo grau de especialização em alguns veículos de comunicação espírita.
Dentre eles, queremos ressaltar o Dirigente fapírita - Unificação que se constitui no veículo oficial da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo.
Como o próprio nome indica, o Dirigente Espírita destina-se aos dirigentes, diretores ou coordenadores dos Centros ou Entidades Espíritas, bem como a todos os participantes da organização do Movimento Espírita.
No entanto, não está dcs� tinado tão somente a estes, mas também àquelas pes-
Aylton Paiva
soas que, como voluntürias, estão começando a se integrar nas diferentes atividades dos Centros ou Entidades Espíritas, seja no setor administrativo, de assistência social ou na área espiritual.
Podemos dizer, sem pedantismo, que o jornal Dirigente Espírita é um órgão de informações técnicas. Suas matérias, produzidas por confrades e confrciras amadurecidos no estudo, experiência e vivên� eia da Doutrina Espírita, desdobram-se cm várias áreas: técnicas de administração, comunicação e divulgação, princípios de relações humanas e públicas, fundamentos de psicologia, sociologia, direito e serviço social. Aprofundando e enriquecendo tais ramos do saber, a Doutrina Espírita é apresentada cm sua essência e pureza.
Com base cm tais reflexões, permitimo-nos pro-
por as seguintes sugestões relativamente à maneira como os responsáveis por Centros, obras lilantrópicas, hospitais e demais entidades espíritas deverão se comportar perante o Dirigente Espírita:
1. Assine o DirigenteEspírita:
A leitura do Dirigente Espírita será importante meio para o dirigente espírita atualizar seus conhecimentos e tornar mais eficiente sua atuação nas diferentes áreas do Movimento Espírita.
Os artigos tratando de diferentes assuntos relativamente às áreas administrativa, espiritual e da assistência social ampliarão a visão do dirigente ou cooperador a respeito dessas atividades.
Que esse benefício não fique apenas para você. Estimule outros companheiros de trabalho na seara espírita a assinarem também
6 - DiriJ!ente Esoírita - Novembro/Dezembro de J 992
este veículo que, possivelmente, melhor os capacitará às realizações a que se dedicam.
Apoiando o Dirigente Espírita você estará agin- · cio para melhorar o nível do Movimento Espírita e capacitação diretiva daqueles que dirigem Centros e Entidades Espíritas.
2. Abra e leia o Dirigente Espírita
Você pode estranhar a proposta, mas ele tem fundamento.
Já estivemos cm Centros Espíritas que recebiam o Dirigente Espírita e este estava "dormindo" devidamente cnvelopado, sobre a mesa, já há alguns meses. Numa dessas Casas Espíritas, perguntamos a um dos diretores se já havia lido o jornal e ele respondeu que não. Sua preocupação, no momento, era uma questão doutrinária.
Ouvimos suas indagações. Ahrimos o Dirigente Espírita e mostramo-lhe que um dos artigos ali contido tratava justamente do assunto e, com muita propriedade, esclarecia as dúvidas.
Após a leitura da matéria e de nossos comentários, exclamou o confrade:
- "Puxa, a solução doproblema que me afligia estava diante de meus olhos há tantos meses ... É, faltaram os "olhos para ver." Precisava tirar o Dirigente
,,
IMPRENSA ESPÍRITA
Espírita de dentro do envólucro.
3. Selecione e organizeas matérias do Dirigente Espirita:
Ao receber, abrir e ler o Dirigente Espírita selecione os artigos, de confonnidade com os núcleosde interesse dos dirigentese cooperadores.
Você poderá separar as matérias, organizando um arquivo conforme os assuntos (recortando ou copiando): Administração, Assistência Social, Assistência Espiritual, Arte, Mocidade Espírita, etc. Isso facilitará a consulta futura, quando precisar de determinadas infonnações. Será conveniente, também, a elaboração de um índice por assunto.
4. Leve o Dirigente Espírita para as reuniões de diretoria e/ou cooperadores:
Possivelmente você encontrará em todos os números do Dirigente Espírita assuntos que serão de interesse dos demais diretores do Centro ou da Entidade Espírita que você participa. Leve para a reunião, seja ela de caráter administrativo ou espiritual, esses artigos que tratam de temas administrativos, espirituais ou sociais, conforme o interesse do momento.
Sem dúvida, eles trarão contribuições produtivas aos demais diretores, ajudando-os a aprofundar a visão e tomar mais eficaz a ação nesses diferentes setores.
Dessa forma, a diretoria estará recebendo informações e experiências de confrades e confreiras que militam no Movimento Espírita <lo Estado de São Paulo e mesmo do Brasil. Não será, pois, uma diretoria "ilhada cm si mesma", sujeita a maiores dificuldades.
Encaminhe as matérias cio Dirigente Espirita para os setores específicos, por
exemplo: reumoes de estudo sistematizado do Espiritismo e mesmo reuniões administrativas - o artigo: "Qual o seu tipo?", de Carlos Bernardo Loureiro - Dirigente Espírita, Ano 11, nº 12 - Julho/Agosto de 1992, págs. 4 e 5; setor de administração da Casa Espírita - a matéria: "Perfil do Dirigente do Centro Espírita" - de Antonio César Perri de Carvalho - Dirigente Espírita, Ano 11, n2 12 - Julho/Agosto de 1992 -pág.8
5. Participe do Dirigente Espírita
a) envie artigos que tratem de seus estudos, reflexões e experiências. Eles serão analisados pela Comissão de Redação e, se estiverem dentro da linha editorial do veículo, poderão ser editados·
h) envie cart�s sugerindo temas e assuntos de interesse Doutrinário e do Movimento Espírita, que poderão ser desenvolvidos pela equipe de articulistas do jornal;
c) envie cartas simplesmente comentando, se for o caso, o que achou de interessante nesse ou naquele artigo. Isso ajudará noaperfeiçoamento <lo jornal;
d) dentro do verdadeirosentido <la crítica, faça sua análise do que está sendo positivo ou negativo nas matérias do jornal. Pode começar com este artigo;
e) Faça uma Campanha de Assinaturas
Estini.ule dirigentes e cooperadores dos Centros e Entidades Espíritas assinarem o Dirigente Espirita.
Presenteie e faça doações de assinaturas.
Diz Emmanuel/F.C.Xavicr: "A maior caridade que poderemos fazer com o Espiritismo é divulgar o Espiritismo." E ajudar o dirigente espírita, com o Dirigente Espírita, é um grande testemunho de Amor.
Simples e
muito positivo
Orson Peter Carrara - Mineiros do Tietê-SP.
O Movimento Espírita Brasileiro, em mais de um século de firme e decidida atuação, tem ampla história de lutas, conquistas e realizações importantes no campo do bem e cio esclarecimento humano. Registro histórico é algo fundamental na verificação de lutas passadas e no planejamento do porvir.
A maioria de nossas Casas Espíritas cstü hem próxima ele completar um século de atividades, desde sua fundação pelos pioneiros cm cada cidade de nosso imenso Brasil. Naturalmente que muitas são hem jovens, embora também muito experientes, mas todas se enquadram no objetivo deste comentário.
Referimo-nos ao registro histórico das atividades de cada Casa, de cada órgão, de cada grupo organizado em nome do ideal espírita. Ele é realmente importante para mostrar toda a evolução da instituição e se tomar verdadeiro espelho de informação para rcíletir no presente e no futuro, o passado que construiu e alicerçou as construções físicas e doutrinárias de nossas Casas Espíritas. Essas informações valiosas muito significam para as gerações iniciantes, que muito se motivam com o trabalho realizado no passado, na sequência natural dos acontecimentos.
Em 1987, tivemos oportunidade, através da leitura de todos os livros ATAS e
diários da Presidência, de fazer levantamento histórico pesquisado (embora incompleto) de todas as ocorrências, fatos, lutas, conquistas, programação doutrinária, atividades de divulgação e assistência espiritual, vivenciadas desde 1923 em sua fundação, pelo Centro Espírita "Francisco Xavier dos Santos" cm Mineiros do Tietê, on<lc encontramos enorme riqueza de informações que passamos a registrar cronologicamente cm livro histórico específico. A partir Jaí, a instituição passou a registrar diariamente todas as experiências vividas, cm todos os campos de sua atuação.
Hoje, essas informações históricas mostram muito e servem de base para muito mais, seja para comemorar datas ou como simples registro. Mas o mais importante mesmo é verificar a sequência lógica dos fatos que vão construindo as coletividades. No caso, uma instituição espírita. O entrelaçamento das experiências e sua evolução ali podem ser analisados e verificados com muita clareza.
Importante, pois, esta construção histórica de nossas instituições. Existem muitos confrades na Seara simpáticos a esse trabalho, que muito viria fortalecer nossas Casas. Deixamos como sugestão aos amigos, visando registrar nossa história.
Dirif!ente EstJírita - Novembro/Dezembro de 1992 - 7
PRÁTICA
Fantasias e Realidades no Centro Espírita
Éder Fávaro
Abrindo o livro dos médiuns, deparamos na introdução, com a afirmativa de Kardec sobre as dificuldades e desilusões encontradas na prática espírita, que decorrem da ignorância dos princípios doutrinários. Ele faz observações importantes como: "A prática espírita é difícil, apresentando escolhos que somente um estudo sério e completo pode prevenir. Experiências feitas com leviandades, sem conhecimento de causa, provocam péssima impressão nos principiantes ou pessoas mal preparadas, tendo o inconveniente de dar uma idéia bastante falsa do mundo dos espíritos, favorecendo a zombaria e dando motivos a críticas quase sempre bem fundadas. E por isso que os incrédulos saem dessas reuniões raramente convencidos e pouco dispostos a reconhecerem os aspectos sérios do Espiritismo.
É evidente que Kardec não falava só para o seu tempo. Prevendo o progresso do espiritismo e o aumento crescente de interesse em relação a ele, alertava sobre a responsabilidade dos dirigentes e médiuns das reuniões espíritas de todos os tempos, quanto aos compromissos de preservação e defesa da pureza doutrinária.
Pelo que temos observado em visitas a um número considerável de centros e através de informações idôneas, a preocupação de Kardec não era sem propósito. Os desvirtuamentos, as in-
venções, as infiltrações de idéias e práticas anti-doutrinárias são uma realidade em muitas "casas espíritas" do nosso Estado, quiçá do Brasil.
Entre as novidades que nada têm a ver com o Centro Espírita, podemos destacar, muito embora respeitáveis cm suas respectivas áreas, a Radiestesia, a Cromoterapia, a TVP, etc, que não devem ser confundidas com atividades espíritas.
Existem, ainda, práticas e orientações fantasiosas que não podem e nem devem ser incluídas como integrantes da Doutrina Espírita. São oriundas da falta de conhecimento, da ignorância e até da irresponsabilidade de dirigentes e colaboradores, alguns até mal intencionados, que não possuem outro objetivo senão o poder, a projeção, o destaque pessoal e, colocando seus interesses particulares acima da Causa.
Felizmente, existem muitos Centros Espíritas que desenvolvem bem suas atividades. Fundamentam-se nos norteamentos Kardecistas, com estudos sérios, atendimento fraterno, orientação doutrinária segura, critérios corretos e aplicação da ética espírita em todos os sentidos. Mas há inúmeros centros que se utilizam da denominação "espírita", estando totalmente distanciados dos postulados da doutrina.
Essa é uma realidade. Temos que ter conhecimento dela.
Há, por exemplo, "Centros Espíritas" que benzem
8 - DiriJ.?ente Esoírita - Novembro/Dezembro de 1992
objetos, roupas e fotografias; que se dedicam a pesquisas sobre vidas passadas com objetivos escusos; que fazem revelações sensacionalistas de vidências, provocando desajustes em pessoas psicologicamente despreparadas; que fazem das reuniões mediúnicas um espetáculo; que são dirigidos por "missionários"; que caracterizam todos aqueles que os procuram como doentes obsedados e pecadores.
Não bastassem esses, há os que recebem comunicações vindas de outras galáxias; que indicam o uso de defumador para a solução de problemas humanos; que introduzem hinos em suas reuniões; que realizam batizados e casamentos, dando a tudo o que fazem um caráter eminentemente ritualístico. São sociedades transformadas em verdadeiros ambulatórios que substituem a simplicidade da fluidoterapia por esquisitices variadas, gerando dependência nos que buscam socorro e orientação.
Esses "Centros", em termos de orientação, acabam extrapolando e entrando no terreno movediço do "achismo". Respondem sobre tudo sem o menor embasamento
doutrinário, bom senso e critério. Apresentam idéias simplistas e absurdas no locante aos conhecimentos espíritas. Explicam os fundamentos e ensinamentos da Doutrina a seu modo. Dão ex -plicações incoerentes sobre reencarnação, livre-arbítrio, lei de causa e efeito, evolução. Falam, por exemplo, da lei de reencarnação como instrumento de castigo e não como processo de educação do espírito. Levam tudo para o campo da obsessão, transferindo para os espíritos sofredores a responsabilidade de nossas atitudes infelizes. Difundem a idéia de que a Terra é um vale de lágrimas, incutindo na cabeça das pessoas a impressão de que a doutrina é sadomasoquista. Sabemos que o Espiritismo ensina que o nosso planeta é uma abençoada escola de redenção, onde o homem é incentivado a utilizar melhor o seu livre-arbítrio, a lutar contra suas imperfeições, medos e sofrimentos. A doutrina é eminentemente libertadora e orienta o homem para uma visão essencial e transcedente da vida.
Os dirigentes e médiuns dessas casas transferem, via de regra, a responsabilidade
PRÁTICA
de suas opiniões aos espíritos, afmnando não serem eles os autores das idéias e sim os mentores. São pródigos nos aconselhamentos e orientações que conduzem as pessoas a uma visão errônea a respeito dos fundamentos e ensinamentos do Espiritismo. Provocam com isso, em muitos casos, processos çie perturbação e obsessão. E o ressurgimento da mágica, do mistério, da fantasia, do maravilhoso, do sobrenatural, contrastando diametralmente com a visão espírita � respeito desses aspectos. E importante lembrar que Kardec, no Livro dos Médiuns, capítulo II, observa que o "o Espiritismo não aceita todos os fatos considerados maravilhosos. Longe disso, demonstra a impossibilidade de muitos deles e o ridículo de algumas crenças que constituem, propriamente falando, a superstição."
No campo da administração do Centro Espírita, encontramos casos absurdos em que os espíritos, através de "médiuns confiáveis do grupo", elaboram chapas de eleição para a direção da entidade, atestando a incompetência dos encarnados para dirigirem a obra.
Para reforçar o nosso enfoque, passamos a relatar alguns casos, dentre tantos que tivemos a oportunidade de vivenciar ou conhecer. Eles retratam o triste quadro do mediunismo introduzido como prática mediúnica à luz da metodologia espírita. São, na realidade, verdadeiros focos de mistificação, que só retardam o progresso e o crescimento espiritual de seus participantes - médiuns, dirigentes e assistentes.
Um médium que conhecemos trabalhava numa Casa Espírita dedicando algumas horas em reunião de desobsessão. Premido pelas circunstâncias, necessitou reduzir a sua atividade doutrinária no grupo. Recebeu, por isso, advertência do dirigente do trabalho que afirmou que ele estava sendo envol-
vido por espíritos das trevas, tornando-se assim candidato a uma grave obsessão. Será essa a atitude de espíritas responsáveis que dirigem reuniões sérias?
O presidente de uma casa espírita, onde fomos recebidos, afirmou, certa feita, que seu grupo era detentor do único canal de ligação entre o plano espirihial das alturas e vinha até o meio da sala do "seu" Centro. Por aí, desciar_n e subiam espíritos superiores.
Onde está a lógica e o bom senso?
Temos notícias de um centro que elegeu um presidente vitalício. O Estatuto da Casa determinava que, após o seu desencarne, o presidente se tornasse automaticamente "mentor" do Centro. Tudo isso sob inspiração do Dr. Bezerra de Menezes. Envolveram até o nome deste respeitável espíritono esquema!
Depois de realizar uma palestra para falar sobre "O que não é Espiritismo", fomos convidados a assistir a parte prática da noite. Havia vários médiuns na mesa. Algumas comunicações repetitivas. Ao final, o presidente do Centro, que era dirigente do trabalho e "médium de cabeceira da mesa", recebendo o "mentor" disse que a reunião tinha sido muito bonita, mas que ele não concordava com muitas coisas que a doutrina ensinava, acrescentando que ali somente as suas orientações eram válidas.
Segundo o citado "mentor", Kardec ainda tinha muita coisa a aprender. Lamentável!!!
Outro fato ocorreu num Centro Espírita da capital. Sala superlotada. Pessoas com senhas numeradas na mão para receber o passe. A mesa repleta de papeletas e fotografias de todos os tamanhos. Preparação do ambiente. Prece recitada. Em seguida, a entrada de uma médium com postura robotizada, vestida com um camisolão branco,
cantando hinos sacros, usados em cerimônias ritualísticas de conhecidas religiões. A medida em que a palestra se desenrolava, a referida senhora saía de trás de uma cortina, que separava a sala de passe do salão, e, em voz alta, chamava pelo número o candidato ao passe. Depois de serem atendidas, aspessoas não voltavam ao salão da reunião, esvaziandose, paulatinamente, o local.
Outras tantas coisas absurdas poderíamos citar, tais como o receituário de comprimidos invisíveis e massagem espiritual, mas isso fica pra uma outra oportunidade. O fato é que tudo isso é preocupante, servindo de material para nossa reflexão.
Vejamos o que diz o professor José Herculano Pires, no livro "O Centro Espírita", sobre o assunto: "Os dirigentes de Centros precisam tomar conhecimento desses absurdos e lutar contra eles, porque essas invencionices ridículas atrasam o desenvolvimento da Doutrina e afastam dos Centros as pessoas que sabem pensar. Que os dirigentes por mais modestos que sejam, não se esqueçam da bússola que lhes permitirá navegar com segurança nas águas mais tumultuosas: A Codificação de Allan Kardec. Kardec é a base e a cúpula da Doutrina com apoio que nunca lhe faltou do Espírito da Verdade. Se não queremos novidades é porque os novidadeiros somente se apoiam em suas pretensões individuais. Os dirigentes espíritas precisam tomar conhecimento de que não se mistura uma doutrina científica e filosófica como é o Espiritismo com práticas que não se coadunam com ela. Não se trata de um repúdio, mas de uma questão de método e cultura. O Centro Espírita bem dirigido por pessoas sensatas e estudiosas é uma concha acústica em que ressoam as vozes e os pensamentos do Espíritos e dos homens, no diálogo dos mundos, pois nele se encontram
o mundo espiritual e o mundo terreno, nas possibilidades abertas pelos dons mediúnicos de que todos dispomos. Os que deturpam afinalidade superior do Centro Espírita, sejam dirigentes ou frequentadores só interessados em vantagens irne-
. diatas, perdem a oportunidade de se elevarem a uma visão superior do mundo, do homem e da vida. Se cada frequentador do Centro Espírita quiser ajudá-lo na sua missão superior de preparar os homens para um mundo melhor, a dinâmica do centro intensificar-se-á para o bem de todos."
Para finalizar, sugerimos que o melhor meio de se corrigir ou melhorar as atividades dos nossos núcleos é nos atualizarmos, participando de encontros, simpósios, debates, painéis, reuniões de órgãos realizados pelo Movimento Espírita. É fundamental, também, introduzir em nossas sociedades, os estudos metódicos e regulares da Doutrina Espírita, nos servindo inclusive do material já existente nessa área, ou seja, "Atividades Doutrinárias" da União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo, "O Estudo Metodizado da Doutrina Espírita", o COEM (Centro de Orientação e Estudos da Mediunidade - Centro Espírita Luz Eterna - Curitiba) e outras propostas de estudos idôneos e comprovadamente espíritas.
'"ACRESCENTAMOS QUE O ESTUDO DA DOUTRINA ESPÍRITA SÓ PODE SER FEITO COM UTILIDADE POR HOMENS SÉRIOS, PERSEVERANTES, LIVRES DE PREVENÇÕES E ANIMADOS DE FIRME E SINCERA VONTADE DE CHEGAR A UM RESULTADO."
(Introdução do Livro dos Espíritos)
DiriJ.1enre Esoírita - Novembro/Dezembro de 1992 - 9
DOUTRINA
Pequenas deturpações e a tolerância cristã
Como existem práticas de mcdiunismo deformado e muitas delas bastante atraentes pela invocação aos sentidos, há sempre o risco de o iniciante, na doutrina, desviar-se do verdadeiro Espiritismo. A maioria dos quese aproximam dos gruposou Centros Espíritas vemem busca de um alívio imediato para seus sofrimentosou de uma explicação simplista, que não exija estudos ou meditação. Essaspessoas são presas fáceis dosritualismos fantasiados deprática espírita ou das explicações tolas que se intitulam orientadoras.
Nas verdadeiras Casas Espíritas, encontram carinho e orientação, mas as pessoas que as atendem sempre enfatizam a necessidade da colaboração do consulente, no sentido de sua reforma moral. Não sendo os resultados imediatos, como não poderiam ser, eles preferem os falsos médiuns e charlatães, que oferecem o Paraíso ao alcance dasmãos.
Dissemos, também, que no movimento espírita costuma haver uma certa condescendência, esta rotulada como tolerância cristã. Estão errados. Tolerância deve haver para as falhas das pessoas, que devem ser esclarecidas e apoiadas, ajudando-as a saírem do ciclo erro - sofrimento. Tolerância com as pessoas, sim, mas convivência com as deturpações, jamais. As deturpações são como os cupins;vão sorrateiramente
Ary Lex•
corroendo, destruindo. Quando se dá pela coisa, a madeira já está podre, desfazendo-se. As deturpações também agem assim. Num centro A, por exemplo alguns diretores propõem que se usem aventais brancos para os médim1s e amarelos para os esclarecedores. Que mal há nisso? Talvez seja até mais higiênico ... Todos aprovam. Daí a algum tempo, alguém propõe que a prece seja feita em pé, pois é uma posição mais respeitosa. Ótimo. aprovado. Tempos depois, alguns trazem a idéia de fazer uma solenidade para os jovens espíritas que se casarem, com flores, canção nupcial, preces em voz alta. Afinal, não estará de acordo com a alegria do ato? Será uma solenidade muito simples, para solicitar ao Alto o apoio aos jovens recém-casados. Boa idéia. Aprovamos, sim. E dessa fonna, o centro A passou a adotar o "casamento espírita". Logo mais, virão o batizado espírita, a solenidade das bodas de prata etc.
Os espíritos atrasados.são muito influenciados pelas emanações alcoólicas e por odores especiais, dizem. Vamos, então, preparar o ambiente do Centro trazendo defumações especiais, para afastar os obsessores. As casas de vários freqüentadores estão carregadas ele lluiclos maléficos. É preciso fazer uma limpeza nos seus lares. Um médium "forte" é incumbido ele ir à casa deles para benzer os quar-
10 - DiriJzente Esvirita - Novembro/Dezembro de 1992
tos e salas, recomendando que depois sejam acesas velas nos quatro cantos, enquanto os moradores farão certas orações.
Nos travesscií·os das crianças há coisas malfeitas, encomendadas por inimigos, e essas coisas estão trazendo doenças para as crianças. Então, chama-se um benzedor, que, após rezas e rituais, abre o travesseiro e de dentro tira o couro seco de um sapo ou um camundongo mumificado, responsável pelas desgraças que a família está sofrendo.
Poderíamos continuar a citação ele ridículas crendices como essas, que chegam ao cúmulo de serem apresentadas como espíritas. As superstições, práticas fetichistas e rituais mesclam-se com o folclore e são objeto de "modernos estudos sociológicos" e reportagens de revistas e televisões. Reportagens estas que, para efeito de venda, não apontam o erro, atraso, a infantilidade de crcndict.:s que deveriam estar sepultadas há séculos. Pelo contrário, as enaltecem e justificam, documenta·m com belas fotografias coloridas, como se fossem a autêntica expressão da arte cabocla.
Isto tudo bate às portas dos nossos Centros Espíritas por esse Brasil afora, dirigidos, às vezes, por pessoas de ilibado caráter, mas decon.hecedoras, por completo, da Doutrina Espírita e incapazes de discernir o certo cio errado.
É urgente e fundamental que todos aqueles que tiveram a ventura de enteder o Espiritismo lutem, dia-a-dia, pela manutenção da pureza doutrinária. Que não se omitam. Que não se escondam atrás dum comodismo preguiçoso, alegando que cadã qual tem o direito de adotar a prática que quiser, e que cada qual vive a religião de acordo com seu grau de evolução intelectual. Realmente, não temos o direito de apontar o dedoameaçador à face dos profitcntes de outras religiõese cultos. Eles têm o direitode ter a religião que quiserem e adotar os cultos quebem entenderem. O que nãose pode pcnnitir é que, emnome do Espiritismo, pratiquem-se atos totalmentecondenados pela Doutrina.
Lembrem-se todos de que o indivíduo, ao se tornarespírita, não só descobriuuma verdade nova, mas assumiu o compromisso, perante Deus e os homens,de lutar pela melhoria dahumanidade. Essa luta nãoconsiste apenas na freqüência aos trabalhos e cm fazer caridade. Abrange, também, a reforma moral. Entretanto, que refonna é essa em que a pessoa procura tornar-se boa e pura, masnão se importando se, cmseu redor, os espíritos humildes continuam abandonados, atrasados, dominados pelas normas erradas deproceder, adotando posturas religiosas fetichistas oumágicas, substituindo a medicina e a higiene por práticas absurdas, de um passado remoto?
Nós só evoluiremos espiritualmente na medida cm que também ajudarmos o nosso semelhante a progredir. A Codificação nos ensina que o progresso do espírito está intimamente ligado ao da coletividade, onde o homem está inserido.
*conforme "Pureza Doutrinária", edições Feesp.
AG0.1)A
Anália Franco lança cartões de
natal
O Lar Anália Franco acaba de lançar seus cartões de Natal para 1992. Eles são estampados com 1 O telas de artistas plásticos do Brasil e do exterior. O dinheiro arrecadado será utilizado na manutenção do trabalho assistencial da entidade.
O Lar Anália Franco é a mais antiga instituição de assistência à infância carente de Jundiaí e região. Fundado em 1912, atende 80 crianças entre 6 e 14 anos, em regime de externato. Lá elas recebem alimentação, reforço escolar, orientação moral e educacional, e assistência médico-odontológica, além de participarem de atividades de recreação.
Segundo Ivani Padovani, presidente da entidade. "a edição de cartões 1em sido a melhor alternativa para superar a crise já que a situação do país cria obstáculos cada vez maiores para a sobrevivência de instituições assistenciais".
Inicialmente os cartões foram enviados para empresas, que necessitam de entrega antecipada de ma-
terial. ?\Ias aquelas que ainda não receberam o catálogo deste ano e desejam adquirir os cartões, podem entrar em contato pelo telefone (O 11) 434-9577 ou pelo fax (0ll) 434-9391.
Em Jundiaí, os cartões podem ser adquiridos em vários pontos de venda, a partir do final do mês de novembro. Desde já estão à disposição na sede do Departamento de Cartões de Natal, na rua Siqueira de Moraes, 178, centro.
Centro comemora
45 anos
O Centro Espírita "Francisco Ribeiro", fundador da Instituiçao Assistencial "Nosso Lar" come-
'
mora no dia 22 de no-vembro seus 45 anos de existência. As atividades programadas para o evento sao: parte musical, com o Coral Instituição Assistencial Nosso Lar e Coral Infanto Juvenil Joana de Angelis; exposição doutrinária com o sr. José Silva Bueno; sorteio de livros. A comemoração vai acontecer na Rua das Hortências, 9+4, Vila Helena, em Santo André, a partir das 15 horas.
Feira do Livro no Amapá
Adoção - Aceitação e Integração na Família, Gravidez Pre-
Pelo terceiro ano coce, Indesejável e
consecutivo, o Movi- Aborto. O evento vai
mento Espírita do acontecer na rua To
Amapá estará reali- máz Ramos Jordão,
zando sua Feira do Li- · 259, Itaberaba. As
vro Espírita, no pe- inscrições vão do dia
ríodo de 08 a 14 de 10 de outubro a 14
novembro de 1992. de novembro. Maio
V Encontro da Família Espírita
No dia 29 de novembro, será realizado o V Encontro da Família Espírita, com o tema Família, Berço de Amor e Evolução: Constituição. Serão discutidos assuntos como Separaçõese Conscientizações,
res inf onnações pelos telefones 876-8927 e 875-9622.
MovimentoEspírita
ganha Museu do Livro
O Movimento Espírita do Estado de São Paulo poderá contar em breve com uma instituição vol-
Músicas infantis selecionadas em festival
No III FEMUIN, efetivado em Araras, no dia 18 de outubro, patrocinado pelos Departamentos de Artes e de Evangelização Infantil da USE e pelo IDE, concorreram 60 músicas. Foram selecionadas 12) "A prece, apresse ... " de Rosângela Giraldi Murad Leite de Barro (de Paulínia); 22) "Alegria de amar" de Antonio Carlos Boza e Angelo Poncio Jr (de Araras); 3º) "Fo1ma e Conteúdo" de Marcos Cesar Ferreira Conduta_ e Jaime Togores (de Santos); 42) "Conversando com Jesus" de Maria de Fátima Freira Carmona (de S.Paulo) e 5º) "Eu preciso de carinho" de Francisco de Assis Silva e Salvador Gentile (de Araras). As fitas e apostilas dos I e II FEMUIN encontram-se à venda na sede da USE.
Dirif!ente Esvírita - Novembro/Desembro de 1992 - 11
AGENDA
tada para a cultura e a preservação de seus livros, revistas e jornais. Cerca de 1800 obras e pouco mais de 600 títulos de periódicos espíritas nacionais e estrangeiros compõem uma das bibliotecas mais respeitá veis do Brasil,
gar crianças abandonadas. Somente três décadas depois é que se tornou uma instituição espírita, por inciativa de Paulo, atual presidente. A partir de 1984, em razão de uma série de dificuldades encontradas, o Lar deixou de inter-
abrangendo publica- nar novas crianças, ções dos anos de 1840 cuidando apenas daa 1940, como, por quelas que já estavam exemplo, "Le Livre internadas e, gradatides Médiuns" (Allan vamente, foi tomanKardec, 1863), "Ar- do um novo rumo, canes de la vie Futu- culminando na criare Dévoilés (L.A- ção do Museu do Liphonse Cahagnete, vro Espírita e no pro-1886), "Psicologia e cesso atual de transSpiritismo" (Enrico formação da entidaMorselli, 1908), "Des de para o Instituto de Espritis" (J.E.Mirvil- Cultura Espírita de le, 1854). São Paulo.
A frente desse ideal Paulo Toledo Ma-está Paulo Toledo chado, amante dos liMachado, advogado vros e detentor de com 68 anos de ida- uma biblioteca parti-de· que já foi editor cular similar à do Mudo jornal Unificação seu, conta que a idéia e atualmente é ptesi- de realizar um trabadente do Lar Família lho voltado à preserUniversal, onde o vação das obras e da Museu do Livro Es- cultura espírita nasceu pírita foi criado esta- quando a viúva do estutariamente, aguar- critor João Teixeira de dando a construção da Paula colocou a vensede própria, arquite- da sua biblioteca, dantada por Cid Pirondi, do preferência a ele com 300 m2 de área, · pelos laços de amiprevista pra ser inau- zade que os unem. A gurada até o final de entidade adquiriu os 1993. livros, direcionando-
O Lar de Família se defitivamente paUniversal foi funda- ra os objetivos de predo em 01/01/45 com servar a cultura espía finalidade de abri- rita.
12 - Diril!ente Esoírita - Novembro/Desembro de 1992
Use propõe estudos sobre
Família
Por proposta da USE, o Conselho Federativo Nacional da Federação Espírita Brasileira realizará estudo sobre o tema família, em sua reunião programada para 6 a 8 de novembro, em Brasília. A sugestão é que se realize uma campanha sobre o tema durante o "ano internacional da família", programado pela ONU para 1994. Durante a reunião da FEB será lançado o opúsculo "Família e Espiritismo", de Edições USE.
CDE empossará Conselho de
Administração
No dia 13 de de-. zembro o Conselho Deliberativo Estadual, implementando o Estatuto recém-aprovado, empossará o novo Conselho de Administração. Este será f armado pelas USE-Regionais ( antes designadas CRE's). Com a instalação do novo Conselho, o CD E passará a ter atribuições mais doutrinárias e delineadoras.
Evangelizadores do estado em Araçatuba
De 5 a 7 de setembro, cerca de 190 evangelizadores, provenientes de 39 cidades do Estado participaram do "Encontro Estadual de Evangelizadores da Infância', em Araçatuba. O tema central foi "Criatividade', mas três outros cursos foram oferecidos aos participantes, simultaneamente, para se atender a iniciantes, a monitores e àqueles que lidam com o maternal. Neste evento, promovido pelo Departamento de Evangelização Infantil da USE, foram definidas as ações para 1993. O próximo Encontro Estadual acontecerá em Barretos, de 4 a 5 de setembro, tendo como tema "Aspectos Doutrinários". Reuniões Prévias serão realizadas apenas nas cidades que sentirem necessidade.
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ACONTECE
Mês Espírita de Limeira
A USE lntennuncipal de Limeira realizou, do dia 03 de outubro a 01 de novembro, um evento composto de palestras, mesa redonda, pintura mediúnica e parte artística. Contou com a participação de Richard Simonetti, dr. Altivo Ferreira, Wilson Garcia, Walkíria Kaminsk, Antonio Cesar Perri de Carvalho e Fernando Alves Junior.
Feira do Livro em Santo André
No dia 24 e 25 de outubro, foi realizada a XVII FELESA, a Feira do Livro Espírita de Santo André.
1 Encontro Estadual Espírita do Rio Grande do Sul
A Federação Espírita do Rio Grande do Sul realizou, nos dias 24 e 25 de outubro, um encontro estadual espírita, que abordou, como tema central,a questão do Centro Espírita.
Serviço de Informação Espírita
O Serviço de Infor-. mação Espírita conta com uma Biblioteca e com o Arquivo de Documentação, onde estão classificados milhares de recortes e do-
cumentos sobre o Movimento Espírita, além de informações detalhadas sobre eventos e biografias. O acervo está aberto para visitas das 9 às 16 horas, de segunda a sexta-feira, na rua dos Inválidos, 34 - 92 Andar, -Rio de Janeiro. O telefone é (021) 252-2170, ramal 8.
Assembléiaelege os
novos diretores da AJE
1 van Renê Franzolin assume presidência da AJE-SP com proposta de intesificação das atividades e ampliação do relacionamento.
"A nossa associação não vai entrar em nova fase, mas continuar a caminhada iniciada três anos atrás, quando assumimos o desafio de implantar as suas bases e trabalhar pela imprensa espírita no Estado de São Paulo. Conquistamos o nosso espaço. Agora é preciso prosseguir, buscando sempre novas motivações, idéias e ações, além da expansão do :,osso relacionamento com as diversas entidades de expressão dentro e fora do movimento espírita". Com estas palavras, o jornalista Wilson Garcia passou o cargo, na noite do dia seis de outubro de 1992, ao novo presi-
dente da Associação para que ela pudesse dos Jornalistas Espíri- expressar a maioria datas do Estado de São queles que atuam na Paulo (AJE-SP), Ivan imprensa espírita de Renê Franzolin, eleito São Paulo. pela Assembléia Geral Ela ficou então consExtraordinária que en- tituída por: Ivan Renê tão se realizou, junta- · Franzolin, presidente; mente com todo o qua- Eder Fávaro, primeiro dro da nova diretoria. vice-presidente; Luis
Durante a reunião, o Antonio Fuchs, segunentão Secretário Fran- do vice-presidente; zolin apresentou o re- João Nonato Galiza latório dos três anos de Freire, primeiro tesouadministração da dire- reiro; Geraldo Pires de toria que encerrava o Oliveira, segundo teseu mandato, no qual soureiro; Carlos Roberestavam registrados os to Rocha Morato, priprincipais atos e ativi- �eiro s�cre�ári?; Dedades desenvolvidas, mse Assis Ribeiro, secomo cursos, encon- gundo secretário. Contros, painéis e pártici- selho Fiscal: Jorge Rizpação em diversos zini, Amílcar Dei Chiaeventos ao longo do pe- ro Filho e Altamiranríodo. Aprovado por do Dantas de Assis unanimidade, a assem- Carneiro. Hamilton Sa-
. bléia passou a discutir raiva, assessoria de arentão a composição da tes; Wilson Garcia, asnova diretoria e os es- sessoria de imprensa; forços desenvolvidos Otávio Caúmo Serra-
Círculo do Livro edita o Livro dos Espíritos
O Livro dos Espíritos acaba de ser publicado por uma editora não espírita, o Círculo do Livro. A edição traduzida por Julio Abreu Filho é de luxo, com capa dura e dourado na borda superior das páginas. Ao mesmo tempo que desperta uma satisfação inicial por parte dos espíritas, já que demonstra um interesse crescente do grande público, o fato também levanta uma preocupação com a integridade da obra. Numa verificação inicial, constamos a falta do enunciado da pergunta 874 e o último parágrafo do comentário à pergunta 933. Aguardamos a editora lançar nova edição revisando todo1 o livro e corrigindo estas omissões.
DiriJ?ente Esvírita - Novembro/Dezembro de 1992 - 13
ACONTECE
no, assessoria de cursos; Ulisses de Souza Carvalho, assessoria para assuntos do interior.
A nova diretoria tomou posse imediatamente e, após concluída a assembléia, realizou sua primeira reunião de trabalho, onde foram iniciadas as discussões sobre a firmação de um plano de trabalho para os próximos três anos.
Seminário do Rádio
Espírita em Goiás
A Federação Espírita do Estado de Goiás promoveu, em Goiânia, um seminário sobre o rádio espírita, com o intuito de desenvolver da doutrina espírita atrvés deste meio de comunicação.
O seminário foi aberto com a exposição do tema "A Divulgação da Doutrina Espírita atrabés do Rádio", feita por Éder Fávaro, vice-presidente da USE e da AJE, Associação dos Jornalistas Espíritas do Estado de São Paulo.
Durante o seminário houve um painel de amostragem de "Experiências de coordenadores dos programas de Anápolis, Goiania, Catalão, Itumbiara, Quirinópolis, Jussara, Ceres, Iporã, Cristalina e Goiatuba. Fábio Roriz, da Rádio Anhanguera, e Luis Segninate, Fee-
go, realizaram uma plestra debate sobre o tema "Espaços ociosos: como ocupá-los".
Dando prosseguimento ao pr9grama do Seminário, Eder Fávaro desenvolveu em termos práticos, com todos os participantes, uma simulação de produção e apresentação de programas, dentro do tema "Como fazer um programa Espírita de Rádio", com apostilas e fitas cassetes produzidas pelo setor de Programação Espírita da Rádio Boa Nova de Guarulhos.
O sminário encerrou-se com uma mesa redonda, onde se discutiu a questão do rádio e da Unificação.
1 Encontro Estadual Espírita
do Rio Grande do Sul
Os espíritas do Rio Grande do sul tiveram, nos dias 24 e 25 de outubro, oportunidade de participar do I Encontro Estadual Espírita no Rio Grande do Sul, promovido pela Federação Espírita do estado. O Encontro teve como tema central "O Centro Espírita". Foram discutidas questões como a função educativa do centro, sua administração, a orgamzaçao de suas atividades, atividades medúnicas, fluidorapia, evangelização, assitên-
14. Diriftente Esoírita • Novembro/Dezembro de 1992
eia social espírtia e . . ..... . , . consc1enc1a espmta.
Seminário sobre Estrutura Interna
dos Centros Espíritas
A discussão sobre o centro espírita e sua estrutura foi um dos objetivos do 1 Q Semináno Regional sobre Centro Espírita realizado no mês de setembro, em Santos. Participaram do evento Éder Fá varo, coordenando, o módulo "A estrutura interna, funcionamento e finalidades do centro espírita; Ivan Franzolin, falando a respeito do "Centro espírita e sua relação com o público, atendimento fraterno, integração e participação"; e, Atílio Campanini, tratando do tema "o centro
espírita e o movimento espírita".
2º Encontro Nacional
Espírita de Saúde Mental
. Espíritas ligados a tarefas na área de saúde mental particaram, nos dias 30/31 de outubro e 1/2 de novembro, em Curitiba, do 2Q Encontro Nacional Espírita do Paraná, Saúde Mental. Realizado pela Federação Espírita do Paraná, o evento . teve por objetivo reunir profissionais e instituições espíritas da área de saúde mental, aprofundando o entendimento das doenças mentais à luz do Espiritismo e discutindo como deveriam funcionar as instituições de tratamento que se deizem seguidoras da doutrina.
Música Espírita para entender e ensinar
O Centro Espírita de Jesus está utilizando músicas com ritmos alegres e atuais como apoio ao ensino do Espiritismo para crianças e adolescnete. Ao todo são 14 melodias, com letras que abordam temas como histórico do Espiritismo, a influência do bem, estudo e ação, reencarnação, prece, mediunidade e dados biográficos de Chico Xavier.
· Uma apostila acompanha a fita cassete,remtendo o leitor às fotnes consultadas para a elaboração das letras, que são de autoria de Marcos C.F. Canduta e Jaime Tagores. Para maiores informações é só ligar para (0132) 35-1554 e 35-5544, ramal 395, ou então escrever para Rua Amazonas, 86, apto 14, CEP 11075-420, Santos, SP.
....
r1--' LIVROS ,, ......
Quem tem medo de si mesmo?
Em nossas palestras nas casas espíritas ainda não visitadas, costumamos apresentar invariavelmente um tema - a convivência diária com os espíritos, e com bastante ênfase procuramos demonstrar que a diferença entre um ser encarnado e o desencamado é apenas uma: o corpo físico. No mais, tudo é igual, pois todos nós, encarnados e desencar-11:-idos, somos espíritos. Disso decorrem centenas de considerações, entre :-is quais esta: toda vez que alguém demonstra ter medo dos espírit<?s entra em contradição. E como se tivesse medo de si mesmo.
Agora, me vem às mãos o livro de Richard Simonetti, de Bauru, aquele mesmo do ovo de Colombo espírita, ou seja, os Clubes ele Livros. Ricl1:1rd tem se esmerado cm escrever para um público amplo, a quem entr<-'ga páginas simples, ck fácil assimilação. Este seu novo livro - Quem km nhxlo dos Espíritos? - segue a linha e tem entre tantas uma granel<..' \'antagem: procura explicar os conhecimentos do Li\To cios Espíritos, de 1--:arckc, especialmente sobre os Espíritos, e11-tr;111do pelo ll'rreno exato de que todos somos espíritos.
Como o Rich:-ird conscg11ç SL'r pop11br - esse 111�rito ninguém lhe po-
Richard Simonetti
QUEM TE�I MEDO
DOS ESPIRITOS? -
ele negar, pois seus livros vendem centenas de milhares - o novo livro ajuda a popularizar a doutrina, com a certeza de esclarecê-la sem certas deturpações provenientes de exageros e interesses outros. Os temas por ele abordados são todos muito importantes e vêm na esteira da necessidade de estabelecer entre nós a educação do espírito para encamaclos, única forma de mudar a · cultura defasada que todos apresentamos. Afinal ele contas, por falta de educação a maioria de nós (bons espíritas, inclusive) tem medo cios espíritos, ingenuidade ess:1 que só acabará quando a educação nos mostrar que espíritos somos todos. Coisa de raiz.
W.G.
Os interessados no
livro do Richard poderão solicitá-lo à Livraria da USE.
USE EDITORA Di�pomos de títulos de diversas editoras para atendimento de Centros Espíritas, Livrarias e B11rttas do Uvro. Condições especiais para Feira\ do Livro, sob consulta.
u�·ros e Opúsculos de nossa edição:
Ciência Espírita - J. Herculano Pires O Espirilismo e os problemas humanos - lkolindo Amorim/Hermínio C. MirandaO Centro E.�pírita e suas Histórias - Wilson GarciaO Centro Espírita - Wilson GarciaOrganização Administrdtiva e Jurídica (opúsculo)Subsídios para Atividades Doutrinárias (opúsculo)Aula.� para o Jardim (opúsculo)Scn-iço Assistencial Espírita (opúsculo)S.A.E. - Grupo �tirim e Grupo de Jovcn,S.A.E. - Grupo de GestantesS.A.E, - Grupos de Mães e Grupos de PaisEvangelização Infantil (opúsculo)Atividades Doutrinárias (opúsculo)Enc. Estadual de Evangelização lníanlil - 1987 (opúsculo)Música - Evangelizaçiio Infantil (opúsculo)Manual do Expositor Espírita (opúsculo)t'amilia e Espiritismo
Outros
Reuniõc, de htudo da :\lcdiunidade (edição IELAR) Programa lnfanto-Juvenil �;�pirita (edição IELAR) O l.h·ro dos fapirito, e sua Tradi\·ào Hi,túrica e Lendária - Canuto de Abreu (Edição L.t'.U.) Apo,tilas Evan�i:lização lníantil - t'.E.U. Calendário Espírita (folhinha) - Jl edição Currículo para Escolas de Evangelização Espírita lnfanto Juwnil (edição Ft:B - opúsculo)
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NOTÍCIAS
USE lança " Família e Espiritismo"
Vem a lume em novembro mais um opúsculo de Edição USE: "Família e Espiritismo", elaborado pelo Departamento de Educação.
Em cerca de 120 páginas, um material inédito é colocado a disposição dos Centros, órgãos de unificação e para o leitor em geral. Isto porque além de subsídios para campanhas, cursos e seminários sobre o tema, os textos relacionados com o curso sobre família contemplam abordagens muito oportunas e atuais. Entre estas, destacam-se: O amor-fonte de vida, casamento, separação,planejamento familiar, relacionamento familiar, adolescência e seus problemas, vários capítulos sobre educação, problemas de sexo, toxicomanias e AIDS. As referências bibliográficas dos tópicos para o cursos e dos textos enriquecem as possibilidades de estudo.
Esse opúsculo se originou a partir da "Campanha Integração da Família", tendo por lema - 11 A melhor escola ain-da é o lar", levada a efeito pela USE em 1980. Há dois anos atrás, a Diretoria Executiva da USE entendeu que o assunto família extrapolava De-
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4•SERIE
EOUCAÇAO
FAMÍLIA E
ESPIRITISMO
EDIÇÕES USE
partamentos, tendo incumbido o Departamento de Educação para atuar nesta área. Este, tomou por base uma experiência de curso sobre família efetivada no Centro Espírita Luz e Fraternidade, em Araçatuba, rediscutiu e elaborou um novo programa, o qual foi testado na sede da USE e serviu de base para o desenvolvimento de Seminários sobre Família.
Vários colaboradores da USE escreveram os textos. Alerta-se que o material deve ser entendido como subsídio para estudos, reflexões e debates, adequando-o à disponibilidade de cada Centro Espírita. A proposta básica deste lançamento editorial da USE é que os Centros espíritas propiciem condições para que os temas sobre família emerjam no atendimento fraterno, palestras e cursos, sendo o fio condutor de várias ações.
16 - Dirigente Esoirita - Novembro/Dezembro de 1992
Encontro reúne professores espíritas
Sob a coordenação do Departamento de Educação da U.S.E., realizouse nos dias 10 a 12 de outubro p.p., o Encontro Estadual de Educadores Espíritas, nas dependências do Instituto Espírita de Educação, na cidade de São Paulo.
O Encontro contou com a participação de 84 professores, no efetivo exercício da profissão, representando 21 cidades do Estado de São Paulo e Estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul.
O programa desenvolvido contou com a orientação da Professora Adalgiza Campos Balieiro, da cidade de Ribeirão Preto, a participação do artista plástico Dino Bemardi Junior e equipe de 11).0nitores ligados à U.S.E ..
O Encontro teve como tema central: Educação Espírita, Educação Integral, com reflexões sobre a prática pedagógica espírita.
Os participantes foram divididos em grupos e num primeiro momento houve um levantamento de dados, através de um questionáro e relato de experiências. Isto permitiu traçar-se o perfil do educador espírita participante do Encontro, com tabulação e apresentação dos dados ao final.
Os temas abordados foram:
O 1 - Fundamentos filosóficos da Educação Espírita - Matéria, Perispírito e Espírito, sua inter-
Célia Carvalho, Dino Bernardi e
Adalgiza Balieiro.
ligação e importância na educação.
02 - Manifestação de alma e suas implicações metodológicas - vontade, sentimento e pensamento.
03 - Imagem - elemento mediator entre a ação e pensamento - uma vivência artística.
A importância e o ineditismo deste Encontro residiu no fato do educador espírita entrar em contato com uma prática pedagógica que permitiu ver o aluno com uma bagagem espiritual que não pode ser esquecida e que deve fazer parte do processo educacional.
Como opinião dos participantes:
... o Encontro foi o início de reflexões, detonador de novas idéias, o "conscientizar-se" para melhor ensinar ... não levo "papeladas", mas palavras esclarecedoras e incentivadoras e uma grande luz que estará iluminando meu túnel... foi a oportunidade nos reavaliarmos, repensarmos a nossa postura enquanto educadores... .
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