prefeitura municipal de piraquara … · 1 - scaneado do ... algo sobre os homens primitivos, que...

Post on 12-Oct-2018

216 Views

Category:

Documents

0 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

1

PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR OTP – COORDENAÇÕES

PEDAGÓGICAS

ARTES

MARISE LECHETA VENSK

DATA: 12/03/14

OBJETIVOS GERAIS:

Compreender a Arte como linguagem que possibilita a representação darealidade humano-social, por meio da manifestação visual, sonora, cênica e domovimento, apreciadas na produção artístico-cultural do ser humano. Estudar e compreender a concepção, a metodologia de ensino e conteúdos daárea do conhecimento de Arte.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

Esclarecer e apresentar a Organização do Trabalho Pedagógico de Arte, bemcomo orientações a respeito da metodologia da área, quadro dos conteúdos,ptd’s, registros, etc.Apreciar obras, representações artísticas, elencar possíveis conteúdos eorganização de planos de trabalho.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PIRAQUARA

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

ENSINO FUNDAMENTAL REGULAR OTP – COORDENAÇÕES PEDAGÓGICAS

ARTES - DATA: 12/03/14

2

CONTEÚDOS/ PAUTA: Organização do Trabalho Pedagógico na área do

conhecimento de Artes.

Apresentação

Orientações a respeito dos trabalhos efetivados em 2013.

Oficina de Música

Oficina de Dança

Oficina Integrada de Dança Circular

Seminário Municipal de Linguagens Artísticas Corporais

Discussão sobre a participação dos professores na formação e no Seminário

de Linguagens.

- É importante que o coordenador pedagógico pergunte a respeito da

formação, sobre o conteúdo trabalhado, observando se o professor está

encaminhando planos a partir do trabalho de formação continuada.

Apresentação do calendário de formação de Artes 2014. (Datas previstas –

confirmação mensal - mostrar arquivo cronograma)

3

CRONOGRAMA DE FORMAÇÃO 2014DATAS PREVISTAS PARA FORMAÇÃO

FUNDAMENTAL/INFANTIL

ARTE / ED. FÍSICA/ LETRAMENTO LITERÁRIO

JULHO

16/07/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

23/07/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

INFANTIL

M/T

AGOSTO

13/08/14 ARTE PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

20/08/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

INFANTIL

M/T

27/08/14 ED. FÍSICA PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

SETEMBRO

09/09/14 ED. FÍSICA COORD. PED.

FUNDAMENTAL

M

ARTE COORD. PED.

FUNDAMENTAL

T

10/09/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

17/09/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

INFANTIL

M/T

24/09/14 ED. FÍSICA PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

OUTUBRO

08/10/14 ARTE PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

22/10/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

INFANTIL

M/T

23/10/14 ARTE COORD. PED.

FUNDAMENTAL

M/T

NOVEMBRO

05/11/14

Somente

professores

envolvidos no

Seminário e na

Mostra.

ARTE FUNDAMENTAL

INFANTIL

M/T

ED. FÍSICA FUNDAMENTAL

INFANTIL

M/T

LETRAMENTO

LITERÁRIO

FUNDAMENTAL

INFANTIL

M/T

19/11/14

20/11/14

2º SEMINÁRIO DE LINGUAGENS

ARTÍSTICAS E CORPORAIS

M/T

21/11/14 MOSTRA DE SABERES – LETRAMENTO

LITERÁRIO

M/T

DEZEMBRO

10/12/14 ARTES/ED. FÍSICA

ENCERRAMENTO

INFANTIL

FUNDAMENTAL

M/T

DATA FORMAÇÃO MODALIDADE TURNO

MARÇO

12/03/14 ARTE COORD. PED.

FUNDAMENTAL

MANHÃ

ED. FÍSICA COORD. PED.

INFANTIL

MANHÃ

19/03/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

COORD. PED.

FUNDAMENTAL

MANHÃ

LETRAMENTO

LITERÁRIO

COORD. PED.

INFANTIL

TARDE

26/03/14 ARTE COORD. PED.

INFANTIL

MANHÃ

ED. FÍSICA COORD. PED.

FUNDAMENTAL

TARDE

LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

ABRIL

02/04/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

INFANTIL

M/T

09/04/14 GRUPO DE ESTUDO

CULTURA AFRICANA

E AFRO-BRASILEIRA

ARTE, ED. FÍSICA E

HISTÓRIA

PROFESSORES E

COORDENADORES-

FUNDAMENTAL

M/T

16/04/14 ROTINAS

ARTE, ED. FÍSICA E

CLL

PROFESSORES ED.

INFANTIL

M/T

23/04/14 ARTES

MAGISTÉRIO

COL. E. GILBERTO

ALVES NASCIMENTO

TARDE

30/04/14 ESPAÇOS

ARTE, ED. FÍSICA E

CLL

PROFESSORES ED.

INFANTIL

M/T

MAIO

14/05/14 ARTE PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

LETRAMENTO

LITERÁRIO

PROFESSORES

INFANTIL

M/T

ED. FÍSICA

MAGISTÉRIO

COL. E. GILBERTO

ALVES NASCIMENTO

TARDE

28/05/14 ED. FÍSICA PROFESSORES

FUNDAMENTAL

M/T

30/05/14 LETRAMENTO

LITERÁRIO

MAGISTÉRIO

COL. E. GILBERTO

ALVES NASCIMENTO

TARDE

JUNHO

11/06/14 OFICINA INTEGRADA

BRINQUEDOS E

BRINCADEIRAS ARTE,

ED. FÍSICA E

HISTÓRIA

PROFESSORES E

COORDENADORES -

INFANTIL

M/T

4

Acompanhamento sistemático do trabalho do professor.

Comentar sobre a Ficha de Acompanhamento Pedagógico.

FICHA DE ACOMPANHAMENTO PEDAGÓGICOARTE/ 2014ESCOLA/CMEI: ________________________________________________

PROFESSOR(A): _______________________________________________

DATA da visita de orientação: ______/_______/_______DESCRIÇÃO DO CONTEÚDO/AULA DA SEMANA: (data de início da aula, nº de aulas previstas para este conteúdo, breve relato de como está encaminhando e finalização)_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DA ESCOLA/CMEI:COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA DO SETOR:

5

PTD – Organização pessoal do professor – caderno, pastas com

planos digitados, portfólio do professor: arquivos de imagens, fotos,

produções dos alunos, etc.

Elaboração de PTD’s com autonomia e /ou com auxílio, a partir de

outros planos, a partir do material da oficina, a partir de estudos, com

a mediação do coordenador;

Priorizar e elaborar planos para cada ano;

Preenchimento de livro de chamada: manter a pontualidade dos

registros, cuidar com rasuras, fidedigno ao plano de trabalho,

descrever a linguagem trabalhada e conteúdo diário. (VER

EXEMPLOS);

- Participação em momentos culturais, exposições, etc.

- Promoção de aula de campo.

- Formação de Maio será na Linguagem do Teatro.

6

PREENCHIMENTO DO LIVRO DE CHAMADA

ARTES VISUAIS

Obras de Ivan Cruz – Rolando Pião (2003) /

Peteca/ Bolinha de Sabão(2011 ) / Soltando

Pipa IV (2005)

- Gênero - Brincadeiras de Criança;

-Técnica: pintura;

- Elementos formais: figuração , a forma, a cor,

- Princípios de composição: figura/fundo;

REGISTRO NO PTD REGISTRO NO LIVROMÚSICA

As Mocinhas da Cidade - Nhô Berlamino

Gênero: Música Étnica - Música de Raiz –

Caipira: feita pelo povo.

Técnica: Execução Mista – Vocal (duas vozes)

e Instrumental: acordeom

Elementos Formais:

Timbre- técnica vocal, expressividade,

Densidade: harmonia, música a duas vozes

(feminina e masculina)

Princípios de Composição:

Música Mista: tocada e cantada

7

Obs. Utilizar e preencher integralmente as linhas, não deixando espaços vagos e não pulando linhas. Evitando-se rasuras e alterações posteriores.

DANÇA

Técnica: improvisação e coreografia;

Gênero: danças folclóricas e danças étnicas;

Elementos formais: corpo, espaço , tempo e

andamento;

Princípios da composição: ponto de apoio - pés e

mãos, rotação – movimentos de braços/corpo;

formação – roda;

TEATRO

Técnica – Teatro falado – com uso da voz.

Elementos formais – personagem: expressão

vocal e expressão gestual, figurino –

caracterização de personagem; ação: movimento

– improvisação; espaço cênico – destinação

ambiental: sala de aula e auditório.

Princípios de composição - teatro indireto de

formas animadas: fantoches e máscaras.

REGISTRO NO PTD REGISTRO NO LIVRO

8

Obs. Utilizar e preencher integralmente as linhas, não deixando espaços vagos e não pulando linhas. Evitando-se rasuras e alterações posteriores.

CADERNO DO ALUNO: identificação, registros das aulas,

produções dos alunos.

Obs.: não há necessidade de se fazer margem – delimitação na

folha;

Na frente da folha – representação do aluno, data no canto inferior

direito.

No verso ou em outra folha – descrição da proposta: escrita/ colada

(o texto digitado). Rubrica do professor.

É importante que não tenha texto junto com a produção, a não ser

que seja intenção do aluno escrever algo, mas, informações a

respeito da proposta devem ser registradas em outra página.

O professor deve ensinar o aluno a organizar seu caderno, bem

como incentivá-lo a zelar pelo mesmo e principalmente pelas suas

produções;

Pode-se utilizar papel sulfite A4, A3 ou outros suportes para as

produções.

Promoção de exposições e apresentações no espaço escolar.

9

PRODUÇÃO DO ALUNO

Caderno, papel sulfite e

outros suportes.

10

1 - scaneado do caderno do aluno. 2- recortado sinais, traços, que não fazem parte da composição. Mantido texto intencional do aluno.

3- recortado texto e mantida somente a representação pictórica.

11

Com margem. A criança ultrapassa os limites no desejo de representar.12

Registro do nome pelo professor ou aluno.

13

14

Alteração de suporte – plano de fundo;Nome colocado pelo professor no canto inferior direito. 15

Observe a próxima imagem e retire elementos visuais

que possam ser recortados.

PROPOSTA: retrato do colega

16

17

18

19

• Email coletivo: ACESSO AOS MATERIAIS DAS OFICINAS

professoresartespiraquara@yahoo.com.brSenha: artes2010

• Email coordenação: ENVIAR PTD’Smariseartes@yahoo.com.br

20

LINGUAGENS ARTÍSTICAS

ARTES VISUAIS

MÚSICA

DANÇA

TEATRO

As Artes Visuais, a Dança, aMúsica, o Teatro, também aLiteratura e outros campos deconhecimento articulam-se, noentanto, as ligações não podemcomprometer a identidade ou aespecificidade de cadalinguagem.

21

É preciso pensar a arte a partir do contextoem que está inserida. Isto significa indagar o que eladiz “a respeito das culturas em que foramproduzidas.” WOODFORD,(1983, p.09.)

WOODFORD(1983, p.09), trazendo a seguir como exemplo, a imagem da pinturarupestre, esclarece: a figura do bisão nas paredes das cavernas “pode nos dizeralgo sobre os homens primitivos, que se deslocavam de um lugar para outro,abrigando-se em cavernas, que caçavam animais ferozes, mas não construíamcasas permanentes nem plantavam coisa alguma” .

WOODFORD, Suzan. A Arte de ver a arte. São Paulo: Círculo do Livro S.A, 1983, p.09.

O QUE É ARTE?

Pintura de um bizão na caverna pré-histórica de Altamira, Espanha. 15000-10000 a.C.In: portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula...

22

23

24

Conversa Dirigida comparando as imagens:Observem atentamente as representações.

Não esquecer das indagações: o que é, quem fez, quando, onde, como e por-que?

O que está representado? Tem animais, pessoas?Reparem no porte dos animais. Que animais são? Possuem chifres? São animais fracos ou fortes? Tem outros animais nas cenas?É uma paisagem?É uma pintura?É um desenho?Você sabe quem fez?Você identifica a época e local?Qual material é utilizado na representação? Se é uma pintura, foi usado o mesmo material? Por-quê?Quais cores predominam nas representações?

LEMBRETEO QUE É? Técnica e Gênero artístico

QUEM FEZ? Artista, uma pessoa ou um grupo.QUANDO? ONDE? Época, local, tempo histórico.

COMO? Elementos formais e princípios para compor- conteúdos técnicos.POR-QUE? Sentido, significado na vida das pessoas. 25

O que é?Esta questão se refere as diferentes técnicas artísticas: uma pintura, uma canção, uma comédia, um ballet,

ou aos gêneros ou ainda para designar um ramo ou uma categoria particular de forma artística.

Quem fez? Quando? Onde?Este aspecto diz respeito a um período ou a um momento da história que reflete algumas características

em comum. Por exemplo: Arte da Pré-história, da Idade Média, Arte Moderna, Arte Contemporânea, etc. Podemos

também, nos referir a alguns movimentos: Barroco, Impressionista, Expressionista... Os períodos estão inseridos num

determinado contexto, assim podemos analisá-los tomando como referência o lugar: Música da Mongólia, Arte Africana.

Como?Esta questão se refere ao modo de expressão de um determinado artista ou de um grupo em qualquer

forma de Arte, isto é, ao estilo. A compreensão do estilo inclui o conhecimento: da técnica de composição, do material

utilizado e do modo como os artistas organizam os elementos formais na composição, tendo em vista a função da arte.

Nas Artes Visuais, organizamos uma composição a partir da forma ou superfície, linha, cor e luz, e

volume.

Na Música, nos utilizamos dos seguintes elementos: timbre, intensidade, densidade, duração e altura.

No Teatro, a representação é estruturada a partir da ação, do personagem e do espaço cênico.

Na dança, o movimento expressivo é trabalhado tendo como base o corpo, o tempo e o espaço.

Por que?Este ponto está relacionado com a função deste objeto; isto é, com o sentido da arte na vida das pessoas.

De fato quanto mais amplo for o domínio dos conteúdos da arte por parte do aluno maior será a sua capacidade de

dialogar com as obras, compartilhar da visão dos artistas.

26

Nísio, Arthur. Boiada. s.d. Óleo sobre tela. 83 x 110 cm. Coleção Federação das Indústrias do Paraná.

Arthur Nísio, artista plástico nascido em Curitiba em 1906, foi notabilizado como umdos únicos pintores animalistas do Brasil. As paisagens de Nísio, na grande maioria, retratam seutema favorito, os animais, numa linguagem naturalista.

A obra “Boiada” retrata o cenário do município de Araucária. Destaca-se aexpressividade do movimento dos animais e integra neste conjunto a figura humana. Todos oselementos integrados na composição revelam um equilíbrio e uma unidade com que o artistatrabalhou sem prejudicar os detalhes, dos quais foi um observador inigualável .

No Naturalismo a característica marcante é a representação de objetos realistas numacena natural. O pintor atém-se às cores do local, ao sol, ao dia, à noite, muitas vezes retratando orural.

Portanto, tanto na Pintura Rupestre, do Período Paleolítico, onde o artista pintava umanimal, por exemplo, do modo como o via de uma determinada perspectiva, reproduzindo anatureza tal qual captava, quanto na obra de Arthur Nísio, artista contemporâneo(século XX) ascaracterísticas do Naturalismo permanecem, pois ambos representam naturalmente os animaisnuma paisagem que tem relação com o cotidiano, mas o que difere um artista do outro é o tempohistórico de cada um, a relação com o meio e o estudo acadêmico.

https://login.yahoo.com/config/login_verify2?.intl=br&.src=ym

27

Para Kandinsky: “Toda obra de arte é filhado seu tempo” e, de acordo com os argumentosdeste artista: “Cada época de uma civilização criauma arte que lhe é própria”.

KANDINSKY, W. Do espiritual na Arte. Trad. Álvaro

Cabral e Antonio de Pádua Danesi. São Paulo: Martins

Fontes, 1990. p.27.

Wassily Kandinsky. Pequenas alegrias (Small pleasures) 1913. Óleo sobre

tela, 109.8 cm x 119.7 cm. Museu Guggenheim, New York, Estados Unidos.

28

Já que não é fácil defini-la, podemos aomenos dar alguns parâmetros para caracterizá-la: a arte é uma forma de expressão; comporta várias linguagens diferentes que têmsuas especificidades, mas que dialogam entre si;a arte é essencialmente humana.

Claudio Vinicius executando a obra Cataratas do Iguaçu-100x160Fotografia: Cataratas do Iguaçu 29

Claudio Vinicius. Cataratas do Iguaçu . 2011. Óleo sobre tela. 100x160

POETA DAS CORES - Pintura

30

Lange de Morretes, Frederico. Cataratas do Iguaçu. 1920. Óleo sobre tela. 143x224 cm. Coleção Clube Curitibano.

31

Em 1982, às vésperas dos 80 anos, o poeta Carlos Drummond de Andrade expressou

sua inconformidade com a destruição do Salto de Sete Quedas, um patrimônio natural do Brasil e da

humanidade.

Na edição de 9 de setembro, quando afinal se anunciava o fechamento das comportas

para a criação do lago da hidrelétrica de Itaipu, Drummond publicou este poema no Jornal do Brasil.

Em letras grandes, os versos ocuparam uma página inteira, a capa do Caderno B:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Salto_de_Sete_Quedas

Andersen, Alfredo. Sete Quedas. 1904. Óleo sobre tela. 41x322 cm. Coleção Orlando Villela Bittencourt

32

Sete quedas por mim passaram, e todas sete se esvaíram. Cessa o estrondo das cachoeiras, e com ele a memória dos índios, pulverizada, já não desperta o mínimo arrepio.Aos mortos espanhóis, aos mortos bandeirantes, aos apagados fogos de Ciudad Real de Guaira vão juntar-se os sete fantasmas das águas assassinadas por mão do homem, dono do planeta. Aqui outrora retumbaram vozes da natureza imaginosa, fértil em teatrais encenações de sonhos aos homens ofertadas sem contrato.Uma beleza-em-si, fantástico desenho corporizado em cachões e bulcões de aéreo contorno mostrava-se, despia-se, doava-se em livre coito à humana vista extasiada. Toda a arquitetura, toda a engenharia de remotos egípcios e assírios em vão ousaria criar tal monumento.E desfaz-se por ingrata intervenção de tecnocratas. Aqui sete visões, sete esculturas de líquido perfil dissolvem-se entre cálculos computadorizados de um país que vai deixando de ser humano para tornar-se empresa gélida, mais nada.Faz-se do movimento uma represa, da agitação faz-se um silêncio empresarial, de hidrelétrico projeto. Vamos oferecer todo o conforto que luz e força tarifadas geram à custa de outro bem que não tem preço nem resgate, empobrecendo a vida na feroz ilusão de enriquecê-la.Sete boiadas de água, sete touros brancos, de bilhões de touros brancos integrados, afundam-se em lagoa, e no vazio que forma alguma ocupará, que resta senão da natureza a dor sem gesto, a calada censura e a maldição que o tempo irá trazendo?Vinde povos estranhos, vinde irmãos brasileiros de todos os semblantes, vinde ver e guardar não mais a obra de arte natural hoje cartão-postal a cores, melancólico, mas seu espectro ainda rorejante de irisadas pérolas de espuma e raiva, passando, circunvoando, entre pontes pênseis destruídas e o inútil pranto das coisas, sem acordar nenhum remorso, nenhuma culpa ardente e confessada.(“Assumimos a responsabilidade! Estamos construindo o Brasil grande!”)E patati patati patatá... Sete quedas por nós passaram, e não soubemos, ah, não soubemos amá-las, e todas sete foram mortas, e todas sete somem no ar, sete fantasmas, sete crimes dos vivos golpeando a vida que nunca mais renascerá.

Carlos Drumond de Andrade

33

A arte: forma de trabalho, expressão e conhecimento

humano.

TRABALHO – FAZER: Não se trata somente do aspecto manual, mas pressupõe o estilo.A arte, neste sentido, longe de uma simples receita, resulta do conhecimento dos fazeres

artísticos criados até então, da pesquisa sobre novos materiais e instrumentos; e do exercíciocontínuo e sistemático do artista para chegar à técnica , ou a um novo estilo.

TRABALHO DOS ARTISTAS: INVENÇÃO - criação de novas maneiras de representação darealidade humano-social por meio das linguagens artísticas.

No caso das crianças, pretende-se formar artistas? A arte deve ser encarada como um trabalho?As crianças têm intenção de fazer arte assim como os artistas, criar um novo estilo, inventar uma novamaneira de representação da realidade?

NÃOConforme Pareyson, fazer arte exige do artista conhecimento técnico e pesquisa de novos

suportes e instrumentos, demanda tempo de maturação, o que não é o caso com as crianças.

O ARTISTA É A INVENÇÃO / intenção.E A CRIANÇA?

34

Nesta perspectiva, pode-se afirmar, concordandocom FORQUIN (1982, p. 29), que a arte contribui,sobretudo, para uma consciência exigente e ativa dascrianças em relação ao meio, consequentemente, épreciso ensiná-las a

prestar sistematicamente atenção às cores,formas, sons, movimentos, estruturas espaciais e arquitetônicas,elementos naturais e artificiais que caracterizam a paisagem vital – eisuma tarefa específica, tanto mais urgente quanto mais o mundo ficacheio de evidências ofuscantes; tanto mais útil quanto mais jovens ascrianças sobre as quais ela for exercida, e quanto mais consciente forseu exercício.

A CRIANÇA é a Consciência estética.Pressupõe a assimilação subjetiva da realidade.

35

EXPRESSÃO: De acordo com Pareyson, a Arte é também um exprimir,o que significa que uma obra de arte é expressão de alguém. Umarepresentação tem relação direta, imediata com quem a fez.

Como afirma este autor (1984, p.30):

Ela exprime, então, a personalidade do seu autor, não tanto no sentido de quea trai, ou a denuncia, ou a declara, mas, antes, no sentido de que a é, e nela até amínima partícula é mais reveladora acerca da pessoa de seu autor do que qualquerconfissão direta, e a espiritualidade que nela se exprime está completamenteidentificada com o estilo. A forma é expressiva enquanto o seu ser é um dizer, e elanão tanto tem, quanto, antes é um significado.

CONHECIMENTO: requer o domínio dos códigos da linguagem.Experiência do conhecimento artístico.

36

Para Marin, a representação tem dupla função:tornar presente uma ausência, mostrar o objetoausente (coisa, conceito, pessoa), substituindo-opor uma imagem capaz de representá-loadequadamente. Sobre essa base, o ato de ler umaimagem é ao mesmo tempo assimilação da suaopacidade (do que não se vê), ou seja, todarepresentação apresenta-se representando algumacoisa e da sua transparência (o que se quermostrar), isto é, toda representação representaalguma coisa. (MARIN, 1989, p.73)

38

Além disso, no caso do ensino, o professordeve levar em conta que as representaçõessão construídas a partir de dois elementosfundamentais: o sentido dado pelo conteúdo,pelo assunto, pela idéia ou tema da imagem eo código, dado pelas linhas, cores, tratamentográfico, por meio dos quais se dá forma aosentido da representação.

39

A ação do professor, do ponto de vista doencaminhamento metodológico, vincula-se a quatro práticas:

1 – Apreciação - leitura e interpretação das representaçõesartísticas;

Apropriar-se dos significados das representaçõesartísticas: o que ver em uma imagem e o que ouvir em umamúsica. Iniciar com uma leitura descritiva com vistas a umaleitura reflexiva;

Apreendê-la em duas facetas: conteúdo formal esignificado.

40

2 – Produção artística;O que fazer – produção do aluno baseada no

conhecimento artístico: elementos formais, diferentes modos de compor, técnica, estilo do artista.

3 – Exercícios de composição com as linguagens artísticas;Estudo teórico – prático sobre as estratégias de

composição que o artista utilizou; princípios de organização da composição.

4 – Exercícios com os elementos formais das linguagens artísticas.

Estudo teórico prático dos elementos formais de cada linguagem;

41

• TÉCNICA

• GÊNERO

• ELEMENTOS FORMAIS

• PRINCÍPIOS DE COMPOSIÇÃO

42

GÊNERO

PRÍNCIPIOS

DE

COMPOSIÇÃO

ELEMENTOS

FORMAIS

TÉCNICA

HISTÓRIA DA

ARTE

OU

REPRESENTAÇÃO

ARTÍSTICA

43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SANTOS, Maria das Graças Vieira Proença. História da Arte. São Paulo: Ática, 1991.

PAREYSON, Luigi. Os problemas da estética. Trad. Maria Helena Nery Garcez. São

Paulo: Martins Fontes, 1984.

KANDINSKY, Wassily. Coordenação e organização Folha de São Paulo: Barueri, 2007.

Coleção Folha Grande Mestres da Pintura;18

Pintores da paisagem paranaense. Curitiba: Secretaria de Estado da Cultura: Solar do

Rosário, 2001.

MUNIER - Seu melhor amigo, 1882Óleo sobre tela - 68,6 x 50,8

Marise Lecheta VenskeCoordenação Pedagógica de ArteMarço/2014

44

top related