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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE ECONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONEGÓCIOS E DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Émerson José Sant´Ana
Polos de aglomeração produtiva de milho, aves e suínos em Mato Grosso
Cuiabá-MT
2010
2
ÉMERSON JOSÉ SANT’ANA
Polos de aglomeração produtiva de milho, aves e suínos em Mato Grosso
Dissertação apresentada, para obtenção do
título de Mestre, à Universidade Federal de
Mato Grosso, no Programa de Pós-
Graduação em Agronegócios e
Desenvolvimento Regional da Faculdade de
Economia.
Orientador: Prof. Dr. Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo.
Cuiabá-MT
2010
3
ÉMERSON JOSÉ SANT’ANA
Polos de aglomeração produtiva de milho, aves e suínos em Mato Grosso
Dissertação apresentada, para obtenção do
título de Mestre, à Universidade Federal de
Mato Grosso, no Programa de Pós-
Graduação em Agronegócios e
Desenvolvimento Regional da Faculdade de
Economia.
Aprovada em: 30 de julho de 2010
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo
Orientador (UFMT)
Prof.ª Drª Sandra Cristina de Moura Bonjour
Examinadora Interna (UFMT)
Prof. Dr. Euro Roberto Detomini
Examinador Externo
(Ministério do Planejamento)
4
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, fico grato a Deus que me brinda dia a dia com o dom da vida,
regozijo e serenidade, que de maneira muito próxima se deixa encontrar em cada
pormenor do quotidiano, mostrando seu semblante de Pai Onipresente.
À minha família que participou de todos os momentos deste estudo, aceitando as aulas,
imprevistos, respeitando os espaços e acima de tudo me amando, cujo amor é mútuo.
Estou convicto de que os sonhos que compartilhamos constituem nossas vidas e não são
mais meus ou apenas dela, mas fazem parte de nós. Obrigado por estar tão presente nos
difíceis momentos, participando na elaboração deste trabalho.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo, pela compreensão,
competência e seriedade com que me transmitiu seus conhecimentos. Pela dedicação,
zelo e paciência com os quais conduziu o trabalho. Obrigado por ter atendido sempre
meus constantes pedidos e pelos longos momentos de discussão que, para mim, sempre
foram muito favoráveis e essenciais para o aprendizado.
Aos gestores da UFMT que compreenderam meu afastamento para realizar o estudo,
agradeço muito, em especial, à presidente Profª Drª Regina Célia de Carvalho e o vice-
presidente Prof. Dr. Genesson dos Santos Barreto, ambos da comissão onde realizo
minhas atividades.
5
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. O milho e sua importância 1
1.2. Objetivos e hipóteses 4
2. REFERENCIAL TEÓRICO 5
2.1. Breve revisão das teorias locacionais 5
2.2. Os Complexos Industriais e Agroindustriais 8
3. O COMPLEXO AGROINDUSTRIAL DO MILHO 14
3.1. Sistemas de Produção de Milho 14
3.2. Consumo do Milho 15
3.3. Comercialização 17
3.4. Processos industriais e aplicações 19
3.5. Exportação do milho de Mato Grosso por destino (t), janeiro a
dezembro de 2009
22
4. MÉTODO E FONTE DE DADOS 25
4.1. Quociente Locacional (QL) 26
4.2. Índice de Hirschman e Herfindahl Modificado (IHHm) 27
4.3. Índice de Participação Relativa (PR) 28
4.4. Agregação dos índices para o cálculo do ICN 28
5. RESULTADOS 31
5.1. Componentes e Ranking do Índice de Concentração Normalizado 31
5.1.1. Estatísticas descritivas e ranking do ICN 31
5.1.2. Aglomeração de atividades nas vinte cidades 36
5.1.3. A integração entre milho, avicultura, suinocultura e pecuária de
leite
38
5.2. Análise dos polos de aglomeração 40
5.2.1. Polo de Lucas do Rio Verde 41
5.2.1.1. Consumo de milho no polo de Lucas do Rio Verde 42
5.2.1.2. Produto Interno Bruto do primeiro polo de aglomeração 55
6
5.2.1.3. Distribuição de renda 57
5.2.1.4. Fatores locacionais para o primeiro polo de aglomeração 57
5.2.1.5. Indicador padronizado de contribuição setorial para o polo de
Lucas do Rio Verde
59
5.2.2. Polo de Campo Verde 60
5.2.2.1. Consumo de milho no polo de Campo Verde 61
5.2.2.2. Produto Interno Bruto do segundo polo de aglomeração 68
5.2.2.3. Distribuição de Renda 69
5.2.2.4. Fatores locacionais para o segundo polo de aglomeração 69
5.2.2.5. Indicador padronizado de contribuição setorial para o polo de
Campo Verde
71
5.3. Aspectos adicionais de crescimento e desenvolvimento
socioeconômico
72
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 79
REFERÊNCIAS 81
APÊNDICE 86
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Milho: esquema lógico de comercialização 18
Figura 2. Industrialização de milho. Processo a seco 20
Figura 3. Industrialização de Milho. Processo a Úmido 21
Figura 4. Distribuição espacial do valor da produção em reais do milho,
2007
31
Figura 5. Distribuição espacial do Quociente Locacional, 2007 35
Figura 6. Distribuição espacial do Índice de Hirschman e Herfindahl e do
índice de Participação Relativa para o milho
35
Figura 7. Distribuição espacial do Índice de Concentração Normalizado
do milho, 2007
36
Figura 8. Polo da aglomeração produtiva de Lucas de Rio Verde 42
Figura 9. Composição do Produto Interno Bruto no primeiro polo de
aglomeração, 2007
56
Figura 10. Municípios selecionados do primeiro polo de aglomeração 58
Figura 11. Polo da aglomeração produtiva de Campo Verde 61
Figura 12. Composição do Produto Interno Bruto no segundo polo de
aglomeração, 2007
68
Figura 13. Municípios do segundo polo de aglomeração 70
Figura 14. Evolução do PIB e seus componentes em Lucas do Rio Verde,
2002/2007
74
Figura 15. Evolução do PIB e seus componentes em Campo Verde,
2002/2007
75
8
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Milho – Área Colhida – Regiões (hectares), 2001/2007 2
Tabela 2. Milho – Brasil – Estimativa de consumo por segmento
(toneladas)
17
Tabela 3. Números relativos a milho, aves, suínos e leite de vaca na
agricultura familiar e não familiar, Mato Grosso, 2006
22
Tabela 4. Exportação do milho por destino (t), janeiro a dezembro de
2009
23
Tabela 5. Escoamento do milho de Mato Grosso por porto (t), primeiro
semestre de 2009
24
Tabela 6. Estatística descritiva para os componentes do ICN para os
municípios de Mato Grosso
32
Tabela 7. Ranking do Índice de Concentração Normalizado e Quociente Locacional, IHHm, PR, 2007
34
Tabela 8. Síntese da aglomeração de atividades nas vinte cidades apontadas pelo ICN, 2007
37
Tabela 9. Aves, suínos ovos e leite para os municípios do índice de concentração, 2008
39
Tabela 10. Estimativa de consumo de milho pelos segmentos no polo de
aglomeração de Lucas do Rio Verde, em quilogramas, 2000/2007
43
Tabela 11. Lucas do Rio Verde – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007
45
Tabela 12. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Lucas do Rio
Verde – quantidade produzida, 2000/2007
45
Tabela 13 . Sorriso – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e
valor da produção, 2007
47
Tabela 14. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Sorriso,
quantidade produzida, 2000/2007
47
Tabela 15. Nova Mutum – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007
48
Tabela 16. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Nova Mutum,
quantidade produzida, 2000/2007
48
Tabela 17. Ipiranga do Norte – Áreas plantadas e colhidas, quantidade 49
9
produzida e valor da produção, 2007
Tabela 18. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Ipiranga do
Norte, quantidade produzida, 2005/2007
50
Tabela 19. Nova Ubiratã – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2005
50
Tabela 20. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Nova Ubiratã,
quantidade produzida, 2000/2007
51
Tabela 21. Tapurah – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e
valor da produção, 2007
51
Tabela 22. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Tapurah,
2000/2007
52
Tabela 23. Santa Rita do Trivelato – Áreas plantadas e colhidas,
quantidade produzida e valor da produção, 2007
53
Tabela 24. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Santa Rita do
Trivelato, 2000/2007
53
Tabela 25. Diamantino – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007
54
Tabela 26. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Diamantino,
quantidade produzida, 2000/2007
55
Tabela 27. Composição do PIB no primeiro polo de aglomeração, 2007 55
Tabela 28. Porcentagem da renda apropriada por estratos da população do
primeiro polo, 1991 e 2000
57
Tabela 29. Indicador de contribuição setorial para milho, aves e suínos,
2007
60
Tabela 30. Estimativa de consumo de milho pelos segmentos no polo de
aglomeração produtiva de Campo Verde, em quilograma, 2000/2007
62
Tabela 31. Campo Verde – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007
63
Tabela 32. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Campo Verde,
quantidade produzida, 2000/2007
64
Tabela 33. Primavera do Leste – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007
64
Tabela 34. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Primavera do 65
10
Leste, quantidade produzida, 2000/2007
Tabela 35. Juscimeira – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida
e valor da produção, 2007
66
Tabela 36. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Juscimeira,
quantidade produzida, 2000/2007
66
Tabela 37. Dom Aquino – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007
67
Tabela 38. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Dom Aquino,
quantidade produzida, 2000/2007
67
Tabela 39. Composição do PIB no segundo polo de aglomeração, 2007 68
Tabela 40. Porcentagem da renda apropriada por estratos da população no
segundo polo, 1991 e 2000
69
Tabela 41. Indicadores de contribuição setorial para milho, aves e suínos,
2007
72
Tabela 42. Índice de desenvolvimento humano dos municípios, 2000 e
2006
77
11
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABIMILHO: Associação Brasileira das Indústrias de Milho
APL: Arranjo Produtivo Local
CSA: Commodity System Approach
EMBRAPA: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
FIRJAN: Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICN: Índice de Concentração Normalizado
IFDM: Índice FIRJAN de Desenvolvimento Municipal
IHHm: Índice de Hirschman e Herfindahl Modificado
IMEA: Instituto Matogrossense de Economia Agrícola
MAPA: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
MDIC: Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio
MTE: Ministério do Trabalho e Emprego
PAM: Produção Agrícola Municipal
PIB: Produto Interno Bruto
PNUD: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPM: Pesquisa Pecuária Municipal
PR: Índice de Participação Relativa
QL: Quociente Locacional
12
SANT’ANA, Emerson José. Polos de aglomeração produtiva de milho, aves e suínos
em Mato Grosso. 2010. Dissertação (Mestrado em Agronegócios e Desenvolvimento
Regional). Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso, 2010.
RESUMO: O problema de pesquisa é: qual é a contribuição da aglomeração produtiva
de milho, aves e suínos nos polos de concentração produtiva para a economia regional?
O objetivo geral deste trabalho é avaliar a contribuição econômica dos complexos
agroindustriais de milho, de aves e de suínos para a economia regional nos polos de
concentração produtiva de milho, tendo por objetivos específicos: i) analisar a evolução
da produção do grão, e do efetivo de aves e suínos; ii) caracterizar a concentração dos
complexos agroindustriais de milho, de aves e de suínos; iii) analisar as aglomerações
produtivas quanto à configuração ou não de cluster e a contribuição para o
desenvolvimento. Para tanto, usou-se o Índice de Concentração Normalizado – ICN,
para detectar cidades com destaque na produção de milho, e a correlação existente entre
os complexos agroindustriais da avicultura, suinocultura e pecuária leiteira. Utilizaram-
se dados do PIB municipal de 2007 e o Valor da Produção Municipal do Milho de 2007,
para o cálculo do ICN do milho, e os dados da Pesquisa Pecuária Municipal para
apontar os números relativos à atividade pecuária, além de outras fontes de dados para
uma análise de desenvolvimento. Existe aglomeração de atividades no estado de Mato
Grosso em dois polos principais onde se concentram as atividades milho, aves e suínos:
Lucas do Rio Verde se destaca na produção de milho, sendo o centro de um dos polos
da aglomeração da cultura de milho, avicultura e suinocultura; Campo Verde é o
principal município do outro polo da aglomeração destas atividades. As análises sobre
clusters direcionados ao agronegócio indicaram potenciais para a formação de cluster
no primeiro polo mencionado. Ao avaliar as atividades econômicas em que a região se
sobressai, observou-se que estas reforçam suas capacidades produtivas especializadas,
gerando um maior crescimento e desenvolvimento econômico.
Palavras-chaves: cluster, milho, aves, suínos
Classificação JEL: Q13, R12
13
SANT’ANA, Emerson José. Agglomeration poles of corn, poultry and swine in Mato
Grosso. 2010. Dissertation (Master in Agribusiness and Regional Development).
Cuiabá: Universidade Federal de Mato Grosso, 2010.
ABSTRACT: The research problem is: what is the contribution of corn, poultry and
pigs productive agglomeration at the productive poles for the regional economy? The
main goal is to assess the economic contribution of agro-industrial complexes of corn,
poultry and pork to the regional economy at the corn production poles, with the
following objectives: i) to evaluate the production of corn and the herds of poultry and
swine; ii) to characterize the concentration of agro-industrial complexes of corn, poultry
and pigs, iii) to analyze the productive agglomerations as clusters and their contribution
to the development. To this end, it was used the Normalized Concentration Index - NCI,
to detect cities specialized in the production of corn, and the correlation among the
agro-industrial complexes of poultry, swine and dairy farming. It was used 2007 data
for the municipal GDP and value of production of corn in order to calculate the NCI of
corn, and also data from the municipal livestock survey to point the figures for cattle,
and other data sources for the development analysis. There are agglomeration of
activities in the state of Mato Grosso in two main poles where the activities of corn,
poultry and pigs are concentrated: Lucas do Rio Verde is highlighted in the production
of corn, being the center of one pole of the agglomeration of corn, poultry and pigs;
Campo Verde is the main city in the other agglomeration pole of these activities. The
analysis of clusters related to the agribusiness indicated potential cluster creation at the
first pole mentioned above. The evaluation of main regional economic activities, we
observed that these enhance their productive capacities in which they are specialized,
thus generating greater economic growth and development.
Keywords: cluster, corn, poultry, swine
JEL codes: Q13, R12
14
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte
Catalogação na fonte: Maurício S. de Oliveira – Bibliotecário CRB/1 1860
S231p Sant’ Ana, Émerson José.
Pólos de aglomeração produtiva de milho, aves e suínos em Mato Grosso / Émerson José Sant’ Ana. – Cuiabá, 2010. 91f. : il. color. ; 30 cm. (incluem mapas, gráficos e tabelas).
Orientador: Adriano Marcos Rodrigues Figueiredo Dissertação (mestrado). Universidade Federal de Mato Grosso. Faculdade de Economia. Programa de Pós-graduação em Agronegócios e Desenvolvimento Regional, 2010.
1. Cluster. 2. Milho. 3. Aves. 4. Suínos. 5. Mato Grosso. I.
Título. CDU 338.43(817.2)
15
1. INTRODUÇÃO
O tema deste trabalho é o complexo agroindustrial que envolve as atividades
produtivas de milho, aves e suínos, sua inter-relação e ocupação do espaço como forma
de aproveitar economias de escala e reduzir os custos de transporte.
O problema de pesquisa é dado pela seguinte pergunta: qual a contribuição
econômica da aglomeração produtiva de milho, aves e suínos nos polos de concentração
produtiva para a economia regional? Justifica-se este trabalho pelas razões a seguir
expostas:
a) A importância da cultura do milho para o Estado, uma vez que este é o maior
produtor na região Centro Oeste, desde o ano de 2004, em termos de produção em
toneladas (ABIMILHO, 2010). Entre as outras atividades produtivas no estado, a
cultura também ocupa lugar de destaque chegando a ser a segunda ou terceira colocada
nos municípios, e até mesmo a primeira onde não há produção de soja;
b) Enquanto os outros estados da região Centro-Oeste tiveram redução na
produção, com exceção do Distrito Federal, mas que não tem produção expressiva,
o estado de Mato Grosso passou de 1.843.600 toneladas em 2001, para 3.468.951
toneladas em 2007, quase dobrando sua produção, segundo dados da Associação
Brasileira das Indústrias do Milho (ABIMILHO, 2010);
c) Outro motivo é que o estado de Mato Grosso é um dos maiores produtores do
país e o milho é importante para nutrição nas criações da avicultura, suinocultura, e
pecuária leiteira, atividades que se concentram onde há produção em larga escala da
cultura do milho;
A atração da agroindústria para certas regiões é resultado das condições naturais,
humanas e econômicas que há nos municípios e suas adjacências, assim como de
incentivos fiscais, da logística e da modernização agrícola, fatores geradores de maior
competitividade para as atividades em análise.
O comércio do milho deve ser examinado sob a ótica das cadeias produtivas ou
dos sistemas agroindustriais (SAG). O milho é insumo para produção de uma centena
de produtos, mas na cadeia de suínos e aves são consumidos cerca de 70% do milho
produzido no mundo e entre 70 e 80% do milho produzido no Brasil (ABIMILHO,
2010). Na próxima seção, faz-se uma descrição da importância deste produto.
1.1. O milho e sua importância
16
Conforme a Tabela 1, verifica-se que a área colhida no Brasil permaneceu
relativamente estável passando de 10.830.361 hectares em 2000/1 para 12.539.856
hectares em 2006/7, segundo números mostrados pela Associação Brasileira das
Indústrias de Milho.
Mas, verificando os números entre as regiões observa-se substancial
crescimento da área colhida no Centro-Oeste, passando de 1.284.327 hectares na
safra 2000/01 para 2.265.450 na safra 2006/07. Porém, nas outras regiões a área
colhida permaneceu relativamente estável. Dessa forma, verifica-se o crescimento
da importância da cultura na região Centro-Oeste nos últimos anos.
Tabela 1. Milho – Área Colhida – Regiões (hectares), 2001/2007 Regiões 2000/01 2001/02 2002/03 2003/04 2004/05 2005/06 2006/07
Norte 661.545 491.300 517.700 563.600 567.300 538.500 553.600
Nordeste 2.458.703 2.701.600 2.894.900 2.887.000 2.749.600 2.826.100 2.798.865
Sudeste 2.139.068 2.347.100 2.422.500 2.465.500 2.484.100 2.472.000 2.378.561
Sul 4.286.718 4.784.500 5.063.300 4.558.000 4.142.400 4.720.400 4.543.380
C. Oeste 1.284.327 1.994.300 2.327.800 2.308.900 2.264.800 2.327.600 2.265.450
MS 379.463 481.200 701.900 628.300 564.400 610.900 581.795
MT 258.130 738.600 879.300 970.900 1.058.700 1.014.500 1.032.487
GO 618.751 746.300 715.000 676.800 605.000 662.800 612.964
DF 27.983 28.200 31.600 32.900 36.700 39.400 38.204
Brasil 10.830.361 12.318.800 13.226.200 12.783.000 12.208.200 12.884.600 12.539.856
Fonte: CONAB/FNP. ABIMILHO 2010
Observando os dados de Mato Grosso, estado de maior interesse neste
trabalho, em relação aos outros estados da região Centro-Oeste, de acordo com a
Tabela 1, verifica-se um expressivo aumento na área colhida, passando de 258.130
hectares na safra de 2000/01 para 1.032.487 hectares em 2006/07, enquanto que os
outros estados não chegaram a atingir a cifra de um milhão de hectares no curso
do mesmo período.
A cultura do milho, em escala mercantil no Estado do Mato Grosso, pode ser
considerada atividade nova (BORTOLINI, 2007). O começo da exploração agrícola
desse Estado na década de 70 trouxe para o Mato Grosso agricultores e pecuaristas de
diferentes regiões do país, especialmente do Sul.
O milho sempre foi plantado em pequena escala. A instalação de agroindústrias
no sul de Mato Grosso, na década de 80 e 90 estimulou o aumento da produção de
17
milho. No início dos anos 90, a produtividade em Mato Grosso estava em torno de 40
sacas/ha, igual à da soja para aquela época (BORTOLINI, 2007).
Em 1994 e 1995 houve maior desestímulo, quando os preços do milho estavam
entre R$ 3,00 a 4,00 por saca, faltando compradores, dificultando o aumento do cultivo
do milho no estado de Mato Grosso e o avanço das pesquisas.
No fim dos anos 90, com o crescimento da produção animal do Estado, o cultivo
de milho aumentou, porém com o sistema produtivo de safrinha ou 2ª safra, destacando-
se o município de Lucas do Rio Verde (BORTOLINI, 2007).
Com o aperfeiçoamento de técnicas agronômicas, o estado de Mato Grosso
ultrapassou em 2004/2005 um milhão de hectares da cultura. A produtividade média do
Estado foi de 60 sacas/ha, mas diversas lavouras na região médio-norte ultrapassaram
mais de 100 sacas/ha. Na safra 2002/2003, Lucas do Rio Verde produziu 50% da
produção estadual do milho safrinha, e em torno de 10% da produção nacional
(BORTOLINI, 2007).
A tecnologia para o plantio do milho é elevada, devido à atuação de instituições
de pesquisas privadas, como a Fundação Rio Verde, que apoia de forma expressiva o
fortalecimento da agricultura no Estado, ao propagar tecnologias a cada ciclo produtivo.
Do fubá à mineração, o milho e seus derivados são empregados em diferentes
segmentos. Os produtos de uso industrial são matérias-primas para o próprio setor
moageiro, para as indústrias alimentícias em geral e para um amplo número de empresas
que empregam o milho e seus derivados como componentes dos mais variados produtos
(ABIMILHO, 2010).
A múltipla utilização do milho pode ser mostrada por exemplos pouco
conhecidos para o grande público. Um deles é a água usada para amolecer o cereal, que
serve como meio de fermentação para a produção de penicilina e estreptomicina, tendo
ainda outras aplicações no campo farmacêutico. Outro é o xarope de glicose de milho
utilizado para fabricar cosméticos, xaropes medicinais, graxas e resinas (ABIMILHO,
2010).
Nas fábricas de aviões e veículos, os derivados de milho são empregados nos
moldes de areia para a fabricação de machos e peças fundidas. O milho está presente na
extração de minério e petróleo e em outras áreas pouco divulgadas, como as de
explosivos, baterias elétricas, cabeças de fósforo, etc. (ABIMILHO, 2009).
18
1.2. Objetivos e hipóteses
O objetivo geral deste trabalho é avaliar a contribuição econômica dos
complexos industriais de milho, de aves e de suíno para a economia regional nos polos
de concentração produtiva. Os objetivos específicos são: i) analisar a evolução da
produção do grão, e do efetivo de rebanhos que possui relação com este cereal, ou seja,
a avicultura e suinocultura e pecuária leiteira; ii) caracterizar a concentração dos
complexos agroindustriais de milho, de aves e de suínos; iii) análise das aglomerações
produtivas quanto a configuração de cluster produtivo e sua contribuição para o
desenvolvimento.
As hipóteses são que: i) existem concentrações dos complexos agroindustriais de
milho, aves e suínos; ii) as cidades situadas pertos dos principais eixos viários do estado
e dos centros de produção avícola e de suínos são as principais produtoras e
exportadoras. iii) as atividades produtoras de milho, aves e suínos vêm aumentando ao
longo do tempo; e, iv) este complexo possui substancial contribuição para o
desenvolvimento dos municípios produtores.
O capítulo dois trata do referencial teórico, o capítulo três expõe o complexo
agroindustrial do milho, o capítulo quatro mostra a metodologia e a fonte de dados, o
capítulo cinco aponta os resultados, o capítulo seis apresenta as considerações finais.
Após seguem as referências e o anexo.
19
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1. Breve revisão das teorias locacionais
O projeto de localização agroindustrial define claramente qual é a melhor
localização possível para a unidade de produção. A melhor localização será a que
permitir aumentar a produção e a reduzir os custos necessários a essa produção.
A observação de uma unidade de produção em sua posição no espaço mostra que
para ela se direcionam quantidades de insumos, que são transformados em produtos
para o mercado consumidor (BUARQUE, 1984).
Os fatores básicos que normalmente determinam a localização são: i) localização
dos materiais de produção (insumos); ii) disponibilidade de mão de obra; iii) terrenos
disponíveis, clima, fatores topográficos; iv) distância da fonte de combustível industrial;
v) facilidades de transporte; vi) distância e dimensão do mercado e facilidades de
distribuição; vii) disponibilidade de energia, água, telefones, rede de esgotos; viii)
condições de vida, leis e regulamentos, incentivos; e, ix) estrutura tributária
(BUARQUE, 1984).
No modelo de Weber os custos de transporte são importantes e decisivos, pelo
que a localização mais conveniente será encontrada no ponto em que os custos
conjuntos de transporte das matérias-primas vindas das suas várias origens e os de
colocação do produto final sejam mínimos (LOPES, 2006).
O modelo de Weber estabelece o conceito de fator locacional como uma
economia de custo que a empresa industrial pode obter ao escolher a localização. Os
fatores locacionais podem ser auferidos por um número reduzido de indústrias,
economias de custo que podem ser auferidas por qualquer tipo de indústria e, uma vez
que seu objetivo é desenvolver uma teoria geral da localização industrial, os fatores
específicos são deixados de lado (CLEMENTE, et. al., 1998).
Os fatores gerais são, em seguida, classificados quanto à escala geográfica em
que atuam: i) fatores regionais – capazes de influenciar a escolha locacional entre
regiões – que são transporte e mão de obra. ii) fatores aglomerativos e desaglomerativos
que provocam a concentração ou dispersão da indústria em certa região (CLEMENTE,
et. al., 1998).
20
O custo de transporte corresponde ao custo de reunião de insumos materiais e o
custo de distribuição do produto. Mas alguns insumos materiais estão presentes em
qualquer parte, são as ubiquidades, e não possuem custos de transporte, enquanto outros
estão disponíveis somente em poucos lugares, são as matérias-primas localizadas.
(CLEMENTE, et. al., 1998).
Os fatores transporte e mão de obra referem-se à escolha locacional inter-
regional. Os fatores aglomerativos e desaglomerativos referem-se à escolha locacional
intrarregional e dizem respeito à maior ou menor concentração da indústria em certa
região (CLEMENTE, et. al., 1998).
Um fator aglomerativo representa a redução de custo que uma empresa de certa
indústria aufere ao se localizar junto a outras empresas da mesma indústria. Fator
desaglomerativo, ao contrário, representa economia de custo obtida pelo distanciamento
em relação às empresas da mesma indústria, já estabelecidas (CLEMENTE, et. al.,
1998).
No modelo de Sten Söderman a decisão locacional não é independente. Ao
contrário, faz parte de um conjunto de decisões, entre as quais pode ter maior ou menor
importância. Essas outras decisões inter-relacionadas com a locacional referem-se, por
exemplo, ao processo, ao produto, à escala de produção e à política de vendas
(CLEMENTE; HIGACHI, 2000).
O modelo de Johann-Heinrich von Thünen, não se refere à localização industrial,
mas à localização agrícola e tem sido ponto de partida para diversos autores da
localização industrial. Este modelo está associado à explicação da localização da
atividade agrícola e corresponde às primeiras preocupações manifestadas acerca da
influência da distância, portanto, dos transportes, na organização espacial (LOPES,
2006).
Uma vez que os custos de transporte aumentam com a distância, o afastamento
do mercado determina a seleção das culturas que levam à menores custos de transporte,
menor emprego da mão de obra e outros insumos e menos utilização extensiva do solo
(LOPES, 2006).
Considera-se um centro de mercado e uma região agrícola e isótropa1 que o
cerca. O modelo procura explicar o padrão de distribuição das atividades agrícolas.
Neste modelo, para obter rendimento líquido do empresário agrícola, são deduzidos do
1 Que apresenta as mesmas características independentemente da direção.
21
preço final obtido no mercado o custo de produção e o custo de transporte do produto
(CLEMENTE e HIGACHI, 2000).
O modelo de Lösch consiste em propor uma teoria geral da localização com
fundamentos econômicos. Não é uma contribuição muito diferenciada para a questão da
localização dos equipamentos terciários, uma vez que serão sempre as mesmas forças
econômicas a determinar a organização espacial quaisquer que sejam as atividades que
se considerem (LOPES, 2006).
Dos fatores que possam explicar a formação das regiões, Lösch seleciona os de
ordem econômica e deixa clara a existência de um conjunto de razões de natureza
econômica que se, por um lado justificam a concentração dos equipamentos, como as
vantagens da especialização e as economias de escala, por outro lado a contrariam,
como ocorre com os custos de transporte e a diversificação da produção (LOPES,
2006).
Para Lösch, a instalação de uma unidade produtiva traria condições de oferecer
certo bem a um mercado comprador a preços que irão variar com a distância, porque
muito provavelmente quem toma a iniciativa irá esperar recuperar os custos de
transportes, e como o preço aumentará com o afastamento da fábrica é razoável que a
procura individual reduza com este afastamento (LOPES, 2006).
Os aspectos locacionais são muitos relevantes em termos de tamanho. A
localização será dependente tanto da distribuição geográfica do mercado quanto da
existência de economias de escala. Esses fatores influem nos custos de aquisição dos
fatores de produção e de distribuição do produto, podendo também comprometer a
capacidade de competição da empresa em longo prazo (WOILER; MATHIAS, 1996).
Nessas condições, tamanho e localização devem ser determinados
conjuntamente através de um processo iterativo, em que se busca a melhor solução por
meio de aproximações sucessivas.
Diversos fatores podem influenciar na escolha da localização de uma
empresa agropecuária. Conforme Woiler e Mathias (1996), os fatores locacionais
quantitativos mais relevantes são aqueles que tornam a localicazação dependente
das entradas, das saídas ou do processo.
No caso das entradas, a indústria tende a localizar-se junto à fonte de
matéria-prima. O milho, constituindo insumo básico para ração, tende a atrair
agroindústrias de aves e suínos para junto de si.
22
Mas não menos importante, vêm os fatores que tornam a localização
dependente das saídas. Neste caso, o mercado da empresa é de grande importância,
e a tendência é no sentido de localizar-se próximo ao mercado. Vários produtos
derivados do milho são levados ao consumidor final por meio de supermercados
para consumo humano, e por estabelecimentos veterinários para consumo animal,
por exemplos.
Ainda existem os fatores que tornam a localização dependente do processo,
que no caso do milho pode-se considerar, entre outros, principalmente os processos
que dependem da disponibilidade de vias de transporte, em que o rodoviário é o
principal modal disponível no estado para transporte de grãos, aves e suínos.
A qualidade de um ambiente de negócios de uma região é incorporada em
quatro atributos que afetam a produtividade e a capacidade de inovação. Michael
E. Porter criou o diamante objetivando apresentar estes quatro atributos. O êxito
internacional de determinada indústria deve-se estes atributos que modelam o ambiente
no qual as empresas competem e que promovem a criação de vantagem competitiva: i)
condições de fatores, ii) condições de demanda, iii) indústrias correlatas e de apoio, iv)
estratégia, estrutura e rivalidade das empresas (PORTER, 1993 e 2001).
As vantagens são como diamantes, os quais determinam um sistema mais
favorável, tentando verificar como um determinante interage com os demais e ainda
com o acaso e como o governo (PORTER, 2001).
2.2. Os Complexos Industriais e Agroindustriais
A abordagem dos complexos industriais de grande emprego no esclarecimento
das relações intersetoriais entre a indústria e a agricultura, a qual procura reunir num
corpo doutrinário as inter-relações e dar-lhes contribuição analítica.
Graziano da Silva (1991) pondera que um complexo é constituído por um
conjunto de relações multideterminadas de encadeamento, de coordenação ou de
controle entre seus vários elementos, membros e/ou etapas do processo. Diz o autor que
a procedência dessa concepção surge a partir das teorias de desenvolvimento econômico
emergidas durante os anos 50 e 60 por meio de Albert Hirschman e François Perroux.
A questão comum aos dois autores centra-se na proposição de que para que
ocorra o desenvolvimento é preciso existir atividades produtivas que completem
23
determinados setores da economia que representam lacunas na estrutura produtiva dos
países e regiões.
O investimento nessas atividades teria o poder de induzir o surgimento de várias
outras a montante e a jusante. Surge então o conceito de "agrupamento de indústrias"
(HIRSCHMAN, 1958 citado por OSTROSKI e MEDEIROS, 2003). A inserção de uma
nova técnica em dado setor levará a pressões para que no momento posterior ocorram
inversões nos demais segmentos da economia ou mudanças em sua forma de produzir.
Perroux (1975) citado por OSTROSKI e MEDEIROS (2003), ao contrário de
Hirschamn, dizia existir um relacionamento dessa abordagem com as questões
fundamentais de “espaço econômico” e de “poder de dominação”, fato que o levou a
desenvolver o conceito de complexo de indústrias, no qual identifica a função de
liderança que certas unidades produtivas possuem. Passam a existir então, os complexos
industriais, definidos como sendo o agrupamento de indústrias cujos fluxos de bens e
serviços se inter-relacionam (OSTROSKI e MEDEIROS, 2003).
Diversos autores nacionais se empenharam para definir a concepção de
complexos industriais aplicados à economia brasileira. Pereira (1985) define o
complexo industrial como espaço em que se encontram recompostos os elos de
interligação e interdependência de algumas indústrias, cujas relações econômicas são
mais expressivas.
Os anos 50 foram marcados por intensos avanços tecnológicos, principalmente
no setor produtivo da economia, com a chamada revolução verde, o uso do termo
“complexo industrial” também foi empregado para apontar o forte relacionamento da
indústria voltada à agricultura. Assim, aparece o termo “agribusiness”.
Os pesquisadores da Universidade de Harvard, John Davis e Ray Golberg, já em
1957 proferiram o conceito de agribusiness como a soma das atividades de produção e
distribuição de suprimentos agrícolas, das operações de produção nas unidades
agrícolas, do armazenamento, processamento e distribuição dos produtos agrícolas e
itens produzidos a partir deles (BATALHA, et. al., 2007). Goldberg (1968) citado por
Zylberstajn e Neves (2001) ampliou o conceito, nos anos 60, incluindo o "Commodity
System Approach" (CSA), ao fazer análise de casos particulares. Apareceu a visão
ianque dos chamados "sistemas agroindustriais" (SAG’s).
Conforme esses autores, a agricultura não mais poderia ser abordada de forma
desvinculada dos outros agentes responsáveis pelas atividades que garantiriam a
produção, transformação, distribuição e consumo de alimentos. Os autores
24
consideravam as atividades agrícolas como integrantes de uma ampla rede de agentes
econômicos, desde a produção de insumos, transformações industriais até armazenagem
e distribuição de produtos agrícolas e derivados (BATALHA, et. al., 2007).
Os trabalhos de Goldberg tentam incorporar um aspecto dinâmico a seus estudos
por meio da consideração das mudanças que acontecem no sistema ao longo do tempo.
Este enfoque é ressaltado pela importância da tecnologia como agente indutor destas
mudanças (BATALHA, et. al., 2007).
Além dos teóricos estadunidenses, destaca-se também, nos estudos referentes ao
agribusiness, o francês Louis Malassis, do Institut Agronomique Méditerranée de
Montpellier. Malassis (1985) citado por Zylberstajn e Neves (2001) mediante seus
estudos dividiu o complexo agroindustrial em quatro partes: a das empresas que
fornecem à agricultura serviços e meios de produção, chamadas de "indústrias a
montante"; o agropecuário; o das indústrias a jusante" e o de distribuição de alimentos.
Realçou também a importância de examinar os fluxos e encadeamentos por produto
dentro de cada um desses segmentos, empregando a concepção de cadeia ou “filière” ou
cadeia agroalimentar.
No Brasil, a expressão “cadeia produtiva” foi incorporada na década de 80, pelo
empresário Ney Bittencourt. Até o momento, a visão da agropecuária era isolacionista,
onde os problemas que afetavam este setor restringiam-se apenas a ele, sem influenciar
outros segmentos agroindustriais. Porém, com a noção de “cadeia produtiva”, o todo
ganhou força.
Mais recentemente, construções teóricas ligadas à economia de redes, tecnologia
da informação e gestão de cadeias de suprimentos, têm avançado no aprofundamento do
referencial teórico dessas correntes. Outro conceito explorado por diversos teóricos
centra-se nos aglomerados produtivos articulados em "clusters" ou os "agriclusters".
Um cluster pode ser conceituado como sendo uma aglomeração de empresas
geograficamente localizadas que desenvolvem suas atividades de forma articulada, a
partir, por exemplo, de uma dada dotação de recursos naturais, da existência de
capacidade laboral, tecnológica ou empresarial local, e da afinidade setorial dos seus
produtos. A interação e a sinergia, decorrentes da atuação articulada, proporcionam ao
conjunto de empresas vantagens competitivas que se refletem em um desempenho
superior em relação à atuação isolada de cada empresa (BEZERRA, 1998).
Os clusters são concentrações geográficas de companhias interconectadas e
instituições em um ramo particular, incluindo uma série de indústrias interligadas e
25
outras entidades importantes para a competição. Inclui por exemplo, fornecedores de
insumos especializados como componentes, equipamentos, serviços e infraestrutura
especializada (PORTER, 1998). Ainda, o cluster se expande em direção aos canais de
distribuição, aos clientes, aos fabricantes de produtos complementares e indústrias
relacionadas por aptidão, tecnologia e insumos comuns. Finalmente, muitos clusters
incluem instituições governamentais e outras instituições, como universidades,
ofertantes de treinamento vocacional, associação de comércio, os quais fornecem
treinamento especializado, educação, informação, pesquisa e suporte técnico.
Similarmente, aparece o conceito de Distrito Industrial foi primeiramente
apresentado por Marshall em 1890 no século XIX para apontar o agrupamento de
pequenas e médias empresas situadas ao redor das grandes indústrias, nos arredores das
cidades inglesas (HISSA, 2003). Assim, pode-se assegurar que os "distritos industriais
ingleses" eram compostos por agrupamento de grandes, pequenas e médias empresas
inter-relacionadas em microrregiões geográficas, produzindo bens em larga escala para
o mercado interno e para o mercado externo.
De acordo com Hissa (2003) as pequenas e médias empresas (PMEs) eram
intensamente favorecidas por fatores obtidos na economia tais como infraestrutura, mão
de obra já treinada, existência de recursos naturais locais, informações sobre as novas
técnicas de produção, etc. Ademais, as PMEs eram de igual forma beneficiadas pela
proximidade geográfica entre as firmas assim como pelo seu alto grau de inter-
relacionamento, garantindo um clima favorável à produção em larga escala, não apenas
diminuindo custos de transporte e de outras transações, mas também proporcionando e
agilizando a comunicação entre os produtores.
Ainda segundo Hissa (2003) todos esses benefícios obtidos pelas PMEs, nos
distritos industriais ingleses, foram chamados “economias externas” por Marshall em
1890. Isto é, ganhos obtidos pelas PMEs no mercado independentemente de suas ações,
quer dizer, infraestrutura, mão de obra treinada, recursos naturais, informações
tecnológicas, proximidade geográfica entre as firmas, forte relacionamento interfirmas,
etc. Dessa forma, as economias externas eram apontadas como as principais causas do
extraordinário desenvolvimento social e econômico alcançado pela Inglaterra no século
XIX.
A constituição de clusters enfoca principalmente a valorização e exploração das
atividades econômicas em que a região se sobressai, reforçando suas capacidades
26
produtivas especializadas, ocasionando a promoção de seu crescimento e posterior
desenvolvimento econômico.
Segundo Erber (2008), os Arranjos Produtivos Locais (APLs) são caracterizados
como aglomerações territoriais de agentes econômicos, políticos e sociais, os quais
focam um conjunto específico de atividades econômicas e que possuem vínculos entre
si. Estes arranjos têm ganhado importância crescente como objeto de estudo acadêmico
e de políticas públicas, devido, principalmente, da hipótese de que essas aglomerações
permitem ganhos de eficiência que os agentes que as compõem não podem alcançar por
si mesmos, isto é, que nelas se observa uma “eficiência coletiva” que confere às
aglomerações uma vantagem competitiva específica.
A proximidade geográfica das firmas permite o aparecimento de outras
atividades subsidiárias, fornecendo à indústria principal instrumentos e matérias-primas,
conduzindo a uma economia de material. A presença de fornecedores de bens e serviços
é uma importante fonte de economias externas, sobretudo no tocante ao processo de
conhecimento gerado através das relações entre firmas e seus fornecedores.
Os Arranjos Produtivos Locais (APLs) podem ser entendidos como aglomerados
ou clusters de empresas. As empresas que constituem um APL possuem proximidade
física e forte relação com os agentes da localidade e uma mesma dinâmica econômica.
Mas esta dinâmica pode ser determinada por razões muito distintas (CENTRO
GESTOR DE INOVAÇÃO, 2010).
A dinâmica de um cluster de empresas pode ser determinada em razão de essas
empresas executarem atividades parecidas e/ou empregarem mão de obra específica
disponível em poucas regiões, ou utilizarem as mesmas matérias-primas, ou
necessitarem das mesmas condições climáticas ou de solo para sua produção, por
fornecerem para um mesmo cliente que depende de proximidade, por processos
históricos e culturais, e outros. Os clusters industriais, de serviços ou os agroindustriais
devem atender algumas condições para ser completo e se tornar competitivo:
a) elevada concentração geográfica;
b) existência de toda espécie de empresas e instituições de apoio, relacionados
com o produto/serviço do cluster;
c) empresas altamente especializadas, cada uma delas executando um número
reduzido de tarefas;
d) presença de muitas empresas de cada tipo;
e) total aproveitamento de materiais reciclados ou subprodutos;
27
f) grande cooperação entre empresas;
g) intensa disputa: substituição seletiva permanente;
h) uniformidade de nível tecnológico e;
i) cultura da sociedade adaptada às atividades do cluster.
O desenvolvimento regional sugere um crescente processo de autonomia
decisória, capacidade regional de captação e reinversão do excedente econômico,
inclusão social, sincronismo intersetorial e territorial do desenvolvimento e percepção
grupal de fazer parte da região (CENTRO GESTOR DE INOVAÇÃO, 2010).
Um sistema produtivo regional competitivamente dinâmico é indispensável para
assegurar a sobrevivência de atividades econômicas de qualquer espécie e em qualquer
escala de produção numa região, diante de bens e serviços análogos que chegam às
cidades e lugares com custos de transportes e impostos alfandegários cada vez menores,
num cenário de comércio externo desregulamentado (CENTRO GESTOR DE
INOVAÇÃO, 2010).
A concentração econômica exclui algumas populações desfavorecidas. O
desenvolvimento não leva a prosperidade a todos os lugares ao mesmo tempo,
favorecendo alguns lugares mais do que outros. Para obter os benefícios da
concentração econômica e de convergência social é preciso promover a integração
econômica (BANCO MUNDIAL, 2009).
A integração econômica deve incluir instituições que assegurem, em primeiro
lugar, acesso a serviços básicos, como ensino fundamental, cuidados primários de
saúde, saneamento adequado e água potável para todos e, logo em seguida, construção
de rodovias, ferrovias, aeroportos, portos e sistemas de comunicação que facilitem o
movimento de mercadoria, serviços, pessoas nos âmbitos local, nacional e internacional
(BANCO MUNDIAL, 2009).
Apesar das desigualdades, o desenvolvimento pode ser inclusivo, no sentido de
que mesmo as pessoas que inicie sua vida longe da oportunidade econômica podem se
beneficiar da crescente concentração de riqueza em certos lugares. A integração
econômica é a maneira de combinar os benefícios do crescimento desigual no espaço e
do desenvolvimento inclusivo (BANCO MUNDIAL, 2009).
28
3. O COMPLEXO AGROINDUSTRIAL DO MILHO
O presente capítulo busca apresentar ao leitor uma visão geral dos sistemas
produtivos de milho, características do seu consumo, da sua comercialização, dos
processos industriais e aplicações, da agricultura familiar e não familiar, e da
exportação.
3.1. Sistemas de Produção de Milho
Há uma grande variedade nas condições de cultivo do milho no Brasil, variando
desde a agricultura de subsistência, sem emprego de insumos modernos até lavouras que
empregam elevado nível tecnológico, atingindo produtividades análogas às obtidas em
países de agricultura mais adiantada. A seguir estão descritos os sistemas de produção
de milho mais comuns (EMBRAPA, 2010).
A maior parte dos produtores comerciais de grãos faz rotação de milho e
soja, envolvendo às vezes outras culturas. São especializados na produção de grãos com
a finalidade de comercializar a produção. Plantam lavouras maiores e absorvem a
melhor tecnologia disponível, prevalecendo o plantio direto. São os grandes
responsáveis pelo abastecimento do comércio.
Estes produtores realizam também a produção de milho safrinha que é um
tipo de exploração que ocupa hoje cerca de três milhões de hectares de milho plantados
principalmente nos estados PR, SP, MT, MS e GO. O milho após a colheita de soja no
que se chama 2ª safra ou ou safra de inverno. O rendimento e o nível tecnológico
29
dependem muito da época de plantio. Nos plantios mais cedo, o sistema de produção é,
às vezes, igual ao utilizado na safra normal.
Nos plantios tardios, o agricultor reduz o nível tecnológico em função do maior
risco da cultura devido, principalmente, às condições climáticas (frio excessivo, geada e
deficiência hídrica). A redução do nível tecnológico refere-se, basicamente, à semente
utilizada e redução nas quantidades de adubos e defensivos aplicados. Essa oferta tem
sido importante para a regularização do mercado.
Os produtores de grãos e da pecuária empregam um nível médio de
tecnologia, por ser mais apropriado para ele, em termos de custos. Na região que não se
produz soja, o milho pode ser a principal cultura. As lavouras são de tamanho médio a
pequeno.
A aptidão gerencial não é muito adequada e muitas vezes as operações agrícolas
não são desempenhadas na ocasião adequada, com o insumo apropriado ou na
quantidade certa. A condição das máquinas e equipamentos agrícolas podem também
afetar o rendimento do milho.
O pequeno produtor é aquele que produz para subsistência, em que a grande
parte da produção é consumida na propriedade. O nível tecnológico é baixo, com uso de
semente não melhorada. O tamanho da plantação é pequeno, inferior a 100 hectares.
Essa produção tem perdido importância no tocante ao fornecimento ao comércio.
Dos sistemas de produção apontados, o produtor comercial de grãos é o que
mais assimila as tecnologias disponíveis na busca de competitividade. Neste sistema,
existe ampla homogeneização do padrão tecnológico utilizado na produção das lavouras
de milho, variando pouco entre as principais regiões produtoras.
Não existe um padrão tecnológico único para atender todos os sistemas de
produção usados e que se adapte a todas as situações intrínsecas a cada lavoura.
Todavia, sobretudo com relação aos produtores enquadrados no sistema acima citado,
pode-se aproximar um padrão tecnológico que se mostra como o mais adequado para
essas lavouras.
3.2. Consumo do Milho
O milho se destina para o consumo humano sendo ainda utilizado para
alimentação de animais. Nos dois casos deve existir alguma transformação industrial ou
30
na própria fazenda. A seguir se mostram as principais transformações necessárias para o
consumo animal e humano.
A cadeia produtiva do milho passa a se inserir na cadeia produtiva do leite, de
ovos e da carne bovina, suína e de aves sendo este canal por onde os estímulos do
mercado são transmitidos aos agricultores. Transformações nestas cadeias são muito
estimuladoras do processo produtivo do milho. Três grandes derivações ocorrem neste
item:
a) a fabricação de silagem, para alimentação de vacas em fabricação de leite e de
gado confinado para engorda no período de inverno;
b) A utilização do grão de milho em rações prontas;
c) a utilização do grão em combinação com concentrados proteicos para a
nutrição de suínos e de aves.
A atividade de produção de milho para silagem tem sofrido intensa influência da
necessidade de modernização do setor de pecuária leiteira, e do aumento das atividades
de confinamento bovino que aconteceram nos últimos anos.
Para o cultivo do grão para ração, o processo de transformação é
caracteristicamente industrial, resultando no provimento de rações prontas,
especialmente empregadas na criação de animais de estimação, como cães, gatos, etc.
(ABIMILHO, 2009).
Na criação de suínos e aves em função do grande volume de milho necessário,
este habitualmente é obtido em grão, ou é parcialmente produzido, pelos criadores para
combinação com concentrados na propriedade rural.
O milho é estratégico na agropecuária do Brasil. Quase todo o milho consumido
pelos animais vai para a criação de suínos, aves de corte, os quais representam 30% da
disponibilidade total de carne no país, ao se considerar a carne bovina e o pescado
(ABIMILHO, 2000).
A relação entre consumo de ração e produção da proteína animal é, em média:
a) Frango: 2,1 kg de ração para produzir 1 (um) quilo de frango;
b) Ovos: 72,6 kg de ração para 30 dúzias de ovos;
c) Suínos: 2,9 kg de ração para produzir um quilo de suíno;
d) Leite: 1,0 kg de ração para produzir 16 litros de leite.
O milho é praticamente a base das rações para todos os tipos de criação. Na
formulação das rações (macroelementos), o milho representa:
a) Avicultura de corte: 63,5%;
31
b) Avicultura de postura: 59,5%;
c) Suinocultura: 65,5%;
d) Pecuária de leite: 23% (em equilíbrio com a participação do farelo de trigo 23% e
farelo de algodão 20%).
A Tabela 2 mostra uma estimativa de consumo por segmento em toneladas,
na qual se observa que o grão é consumido principalmente pelo segmento animal.
Com destaque para a avicultura, seguida pela suinocultura e pecuária. O consumo
humano representa uma parcela pequena do total.
Tabela 2. Milho – Brasil – Estimativa de consumo por segmento em toneladas Segmento Consumo
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Avicultura 13.479 14.500 15.427 16.162 19.309 20.022 20.515
Suinocultura 8.587 8.930 8.471 8.852 11.236 11.097 12.022
Pecuária 2.772 2.841 1.911 2.198 2.520 2.479 2.374
Outros Animais 1.528 1.543 1.550 1.581 615 660 673
Consumo
Industrial
4.050 4.090 4.152 4.256 4.044 4.159 4.369
Consumo Humano 1.505 1.514 1.530 1.568 690 700 705
Perdas/Sementes 998 913 1.660 1.429 296 310 349
Exportação 2.550 1.583 3.988 5.000 869 4.327 5000
Outros 3.622 3.550 4.809 4.132 - - -
Total 39.091 39.464 43.498 45.178 39.579 43.754 46.007
Fonte: ABIMILHO, 2010.
3.3. Comercialização
Na Figura 1 tem-se o esquema lógico da comercialização de milho. A
comercialização do milho seria mais segura se houvesse a formulação de contratos que
assegurassem os preços pagos aos produtores de forma antecipada. Um dos grandes
desestímulos à produção do milho no Brasil é a pouca utilização de contratos de
compra. Normalmente, o produtor rural atua com incerteza, sem segurança de preço de
venda.
Essa característica é uma grande falha do mercado do milho. O processo termina
se inserindo em um círculo vicioso. Sem a garantia de preço de venda, acontece um
desestímulo ao financiamento da cultura. O menor crédito conduz a um menor
32
investimento em tecnologia pelo produtor rural. O menor nível da tecnologia utilizada
leva a produtividade média a ser baixa, aumentando o custo de produção (MAPA,
2007).
33
Figura 1. Milho: esquema lógico de comercialização
Fonte: Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, MAPA (2007)
34
Os maiores custos de produção fazem com que o milho brasileiro não tenha
competitividade nas vendas externas. As limitações nas exportações levam o excedente
de produção a não ser escoado, deprimindo os preços domésticos e desestimulando a
produção. O aperfeiçoamento da comercialização da cadeia produtiva do milho
dependerá da ampliação de contratos.
O estímulo às vendas externas, seria o passo inicial para assegurar a
comercialização. Com contratos de fornecimento sendo realizados pelas tradings, a
necessidade de compra antecipada por parte dessas empresas torna-se primordial.
Existiria a indicação de preços no período pré-safra, tornando a comercialização
do milho mais segura ao produtor rural. No aspecto doméstico, é preciso o
aperfeiçoamento do processo de comercialização entre produtores e integradoras.
Atualmente não existe um projeto de parceria, ocorrendo uma atmosfera de rivalidade.
A não garantia de comercialização foi um dos fatores pelos quais a cultura do milho
perdeu área para a soja (MAPA, 2007).
Quanto ao governo, em razão da fragilidade existente no setor, têm-se
alternativas para o fortalecimento dessa cadeia produtiva via preços mínimos e de
opções de compra. Atualmente, o governo tem instrumentos de comercialização
destinados ao milho, como o Prêmio de Escoamento do Produto (PEP) e das Opções de
Venda. Entretanto, nem sempre tais instrumentos chegam no tempo exigido pelo
mercado ou com o orçamento necessário para atender às necessidades dos produtores
rurais.
3.4. Processos industriais e aplicações
A industrialização de milho é feita por meio de dois processos: a seco e a úmido.
No processo a seco, o milho, depois de uma limpeza e secagem, é degerminado e
separado endosperma e germe conforme mostrado na Figura 2. O fluxo do endosperma
é moído e classificado para a obtenção de produtos finais, e o germe passa por processo
de extração para produção de óleo e farelo.
No processo a úmido, conforme a Figura 3, o milho após limpeza e secagem, é
macerado, separado em germe, fibras e endosperma, que é separado em amido e glúten.
O amido ainda é convertido em xaropes e modificado em dextrinas e amidos especiais.
O glúten é seco e recebe a incorporação das fibras e do farelo após extração do óleo
para composição de produto de rações animais.
35
Figura 2. Industrialização de milho. Processo a seco
Fonte: ABIMILHO, 2010
36
Figura 3. Industrialização de Milho. Processo a Úmido
Fonte: ABIMILHO, 2010
37
Os processos produtivos de milho assumem diversas escalas e objetivos. A
integração com as atividades avícola e de suínos é uma opção para melhorar a renda nas
propriedades. A Tabela 3 mostra uma comparação da agricultura familiar com a não
familiar no estado como um todo das atividades relacionadas com o cultivo do milho.
Tabela 3. Números relativos a milho, aves, suínos e leite de vaca na agricultura familiar e não familiar, Mato Grosso, 2006 Atividade Produtiva Agricultura Familiar Agricultura não Familiar
Milho em grão
Estabelecimentos 8.525 2.815
Quantidade produzida (kg) 227.981.659 3.893.624.647
Área Colhida (ha) 100.810 1.023.119
Valor da Produção (R$) 59.658.100 963.939.140
Aves
Estabelecimentos 51.247 14.261
Número de cabeças em 31.12 18.468.072 47.524.989
Ovos de galinha (dz.) 7.489.158 11.438.449
Valor da Produção dos ovos 16.207.613 23.330.648
Suínos
Estabelecimentos 28.675 8.602
Número de cabeças em 31.12 393.291 898.931
Valor da produção (R$) 34.648.335 168.474.879
Leite de Vaca
Estabelecimentos 26.192 7.107
Quantidade Produzida (litros) 374.943.786 142.361.219
Valor da Produção (R$) 143.801.066 60.050.938
Fonte: IBGE, Censo Agropecuário – 2006.
Sendo maior o número de estabelecimentos na agricultura familiar e maior a
quantidade produzida na agricultura não familiar, a produtividade
(quantidade/estabelecimento) é maior na agricultura não familiar, evidenciando que
existe espaço para aprimoramento nos processos produtivos da agricultura familiar.
3.5. Exportação do milho de Mato Grosso por destino (t), janeiro a dezembro de
2009
A Tabela 4 apresenta a exportação do milho de Mato Grosso por destino,
em toneladas, de janeiro a novembro de 2009. Os dados foram extraídos do
Instituto Mato Grossense de Economia Agropecuária.
38
Tabela 4. Exportação do milho por destino (t), janeiro a dezembro de 2009
Fonte: IMEA (SECEX)
Jan/09 Fev/09 Mar/2009 Abr/09 Mai/09 Jun/09 Jul/09 Ago/09 Set/09 Out/09 Nov/09 Dez//09
Irã 143.412 44.816 56.751 15.520 16.235 - 42.431 25.174 401.116 225.113 28.150 147.544 Taiwan 41.302 90.836 54.801 - - - 277.422 169.236
Coréia
do Sul 7.532 10.887 52.538 - - - 3.146 39.448 - - - 103.165
Filipinas - 10.680 46.674 - - - - - - - - - Colômbia 119.893 5.645 30.572 - - - 1.000 32.631 29.778 34.117 80.374 110.301 Arábia 72.190 - 27.626 - 18.802 5 - 42.698 - 89.984 58.970 83.218 Marrocos 24.505 57.103 17.311 - - - - - - 51.567 70.601 50.830 Malásia 91.197 109.113 5.000 - 1.950 - - 2.392 - 147.158 128.422 113.417 Peru 362 27.114 114 - - - - - - - - - Outros 330.886 86.363 49.406 233 - - 16.894 65.882 85.283 89.581 98.507 290.322
39
Os principais países de destino da exportação de milho no período,
apontados por esta estatística foram: Irã, Taiwan, Coréia do Sul, Filipinas,
Colômbia, Arábia, Marrocos, Malásia, Peru, entre outros. O destaque no ano de
2009 ficou para o Irã, para onde foram exportadas 1.146.262 toneladas de milho.
O escoamento da produção depende da estrutura de tráfego disponível no
estado, sendo a principal modalidade a forma rodoviária, que constitui rota de
transporte para produção até os principais portos.
A Tabela 5 mostra o escoamento do milho de Mato Grosso por porto, em
tonelada, no primeiro semestre de 2009. Os dados foram extraídos do Instituto
Mato Grossense de Economia Agropecuária (IMEA).
Tabela 5. Escoamento do milho de Mato Grosso por porto (t), primeiro semestre
de 2009 Jan/09 Fev/09 Mar/09 Abr/09 Mai/09 Jun/09 Acumulado
semestre
Paranaguá (PR) 15.977 33.283 51.674 564 8.785 - 110.283
Santos (SP) 421.100 246.824 222.820 - 9.400 - 900.144
Manaus (AM) 110.684 63.459 64.883 - - - 239.026
São Francisco do
Sul (SC)
6.684 6.734 1.302 233 - 5 14.958
Vitória (ES) 276.473 92.144 - 14.956 18.802 - 402.375
Assis (AC) 362 114 114 - - - 590
Fonte: IMEA, 2009
Os principais portos de destino são: Paranaguá (PR), Santos (SP), Manaus
(AM), São Francisco do Sul (SC), Vitória (ES) e Assis (AC). O destaque no período
ficou para o porto de Santos (SP), com um acumulado de 900.144 toneladas de
milho.
40
4. MÉTODO E FONTE DE DADOS
Para este trabalho foi feito levantamento de dados secundários junto ao Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, do Produto Interno Bruto – PIB a preços
correntes e valor da produção municipal de milho de 141 municípios, ambos do ano de
2007, para o uso do Índice de Concentração Normalizado - ICN, objetivando detectar a
localização onde se concentra principalmente a produção do milho, a produção avícola e
a de suínos e, assim, para identificar os polos de integração entre avicultura,
suinocultura e cultura do milho.
É possível calcular o ICN com base na mão de obra do Relatório Anual de
Informações Sociais – RAIS, porém não existe registro de mão de obra especificamente
para a cultura do milho, em razão de esta cultura empregar muito pouca mão de obra.
Ademais, alguns problemas podem ocorrer na coleta de dados, como a omissão ou a
sonegação de informações por parte dos informantes, podendo haver uma
autoclassificação e o não registro dos empregos informais no mercado de trabalho,
conforme orientam Rodrigues e Simões (2004). Dessa forma, optou-se pelos dados do
IBGE com base nos valores da produção. Para a análise das contribuições econômicas
da aglomeração foram utilizados dados da Produção Agrícola Municipal e da Pesquisa
Pecuária Municipal, ambas do IBGE. A seguir descreve-se o método do ICN.
O trabalho seguirá uma metodologia para identificação e mapeamento de
atividades com potencialidade para se modificar em arranjo produtivo local ou
agricluster. Serão identificados os municípios especializados em atividades agrárias,
formando pencas de Aglomerações Produtivas Locais (APL) no estado de Mato Grosso.
O método de Crocco et. al. (2003) agrupa os diversos critérios utilizados em
outros estudos, para a preparação de um índice de concentração normalizado, que
permita apontar de maneira adequada, as principais aglomerações produtivas no estado,
considerando três características principais:
a) a especificidade de uma atividade ou setor dentro de uma região (município);
b) o peso da atividade ou setor em relação à estrutura empresarial da região
(município);
c) a relevância da atividade ou setor no estado como um todo.
41
4.1. Quociente Locacional (QL)
A primeira característica é determinada pelo índice de especialização ou
quociente locacional (QL). Este índice serve para determinar se um município em
particular possui especialização em dada atividade ou setor específico e é calculado com
base na razão entre duas estruturas econômicas.
No numerador tem-se a economia em estudo, referente a um dado município do
estado de Mato Grosso, e no denominador coloca-se a economia de referência, em que
constam todos os municípios do estado.
O Quociente Locacional é um instrumento tradicional dos estudos de economia
regional, que permite avaliar a aglomeração de atividades industriais e a existência de
particularizações locais em certo tipo de atividade (Rodrigues; Simões, 2004). A
fórmula matemática é a seguinte:
QL =
EaEiaEjEij
// (1)
em que: Eij é considerado como valor da produção da atividade ou setor i no município
em estudo j; Ej é Produto Interno Bruto do município j; Eia é o valor da produção da
atividade ou setor i no estado; Ea é o Produto Interno Bruto do estado.
A maior parte dos trabalhos pondera que existiria especialização na atividade ou
setor i no município j, caso o seu QL seja maior que um. Outros estudos mais
intransigentes tomam como critério o QL igual a dois ou três. Se o QL = 1, significa que
a especialização da região j em atividades do setor i é igual à especialização do conjunto
de atividades desse setor em todas as regiões.
Porém, se o QL < 1, a especialização da região j em atividades do setor i é
menor à especialização do conjunto de atividades desse setor em todas as regiões.
Finalmente, se QL > 1, a especialização da região j em atividades do setor i é maior que
a especialização do conjunto de atividades desse setor em todas as regiões.
Conforme Clemente e Higachi (2000), caso os setores fossem colocados em
ordem decrescente de proporção capital-trabalho, a Teoria da Especialização pressupõe
que essa ordenação apresentaria correlação (ordinal) positiva com a ordem de
concentração dos setores nas regiões com alta dotação relativa capital e trabalho e
42
correlação negativa com a ordem de concentração dos setores nas regiões com baixa
dotação capital e trabalho.
Haddad (1989) citado por Rodrigues e Simões (2004) utiliza no cálculo do QL o
volume de emprego. Duas questões são importantes acerca da utilização deste
quociente.
Se a economia de referência utilizada for o Brasil, deve-se considerar a
disparidade regional existente no país. Nem sempre QL > 1 significa especialização
naquele setor, mas sim, diferenciação produtiva.
Para regiões pequenas, com emprego (ou estabelecimentos) industrial
imperceptível e arcabouço produtivo pouco diversificado, o quociente tende a
sobrevalorizar o peso de um determinado setor para a região.
O quociente também tende a subvalorizar a relevância de determinados setores
em regiões com um arcabouço produtivo bem diversificado, ainda que este setor possua
peso expressivo na conjuntura nacional.
Tendo em vista que a escala econômica do local depende de sua especialização
produtiva ou base exportadora, o QL é empregado para identificar os municípios do
estado de cunho exportador ou de maior densidade econômica.
Este indicador, empregado de forma geral pela sua singeleza e acuidade pode,
entretanto, gerar deformidades como a assinalada por Crocco et. al. (2003) de que um
QL > 1, ao invés de constituir especialização, pode estar apontando somente uma
diferenciação produtiva, em função da heterogeneidade dos municípios que existem em
dada região.
4.2. Índice de Hirschman e Herfindahl Modificado (IHHm)
Para atenuar os problemas do índice anterior, utiliza-se um segundo indicador
objetivando obter o real peso da atividade ou setor no arcabouço produtivo local. Este
indicador é uma transformação do Quociente Locacional (QL), conforme a seguir
mostrado:
IHHm =
−
EaEj
EiaEij (2)
43
com dados conforme definidos anteriormente. Com o IHHm é possível comparar o peso
da atividade ou setor i do município j no setor i do estado em relação ao peso da
estrutura produtiva do município j na estrutura do estado como um todo.
Um valor positivo aponta que a atividade ou setor i do município j no estado
está, ali, mais concentrada e, portanto, com maior poder de atração econômica, dada sua
especialização em tal atividade ou setor.
Segundo Hoffman (2002), o valor máximo desse índice ocorre quando a
indústria é constituída por uma única empresa. Nesse caso o índice é igual a 1 (um). O
valor de Hirschman e Herfindahl se aproxima de zero quando todas as observações são
diminutas, ou seja, quando a produção está dividida de maneira relativamente igualitária
por um grande número de empresas. Esta análise pode ser aplicada para o Índice de
Hirschman e Herfindahl Modificado.
4.3. Índice de Participação Relativa (PR)
O terceiro indicador foi aproveitado para capturar a relevância da atividade ou
setor i do município j diante do total da referida atividade para o estado, isto é, a
participação relativa da atividade ou setor no emprego total da atinente atividade ou
setor no estado. A fórmula é dada por:
PR =
EiaEij (3)
com dados conforme definidos anteriormente. O indicador varia entre zero e um.
Quanto mais próximo de um, maior a relevância da atividade ou setor i do município j
no estado.
4.4. Agregação dos índices para o cálculo do ICN
Os três indicadores apresentados oferecem as informações fundamentais para a
constituição de um indicador mais universal e sólido de concentração empresarial ligado
a uma atividade ou setor econômico em um município, denominado índice de
concentração normalizado (ICN). A constituição do ICN segue parte do procedimento
44
de Crocco et al. (2003), por meio da combinação linear dos três indicadores
especificados na equação a seguir:
ICNij = θ 1QLij + θ 2IHHmij + θ 3PRij (4)
Em que os θ ’s são os pesos de cada um dos indicadores para cada atividade ou
setor produtivo em análise. Para o cálculo dos pesos de cada um dos índices
especificados na equação acima se aplica a técnica da análise de componentes
principais.
A partir da matriz de correlação dos indicadores, a análise das componentes
principais revela a proporção da variância da dispersão total da nuvem de dados gerada,
representativa dos atributos de agrupamento, que é ilustrada por cada um desses três
indicadores, levando em conta suas participações na explicação do potencial para a
formação de aglomerações que os municípios apresentam setorialmente no estado.
Alternativamente à metodologia acima descrita, Rodrigues e Simões (2004)
propõem o cálculo do ICN, por meio da padronização dos três índices. Depois de
calculados os três indicadores, efetua-se a padronização de cada um deles através da
média e do desvio padrão de cada setor, descritos como:
zi = δ
xxi − (5)
onde zi é o indicador padronizado, xi é o valor do indicador do setor para cada
município, x é o valor da média de cada indicador do setor para todos os municípios e
δ é o desvio padrão de cada indicador do setor para todos os municípios.
Concluída a padronização, elabora-se o Índice de Concentração a partir da média
desses três indicadores, conforme a expressão:
ICN = (QL + IHHm + PR)/3 (6)
Uma vez que a soma dos pesos deve ser igual a um, equivale, nesse caso, a 1/3
(um terço) para cada um dos indicadores, QL, PR e IHHm. A interpretação do Índice de
Concentração baseia-se numa comparação entre as diversas especializações. Por esse
45
critério, serão classificados os vinte municípios que apresentam os maiores índices de
concentração do estado, para um estudo relacionado a estes municípios.
A finalidade de agregar esses três indicadores é assegurar um resultado sólido, é
dizer, um resultado que não seja tendencioso pelas especificidades estruturais dos
municípios.
Os municípios menores tendem a sobrevalorizar o grau de especialização
produtiva, devido à baixa diversidade produtiva local, e, inversamente, os municípios
grandes tendem a subvalorizar o grau de especialização, uma vez que os operários se
encontram dispersos em muitas atividades, devido à grande diversidade produtiva.
46
5. RESULTADOS
Considerando o estado de Mato Grosso como um todo, mostra-se a Figura 4, na
qual se pode ver a distribuição espacial do valor da produção da cultura do milho,
medido em reais, para o ano de 2007.
Figura 4. Distribuição espacial do valor da produção em reais do milho, 2007
Fonte: Dados da Pesquisa
Verifica-se que os maiores valores de produção do milho estão concentrados
em municípios como Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Sorriso. Estes municípios
estão situados praticamente no centro do Estado de Mato Grosso. À medida que se
desloca do centro para a periferia do Estado, os valores de produção do milho vão
decrescendo.
5.1. Componentes e Ranking do Índice de Concentração Normalizado
5.1.1. Estatísticas descritivas e ranking do ICN
47
A seguir é apresentada a estatística descritiva para os componentes do Índice de
Concentração Normalizado, calculados para os 141 municípios do estado de Mato
Grosso, no ano de 2007. Para elaborar este índice foi necessário obter o valor da
produção municipal do milho e do produto interno bruto dos municípios, ambos de
2007, último ano que possui os valores para o PIB municipal.
Tabela 6. Estatística descritiva do os componentes do ICN para os municípios de Mato
Grosso Estatística Quociente Locacional (QL) Índice de Hirschman
Herfindahl (IHHm)
Índice de Participação
Relativa (PR)
Média 0,8360
1,98309E-18
0,0079
Erro Padrão 0,1034
0,0019
0,0015
Mediana 0,2593
-0,0007
0,0005
Desvio Padrão 1,2285
0,0225
0,0189
Intervalo 5,5908
0,2884
0,1279
Mínimo 0,0005
-0,1849
3,8252E-06
Máximo 5,5913
0,1034
0,1279
Soma 117,9125
2,7960
1
Fonte: Dados da pesquisa
A média para o Quociente Locacional (QL) para o estado de Mato Grosso foi de
0,8360, indicando que o estado como um todo não apresenta especialização na produção
de milho. Isto se explica por não existir grande escala produtiva em todos os municípios
do estado. Os municípios com baixa escala de produção podem estar subestimando o
quociente. O Quociente Locacional aponta especialização apenas no nível municipal.
Observando os valores máximos de QL, é possível interpretar a presença de
aglomeração produtiva de milho.
Para o Índice de Hirschman Herfindahl Modificado (IHHm) a média foi de
1,9E-18, evidenciando que não existe concentração da produção de milho no estado de
Mato Grosso como um todo.
Para o índice de Participação Relativa (PR), a média de participação de cada
município no estado de Mato Grosso como um todo foi de 0,0079, apontando também
48
baixa concentração produtiva no estado como um todo, não obstante seja um indicador
percentual.
Para calcular o índice de concentração o quociente locacional, o índice de
Hirschman e Herfindahl e o índice de participação relativa foram padronizados, mas
caso seja feita a estatística descritiva das variáveis padronizadas irá se obter resultados
semelhantes, com os índices apontando ausência de especialização no estado como um
todo.
Quanto maior o índice maior é a concentração, mas para capturar a aglomeração
de aves e suínos no espaço, foi expandida uma amostra para vinte municípios para
abranger a concentração geográfica dos complexos em torno das principais cidades
produtoras de milho. A Tabela 7 mostra o ranking do Índice de Concentração
Normalizado dos vinte primeiros municípios, com base no método da padronização e
média.
O cálculo pelo método da análise de componentes principais quase sempre
exige o emprego de dois softwares diferentes. Através da matriz de correlação das
variáveis, esta metodologia permite que se conheça qual o percentual da variância da
dispersão total de uma nuvem de pontos que representa a aglomeração é explicada por
cada um dos três indicadores utilizados (CROCCO, et. al., 2003).
Desta forma, obtêm-se pesos específicos para cada indicador que considera a
participação desses indicadores na explicação do potencial de formação de arranjos
produtivos que as unidades geográficas apresentam setorialmente.
Calculando do valor dos pesos para os três indicadores através dos
softwares Econometric Views e o Gnu Regression, Econometrics and Time-series
Library, chegou-se a um peso praticamente igual para os três indicadores, ao redor
de 0,333. Se fosse utilizada a análise de componentes principais equivaleria ao
emprego do método da padronização e média, o qual padroniza os três índices de
cada município, soma todos eles e faz uma divisão por três.
O município de Ipiranga do Norte apareceu em primeira colocação ao se
considerar o Quociente Locacional, que não considera algumas especificidades
estruturais dos municípios. Porém ao se calcular o Índice de Concentração
Normalizado, cedeu lugar para municípios com tradição na produção e exportação
do cereal em análise.
49
Tabela 7. Ranking dos vinte maiores Índices de Concentração Normalizado, Quociente Locacional, IHHm e PR, 2007
Município QL padronizado IHHm
padronizado
PR padronizado ICN
Lucas do Rio Verde 3,570 4,581 6,388 4,846
Sorriso 1,673 3,210 5,481 3,455
Nova Mutum 2,262 2,428 3,631 2,774
Sapezal 1,567 1,980 3,330 2,292
Campos de Júlio 2,960 1,599 2,083 2,214
Campo Novo do Parecis 1,430 1,670 2,869 1,990
Ipiranga do Norte 3,870 0,905 0,940 1,905
Campo Verde 1,371 1,548 2,688 1,869
Nova Ubiratã 3,258 1,064 1,226 1,849
Primavera do Leste 0,750 1,055 2,546 1,450
Tapurah 2,653 0,733 0,783 1,390
Itanhangá 3,358 0,364 1,169 1,297
Santa Rita do Trivelato 2,150 0,485 0,438 1,025
Santo Antonio do Leste 1,680 0,408 0,368 0,819
Juscimeira 2,012 0,294 0,128 0,812
Guiratinga 1,416 0,311 0,233 0,653
Alto Taquari 0,744 0,389 0,708 0,614
Santa Carmem 1,772 0,135 -0,132 0,592
Diamantino 0,485 0,330 0,929 0,581
Porto dos Gauchos 1,587 0,150 -0,093 0,548
Fonte: Dados da pesquisa
Segundo o Quociente Locacional, as maiores especialização no cultivo do milho
estão em Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Itanhangá e Nova Ubiratã, que estão
praticamente no centro do estado de Mato Grosso. À medida que se distancia destes
municípios o Quociente Locacional decresce, conforme mostra a Figura 5.
50
Figura 5. Distribuição espacial do Quociente Locacional, 2007
Fonte: Dados da pesquisa
Conforme a Figura 6, tanto o índice de Hirschman e Herfindahl modificado
quanto o índice de Participação Relativa indicam concentração de produção em Lucas
do Rio Verde e Sorriso, à medida de se distancia destes municípios os índices
decrescem.
Figura 6. Distribuição espacial do Índice de Hirschman e Herfindahl e do índice de
Participação Relativa para o Milho, 2007
51
A Figura 7 mostra a distribuição geográfica do Índice de Concentração
Normalizado da cultura do milho para o ano de 2007, calculado com base no método da
padronização e média e análise de componentes principais.
Verifica-se que o centro produtivo da cultura do milho está concentrado nos
municípios de Lucas de Rio Verde e Sorriso. À medida que se afasta deste centro o
Índice de Concentração Normalizado decresce.
Figura 7. Distribuição espacial do Índice de Concentração Normalizado do milho, 2007
Fonte: Dados da pesquisa.
5.1.2. Aglomeração de atividades nas vinte cidades
Para fazer um estudo sobre existência de aglomeração envolvendo milho, aves e
suínos primeiramente foi calculado o índice de concentração normalizado da cultura do
milho, por estar presente também na avicultura, suinocultura, além de outras atividades,
devido à disponibilidade de dados relativos ao valor de produção do milho, e para
estabelecer uma amostra dos vinte primeiros municípios, incorporando o efetivo de aves
e suínos, além de leite e ovos, para uma perspectiva acerca da quantidade e atividades
produtivas, possibilitando detectar polos de aglomeração (Tabela 8).
52
Tabela 8. Síntese da aglomeração de atividades nas vinte cidades apontadas pelo ICN,
2007 Município ICN Valor da
Produção
Milho
(mil R$)
Efetivo total
de aves
(cabeças)
Efetivo de
suínos
(cabeças)
Valor da
Produção
Ovos
(mil R$)
Exportação
milho (US$)
PIB
(mil R$)
Lucas do Rio
Verde
4,846 200.710,00 1.089.361 107.000 465,00 59.075.410,00 1.045.913,00
Sorriso 3,455 173.806,00 869.820 62.531 5.204,00 55.186.372,00 1.635.451,00
Nova Mutum 2,774 109.954,00 12.484.000 168.740 2.778,00 29.759.480,00 894.814,00
Sapezal 2,292 109.954,00 5.537 2.677 122,00 21.089.767,00 1.083.337,00
Campos de
Júlio
2,214 72.945,00 4.429 1.199 31,00 4.754.119,00 443.703,00
Campo Novo
do Parecis
1,990 96290,00 25.329 1.557 259,00 11.797.947,00 1.010.235,00
Ipiranga do
Norte
1,905 39.048,00 14.509 13.606 83,00 nd 190.054,00
Campo
Verde
1,869 90.910,00 10.697.599 63.157 59.976,00 6.921.899,00 981.028,00
Nova Ubiratã 1,849 47.524,00 43.265 4.622 237,00 0 267.207,00
Primavera do
Leste
1,450 86.689,00 450.025 18.900 176,00 40.174.450,00 1.341.471,00
Tapurah 1,390 34.362,00 217.246 23.865 147,00 9.644.123,00 228.265,00
Itanhangá 1,297 16.150,00 23.777 3.319 228,00 0 88.569,00
Santa Rita
do Trivelato
1,025 24.150,00 3.400 19.593 8,00 nd 188.917,00
Santo
Antonio do
Leste
0,819 22.060,00 4.895 1.756 21,00 nd 206.914,00
Juscimeira 0,812 14.945,00 23.599 1.818 122,00 nd 122.895,00
Guiratinga 0,653 18.040,00 33.790 4.678 257,00 nd 190.506,00
Alto Taquari 0,614 32.152,00 4.869 1.065 92,00 4.931.948,00 499.647,00
Santa
Carmem
0,592 7.200,00 14.874 13.542 88,00 0 65.005,00
Diamantino 0,581 38.723,00 200.800 134.649 80,00 11.418.572,00 735.452,00
Porto dos
Gaúchos
0,548 8.340 19.907 2.512 91 nd 81.444,08
Fonte: PAM/PPM-IBGE, MDIC, 2007
O valor da produção mais elevado é de Lucas de Rio Verde, possuindo
também um valor de exportação maior que os dos outros municípios. O valor da
produção de milho deste município é maior que o produto interno bruto de muitos
outros municípios em Mato Grosso.
O município de Tapurah possui menor valor da produção, menor
exportação de milho e menor Produto Interno Bruto do que o município de
Diamantino, porém possui maior índice de concentração normalizado do milho se
53
explica pelo fato de o valor da produção do milho. Isto se deve ao valor da
produção de milho do município de Tapurah representar cerca de 15,05% do
Produto Interno Bruto, enquanto que no município de Diamantino o valor da
produção representa apenas 5,26% do produto.
As cidades com elevada concentração produtiva de milho, como apontada
pelo Índice de Concentração Normalizado está atraindo outras atividades como
será confirmado mais adiante no trabalho com outros números relativos às
atividades agropecuárias.
As cidades com níveis maiores de exportação de milho trazem evidências de
existir aglomerações melhor organizadas e as cidades com menores níveis de
exportação podem ser aglomerações com menor organização ou pequenos
aglomerados produtivos.
5.1.3. A integração entre milho, avicultura, suinocultura e pecuária de leite.
Para complementar os resultados, apresenta-se o resultado de efetivos de aves, e
o produto de sua origem, o efetivo de rebanho suíno, atividade que também demanda
grande quantidade de ração para alimentação, cujo principal insumo é o milho. E, por
fim, complementa-se com a produção pecuária de leite, que também se utiliza de ração
na qual se usa o grão. Os dados são da pesquisa pecuária municipal do IBGE, do ano de
2008, para as vintes cidades apontadas pelo ICN do milho, objetivando identificar
pencas de arranjo produtivo locais, e a integração entre estas atividades.
54
Tabela 9. Aves, suínos, ovos e leite para os municípios do índice de concentração, 2008
Produção Pecuária Municipal do IBGE, 2008.
Porter (1999) citado por Santos (2006) diz que:
“(...) Um agrupamento geograficamente concentrado de empresas inter-
relacionadas e instituições correlatas numa determinada área, vinculadas
por elementos comuns e complementares. O escopo geográfico varia de
uma única cidade ou estado para todo um país ou mesmo uma rede de
países vizinhos. Os aglomerados assumem diversas formas, dependendo
de sua profundidade e sofisticação, mas a maioria inclui empresas de
produtos finais, fornecedores de insumos especializados, componentes,
equipamentos e serviços, instituições financeiras e empresas em setores
correlatos (...)”.
Verifica-se que as maiores produções de aves e do produto de sua origem, o
ovo, localizam-se nas cidades onde há também especialização no cultivo de milho,
destacando-se a cidade de Nova Mutum, na produção de galos, frangas, frangos e
Município Galos, frangas, frangos e pintos
(cabeças)
Galinhas (cabeças)
Ovos de galinha
(mil dúzias)
Efetivo do
rebanho suíno
(nº de cabeças)
Leite
(mil litros)
Lucas do Rio Verde 1.0066.131 23.230 186 183.599 1.350
Sorriso 731.100 138.720 1.839 70.454 2.130
Nova Mutum 12.300.000 184.000 1.020 184.000 1.800
Sapezal 1.606 3.931 53 2.724 136
Campos de Júlio 1.107 3.322 13 2.016 125
Campo Novo do Parecis 17.526 7.803 159 3.948 253
Ipiranga do Norte 9.885 4.624 38 24.141 1.130
Campo Verde 8.953.930 1.743.669 32.096 74.370 5.037
Nova Ubiratã 28.457 14.808 118 5.179 700
Primavera do Leste 223.218 226.807 69 22.760 2.033
Tapurah 210.000 7.246 58 50.801 394
Itanhangá 14.802 8.975 91 3.359 1.115
Santa Rita do Trivelato 3.000 400 5 35.000 400
Santo Antonio do Leste 1.963 2.932 10 1.745 2.335
Juscimeira 10.620 12.979 47 1.835 5.745
Guiratinga 11.805 21.985 177 4.712 3.701
Alto Taquari 1.996 2.873 39 960 884
Santa Carmem 6.248 8.626 34 16.114 974
Diamantino 189.000 11.800 46 143.000 1.971
Porto dos Gaúchos 7.337 10.862 33 2.070 984
55
pintos, e a cidade de Campo Verde, na produção de galinhas, e no produto de sua
origem, o ovo.
As cidades que se destacam em produção suína são Lucas de Rio Verde e
Nova Mutum, praticamente com o mesmo número de cabeças em 2008, e a cidade
com destaque na produção de leite entre as vinte do ICN do milho é Dom Aquino.
A cidade de Campo Verde especializada em produção avícola, também
possui expressiva produção de rebanho suíno. Por outro lado, Nova Mutum,
especialista em suínos, possui expressiva produção avícola. Isto não ocorre com
Dom Aquino, que embora possua a maior produção leiteira entre os municípios
apontados pelo índice de concentração, não possui substancial produção avícola e
de suínos.
Isto é explicado pelo fato da avicultura e suinocultura demandar ração,
empregando grande volume do grão, enquanto que a produção leiteira demanda
ração que utiliza o grão em quantidade não expressiva, além de existir outros
municípios, fora das vintes primeiras cidades do índice de concentração do milho,
que produzem maior quantidade de leite.
Outros destaques de aglomeração produtiva são os municípios de Sorriso,
Primavera do Leste, Ipiranga do Norte, Tapurah, Santa Rita do Trivelato,
Diamantino, Dom Aquino e Juscimeira, os quais possuem expressiva produção de
milho e efetivo de aves, suínos e pecuária leiteira.
Pode-se afirmar que Lucas do Rio Verde, Nova Ubiratã, Nova Mutum,
Sorriso, Ipiranga do Norte, Tapurah, Santa Rita do Trivelato e Diamantino
formam o primeiro polo de aglomeração envolvendo milho, aves e suínos, devido à
alta escala produtiva dessas atividades. Da mesma forma, Campo Verde,
Primavera do Leste, Dom Aquino e Juscimeira formam outro polo de aglomeração
em análise.
5.2. Análise dos polos de aglomeração
A seguir é feita uma comparação das doze cidades apontadas pelo índice de
concentração normalizado do milho e com outras atividades em termos de valor da
produção, evolução do aglomerado produtivo de milho, aves e suínos e descrição
de atividades no mercado de trabalho para uma caracterização dos principais
polos de aglomeração dessas atividades no estado de Mato Grosso.
56
Os dados estatísticos acerca da área plantada em hectares, área colhida em
hectares, quantidade produzida em toneladas, e valor da produção em milhares de
reais, relativos aos principais produtos agrícolas das cidades brasileiras, foram
coletados a partir do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Os dados relativos às atividades no mercado formal de trabalho foram
obtidos pelo Ministério do Trabalho e Emprego. A combinação dessas variáveis é
importante para uma perspectiva acerca da formação de renda nos municípios em
análise.
5.2.1. Polo de Lucas do Rio Verde
O Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial sustenta que alguns lugares
estão se desenvolvendo bem porque conduziram mudanças nas três extensões da
geografia econômica: i) maiores densidades, como se observa no crescimento das
cidades; ii) distâncias menores à medida que trabalhadores e firmas se aproximam
da densidade; iii) menos divisões, à medida que os locais diminuem suas fronteiras
econômicas e integram seus mercados para aproveitar a escala e a especialização
(BANCO MUNDIAL, 2009).
Para elucidar essa concepção, o mapa contendo os municípios do primeiro
polo de primeiro polo de aglomeração é apresentado na Figura 8, cujo centro
geográfico é o município de Lucas do Rio Verde.
57
Figura 8. Polo da aglomeração produtiva de Lucas do Rio Verde
Fonte: Dados da Pesquisa
Esses municípios apresentam expressivos efetivos de aves e suínos, além de
elevada produção de milho, e estão posicionados entre os vinte municípios
apontados pelo índice de concentração.
5.2.1.1. Consumo de milho no polo de Lucas do Rio Verde
Como a capacidade de transformação do suíno decresce a partir do sétimo
mês de idade, foi preciso melhorar os animais surgindo o suíno tipo carne ao invés
de banha, abatido aos cinco ou seis meses de idade, pesando de 90 a 120 quilos,
com massas musculares posteriores mais ricas em carne, garantindo maior valor
no mercado e maior rendimento ao criador (ASSOCIAÇÃO GOIANA DE
SUINOCULTURA, 2010).
Um peso ideal para se fazer uma estimativa com o estoque anual de suínos
e aves em fases diversas de criação é o peso médio de abate divulgado pelo IBGE
58
que gira em torno de 81,33 kg para um suíno e 2,03 kg para uma ave, para Mato
Grosso.
59
Tabela 10. Estimativa de consumo de milho pelos segmentos no polo de aglomeração de Lucas do Rio Verde, em quilogramas, 2000/2007
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Cabeças de Suíno 138.691 212.263 284.635 315.903 436.126 464.875 532.455 534.606
Kg médio por cabeça 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33
Kg ração/kg suíno 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9
Kg de milho/kg de suíno 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995
Kg de milho total estimado de
consumo pelos suínos
21.425.864 32.791.733 43.972.218 48.802.697 67.375.507 71.816.834 82.257.021 82.589.931
Cabeças de aves
(frango + galinhas)
213.877 236.833 1.551.825 1.767.068 1.932.851 2.061.783 3.477.801 4.053.456
Kg médio por cabeça 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03
Kg ração/kg ave 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1
Kg de milho/kg ave 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915
Kg de milho total estimado de
consumo pelas aves
560.731 620.915 4.068.489 4.632.802 50.674.424 5.405.469 9.117.907 10.627.128
Total estimado de consumo por
aves e suínos
21.986.595 33.412.649 48.040.707 53.435.498 1.18E+08 77.222.304 91.374.928 93.216.449
Consumo Humano, Pec. Leite,
Ind., Perdas, comércio inter-
região kg
- - - - - 1.140.184.678 1.364.536.985 1.474.468.262
Importação de Milho Kg nd nd nd nd nd 0 0 0
Exportação de Milho kg nd nd nd nd nd 18.477.018 201.596.086 938.534.288
Produção Regional Kg - - - - - 1.235.884.000 1.657.508.000 2.506.219.000
Mercado Interno kg - - - - - 1.217.406.982 1.455.911.914 1.567.684.712
60
Fonte: IBGE, MDIC, ABIMILHO. Elaboração Própria.
61
A Tabela 10 mostra uma estimativa do consumo de milho pelos segmentos
no primeiro polo. O consumo do mercado interno considera a produção regional,
subtraindo-se as exportações e adicionando-se as importações. A estimação da
quantidade consumida pelas aves e suínos é feita por meio da relação entre
quantidade de ração por quilo de animal, e o percentual de milho requerido em
cada quilo de ração.
O consumo humano, mais o uso industrial, mais a pecuária leiteira, mais as
perdas, etc. são estimados subtraindo-se o total consumido pelas aves e suínos do
consumo aparente.
Para a estimativa de consumo de milho no primeiro polo de aglomeração,
nota-se considerável aumento do consumo do milho na suinocultura, assim como
na avicultura, no período entre 2000 e 2007. Devido à maior especialização na
suinocultura, ao maior ciclo de vida e ao maior porte do suíno, o consumo de milho
pela criação suína é maior do que o consumo pelas aves nesta região.
O consumo humano mais o industrial, pecuária leiteira e comércio inter-
regiões deveria aparecer em um montante bem menor do que o consumo pelos
animais, mas aparece num montante bem maior que o esperado. Isto se explica
pelo fato de estas regiões serem especializadas na produção do grão, sendo de se
esperar geração de excedentes que podem estar sendo direcionados aos municípios
vizinhos à região, ou seja, faz parte do comércio inter-regional. Percebe-se um
crescimento da importância do consumo do milho pelos animais ao longo dos anos
em análise. A seguir, faz-se a análise de cada município de cada polo produtivo.
Lucas do Rio Verde
Cada cultura tem utilidades diferentes, ou seja, propriedades diversificadas
que satisfazem as diversas necessidades econômicas do ser humano. Mas é útil
destacar o valor da produção em milhares de reais, com o cultivo do milho se
posicionando em segundo lugar, com R$ 200.710,00, após a cultura da soja, na
cidade de Lucas de Rio Verde, em 2007 (Tabela 11).
O milho obteve segunda posição também em área plantada e área colhida,
mas em quantidade produzida superou a soja, obtendo a primeira colocação. Desta
forma esse grão foi de grande importância nesta cidade para a geração de renda.
Também foram produzidos em 2007, algodão, arroz, feijão e sorgo.
62
Tabela 11. Lucas do Rio Verde – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida (ton)
Valor em R$
1.000
Algodão Herbáceo
(em caroço) (ton)
15.015 15.015 57.372
52.323
Arroz (em casca) (ton) 160 160 480 164
Feijão (em grão) (ton) 1.000 1000 2.580 3.096
Milho (em grão) (ton) 175.073 175.073 709.221 200.710
Soja (em grão) (ton) 215.535 215.535 623.758 232.662
Sorgo granífero (em grão) (ton) 5.000 5.000 12.000 1.920
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
Se um setor está crescendo ao longo do tempo, enquanto outras atividades
estão em declínio, é possível apontar a indústria motriz ou setor dinâmico do local.
Conforme os dados do IBGE, nos municípios em análise as atividades relacionadas
com o cultivo do milho e a criação de aves, estiveram em ascensão, enquanto
outras estavam em queda. Este é um tipo de análise diferencial-estrutural que
consiste, basicamente, na descrição do crescimento econômico de um local nos
termos de sua estrutura produtiva (CROCCO; DINIZ, 2006).
A Tabela 12 mostra a evolução da concentração produtiva envolvendo o
milho as aves e os suínos no município de Lucas do Rio Verde. A cultura do milho
é expressa em toneladas e a avicultura e suinocultura são expressas em efetivo de
rebanho, ou seja, número de cabeças.
Tabela 12. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Lucas do Rio Verde –
quantidade produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 215.414 188.110 368.400 588.000 332.030 529.326 596.030 709.221
Galinha
(cabeças)
52.261 53.829 55.445 55.443 55.443 58.215 64.036 23.230
Frango
(cabeças)
18.602 19.160 19.735 19.734 39.734 20.721 22.793 182.000
Suíno
(cabeças)
30.861 32.028 54.632 62.988 82.050 86.362 94.990 107.000
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal
63
O milho teve uma trajetória de ascensão no período, passando de 215.414
toneladas em 2000 para 709.221 toneladas em 2007. As atividades da avicultura e
suinocultura sempre estiveram em ascensão no período. A queda no número de
galinhas entre 2006 e 2007 foi mais do que compensada pelo número de frangos.
Uma vez que estes setores estão estritamente relacionados, de acordo com os
números expostos antes e considerando a definição de Porter dada anteriormente,
percebe-se uma aglomeração das três atividades cada vez mais crescente,
contribuindo para o crescimento do produto interno bruto do município e geração
de renda, que é um importante atributo na análise de desenvolvimento, que leva
em consideração, o crescimento sustentado de renda e outros aspectos sociais.
Para se ter um melhor perfil do município em termos de atividade
produtiva, aponta-se as ocupações entre as vinte com maiores saldo (admissão
menos desligamento) entre todos os setores do município, e que estão relacionadas
com as atividades estudadas, entre janeiro de 2003 e abril de 2010, registradas pelo
Ministério do Trabalho e Emprego: abatedor, com saldo de 2.924; motorista de
caminhão (rotas regionais e internacionais) com 408; trabalhador agropecuário em
geral, com 240; operador de máquinas de beneficiamento de produtos agrícolas,
com 120; trabalhador da avicultura de corte, com 82; e, mecânico em manutenção
de máquinas em geral, com 82.
Sorriso
Em Sorriso, o cultivo de milho atingiu o segundo lugar no ano de 2007 em
termos de valor de produção, com R$ 173.806,00, sendo apenas superado pela soja.
Dessa forma, foi um dos principais produtos cultivados e de grande importância
para a economia local, na formação de renda (Tabela 13).
64
Tabela 13. Sorriso – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e valor da
produção, 2007. Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
(ton)
Valor em R$
1.000
Algodão Herbáceo
(em caroço) (ton)
21.110 21.110 73.115 66.681
Arroz (em casca) (ton) 7.115 7.115 20.491 8.196
Feijão (em grão) (ton) 4.415 4.415 11.416 13.699
Milho (em grão) (ton) 228.266 228.266 755.678 173.806
Soja (em grão) (ton) 543.000 543.000 1.662.666 631.813
Sorgo granífero (em grão) (ton) 4.000 4.000 6.000 840
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
De acordo com a Tabela 14, as atividades relacionadas com o cultivo de
milho estiveram em ascensão, assim como as atividades relacionadas com as
atividades da avicultura. As atividades relacionadas com a suinocultura cresceram
até 2006, momento a partir do qual teve uma leve queda.
Desta forma, houve uma crescente aglomeração dessas atividades durante o
período, gerando uma progressiva acumulação, indicando um fortalecimento na
dinâmica econômica do município e permanente contribuição na constituição de
renda.
Tabela 14. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Sorriso, quantidade
produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 131.529 166.207 265.680 189.800 334.800 183.000 400.297 755.678
Galinha
(cabeças)
58.025 59.766 60.962 62.790 62.790 65.867 69.160 138.787
Frango
(cabeças)
10.931 11.259 92.281 122.281 792.000 831.600 873.180 731.177
Suíno
(cabeças)
63.000 64.890 66.190 67.175 83.175 89.565 98.522 62.531
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
As ocupações entre as vinte com maiores saldo (admissão menos
desligamento) entre todos os setores do município, e que estão relacionadas com as
atividades estudadas, segundo o Ministério do Trabalho, no período de janeiro de
2003 e abril de 2010, foram: abatedor, com saldo de 466; operador de máquina de
65
beneficiamento de produtos agrícolas, 223; trabalhador volante na agricultura,
146; e, motorista de caminhão (rotas regionais e internacionais), 105.
Nova Mutum
No tocante ao valor da produção, o cultivo de milho apareceu em segunda
colocação, com R$ 118.905,00, após o cultivo da soja, na cidade de Nova Mutum,
sendo uma das principais lavouras temporárias, constituindo uma importante
cultura para a geração de renda, contribuindo para o crescimento econômico local
(Tabela 15).
Tabela 15. Nova Mutum – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e
valor da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Algodão Herbáceo (em caroço) (ton) 24.486 24.486 88.389 80.616
Arroz (em casca) (ton) 3.000 3.000 9.000 3.024
Milho (em grão) (ton) 101.333 101.333 424.660 118.905
Soja (em grão) (ton) 310.000 310.000 970.610 339.714
Sorgo Granífero (em grão) (ton) 5.833 5.833 13.416
1.780
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
Conforme a Tabela 16, as atividades relacionadas com o cultivo de milho
estiveram em ascensão. As atividades relacionadas com a avicultura e suinocultura
estiveram em crescimento. Assim, houve crescente aglomeração dessas atividades.
Tabela 16. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Nova Mutum,
quantidade produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho
(ton)
84.224 37.398 72.510 238.619 299.820 179.532 217.420 424.660
Galinha
(cabeças)
9.781 8.660 8.920 13.420 44.000 48.400 100.862 121.709
Frango
(cabeças)
8.643 31.193 1.260.000 1.270.000 770.050 847.055 2.139.000 2.581.106
Suíno
(Cabeças)
20.795 21.419 32.281 32.762 75.387 82.926 105.493 168.740
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
66
As profissões entre as vinte com maiores saldo (admissão menos
desligamento) entre todos os setores do município, e que possuem afinidade com as
atividades estudadas, segundo o Ministério do Trabalho, no período de janeiro de
2003 e abril de 2010, foram: trabalhador volante na agricultura, com 342;
tratorista agrícola, 136; trabalhador agropecuário em geral, 104; motorista de
caminhão (rota regional e internacional), 101; trabalhador na avicultura de
postura, 86; trabalhador na suinocultura, 70; técnico agrícola, 70.
Ipiranga do Norte
Nesta cidade o milho aparece em segundo lugar, no que tange ao valor da
produção, com R$ 39.048,00, perdendo para a soja. Desta forma, a cultura foi uma
das culturas temporárias importantes para a economia local (Tabela 17).
A cidade de Ipiranga do Norte apareceu em primeira colocação ao se
considerar o Quociente Locacional, o qual não considera algumas especificidades
estruturais dos municípios.
Tabela 17. Ipiranga do Norte – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida
e valor da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida Quantidade
Produzida
Valor em R$ 1.000
Algodão Herbáceo (em caroço) (ton) 3.102 3.102 9.551 8.711
Arroz (em casca) (ton) 2.000 2.000 7.200 2.038
Mamona (em baga) (ton) 350 350 84 67
Milho (em grão) (ton) 42.900 42.900 167.588 39.048
Soja (em grão) (ton) 120.000 120.000 374.400 140.400
Sorgo granífero (em grão) (ton) 800 800 2.000 320
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
A cidade não é muito diversificada em termos de quantidade de produtos, e
ao mesmo tempo as áreas plantada e colhida, a quantidade produzida e o valor da
produção são bem menores que em Lucas do Rio Verde, que apareceu em
primeira colocação no ranking do índice de concentração.
Conforme a Tabela 18, de acordo com os dados disponíveis pelo IBGE, as
atividades relacionadas com a cultura do milho estiveram em ascensão no período,
assim como a criação de aves e suínos, levando a perceber uma crescente
67
integração no espaço destas atividades, indicando fortalecimento no agrupamento
de atividades no município.
Tabela 18. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Ipiranga do Norte,
quantidade produzida, 2005/2007 2005 2006 2007
Milho (ton) 136.156 141.873 167.588
Galinha (cabeças) 2.000 2.200 4.024
Frango (cabeças) 4.500 4.950 9.585
Suíno (cabeças) 2.300 2.530 13.606
Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
Os empregos entre os vinte com maiores saldo (admissão menos
desligamento) entre todos os setores do município, e que estão relacionadas com as
atividades pesquisadas, segundo o Ministério do Trabalho, no período de janeiro
de 2003 e abril de 2010, foram: trabalhador na suinocultura, com saldo de 104;
trabalhador volante da agricultura, tratorista agrícola, 38; motorista de caminhão
(rotas regionais e internacionais), 17; trabalhador agropecuário em geral, 7;
técnico agrícola, 6; e, supervisor de exploração agrícola, 6.
Nova Ubiratã
Em Nova Ubiratã, a produção milho apareceu em segunda, vindo atrás da
cultura da soja, com relação ao valor de produção, com R$ 47.524,00, e também
áreas plantada e colhida e quantidade produzida, constituindo importante cultura
para o a economia local (Tabela 19).
Tabela 19. Nova Ubiratã – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e
valor da produção, 2005 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Algodão Herbáceo (em caroço) (ton) 10.880 10.880 35.440 32.321
Arroz (em casca) (ton) 8.413 8.413 27.763 9.162
Feijão (em grão) (ton) 502 502 378 1.597
Mamona (baga) (ton) 200 200 156 125
Milho (em grão) (ton) 63.070 63.070 206.624 47.524
Soja (em grão) (ton) 205.557 205.557 576.328 201.734
Sorgo granífero (em grão) (ton) 1.500 1.500 3.750 600
68
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
Considerando a Tabela 20, atividades relacionadas com o cultivo do milho
estiveram em ascensão, assim como as atividades relacionadas com a avicultura e
suinocultura, indicando um fortalecimento na aglomeração no município e
permanente contribuição na constituição de renda.
Tabela 20. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Nova Ubiratã,
quantidade produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 22.773 8.340 21.000 17.808 54.080 50.850 122.892 206.624
Galinha
(cabeças)
2.038 2.120 2.184 2.315 2.315 2.431 2.552 14.808
frango
(cabeças)
401 417 434 458 458 481 505 25.216
Suíno
(cabeças)
1.785 1.837 1.891 1.964 1.964 2.062 2.268 4.622
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal
As principais ocupações relacionadas com as atividades em análise que
estão entre as vinte com maiores saldos (admissão menos desligamento) entre todos
os setores do município, segundo o Ministério do Trabalho, no período de janeiro
de 2003 e abril de 2010, foram: trabalhador volante na agricultura, com saldo de
178; operador de máquina de beneficiamento de produto agrícola, 101; motorista
de caminhão (rotas regionais e internacionais), 83; trabalhador agropecuário em
geral, 41; técnico agrícola, 12.
Tapurah
Em Tapurah o milho obteve a segunda colocação em termos de valor de
produção em 2007, áreas plantada e colhida e quantidade produzida, vindo depois
da soja, constituindo importante produto para a economia local. O valor da
produção do milho naquele ano foi de R$ 34.362,00 (Tabela 21).
Tabela 21. Tapurah – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e valor da
produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
69
Algodão herbáceo (em caroço) (ton) 7.120 7.120 30.032 27.389
Arroz (em grão) (ton) 2.000 2.000 3.880 1.098
Milho (em grão) (ton) 38.180 38.180 137.448 34.362
Soja (em grão) (ton) 112.274 112.274 338.731 119.911
Sorgo Granífero (em grão) (ton) 2.000 2.000 2.400 336
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal
Segundo a Tabela 22, as atividades relacionadas com o cultivo do milho
estiveram em ascensão, assim como as atividades relacionadas com avicultura e
suinocultura, apontando um fortalecimento na aglomeração das atividades no
município possibilitando concluir pela concentração de mão de obra, insumos
intermediários, processos de aprendizagem contínua e interativa entre
trabalhadores, fortalecendo a formação do produto e da renda do município.
Tabela 22. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Tapurah, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 53.286 89.325 152.100 202.800 133.200 134.400 96.250 137.448
Galinha
(cabeças)
21.724 22.376 23.048 23.739 23.739 15.108 16.619 7.341
Frango (cabeças) 12.544 12.920 13.308 13.707 13.707 7.963 8.759 16.453
Suíno (cabeças) 10.811 15.825 16.276 18.920 20.416 19.898 21.888 23.865
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
As profissões entre as vinte com maiores saldo (admissão menos
desligamento) entre todos os setores do município, e que estão relacionadas com as
atividades em análise, segundo o Ministério do Trabalho, no período de janeiro de
2003 e abril de 2010, foram: trabalhador agropecuário em geral, com saldo de 247;
trabalhador da suinocultura, 151; trabalhador volante da agricultura, 84;
trabalhador da avicultura de corte, 55; motorista de caminhão (rotas regionais e
internacionais), 54; operador de máquinas de beneficiamento de produtos
agrícolas, 19; e, técnico agrícola, 19.
Santa Rita do Trivelato
Em Santa Rita do Trivelato a cultura do milho obteve a terceira posição em
termos de valor de produção, com R$ 24.150,00, sendo superado pela soja e pelo
algodão (Tabela 23).
70
Porém, o milho superou o algodão em termos de área plantada e colhida e
quantidade produzida, obtendo a segunda colocação, constituindo importante
produto para a economia local.
Tabela 23. Santa Rita do Trivelato – Áreas plantadas e colhidas, quantidade
produzida e valor da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Algodão herbáceo (em caroço) (ton) 10.984 10.984 39.994 36.475
Arroz (em casca) (ton) 3.000 3.000 9.000 2.970
Milho (em grão) (ton) 35.000 35.000 105.000 24.150
Soja (em grão) (ton) 144.000 144.000 436.320 152.712
Sorgo granífero (em grão) (ton) 2.000 1.600 4.800 768
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
Analisando a Tabela 24, verifica-se que a cultura de milho teve ascensão no
período, assim com a criação de aves e suínos, verificando-se um crescimento na
aglomeração destas atividades no município, fator importante no crescimento do
produto interno e formação de renda.
Tabela 24. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Santa Rita do Trivelato,
2000/2007 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 16.542 73.743 67.060 71.080 22.620 82.746 105.000
Galinha (cabeças) 800 824 910 950 998 1.097 420
Frango (cabeças) 709 731 850 1.250 1.313 1.444 1.300
Suíno (cabeças) 3.691 3.801 3.945 11.666 12.541 20.621 19.593
Fonte: IBGE – Pesquisa Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
Os empregos entre as vinte com maiores saldo (admissão menos
desligamento) entre todos os setores do município, e que estão relacionadas com as
atividades examinadas, de acordo com o Ministério do Trabalho, no período de
janeiro de 2003 e abril de 2010, foram: trabalhador volante da agricultura, com
71
saldo de 54; trabalhador agropecuário em geral, 25; técnico agrícola, 9; operador
de máquinas de beneficiamento de produtos agrícolas, 4; mecânico de manutenção
de máquinas agrícolas, 3; supervisor de exploração agrícola, 3.
Diamantino
Em Diamantino o cultivo de milho perde para a soja, no tocante às áreas
plantada e colhida, quantidade produzida e valor da produção. O valor de
produção do milho foi de R$ 38.723,00 (Tabela 25).
Tabela 25. Diamantino – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e valor
da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Algodão herbáceo (em caroço) (ton) 37.017 37.017 138.637 126.437
Amendoim (em casca) (ton) 20 20 14 19
Arroz (em casca) (ton) 5.000 5.000 12.000 4.032
Feijão (em grão) (ton) 1.280 1.280 2.598 2.598
Milho (em grão) (ton) 49.898 49.898 179.273 38.723
Soja (em grão) (ton) 276.660 276.660 796.147 298.555
Sorgo granífero (em grão) (ton) 300 300 540 72
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
Também perde para o algodão em termos de valor da produção, embora as
áreas plantadas e colhidas e quantidade produzida sejam maiores. Assim, o milho
constitui importante produto para a formação de renda. Outras culturas
temporárias expressivas foram: amendoim, arroz, feijão.
Em Diamantino houve fortalecimento nas atividades de cultivo de milho, e
criação de aves e suínos, permitindo induzir um efeito de encadeamento à
montante e à jusante dessas atividades produtivas, contribuindo para o
crescimento sustentável do produto interno bruto e a renda (Tabela 26).
O Ministério do Trabalho e Emprego registrou para Diamantino, entre
janeiro de 2003 a abril de 2010, as seguintes profissões relacionadas com os setores
em análise, que possuem maiores saldos (admissão menos desligamento) e que
72
estão entre as vinte de todos os setores: trabalhador volante na agricultura, com
saldo de 1.084; operador de máquinas de beneficiamento de produtos agrícolas, 68;
trabalhador da suinocultura, 41, técnico agrícola, 31; abatedor, 29; tratorista
agrícola. 19.
Tabela 26. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Diamantino,
quantidade produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 37.505 30.900 45.621 38.448 39.572 122.889 179.273 179.273
Galinha
(cabeças)
13.424 7.965 8.115 8.358 4.000 8.845 9.729 11.300
Frango
(cabeças)
5.503 5.668 5.838 173.063 122.415 146.286 160.915 185.000
Suíno
(cabeças)
11.439 72.573 109.564 158.149 161.468 169.221 186.143 134.649
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
Desta forma, conforme mostrado pelo mapa e pela descrição dos
municípios, existe uma aglomeração espacial objetivando a redução dos custos de
transporte de matéria-prima e produto final e aproveitamento das economias
externas fornecidas pela proximidade.
5.2.1.2. Produto Interno Bruto do primeiro polo de aglomeração
O Produto Interno Bruto – PIB é principal indicador da atividade econômica dos
municípios, o PIB - Produto Interno Bruto, que expressa a soma (em valores
monetários) de todos os bens e serviços finais produzidos nas cidades de Diamantino,
Ipiranga do Norte, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Nova Ubiratã, Santa Rita do
Trivelato, Sorriso e Tapurah é mostrado na Tabela 27, e o gráfico de participação na
composição do Produto Interno Bruto da é mostrado na Figura 9.
Tabela 27. Composição do PIB no primeiro polo de aglomeração, 2007 Agropecuária Indústria Serviços Ad. Pública Impostos PIB
Diamantino 360.975,20 27.965,21 286.127,70 40.073,48 60.384,08 735.452,10
Ipiranga do
Norte 105.929,44 6.285,91 59.532,44 9.015,69 18.306,70 190.054,48
73
Lucas do Rio
Verde 303.749,02 80.947,88 516.490,86 66.394,36 144.725,42 1.045.913,17
Nova Mutum 349.858,32 90.534,49 356.497,30 51.589,47 97.923,42 894.813,53
Nova Ubiratã 184.256,68 10.212,44 58.459,67 18.370,86 14.278,31 267.207,09
Santa Rita
Trivelato 131.160,71 2.692,42 42.108,69 6.510,72 12.955,42 188.917,23
Sorriso 519.231,51 153.071,79 764.467,54 107.082,28 198.680,23 1.635.451,06
Tapurah 129.508,53 11.713,82 72.462,33 19.322,39 14.580,39 228.265,06
Total da Região 2.084.669,40 383.423,95 2.156.146,51 318.359,25 561.833,96 5.186.073,73
Fonte: IBGE
Pela Figura 9, o setor de serviços apareceu em primeiro lugar na
composição do Produto Interno Bruto nos municípios de Lucas do Rio Verde,
Sorriso e Nova Mutum em 2007. Houve maior destaque para o setor agropecuário
em Dom Aquino, Ipiranga do Norte, Nova Ubiratã, Santa Rita do Trivelato e
Tapurah. A diferença entre um setor e outro não possui uma magnitude
expressiva.
Figura 9. Composição do Produto Interno Bruto no primeiro polo de aglomeração, 2007
Fonte: Elaboração própria
Considerando a região como um todo, o setor de serviços teve maior
destaque na composição do produto interno da região, mas com uma diferença não
0
500000
1000000
1500000
2000000
2500000
Agropecuária
Indústria
Serviços
74
substancial. A proximidade geográfica das firmas admite o advento de outras
atividades acessórias, abastecendo a indústria principal com instrumentos e matérias-
primas, levando a uma economia de material. A presença de fornecedores de bens e
serviços é uma importante fonte de economias externas, sobretudo no que tange ao
processo de conhecimento suscitado por meio do relacionamento entre empresas e seus
fornecedores.
Sendo esta região altamente especializada em milho, aves e suínos, pode-se
concluir por uma integração maior entre os setores de atividade econômica em
torno dessas três atividades, existindo empresas gerando expressivo número de
empregos formais entre todas as atividades, como mostrado anteriormente, e um
potencial maior para formação de agricluster melhor organizado, em comparação
com segundo pólo, que será abordado adiante, devido à maior densidade,
exportação de produtos entre outros elementos.
5.2.1.3. Distribuição da renda
A Tabela 28 aponta a porcentagem da renda apropriada por estratos da
população nos municípios do primeiro polo de aglomeração produtiva de milho
aves e suínos, nos anos de 1991 e 2000, exceto para Ipiranga do Norte e Santa Rita
do Trivelato, para os quais os dados não estavam disponíveis.
Tabela 28. Porcentagem da renda apropriada por estratos da população do
primeiro polo, 1991 e 2000
Município
1991 2000
20%
mais pobres
80%
mais pobres
20%
mais ricos
20%
mais pobres
80%
mais pobres
20%
mais ricos
Lucas do Rio
Verde
2,7 34,6 65,4 4,0 39,8 60,2
Sorriso 3,5 39,5 60,5 2,8 31,6 68,4
Nova Mutum 3,8 40,3 59,7 3,0 33,5 66,5
Nova Ubiratã 2,5 24,3 75,7 1,9 37,3 62,7
Tapurah 3,6 33,7 66,3 0,5 26,8 73,2
Diamantino 2,5 28,7 71,3 1,6 31,9 68,1
Fonte: PNUD, 2003
Na região mostrada pela Tabela 28, apenas em Lucas do Rio Verde e Nova
Ubiratã houve uma melhora não muito expressiva, entre 1991 e 2000. Nos outros
75
municípios houve um agravamento na situação da apropriação da renda pelos
estratos da população no período em análise.
5.2.1.4. Fatores locacionais para o primeiro polo de aglomeração
No atual estágio da sociedade, o espaço geográfico está sendo organizado de
forma distinta entre as regiões, e conforme o caso, dentro de uma mesma região.
Desta forma, nos países industrializados e de alta densidade demográfica, ele se
exterioriza de forma contínua, por meio da sucessão de culturas, das vias de
transporte e comunicações e da distribuição de cidades, vilas e povoados
(ANDRADE, 1998).
No mundo moderno, em que prevalece o sistema capitalista, existe uma
estrutura de transportes e comunicações bem articulada que faz convergir a
produção para os centros polarizados urbanos mais importantes, permitindo aos
mais ricos entre eles o controle e o domínio do espaço. Também no meio rural
existe uma especialização na produção dos diversos gêneros e produtos, frente à
possibilidade do acesso aos centros urbanos para onde se destina a maior parte da
produção (ANDRADE, 1998).
A Figura 10 mostra os municípios selecionados para o polo de
especialização produtiva de milho e suínos, detectado neste trabalho, uma vez que
possui concentração das atividades relacionadas com o milho.
76
Figura 10. Municípios selecionados do primeiro polo de aglomeração
Fonte: www.matogrossoeseusmunicipios.com.br, 2010
Verifica-se que o principal eixo viário da primeira aglomeração é a rodovia
federal BR 163, além de outras rodovias estaduais, que constituem um modal de
transporte importante para a circulação de mercadorias, pessoas, conceitos,
inovações, etc, entre os municípios e para o escoamento da produção para o
exterior.
5.2.1.5. Indicador padronizado de contribuição setorial para o polo de Lucas do
Rio Verde
Economia de escala em produção, movimento de mão de obra e capital,
além de custo de transporte em queda, devido a proximidade, se interagem para
produzir célere crescimento em cidades e países, grandes ou pequenos. Esses
elementos formam o motor de qualquer economia. A sua função essencial na
prosperidade e redução de pobreza é o objeto dos três primeiros capítulos do texto
77
sobre economia mais influente jamais escrito, A Riqueza das Nações, de Adam
Smith (BANCO MUNDIAL, 2009).
Se existe especialização na produção em algum local com certeza sua
contribuição para o crescimento e desenvolvimento será expressivo. Para se ter
uma perspectiva numérica acerca da contribuição dos setores produtivos de milho,
aves e suínos no Produto Interno Bruto, considerados individualmente e em
conjunto, foi feito o indicador padronizado de contribuição entre as doze cidades
da aglomeração produtiva de milho, aves e suínos.
Posto que não está disponível o valor da produção para aves e suínos vivos,
e que a produção de milho é dada em toneladas e o efetivo de rebanho de aves e
suínos é dada em número de cabeças, e que o Produto Interno Bruto é medido em
reais, foi feita a padronização para se ter uma perspectiva quantitativa da
contribuição econômica destes setores produtivos. A Tabela 29 aponta os números
para os oito municípios do primeiro polo.
Entre as oito cidades do primeiro polo observadas, as maiores produções da
cultura do milho estão em Lucas do Rio Verde, e Nova Mutum, por ordem de
indicador. Os indicadores apontam menor importância da avicultura neste polo.
As produções mais expressivas da suinocultura estão em Nova Mutum e
Diamantino, por ordem de indicador. Considerando as três atividades em
conjunto, o maior destaque está em Nova Mutum.
Tabela 29. Indicador de contribuição setorial para milho, aves e suínos, 20072 Indicador padrão
para milho
Indicador padrão
para galinha
Indicador padrão
para frango
Indicador padrão
para suíno
Indicador de
contribuição
setorial
Lucas do Rio Verde 2,374
-0,410 -0,494 1,294 2,764
Sorriso 1,057 -0,039 -0,083 0,099 1,033
Nova Mutum 1,243 -0,233 1,220 4,452 6,683
Ipiranga Norte 0,585 0,395 0,500 0,774 2,256
Nova Ubiratã 0,476 0,445 0,592 1,147 2,662
Tapurah 0,797 0,442 0,542 0,619 2,381
Santa Rita do
Trivelato
0,886 0,402 0,502 0,652 2,444
Diamantino -2,892 -2,070 -2,307 9,107 1,837
2 Para calcular o índice faz-se a padronização da variável em questão de cada setor, calculando a diferença em relação à média e dividindo o resultado pelo desvio padrão, permitindo fazer a soma dos setores que apresentam variáveis diferentes, para obter o índice padronizado.
78
Fonte: IBGE. Elaboração Própria
Na realidade a contribuição do conjunto de atividades é bem maior do que
um indicador possa apontar, uma vez que existe ainda a transformação dos
insumos básicos milho, aves e suínos, em outros produtos processados pelas
indústrias, exportação, geração de emprego, cuja renda acaba sendo consumida
em outras atividades, existindo também a interação com setor de serviços que se
instalam na região em função dessas atividades primárias, ajudando a multiplicar
a renda da região devido aos seus contínuos investimentos produtivos.
5.2.2. Polo de Campo Verde
O segundo polo de concentração produtiva é apresentado pela Figura 11,
envolvendo as cidades de Primavera do Leste, Campo Verde e Dom Aquino e
Juscimeira.
Os municípios de Campo Verde, Dom Aquino, Primavera do Leste e
Juscimeira estão entre os vinte municípios apontados pelo índice de concentração
normalizado e possuem, em conjunto, expressivos efetivos de aves e suínos ou
produção leiteira.
79
Figura 11. Polo da aglomeração produtiva de Campo Verde
Fonte: dados da pesquisa
As cidades vizinhas impactam o progresso mútuo, a proximidade de
municípios ricos traz prosperidade e a proximidade com municípios pobres
prejudica. A transição da atividade rural para a industrial é ajudada, e não
prejudicada por um setor agrícola saudável, que ajuda as cidades pequenas e
grandes a prosperarem (BANCO MUNDIAL, 2009).
5.2.2.1. Consumo de milho no polo de Campo Verde
As crescentes densidades de instalações humanas, migrações de
trabalhadores e empresários para abreviar distâncias até os mercados são
fundamentais para o sucesso do desenvolvimento econômico. A Tabela 30 indica a
estimativa de consumo de milho pelos segmentos no segundo polo de aglomeração.
Pelo fato de esta região ter maior especialização na criação de aves do que de
suínos, a demanda por milho é maior na avicultura do que na suinocultura.
80
Tabela 30. Estimativa de consumo de milho pelos segmentos no polo de aglomeração produtiva de Campo Verde, em quilograma, 2000/2007
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Cabeças de Suíno 34.103 42.336 42.651 49.290 59.438 61.380 59.805 89.602
Kg médio por cabeça 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33 81,33
Kg ração/kg suíno 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9 2,9
Kg de milho/kg de suíno 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995 1,8995
Kg de milho total estimado de
consumo pelos suínos
5.268.447 6.540.333 6.588.997 7.614.631 9.182.359 9.482.371 9.239.055 13.842.284
Cabeças de aves
(frangos + galinhas)
6.502.238 6.468.429 7.092.069 7.168.740 7.140.212 6.964.649 7.756.385 11.637.228
Kg médio por cabeça 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03 2,03
Kg ração/kg ave 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1 2,1
Kg de milho/kg ave 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915 1,2915
Kg de milho total estimado de
consumo pelas aves
17.047.210 16.958.571 18.593.596 18.794.608 18.719.815 18.259.533 20.335.263 30.509.844
Total estimado de consumo
por aves e suínos
22.315.657 23.498.905 25.182.593 26.409.240 27.902.174 27.741.904 29.574.318 44.352.128
Cons. Humano, Pec. Leite, Ind.,
Perdas, comércio inter-região. Kg
- - - - - 423.203.159 546.692.191 695.235.010
Importação de Milho Kg nd nd nd nd nd 0 0 0
Exportação de Milho kg nd nd nd nd nd 309.936 825.490 39.467.861
Produção Local Kg - - - - - 451.255.000 577.092.000 779.055.000
Mercado interno kg - - - - - 450.945.064 576.266.510 739.587.139
Fonte: IBGE, MDIC, ABIMILHO. Elaboração Própria.
81
A intensidade do consumo humano, industrial e comércio interno se explica
pela especialização da produção de milho, cujo excedente pode estar sendo
direcionado aos outros municípios vizinhos que não são muito especializados na
produção do grão, quer dizer, faz parte do comércio inter-regional. A seguir,
detalham-se as características de cada município do polo de Campo Verde.
Campo Verde
A cidade de Campo Verde é a cidade que apresenta mais produtos na
agricultura dentre as cidades apontadas pelo índice de concentração. O milho se
posiciona em terceiro lugar, em termos de valor de produção, com R$ 90.910,00
após o cultivo de algodão e soja (Tabela 31).
Tabela 31. Campo Verde – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e
valor da produção, 2007 Cultura Área
Plantada(ha)
Área
Colhida(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Algodão Herbáceo (em caroço) (ton) 73.623 73.623 314.873 308.576
Arroz (em casca) (ton) 300 300 630 246
Feijão (em grão) (ton) 5.754 5.754 6.742 8.090
Milho (em grão) (ton) 68.986 68.986 343.058 90.910
Soja (em grão) (ton) 120.000 120.000 367.080 137.655
Sorgo granífero (em grão) (ton) 3.600 3.600 5.400 1.080
Fonte: Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
Porém em termos de quantidade produzida, o milho atingiu a segunda
colocação em 2007, produzindo 343.080 toneladas superando o algodão,
constituindo importante cultura para a economia local na formação de renda.
Levando em conta a Tabela 32 houve expressivo crescimento na criação de
codornas, galinhas e frangos, atividades da avicultura, bem como na criação de
suínos, as quais são atividades ligadas à cultura do milho, a qual também
apresentou crescimento, indicando crescente aglomeração, contribuindo no
processo de crescimento econômico, resultando na ampliação do emprego,
fortalecendo a evolução do produto interno bruto e da renda do local.
82
Tabela 32. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Campo Verde,
quantidade produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho
(ton)
85.725 144.300 151.750 178.620 192.021 258.186 305.023 343.058
Codorna
s
(cabeças)
- 10.000 10.000 10.000 15.000 14.850 15.000 14.950
Galinha
(cabeças)
962.997 821.507 1.097.444 1.105.625 1.047.841 1.156.276 1.544.139 1.731.205
Frango
(cabeças)
5.263.500 5.363.500 5.704.186 5.746.396 5.742.247 5.487.329 5.831.852 8.889.816
Suíno
(cabeças)
16.091 23.570 21.436 27.749 39.800 39.852 40.063 63.157
Fonte: IBGE – Pesquisa Pecuária Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
Os empregos entre os vinte com maiores saldo (admissão menos
desligamento) entre todos os setores do município, e que possuem relação com as
atividades analisadas, segundo o Ministério do Trabalho, no período de janeiro de
2003 e abril de 2010, foram: trabalhador agropecuário em geral, 122; trabalhador
na avicultura de postura, 71; abatedor, 43; avicultor, 40.
Primavera do Leste
Em Primavera do Leste, o milho é a terceira cultura, com R$ 86.689,00,
sendo superado pelo algodão e da soja, em termos de valor da produção, conforme
mostra a Tabela 33.
Tabela 33. Primavera do Leste – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida
e valor da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Algodão herbáceo (em caroço) (ton) 46.214 46.214 188.412 176.103
Arroz (em casca) (ton) 1.500 1.500 3.186 1.211
Feijão (em grão) (ton) 7.370 7.170 12.953 14.766
Milho (em grão) (ton) 69.994 69.994 310.993 86.689
Soja (em grão) (ton) 200.000 200.000 620.000 235.600
Sorgo granífero (em grão) (ton) 7.500 7.060 17.000 2.720
Trigo (em grão) (ton) 360 360 1.080 576
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
83
Porém, o milho obteve a segunda posição em termos de áreas plantada e
colhida e quantidade produzida superando o algodão, constituindo importante
produto para a economia local.
De acordo com a Tabela 34, as atividades relacionadas com a cultura do
milho estiveram em crescimento, assim como as atividades relacionadas com a
avicultura e suinocultura. Assim, estas atividades se inserem num contexto de
redução de custos de produção, custos de transação e de custos de acesso ao
mercado, devido à proximidade das atividades, levando a um fortalecimento na
dinâmica econômica do município.
Tabela 34. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Primavera do Leste,
quantidade produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 71.832 134.369 141.570 151.649 112.770 109.546 157.573 310.993
Galinha
(cabeças)
26.590 27.380 26.832 27.030 26.179 26.694 23.545 24.722
Frango
(cabeças)
23.185 23.880 23.392 23.564 22.822 23.271 20.339 21.489
Suíno
(cabeças)
10.734 11.377 13.520 13.618 12.004 13.878 12.719 18.900
Fonte: Pesquisa Pecuária Municipal
As ocupações entre as vinte com maiores saldo (admissão menos
desligamento) entre todos os setores do município, e que se relacionam com as
atividades observadas, conforme o Ministério do Trabalho, no período de janeiro
de 2003 e abril de 2010, foram: motorista de caminhão (rotas regionais e
internacionais), com 177; trabalhador volante da agricultura, 114; operador de
máquina de beneficiamento de produtos agrícolas, 110; trabalhador da avicultura
de postura, 105; e, técnico agrícola, 80.
Juscimeira
Em 2007, no município de Juscimeira, o milho apareceu em segundo lugar,
em termos de valor da produção, área plantada e área colhida e quantidade
produzida, atrás da cultura da soja, representando importante produto para a
economia local. O valor da produção do milho naquele ano foi de R$ 14.945,00.
Outras culturas expressivas foram: arroz e sorgo (Tabela 35).
84
Tabela 35. Juscimeira – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e valor
da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Arroz (em grão) (ton) 800 800 1.680 588
Milho (em grão) (ton) 13.770 13.770 59.780 14.945
Soja (em grão) (ton) 31.670 31.670 86.649 34.660
Sorgo granífero (em grão) (ton) 500 500 1.050 168
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
No tocante às atividades de cultivo de milho e criação de aves e suínos,
pode-se verificar um relativo enfraquecimento na aglomeração neste município. A
produção de milho aumentou, mas a criação de aves e suínos começou a declinar a
partir de 2003 (Tabela 36).
Tabela 36. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Juscimeira, quantidade
produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 11.425 12.119 11.070 15.433 23.130 32.566 57.167 59.780
Galinha (cabeças) 27.250 28.610 29.582 30.528 30.046 29.274 27.518 13.074
Frango (cabeças) 22.100 23.350 24.143 24.916 24.519 23.889 22.456 10.686
Suíno (cabeças) 3.820 3.830 3.948 4.066 4.009 3.907 3.674 1.818
Fonte: IBGE – Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
A única profissão relacionada com a aglomeração milho, aves e suínos, que
apareceu entre as vinte com maiores saldo (admissão menos desligamento) entre
todos os setores do município, segundo o Ministério do Trabalho, no período de
janeiro de 2003 e abril de 2010, foi a profissão de trabalhador agropecuário em
geral, com saldo de 41.
Dom Aquino
No município de Dom Aquino, o milho apareceu em terceiro lugar, depois
do algodão e soja, no tocante ao valor da produção, com R$ 15.654,00 (Tabela 37).
Porém, foi maior que o algodão em área plantada e área colhida e
quantidade produzida, constituindo importante produto para a economia local.
Outras culturas temporárias importantes foram: arroz e sorgo.
85
Tabela 37. Dom Aquino – Áreas plantadas e colhidas, quantidade produzida e
valor da produção, 2007 Cultura Área Plantada
(ha)
Área Colhida
(ha)
Quantidade
Produzida
Valor em R$
1.000
Algodão Herbáceo (em caroço) (ton) 13.500 13.500 53.300 52.234
Arroz (em casca) (ton) 300 300 567 210
Milho (em grão) (ton) 14.440 14.440 65.224 15.654
Soja (em grão) (ton) 26.500 26.500 76.267 30.507
Sorgo granífero (em grão) (ton) 270 270 1.053 168
Fonte: IBGE, Produção Agrícola Municipal
A Tabela 38 possibilita verificar que as atividades relativas ao cultivo de
milho e à criação de aves e suínos estiveram em ascensão, fortalecendo a
aglomeração e gerando condições propícias para a criação e a multiplicação de
fatores, contribuindo para a constituição do produto interno e formação de renda.
Tabela 38. Cultura do milho, avicultura e suinocultura em Dom Aquino,
quantidade produzida, 2000/2007 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Milho (ton) 11.742 27.182 36.036 52.383 57.683 50.957 57.329 65.224
Galinha
(cabeças)
18.062 18.447 19.105 19.296 18.698 19.309 12.196 10.585
Frango
(cabeças)
158.554 161.725 167.385 191.385 227.860 198.611 274.340 935.64
1
Suíno
(cabeças)
3.348 3.559 3.747 3.857 3.625 3.743 3.349 5.727
Fonte: IBGE - Produção Agrícola Municipal e Pesquisa Pecuária Municipal.
O Ministério do Trabalho e Emprego registrou para Dom Aquino, entre
janeiro de 2003 a abril de 2010, as seguintes ocupações que possuem relação com
os setores observados, que têm maiores saldo (admissão menos desligamento) e que
estão entre as vinte de todos os setores: trabalhador volante da agricultura, com
saldo de 82; motorista de caminhão (rotas regionais e internacionais), 27; operador
de colheitadeira, 11; técnico agrícola, 6; e, supervisão de exploração agrícola, 5.
Assim, esta região é formada devido às vantagens locacionais da interação
entre custo de transporte e as economias de aglomeração. Conforme indicado pelo
mapa e pela descrição dos municípios, existe um agrupamento espacial com
objetivo de diminuir os custos de transporte de matéria-prima e produto final,
assim como aproveitar as economias externas providas pela proximidade.
86
5.2.2.2. Produto Interno Bruto do polo de aglomeração de Campo Verde
O Produto Interno Bruto como importante indicador da atividade econômica do
município fornece a soma (em valores monetários) de todos os bens e serviços finais
produzidos na cidade de Campo Verde, Dom Aquino, Primavera do Leste e Juscimeira,
segundo polo de aglomeração. A Tabela 39 mostra o Produto Interno Bruto para estas
cidades no ano de 2007, e o gráfico de participação na composição do produto é
apresentado a seguir, na Figura 12.
Tabela 39. Composição do PIB no segundo polo de aglomeração, 2007 Agropecuária Indústria Serviços Ad. Pública Impostos PIB
Campo Verde 583.859,46 37.014,69 286.322,98 58.603,34 73.830,63 981.027,75
Dom Aquino 110.840,07 17.769,21 43.817,69 16.053,60 9.319,08 181.746,04
Juscimeira 55.030,43 11.996,21 48.428,20 22.287,34 7.440,36 122.895,19
Primavera 414.420,58 77.817,75 671.831,92 94.829,64 177.400,58 1.341.470,83
Total da região 1.164.150,53 144.597,86 1.050.400,78 191.773,93 267.990,65 2.627.139,82
Fonte: IBGE
Observa-se expressiva participação da agropecuária na constituição do
produto interno bruto nos municípios de Campo Verde, e Dom Aquino e
Juscimeira em 2007. Em Primavera do Leste o maior destaque foi para o setor de
serviços. Para a região como um todo prevaleceu o setor agropecuário na
formação do Produto Interno Bruto.
Figura 12. Composição do Produto Interno Bruto no segundo polo de aglomeração, 2007
Fonte: Elaboração própria
0,00
200.000,00
400.000,00
600.000,00
800.000,00
1.000.000,00
1.200.000,00
Campo Verde
D. Aquino Juscimeira Primavera Total da região
Agropecuária
Indústria
Serviços
87
5.2.2.3. Distribuição da Renda
A Tabela 40 ilustra a percentualidade da renda apropriada por estratos da
população nos municípios de Campo Verde e vizinhança, que compõem o segundo
polo de agrupamento produtivo de milho, aves e suínos, nos anos de 1991 e 2000.
Tabela 40. Porcentagem da renda apropriada por estratos da população no
segundo polo, 1991 e 2000
Município
1991 2000
20%
mais pobres
80%
mais pobres
20%
mais ricos
20%
mais pobres
80%
mais pobres
20%
mais ricos
Campo Verde 2,3 31,2 68,8 3,0 33,3 66,7
Primavera do Leste 2,7 32,9 65,1 3,7 37,9 62,1
Juscimeira 3,1 35,0 65,0 1,7 34,5 65,5
Dom Aquino 3,9 44,9 55,1 1,8 41,5 58,5
Fonte: PNUD, 2003
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, houve
pouca evolução na distribuição da renda entre os estratos da população nos
municípios de Campo Verde e Primavera do Leste, entre 1991 e 2000. Nos
municípios de Juscimeira e Dom Aquino houve retrocesso na distribuição de renda
no período analisado.
5.2.2.4. Fatores locacionais para o segundo polo de aglomeração
A seguir, o segundo polo geográfico da especialização produtiva de grãos,
aves e suínos detectado neste trabalho é mostrado pela Figura 13, onde se observa
os mapas dos municípios de Campo Verde, Primavera do Leste, Juscimeira e Dom
Aquino, que estão entre os vinte municípios apontados pelo ICN do milho.
88
Figura 13. Municípios do segundo polo de aglomeração
Fonte: www.matogrossoeseusmunicipios.com.br
O desafio é ajudar a empresas e os trabalhadores a reduzirem sua distância
de lugares mais densos, sendo os principais mecanismos a mobilidade da mão de
obra e a redução dos custos de transporte mediante investimento em
infraestrutura (BANCO MUNDIAL, 2009).
A principal rodovia que passa por este polo é a rodovia federal BR 070,
além de outras rodovias estaduais, constituindo importantes eixos viários para
circulação de mercadorias e pessoas entre os municípios e para o exterior, além de
servir como um meio de integração econômica entre áreas rurais e urbanas,
províncias atrasadas e províncias desenvolvidas, municípios isolados com
municípios bem conectados.
Como outros fatores locacionais, tanto para este polo quanto para o
primeiro, pode-se citar a disponibilidade de incentivos fiscais e financeiros,
possíveis de serem alavancados para o empreendimento. Conforme Ribeiro (2000)
89
os incentivos ficais dizem respeito às vantagens fiscais concedidas pela legislação
tributária, em nível federal estadual e municipal, que servem de atrativos para a
instalação e ampliação de empreendimentos econômicos em determinadas regiões
do país.
O Governo Federal concede redução do Imposto de Renda das Pessoas
Jurídicas, para a Amazônia Legal, por exemplo, de até 75%, por um período de
até 10 anos, para os empreendimentos que fossem implantados na região até o ano
de 2003, reduzindo o percentual para 50%, para os projetos implantados no
período 2004 a 2008 e para 25%, para os empreendimentos implantados de 2009 a
2013, quando deixarão de existir os incentivos fiscais para a região, conforme a Lei
9.532/97, publicada no Diário Oficial da União, em 11/12/97 (RIBEIRO, 2000).
As inversões na ampliação da capacidade instalada, de empreendimentos
preexistentes, contaram também com a redução de 37,5% do Imposto de Renda
Pessoa Jurídica, por 10 anos, para projetos executados até o ano de 2003,
reduzindo-se o percentual para 25%, para o período 2004 a 2008 e para 12,5% no
período 2009 a 2013.
O Fundo Constitucional do Centro-Oeste possui outros créditos disponíveis
para os empreendimentos disponíveis para empreendimentos que pretendem se
instalar na região Centro-Oeste. Trata-se de alocação de recursos na forma de
financiamento de ativo fixo e capital de giro associado, a prazos de até 12 anos,
com até 3 anos de carência (RIBEIRO, 2000).
O BNDES, como instituição oficial de crédito de longo prazo do Governo
Federal, disponibiliza recursos para financiamento, em condições especiais quanto
a prazos e taxas de encargos financeiros, para empreendimentos localizados em
determinadas regiões, consideradas prioritárias na política de fomento do Banco.
Entre elas está o Programa Amazônia Integrada.
A determinação da localização do projeto está interligada com o mercado,
com o financiamento e com a rentabilidade e capacidade de pagamento. As
vantagens fiscais disponíveis e que dependem da localização escolhida para o
empreendimento podem e devem ser tomadas como fator competitivo, de suma
importância para sua viabilidade econômica e financeira (RIBEIRO, 2000).
5.2.2.5. Indicador padronizado de contribuição setorial para o polo de Campo
Verde
90
Conforme expostos anteriormente, elevada escala produtiva, movimento de
mão de obra e capital e declínio de custo de transporte são fatores de aceleração no
crescimento das cidades e países, grandes ou pequenos. A especialização exerce
expressiva contribuição para o crescimento e desenvolvimento. A Tabela 41
aponta os números para os municípios do segundo polo de aglomeração.
Tabela 41. Indicadores de contribuição setorial para milho, aves e suínos, 2007 Indicador padrão
para milho
Indicador padrão
para galinha
Indicador padrão
para frango
Indicador padrão
para suíno
Indicador de
contribuição
setorial
Campo Verde 0,367 5,027 4,829 0,313 10,538
Primavera do Leste 0,071 -0,232 -0,330 -0,446 -0,936
Tapurah 0,797 0,442 0,542 0,619 2,381
Juscimeira 0,966 0,326 0,436 0,883 2,613
Dom Aquino 1,061 0,373 0,086 0,916 2,438
Fonte: IBGE. Elaboração Própria
Entre as quatro cidades observadas o maior indicador para a produção do
milho está em Dom Aquino. O maior indicador para a avicultura está em Campo
Verde. Os indicadores apontam menor especialização na suinocultura nesta região.
O maior indicador das três atividades em conjunto é o indicador do município de
Campo Verde.
Deve-se ter cautela na interpretação isolada destes indicadores, uma vez que
cada atividade interage com diversas outras através da inter-relação empresarial,
do consumo e dos investimentos, além da exportação, os quais são fatores
multiplicadores da renda.
5.3. Aspectos adicionais de crescimento e desenvolvimento socioeconômico
O avançado sistema rural que existe em vários países desenvolvidos como os
Estados Unidos representa um estágio corrente de um longo processo de
desenvolvimento econômico (CRAMER et. al., 2000).
O desenvolvimento é refletido em melhora do padrão de vida, devido à
acumulação bens produtivos, incluindo maquinaria, infraestrutura, capital humano,
capital social, e recursos naturais. Progresso econômico também coincide com
91
transformações estruturais com a agricultura compartilhando do emprego total e da
produção total (CRAMER et. al., 2000).
O desenvolvimento também é refletido na queda com gastos com alimentação,
que são direcionados para aquisições de produtos e serviços não agrícolas, bem como
para a poupança.
A forma mais efetiva para conciliar desenvolvimento agrícola e progresso
econômico geral é fazendo investimentos para aumentar a produtividade agrária.
Com aumento da oferta de commodities, os preços da alimentação caem, que leva a
transformações estruturais e diversificação do consumo. Vários países têm se
beneficiado pela adoção desta abordagem, e cada vez mais outros estão optando
para agir desta forma (CRAMER et. al., 2000).
Conforme foi visto, a cultura do milho é uma das principais atividades da
agricultura nos polos de concentração, tendo diversas finalidades. Além disso,
servindo como nutrição para suínos, aves, pecuária leiteira e gado em
confinamento para engorda, acaba por ser item de extrema importância para
agropecuária como um todo e outros produtos fora da agropecuária, contribuindo
para a constituição da riqueza dos municípios, nos quais o valor em reias da
agropecuária constitui parcela expressiva dos seus respectivos produtos internos
brutos – PIB, e mesmo naqueles em que este setor representa uma parcela menor.
O crescimento do produto interno bruto dos municípios reflete no bem-
estar da população, em termos de postos de trabalho, saúde, educação, moradia,
entre outros elementos. O desenvolvimento sustentável considera o
desenvolvimento econômico, a proteção ao meio ambiente e a qualidade de vida da
população. A seguir, mostra-se para informações relativas à economia e aspectos
sociais, para os municípios de Lucas do Rio Verde e Campo Verde, os quais são os
principais municípios dos polos de concentração.
Conforme discorrido ao longo do trabalho, a formação de aglomerações
produtivas contribui para aumentar a competitividade e o crescimento do PIB dos
municípios nos quais o valor em reais da agropecuária representa parcela
substancial e ainda se expandindo para outros setores da economia.
Uma vez que o último Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios
foi calculado para o ano de 2000, a evolução da quantidade produzida do milho, e
do número de cabeças de aves, suínos, a partir de 2000, mostrou que a
92
contribuição do setor agropecuário para a formação do PIB, se expandindo para
outros setores, continuou persistindo.
Adiante segue o gráfico da evolução do PIB nos centros produtivos, dos
principais municípios dos polos, Lucas do Rio Verde e Campo Verde, apenas para
exemplificar e para se ter uma perspectiva acerca do crescimento do PIB e sua
possível contribuição na construção de novos Índices de Desenvolvimento
Humano, nesses municípios representativos das aglomerações.
Em primeiro lugar, mostra-se o gráfico para o município de Lucas do Rio
Verde, primeiro no ranking e um dos principais centros geográficos do primeiro
polo de aglomeração.
Figura 14. Evolução do PIB e seus componentes em Lucas do Rio Verde, 2002/2007
Fonte: IBGE. Elaboração Própria
No município de Lucas de Rio Verde, houve queda acentuada do PIB entre 2005
e 2006. A diminuição da composição do setor agropecuário entre 2005 e 2006 pode ser
explicada pelo declínio na produção de soja, ou pelo valor do produto devido a variação
na taxa de câmbio, entre 2006 e 2008, pela crise da lavoura com endividamento agrícola
elevado, falta de garantias e crédito, dificultando tanto a soja quanto o milho nos polos
estudados.
A seguir é mostrada a evolução do principal município do segundo polo de
aglomeração, Campo Verde, apenas para ilustrar. Este município possui substancial
93
concentração das atividades de cultivo de milho e criação de aves e suínos e elevado
índice de concentração normalizado do cultura do milho.
Figura 15. Evolução do PIB e seus componentes em Campo Verde, 2002/2007.
Fonte: IBGE. Elaboração Própria
Verifica-se que a maior participação na constituição do Produto Interno Bruto do
município de Campo Verde ao longo do período sempre foi do setor agropecuário. A
redução da contribuição do setor agropecuário entre 2005 e 2006 pode ser explicada
pela queda na produção de soja, ou pelo valor do produto dada a variação ocorrida na
taxa de câmbio.
Desde que o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD)
pronunciou o “Índice de Desenvolvimento Humano” (IDH) para impedir o uso
exclusivo da opulência econômica como critério de aferição, ficou muito estranho
continuar identificar o desenvolvimento com o crescimento (VEIGA, 2008). A
publicação do primeiro “Relatório do Desenvolvimento Humano”, em 1990, teve o
claro objetivo de acabar com uma ambiguidade que se arrastava desde o final da 2ª
guerra Mundial, quando a promoção do desenvolvimento passou a ser, ao lado da busca
da paz, a própria razão de ser da organização das Nações Unidas (ONU).
O Índice de Desenvolvimento Humano tem por objetivo oferecer um
contraponto a outro indicador muito empregado, o Produto Interno Bruto (PIB) per
capita, que leva em conta somente a dimensão econômica do desenvolvimento.
94
Criado por Mahbub ul Haq com a contribuição do economista indiano Amartya
Sen, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1998, o IDH pretende ser uma medida
geral e sintética do desenvolvimento. Não é uma representação da “felicidade” das
pessoas, nem indica “o melhor lugar no mundo para se viver” (PNUD/ATLAS, 2010).
Contudo, em razão da não disponibilidade de dados para os municípios relativos
aos anos posteriores a 2000, foi utilizado neste trabalho um índice de desenvolvimento
nacional, mais consentâneo com a realidade brasileira, o índice de desenvolvimento da
Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN.
A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN (2010)
pesquisa o desenvolvimento humano, econômico e social e possui o Índice FIRJAN de
Desenvolvimento Municipal. O índice considera, com igual ponderação, as 3 (três)
principais áreas de desenvolvimento humano: emprego-renda, educação e saúde. O
índice varia de 0 a 1 e quanto mais próximo de 1, maior o nível de desenvolvimento da
localidade.
Considera-se que municípios com IFDM entre 0 e 0,4 são considerados de baixo
estágio de desenvolvimento; entre 0,4 e 0,6 de desenvolvimento regular; entre 0,6 e 0,8
de desenvolvimento moderado; e entre 0,8 e 1,0 de alto desenvolvimento. A Tabela 42
apresenta os valores de 2000 e 2006 para os vinte municípios apontados pelo índice de
concentração normalizado.
A cultura do milho obteve segunda ou terceira posição em valor de produção das
culturas temporárias, as quais são as principais culturas cultivadas no município, além
de abastecer regiões vizinhas e ser um dos principais produtos exportados das regiões
apresentadas, constituindo fonte expressiva de geração de renda.
Como serve para nutrição para suínos e aves, expande-se em direção à pecuária,
e as três atividades fortalecem a aglomeração nos municípios estudados, expandindo-se
também para outros setores da atividade econômica, contribuindo substancialmente para
a formação e crescimento do produto interno bruto que se reflete na renda, e por sua
vez, nas condições de saúde e educação.
Conforme o índice da FIRJAN, a cidade de Lucas do Rio Verde, a primeira no
ranking do índice de concentração do milho, está em primeiro lugar no ranking estadual,
e em 262º no ranking nacional. Cuiabá é a segunda cidade no ranking estadual. Nova
Mutum, que é um importante município da aglomeração, está em terceiro lugar e
Campo Verde outro município importante da outra aglomeração produtiva, está em 32º
lugar.
95
Tabela 42. Índice de desenvolvimento humano dos municípios, 2000 e 2006 2000 2006
Município Emprego e
Renda
Educação Saúde IFDM Emprego e
Renda
Educação Saúde IFDM
Lucas do Rio
Verde
0,546 0,644 0,831 0,674 0,713 0,736 0,931 0,793
Sorriso 0,436 0,582 0,765 0,594 0,521 0,700 0,883 0,702
Nova Mutum 0,529 0,554 0,775 0,619 0,729 0,672 0,879 0,760
Sapezal 0,439 0,569 0,719 0,576 0,504 0,557 0,914 0,658
Campos de
Júlio
0,455 0,648 0,811 0,638 0,435 0,736 0,857 0,676
Campo Novo do
Parecis
0,508 0,492 0,821 0,607 0,520 0,599 0,825 0,648
Ipiranga do
Norte
nd nd nd nd 0,490 nd 0,985 Nd
Campo Verde 0,366 0,613 0,879 0,620 0,413 0,659 0,900 0,658
Nova Ubiratã 0,349 0,430 0,674 0,484 0,546 0,581 0,819 0,649
Primavera do
Leste
0,671 0,555 0,775 0,667 0,482 0,633 0,926 0,681
Tapurah 0,469 0,526 0,782 0,592 0,502 0,738 0,829 0,690
Itanhangá nd nd nd nd 0,502 nd 0,909 nd
Santa Rita do
Trivelato
nd nd nd nd 0,441 0,597 0,663 0,567
Santo Antonio
do Leste
nd nd nd nd 0,464 0,712 0,897 0,691
Juscimeira 0,367 0,569 0,752 0,563 0,609 0,670 0,650 0,643
Guiratinga 0,498 0,617 0,708 0,608 0,373 0,605 0,835 0,604
Alto Taquari 0,563 0,578 0,735 0,625 0,532 0,717 0,882 0,710
Santa Carmem 0,525 0,519 0,797 0,614 0,383 0,677 0,909 0,656
Diamantino 0,616 0,632 0,766 0,671 0,518 0,712 0,865 0,698
Porto dos
Gaúchos
0,433 0,530 0,717 0,560 0,407 0,613 0,758 0,593
Fonte: FIRJAN, 2010.
Conforme o índice da FIRJAN, pode-se verificar que houve melhora nas
condições de emprego e renda, entre 2000 e 2006, nos municípios de Lucas do Rio
Verde, Sorriso, Nova Mutum, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Campo Verde,
Nova Ubiratã, Tapurah e Juscimeira.
No tocante à educação, o índice da FIRJAN aponta evolução nos municípios
de Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum, Campo Novo do Parecis, Campos
96
de Júlio, Campo Verde, Primavera do Leste, Nova Ubiratã, Tapurah, Diamantino,
Juscimeira, Alto Taquari, Santa Carmem e Porto dos Gaúchos.
Com relação à saúde, o índice FIRJAN indica progresso nos municípios de
Lucas do Rio Verde, Sorriso, Nova Mutum, Sapezal, Campo Novo do Parecis,
Campos de Júlio, Campo Verde, Primavera do Leste, Nova Ubiratã, Diamantino,
Alto Taquari, Guiratinga, Santa Carmem e Porto dos Gaúchos.
O índice geral apontou desenvolvimento nas cidades de Lucas do Rio Verde,
Sorriso, Nova Mutum, Sapezal, Campo Novo do Parecis, Campos de Júlio, Campo
Verde, Primavera do Leste, Nova Ubiratã, Tapurah, Diamantino, Juscimeira, Alto
Taquari, Santa Carmem. Houve retração no município de Guiratinga, e Porto dos
Gaúchos.
Pelo exposto na evolução do cultivo de milho, e na criação de aves e suínos,
através da quantidade produzida, que é uma variável microecronômica e real de
análise envolvendo capital e mão de obra, pode-se verificar crescimento sustentável
na participação dos setores analisados no Produto Interno Bruto, que gera renda,
a qual é uma componente do Índice de Desenvolvimento do Local.
Por serem as atividades principais das regiões estudadas, as três atividades
se interagem entre si e com outras atividades ampliando ainda mais a participação
na dinâmica econômica e multiplicando a renda.
É muito difícil prever a dinâmica do sistema econômico. Em um ano ou outro os
municípios melhoram a posição no ranking, porém o mais importante é melhorar uma
ou outra variável, senão todas, entre um ano e outro. Emprego e renda, saúde e
educação se inter-relacionam mutuamente, sem uma relação funcional exata. Para obter
uma evolução na saúde da população uma boa alimentação seria um bom começo, que
melhora com o avanço do trabalho e renda.
Educação para desenvolver o corpo e a mente seria o próximo passo. O fluxo
circular da renda é o principal fator no crescimento e desenvolvimento e as atividades
que fornecem maiores contribuições são aquelas nas quais as regiões são especializadas
exercendo efeitos benéficos também para regiões vizinhas.
Quanto maior a especialização de um local em determinadas atividades maior a
contribuição para o crescimento do produto interno bruto e para o desenvolvimento
conforme posto pela teoria da aglomeração produtiva e da especialização. A
especialização de cada município é o principal propulsor do crescimento conforme visto
ao longo do trabalho, gerando mais emprego e renda. Isso não quer dizer que as outras
97
atividades não sejam importantes, pois vêm complementar mutuamente os setores nos
quais os municípios possuem maior especialização.
98
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cultura do milho é cultivada em todos os municípios do estado, mas sua
produção está concentrada em cidades juntos aos principais eixos viários de
escoamento atraindo as agroindústrias de aves e suínos, formando aglomeração de
atividades em torno dessa atividade primárias, confirmando a hipótese
estabelecida inicialmente. O que mais influência a decisão locacional das
agroindústrias de suínos e aves é a cotação do milho, definida principalmente pela
escala de produção, e a maior proximidade entre o setor produtivo e a agroindústria e o
mercado consumidor.
Lucas do Rio Verde é o principal produtor do estado, possuindo expressivos
efetivos de aves e suínos, em constante evolução, dispondo de infraestrutura
logística, como a rodovia federal BR 163, que passa por todo o polo, além de outras
rodovias estaduais, além de uma rede de apoio público e privado, sendo um dos
principais municípios de um dos polos da aglomeração produtiva, e sua vizinhança
é composta por vários outros municípios dentro dos vinte municípios no ranking
do índice de concentração do milho, da mesma forma como o municípios de Nova
Mutum.
Campo Verde é o principal município do outro polo de aglomeração, que
envolve ainda os municípios de Dom Aquino, Primavera do Leste e Juscimeira, os
quais também estão dentro dos vinte municípios no ranking do índice de
concentração normalizado do milho. Por este polo passa a rodovia federal BR 070
além de outras rodovias estaduais, constituindo importantes eixos de escoamento
da produção. Conta também com outras instituições públicas e privadas de apoio à
aglomeração.
Na comparação com outras atividades nas vinte cidades, a cultura do milho
quase sempre obteve o segundo ou terceiro lugar em termos de valor de produção
medido em reais, vindo logo após a soja e o algodão. Em algumas cidades que
ocupou a terceira colocação em termos de valor da produção, medida em reais,
obteve a segunda colocação em termos de quantidade produzida, e outras
variáveis, superando o algodão. Dessa forma, é uma das principais culturas que
contribui para a formação de renda nos municípios em análise.
Considerando que aglomeração é um conjunto de cadeias produtivas que
envolvem atividades pré-porteira e pós-porteira, isto é, desde fornecedores de
99
matérias primas, fertilizantes, serviços veterinários, etc., passando pelo
processamento nas agroindústrias e agricultura familiar, e terminando pelos
distribuidores aos restaurantes e frigoríficos, supermercados, etc., a aglomeração
contribui para a formação do Produto Interno Bruto e para o crescimento do
Produto Interno Bruto per capita nas cidades estudadas.
Além de ser componente essencial para a nutrição animal, quando é
integrante essencial da ração de aves, suínos e bovinos leiteiros, a cultura do milho
representa expressiva geradora de divisas no Comércio Exterior, sendo um dos
principais produtos exportados nas cidades estudadas, e em Mato Grosso como um
todo.
A sinergia significa a união de vários elementos para executar a mesma função.
As economias externas, que se relacionam à possibilidade de se reproduzirem e
difundirem localmente conhecimentos técnicos e qualificações profissionais
especializadas confere vantagens competitivas aos integrantes da aglomeração.
A importância do milho não está apenas na produção de uma cultura anual, mas
em todo o relacionamento que essa cultura tem na produção agropecuária do estado de
Mato Grosso, tanto no que diz respeito a fatores econômicos quanto a fatores sociais.
Pela sua versatilidade de uso, pelos desdobramentos de produção animal e pelo aspecto
social, o milho é um produto com destacada importância do setor agrícola no Estado de
Mato Grosso.
Possuindo o setor agropecuário grande valor em reais nos polos geográficos
produtivos, conclui-se pela sua expressiva contribuição para a formação de renda e, por
conseguinte do índice de desenvolvimento do local, o qual reflete o desenvolvimento
como um todo da região. A cultura do milho é produzida em maior quantidade em
Lucas do Rio Verde, e chega a ser a primeira cultura em muitos municípios, mas outras
culturas também possui importância para o crescimento e desenvolvimento. Contudo, o
desenvolvimento é desigual devido à concentração de renda e às disparidades entre as
regiões.
Sugere-se para novos trabalhos a atualização dos dados do Índice de
Desenvolvimento Humano da PNUD/ATLAS, quando estiverem disponíveis para os
municípios, para se ter uma comparação com o índice da FIRJAN, o que representa uma
lacuna a ser preenchida no presente trabalho. Para o setor sugere-se a constante
integração com sistemas de apoio técnico científico e institucional, a busca da inovação
100
e treinamento, participação em palestras e seminários para aperfeiçoamento das cadeias
produtivas, buscando crescer e formar regiões mais desenvolvidas e menos excludentes.
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cv
APÊNDICE
Tabela de Cálculo do Índice de Concentração Normalizado (ICN) dos 141 municípios
Município Valor da
Produção (mil reais)
PIB (mil reais) QL IHH PR
QL Padronizado
Acorizal 60 46077,28 0,035438 -0,0010411668 0,000038252 -0,652065 Água Boa 565 248371 0,061908 -0,0054581999 0,000360206 -0,630519 Alta Floresta 931 450143,1 0,056286 -0,0099516304 0,000593544 -0,635095 Alto Araguaia 3328 726652,9 0,124640 -0,0149010552 0,002121712 -0,579456 Alto Boa Vista 261 35307,4 0,201175 -0,0006607244 0,000166396 -0,517156 Alto Garças 4893 219775,5 0,605893 -0,0020290694 0,003119451 -0,187720 Alto Paraguai 1818 53307,09 0,928130 -0,0000897503 0,001159036 0,074577 Alto Taquari 32152 499646,9 1,751236 0,0087931138 0,020497977 0,744578 Apiacás 317 67722,74 0,127387 -0,0013843931 0,000202098 -0,577220 Araguaiana 20 38524,64 0,014128 -0,0008897380 0,000012751 -0,669411 Araguainha 6 8801,714 0,018552 -0,0002023661 0,000003825 -0,665810 Araputanga 990 210631,4 0,127912 -0,0043031501 0,000631158 -0,576792 Arenápolis 195 64282,73 0,082554 -0,0013815857 0,000124319 -0,613713 Aripuanã 470 192434,5 0,066468 -0,0042083823 0,000299641 -0,626807 Barão de Melgaço 37 45453,38 0,022153 -0,0010412144 0,000023589 -0,662879 Barra do Bugres 264 372122,9 0,019307 -0,0085491427 0,000168309 -0,665195 Barra do Garças 51 606462,3 0,002289 -0,0141746355 0,000032514 -0,679048 Bom Jesus do Araguaia 1778 54531,5 0,887328 -0,0001439351 0,001133535 0,041365 Brasnorte 12629 282213,1 1,217844 0,0014402104 0,008051411 0,310402 Cáceres 3170 713169,2 0,120967 -0,0146859127 0,002020981 -0,582445 Campinápolis 108 88439,71 0,033234 -0,0020029590 0,000068854 -0,653859 Campo Novo do Parecis 96290 1010235 2,593932 0,0377220606 0,061388102 1,430524
Município Valor da Produção (mil reais)
PIB (mil reais) QL IHH PR
QL Padronizado
Campo Verde 90910 981027,8 2,521914 0,0349763500 0,057958171 1,371902 Campos de Júlio 72945 443702,6 4,474077 0,0361105846 0,046504882 2,960943 Canabrava do Norte 367 49203,17 0,202989 -0,0009186719 0,000233975 -0,515680 Canarana 515 253771,9 0,055229 -0,0056165983 0,000328330 -0,635956 Carlinda 240 77509,01 0,084267 -0,0016627390 0,000153008 -0,612318 Castanheira 294 68302,49 0,117141 -0,0014126377 0,000187435 -0,585559 Chapada dos Guimarães 5500 132122,4 1,132886 0,0004112992 0,003506434 0,241247 Cláudia 2207 93491,12 0,642439 -0,0007831117 0,001407036 -0,157972 Cocalinho 34 66939,07 0,013823 -0,0015464567 0,000021676 -0,669659 Colíder 410 292838,1 0,038103 -0,0065987152 0,000261389 -0,649896 Colniza 2439 183706,3 0,361316 -0,0027486099 0,001554944 -0,386803 Comodoro 9576 198956,2 1,309865 0,0014442193 0,006105021 0,385306 Confresa 2142 185167,8 0,314814 -0,0029721942 0,001365597 -0,424656 Conquista D'Oeste 97 22061,12 0,119659 -0,0004549691 0,000061841 -0,583510 Cotriguaçu 1305 88697 0,400407 -0,0012458588 0,000831981 -0,354984 Cuiabá 160 7901160 0,000551 -0,1849927036 0,000102005 -0,680463
cvi
Curvelândia 97 25493,94 0,103546 -0,0005353871 0,000061841 -0,596626 Denise 37 88633,31 0,011361 -0,0020527592 0,000023589 -0,671664 Diamantino 38723 735452,1 1,432895 0,0074583102 0,024687210 0,485452 Dom Aquino 15654 181746 2,344014 0,0057223176 0,009979950 1,227093 Feliz Natal 5836 105044,9 1,511960 0,0012598365 0,003720646 0,549810 Figueirópolis D'Oeste 360 32256,01 0,303733 -0,0005261260 0,000229512 -0,433676 Gaúcha do Norte 2280 70292,45 0,882726 -0,0001931134 0,001453576 0,037619 General Carneiro 303 67043,68 0,122994 -0,0013774108 0,000193173 -0,580795 Glória D'Oeste 263 27595,73 0,259366 -0,0004787937 0,000167671 -0,469789 Guarantã do Norte 288 207352,4 0,037799 -0,0046738834 0,000183610 -0,650143
Município Valor da
Produção (mil reais)
PIB (mil reais) QL IHH PR
QL Padronizado
Guiratinga 18040 190505,9 2,577080 0,0070382613 0,011501105 1,416807 Indiavaí 153 34065,23 0,122231 -0,0007004786 0,000097543 -0,581417 Ipiranga do Norte 39048 190054,5 5,591400 0,0204421408 0,024894409 3,870433 Itanhangá 16150 88569,37 4,962366 0,0082213161 0,010296166 3,358406 Itaúba 1224 64466,46 0,516711 -0,0007298678 0,000780341 -0,260314 Itiquira 14566 462210,8 0,857630 -0,0015415622 0,009286313 0,017191 Jaciara 14547 318236,5 1,244008 0,0018191049 0,009274200 0,331699 Jangada 420 62798,84 0,182011 -0,0012033785 0,000267764 -0,532756 Jauru 162 95121,83 0,046348 -0,0021250692 0,000103280 -0,643184 Juara 907 294452,8 0,083828 -0,0063196882 0,000578243 -0,612676 Juína 2448 410160,7 0,162427 -0,0080478530 0,001560682 -0,548698 Juruena 915 69093,22 0,360401 -0,0010352532 0,000583343 -0,387549 Juscimeira 14945 122895,2 3,309489 0,0066489623 0,009527938 2,012980 Lambari D'Oeste 180 68480,1 0,071533 -0,0014894773 0,000114756 -0,622684 Lucas do Rio Verde 200710 1045913 5,222437 0,1034575061 0,127959351 3,570102 Luciára 29 14042,51 0,056202 -0,0003104752 0,000018488 -0,635163 Vila Bela da Santíssima Trindade 2146 167995,4 0,347642 -0,0025673594 0,001368147 -0,397934 Marcelândia 158 138436,1 0,031060 -0,0031423120 0,000100730 -0,655628 Matupá 1566 210213,9 0,202736 -0,0039261511 0,000998377 -0,515886 Mirassol d'Oeste 243 240783 0,027465 -0,0054857271 0,000154921 -0,658555 Nobres 1782 166238,6 0,291726 -0,0027582667 0,001136085 -0,443449 Nortelândia 988 43148,68 0,623145 -0,0003809296 0,000629883 -0,173677 Nossa Senhora do Livramento 216 74638,6 0,078757 -0,0016107969 0,000137707 -0,616804 Nova Bandeirantes 720 78438,11 0,249807 -0,0013784883 0,000459024 -0,477570 Nova Nazaré 172 21378,16 0,218957 -0,0003911547 0,000109656 -0,502683 Nova Lacerda 146 52642,31 0,075478 -0,0011401330 0,000093080 -0,619473
Município Valor da Produção (mil reais)
PIB (mil reais) QL IHH PR
QL Padronizado
Nova Santa Helena 90 31224,59 0,078441 -0,0006740977 0,000057378 -0,617061 Nova Brasilândia 53 32537,21 0,044330 -0,0007284361 0,000033789 -0,644827 Nova Canaã do Norte 2074 117581,4 0,480032 -0,0014322498 0,001322245 -0,290170 Nova Mutum 118905 894813,5 3,616325 0,0548437784 0,075805922 2,262742 Nova Olímpia 543 247966,3 0,059595 -0,0054627458 0,000346181 -0,632402 Nova Ubiratã 47524 267207,1 4,840217 0,0240384770 0,030298143 3,258978
cvii
Nova Xavantina 545 172859,6 0,085803 -0,0037019994 0,000347456 -0,611068 Novo Mundo 1127 62738,83 0,488863 -0,0007512364 0,000718500 -0,282981 Novo Horizonte do Norte 720 29298,95 0,668775 -0,0002273409 0,000459024 -0,136535 Novo São Joaquim 12282 165216 2,023097 0,0039597907 0,007830187 0,965870 Paranaíta 907 88964,13 0,277455 -0,0015058548 0,000578243 -0,455066 Paranatinga 2360 209056,7 0,307219 -0,0033928393 0,001504579 -0,430838 Novo Santo Antônio 7 11599,16 0,016424 -0,0002672623 0,000004463 -0,667542 Pedra Preta 4752 355830,9 0,363440 -0,0053062309 0,003029559 -0,385075 Peixoto de Azevedo 432 161324,1 0,072876 -0,0035038065 0,000275414 -0,621591 Planalto da Serra 297 20820,84 0,388202 -0,0002984072 0,000189347 -0,364918 Poconé 432 205404,3 0,057237 -0,0045364425 0,000275414 -0,634321 Pontal do Araguaia 45 33748,25 0,036288 -0,0007619066 0,000028689 -0,651373 Ponte Branca 42 19316,5 0,059173 -0,0004257371 0,000026776 -0,632745 Pontes e Lacerda 3024 382582 0,215108 -0,0070345691 0,001927901 -0,505815 Porto Alegre do Norte 1734 63024,1 0,748759 -0,0003709365 0,001105483 -0,071428 Porto dos Gaúchos 8340 81444,08 2,786804 0,0034090984 0,005317029 1,587520 Porto Esperidião 441 88880,96 0,135030 -0,0018009971 0,000281152 -0,570998 Porto Estrela 104 29112,63 0,097219 -0,0006156969 0,000066303 -0,601776 Poxoréo 16065 215763,5 2,026294 0,0051874407 0,010241976 0,968472 Primavera do Leste 86689 1341471 1,758663 0,0238414841 0,055267142 0,750623
Município Valor da Produção (mil reais)
PIB (mil reais) QL IHH PR
QL Padronizado
Querência 696 300581,7 0,063015 -0,0065977847 0,000443723 -0,629617 São José dos Quatro Marcos 989 156224,6 0,172285 -0,0030292388 0,000630521 -0,540673 Reserva do Cabaçal 67 18837,03 0,096797 -0,0003985665 0,000042715 -0,602119 Ribeirão Cascalheira 432 70384,14 0,167036 -0,0013734233 0,000275414 -0,544946 Ribeirãozinho 455 24228,45 0,511076 -0,0002775045 0,000290078 -0,264900 Rio Branco 130 57010,88 0,062056 -0,0012526728 0,000082879 -0,630398 Santa Carmem 7200 65004,72 3,014307 0,0030674231 0,004590241 1,772705 Santo Afonso 295 28954,24 0,277274 -0,0004902175 0,000188072 -0,455213 São José do Povo 200 64755,85 0,084053 -0,0013894814 0,000127507 -0,612493 São José do Rio Claro 5563 210521,1 0,719140 -0,0013851257 0,003546599 -0,095539 São José do Xingu 1260 63733,04 0,538029 -0,0006897353 0,000803292 -0,242961 São Pedro da Cipa 40 24826,44 0,043848 -0,0005560895 0,000025501 -0,645220 Rondolândia 500 45768,5 0,297306 -0,0007534184 0,000318767 -0,438907 Rondonópolis 11949 3428724 0,094842 -0,0727043210 0,007617888 -0,603711 Rosário Oeste 930 152841 0,165593 -0,0029875876 0,000592906 -0,546120 Santa Cruz do Xingu 185 25832,26 0,194899 -0,0004872098 0,000117944 -0,522265 Salto do Céu 160 29129,37 0,149482 -0,0005803872 0,000102005 -0,559234 Santa Rita do Trivelato 24150 188917,2 3,478928 0,0109708082 0,015396434 2,150902 Santa Terezinha 342 52797,1 0,176285 -0,0010188027 0,000218036 -0,537417 Santo Antônio do Leste 22060 206913,5 2,901459 0,0092167770 0,014063989 1,680848 Santo Antônio do Leverger 9574 154445,9 1,687007 0,0024856538 0,006103746 0,692296 São Félix do Araguaia 2107 113207,9 0,506510 -0,0013087547 0,001343283 -0,268617 Sapezal 109954 1083337 2,762151 0,0447208194 0,070099360 1,567453 Serra Nova Dourada 162 9426,994 0,467672 -0,0001175589 0,000103280 -0,300231
cviii
Sinop 32027 1357702 0,641966 -0,0113876046 0,020418286 -0,158358 Sorriso 173806 1635451 2,892192 0,0724946304 0,110807149 1,673304
Município Valor da
Produção (mil reais)
PIB (mil reais) QL IHH PR
QL Padronizado
Tabaporã 7836 111462,9 1,913215 0,0023845521 0,004995713 0,876427 Tangará da Serra 32257 967255,9 0,907575 -0,0020942804 0,020564918 0,057846 Tapurah 34362 228265,1 4,096744 0,0165595274 0,021906926 2,653798 Terra Nova do Norte 259 103403,7 0,068165 -0,0022572412 0,000165121 -0,625425 Tesouro 4336 45173,82 2,612176 0,0017060913 0,002764345 1,445374 Torixoréu 103 44780,56 0,062596 -0,0009833756 0,000065666 -0,629959 União do Sul 4070 47252,45 2,344067 0,0014878128 0,002594761 1,227136 Vale de São Domingos 120 23916,87 0,136545 -0,0004837790 0,000076504 -0,569765 Várzea Grande 86 2293649 0,001020 -0,0536768107 0,000054828 -0,680081 Vera 11700 133708,3 2,381373 0,0043268552 0,007459142 1,257503 Vila Rica 4590 199277,6 0,626836 -0,0017420516 0,002926279 -0,170673 Nova Guarita 1008 36883,21 0,743758 -0,0002214024 0,000642634 -0,075500 Nova Marilândia 1134 30170,25 1,022902 0,0000161866 0,000722963 0,151721 Nova Monte Verde 1915 74309,15 0,701336 -0,0005199097 0,001220877 -0,110030 Nova Maringá 4106 109416,1 1,021263 0,0000545008 0,002617713 0,150387
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