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Sojaplantio

Plantio direto é a formade manejo de soloindicada para o cultivoda soja; suaimplementação,entretanto, deve serbem monitorada

Direto, sim,mas com cuidado

No Brasil, o manejo do solo foiadaptado de outros países. A

maioria deles, com clima temperado,possuía tradição no cultivo da soja commanejo baseado no revolvimento dosolo com arado. Em razão do clima issonão causava danos sérios de degrada-ção ao solo. Esse principio foi introdu-zido, com algumas adaptações, no Bra-sil.

Mais tarde, devido às vantagens deeconomia de tempo, a grade pesada foiincorporada ao processo, fazendo comque os dois implementos, por muitosanos, fossem os mais utilizados no pre-paro do solo. Porém, o clima quentedo Brasil associado ao uso incorretodesses implementos e ao excessivo nú-mero de passagens posteriores da gra-de niveladora, causaram uma série deproblemas, que resultaram no decrés-cimo gradativo de produtividade da sojae outras culturas.

Com o agravamento desses proble-mas e com o surgimento de novas in-formações geradas pela pesquisa, os es-carificadores e os subsoladores passa-ram a ser utilizados no preparo primá-rio do solo em substituição ou em al-ternância com os arados e com as gra

sadas. Essa técnica, denominada decultivo ou preparo mínimo, trouxe van-tagens para a conservação do solo, por-que esses implementos, além de seremos mais efetivos para descompactar emelhorar a infiltração de água no solo,preservam grande parte dos resíduosculturais sobre o solo, possibilitando

melhor controle da erosão.Esses avanços foram importantes,

pois se conscientizou a comunidadeagrícola de que o manejo do solo é aprimeira etapa e, talvez, a mais impor-tante para determinar o sucesso de umalavoura de soja. De nada adianta incor-porar ao sistema de cultivo outras tec-

Direto, sim,mas com cuidado

O plantio diretoaumenta a

biomassa dosolo, melhorando

a produção

des penologias se o solo está degrada-do. O solo para proporcionar altas pro-dutividades e estabilidade de produçãonecessita da preservação dos teores dematéria orgânica e das característicasfísicas e biológicas do solo. Condiçãoessa que faz parte da agricultura mo-derna, cada vez mais exigente e com-petitiva, e deve servir como estímuloaos agricultores a usarem alternativasmais efetivas, como o plantio direto,para minimizar a degradação ambien-tal e aumentar a qualidade e a produti-vidade da soja. Porém, para se ter su-cesso com o plantio é necessário que omesmo seja adotado e conduzido cor-retamente.

Por que oplantio direto� Redução da erosão do solo. O

plantio direto pode reduzir as perdaspor erosão em mais de 80%, evitandocom isso a poluição e o assoreamentode rios e represas;

� Melhora o armazenamento deágua e a variação térmica do solo.

O plantio direto associado a siste-mas de rotação de culturas, permitemelhor aproveitamento da água do solopelas plantas, permitindo maior infil-tração e redução das perdas por evapo-ração. Permite também que o solo te-nha menor variação térmica, devido àredução das altas temperaturas;

� Melhora a atividade biológica dosolo.

Aumenta a biomassa microbiana dosolo e possibilita a manutenção de agen-tes biológicos como o bacuolovírus;

� Aumenta a disponibilidade denutrientes.

Especialmente dofósforo nas camadassuperficiais que, devi-do à ausência de re-volvimento, é menosfixado ao solo. Os te-ores de matéria orgâ-nica e a disponibilida-de de nitrogênio nosolo também aumentam. Essa condiçãopermite o uso mais eficiente e a racio-nalização da adubação no plantio dire-to.

� Aumenta a economia de combus-tível e racionaliza o uso de máquinas.

Principalmente no uso de tratores,devido à ausência de preparo, propor-ciona redução nos gastos com manu-

tenção e reposição de peças, já que omaior desgaste ocorre nas operações depreparo do solo. Racionaliza a utiliza-ção do tempo, permitindo que a seme-adura seja realizada na velocidade ade-

quada e em solos em melhores condi-ções de umidade. Essa condição possi-bilita que as lavouras sejam implanta-das nas épocas recomendadas e com apopulação ideal de plantas;

� Estabilidade na produção.O plantio direto associado à rotação

de culturas possibilita a estabilizaçãoda produtividade da soja, principal-mente, nos anos em que ocorrem perí-odos de veranicos.

Comocomeçar

Para que as vanta-gens do plantio diretosejam demonstradas, énecessário que algunsrequisitos básicos sejamconsiderados para quesua implantação tenhasucesso.

� Conscientização.O plantio direto exi-

ge que tanto o técnico como o agricul-tor estejam convencidos de que o siste-ma é importante para a preservação doambiente e para melhorar a rentabili-dade agrícola. Devem estar predispos-tos a mudanças, conscientes de que al-gumas tecnologia são diferentes daque-las usadas no sistema convencional, ne-cessitando de capacitação;

� Recursos humanos.O agricultor deverá ser treinado e

permitir que seus operadores de máqui-nas o sejam também, principalmente nouso e regulagem de semeadoras e na tec-nologia de controle de plantas dani-nhas. O acompanhamento da assistên-cia técnica é indispensável, pois mui-tas das decisões requerem informaçõesespecíficas que necessitam da partici-pação de um Engenheiro Agrônomo;

� Área inicial.A área inicial sob plantio direto deve

ser pequena, para que o agricultor pos-sa adquirir experiência. Só após fami-liarizado com o sistema, deve aumen-tar a área na propriedade;

� Levantamento dos recursos.É necessário o levantamento das

condições do solo, da incidência deplantas daninhas, da disponibilidadede máquinas e implementos agrícolas,além do potencial dos recursos huma-nos;

� Solos.Organizar as informações referentes

a tipos de solo, fertilidade, acidez, pre-senças de camada compactada, ocor-rências de erosão, vias de acesso e todainfra-estrutura, para representaremcom fidelidade as condições da propri-edade. De posse das informações, éimprescindível que as áreas que apre-sentam os seguintes problemas sejamobservadas:

1. Acidez do solo: a acidez do solodeve ser corrigida a uma profundidadede 20 a 25 cm;

2. Compactação dosolo: o solo deve estar li-vre de camadas compac-tadas e nivelado. A ope-ração de descompacta-ção pode ser feita comescarificadores, subsola-dores ou arados. A pro-fundidade desse traba-lho deve ser indicadapela avaliação da resis-tência do solo à penetração;

� Cobertura do solo.É imprescindível a presença de co-

bertura com restos de culturas, para aproteção do solo. Para isso é importan-te utilizar rotação de culturas com es-pécies que deixem sobre o solo boaquantidade de restos de cultivo. Na co-lheita de grãos, a colhedora deve serprovida de picador de palhas ou deoutra adaptação, regulados para frag-mentar os resíduos e distribuí-los uni-formemente sobre a superfície do solo.O manejo das espécies utilizadas paraadubação verde poderá ser feito comherbicidas;

� Plantas daninhas.Evitar iniciar o plantio direto em

áreas com infestação de espécies deplantas daninhas de difícil controle,como guanxuma, capim amargoso, den-tre outras. Procurar controlar essas es-pécies antes de iniciar o sistema;

� Máquinas e implementosagrícolas.

Já existe um bom número de mode-los de semeadoras para serem utiliza-das no plantio direto que permitem umbom estabelecimento das lavouras desoja ou de qualquer outra cultura. A tex-tura do solo é um dos parâmetros ori-entadores da escolha do modelo de se-meadora. Outros parâmetros importan-tes são a capacidade de cortar resteva eabrir sulcos, uniformizar a profundida-de de semeadura e cobrir as sementes.Nessa etapa devem ser considerados os

A acidez do solodeve ser

corrigida até25 cm de

profundidade

tipos de discos que fazem o corte dapalhada e a abertura de sulcos, a ne-cessidade de pequenos sulcadores (bo-tas ou escarificadores) junto aos discos,presença de limitador de profundida-de de semente, dentre outros. Discosmaiores, defasados e desencontradossão mais adequados para o trabalho emáreas com grande quantidade de palha-da. As culturas que fazem parte do sis-tema de rotação empregado na propri-edade devem, também, influenciar so-

bre a escolha da se-meadora, no que tocaao sistema de distri-buição de sementesde diferentes tama-nhos.

Condução doplantio diretoEm razão do clima

e do solo, o plantiodireto tem comportamento distinto e di-nâmico nas diferentes regiões do Bra-sil. Para se definir as estratégias parasua condução necessita-se de um acom-panhamento especifico em cada regiãoe propriedade, contemplando o moni-toramento da fertilidade e das caracte-rísticas físicas de solo, da dinâmica depragas, doenças e plantas daninhas,além da produtividade das culturas.

� Compactação do solo.É assunto polêmico, quando se tra-

ta de plantio direto principalmente nossolos originados do basalto, como oslatossolos roxos e as terras roxas. Po-rém, deve ficar claro que a compacta-ção não inviabiliza o plantio direto,porém exige um melhor acompanha-mento. Os problemas de compactaçãosão mais acentuados quando o siste-ma é implantado em condições de solodegradado, pois nos primeiros anos po-dem aparecer problemas de adensa-mento. Não há definição de intervaloou de freqüência de anos para descom-pactar o solo. Essa operação deverá serrealizada somente a partir do monito-ramento e da comprovação do proble-ma.

� Monitoramento da compactação.Para ser realizado, é importante que

a propriedade seja dividida em glebas,determinado pelo histórico de manejoda área e da morfologia do solo. A par-tir de um histórico de produtividade decada gleba, que contemple o maior nú-mero de anos possível, analisar as ten-

CNPS

o

O plantiodireto podereduzir asperdas porerosão emmais de 80%

O plantio diretoaumenta a

biomassa dosolo, melhorando

a produção

des penologias se o solo está degrada-do. O solo para proporcionar altas pro-dutividades e estabilidade de produçãonecessita da preservação dos teores dematéria orgânica e das característicasfísicas e biológicas do solo. Condiçãoessa que faz parte da agricultura mo-derna, cada vez mais exigente e com-petitiva, e deve servir como estímuloaos agricultores a usarem alternativasmais efetivas, como o plantio direto,para minimizar a degradação ambien-tal e aumentar a qualidade e a produti-vidade da soja. Porém, para se ter su-cesso com o plantio é necessário que omesmo seja adotado e conduzido cor-retamente.

Por que oplantio direto� Redução da erosão do solo. O

plantio direto pode reduzir as perdaspor erosão em mais de 80%, evitandocom isso a poluição e o assoreamentode rios e represas;

� Melhora o armazenamento deágua e a variação térmica do solo.

O plantio direto associado a siste-mas de rotação de culturas, permitemelhor aproveitamento da água do solopelas plantas, permitindo maior infil-tração e redução das perdas por evapo-ração. Permite também que o solo te-nha menor variação térmica, devido àredução das altas temperaturas;

� Melhora a atividade biológica dosolo.

Aumenta a biomassa microbiana dosolo e possibilita a manutenção de agen-tes biológicos como o bacuolovírus;

� Aumenta a disponibilidade denutrientes.

Especialmente dofósforo nas camadassuperficiais que, devi-do à ausência de re-volvimento, é menosfixado ao solo. Os te-ores de matéria orgâ-nica e a disponibilida-de de nitrogênio nosolo também aumentam. Essa condiçãopermite o uso mais eficiente e a racio-nalização da adubação no plantio dire-to.

� Aumenta a economia de combus-tível e racionaliza o uso de máquinas.

Principalmente no uso de tratores,devido à ausência de preparo, propor-ciona redução nos gastos com manu-

tenção e reposição de peças, já que omaior desgaste ocorre nas operações depreparo do solo. Racionaliza a utiliza-ção do tempo, permitindo que a seme-adura seja realizada na velocidade ade-

quada e em solos em melhores condi-ções de umidade. Essa condição possi-bilita que as lavouras sejam implanta-das nas épocas recomendadas e com apopulação ideal de plantas;

� Estabilidade na produção.O plantio direto associado à rotação

de culturas possibilita a estabilizaçãoda produtividade da soja, principal-mente, nos anos em que ocorrem perí-odos de veranicos.

Comocomeçar

Para que as vanta-gens do plantio diretosejam demonstradas, énecessário que algunsrequisitos básicos sejamconsiderados para quesua implantação tenhasucesso.

� Conscientização.O plantio direto exi-

ge que tanto o técnico como o agricul-tor estejam convencidos de que o siste-ma é importante para a preservação doambiente e para melhorar a rentabili-dade agrícola. Devem estar predispos-tos a mudanças, conscientes de que al-gumas tecnologia são diferentes daque-las usadas no sistema convencional, ne-cessitando de capacitação;

� Recursos humanos.O agricultor deverá ser treinado e

permitir que seus operadores de máqui-nas o sejam também, principalmente nouso e regulagem de semeadoras e na tec-nologia de controle de plantas dani-nhas. O acompanhamento da assistên-cia técnica é indispensável, pois mui-tas das decisões requerem informaçõesespecíficas que necessitam da partici-pação de um Engenheiro Agrônomo;

� Área inicial.A área inicial sob plantio direto deve

ser pequena, para que o agricultor pos-sa adquirir experiência. Só após fami-liarizado com o sistema, deve aumen-tar a área na propriedade;

� Levantamento dos recursos.É necessário o levantamento das

condições do solo, da incidência deplantas daninhas, da disponibilidadede máquinas e implementos agrícolas,além do potencial dos recursos huma-nos;

� Solos.Organizar as informações referentes

a tipos de solo, fertilidade, acidez, pre-senças de camada compactada, ocor-rências de erosão, vias de acesso e todainfra-estrutura, para representaremcom fidelidade as condições da propri-edade. De posse das informações, éimprescindível que as áreas que apre-sentam os seguintes problemas sejamobservadas:

1. Acidez do solo: a acidez do solodeve ser corrigida a uma profundidadede 20 a 25 cm;

2. Compactação dosolo: o solo deve estar li-vre de camadas compac-tadas e nivelado. A ope-ração de descompacta-ção pode ser feita comescarificadores, subsola-dores ou arados. A pro-fundidade desse traba-lho deve ser indicadapela avaliação da resis-tência do solo à penetração;

� Cobertura do solo.É imprescindível a presença de co-

bertura com restos de culturas, para aproteção do solo. Para isso é importan-te utilizar rotação de culturas com es-pécies que deixem sobre o solo boaquantidade de restos de cultivo. Na co-lheita de grãos, a colhedora deve serprovida de picador de palhas ou deoutra adaptação, regulados para frag-mentar os resíduos e distribuí-los uni-formemente sobre a superfície do solo.O manejo das espécies utilizadas paraadubação verde poderá ser feito comherbicidas;

� Plantas daninhas.Evitar iniciar o plantio direto em

áreas com infestação de espécies deplantas daninhas de difícil controle,como guanxuma, capim amargoso, den-tre outras. Procurar controlar essas es-pécies antes de iniciar o sistema;

� Máquinas e implementosagrícolas.

Já existe um bom número de mode-los de semeadoras para serem utiliza-das no plantio direto que permitem umbom estabelecimento das lavouras desoja ou de qualquer outra cultura. A tex-tura do solo é um dos parâmetros ori-entadores da escolha do modelo de se-meadora. Outros parâmetros importan-tes são a capacidade de cortar resteva eabrir sulcos, uniformizar a profundida-de de semeadura e cobrir as sementes.Nessa etapa devem ser considerados os

A acidez do solodeve ser

corrigida até25 cm de

profundidade

tipos de discos que fazem o corte dapalhada e a abertura de sulcos, a ne-cessidade de pequenos sulcadores (bo-tas ou escarificadores) junto aos discos,presença de limitador de profundida-de de semente, dentre outros. Discosmaiores, defasados e desencontradossão mais adequados para o trabalho emáreas com grande quantidade de palha-da. As culturas que fazem parte do sis-tema de rotação empregado na propri-edade devem, também, influenciar so-

bre a escolha da se-meadora, no que tocaao sistema de distri-buição de sementesde diferentes tama-nhos.

Condução doplantio diretoEm razão do clima

e do solo, o plantiodireto tem comportamento distinto e di-nâmico nas diferentes regiões do Bra-sil. Para se definir as estratégias parasua condução necessita-se de um acom-panhamento especifico em cada regiãoe propriedade, contemplando o moni-toramento da fertilidade e das caracte-rísticas físicas de solo, da dinâmica depragas, doenças e plantas daninhas,além da produtividade das culturas.

� Compactação do solo.É assunto polêmico, quando se tra-

ta de plantio direto principalmente nossolos originados do basalto, como oslatossolos roxos e as terras roxas. Po-rém, deve ficar claro que a compacta-ção não inviabiliza o plantio direto,porém exige um melhor acompanha-mento. Os problemas de compactaçãosão mais acentuados quando o siste-ma é implantado em condições de solodegradado, pois nos primeiros anos po-dem aparecer problemas de adensa-mento. Não há definição de intervaloou de freqüência de anos para descom-pactar o solo. Essa operação deverá serrealizada somente a partir do monito-ramento e da comprovação do proble-ma.

� Monitoramento da compactação.Para ser realizado, é importante que

a propriedade seja dividida em glebas,determinado pelo histórico de manejoda área e da morfologia do solo. A par-tir de um histórico de produtividade decada gleba, que contemple o maior nú-mero de anos possível, analisar as ten-

CNPS

o

O plantiodireto podereduzir asperdas porerosão emmais de 80%

Eleno Torres eOdilon Ferreira Saraiva,Embrapa Soja

O formato e ascaracterísticas

dos facõessão muito

importantes

dências de produtividade. Tendo sidocaracterizado o decréscimo de produ-tividade, verificar se o mesmo não foicausado por problemas climáticos, pra-gas, doenças, deficiências de nutrien-tes, acidez do solo, exigências termo-fotoperiódicas das cultivares, além deoutras. Excluídas essas possibilidades,a melhor maneira de se verificar o efei-to da compactação sobre o desenvolvi-mento da soja é através de um diagnós-tico da resistência do solo obtido comauxílio de um penetrômetro, comple-mentado com abertura de trincheirapara avaliação de raízes.

Estando o solo na faixa de umidadefriável, valores de resistências à pene-tração em torno de 3,5 MPa são indica-tivos de baixa probabilidade de com-pactação. Os valores acima de 5,0 MPasão elevados e, se constatada queda deprodutividade, sugerem que o diagnós-tico deve ser complementado com aabertura de trincheira para a avaliaçãoda estrutura do solo e da distribuiçãodo sistema radicular nas diferentes ca-madas, de preferência até à profundi-dade de 40 cm. O formato e a orienta-ção das raízes são aspectos importan-tes. Raízes grossas e achatadas, com as-pecto recurvado e orientação verticalprejudicada, são constatações de com-pactação.

No interior das estruturas dosolo compactadas há poucas raí-zes, baixa atividade biológica eausência, quase que completa, deorifícios e porosidade. Ao seremquebradas, evidenciam faces derupturas lisas e aspecto prismá-tico. As estruturas não compac-tadas apresentam superfície ru-gosa, com aspecto arredondado,sendo possível a visualização deporosidade e fissuras. Neste am-biente há desenvolvimento radi-cular bastante ramificado e emforma não achatada.

� Controle da compactação.A adoção de um sistema de rota-ção de culturas é a mais impor-tante ação para atenuar o proble-ma. Aqueles sistemas que envol-vem espécies com sistema radi-cular vigoroso e profundo, comoo do guandu, o das crotalárias, oda aveia preta, o do tremoço, odo nabo forrageiro, o do milho, eo do milheto, auxiliam na redu-ção da compac-

tação do solo, princi-palmente se os cultivosposteriores forem rea-lizados com veículos eequipamentos queexerçam baixa pressãosobre o solo. Rodasmais largas e os veícu-los de tração trafegando quando o soloestiver na consistência friável ou seco,auxiliam na prevenção da compacta-ção.

� Manejo da compactação.A primeira alternativa mecânica é a

utilização de semeadoras dotadas defacões próximos aos discos de corte,que fazem a descompactação do solona linha de semeadura, permitindo apassagem das raízes. O formato e as ca-racterísticas dos facões são muito im-portantes. Facões mais largos mobili-zam mais o solo na superfície, retiramos restos de cultivo da linha de plantioe podem prejudicar a operação de se-meadura, em relação aos facões maisestreitos e com angulo de ataque maisadequado. Em razão da semeadura damaioria das culturas ser feita com o soloúmido, o trabalho de descompactaçãocom facão ficará restrito apenas à linhade semeadura, podendo, além disso,provocar o aparecimento de uma super-fície espelhada nas paredes do sulco de

semeadura, que poderá prejudicar apassagem de raízes. A maioria dos mo-delos de facões possibilita o corte dosolo a profundidades que não ultrapas-sam os l2 cm. O trabalho em maior pro-fundidade exige facões mais robustos eum grande esforço de tração. Apesar dealgumas desvantagens, essa tecnologiavem sendo usada com sucesso, já hámuitos anos.

A outra alternativa viável é baseadana utilização de alguns tipos de escari-ficadores, cujo formato das hastes per-mite que a camada de solo compactadaseja rompida, sem afetar muito o nive-lamento do terreno. A semeadura pos-terior, poderá ser realizada sem a ne-cessidade do uso de grade para o nive-lamento do terreno ou, na pior das hi-póteses, apenas com uma passagem degrade. Essa operação de descompacta-ção deve ser feita após a colheita da sojae antes da semeadura do trigo ou daaveia, ou de outra espécie que apresen-te rusticidade para germinar. A obser-vação e a adoção dessa seqüência de

trabalhos de descom-pactação é importanteporque: a) a cultura dasoja produz uma quan-tidade relativamentepequena de restos decultivo, que são de rá-pida decomposição.Quando bem fragmen-

tados e distribuídos sobre o terreno, per-mitem que a operação de descompac-tação do solo seja feita com o mínimode embuchamento do implemento; b)a maior rusticidade das culturas de tri-go e de aveia garantem germinação sa-tisfatória e um bom estabelecimento delavoura, mesmo em terreno com peque-nos problemas de nivelamento.

Para evitar o embuchamento da se-meadora, devido à presença de palhana superfície do terreno e o solo estarainda muito solto, recomenda-se espe-rar que ocorra uma ou duas chuvas,para que o solo assente, para depois serealizar a semeadura e nesse caso, comvelocidade de operação reduzida. Comonorma, preparar o solo no estado deconsistência friável,. para não levantarmuitos torrões, mesmo que isso preju-dique um pouco a eficiência da des-compactação do solo.

Eleno faz recomendações sobre o plantio direto

CNPS

o

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