percursos de razão e afetos

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NOTA DE APRESENTAÇÃO

É com muita alegria e a maior honra que, em nome do CEPIHS - Centro de Estudos e Promoção da Investigação Histórica e Social -, apresentamos este registo de manifestação pública de louvor a Maria da Assunção Carqueja Rodrigues e a Adriano Vasco da Fonseca Rodrigues. Justo preito de homenagem resultante de um sentir comum de amizade, reconhecimento e gratidão por duas personalidades ímpares, de vida profissional e cívica intensa e modelar. Eles são a referência de valores essenci-ais incontestáveis, o guia precioso de sucessivas gerações, o despertar do apreço pelo património, local e nacional, a consciência da cidadania útil e do bem comum.Evoca-se, aqui, passo a passo, em tocantes depoimentos, esse percurso brilhante e rico de importantes realiza-ções, ressaltando-se o lugar privilegiado que a nossa região ocupa nele. Paralela-mente, entretecem-se com aqueles que testemunham uma convivência com afetos, cortesia e sentido do outro, dádivas que são, igualmente, seu timbre.Face às distintas visões que os contem-plam, fica-nos a convicção, que não reivindicamos como inédita, que fluem sob uma indiscutível coerência - todas os moldam como incontornáveis referências intelectuais e humanas. De facto, se a constatação de que o seu importante labor - ou missão - nos transporta para um conhecimento amplo das nossas terras e das nossas gentes, não esbate a perceção de estarmos perante dois seres humanos de excelência.Esta é, sobretudo, uma homenagem do coração.Ele pulsa porque a Professora Maria da Assunção é uma inestimável filha da nossa terra e porque o Professor Adriano Vasco Rodrigues a adotou, orgulhosa e generosamente, como sua também. O entusiasmo que esta iniciativa gerou, alargado à autarquia, a instituições particulares, aos inúmeros admiradores e amigos, é bem prova disso. É prova, ainda, que apesar deste tributo pecar por tardio não perdeu a sua pertinência nem a vontade de traduzir e assinalar, hoje e sempre, a dívida de toda uma coletividade a Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues, porque, diligente e persis-tentemente, a beneficiaram e, profunda-mente, a engrandeceram. Em boa hora se congregaram vontades da parte da Câmara Municipal e do CEPHIS para a sua organização.Desejamos todos, Senhores Professores, que prossigam na senda a que nos habituaram, com a distinção e a sabedoria que lhes é peculiar. Uma senda que se cruza, agora, com o Centro de Estudos Transmontanos e Alto Durienses, com sede em Torre de Moncorvo, superiormente prestigiado com a presença de ambos e que conta com o Senhor Professor Adriano Moreira como patrono. Esta iniciativa, cuja criação tanto lhes deve, simboliza, sem dúvida, o amor à região e ao seu estudo e a determinação em continuarem a trilhar e darem a trilhar caminhos proveitosos e atuantes.Terminamos, recorrendo a uns versos de MiguelTorga, não só porque a poesia é constante nesta homenagem, empres-tando-lhe elegância e beleza, mas porque nos remetem para os home-nageados - figuras, intelectualmente, combativas por ideais e princípios ligados a uma exemplar visão do mundo e da vida.

De seguro Posso apenas dizer que havia um muro E que foi contra ele que arremeti A vida inteiraMiguel Torga

Pel' A Direção do CEPIHS,Adília Fernandes

MARIA DA ASSUNÇÃO RODRIGUES

António Vasco Rodrigues Loja(Neto de Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues.)

Maria da Assunção Carqueja nasceu no Felgar, Torre de Moncorvo, a 15 de agosto de 1930, filha de Gualdino Augusto Carqueja e Evangelina da Conceição Carqueja.Frequentou os três primeiros anos da Escola Primária, no Felgar. No Colégio Campos Monteiro, em Moncorvo, fez exame do 1.° grau. No ano seguinte, transitou para o Colégio da Imaculada Conceição (Ordem Franciscana), em Lamego. Ali prosse-guiu os Estudos Básicos e os Liceais, concluindo o curso geral dos liceus, 6. ° ano, o último que ali se lecionava. Fez o Curso Complementar de Letras, 7.° ano, no Colégio da Senhora da Bonança, em Vila Nova de Gaia, também da mesma Ordem. Optou por seguir Filosofia, na Universidade de Coimbra, na Facul-dade de Letras, onde se licenciou com a classificação de Bom em Ciências Histórico-Filosóficas, em 1955. Fez, ainda, o Curso de Ciências Pedagógicas.Iniciou a carreira docente no Liceu Nacional de Braga, em 1955-56. Casou em setembro de 1956 com Adriano Vasco Rodrigues. Foram colocados no Liceu Nacional da Guarda, aqui trabalharam até ao ano escolar de 1958, transferindo-se para o Porto, onde se profissionalizaram na docência do Ensino Secundário. Maria da Assunção foi Profes-sora nos Liceus de Rainha Santa Isabel, Alexandre Herculano, Carolina Michaelis. Em 1965, inter-rompeu a docência no Porto para acompanhar o Marido em Angola, onde trabalhou no Instituto de Investigação Científica, na área das Ciências Humanas, tendo, interinamente, desempenhado funções de Diretora do Centro de Investi-gação Científica e, também, presidido ao Comité do Pessoal. Na área das Ciências Humanas trabalhou com o Marido, responsável pela Seção de Pré-História e Arqueologia, tendo organizado duas salas no Museu de Angola ligadas a essas áreas.Em Angola elaborou vários trabalhos nas áreas da história dos povos africanos, escravatura e da Filosofia Bantu. Alguns desses trabalhos foram publicados pelo Instituto de Investigação Científica e, mais tarde, pela Universidade Portucalense.Regressada ao Porto, no ano de 1969-70, retomou a docência, vindo a exercer, antes e depois do 25 de Abril, o cargo de Metodóloga para a formação de professores de Filosofia. É, desde 1976,

membro da Association International des Proiesseurs de Philosophie, Europa Forum, tendo participado em vários colóquios e congressos.Em 1988-89, acompanhou o Marido que, por concurso internacional, obteve o cargo de Diretor da Schola Europeae da U.E., na Bélgica. Durante 10 anos, exerceu o cargo de Conselheira Técnica para o Ensino da Filosofia na U.E., que desempenhou com elevado mérito, apreciado pelos superiores responsáveis da Comissão de Educação.Dedica-se à poesia desde a infância, colaborando em jornais e revistas. No Colégio de Lamego, escreveu algumas

peças de teatro, conhecendo uma delas grande sucesso. Tratava-se de um concílio dos deuses do Olimpo para aprovar a reforma do Ensino, publicada, então, em 1947. Em 1950, escreveu a letra do Hino do FelBar, musicada pelo conterrâneo e compositor António Pedro. Hoje, é tocada pela Banda do Felgar. No Natal deste ano, fez a poesia, Luar da Minha Aldeia, também musi-cada por aquele compositor.

Realizou trabalhos nas áreas da História, da Filosofia, da Pedagogia e, também, da Poesia.

Algumas das suas obrasEstudosSubsídios para uma monoBr#a da Vila da Torre de Moncorvo (1955; Dissertação de Licenciatura).Subsídios para o estudo das ferrarias do Reboredo (1961). Noções de Filosl1a (1962).Colaboração na História Geral da Civiliza-ção, de Adriano Vasco Rodrigues (1961-1975; 8 eds).Personalismo, Liberdade e Compromisso

(s / d. ).As Trovas do Bandarra - sua irif1uência Judaico-cabalística na mística da paz universal (1982). A dimensão moral nas comunidades cifricanas de expressão bantu (1982).Felgar (2006), em colaboração com Adriano Vasco Rodrigues.Documentos Medievais de Torre de Moncorvo (2007).Poesia

Versos do meu diário, (sob pseudónimo Miriam; 1978). Porquê mais que nada (2002).Os tempos do Tempo (2005).Jardim da Alma (2008).Amanhã é outro dia (2011).Moncorvo, Quadros da nossa História (a publicar).

ADRIANO VASCO DA FONSECA RODRIGUES

João S. Campos (Arquiteto.)

Nasceu na Guarda, em 4 de maio de 1928, cidade onde fez estudos liceais, que conclui no Porto. Exerceu a docência nos três ramos de ensino: primário, secundário e superior. Consagrou-se à investigação nos ramos da História e Arqueologia.

Diplomas académicosLicenciatura em Ciências Históricas e Filosóficas, pela Universidade de Coimbra, 1956.Curso de Ciências Pedagógicas, U.c.Curso de Língua e Cultura Espanhola, pela Universidade de Santiago de Compos-tela.Especialização em História da Arte (Medieval), sob a direção do Professor José Maria de Ascarati Ristori, da mesma Universidade (então equivalente a Doutoramento).Exame de Estado (presidido pelo Professor Delfim Santos) e Estágio (2 anos), para o exercício do Magistério Liceal (4. o grupo) - Classifi-cação de Bom, 1960.Bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian no Institut Für-vor-und Fruhgesehiehte da Universidade de Bona (Alemanha), em Técnicas de Arqueolo-gia Tridimensional, 1961 e 1962.Diploma de membro da Union Européenne des Conseillers Techniques Scienti-fiques (área de Educação), 1988.A course organization culture communica-tion for inspiration and development, destinado a Diretores da Schola Europaea, tendo frequentado Seminários em Egelund, Dinamarca, 1989, Hans-Sur-Lesse (Bélgica), 1990; MoI (Bélgica), 1992; Munique, (Alemanha), 1995.Estatuto de Formador (História Geral; História de Portugal;

e História da Arte) - (Conselho Científico-Pedagógico de Formação Contínua), Universidade do Minho, 1997. Formador (Sistema Nacional de Forma-ção Profissional), 1998.

Ensino Superior e InvestigaçãoRegeu o Curso de Arqueologia Peninsu-lar no Centro de Estudos Humanísticos, anexo à Universidade do Porto, 1958-1962.

Regeu a cadeira de História Geral da Arte, como Professor Associado na Universidade Livre do Porto, transitando com a mesma categoria para a Universi-dade Portucalense, 1978-1982 - U.L. / 1986-1989 - U.P.Bolseiro do Consejo Superior de Investigaciones CientifIcas (Madrid), no estudo das guerrilhas de Viriato e caminhos da Meseta, na Estremadura Espanhola, 1963.Colaborador do Instituto de Investiga-ção Científica de Angola e responsável pela organização da Seção de Pré-História e Escavações Arqueológi-cas, 1966-1969. Realizou numerosos trabalhos de campo de Arqueologia e prospeção nos concelhos da Meda, da Guarda, de Torre de Moncorvo, Sabugal, Figueira de Castelo Rodrigo e Monção entre os anos de 1960 a 1981.De 1981 a 1988, foi Presidente em Portugal da Associação Internacional para Defesa das Democracias, tendo como Vice- Presidente Sam Levy.Trabalhou, equiparado a Bolseiro, num Projeto de Investigação sobre Cultura e Arte Africana, 1986-1989. Dirigiu e organizou a recuperação do Teatro Romano de Lisboa, 1986-1989.Após o regresso da Bélgica, trabalhou em Investigação na Universidade Portucalense, 1997, e realizou cursos livres de Arte Africana, Educação para a Europa, Numismática, Arte e iniciação ao estudo de Antiguidades, História das Religiões.Membro do Conselho Nacional de Acreditação da Formação de Professo-res, desde 2000.Regeu cursos de Arte na Universidade Sénior da Foz, 1999- -2007.Em 2004, por proposta do Reitor e aprovação do Conselho Científico da Universidade Portucalense foi nomeadoDiretor do Instituto Sénior desta Universidade, onde regeu o curso de História das Religiões e Introdução ao Estudo das Antiguidades. Participou em vários congressos e colóquios. Fez exposições sobre arte africana, pondo à disposição da Câmara Municipal de Almeida o seu espólio para a criação de um Museu de Arte Primitiva.Ações sobre a Presença Judaica em Portugal Fundador (sócio n. o 1), da Associação da Amizade e Relações Culturais Portugal-Israel (1979). Foi Presidente da Direção e é Presidente Honorário. Com sua Esposa está ligado ao nascimento do Museu Judaico de Belmonte.

Louvores e condecoraçõesRecebeu louvores e condecorações, sendo distinguido com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique e as Medalhas de Ouro das Câmaras Munici-pais do Porto, Guarda e Almeida.

Publicações - revistasFundador e codiretor da Revista Lucerna, 1960-1965 (Arqueologia), Edição da Universidade do Porto. Diretor da Revista de Ensino, de Angola, 1965-1969. Diretor da Revista Altitude (da Assembleia Distrital da Guarda), 1978-2007. Diretor do Boletim OR (Luz) da Associação de Amizade Portugal-Israel. (1980-90). Colaborou e colabora em várias revistas científicas.

Publicações -livros e separatasÉ autor de numerosas publicações de que se distinguem:A Catedral da Guarda na História e na Poesia (1953). Arqueologia da Península Hispânica (1960; 4 eds.).História Geral da Civilização (1962 -1975; 2 vols; 8 eds.). Portugal - história, arte e tradição, (1991; traduzido em Neer-landês e Francês).Judeus Portugueses no Desenvolvimento dos Portos Atlânticos na Idade Moderna (1979).História da Engenharia Civil - Pilar da Civilização Ocidental (2006).Felgar (2006), em colaboração com Maria da Assunção Carqueja Rodrigues.De Cabinda ao Natnibe - Memórias de Angola (2010; 2 eds.).

Ficha Técnica:Título: PERCURSOS DE RAZÃO EAFETOS Homenagem aos Professores Maria da Assunção Carqueja e Adriano Vasco Rodrigues | Autores: Vários | Coordenação: Adílía Fernandes | Capa: Isabel Caldeira (Arquiteta) | Fotografias cedidas por: Adriano Vasco Rodrigues, Aleides Amaral, Ana Subtil Roque, Arnaldo Silva - Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior - Torre de Moncorvo, Jorge Trabulo Marques | © Adília Fernandes - 2011 | Co-edição: CEPIHS - Centro de Estudos e Promoção da Investigação Histórica e Social - Torre de Moncorvo | Data de edição: Outubro 2011 | ISBN: 978-989-703-025-3 | Depósito Legal: 334705/11 | Impressão: Publito - Estúdio de Artes Gráficas, Lda. - Braga | Apoio: Câmara Municipal de Torre de Moncorvo | • PALIMAGE É UMA MARCA EDITORIAL DA TERRA OCRE - EDIÇÕES •

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