pea agrupamento canelas 2010 2014
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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CANELAS
Projecto Educativo
2010-2014
Projeto Educativo
"Comecemos por fazer o que é necessário, depois o que é possível, e de repente, estaremos a fazer o impossível."
São Francisco de Assis
Projeto Educativo
Índice:
Introdução ..................................................................................................................................................................1
1. ENQUADRAMENTO .................................................................................. 2
2. CARACTERIZAÇÃO CONTEXTUAL............................................................. 3
2.1. Contextualização interna e externa das freguesias do agrupamento. .. 3
2.1.1. Freguesia de Canelas ............................................................................ 3
2.1.2. Freguesia de Gulpilhares ..................................................................... 11
2.1.3. Freguesia de Mafamude ...................................................................... 15
2.1.4. Freguesia de Perosinho ....................................................................... 19
2.1.5. Freguesia de Serzedo.......................................................................... 23
2.1.6. Freguesia de Vilar de Andorinho ........................................................... 26
2.1.7. Caracterização e operacionalização ...................................................... 31
2.1.7.1. Total de alunos/crianças e sua distribuição por unidade educativa e por
turmas/grupos e níveis de escolaridade .......................................................... 31
2.1.7.2. Nacionalidades e etnias .................................................................... 32
2.1.7.3. Alunos/crianças com necessidades educativas especiais permanentes …33
2.1.7.4. Oferta educativa e formativa sexual ….………………………………………………....…35 2.1.7.5. Educação para a saúde/Educação ...................................................... 37
3. UM PROJECTO DE CONSTRUÇÃO DE UMA CULTURA DE EXIGÊNCIA EM
BUSCA DA EXCELÊNCIA............................................................................. 39
3.1. Princípios orientadores...................................................................... 39
Visão.......................................................................................................... 39
Missão........................................................................................................ 39
Valores....................................................................................................... 39
Objectivos gerais ......................................................................................... 40
3.2. Metas educativas e objectivos do agrupamento................................. 41
3.2.1. Promover uma “cultura de agrupamento” .............................................. 41
3.2.2. Promover uma “cultura de exigência”.................................................... 42
3.2.3. Promover uma “cultura de cidadania”. .................................................. 43
3.2.4. Promover uma "cultura de participação familiar” .................................... 44
3.2.5. Operacionalização das metas educativas ............................................... 44
Projeto Educativo
4. ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO........................................................ 52
4.1. Divulgação.........................................................................................53
4.2. Acompanhamento.............................................................................. 53
4.3. Avaliação ...........................................................................................54
CONCLUSÃO.............................................................................................. 55
ANEXOS .................................................................................................... 57
Projeto Educativo
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Introdução
A Escola é um dos mais importantes meios para a transmissão e aquisição de
conhecimentos e tradições, tendo como missão o desenvolvimento de competências
e valores de crianças e jovens visando promover, em cada indivíduo, perfis de cida-
dania que confiram a cada um maior grau de autonomia na construção do seu pro-
jecto de vida pessoal e de participação consciente e responsável, no quadro do
colectivo em que se inserem.
Pretende-se uma escola activa, para a construção do auto-conhecimento, em que
crianças e jovens sejam agentes dinâmicos na sua própria formação.
Deve considerar-se o espaço escola como um local de encontro entre pessoas que
estabelecem relações dialécticas, onde é tão indispensável o ensino como a apren-
dizagem. Este espaço, em que coabitam crianças, alunos, docentes, não docentes e
encarregados de educação, tem como fim a educação integral no sentido de poten-
ciar competências, visando a cidadania plena.
Para a construção do presente documento contribuíram os anteriores projectos
educativos do Agrupamento Vertical de Canelas e da Escola Secundária com tercei-
ro ciclo Condes de Resende, bem como os inquéritos realizados por uma equipa de
docentes de diferentes níveis de ensino, no ano lectivo 2008/2009, aplicados a uma
amostra de encarregados de educação, pessoal docente e não docente, com o
objectivo de fazer um levantamento dos interesses e expectativas que os diferentes
elementos desta comunidade educativa têm, ou esperam vir a ter, do valor social
da Escola.
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1. Enquadramento
As alterações registadas pela sociedade nas últimas décadas exigem a adopção de
posturas educativas dinâmicas e inovadoras que conduzam a formas de actuação
mais activas e eficazes. O quadro de gestão e administração das escolas do ensino
básico e secundário, expresso no Decreto-Lei n.º 115/A-98, de 4 de Maio, comple-
mentado pela Lei n.º 24/99, de 22 de Abril, e ainda no Decreto-Lei n.º 6/2001, de
18 de Janeiro, implicou exigências e mudanças nos processos de ensino e aprendi-
zagem.
A autonomia e a abertura da Escola à comunidade implicam a prática do diálogo no
quotidiano da Escola e entre esta e outras instituições, tornando necessária uma
participação mais empenhada dos alunos/crianças, dos docentes e não docentes e
dos encarregados de educação.
No ano lectivo de 2007/08, ocorrem alterações legislativas em várias dimensões da
vida das escolas, nomeadamente as introduzidas pelo Decreto-lei n.º 15/2007, de
19 de Janeiro (ECD), Decreto Regulamentar n.º 2/2008, de 10 de Janeiro (ADD), e
o Decreto-lei n.º 75/2008, de 22 de Abril.
O projecto educativo é definido na alínea a) do ponto 1 do artigo 9.º do Decreto-lei
n.º 75/2008, de 22 de Abril, como “...o documento que consagra a orientação edu-
cativa do agrupamento de escolas ou da escola não agrupada, elaborado e aprova-
do pelos seus órgãos de administração e gestão para um horizonte de quatro anos,
no qual se explicitam os princípios, os valores, as metas e as estratégias segundo
os quais o agrupamento de escolas ou escola não agrupada se propõe cumprir a
sua função educativa.”
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2. Caracterização contextual
2.1. Contextualização interna e externa das freguesias do agrupamento
As escolas que integram o Agrupamento de Escolas de Canelas encontram-se
localizadas em seis freguesias do concelho de Vila Nova de Gaia, no distrito do
Porto. É a seguinte a sua distribuição:
— Canelas – Sede do Agrupamento (Escola Básica e Secundária), EB1/JI do Cur-
ro, EB1/JI de Megide, EB1/JI de Ribes, EB1 da Lagarteira;
— Perosinho – EB1/JI de Brandariz, EB1/JI Loureiro 1, EB1/JI Loureiro 2;
— Serzedo – EB1/JI do Alquebre;
— Gulpilhares – EB1/JI do Monte;
— Vilar de Andorinho – EB1/JI da Serpente;
— Mafamude – EB1 de Laborim de Baixo.
2.1.1. Freguesia de Canelas
2.1.1.1. Localização geográfica
A freguesia de Canelas, situada sensivelmente a cinco
quilómetros da cidade de Vila Nova de Gaia, tomando a
direcção a sul, encontra-se rodeada pelas seguintes fre-
guesias: a norte, Mafamude; a nordeste, Vilar de Ando-
rinho; a leste, Pedroso; a sul, Serzedo e Perosinho; a
oeste, Gulpilhares e Vilar do Paraíso. Apresenta uma
área que abrange cerca de 1600 hectares, estando
grande parte assente na Serra de Negrelos e prolongando-se pela vertente
Noroeste da Serra de Pedroso.
2.1.1.2. Contextualização histórica
Brasão de Canelas
O brasão desta freguesia é constituído pelos seguintes elementos:
campo de verde, tendo, em chefe à sinistra, as armas de Portugal
e, à direita, três maçarocas de milho de ouro; ao centro do escu-
do, o coreto de Canelas, também de ouro, sotaposto no contra-
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chefe a um monte de negro – a Serra de Negrelos – carregado, ao centro, com
uma roda dentada de prata; em cima, a coroa mural prateada de quatro torres
e, em baixo, o listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas –“ VILA DE
CANELAS”.
Quando Portugal ainda não se tinha diferenciado politicamente de Galiza e
Lamego, Coimbra e Lisboa eram mouras, encontrou-se um pergaminho datado
de 1042, denominado carta de Negrelos, que constitui o documento escrito
mais antigo sobre Canelas, sendo, de certo modo, esta a data de nascimento da
freguesia.
A origem etimológica mais plausível de Canelas deve-se à presença abundante
de uma espécie de arbusto espontâneo, as canas, muito habituais no litoral; a
este nome associou-se o sufixo “-ellas”, antigo diminutivo no feminino.
Em 1042, aparece já um templo invocado a “Santo Johanne” (Robert Duand), o
que mostra que, no século XI da nossa era, estava instituída uma primitiva
igreja paroquial, que pertencia ao padroado régio – a igreja de “Sanctus Johan-
nes de Canelas” (1320), tendo esta sido dedicada a São João Baptista. De acor-
do com Domingos Moreira, existe um documento que garante a sua construção
anterior ao século XI.
Em 1980, Francisco Barbosa da Costa publicou “Notas Monográficas”, tendo aí
registado o achado de materiais cerâmicos possivelmente de origem romana,
postos a descoberto durante a abertura da Serra de Negrelos. Faz ainda alusão
à existência de uma calçada romana no lugar de Jaca, na fronteira desta fre-
guesia e junto à estrada nacional N.º 1.
Muitos vestígios encontrados estão expostos na casa Municipal da Cultura, ins-
talada no Solar Condes de Resende.
Em 1527, a igreja matriz de S. João Baptista pertencia às
terras de Santa Maria da Feira.
Em 1779, esta igreja, de estilo barroco setecentista,
sofreu uma remodelação, com alguma influência estilística
da época “rocaille”. Nos anos de 1978/79, teve lugar nova
intervenção, permanecendo o seu estilo original.
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Junto à igreja, fica o coreto considerado, provavelmente, o mais bonito e
emblemático da região. Evidencia a arte de formar e domar o ferro, tendo sido
concebido, desenhado e patrocinado, entre 1905 e 1907, por um jovem ilustre
canelense.
Este coreto apresenta uma estátua de mulher na cúpula
octogonal terminada em laternim. No interior da cúpula, há
magníficas ornamentações, dignas dos tectos dos salões
senhoriais, onde estão emoldurados os grandes vultos da
música europeia (v. g.: Verdi, Schubert, Mozart…) e os
músicos portugueses Alfredo Keil e César Morais, este natural
da vila de Canelas.
Em 1579, o abade de Canelas, Gonçalo Moura, mandou erguer o cruzeiro de
Santa Isabel, junto à capela da mesma evocação.
O cruzeiro do Calvário é um bom miradouro para se admirar a freguesia e a
serra.
A capela do Senhor do Calvário fica situada a meia
encosta da Serra de Negrelos, vulgarmente chamada de
Canelas.
Nesta capela, realiza-se a festa anual do Senhor do Cal-
vário, no primeiro domingo de Setembro.
Descendo a serra, encontram-se, a norte, a capela
do Senhor dos Aflitos, construída em 1883, e, mais
a sul, a de S. Tomé, datada de 1671, anexada ao
Solar dos Condes de Resende.
2.1.1.3. Caracterização do desenvolvimento socioeconómico
A agricultura intensiva e a exploração da floresta e do granito constituíram as
principais actividades económicas desta região, desde o século XVII até meados
do século XX; posteriormente e até ao século XIX, teve ainda destaque a explo-
ração do barro e o fabrico do sabão.
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A Serra de Negrelos foi uma das principais fontes económicas da população.
Com a exploração do granito azul, de excelente qualidade para a construção,
chegou a Canelas a primeira industrialização.
A importância desta actividade está hoje patenteada numa magnífica estátua de
bronze, de autoria da escultora Margarida Santos (1 de Maio de 1993), eregida
no local do Curro, em homenagem ao “Pedreiro de Canelas”, existindo uma
réplica no Museu do Granito, na escola sede. Hoje, a activida-
de industrial, a construção civil e os serviços constituem a
ocupação da maior parte dos habitantes desta comunidade,
tendo-se desenvolvido num ritmo impressionante. Para além
destas actividades, uma pequena parte da população de
Canelas ainda se ocupa da agricultura e do trabalho artesanal
de tapetes de Arraiolos. Muitas mulheres, não exercendo qualquer profissão
remunerada, aproveitam os seus tempos disponíveis para se dedicarem à con-
fecção destes tapetes, melhorando, desta forma, o rendimento do seu agregado
familiar.
Nos últimos anos, assiste-se a um fluxo emigratório essencialmente para países
da comunidade europeia.
2.1.1.4. Caracterização do desenvolvimento urbanístico e acessibilida-des
A instalação de pequenas e grandes empresas (indústria, construção civil e
comércio), na freguesia de Canelas, criando assim postos de trabalho, levou a
um maior desenvolvimento local a nível de infra-estruturas, fazendo-a progredir
significativamente.
O tipo de povoamento é misto, predominando prédios de vários andares, de
construção recente. Existem também moradias, pequenas casas térreas, bairros
sociais e habitações degradadas (ilhas).
Relativamente ao tipo de alojamento e às condições de vida, pode verificar-se
que as condições de habitação têm melhorado, dado que muitas barracas foram
demolidas, aumentando o alojamento condigno.
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2.1.1.5. Instituições socioculturais e desportivas
Na freguesia de Canelas, existem inúmeros serviços, de entre os quais se
podem destacar: Solar dos Condes de Resende, quartel de bombeiros, subuni-
dade de saúde familiar, estação de correios, posto da GNR, associação humani-
tária, acção social adventista, grupo de jovens da paróquia, associações recrea-
tivas (da Rechousa e a de Santa Isabel), uma associação columbófila, um está-
dio de futebol…
2.1.1.6. Instituições escolares
Em Canelas, existem escolas de todos os níveis de ensino como, a seguir, se
enumera:
Escola Básica e Secundária
Escolas do 1.º ciclo do ensino básico e jardins-de-infância:
— EB1/JI do Curro
— EB1da Lagarteira
— EB1/JI de Megide
— EB1/JI de Ribes
Vários jardins-de-infância com ou sem ATL (privados e de solidariedade social)
Escola Superior de Educação Jean Piaget.
Escola Básica e Secundária
A Escola Básica e Secundária de Canelas, escola sede do Agrupamento, tem
apenas três anos de existência, dado que resultou da fusão determinada pela
Direcção Regional de Educação do Norte, das duas anteriores escolas: Escola
Preparatória de Canelas, criada em 1978 (portaria n.º 600/78, de 29 de Setem-
bro), e a Escola Secundária com 3.º ciclo do Ensino Básico Condes de Resende,
criada em 1983 (despacho n.º 87/MM/83, de 31 de Março).
Actualmente, desfruta de um amplo espaço físico que urge reorganizar, onde
estão implantados três pavilhões, a sul (instalações da anterior Escola Prepara-
tória de Canelas), e seis pavilhões, a norte (instalações da anterior Escola
Secundária com 3.º Ciclo do Ensino Básico Condes de Resende), e um pavilhão
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desportivo, a oeste, complementado por dois campos de jogos contíguos, mas
separados por um muro.
Da referida fusão das duas escolas resultou a eleição de uma comissão executi-
va instaladora, em 2007, e do actual director, em 2009, através do procedi-
mento concursal previsto na lei em vigor, e a concentração dos serviços admi-
nistrativos numa só secretaria, permanecendo todas as restantes valências e
serviços nos respectivos espaços das anteriores escolas, unidas, actualmente,
por um estreito corredor, entretanto, construído e resultante, concomitante-
mente, do derrube de cerca de três metros de muro, que separava as duas ins-
tituições escolares.
Aguarda-se com expectativa uma intervenção de fundo, sob a responsabilidade
da empresa “Parque Escolar”, que irá não só proporcionar melhores condições
de trabalho, mas também dará, finalmente, uma imagem de uma só escola.
EB1/JI do Curro
A EB1/JI do Curro é um edifício catalogado como “plano urbano”, construído em
1976, destacando-se as seguintes características: edifício de dois pisos com
átrios, sete salas, instalações sanitárias, dois gabinetes de professores; tem
logradouro com uma área de 1940 m2.
No piso superior, existem quatro salas de aula, quatro despensas e dois gabine-
tes; no piso inferior, há duas salas para o jardim de infância, com uma despen-
sa cada, uma sala polivalente utilizada para a componente de apoio à família,
dois átrios, quatro casas de banho, duas despensas e uma cantina.
EB1 da Lagarteira
O edifício é de “plano centenário”, tipologia rural, constituído por quatro salas
bem iluminadas por luz natural, com janelas orientadas a sul, duas salas no
piso inferior e duas no piso superior. Há ainda uma quinta sala nas traseiras do
edifício, no logradouro da escola.
Esta escola dispõe ainda de uma cantina, devidamente equipada e um gabinete
destinado às reuniões do conselho escolar que, actualmente, funciona como
sala dos professores e biblioteca da escola.
Projeto Educativo
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A escola não possui recreios cobertos, à excepção dos átrios de acesso às salas
e um pequeno espaço no logradouro que faz ligação entre o edifício e a sala
exterior.
Relativamente ao espaço exterior, por oposição ao anteriormente mencionado,
é bastante grande e desenvolve-se em dois níveis: no superior, existe um cam-
po de jogos (normalmente utilizado para as aulas de Educação Física); e no
inferior, o logradouro das crianças.
EB1/JI de Megide
Esta escola é de construção recente, sem tipologia definida, composta por dois
pisos. No primeiro, há três salas de aula, duas despensas, uma área livre para
realização de trabalhos plásticos e casas de banho. No rés-do-chão, existem
três salas de aula, uma despensa, uma área livre para realização de trabalhos
plásticos, casas de banho, dois gabinetes, um espaço para realização de activi-
dade física, uma sala para arrumos, balneários e uma cantina. Apesar de a
escola ser recente, a cantina e o “ginásio” são muito pequenos para a popula-
ção escolar.
O logradouro é amplo mas tem pouca vegetação e não dispõe de espaço para
jogos.
As instalações da Educação Pré-Escolar são distintas das do primeiro ciclo. São
constituídas por três salas: duas para a educação pré-escolar e uma para a
ocupação das actividades da componente de apoio à família; possuem ainda
casas de banho e um gabinete. As crianças utilizam a cantina e o “ginásio” loca-
lizados no edifício do primeiro ciclo.
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EB1/JI de Ribes
A denominação de Escola de Ribes é devida ao ribeiro que corre perto (ribeiro
de Ribes). Situa-se entre a rua Professor César Morais e a rua Delfim de Lima,
mesmo no centro desta freguesia, perto da sede da junta de freguesia e da
escola sede do agrupamento.
É um edifício do tipo “plano centenário” constituído por quatro salas de aula,
duas no rés-do-chão e duas no primeiro andar, com a superfície de 173,32m2.
Uma destas salas está destinada ao jardim de infância.
Há também uma sala de recursos, onde funciona a biblioteca, de dimensões
reduzidas, e um pequeno gabinete destinado às reuniões do conselho escolar,
que, actualmente, funciona como sala dos professores e sala de informática.
A escola dispõe ainda de um pequeno espaço de recreio coberto, onde já fun-
cionou uma cantina.
O logradouro, relativamente espaçoso tendo em conta a população escolar, está
circundado por uma parte ajardinada, com sebes e árvores de sombra.
Ano lectivo 2009/2010
Número de alunos/crianças Designação da Escola JI 1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano
Número de professores
EB1/JI Curro 50 20 24 21 20 7
EB1 Lagarteira - 4 42 47 20 5
EB1/JI Megide 47 40 21 13 58 8
EB1/JI Ribes 25 28 36 44 29 7
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2.1.2. Freguesia de Gulpilhares
2.1.2.1. Localização geográfica
A freguesia de Santa Maria de Gulpilhares localiza-se no
litoral, a sul do concelho de Vila Nova de Gaia, a cerca de
sete quilómetros da sede do mesmo, tendo por fronteira
o Oceano Atlântico, a oeste, as freguesias de Valadares e
Vilar do Paraíso, a norte, Canelas, a leste, Serzedo e
Arcozelo, a sul.
2.1.2.2. Contextualização histórica
Brasão de Gulpilhares
O brasão desta freguesia é constituído pelos seguintes elemen-
tos: ao centro, o escudo em prata com a capela do Senhor da
Pedra, em contra-chefe, o mar; em chefe, à direita, o escudo
antigo e, à sinistra, uma cabeça de raposa, em vermelho; em
cima, coroa mural de três torres; em baixo, listel branco com
os dizeres GULPILHARES em preto.
A origem de Gulpilhares remonta à idade da pedra polida como comprovam os
dados arqueológicos (estruturas sepulcrais e espólio) que se recolheram no
subsolo. O aparecimento de uma necrópole romana, no Coteiro da Vela, indicia
ter existido uma vila romana nas proximidades, nos fins do séc. IV ou princípios
do séc. V. Por aqui passava a antiga estrada romana que ligava Lisboa a Braga.
Provavelmente, este castro terá sido ocupado após a época romana e, da época
árabe, terá ficado uma lenda ligada a um ser muito estranho, a Bicha Moura –
metade mulher, metade réptil.
As primeiras referências escritas à freguesia datam do século XII. É então
denominada Vulpeliares ou Bolpeliares, topónimo que alguns autores associam
a Vulpecula – pequena raposa. Nas inquirições de D. Dinis, em finais daquele
século, a paróquia já teria sido instituída, pois aparece a designação “Santa
Maria de Golpelhares”.
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As tradições balneares de Gulpilhares vêm de longe e constituem uma das
mais-valias da freguesia. Uma das razões da fama das praias de Gulpilhares
advém do seu comprovado e recomendado (pelos médicos) alto teor de iodo.
O ex-libris da freguesia é a capela do Senhor da Pedra, construída num rochedo
batido pelo mar, na praia de Miramar. A sua edificação, a partir de uma planta
centrada de forma hexagonal, pela concepção arquitectónica, poderá remontar
ao século XVII, embora testemunhos documentais apontem o século XVIII. O
seu interior possui três retábulos em talha policroma e dourada de influência do
rococó e um púlpito de madeira. De salientar a imagem do Senhor da Pedra –
um Cristo Crucificado. O culto popular ao Senhor da Pedra tem o seu auge na
romaria do domingo da Santíssima Trindade, considerada uma das maiores e
das mais carismáticas do concelho. A origem do culto a Cristo
como Senhor da Pedra provirá de um antigo e pagão culto de
carácter naturalista, muito frequente entre os povos pré-
cristãos, cujas divindades eram veneradas em elementos da
natureza e, posteriormente, adaptado à nova fé. Esta ideia é ainda reforçada
pela não menos intrigante “pegada do Boi Bento”, indissociável do culto do
Senhor da Pedra.
A igreja matriz, de linhas arquitectónicas belas e harmonio-
sas, foi reconstruída em 1787, alterando-se profundamente
a anterior. É rica em escultura religiosa e imagens em
madeira e barro cozido, dos séculos XVII e XVIII. Aqui feste-
ja-se S. Brás no primeiro domingo de Fevereiro, uma
romaria a onde ocorrem muito fiéis a fim de cumprir votos e
promessas por causa das doenças da garganta.
A uma pequena distância do principal local de culto, situa-se
a Capela de Nossa Senhora dos Anjos, que alguns docu-
mentos referem ter sido a primeira igreja matriz da fregue-
sia de Gulpilhares.
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2.1.2.3. Caracterização do desenvolvimento socioeconómico
A freguesia de Gulpilhares caracterizou-se, ao longo dos tempos, por ser uma
localidade rural cuja ocupação das suas gentes era a agricultura. Com a chega-
da da revolução industrial a Portugal, foi sofrendo lentamente alterações, pas-
sando grande parte da população a trabalhar na indústria transformadora, loca-
lizada nas freguesias vizinhas, para além do sector terciário.
Actualmente, podem destacar-se, entre outras, as seguintes actividades eco-
nómicas: energias renováveis, máquinas de calçado, representações didácticas,
equipamentos electrónicos, matérias de construção, estanhos e fundição de
metais.
No que diz respeito a serviços, sobressaem residenciais e apartamentos turísti-
cos e o clube de Golfe.
2.1.2.4. Caracterização do desenvolvimento urbanístico e acessibilida-des
A freguesia registou, nos últimos anos, um acentuado desenvolvimento urbanís-
tico, acompanhado da construção de novas acessibilidades, sobressaindo as
recentes auto-estradas A29 e A44, que vieram complementar as antigas estra-
das nacionais e contribuir para o progresso da região e da freguesia. Esta bene-
ficia também dos serviços de duas empresas de transportes públicos, bem como
do transporte ferroviário.
2.1.2.5. Instituições socioculturais e desportivas
São muitas as colectividades existentes: Associação Desportiva, Recreativa e
Cultural do Rancho Regional de Gulpilhares, Associação Gulpilharense de Activi-
dades Subaquáticas, Associação Recreativa de Francelos, Centro Social de Gul-
pilhares, Coral de Gulpilhares, Fórum Cultural de Gulpilhares, Gulpilhares Fute-
bol Clube, Teagus – Teatro Amador de Gulpilhares, Vulpis – Associação Cultural
de Gulpilhares, Clube Ornitológico Português, CENTAR, Corpo Nacional de Escu-
tas, Aldeia SOS e Lar Salvador Brandão. Quanto a equipamentos, para além de
um campo de futebol e do auditório multiusos, com cerca de 285 lugares,
salienta-se o pavilhão municipal, complexo desportivo, no qual se integram
courts de ténis e ginásios para educação física e para Karaté.
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2.1.2.6. Instituições escolares
Existem as seguintes unidades escolares: Jardim Infância da Capela, Jardim
Infância de Francelos, Jardim Infância do Monte, Pim Pam Pum e as escolas do
primeiro ciclo do ensino básico EB1 da Capela, EB1 de Francelos e EB1 do Mon-
te (afecta ao agrupamento).
EB1/JI do Monte
É uma escola com construção do tipo plano centenário, composta por um edifí-
cio principal, onde funciona o primeiro ciclo do ensino básico, e outro, pré-
fabricado, destinado à educação pré-escolar.
O edifício principal, de dois pisos, integra quatro salas de aula, um gabinete de
trabalho para professores (equipado com um computador, ligado à internet, e
uma fotocopiadora), uma cantina (com despensa), seis casas de banho e três
espaços de reduzidas dimensões.
O edifício onde funciona o jardim de infância está dividido em três partes: uma
sala para a realização das actividades, um espaço usado como atelier de pintura
e casas de banho. Ao lado, há um parque infantil apetrechado com alguns equi-
pamentos de diversão.
No logradouro, asfaltado, existem canteiros e árvores de grande porte. Nele
situa-se também uma pequena arrecadação utilizada para guardar materiais de
desporto.
Ano lectivo 2009/2010
Número de alunos/crianças Designação da Escola JI 1.ºAno 2.ºAno 3.ºAno 4.ºAno
Número de professores
EB1/JI Monte 23 21 13 16 19 5
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2.1.3. Freguesia de Mafamude
2.1.3.1. Localização geográfica
A freguesia de Mafamude situa-se no centro
da cidade de Gaia e, embora não sendo a
maior área territorial (cerca de 538,750 hec-
tares), é aquela que concentra maior número
de habitantes (cerca de 55.000).
2.1.3.2. Contextualização histórica
Brasão de Mafamude
O brasão desta freguesia apresenta, num fundo verde, a recria-
ção de um paço árabe, com torre de menagem, rematada pela
imagem de um homem, vestido de vermelho tocando buzina de
ouro; em chefe, as quinas antigas de Portugal, com fundo azul e
quinas brancas e, à direita, o quarto crescente; em cima, a coroa
mural prateada com três torres e, em baixo, o listel branco com a legenda a
negro, “MAFAMUDE”.
Mafamude, único topónimo visivelmente árabe, derivado de Mahamuti, atesta
não só a indelével passagem sarracena por esta região, mas também a sua
enorme supremacia sobre as povoações vizinhas, mesmo as do outro lado do
rio, como é o caso de Aldoar.
Na Quinta das Pedras, hoje Bairro das Pedras, foi erigido o paço árabe, relacio-
nado com a lenda Aloazar Abderraman, cuja formosa irmã, Gaya, o Rei Ramiro
das Astúrias teria roubado. Entretanto, foi arrasado, no séc. X, pelas tropas
asturo-lionesas, tendo os cristãos galegos levado para Santiago de Compostela
pedras lavradas e dezoito colunas em mármore para a construção da Catedral.
Mahamuti foi ainda um castrum construído pelos árabes, em consequência da
destruição, por eles perpetrada, do castro do Calem, nas mesmas imediações.
Durante a reconquista, ter-se-ia construído igualmente um castrum, na margem
direita, e a sua distinção do castrum fronteiro far-se-ia pelos topónimos de
“novum” e “antiquum”. Este Castrum Antiquum não seria já o inicial, mas sim o
Projeto Educativo
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de MAHAMUTI; o primeiro manter-se-ia como reminiscência toponímica na
“VILLA DE PORTUGAL”, que seria, igualmente, o velho Burgo do Porto a que
alude o foral concedido por Afonso III a Gaia, em 1255.
A existência do castelo de Gaia, com os seus alcaides,
é tida como certa, situado num local próximo à Quinta
das Pedras, mas foi destruído em 1385.
Nesta freguesia, situam-se os serviços públicos fun-
damentais do concelho, tais como: câmara municipal
de Gaia, tribunal, cartórios notariais, repartição de finanças, conservatória do
registo predial, hospitais, centro de saúde, farmácias...
Hoje esta freguesia é detentora de um vasto património cultu-
ral e monumental, destacando-se: a igreja paroquial de Mafa-
mude, o edifício da Misericórdia de Gaia, o monumento ao
escultor Soares dos Reis, o monumento comemorativo da pri-
meira travessia aérea do Atlântico, a casa-museu Teixeira
Lopes/Galerias Diogo de Macedo, onde se podem admirar
diversas obras de arte (escultura, pintura e cerâmica) de
artistas contemporâneos, a biblioteca e o Auditório Muni-
cipal.
Tem ainda alguns bonitos fontanários que são pontos de
interesse turístico.
2.1.3.3. Caracterização do desenvolvimento socioeconómico
No aspecto económico, em Mafamude, sobressai a actividade comercial e outros
serviços, tendo ainda algum destaque a indústria têxtil, as confecções e a meta-
lomecânica.
Destacam-se, nesta freguesia, o grupo económico, de capital português, Sal-
vador Caetano, e o grande armazém, de capital espanhol, El Corte Inglés.
Alguns habitantes trabalham ainda na agricultura, em pequenos minifúndios
sobretudo para autoconsumo.
Projeto Educativo
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Nesta freguesia, tem-se verificado algum fluxo emigratório para a França, Ale-
manha e Suíça, entre outros países, o que tem levado ao investimento das
remessas de alguns emigrantes nas áreas de habitação e do comércio.
2.1.3.4. Caracterização do desenvolvimento urbanístico e acessibilida-des
A nível de vias e meios de comunicação, a freguesia está bem servida, salien-
tando-se a IC23, as estradas nacionais n.º 1 e n.º 222, a auto-estrada A1. Des-
taca-se como eixo principal a Avenida da República, onde passou, recentemen-
te, a circular o metro de superfície da área metropolitana do Porto.
2.1.3.5. Instituições socioculturais e desportivas
Situa-se, nesta freguesia, a Casa-Museu Teixeira Lopes/Galerias Diogo de
Macedo, as repartições de finanças, hospitais, o Centro de Emprego de Gaia…
Aqui encontram-se também estações de rádio e jornais locais, bem como os
estúdios da RTP e RDP, com dimensão nacional.
As instituições mais representativas são: Agrupamento 390 de Mafamude;
Agrupamento 465 de Sto. Ovídeo; Artistas de Gaia - Cooperativa Cultural CRL;
Associação Cultural Amigos de Gaia; Associação Juvenil Gaia Jovem; Associação
Recreativa e Cultural Velha da Rasa; Associação Recreativa de Laborim; CCOD
St.António das Antas; Centro Desportivo e Cultural do Pessoal da Coats & Clark;
Centro Recreativo de Mafamude; Coral Juvenil de Gaia; Ginásio Clube de Mafa-
mude; Grupo Folclórico de Danças e Cantares de Mafamude; Grupo Recreativo
de Mafamude; Lions Clube de Gaia; Rotary Clube de Gaia; TEP – Teatro Expe-
rimental do Porto. O associativismo está patente na freguesia através de inú-
meras colectividades existentes, a quem a junta de freguesia tem dado um
apoio substancial: através delas e com elas, a população muito tem beneficiado
no campo da cultura, do desporto, do recreio e do mutualismo.
2.1.3.6. Instituições escolares
A nível de ensino, a freguesia está servida de seis escolas de educação pré-
escolar (Jardim de Infância da Bandeira; Jardim de Infância do Cedro; Jardim
de Infância de Cravel; Jardim de Infância de Laborim; Jardim de Infância de
Projeto Educativo
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Mafamude; Jardim de Infância das Pedras), sete escolas primárias (Escola EB1
da Bandeira; Escola EB1 de Cabo Mor; Escola EB1 do Cedro; Escola EB1 Joa-
quim Nicolau de Almeida; Escola EB1 N.º3 de Laborim de Baixo; Escola EB1 N.º
4 de Laborim de Cima; Escola EB1 das Pedras), uma Escola Básica (Escola
EB2/3 Soares dos Reis), duas Escolas Secundárias (Escola Secundária António
Sérgio e Escola Secundária Almeida Garrett) e um estabelecimento de ensino
superior (ISPGAYA – Instituto Superior Politécnico de Gaia).
Escola EB 1 n.º 3 de Laborim de Baixo
Actualmente denominada EB1 de Laborim de Baixo, é uma escola pública de
reconstrução relativamente recente. Insere-se numa zona de características
urbanas muito movimentada e predominantemente residencial. Possui uma
área bastante exígua, em função do número total de alunos matriculados. Tem
três salas de aula, sendo uma de dimensões muito reduzidas e adaptada a par-
tir de uma cantina. Não existe uma área específica para a realização de activi-
dades de complemento curricular. Dentro do edifício podemos ainda encontrar
outros compartimentos pequenos, funcionando um como dependência do assis-
tente operacional, outro como gabinete onde se encontra material didáctico um
computador e uma fotocopiadora. O terceiro compartimento funciona como
espaço para arrumos. Há três casas de banho, duas para os alunos e uma para
o pessoal docente e não docente. O recreio é de dimensões reduzidas, com piso
irregular e não dispõe de uma área coberta.
Número de alunos Designação da Escola JI 1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano
Número de professores
EB1 Laborim - 23 22 27 37 5
Ano lectivo 2009/2010
Projeto Educativo
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2.1.4. Freguesia de Perosinho
2.1.4.1. Localização geográfica
Situa-se no centro do concelho de Vila Nova de Gaia, distrito do Porto. Tem
uma população de 5091 habitantes, segundo os censos de 1991, e 4200 eleito-
res. Denota, actualmente, um desenvolvi-
mento económico e social, beneficiando da
sua localização geográfica, próxima do litoral
e com boa acessibilidade às duas auto-
estradas circundantes (A1 e A29).
2.1.4.2. Contextualização histórica
Brasão de Perosinho
O brasão desta freguesia é constituído pelos seguintes
elementos: armas, escudo de ouro, um monte de verde, sobre-
pujado por um orbe de azul, guarnecido e rematado por cruz
de ouro; em chefe, uma camélia (na sua estilização heráldica)
de vermelho e um escudo de cor azul, botonados de prata; em
cima, coroa mural de prata de três torres; em baixo, listel branco com a legen-
da a negro, em maiúsculas: “PEROSINHO“.
Estudos sugerem que as freguesias de Perosinho e Pedroso tiveram uma origem
comum: a antiga povoação do Monte Murado. Esta reflecte-se nos nomes, pois
ambos apontam para as condições geológicas do terreno. Etimologicamente,
estes topónimos derivam do mesmo adjectivo latino petrosus (significando
pedregoso, penhasco), com a mesma raiz do nome petra, que faz referência
indirecta à pedra que abundava no Monte Murado e ao Castro que aí existiu.
Ao descerem à planície circundante, os antigos habitantes do Monte Murado
atribuíram naturalmente o nome de seu “berço” primitivo às povoações que
fundaram. Daí uma chamar-se Petrosus, actualmente Pedroso, e a outra, por-
que era mais pequena, Petrosinus, actualmente Perosinho.
Por Perosinho passou, outrora, uma via militar romana, denominada “Itinerário
do Imperador António Pio” (séc. III), que ligava Lisboa a Braga. Esta estrada
romana aparece referida em vários documentos medievais e situar-se-ia num
Projeto Educativo
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traçado paralelo à actual estrada nacional n.º 1, pois passava por Brantães, em
Sermonde, e por Guimarães e Crasto, dois lugares de Perosinho. Até meados do
século XX, ainda era visível, no lugar de Crasto, um troço de calçada tipicamen-
te romana. Hoje podem ainda encontrar-se vestígios desta calçada na Serra de
Negrelos.
A actual igreja matriz, conhecida por igreja de São
Salvador, dedicada a este padroeiro, foi inaugurada em
1802, no mesmo local, onde existiu um primitivo templo
construído no séc. XII. Nas obras de reparação,
efectuadas em 1914, foi encontrada uma lápide com a
inscrição do ano de 1132, tendo sido, por esse motivo,
colocada na frontaria da igreja. No adro desta, ergue-se o
cruzeiro mais valioso de Perosinho, edificado em 1676.
Devido ao padroeiro, esta freguesia é também designada por São Salvador de
Perosinho. Nela existem várias capelas: a do Senhor do Calvário, em Serguei-
ros, a da Senhora do Alívio, em Brandariz – ambas datadas do século XVIII –, a
de Santa Marinha, em Sergueiros, erguida em 1320, e a da Senhora do Pilar,
em Crasto, provavelmente a mais antiga de todas até porque se julga que pos-
sa ter servido de igreja paroquial antes de 1132.
2.1.4.3. Caracterização do desenvolvimento sócioeconómico
A actividade económica desta freguesia distribui-se pela indústria, comércio e
agricultura. Esta, outrora uma actividade de grande importância, está confina-
da, actualmente, a uma simples agricultura de autoconsumo. Porém, a indústria
tem crescido de forma notória, principalmente no ramo da metalurgia, serralha-
ria, carpintaria e têxtil, destacando-se a empresa Soteporta, onde cooperam
cerca de duzentos trabalhadores.
No sector terciário, existem pequenos estabelecimentos comerciais, dos quais
se destacam alguns escritórios de contabilidade, de advogados, consultórios
médicos, laboratório de análises clínicas…
Projeto Educativo
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2.1.4.4. Caracterização do desenvolvimento urbanístico e acessibilida-
des
Nesta freguesia, tem-se verificado um crescimento urbanístico harmonioso,
predominando a construção de moradias e vivendas. Situando-se a curta dis-
tância de das auto-estradas A1 e A29, dispõe de boas acessibilidades, o que
permite a fácil ligação aos grandes centros urbanos, sobretudo às cidades de
Espinho, Gaia e Porto, sendo obviamente um factor de desenvolvimento.
2.1.4.5. Instituições sócioculturais e desportivas
Sobressaem, na freguesia de Perosinho, as seguintes instituições prestadoras
de diversos serviços: a Associação Recreativa, a Biblioteca Pública, o Rancho
Folclórico, a Academia de Música, a Escola de Karaté, a Escola de Dança e
Ginástica, Unidade de Saúde, o Centro Social e Paroquial, o Clube de Futebol, a
Associação Recreativa e Cultural de Serigueiros, Grupo Musical da Mocidade
Perosinhense e o Clube de Caçadores de Vila Nova de Gaia, e Centro Reto
(apoio a toxicodependentes).
2.1.4.6. Instituições escolares
EB1/JI Brandariz
O edifício onde funciona o primeiro ciclo data de 1982. Dispõe de duas salas e
uma área adaptada a sala de professores, um pequeno átrio e sanitários, em
bom estado de conservação.
O jardim de infância entrou em funcionamento em 1987, num pré-fabricado de
madeira composto por duas salas, sendo uma usada para a componente peda-
gógica e a outra como “ginásio”, na qual se desenvolvem também as activida-
des da componente de apoio à família. Um pequeno espaço com uma banca e
uma zona destinada à pintura com cavaletes separam as duas salas.
O estabelecimento tem um grande logradouro com jardim e uma zona arboriza-da.
EB1/JI Loureiro 1
A escola funciona num edifício do “plano centenário” recentemente remodelado
e alargado, reunindo actualmente condições e espaços adequados à prática
Projeto Educativo
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pedagógica. Possui quatro salas de aulas extensivas às actividades de enrique-
cimento curricular e à componente de apoio à família, dois átrios, dois pátios
interiores e duas despensas. Da unidade escolar faz ainda parte uma cantina,
devidamente apetrechada, com uma despensa, oito casas de banho e um gabi-
nete para funcionamento dos serviços administrativos da escola.
O espaço exterior da instituição é amplo, com algumas áreas verdes. O piso do
recreio é, maioritariamente, em alcatrão, sendo uma parte em patelas.
EB1/JI Loureiro 2
A escola apresenta uma construção de tipo “plano centenário”, com seis salas
de aulas, estando quatro delas destinadas ao primeiro ciclo do ensino básico,
uma à educação pré-escolar e outra ao desenvolvimento das actividades da
componente de apoio à família.
A escola comporta também uma sala de professores, uma sala polivalente,
onde são leccionadas as aulas de actividade físico-desportiva e um monobloco a
servir de refeitório; é dotada ainda de espaços cobertos e de um espaço livre
com vedação. Os sanitários existentes encontram-se bastante degradados.
Número de alunos/ crianças Designação da Escola JI 1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano
Número de Professores
EB1/JI Loureiro 1 25 13 24 23 11 4
EB1/JI Loureiro 2 25 15 25 14 27 5
EB1/JI Brandariz 23 10 8 13 12 3
Ano lectivo 2009/2010
Projeto Educativo
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2.1.5. Freguesia de Serzedo
2.1.5.1. Localização geográfica
Situa-se quase no extremo sul deste concelho e faz
fronteira com outras sete freguesias do concelho: Gul-
pilhares e Canelas, a norte; Perosinho e Sermonde, a
este; Grijó e S. Félix da Marinha, a sul; e Arcozelo, a
oeste.
Serzedo foi elevada a vila em 12 de Julho de 2001 e é
uma das vinte e quatro freguesias do concelho de Vila Nova de Gaia.
O centro da freguesia dista cerca de 4 km das praias da Granja a da Aguda,
14km da sede de concelho e é praticamente dividida em cruz pela EN109-2
(Carvalhos-Granja), que é o seu principal eixo rodoviário, o qual possibilita fácil
ligação a todas as freguesias circunvizinhas e ainda o acesso às principais vias
estruturantes da região (EN1, EN109, A29 e A1).
2.1.5.2. Contextualização histórica
Brasão de Serzedo
O brasão desta freguesia é constituído pelos seguintes elementos:
escudo vermelho; três espigas folhadas de milho de ouro, alinha-
das em faixa; coroa aberta de florões de ouro, com pedraria de
sua cor, em chefe; roda dentada de prata, em ponta; coroa mural
de prata de quatro torres; em baixo, o listel branco com a legenda
a negro, em maiúsculas: "SERZEDO – V.N.GAIA”.
A palavra "Serzedo", anteriormente "Cerzedo", resulta de uma natural e longín-
qua evolução fonética. Em documentos datados dos finais do século X, surge a
forma primitiva “Cerseto”; noutros, em 1030, a forma “Cereseto”. No foral con-
cedido por D. Manuel, em 1518, aparece a denominação “Cerzeto”. Natural-
mente, evoluiu para "Cerzedo", como se pode observar nos velhos marcos da
freguesia, datados de 1599. Anteriormente à romanização, de que resultou uma
melhoria nas vias de comunicação, os vários lugares da freguesia de Serzedo e
das que com ela confinam estariam ligados por uma importante rede de cami-
Projeto Educativo
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nhos, desde a idade do paleolítico. De tal é exemplo a Mamoa da Barrosa, em
Serzedo, monumento da época pré-histórica, que se supõe ser sepulcro de cul-
to.
Posteriormente, uma estrada mourisca uniu as terras de Santa Maria da Feira a
Gaia até chegar ao Calem. Por ela, segundo relatos, terá passado a Rainha San-
ta Isabel aquando da guerra civil travada entre D. Dinis,
seu marido, e o Infante D. Afonso, seu filho.
A igreja matriz de Serzedo foi concluída em 1709, tendo
sido renovada no século XIX e ornamentada com azulejos
em meados do século XX. Contudo, existem documentos
que atestam a existência de uma igreja milenar – a igreja de São Mamede de
Serzedo – construída em finais do século X.
O passado histórico desta freguesia está ainda bem assinalado
na construção de umas alminhas com pedras retiradas da calça-
da mourisca, bem como na antiga Capela de Nossa Senhora de
Fontes.
2.1.5.3. Caracterização do desenvolvimento sócio-económico
Situada no interior Sul do concelho, a freguesia de Serzedo apresenta traços
marcantemente urbanos, ganhando destaque o sector habitacional, em profun-
da transformação, e a restante actividade económica cada vez mais assente na
implantação de várias unidades industriais (metalomecânica, moldes, papel,
confecções). No sector primário, predomina uma agricultura de subsistência,
enquanto os serviços são tipicamente tradicionais.
2.1.5.4. Caracterização do desenvolvimento urbanístico e acessibilida-des
Apesar de distar cerca de catorze quilómetros da capital concelhia, as boas liga-
ções rodoviárias aproximam-na significativamente dos grandes centros de deci-
são, bem como das restantes freguesias.
Projeto Educativo
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2.1.5.5. Instituições sócioculturais e desportivas
No âmbito das associações e colectividades, destacam-se como mais represen-
tativas a Associação Ser Jovem, a Sergaia – Grupo Etnográfico de Serzedo, a
Associação de Socorros Mútuos de Serzedo; a Associação Recreativa e Cultural
de Serzedo, o Clube de Futebol de Serzedo, o Grupo de Danças e Cantares de
Serzedo e a Associação de Criadores e Proprietários de Cavalos de Corrida do
Norte de Portugal.
Relativamente aos equipamentos sociais, distinguem-se as três escolas de ensi-
no básico (EB1 de Outeiro, EB1 de Alquebre e EB1 de Corvadelo), dois jardins
de infância (Outeiro e Alquebre), o centro paroquial da igreja matriz de São
Mamede de Serzedo e a Unidade de Saúde Familiar. Ao nível do desporto, tem
ainda relevância o Parque de Jogos da Rainha.
2.1.5.6. Instituições escolares
A EB1/JI do Alquebre é a única escola da freguesia que pertence ao agrupa-
mento. Situa-se num dos extremos da freguesia e faz fronteira com Canelas e
Perosinho. É composta por três edifícios: um, construído em 1976 e remodelado
no ano lectivo de 2005/2006, dotado de seis salas de aula, bem iluminadas,
equipadas com quadros interactivos e com espaço adequado para actividades
de expressão plástica e outro utilizado como biblioteca; outro, constituído por
cantina, cozinha, despensa, WC e lavatórios, cuja construção foi concluída em
2009; outro ainda ocupado pelas duas salas de educação pré-escolar, com dois
sanitários.
Nas obras de requalificação efectuadas em 2009, foi ainda construída uma sala
de professores e um espaço coberto anexado ao edifício principal; no exterior,
foi ainda remodelado o parque infantil.
Número de crianças / alunos Designação da Escola JI 1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano
Número de Professores
EB1/JI Alquebre 50 20 23 34 46 10
Ano lectivo 2009/2010
Projeto Educativo
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2.1.6. Freguesia de Vilar de Andorinho
2.1.6.1. Localização geográfica
A freguesia de Vilar de Andorinho confina com
as freguesias de Oliveira do Douro, a norte;
Avintes, a leste; Pedroso, a sul; Canelas e
Mafamude, a oeste. Além disso, estabelece
fronteira com o centro da cidade, interligando-
se e complementando-se com ele quer a nível de serviços, quer a nível de
outros sectores de actividade. Ocupando o seu território uma área de 16.350
km2, a sua inclinação acentuada torna-a numa espécie de miradouro concelhio,
nomeadamente no cimo do Monte da Virgem, o ponto mais alto de Vila Nova de
Gaia, o que lhe confere uma posição de relativa “altivez natural” no seio do
concelho.
2.1.6.2. Contextualização histórica
Brasão de Vilar de Andorinho
O brasão desta freguesia é constituído pelos seguintes elementos:
em cima, três torres prateadas, formando a coroa mural; em fun-
do, coroa mural vermelha a encimar a andorinha, ladeada por
duas cebolas verdes, um penhasco negro (representando o Monte
da Virgem) e campanha de burelas ondeadas de azul e prata
(representando o rio Febros); em baixo, listel branco com a legenda a negro,
em maiúsculas, “VILAR DE ANDORINHO”.
A freguesia de Vilar de Andorinho tem raízes históricas longínquas, ainda que
não muito precisas. As primeiras referências documentais remontam ao ano de
1072, entre as quais uma alusão às suas origens paroquiais e sua ligação à
existência pré-nacional do mosteiro de São Salvador. As mamoas da Serpente e
de Lijó, antigos jazigos, atestam uma vivência neolítica nesta terra.
O próprio topónimo “Castêlo” e a referência a um castro – Castro do Guedes ou
de Baiza – constituem uma valiosa prova da presença de povos nestas zonas,
em tempos longínquos, que, de acordo com os estudos realizados, deverão ron-
Projeto Educativo
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dar os séculos I a.C. e I d.C. Este Castro, alvo de escavações arqueológicas
efectuadas em 1985, recebeu duas denominações possíveis, a saber: uma rela-
cionada com o lugar onde foi descoberto (Castro de Baiza) e outra relativa à
família a quem terá pertencido (Castro do Guedes). Este monumento castrejo
estaria organizado segundo um sistema defensivo, composto por três cinturas
de muralhas pétreas concêntricas, atingindo a mais interior, por vezes, três
metros de espessura. Com estas muralhas se articulariam diversas habitações
também circulares, organizadas num núcleo familiar, em redor de um pátio
central lajeado. Na sequência das pesquisas levadas a cabo, ficou provado um
pormenor curioso: o castro terá sido habitado durante duzentos anos consecuti-
vos, o que contraria a tendência nómada da época.
A igreja paroquial de Vilar de Andorinho, dedicada ao Divino
Salvador, foi construída no século XVII, sob a orientação
das freiras de Santa Clara, nessa época, responsáveis pela
administração da paróquia.
Primitivamente, a igreja foi um templo muito simples, loca-
lizada junto ao passal, à entrada do lugar da Mata, no
extremo de Baiza. Passados muitos anos, foi construída uma igreja nova no
local onde actualmente se encontra. Este edifício era sólido mas pequeno, sem
capela-mor; tinha apenas dois altares laterais e uma espécie de torre paralela à
frontaria. A partir daí, a população da freguesia passou a concentrar-se em seu
redor.
No século XVIII, foram feitas grandes reformas no edifício, sendo construída a
torre sineira, a capela-mor e um novo altar-mor ao estilo da época.
A capela de São Lourenço é a mais antiga da freguesia. O seu
traço arquitectónico é modesto, com características seme-
lhantes às pequenas capelas construídas na região Norte do
país. Esteve encerrada ao público durante muitos anos, che-
gando a evidenciar sinais de ruína. Uma vez reconstruída
(1940), tem-se mantido aberta ao culto.
Projeto Educativo
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No século XX, foi construída a capela da Serpente, de maiores dimensões, para
servir as populações dos lugares da Serpente, da Rechousa e do Alto das Tor-
res.
2.1.6.3. Caracterização do desenvolvimento sócio-económico
Durante vários séculos, Vilar de Andorinho foi uma freguesia predominantemen-
te agrícola. Detentora de excelentes terrenos para milho, vinho e legumes, esta
freguesia sempre viveu absorvida pela vida campestre. Dela sobressaiu a
exportação de cebola, um comércio rentável (por este motivo, faz parte do Bra-
são da Freguesia), bem como a criação e venda de gado para o matadouro ou
para Inglaterra.
Todavia, outras actividades aqui se destacaram, tais como a moagem, natural-
mente associada à ocupação principal, a lavagem de roupa para fora, a explora-
ção das pedreiras da Mata, granito de alta qualidade, e, a nível da pequena
indústria, o fabrico de colchões, cabos de guarda-chuvas e botões.
Actualmente, as actividades principais são a metalurgia, a construção civil e o
comércio.
2.1.6.4. Caracterização do desenvolvimento urbanístico e acessibilida-des
Outrora, uma freguesia pacata, devido à sua origem rural, sofre hoje as conse-
quências de um acelerado crescimento demográfico, definindo-se, actualmente,
numa dicotomia entre o rural e o urbano. O verde dos seus campos cultivados
deu origem ao cinzento do cimento, tendo-se multiplicado as construções habi-
tacionais dotadas do indispensável abastecimento de água e do saneamento
básico. Deste modo, a acentuada densidade demográfica torna-a, no início do
século XXI, a quinta freguesia mais populosa do concelho.
Quanto a acessibilidades, esta freguesia desfruta de três eixos estruturantes: a
estrada nacional n.º 222 e, mais recentemente, os nós de ligação das auto-
estradas A29 e IP1. A primeira sempre facultou a ligação à Avenida da Repúbli-
ca, na cidade de Vila Nova de Gaia. As novas vias de comunicação vieram per-
mitir um acesso rápido e directo às cidades de Espinho e Porto, entre outras,
Projeto Educativo
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contribuindo para o desenvolvimento global desta freguesia. Em breve, terá
também ligação à futura auto-estrada A43.
2.1.6.5. Instituições socioculturais e desportivas
São variadas as instituições existentes, a saber: a Associação Desportiva Cultu-
ral e Recreativa de Vilar de Andorinho (ADCR), a Associação Recreativa "Os
Modestos" de Vilar de Andorinho, a Associação Cultural Desportiva de S. João
da Serra, a Associação Cultural e Recreativa "Estrelas do Sul", o Corpo Nacional
de Escutas, a Associação de Proprietários da Urbanização de Vila d'Este, a Asso-
ciação de Moradores de Vila d'Este, a Associação de Moradores e Utentes de
Balteiro, a Associação Vila d'Este Jovem, o Clube da Malha de Vila Nova de
Gaia, o Grupo Desportivo "Cem Paus", o Grupo Desportivo "Incansáveis do Atle-
tismo", o Grupo Desportivo de Vila d'Este, o Grupo Desportivo e Cultural de S.
Lourenço, a Sociedade Columbófila de Vilar de Andorinho, a Tuna Musical "A
Vencedora" de Vilar de Andorinho e o Vilar de Andorinho Futebol Clube.
Nesta freguesia, permanecem vivas as artes de marceneiro e torneiro, que fun-
cionam em pequenas oficinas de carácter doméstico. Existem também artesãos
de mármores e calceteiros. A cascata de S. João, na Associação Cultural Des-
portiva S. João da Serra, é um exemplo vivo de artesanato e de grande riqueza
patrimonial.
A importância que teve o cultivo e o comércio da cebola, nesta freguesia, levou,
em 2002, à (re)criação da Festa/Feira das Cebolas.
Têm ainda destaque as festas e romarias em honra de Nossa Senhora do Rosá-
rio, de São Lourenço e dos Santos Populares (Santo António, São João e São
Pedro).
2.1.6.6. Instituições escolares
Vilar de Andorinho possui vários estabelecimentos de ensino: as escolas do 1.º
ciclo do ensino básico com jardim de infância da Serpente, de Vilar, de São Lou-
renço e de Vila d'Este, as escolas do 1.º ciclo do ensino básico de Mariz e de
Balteiro e as escolas EB 2,3 de Vilar de Andorinho e de Vila d'Este.
Projeto Educativo
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Integra o Agrupamento de Escolas de Canelas a EB1/JI da Serpente. Edifício
de “tipologia rural”, esta escola é constituída por seis salas (três no piso inferior
e três no piso superior), das quais uma destinada à educação pré-escolar, com
aproximadamente 26 m2, com área específica para a expressão plástica, chão
de tijoleira, bancada de mármore e pia com água canalizada, sendo o restante
piso em soalho de madeira. As salas são bem iluminadas por luz natural, com
três janelas orientadas a sul e duas a norte. São servidas por catorze instala-
ções sanitárias.
No piso superior, destacam-se ainda a sala de professores, com aproximada-
mente 25m2, e uma sala polivalente, com uma área de 100m2, futura biblioteca
e infoteca.
Número de alunos / crianças Designação da Escola JI 1.º Ano 2.º Ano 3.º Ano 4.º Ano
Número de professores
EB1/JI Serpente 25 33 37 38 39 9
Ano lectivo 2009/2010
Projeto Educativo
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2.1.7. Caracterização e operacionalização
2.1.7.1. Total de alunos/crianças e sua distribuição por unidade educa-tiva e por turmas/grupos e níveis de escolaridade
Ano lectivo 2009/2010
2009/2010 Crianças Pré-Esc.
Grupos Pré-Esc.
Alunos 1.º
Ciclo
Turmas 1.º
Ciclo
Alunos 2.º
Ciclo
Turmas 2.º
Ciclo
Alunos 3.º
Ciclo
Turmas 3.º
Ciclo
Alunos Sec.
Turmas Sec.
EB1/JI Alque-bre Serzedo
50 2 123
6 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Bran-dariz Perosinho
23 1 43 2 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Curro Canelas 50 2 85 4 __ __ __ __ __ __
EB1 Laborim Mafamude __ __ 109 5 __ __ __ __ __ __
EB1 Lagarteira Canelas __ __ 113 5 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Lourei-ro1 Perosinho
25 1 71 3 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Lourei-ro2 Perosinho
25 1 81 4 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Megide Canelas 47 2 132 6 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Monte Gulpilhares 23 1 69 4 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Ribes Canelas 25 1 137 6 __ __ __ __ __ __
EB1/JI Ser-pente V. Andorinho
25 1 147 7 __ __ __ __ __ __
2.º Ciclo Canelas __ __ __ __ 511 22 __ __ __ __
3.º Ciclo Canelas __ __ __ __ __ __ 858 33 __ __
Secundário Canelas __ __ __ __ __ __ __ __ 320 16
Totais : 3270 alu-nos/crianças e 135 grupos /turma
293 12 1143 52 511 22 858 33 320 16
Projeto Educativo
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2.1.7.2. Nacionalidades e etnias
Nacionalidades/Etnias
2009/10 Pré-Escolar Básico Secundário
Rússia 1
Ucrânia 1 9
Angola 5 2
Bélgica 2
Camarões 1
França 7
Suiça 5
Irlanda 1
Luxemburgo 1
Espanha 1 3
Alemanha 4 1
Moldávia 2
Cabo Verde 1
Reino Unido e Irlanda do Norte
1
Guiné 1 1 1
Índia 1
Brasil 7
África do Sul 4
Etnia Cigana 2
Grécia 1
China 1
Ano Lectivo 2009/2010
Projeto Educativo
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2.1.7.3. Alunos/crianças com necessidades educativas especiais per-manentes (NEEP)
Finalidades
A educação especial visa responder às necessidades educativas especiais dos
alunos/crianças com limitações significativas ao nível da actividade e participa-
ção, num ou em vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e
estruturais de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao
nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do rela-
cionamento interpessoal e da participação social, dando lugar à mobilização dos
serviços de educação especial para promover o potencial de funcionamento
biopsicossocial.
Objectivos
A educação especial tem por objectivo a inclusão educativa e social, o acesso e
o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, assim como a
promoção de igualdade de oportunidades, a preparação para o prosseguimento
de estudos ou para uma adequada preparação para a vida profissional e para
uma transição da escola para o emprego de crianças e jovens com necessidades
educativas especiais de carácter permanente.
Alunos com Necessidades Educativas Especiais Permanentes
Nível de educação /ensino
2007/2008 2008/2009 2009/2010
Educação Pré-Escolar 5 5 2
1.º Ciclo 28 26 25
2.º Ciclo 18 13 14
3.º Ciclo 15 22 21
Secundário 2 2 2
Totais 68 68 64
Variação do número de alunos/crianças de 2007 a 2010
Projeto Educativo
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Definição de estratégias de acção
O trabalho educativo e pedagógico com as crianças/alunos deve ter em vista as
seguintes estratégias de acção:
♦ desenvolver competências necessárias a uma futura integração sociopro-
fissional;
♦ promover a melhoria da qualidade de vida dos alunos com NEEP, possibili-
tando-lhes uma melhor integração social, e procurando desenvolver capaci-
dades e competências funcionais nestes alunos;
♦ proporcionar a aquisição de competências que favoreçam uma funcionali-
dade o mais autónoma possível no ambiente familiar, comunitário e laboral;
♦ preparar os alunos para a vida pós-escolar;
♦ reconhecer a utilidade das aprendizagens adquiridas na escola para a vida
quotidiana;
♦ privilegiar o ensino-aprendizagem individualizado, diferenciado e sistemáti-
co;
♦ promover o desenvolvimento de competências com base no aprender-
fazendo;
♦ diversificar as estratégias de acordo com o Programa Educativo Individual.
Parcerias a estabelecer
Neste âmbito, cabe ao agrupamento, na sua linha de acção, continuar a estabe-
lecer parcerias com diversas instituições, nomeadamente:
♦ APPACDM (Associação Portuguesa de Pais e Amigos de Crianças com Defi-
ciência Mental);
♦ CRI – Cerci Gaia;
♦ Centro de Reabilitação da Granja;
♦ Gaianima (aulas de natação, psicomotricidade…);
♦ Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia (transporte de alunos para a escola
e para as instituições de ensino especial).
Projeto Educativo
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Acessibilidades físicas a efectuar
Os alunos/crianças com dificuldades de mobilidade devem ter acesso a todas as
áreas comuns das escolas, através de equipamentos específicos (rampas, ele-
vadores…) e casas de banho adaptadas.
2.1.7.4. Oferta educativa e formativa
Correspondendo à procura da população escolar e aos anseios da comunidade,
mormente encarregados de educação e alunos, o agrupamento deve envidar
esforços por manter a opção dos últimos anos de diversificar a oferta educativa
e formativa, ainda que sujeita a condicionalismos de logística, de equipamen-
tos, orçamentos, obras de requalificação da escola sede, entre outros.
Educação Pré-Escolar
1.º Ciclo, 2.º Ciclo, 3.º Ciclo e Ensino Secundário:
Curso Básico de Música – Ensino Articulado – 5.º ano
Curso de Educação e Formação de Empregado de Mesa (TII-NII)
Curso de Educação e Formação de Empregado Comercial (TII-NII)
Curso de Educação e Formação de Operador de Armazenagem (TII-NII)
Curso de Educação e Formação de Operador de Jardinagem (TII-NII)
Curso de Ciências e Tecnologias
Curso de Línguas e Humanidades
Curso Profissional de Comunicação – Marketing, Relações Públicas e Publicidade
Curso Profissional de Técnico de Turismo
Curso Profissional de Gestão de Programas e Sistemas Informáticos
Curso Profissional de Informática de Gestão
Projeto Educativo
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No ano lectivo de 2009/2010, funcionaram, no agrupamento, os níveis de edu-
cação/ensino que a seguir se referem:
Níveis de Educação/Ensino Crianças/Alunos Grupos/Turma
Educação Pré-Escolar 293 12
1.º Ciclo 1143 52
2.º Ciclo 511 22
3.º Ciclo – Ensino Regular 798 29
3.º Ciclo – CEF 60 4
Ensino Secundário – Regular 168 8
Ensino Secundário – Cursos Profissionais 152 8
Resultados globais finais obtidos no agrupamento nos últimos anos.
Os dados aqui apresentados baseiam-se nos quadros “Números e Resultados
Académicos Globais I e II” colocados em Anexo.
Anos Intermédios de Ciclo (1.º, 2.º, 3.º, 5.º, 7.º,
8.º, 10.º, 11.º)
Anos Terminais de Ciclo (4.º, 6.º, 9.º, 12.º)
Taxa Global de Sucesso
Anos lectivos % de
alunos transitados
% de alunos não transitados
% de alunos que concluíram o ciclo de
escolaridade
% de alunos que
não concluíram o ciclo de
escolaridade
% de alunos que transita-
ram e/ou concluíram
com sucesso o ciclo de
escolaridade frequentado
2007/ 2008 90,7% 9,3% 89,7% 10,3% 83,8%
2008/ 2009
83% 17% 88,4% 11,6% 80,8%
2009/2010 86,3% 13,7% 88% 12,0% 86,90%
Cálculo sobre o total de alunos do
Agrupamento sujeitos a avaliação
(Exceptuam-se os NEEP, A.M., E.F. e
Transferidos – 1.º ao 12.º
ano)
2010/2011
Observações:
Projeto Educativo
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O quadro seguinte refere o total de medidas disciplinares aplicadas no agrupa-
mento, no ano lectivo 2009/2010.
N.º Total de
Acções
Medida de Suspensão
Medida de Repreensão Registada
Realização de Tarefas de
Integração
Transferên-cia deTurma
Transferên-cia de Escola
52
127 Total de 173 dias aplicados
7 67 1 0
2.1.7.5. Educação para a saúde/Educação sexual
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define, no preâmbulo da sua constitui-
ção, SAÚDE não apenas como ausência de doença, mas como “situação de per-
feito bem-estar físico, mental e social”, pondo assim em destaque o carácter
abrangente deste conceito. Deste modo, no campo da prevenção, a intervenção
educativa deverá estender-se desde a dimensão global à sectorial (consumo de
droga, alcoolismo, violência, tabagismo, comportamento sexual de risco…).
Neste entendimento, a educação sexual perfila-se nitidamente associada a uma
dinâmica promotora de saúde.
A educação para a saúde, mercê do actual enquadramento legal, deve integrar
a educação sexual, consignada na lei n.º 60/2009, de 6 de Agosto, e na porta-
ria n.º 196-A/2010, de 9 de Abril, dado que ambas visam a promoção da saúde
física, psicológica e social.
Se a citada lei estabelece o regime de aplicação da educação sexual em meio
escolar, indicando as finalidades, modalidades e carga horária, a portaria, ao
regulamentá-la, define as respectivas orientações adequadas aos diferentes
níveis de ensino. Assim sendo, a educação sexual deverá ser implementada de
forma gradual e equilibrada, no respeito pelas orientações legais e tendo em
conta as questões e os anseios dos alunos e as preocupações dos pais e encar-
regados de educação.
Projeto Educativo
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Neste contexto, a escola deve ter a função de complementar a educação dada
pela família, competindo-lhe informá-la acerca dos objectivos e conteúdos da
educação sexual, incluídos na proposta curricular, e explicitar os princípios
orientadores do projecto (artigo 11.º da Lei n.º 60/2009), tendo por base a plu-
ralidade de opiniões, concepções e valores. Os pais e os encarregados de edu-
cação têm o dever de se pronunciar sobre a implementação do projecto da edu-
cação sexual, contribuindo para o seu êxito e para a formação integral dos edu-
candos.
A educação para a saúde e, em particular, a implementação da educação sexual
deverão nortear-se por objectivos gerais e específicos, de entre os quais se
podem salientar os seguintes:
♦ Desenvolver a cooperação entre a escola e as famílias no sentido de
uma educação para a prática de uma vida saudável;
♦ Contribuir para a tomada de decisões conscientes na área da educação
para a saúde/educação sexual;
♦ Facultar aos jovens a informação necessária e a oportunidade de com-
preender a dimensão afectiva da sexualidade;
♦ Contribuir para uma melhoria dos relacionamentos afectivo-sexuais
entre os jovens;
♦ Contribuir para a redução das possíveis consequências negativas dos
comportamentos sexuais, tais como a gravidez não planeada e as infec-
ções sexualmente transmissíveis (IST);
♦ Desenvolver nas crianças e jovens, a capacidade de protecção face a
todas as formas de abuso e exploração sexual.
Projeto Educativo
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3. Um projecto de construção de uma cultura de exigência em busca da
excelência
3.1. Princípios orientadores
Qualquer instituição ou organização, educativa ou não, tem que assentar o seu
projecto, a sua estrutura funcional e a sua prática individual e colectiva num
conjunto de ideias centrais, integradoras, orientadoras, que representem o “fio
condutor” que agrega esforços, energias e vontades, sustentadas naquilo que é
entendido e aceite por todos os seus públicos: a visão, a missão, os valores e
os objectivos. Tal deverá representar a sua “matriz identificadora”, que lhe con-
fere coerência e identidade própria.
O percurso a desenvolver pelo Agrupamento de Escolas de Canelas deve nor-
tear-se pelos parâmetros supra referidos e que, a seguir, se explicitam.
Visão
Pretende-se a promoção de um agrupamento de referência, no âmbito local,
regional e nacional, tendo em conta a oferta formativa e educativa. Um agru-
pamento com que todos se identifiquem, que seja um efectivo espaço de inclu-
são, cooperação e partilha solidária e que represente efectivamente uma marca
forte e decisiva no percurso de vida, de aprendizagem do exercício de cidada-
nia, de crescimento pessoal, académico e profissional do seu público-alvo e de
todos os seus agentes.
Missão
O agrupamento, respeitando a diversidade e a heterogeneidade do público-alvo,
deve assumir efectivamente a responsabilidade de educar e formar crianças e
alunos, na promoção da cidadania, com sentido ético, ambição, competência,
inovação e criatividade.
Valores
O agrupamento deve orientar-se pelos valores e estratégias que a seguir se
enunciam.
Projeto Educativo
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No que reporta aos primeiros, deverá praticar uma gestão pró-activa, indepen-
dente, de acção e de intervenção sistemática, orientadora e reguladora, nortea-
da por valores de liberdade, justiça, respeito, confiança, transparência, equida-
de, cooperação e co-responsabilização.
Neste sentido, será necessário implementar as seguintes estratégias:
♦ centrar todas as decisões administrativas, organizativas e pedagógicas
na intenção de prestar um serviço público de qualidade;
♦ centrar práticas e procedimentos na relevância do impacto positivo
esperado sobre o público-alvo;
♦ promover o trabalho de equipa e de partilha, solidário e dedicado, num
espírito de comprometimento alargado, responsável, de todos os interve-
nientes;
♦ comprometer todos os actores na criação de um clima de confiança, de
transparência, de tranquilidade e segurança;
♦ motivar, mobilizar, envolver activamente todos os agentes no sentido de
aumentar os níveis de eficiência e eficácia de funcionamento do agrupa-
mento;
♦ implementar procedimentos de auto-regulação visando identificar as
melhores práticas e corrigir, inovar e melhorar activa, continua e criati-
vamente.
Objectivos gerais
♦ promover um ensino universal e inclusivo;
♦ promover igualdade de oportunidades;
♦ praticar a diferenciação pedagógica positiva;
♦ desenvolver e optimizar capacidades e competências dos discentes;
♦ valorizar o trabalho, o esforço e a responsabilização;
♦ valorizar os saberes e poderes, o conhecimento e a aprendizagem;
♦ educar e formar para o exercício da cidadania, autónoma e responsável;
♦ contribuir para a formação integral de cada jovem;
♦ contribuir para o estabelecimento de hábitos de vida saudável;
♦ optimizar a utilização de recursos materiais e humanos;
Projeto Educativo
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♦ contribuir para a orientação e escolha de percursos escolares;
♦ fomentar consensos e entendimentos capazes de mobilizar todos os
agentes educativos;
♦ pugnar por uma escola que privilegia a paz social entre todos os seus
agentes;
♦ assegurar a participação e o envolvimento de um número alargado de
intervenientes da comunidade local.
3.2. Metas educativas e objectivos do agrupamento
Como resultado da análise e apreciação dos dados/respostas, obtidas através
da auscultação da comunidade, efectuada pelo grupo de trabalho no âmbito do
desenvolvimento deste documento, foram identificadas as grandes áreas ou
domínios de preocupações e debilidades.
Na sequência da recente acção de “Avaliação Externa” realizada pela Inspecção
Geral da Educação, constata-se que existe algum paralelismo entre a aprecia-
ção final feita por aquela entidade externa ao agrupamento e a apreciação e lei-
tura feita pelos próprios agentes e actores da organização a nível interno.
Da reflexão feita sobre estes dados (pontos fortes, pontos fracos, potencialida-
des, ameaças e oportunidades), entende-se que, no contexto actual (pondera-
dos os recursos físicos, materiais, humanos, equipamentos), o caminho a per-
correr, no sentido da concretização da visão e da missão da organização enun-
ciadas no presente documento, deve passar pela definição de metas educativas
e objectivos em quatro grandes áreas ou domínios genericamente designados:
“cultura de agrupamento”, “cultura de exigência”, “cultura de cidadania” e “par-
ticipação familiar”.
3.2.1. Promover uma “cultura de agrupamento”
Foi identificada a necessidade de criar e desenvolver uma identidade própria
para o agrupamento que se venha a traduzir numa “cultura de agrupamento”
identificadora e diferenciadora relativamente às demais organizações.
Salvaguardando o contexto específico de cada nível de ensino e da realidade
concreta de cada unidade educativa, importa assegurar uma consciência colec-
Projeto Educativo
Página | 42
tiva de compromisso com um mesmo projecto educativo, enquanto documento
agregador e constituinte do referencial de identidade do agrupamento.
Neste domínio, é fundamental desenvolver uma comunicação eficaz entre todos
os intervenientes do processo educativo, que facilite a construção de consensos,
bem como a rentabilização de todas as potencialidades do meio escolar e social
envolvente.
Desenvolver uma cultura de agrupamento pressupõe, ainda, uma dinâmica
comum capaz de atenuar as assimetrias inerentes quer aos diversos contextos
sócio-económicos, geográficos e culturais, quer às estruturas, condições físicas
das instalações e equipamentos disponíveis em cada unidade.
A “Visão”, a “Missão” e o “Quadro de Valores Estruturantes da Organização”
apresentados devem nortear o pensamento e a prática individual e colectiva na
organização e representam o perfil de agrupamento a que aspiramos e que
poderá, com tempo e perseverança, ser alcançado.
3.2.2. Promover uma “cultura de exigência”
Foi identificada a necessidade de apostar no desenvolvimento de uma “cultura
de exigência” que, pela melhoria da organização, da articulação transversal e
vertical, da aferição de práticas, procedimentos e critérios comuns, permita
melhorar a qualidade da educação e da formação dos alunos/crianças (saber e
saber fazer) traduzida na melhoria de resultados escolares, ao nível da avalia-
ção interna e da avaliação externa.
A qualidade do sucesso educativo e formativo está directamente relacionado
quer com o nível de expectativas sociais, culturais e profissionais dos alu-
nos/crianças e das famílias, quer com os níveis de exigência promovidos junto
dos mesmos, pelos agentes educativos.
Interessa uma aposta efectiva, reforçada, na eficácia de todo o processo de
ensino-aprendizagem, que está associada à capacidade de diminuir as desigual-
dades entre todos alunos e de oferecer mais oportunidades de aprendizagem
diferenciada, conforme as necessidades de cada um, quer se trate de alu-
nos/crianças com dificuldades, quer se trate de alunos/crianças excepcionais.
Projeto Educativo
Página | 43
A escola deve promover o êxito educacional dos alunos/crianças valorizando e
ampliando ao máximo as suas capacidades e competências, de forma a reduzir
desigualdades de oportunidades. Incluem-se, neste contexto, os alunos com
necessidades educativas especiais permanentes que deverão obter da escola as
respostas adequadas às suas necessidades académicas pessoais.
Neste domínio, o projecto curricular de agrupamento, a oferta educativa e for-
mativa (ensino regular, cursos de educação e formação, cursos profissionais e
ensino articulado), a melhoria da organização do processo de ensino-
aprendizagem, da articulação vertical e transversal e a aferição de princípios,
práticas e procedimentos de avaliação mais eficientes e assertivos, serão aspec-
tos a exigir particular atenção.
3.2.3. Promover uma “cultura de cidadania”.
Foi igualmente identificada a necessidade de promover o desenvolvimento de
uma “cultura de cidadania” que permita a uma população discente tão alargada,
tão heterogénea nas suas origens sociais e económicas e tão diversa no quadro
de valores e referenciais (em que nasceram, cresceram e vivem no plano extra-
escolar) encontrar, no agrupamento, as condições para desenvolver comporta-
mentos, atitudes e um perfil de cidadania compatível com a comunidade e a
sociedade actual (saber ser e saber estar).
Neste sentido, a qualidade das relações humanas promovidas pelo agrupamento
interfere directamente no perfil de indivíduo/cidadão que se pretende para a
nossa sociedade. Assumem, a este respeito, especial relevância os valores da
educação, respeito, disciplina, tolerância, ou seja, todos os valores associados a
uma convivência humana, característica de uma sociedade aberta e democráti-
ca.
Pelos princípios enunciados, é decisiva a aferição de práticas e procedimentos
comuns e coerentes de todos os agentes, em todos os domínios do quotidiano,
de acordo com as orientações e práticas estabelecidas no regulamento interno
do agrupamento.
Paralelamente, importa o trabalho a desenvolver, envolvendo os alu-
nos/crianças em projectos subordinados a temas orientadores e integradores
Projeto Educativo
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que motivem e estimulem práticas e comportamentos que respeitem os valores
fundamentais da cidadania (respeito pelo outro, pela diferença, pela individuali-
dade) e torna-se imperativo actuar em nome de objectivos com fins colectivos
relevantes que devam ser explorados ao nível da área de projecto, da formação
cívica, de clubes e projectos e de propostas de actividades no âmbito do plano
anual de actividades do agrupamento.
3.2.4. Promover uma "cultura de participação familiar”
A família é o primeiro e principal elo de ligação entre escola e o meio social
envolvente. Quanto mais integrados e participativos se revelarem os pais e/ou
encarregados de educação, melhor funcionará toda a comunidade educativa e,
deste modo, se solidificarão as possibilidades de êxito dos educandos, quer no
desenvolvimento da sua formação educacional, quer no âmbito da formação
académica.
Os pais são actores educativos de pleno direito. Conscientes de que muito do
sucesso escolar dos educandos passa pela dimensão familiar, é fundamental
construir processos de co-responsabilização e cumplicidade no processo educa-
tivo.
Projeto Educativo
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3.2.5. Operacionalização das metas educativas
1. Meta educativa: promover uma “cultura de agrupamento”
Problemas identificados Objectivos específicos Orientações estratégicas/Objectivos operacionais
Promover a imagem do Agrupamento de Escolas de Canelas
Designação de um patrono do Agrupamento de Escolas Canelas (referencial cultural)
Construir um referencial histórico e cultural do agru-pamento
Criação de um jornal do agrupamento, como forma de divulgação e abertura ao meio envolvente
Dar rosto/dimensão humana às estruturas representa-tivas do agrupamento
Consolidação e dinamização do portal do agrupamento
Ausência da consciência de per-tença ao agrupamento por parte de alguns actores educativos
Explorar elementos de identificação colectiva e de desenvolvimento de um sentido de identidade junto das crianças e alunos do agrupamento nos níveis de educação pré-escolar e do 1.º ciclo, fisicamente afas-tados entre si e da escola sede
Utilização de vias e mecanismos (portal e rede de contactos via internet) facilitadores da comunicação e divulgação das principais orientações emergentes dos referenciais educativos do agrupamento
Aproximar os órgãos de gestão da realidade das diver-sas unidades educativas
Promoção de reuniões e visitas de elementos dos órgãos de gestão às diversas unidades de ensino
Precariedade de formas eficazes de comunicação entre as unida-des educativas e destas com a sede do agrupamento
Interligar diferentes espaços educativos com o objecti-vo de melhorar as aprendizagens e fomentar as inte-racções
Interligação feita por meios próprios de deslocação ou utilizando outras instituições (em parcerias)
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Problemas identificados Objectivos específicos Orientações estratégicas/Objectivos operacionais
Deficiente articulação pedagógica entre os diferentes níveis de escolaridade e estabelecimentos do agrupamento
Estimular a comunicação entre os diversos interve-nientes do processo educativo
Dinamização de clubes e projectos com interesse e/ou impacto na comunidade discente e que, pela sua natureza e dinâmica, cultivem o sentido de “grupo” de identidade e de pertença ao agrupamento
Planificação e desenvolvimento de momentos /actividades comuns inscritas no PAA, visando a mobilização de toda a comunidade
Conferir unidade e complementaridade aos documen-tos estruturantes da autonomia, da identidade e do funcionamento do agrupamento
Elaboração de documentos reguladores comuns ao agrupamento, tais como: regula-mentos, regimentos e manuais de práticas de procedimentos Definição de modelos comuns de planificação e organização do processo de ensino-aprendizagem (planificação, programação, elaboração do PCT /PCG, critérios e procedi-mentos de avaliação, instrumentos pedagógico-didácticos, elaboração do PAA, relatórios de avaliação) aprovados pelo conselho pedagógico
Déficit de uniformização de prin-cípios e práticas organizativas, funcionais e pedagógicas
Promover um conhecimento mais profundo dos docu-mentos estruturantes do agrupamento (PEA, RI, PCA e PAA)
Monitorização da adequação e articulação dos documentos estruturantes do agrupa-mento (PEA, RI, PCA e PAA), através de comissão especializada do conselho pedagógico com competências de controlo e regulação da articulação destes documentos Dinamização de acções de divulgação dos princípios orientadores e da dinâmica organi-zativa do agrupamento
Metas quantitativas/qualitativas:
. Elaboração de documentos reguladores, unificadores da acção e organização do quotidiano do agrupamento
. Aplicação anual de inquérito para análise da evolução da “cultura de agrupamento” na comunidade escolar
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2. Meta educativa: promover uma “cultura de exigência”
Problemas identificados Objectivos específicos Orientações estratégicas/objectivos operacionais
Baixo nível de expectativas sociais, culturais e profissionais dos alunos/crianças e das famílias Falta de investimento dos alunos na vida escolar
Valorizar um ensino/aprendizagem dirigido à promoção integral dos alunos/crianças Promover uma cultura de responsabilização pessoal que valorize o trabalho e o empenho Melhorar a operacionalização do princípio de igualdade de oportunidades dos alunos/crianças do agrupamento Promover o reforço das estratégias de diferenciação pedagógica Valorizar as actividades de enriquecimento curricular, previstas no plano anual de actividades, como parte integrante do processo educativo Desenvolver actividades de enriquecimento curricular que ampliem e complementem os horizontes sociocultu-rais dos alunos/crianças, respeitando os objectivos fun-damentais e a essência do processo ensino aprendiza-gem
Reestruturação do projecto curricular do agrupamento Reestruturação do modelo conceptual de elaboração dos PCT/PCG (estrutura comum, adequada aos vários níveis de ensino) Definição e explicitação, no PCT/PCG, das principais estratégias de articulação do processo de ensino-aprendizagem com as ofertas de apoio pedagógico e curricular disponibilizados pelo agrupamento Envolvimento dos encarregados de educação no acompanhamento dos seus educan-dos nas actividades previstas no PCT/PCG e noutras Definição de critérios, princípios, práticas e procedimentos de avaliação, orientado-res, reguladores e uniformizadores das tarefas da avaliação diagnóstica, formativa e somativa, para todos os níveis de ensino Elaboração de documento que enquadre as orientações por ano e por disciplina, com referência explícita aos parâmetros e instrumentos de avaliação, bem como à fórmula de base para decisão da avaliação Desenvolvimento de práticas de acompanhamento, análise e supervisão da evolução dos resultados escolares na avaliação interna e externa (resultados de frequência interna, exames a nível de escola e nacionais, testes de aferição e intermédios), ao nível do conselho pedagógico, dos departamentos e dos grupos disciplinares Promoção do “Quadro de Valor e Excelência” no domínio dos resultados académicos e atitudes como forma de motivar os discentes para o empenho no processo ensino-aprendizagem
Oferta de um leque de opções educativas e formativas que sirva os interesses da comunidade, fixe os alunos no agrupamento, eleve as expectativas de sucesso esco-lar e de prosseguimento de estudos e proporcione melhores perspectivas de empre-gabilidade
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Problemas identificados Objectivos específicos Orientações estratégicas/objectivos operacionais
Organizar e estruturar a oferta educativa e formativa correspondendo às necessidades e expectativas de alu-nos e famílias Proporcionar aos alunos/crianças com NEEP respostas adequadas à especificidade da sua problemática
Definição dos turnos de frequência (manhã e ou tarde) a partir de critérios comuns aos mesmos anos, no quadro das disponibilidades físicas e logísticas existentes Garantia do funcionamento permanente das salas de estudo e das bibliotecas Valorização dos clubes e projectos desenvolvidos ou a desenvolver como espaços estratégicos de diferenciação pedagógica e enriquecimento complementares ao pro-cesso ensino-aprendizagem Organização e rentabilização das áreas curriculares não disciplinares na planificação do processo educativo e respectiva co-responsabilização do conselho de turma/grupo pela respectiva planificação e concretização Definição de planos de formação para o pessoal docente que contemplem a utilização pedagógica e rentabilização dos recursos tecnológicos disponibilizados
Deficiente qualidade e ausência de alguns equipamentos físicos de apoio educativo Deficiente qualidade e estado de conservação de alguns espaços, nomeadamente no serviço de prolongamento de horário da componente de apoio à família. Deficiente qualidade e estado de conservação dos espaços de lazer e convívio dos alunos/crianças
Melhorar a qualidade do espaço físico Responsabilizar os alunos/crianças pela conservação e manutenção dos espaços escolares Valorizar os momentos de lazer como oportunidade de crescimento dos alunos/crianças
Melhoria dos espaços e recursos de apoio educativo (particularmente, a sala de estu-do) Apetrechamento das salas com o material didáctico necessário e de qualidade. Melhoramento da qualidade dos espaços de lazer e respectivos equipamentos em cooperação com as autarquias Criação de clubes e oficinas de trabalho que comprometam os alunos/crianças na construção/manutenção de espaços com mais qualidade Aproveitamento das áreas curriculares não disciplinares, sobretudo da área de pro-jecto, para a (re)qualificação dos espaços de convívio e de lazer dos alunos/crianças Aproveitamento de alguns espaços como oportunidades para o desenvolvimento e enriquecimento curricular, sobretudo ao nível da sensibilização ambiental
Deficiente qualidade na prestação de serviços administrativos de apoio aos alunos e encarregados de educação
Melhorar a qualidade do serviço prestado a alunos e encarregados de educação
Implementação de estratégias na organização dos serviços administrativos, de forma a dar resposta eficaz a todos os utentes
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Problemas identificados Objectivos específicos Orientações estratégicas/objectivos operacionais
Segurança e acompanhamento dos alunos/crianças nos momen-tos não lectivos/educativos
Optimizar o desempenho dos assistentes técnicos opera-cionais, de forma a assegurar um melhor acompanha-mento e integração dos alunos/crianças
Revisão do mapa de serviços e respectivas tarefas tendo em vista a melhor rentabili-zação do trabalho desenvolvido Rotatividade nos serviços dos assistentes operacionais de forma a assegurar a poliva-lência de funções que podem desempenhar Promoção de acções de formação para assistentes operacionais no âmbito do acom-panhamento pedagógico dos alunos/crianças e da melhoria das suas aptidões e com-petências funcionais específica
Falta de meios financeiros para assegurar as necessidades dos vários ciclos, disciplinas e órgãos de gestão intermédia do agrupa-mento
Estabelecer normas administrativas e financeiras que permitam assegurar, de forma equilibrada, as necessida-des de vários ciclos
Implementação de estratégias, na organização da componente sócio-educativa, de forma a dar resposta a situações problemáticas envolvendo acordos de cooperação com a autarquia (município e juntas de freguesia) na área de influência do agrupa-mento
Meta Quantificada: Melhorar em 2% as taxas de sucesso escolar global (transição de ano/aprovação no ciclo de escolaridade/conclusão de cursos) Melhorar em 2% as taxas de sucesso das provas de aferição e de testes intermédios Melhorar em 2% as taxas de sucesso nas avaliações interna e externa de ensino secundário, nas disciplinas da área das Ciências: Matemática, Ciências Físico-Químicas, Ciências Naturais e Biologia/Geologia Melhorar em 2% o número de alunos que concluem a formação profissionalizante (cursos de educação/formação e cursos profissionais) Reduzir em 2% a taxa de alunos em situação de dupla retenção em cada ciclo de estudos Promover em articulação com o Centro de Formação de Associação de Escolas, formação para um mínimo de 50% de pessoal docente e não docente.
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3. Meta educativa: promover uma “cultura de cidadania”
Problemas identificados Objectivos específicos Orientações estratégicas/objectivos operacionais
Dificuldade de cumprimento das regras bási-cas de educação/cidadania
Uniformizar práticas e procedimentos no sentido do cumprimento integrado das disposições do regulamento interno Reforçar a educação dos alunos/crianças desde o pré-escolar, para o fluir de regras de educação e de saber estar
Promoção do “Quadro de Valor e Excelência” no domínio da “Cidadania”, como ins-trumento inspirador e mobilizador dos discentes para o empenho, exercício e constru-ção de perfis de cidadania positivos Privilegiar o tratamento de “temas integradores” sobre questões relevantes ligadas à cidadania, voluntariado, solidariedade, sustentabilidade e inclusão do “outro” no PCT/PCG, nas áreas curriculares não disciplinares, em clubes e projectos
Valorização da relação interpessoal em todo o processo educativo, de forma articula-da em todos os níveis de ensino Sensibilização das comunidades docente e não docente para os deveres de actuação atenta e sistemática
Celeridade de actuação em caso de incumprimento de regras e deveres estabelecidos no RI, com aplicação de sanções proporcionais
Utilização de um vocabulário e linguagem inadequados ao contexto educativo, dentro e fora da sala de aula
Pugnar pelo uso de vocabulário adequado ao/em contexto educativo Envolver a família no desenvolvimento de linguagem mais adequada ao contexto social Valorizar a língua portuguesa
Envolvimento dos encarregados de educação na resolução de situações concretas de má educação ou de utilização inadequada da expressão oral dos seus educandos Valorização da língua portuguesa ao nível da expressão oral e escrita, através de estratégias transversais definidas em PCT/PCG Dinamização da biblioteca, de clubes ou das áreas curriculares não disciplinares para a promoção de hábitos de leitura e expressão oral dos alunos/crianças
Falta de cuidado na conservação das instala-ções e equipamentos escolares
Sensibilizar todos os actores educativos para a utilização correcta e preservação dos equipamentos e materiais escolares
Responsabilização dos indivíduos que causem danos em espaços e/ou equipamentos Realização de acções de mobilização que promovam uma preocupação pelo prazer de frequentar as escolas do agrupamento devidamente conservadas e decoradas Envolvimento dos encarregados de educação na resolução de situações concretas de mau uso dos equipamentos e de materiais escolares, pelos seus educandos
Meta Quantificada: Reduzir em 5% o número de processos disciplinares registados e resultantes em medidas disciplinares Reduzir em 5% o número de registos de danos intencionais contra espaços e equipamentos
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4. Meta educativa: promover uma “cultura de participação familiar”
Problemas identificados Objectivos específicos Orientações estratégicas/Objectivos operacionais
Falta de acompanhamento familiar na vida académica dos alunos
Descontinuidade da acção educativa entre a família e a escola Défice de capital cultural de pais e encarregados de educação
Co-responsabilizar a família pelo processo e sucesso educativo dos seus educandos Promover a integração dos pais / encarregados de educação na vida e dinâmica escolar Definir formas de comunicação eficazes e unifor-mes em todas as unidades de ensino Promover acções de informação e sensibilização para encarregados de educação, em temas rela-cionados com orientação vocacional, saúde, segurança, cidadania e relação pais-filhos
Valorização da participação das associações de pais e encarregados de educação, no respectivo quadro de competências Promoção de actividades/convívios alargados à participação dos encarregados de educação Informação atempada dos encarregados de educação sobre a vida escolar dos alunos Utilização das novas tecnologias na comunicação com encarregados de educação Acções de formação/sensibilização para pais e encarregados de educação sobre temas relacionados com a relação pais/filhos/escola, segurança, saúde, educação para valo-res, oferta formativa/orientação vocacional, envolvendo o serviço de psicologia, a equipa do projecto de educação para a saúde, directores de curso e de directores de turma e entidades externas como unidade de saúde familiar e GNR Sessões temáticas específicas propostas e planeadas em conselhos de turma e defini-das em PCT/PCG
Meta Quantificada: Melhorar em 2% a taxa de contactos ou presenças dos encarregados de educação com os directores de turma
Promover, em cada ano lectivo, sessões no âmbito da orientação vocacional, saúde, segurança e educação para a cidadania
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4. Acompanhamento e avaliação
Ao reconhecermos as fragilidades, os constrangimentos e as limitações, do momen-
to, no Agrupamento de Escolas de Canelas, estamos a abrir horizontes e a cons-
ciencializar os actores educativos para todas as potencialidades e oportunidades,
apelando, concomitantemente, à inovação e criatividade na procura de soluções.
Construir um referencial educativo a partir do nosso contexto escolar exige que
sejam assegurados, desde o início da sua concepção, mecanismos que optimizem o
nível da eficácia das orientações e estratégias apresentadas, bem como, a sua fide-
lidade aos princípios orientadores de todo o projecto.
Neste sentido, incluem-se as seguintes propostas estratégicas:
♦ divulgação dos princípios norteados pelo projecto educativo do agrupamento
(PEA) a todos os elementos da comunidade educativa, de forma a possibilitar
uma acção, progressivamente, mais integrada e assertiva de co-
responsabilização, indispensável ao sucesso educativo vinculado pelo PEA
2010/2013;
♦ monitorização e acompanhamento do processo de implementação e desen-
volvimento do PEA;
♦ concepção de momentos, instrumentos e elementos de avaliação periódica
que permitam um contínuo ajustamento da eficácia das estratégias aos prin-
cípios educativos enunciados.
Revela-se, assim, de primordial significado assegurar uma dinâmica de todo o pro-
jecto educativo, enquanto documento inclusivo e sempre aberto a novas possibili-
dades, no sentido de o manter sempre vivo, actual e integrador de estratégias que
se venham a revelar mais ajustadas ao contexto educativo do agrupamento.
Mais do que uma orientação quantitativa dos resultados esperados, considera-se
essencial que, nos grandes domínios das problemáticas identificadas e assumidas
como de intervenção prioritária e na avaliação das metas educativas enunciadas, se
dê igual relevância aos índices qualitativos associados à dimensão da motivação,
envolvimento, empenho, interesse e compromisso de todos os actores educativos.
Projeto Educativo
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4.1. Divulgação
Dentro de uma dinâmica sempre aberta a novas oportunidades e possibilidades de
divulgação, recomenda-se, na medida do possível, a implementação das seguintes
estratégias:
♦ apresentação pública do projecto educativo;
♦ divulgação através dos recursos existentes (portal do agrupamento);
♦ apresentação do projecto aos alunos;
♦ criação de momentos de reflexão sobre as linhas orientadoras, as estraté-
gias previstas e o percurso realizado nos diferentes níveis de ensino, grupos
disciplinares e estruturas de orientação educativa;
♦ publicitação do documento produzido junto de todos os agentes da comuni-
dade educativa (associação de pais, encarregados de educação, câmara
municipal, juntas de freguesia e outras instituições ou empresas da comuni-
dade local).
4.2. Acompanhamento
Se, por um lado, todos os elementos da comunidade se devem assumir como inter-
locutores vigilantes e atentos a todo o desenvolvimento do projecto educativo, não
se devendo inibir de apresentar sugestões ou de solicitar esclarecimentos sobre
qualquer aspecto que considere pertinente, não se pode, por outro, ignorar a
importância de prever mecanismos concretos que assegurem a monitorização de
todo o processo de desenvolvimento e acompanhamento do projecto educativo do
agrupamento.
Neste sentido, deverá ser constituído um grupo de trabalho, no conselho pedagógi-
co, com a responsabilidade de acompanhar o processo de implementação deste
referencial educativo.
Assim propõe-se que, durante o processo de implementação, sejam executadas os
seguintes funções:
♦ coordenar o processo de divulgação;
♦ sensibilizar a comunidade educativa para o empenho, o envolvimento e o
compromisso com as metas educativas definidas;
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♦ apresentar relatórios/mapas de balanço relativos aos resultados atingidos
no âmbito das metas estabelecidas para as medidas educativas propostas;
♦ recolher sugestões apresentadas pelos elementos da comunidade e aprecia-
ção da possibilidade da sua integração no projecto;
♦ apreciar o envolvimento, a articulação e a co-responsabilização entre os
órgãos de gestão pedagógica e as estruturas intermédias no processo de
implementação do projecto educativo;
♦ avaliar as situações de incumprimento das linhas orientadoras, as dificulda-
des e os constrangimentos identificados na sua concretização.
4.3. Avaliação
Ao processo de avaliação está inerente uma dinâmica de aferição e de diagnóstico,
que, por um lado, possibilita um conhecimento do sucesso real das medidas imple-
mentadas e, por outro lado, abre novos horizontes e legítima as reorientações que
se venham a revelar necessárias para atingir as metas educativas.
Neste sentido, consideramos que, à partida, devem ser explicitadas as metodolo-
gias de avaliação a serem implementadas ao longo de todo o tempo de vigência do
documento e que todo o processo de monitorização da avaliação deve ser assumido
pelo mesmo grupo de trabalho de acompanhamento do PEA, a quem devem ser
atribuídos as seguintes responsabilidades:
♦ elaborar um relatório anual, definindo como referenciais de concretização as
metas qualitativas/quantitativas preconizadas para cada “meta educativa”
que venham a ser analisados a partir de critérios de evidência, rigor, confor-
midade, eficácia e continuidade;
♦ produzir, no final de cada ano lectivo, documentos de avaliação da qualida-
de educativa, a partir da análise de resultados específicos académicos, da lei-
tura de relatórios anuais do PCT/PCG, de departamentos, conselhos e docen-
tes, no quadro das metas estabelecidas;
♦ propor alterações estratégicas que se possam vir a revelar como mais efica-
zes para o sucesso dos princípios enunciados neste projecto e das metas que
se pretendem atingir.
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Conclusão
Resultado de uma metodologia suficientemente colaborativa e participada, o projec-
to educativo do agrupamento procura corporizar a ideia comummente assumida de
que, respeitando embora as orientações do currículo nacional e as orientações cur-
riculares, incumbe ao agrupamento, ou seja, à escola, cada vez mais, a responsabi-
lidade de, através dos seus órgãos próprios, organizar e conduzir o processo de
ensino-aprendizagem de modo adequado aos seus alunos/crianças, gerindo os
recursos humanos e materiais à sua disposição.
Ao assumir como um dos objectivos fundamentais a “exigência” da qualidade da
formação escolar prestada no seio do agrupamento, o projecto educativo apela e
vincula todos os membros da comunidade educativa nessa finalidade comum.
Como referencial interno, o projecto educativo do agrupamento tem sentido uni-
formizador, regulador e normativo, já que enuncia a resposta educativa global do
agrupamento e institui a filosofia subjacente à dinâmica formativa que se pretende
desenvolver. Define e reflecte a visão, a missão, a ideologia político-educativa do
agrupamento e cria a matriz de suporte que vai ser concretizada no projecto curri-
cular de escola e nos projectos curriculares de turma/grupo, pretendendo ser o
“tronco comum” de onde partem os diversos projectos e iniciativas pedagógico-
didácticas.
Necessário se torna, pois, que a dinâmica alicerçada no projecto educativo tenha
continuidade e sistematização e venha a ser pautada pela definição das prioridades
de acção educativa e pela criação de condições de vivência de climas relacionais
propiciadores de uma formação de qualidade das aprendizagens.
A nossa inserção numa actualidade aberta e, cada vez mais, concorrencial exige, da
parte de todos, disponibilidade de espírito para a mudança e para a flexibilidade;
por isso, tão importante como a produção deste projecto educativo deverá ser o
seu acompanhamento, avaliação e adequação às novas circunstâncias que forem
surgindo, aceitando as reformulações e as alterações consideradas úteis e necessá-
rias pelos agentes da comunidade educativa.
Das necessidades, dos problemas, das ansiedades, dos desejos e aspirações de
toda a comunidade educativa surge um plano que, no contexto das problemáticas
Projeto Educativo
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identificadas, pretende iniciar um percurso de construção de uma educação exigen-
te e com crescente nível qualitativo.
Como queremos um agrupamento activo, ele tem de construir-se constantemente
como projecto, como algo para que tende, mas que nunca está plenamente alcan-
çado.
Ser Agrupamento é ser projecto,
Sempre a fazer-se, sempre por realizar...
Como um rio, que não é apenas o leito, espaço entre as margens,
Nem tão somente a água, que nunca é a mesma,
Mas o próprio curso da água no leito que é, ou melhor, vai sendo rio.
O nosso Projecto Educativo já começou. Todavia, apenas encerra a semente das
nossas vontades. É caminho a ser percorrido entre vales e encostas, com um espíri-
to comum, conscientes de que as metas e os actores são passageiros. O caminho
percorrido /a percorrer em conjunto terá significado na vida da comunidade, hoje e
amanhã.
Este desígnio de caminhar juntos será o que dele fizermos,
O que dele formos caminhando
Todos e cada um...
O caminho não termina aqui.
Vamos abrir caminhos!...
O presente documento foi aprovado pelo Conselho Geral,
em 26 de Outubro de 2010.
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ANEXOS
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ANEXO I
Caracterização e distribuição de recursos humanos por unidade (ano lectivo 2009/2010)
Pessoal Docente
Categoria/Vínculo
ANEXO II
Tempo de serviço e idade
Idades Tempo de Serviço
2009/2010 [20,30[ [30,40[ [40,50[ [50,60[ [60,70[
Total
0 – 9 anos
21 37 15 1 0 63
10 – 19 anos
1 31 31 3 1 66
20 – 29 anos
0 0 40 36 0 76
30 ou + anos
0 0 2 47 1 50
Total 22 68 88 87 2 267
Docentes 2009/2010
Educação Pré-Escolar 1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo
Secundário Educação Especial Total
Contratados 1 3 9 20 1 34
QZP 6 6 3 8 0 23
Quadro Agrupa-mento 11 53 50 95 9 210
Totais 17 62 62 123 10 267
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ANEXO III
Pessoal não docente Categoria profissional/vínculo
ANEXO IV
Idade e tempo de serviço
Nota: Neste quadro não estão contemplados os POCS.
Categoria Total
Técnico superior / Psicóloga 1
Chefe de serviços de administração escolar 1
Assistentes técnicos 13
Assistente operacional 55
Assistentes técnicas de animação sócio-cultural
8
Coordenador do pessoal assistente operacional 1
POCS – contratos-inserção + tarefeiras 16 + 5
Tempo de serviço (até 31 de Agosto de 2009)
Até 4 anos
Entre 5 e 9 anos
Entre 10 e 19 anos
Entre 20 e 29 anos
Mais de 30 anos
30 a 40 anos 3 3 1 0 0
41 a 50 anos 3 7 15 4 0
51 a 60 anos 2 1 7 11 8
>de 60 anos 0 1 1 4 1
Totais 8 12 24 19 9
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ANEXO V
Habilitações académicas
Habilitação académica Quadros POC
Licenciatura 2
12.º Ano 14 4
9.º Ano 20 8
2.º Ciclo 16 4
1.º Ciclo 19 4
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ANEXO VI Agrupamento de Escolas de Canelas Mapa-Resumo
Números e Resultados Académicos Globais I 2009/2010
Número de Alunos avaliados/Crianças Número de Grupos/Turmas Nº Transitados ou que concluem Ciclo % Transitados ou que concluem Ciclo
Nível Modalidade Anos
2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011
Pré-Escolar Grupos 275 292 293 12 12 12 12
1º 263 255 226 260 253 223 98,9% 99,2% 98,6%
2º 325 301 276 294 280 246 90,4% 93% 89,1%
3º 276 312 291 262 297 279 94,9% 95,2% 96,4%
4º 295 269 318 287 250 299 97,3% 92,9% 94,9%
Total 1159 1137 1111 54 54 52 50 1103 1080 1047 95,1% 94,9% 94,2%
5º 234 245 212 10 11 11 12 224 232 185 95,7% 94,7% 87,2%
6º 227 234 255 9 10 11 10 209 119 234 92% 51% 91,7%
Total 461 479 467 19 21 22 22 433 351 419 93,9% 73% 89,7%
7º 293 238 261 13 10 11 10 224 167 197 76,4% 70,1% 75,4%
8º 213 218 180 9 9 9 8 190 189 163 89,2% 86,7% 90,5%
9º 202 185 201 9 7 9 8 169 154 160 83,4% 83,2% 79,6%
Regular
Total 708 641 642 31 26 29 26 583 510 520 82,3% 79,5% 81%
Cursos T2 33 30 2 2 5 28 28 90,3% 93,3%
Cursos T3 35 26 24 2 2 2 1 35 26 23 100% 100% 95,8%
Básico
CEF
Total 35 59 54 2 4 4 6 35 54 51 100% 91,5% 94,4%
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ANEXO VII Agrupamento de Escolas de Canelas Mapa-Resumo Números e Resultados Académicos Globais II 2009/2010
Número de Alunos avaliados/Crianças Número de Grupos/Turmas Nº Transitados ou que concluem Ciclo % Transitados ou que concluem Ciclo
Nível Modalidade Anos e Cursos
2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011 2007/2008 2008/2009 2009/2010 2010/2011
10º 52 45 50 2 2 2 45 33 35 86,5% 73,3% 70%
11º 45 26 35 2 2 2 44 25 33 97% 96% 63%
12º 35 38 33 2 2 2 22 20 17 62% 52% 51%
Curso Ciências e
Tecnologias
Total 132 109 118 6 6 6 111 78 85 84% 71,6% 72%
10º
11º 20 1 19 95%
12º
Curso Ciências Sociais e Humanas
Total 20 1 19 95%
10º 17 20 1 1 13 14 76% 70%
11º 11 1 11 100%
12º 19 1 16 84,2%
Regular
Curso Línguas e Literaturas
Total 36 31 2 2 29 25 80,5% 80,6%
1º
2º 14 1 13 92%
3º 10 11 1 1 5 7 50% 63,6% Tecnológico
Curso Tecnológico de Informá-
tica
Total 24 11 2 1 18 7 75% 63,6%
1º 58 71 35 3 3 2 58 69 29 100% 97,10% 82,85%
2º 52 72 3 3 47 64 90,40% 88,90%
3º 47 3 42 89,40%
Secundário
Profissional
Cursos Informática de Gestão,
GPSI, Turismo e Marketing
Total 58 123 154 3 6 8 58 116 135 100% 94,3% 87,7%
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GLOSSÁRIO
SIGLAS USADAS NO DOCUMENTO: ADD – Avaliação de Desempenho Docente
AEC − Actividades de Enriquecimento Curricular
A.M. – Anulação de matrícula
ATL – Actividades de Tempos Livres
CAF – Componente de Apoio à Família
CEF − Curso de Educação e Formação
EB1 − 1.º Ciclo do Ensino Básico
EB2 − 2.º Ciclo do Ensino Básico
EB3 − 3.º Ciclo do Ensino Básico
ECD – Estatuto da Carreira Docente
E. F. – Excluído por faltas
IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis
JI – Jardim de Infância
NEEP − Necessidades Educativas Especiais Permanentes
OMS − Organização Mundial de Saúde
PAA − Plano Anual de Actividades
PCG − Projecto Curricular de Grupo
PCT − Projecto Curricular de Turma
PEA − Projecto Educativo do Agrupamento
POCS − Programa Ocupacional de Candidatos Subsidiados
RI − Regulamento Interno
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