patio do pari - proposta urbanistica e projeto
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proposta urbanstica e projetoana beatriz palma urushima orientador: marcos acayaba
Ptio do Pari
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proposta urbanstica e projetoana beatriz palma urushima orientador: marcos acayaba
Ptio do Pari
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Agradeo ao meu orientador Marcos Acayaba pelas conversas e conselhos preciosos e aos profes-sores convidados Alexandre Delijaicov e Eduardo Fer-roni por aceitarem fazer parte desta banca.
meus pais Lisie Palma e Pedro Urushima (in memoriam) pois sem eles no teria chegado at aqui.
Ao meu querido Larcio que me ajudou nos mo-
s minha amigas Patrcia, Dora e Tamires, pela
-
O homem deve compreender que precisa agir na sociedade transformando a gruta numa casa, a soleira da casa em ponte para cruzar o
rio, e o outro lado do rio em outra casa Paulo Mendes da Rocha
-
APRESENTAO13 Caminhos do Projeto
17 A Operao Urbana Lapa-Brs
21
25 Implantao da Linha Frrea e a Ocupao da Vrzea
29 Expanso da Cidade ao Longo da Vrzea e da Linha Frrea
DIAGNSTICO37 Politica Urbana
43 Poltica Ambiental
47 Mobilidade Urbana
51 O Ptio do Pari
55 Uso e Ocupao do Solo
PROJETO
61 Mapas
72 Urbanismo
75 Enterramento da ferrovia e abertura do sistema virio
85 Parque linear
91
95
99
101 Projeto do parque
123 Projeto do urbanismo
127 Projeto do edifcio escolar e do edifcio cultural/esportivo
137 !"#
148 BIBLIOGRAFIA
NDICE
-
APRESENTAO
-
CAMINHOS DO PROJETO
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Na pgina ao lado: vista do Ptio do Pari.
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2010: pg. 14.
13
-
do planejamento urbanstico. Meyer e Grostein apontam
para uma crtica pertinente relativa aos mtodos e, so-
bretudo, aos resultados alcanados pelo planejamento e
pelos projetos urbanos mal formulados em So Paulo: so
obras pblicas realizadas sem vinculao com as anli-
ses e planos estabelecidos dentro das metas de desen-
volvimento urbano1.
Trabalhos recentes, apontados por estas autoras,
tm considerado as reas centrais a partir das transfor-
maes no setor produtivo da economia, que afetam a
distribuio das atividades na superfcie deste territrio
uma problemtica central, e na qual o Ptio do Pari est
inserido e do qual participa. As reas centrais, por esta
anlise, competem com os demais territrios da cidade
no que diz respeito dinmica de investimentos, tanto p-
blicos quanto privados. A cidade contempornea parte
de um processo de transformao rpida e profunda, o
que torna a necessidade de se atuar sobre o territrio ur-
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territrio, atravs da anlise de sua organizao urbana, o
que gera uma postura crtica em relao aos descaminhos
pelos quais passam o planejamento e o desenho urbano.
A partir das rupturas, quebras e descontinuidades, descor-
tinam-se as possibilidades de atuao do arquiteto neste
espao e, assim, de superao do quadro vigente. O proje-
to urbano no deve ser visto como um produto derivado do
planejamento onde os seus impactos supostamente obe-
decem a uma lgica pr-estabelecida nos objetivos do pla-
no. Cabe arquitetura abandonar a posio passiva diante
do plano urbano podendo at mesmo redirecion-lo. Da
mesma forma, o plano no apenas um referencial terico
a ser utilizado na ao projetual, mas deve ser interpretado,
convergindo para a prancheta as dinmicas econmicas e
produtivas e a organizao dos elementos constitutivos da
metrpole contempornea, e assim, pensar nas possibili-
dades de transformao futura deste espao.
Acima: enchente na Maginal do Rie Tiet. Fonte: internet.
Pgina oposta: vias locais interditadas, h poucas transposies na linha frrea. Fonte:
foto da autora.
14
-
O projeto urbano contemporneo deve ser entendi-
do como um fator de transformao do quadro em curso.
Ele deve se basear na organizao de diversos elemen-
tos em diferentes escalas; na estrutura metropolitana; na
interpretao das dinmicas econmica, social, tcnica e
7"*&8-
posio; e em aspectos da multidisciplinaridade da me-
trpole contempornea. Tais aspectos foram observados
nos eixos estruturais paulistanos organizados ao longo
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Ptio do Pari. Toda interveno neste espao deve consi-
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1-
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qual a atividade industrial tem papel fundamental e quais
os novos programas funcionais que se deseja adotar.
0)%8-
es fundamentais que amparam a vida urbana. Trata-se
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-
A OPERAO URBANA LAPA-BRSO marco inicial deste trabalho foi a leitura e apre-
enso do programa da Operao Urbana Lapa-Brs. A
ementa publicada pela Prefeitura de So Paulo2 para lici-
tao dos estudos referentes Operao Urbana possui
um conjunto de dados e de idias de interveno que dis-
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proposta aqui apresentada.
Ao lado de algumas das propostas dessa ementa
de licitao cuja discusso no cabe a este trabalho a
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que o poder pblico possui prioridade na aquisio des-
tas terras no momento em que seu proprietrio, no caso,
a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, desejar comer-
cializar. Com isso, numa eventual incorporao, ele no
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construturas e agentes imobilirios e incorporadoras, uma
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sua ocupao.
Alm destas questes, um terceiro elemento basilar
em nossa anlise corresponde percepo de que o P-
tio do Pari o estabelece uma relao simblica no interior
do territrio urbano de So Paulo. O Patio do Pari se situa
no cruzamento de dois eixos infraestruturais de importn-
cia metropolitana, que so a linha frrea e o binmio Ave-
nida do Estado-Canal do Tamanduate, mas que, cada um
56
locais, cortando o territrio em quatro reas que no se
comunicam. Estes elementos urbanos representam fratu-
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que o habitam, assim como entre a populao e estas
estruturas e os servios urbanos que elas propiciam.
Curiosamente, este local vividamente ocupado,
todos os dias, ainda que de maneira informal. No interior
do Ptio do Pari ocorre diariamente a feira popular co-
nhecida como Feira da Madrugada. Uma apropriao co-
letiva, esta feira mostra a possibilidade e a necessidade
de um desenvolvimento participativo e produtivo destas
reas intersticiais da cidade, que se desenrole mesmo na
ausncia das condies fsicas ideais e sem o suporte
das instalaes necessrias para evento de tal porte. De-
vemos pensar em um urbanismo que se estrutura na pro-
cura de solues formais para as necessidades locais, as
dinmicas e mutaes na cidade.
Seguindo esta lgica, nossa proposta buscaria
subverter a condio atual, tornando esse cruzamento
uma localizao diferenciada, a ligao entre dois eixos
ordenadores da reestruturao da linha frrea e da vrzea
do Tamanduate, vistos, agora, como vetores de transfor-
"#)"#"%, J
ciais, reordenao das lgicas territoriais discordantes e
de ligao entre tecidos desagregados.
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incluir uma viso mais ampla dos processos urbanos exis-
tentes. Por um lado, estender essa proposta ao longo de
todo o eixo, uma vez que a precariedade dos espaos e
a diferenciao entre localizaes vizinhas no so exclu-
sividade da rea central ou do trecho da Operao Urba-
na Lapa-Brs, mas sim uma constante ao longo da linha
frrea e da plancie dos rios. A forma de se estruturar e
de se pensar esse espao deveria ser estendida para as
demais reas ao longo deste vetores, uma proposta ao
- Pgina oposta, ao lado e abaixo: Dissertao de Mestrado de Alexandre Delijaicov. Recortes. Projeto urbano: as solues ;
-
menos terica, j que, devido escala do projeto, no se-
ria possvel contemplar neste trabalho. Ainda, demandou
a observao de aspectos histricos da ocupao do stio
urbano e da vrzea e uma compreenso mais ampla de
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social destas reas pela cidade e a forma como historica-
mente foram construdos estes eixos infraestruturais.
A partir dessas observaes, buscamos desenvol-
ver as possibilidades abertas por um projeto destas di-
menses, ensejando novas conexes e, assim, valorizar
as relaes entre esses elementos ordenadores do espa-
o e sua escala local. Como objetivo, nossa soluo de
!%%-
raes da paisagem, recuperar certas caractersticas am-
bientais da vrzea e ocupar vividamente esses espaos,
resgatando a dimenso cotidiana das relaes sociais.
Ao lado. Feira da Madrugada, ocupao popular permanente. Fonte: internet.
20
-
GEOGRAFIA E TERRITRIO0 # ,
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faixa do territrio entre a Linha Frrea e o >#?$w##$
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principais. Nota-se que a margem esquerda dos canais do
Tamanduate e do Pinheiros so preferenciais para a esca-
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acentuadas, enquanto a margem direita4 do mesmo se ca-
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aluviais mais amplas. A situao oposta no rio principal da
Bacia, o Tiet, que tem sua frente de escavao voltada para
a margem direita e margem de deposio a esquerda.
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assim, como plancies aluviais formadas por um plat princi-
pal, sujeito a inundaes peridicas, e um plat secundrio,
inundado em situaes excepcionais. Esta ampla faixa de
vrzea restou livre de ocupao urbana durante muitos anos,
de modo que foi aproveitada para a implantao da ferrovia
entre meados do sculo XIX e incio do sculo XX.
23
-
IMPLANTAO DA LINHA FRREA E A OCUPAO DA VRZEAOs substanciais investimentos operados na rea
central de So Paulo, ao longo de sua histria, no pro-
piciaram as transformaes almejadas pelo conjunto
da sociedade. Este processo pode ser analisado sobre
duas vises complementares: a primeira, a partir da an-
!*#
so guiadas pelo desenvolvimento da cidade, mas pela
lgica do investimento imobilirio; a segunda, de cunho
urbanstico, mostra que a ausncia de um plano regio-
99,)
sua consistncia.
A deteriorao do tecido urbano nas reas centrais
adjacentes ferrovia e aos fundos de vale decorre das
caractersticas localistas das intervenes pblicas e
privadas neste territrio. A multiplicidade de pequenas
intervenes neste local no foram pensadas e projeta-
das a partir de uma abordagem global, garantidas pelo
planejamento integral do territrio.
O posicionamento dos eixos ferrovirios foi determi-
nado pela insero da rota cafeeira, a conexo do Porto
de Santos com o Planalto Paulista. As linhas de trem foram
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todo o estado de So Paulo. O desenho das estradas de
ferro concntrico radial, tem So Paulo como n dos
tramos axiais, de onde eram direcionados para o litoral.
+ 6 "#
plancies do Tiet e do Tamanduate foi aproveitado para
a implantao dos trilhos da Estrada de Ferro Central do
Brasil (EFCB) na rea da cidade de So Paulo.
A implantao da rede ferroviria paulista aproveitou
a existncia de terrenos disponveis, baratos, contnuos e
relativamente amplos nas plancies aluviais do sistema h-
Pgina oposta: lavadeiras s margens do Rio Tamanduate na regio da Vrzea do Carmo. 1910. Fonte secundria: MEYER, GROSTEIN, 2010.
25
-
drico, partindo da regio de So Paulo para o interior, para
implantar a malha de trilhos em paralelo aos principais rios,
inaugurando o irreversvel processo de construo das
vrzeas como espao habitvel(FRANCO, 12).
O primeiro trecho da ferrovia Santos-Jundia foi im-
plantado em 1864 a travessia da Serra do Mar e, em
1867, j estava totalmente concluda (LEITE, 64). A econo-
mia colonial e a monocultura do caf foram fundamentais
para o crescimento econmico e populacional registrado
por So Paulo a partir das ltimas dcadas do sculo XIX.
O respaldo da elite paulista foi fundamental, neste per-
Ao lado: Carta das Estradas de Ferro da Provincia de S. Paulo. Ao longo da via frrea
foram se formando cidades, vilas e ncleos urbanos nas paradas do trem. Fonte internet.
Ao lado: Estradas de Ferro. A malha ferroviria paulista no incio do sculo XX. As [#;Z
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destauqe, em vermelho. Fonte internet.
26
-
odo, ao instalar o monoplio da passagem do caf por
So Paulo, atravs do controle ferrovirio, de forma que
apenas a So Paulo Railway podia operar o trecho de So
Paulo at o Porto de Santos, freando todas as tentativas
de construo de novas rotas ferrovirias que alcanas-
sem a Serra do Mar (LEITE:30).
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enorme transformao deste territrio, o alijando de sua
condio natural. Historicamente, a Vrzea do Carmo era
uma regio com incidncia regular de inundaes e, por
isso, sua ocupao se d de forma tardia, em relao s
outras reas de irradiao do centro da cidade. Todavia,
no processo de crescimento da cidade, os arrabaldes do
6$.
%-
tante inundao. A ocupao deste vale se caracteriza por
ser meramente tcnica e funcional, ou seja, no se orientou
as formas de organizao espacial, estando descolada de
qualquer propsito de estruturao intra-urbana e de orde-
nao dos assentamentos e de sua relao com a urbani-
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planos e desocupados, foram os que melhor acomodavam
esta funo urbana, com menor custo e investimento.
As primeiras obras de canalizao, em sua poro
central, se encerram em 1914, com a inaugurao do Par-
que Dom Pedro II. A forma de atuao do poder pblico so-
bre esse local, como se no o reconhecesse como territrio
urbanizado, mas como local de passagem, onde prevale-
ciam interesses econmicos relacionados com as indstrias
e as ferrovias, determinando o processo de segregao
dos espaos entre rio e ferrovia. A infraestruturao des-
"$
as relaes subjetivas e afetivas que se do sobre ele: as
"*
humanas que nele incidem.
Ao lado: As primeiras locotivas a vapor e a construo da estao atual da Luz, inaugurada em 1901. A estao original data de 1867. Fonte: internet.
Abaixo: Trabalhadores da SPR posam junto mquina no ptio do Pai em 1910. Fonte: O Malho, 18/11/1910.
27
-
Ao lado: A passagem do Tamanduate pela cidade de So Paulo, desde meados do
sculo XIX ao incio do sculo XX.Mais direita: Obras de canalizao do
Tamanduate nas primeiras dcadas do sculo XX. Fontes: internet.
28
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EXPANSO DA CIDADE AO LONGO DA VRZEA E DA LINHA FRREA
A expanso da aglomerao urbana ocorreu atra-
vs do espraiamento da ocupao ao longo das colinas,
da implantao de indstrias e de bairros operrios ao
longo da orla ferroviria, bem como a superposio de
reticulados de glebas localizadas entre os espiges e
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X,"# J
por Juergen Langenbuch. A partir da localizao des-
tas estaes foram implantados bairros operrios asso-
ciados s plantas industriais, especialmente nos locais
mais prximos ao centro, como Barra Funda, Pari e Brs.
Porm, este processo se repetiu, ainda que com menos
nfase, no restante da rea urbana. As proximidades das
"*%*
Pirituba, Osasco, Lapa, Ipiranga, Vila Prudente, Sacom,
Utinga, So Caetano, Santo Andr e Mau. Nessas reas
mais distantes, as paradas se tornaram o ponto central
a partir dos quais se formaram aglomerados urbanos.
%[.
anos 40 pelo menos, na localizao das estaes de
% )
nos bairros.
Como apontam Meyer, Grostein e Biderman5, a
organizao radio-concntrica da atual estrutura viria
metropolitana fruto de trs determinantes diferentes:
& -
paciais e funcionais existentes no territrio paulista; em
" 6# 6 -
camente a relao entre avenidas diametrais e sistemas
radiais centrais e o impacto do sistema virio municipal
6 7.
condicionado pelos eixos de expanso econmica a par-
5 Meyer, Grostein e Biderman (2004), pg 74.
29
-
tir dos anos 40 ao longo das rodovias, o traado axial da
infraestrutura regional.
A estruturao da malha viria da regio central da
cidade foi o objetivo dos projetos de Ulha Cintra e de
Prestes Maia, a partir dos anos 40, em que eram aprovei-
tados os terrenos vazios nos vales entre as colinas cen-
trais para implantao de uma malha rodoviria de maior
capacidade estruturando eixos de crescimento da aglo-
merao. Propunham a organizao deste sistema por
meio de um anel formado por avenidas largas circundan-
do o centro histrico, articulando as artrias radiais que
acessariam as diferentes regies da cidade.
Assim, a partir dos anos 50 do sculo passado,
ocorre a consolidao do sistema rodovirio como novo
elemento orientador da expanso metropolitana, processo
em que so formados novos complexos industriais levan-
do mudana no padro de distribuio da populao.
Estas transformaes so abordadas j nos anos
70 no estudo clssico de Langebuch6, que aponta os
novos vetores de expanso urbana existentes ao longo
dos eixos rodovirios. Conforme o estudo, foram forma-
dos novos subcentros urbanos, caracterstica decorrente
do deslocamento dos investimentos para zonas oeste e
sudoeste, resultando numa urbanizao precria nas de-
mais reas. Assim, aparece um novo fator de induo da
urbanizao: deixava de ser o emprego industrial, organi-
zado ao longo da ferrovia, e passava a ser o assentamen-
to residencial das classes de alta renda. Indicativo de um
novo ciclo de deslocamentos e de desconcentrao de
funes, com realocao dos investimentos pblicos, no-
tadamente na rea que Meyer e Grostein chamam de qua-
drante sudoeste. Para estas autoras, a dissociao entre
o processo de expanso urbana e a oferta de transporte
pblico a principal caracterstica do espao metropolita-
no, determinado por este processo acima analisado.
O espraiamento da rea urbanizada em So Paulo
Acima: Localizao das indstrias em 1914, !"#$YZ
industrial ao longo da Via Frrea, especialmente nos bairros do Brs e do Pari.
Fonte internet.
Pgina ao lado: Parque dom Pedro II, aps >w#Z;Z$Y
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-
sria a execuo de avenidas de maior porte, ligando os
bairros e as regies da cidade, ento o poder pblico se
voltou para os fundos de vale, onde havia maior facilida-
de para implantao das vias. A alterao da vrzea est
8"#(-
so se inicia com a canalizao do Tamanduate, como j
citamos anteriormente, e continuaria ainda na primeira
metade do sculo XX, por exemplo, com a abertura das
Avenidas Nove de Junho e 23 de Maio, seguindo o Plano
Prestes Maia. Conforme Meyer, Grostein e Biderman7 este
.%
a trs fatos conjunturais: a necessidade de realizao de
Acima: Avenidas perimetrais, Plano de Avenidas, 1930.
Ao lado: Permetro de irradiao, Ulhoa Cintra, 1924.
Fonte: internet.
Pgina oposta, acima: Espao da rea de =#$>
de Trens, na rego Brs.
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de vale, ano 2001.
7 Meyer, Grostein e Biderman, op cit, 86.
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se deu por meio de um conjunto de loteamentos e abertura
de avenidas sem maior planejamento. Observando esse
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massa sobre pneus em detrimento dos transportes sobre
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intraurbanos, os quais vo desde a (des)organizao do
traado virio at a questo da especulao imobiliria e
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O sistema virio principal obedece claramente s
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altas das colinas e plancies foram repartidas e loteadas,
formando um tecido fragmentado . Quando se fez neces-
32
-
aes de saneamento ambiental, a viabilidade de gran-
des desapropriaes nestas reas tanto em relao ao
&)9
disponibilidade de recursos federais pela poltica de sa-
neamento bsico em grandes cidades.
Sucessivamente, os trechos seguintes do rio Taman-
duate foram canalizados nos anos 40 (do Ipiranga ao Sa-
com) e anos 70 e 80 (de So Caetano a Santo Andr). Esta
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ocupados por indstrias, comrcio e servios grande por-
te (estacionamentos das empresas de nibus municipais,
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poro do territrio foi ocupada pelos espaos da ferrovia,
pelos espaos dos automveis e por espaos destinados
a grandes equipamentos urbanos e indstrias. As vrzeas
tornaram-se espaos de passagem, no de permanncia.
Trataremos agora das potencialidades e possibilida-
!&
polticas pblicas para o Centro e regio, voltadas para
a questo da vulnerabilidade social de sua populao, a
questo da mobilidade urbana e a questo ambiental, en-
tre outras, a partir das quais so alinhados o programa de
!(
33
-
DIAGNSTICO
-
POLTICA URBANAA escassez de investimentos pblicos na estrutura-
o e consolidao urbana do territrio o principal fator
que gera a segregao urbana. Mesmo considerando as
%*"
o Tamanduate e a Linha Frrea, estes no foram capazes
de, por si s, garantirem a qualidade desse espao. Este
%"#56
de mercadorias atravs deste espao, por trem, caminho
%#)"#-
na em seu interior. Estes grandes sistemas de circulao e
6,"*
-
tanos, mas sem organizar o espao pelo qual passa, frag-
mentando a cidade e sem ao menos articular este espao
com o acesso infraestrutura nele instalada.
A via frrea implantada no tabuleiro plano demar-
cado pela rea de inundao original dos rios Tiet e Ta-
manduate uma barreira entre os territrios adjacentes
8(0,"#.
%%6-
tentes. Entre os bairros tradicionais nas colinas e patama-
res intermedirios do territrio Alto da Lapa, Pompia,
Mooca, Ipiranga, Vila Prudente e a ocupao industrial
&90&?6@
Barra Funda, Pari, Brs, Henry Ford se aglutinaram duas
estruturas desconectadas. O espraiamento radial a partir
das colinas interrompido, abruptamente, dando lugar a
uma ocupao organizada em uma retcula formada por
quadras de tamanho muito maior que o tpico da cidade.
Hoje, ferrovias, canalizaes e avenidas marginais
#) (
+&%6[
Pgina ao lado: Foto do centro de So Paulo, w#[>;Z
ordenado pelas ltimas gestes. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/18/Centro_Antigo_de_So_Paulo,_Brasil_-_by_Lucas.jpg
37
-
afasta a possibilidade de existir habitao e vida urbana
beira rio.
Os processos de transformao urbana se desdo-
bram a partir das condies de acessibilidade proporcio-
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0%%#-
%9 "
6)
9#"*)-
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urbana do entorno.
0"#[%-
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8,"#"(-
$$,"#-
&".&)!
Ao lado: Fluxo de veculos comerciais com 4 ou mais rodas no eixo traseiro. HMD (1968),
Fonte secundria: FRANCO:2005.>>;;=#
camines e veculos de carga pela cidadae, j nos anos 60, decorrente da lgica de expanso urbana e da localizao das
atividades produtivas, ao longo dos eixos rodovirios principais.
38
-
a lgica monofuncional destes bairros. Hoje, com a ob-
solescncia do patrimnio fabril e ferrovirio atrelado
vrzea, restou disponvel um grande estoque imobilirio.
A apropriao urbana deste territrio um dos objetivos
do planejamento territorial do municpio. A existncia de
infraestrutura nestes espaos condio preexistente
permite uma rpida viabilizao de sua ocupao com
"#(
#,
& ) " -
caes subutilizadas em locais dotados de infraestrutura
(ZEIS-3).
As polticas urbanas devem levar em considerao
as macrodimenses que envolvem as desigualdades so-
ciais, as quais incluem a distribuio de renda, o nvel de
emprego e de riqueza, os servios pblicos oferecidos
(como sade e educao), as redes sociais de coopera-
o, o servio de assistncia social, segurana pblica,
Ao lado: Mapa funcional de So Paulo, Dep. de Urbanismo de So Paulo, 1955. Fonte secundria: FRANCO:2005.Esta imagem imostra como, em meados do sculo XX, as regies ao longo da So Paulo Raiway j haviam se tornado monofuncionais, com hegemonia de ocupao industrial.
39
-
))*
relativas urbanizao, tanto qualitativos quanto quanti-
tativos, dos espaos, dos edifcios, das ruas e dos equi-
pamentos pblicos.
O centro de So Paulo uma rea que espelha
5-
pao dos espaos pblicos, com a justaposio de di-
ferentes interesses econmicos privados, os quais tm
frum privilegiado no mbito das representaes polticas
do municpio. fato que os interesses na valorizao das
Ao lado: Concentrao industrial em 1997. MEYER, GROSTEIN, 2004.
reas centrais tem por principal objetivo, concretamente,
ganhos econmicos decorrentes das atividades imobili-
rias e das incorporaes e construes vislumbradas.
Desta forma, as polticas urbanas propostas pela
atual gesto na prefeitura claramente exarcebam as
questes sociais existentes. Exemplos so a demolio
nos edifcios Mercrio e So Vito, para os quais j haviam
projeto de reforma, e o qual resultou no remanejamento de
sua populao e no pagamento de indenizaes, assim
como o Projeto Nova Luz, que no possui um programa
40
-
0 6 12 18
Quilmetros
Domiclios com renda domiciliar de 20 ou mais salrios mnimos
Em %
Distritos
At 10,00De 10,01 a 20,00De 20,01 a 30,00De 30,01 a 45,0045,01 e mais
Ao lado: imagens das condies precrias no entorno do Ptio do Pari. Fotos da Autora
A cima: Concentrao de renda em So Paulo. Fonte: SP2040. Nota-se que o ndice de renda na poro leste da regio central - {"!)
H>
;^>{>#;$
claro sobre o futuro dos atuais comerciantes e habitantes,
mas que conta com parceiros econmicos (multinacio-
nais), ao mesmo tempo em que passa a tratar a questo
de moradores de rua e de usurios de droga como um
caso de polcia. Uma das consequncias destes proje-
tos o afastamento da populao de baixa renda existen-
)"#9
indireta da populao de baixa renda devido atuao do
Estado, seja atravs da violncia policial ou de reformas
9!%(
Na rea do Ptio do Pari, deve-se estabelecer es-
tratgias que garantam a incluso econmica, poltica,
cultural e social de sua populao, ao mesmo tempo em
que se desenvolva qualitativamente as caractersticas ur-
bansticas de seu entorno. A aplicao do direito de pre-
empo e a implantao de habitao de interesse social
tornam-se elementos-chave deste processo. Deve-se sa-
nar o problema estrutural de mobilidade deste local, divi-
%
pelo binmio avenida expressa-canal de drenagem.
As polticas de descentralizao da prestao de
servios, desconcentrao participativa e as polticas de
%,"# 5 %
atendimento focalizado das demandas sociais gerando
impulsos para expulso da populao de baixa renda do
centro. O baixo investimento, tanto em polticas na rea
da sade, educao e assistncia social, quanto em ur-
41
-
banizao, como a falta de manuteno do calamento,
asfalto e praas, a carncia de equipamentos culturais e
a ausncia de projetos habitacionais no centro so parte
deste mesmo processo. No entanto, est claro que fun-
damental garantir a manuteno da populao atualmen-
te residente, tanto quanto aproveitar a presena de oferta
de empregos e de acesso ao sistema de transporte para
"* #-
o de baixa renda e seu desenvolvimento.
Alm disso, s atividades urbanas j consagradas
%"*&)
do suporte as primeiras, reativando a dinmica destes
locais. s indstrias existentes, somam-se as atividades
de distribuio, logstica e armazenamento; ao comr-
cio tradicional, reas para estacionamento e alimenta-
o (bares, cafs e restaurantes). Ainda, para aproveitar
a posio central e a existncia de infraestrutura, h a
possibilidade de implantao de atividades paralelas e
complementares de educao, lazer e cultura, especial-
mente, centros universitrios e de pesquisa.
Abaixo: Mapa da Relao de Emprego e Renda. Distritos em verde so os que
possuem relao de emprego por habitante superior a 1,60. Essa uma caracterstica das
reas ao longo da Via Frrea e do Binmio Tamanduate-Avenida do Estado. Fonte: PITU
2025.
Abaixo direita: Mapa de Crescimento Populacional. Fica claro que os mecanismos
do mercado, que geram valorizao imobiliria, empurram cada vez mais a
populao para as reas perifricas. Todos os distritos centrais da Regio Metropolitana
possuem crescimento vegetativo negativo.42
-
POLTICA AMBIENTALO padro de ocupao industrial resultou numa
macia impermeabilizao do solo e praticamente ne-
nhuma arborizao. Isso fez com que essas regies apre-
sentassem a maior temperatura ambiente aparente no
)
-
centraes de poluentes de origem industrial e de vecu-
los da metrpole. Alm disso, elas no apenas produzem,
mas tambm recebem diariamente, devido orientao
dos ventos, grande quantidade de poluentes de outras
,56"#%-
das da regio do ABC.
%8"#&
6$.%&,
Tamanduate especialmente suscetvel a inundaes.
Conforme anlise de Neder9 $& "#6
5(
poluem com suas guas servidas e esgotos. Durante cem
anos, todos os aspectos que no diziam respeito utili-
zao abundante da gua para gerar eletricidade eram
$ ! )
podiam ser atendidos com relativa facilidade: abasteci-
mento de gua potvel, controle e preservao da quali-
dade dos mananciais, tratamento das guas residuais e
das inundaes, alm das polticas de saneamento am-
biental e sanitrio por indstrias e prefeituras passaram
por solues tcnicas que tornaram essas dimenses
8 %"# "# 6
$J.(
A necessidade de integrao entre o sistema de
$ !
$ )
localidades aplicada bacia urbanizadas leva irracio-
Ao lado: Temperatura de superfcie. Fonte: Atlas Ambiental do Municpio, 2000. As caractersticas histricas da ocupao
determinaram altas temperaturas nos bairros indstriais ao longo da ferrovia.
municpio, as vrzeas dos principais rios paulistanos se
$
produtoras de poluentes. Os volumes de trfego pesado
56%-
9 NEDER, Carlos. Cidade e cidados: 100 anos destruindo os rios paulistanos. Estudos
Avanados 17 (47) 2003, 147-152.
44
-
nalidade no investimento e na gesto dos sistemas territo-
riais-setoriais. A gesto dos sistemas setoriais a partir de
uma lgica predominantemente local d a iluso de que,
por tratar de diferentes setores convergindo para uma uni-
&%"#-
res. No entanto, isso no verdade se analisado luz da
funcionalidade dos sistemas setoriais em seu todo, no
em segmentos10.
A gesto dos recursos hdricos, incluindo o con-
%"#
%"%#$"#
1 & % )-
( 0 "* #
Q")
1 5 ) 8
"
&"-
%"
livres, restaurar ecossistemas, utilizar equipamentos pri-
%1(
Z$#[ZQXX_``
Q_VQk$"QX$
QQ
y++*Y$*
#;;
;
-
MOBILIDADE URBANA
H um vnculo entre as condies de mobilidade, a
renda e a existncia de zonas segregadas nas reas lin-
deiras das grandes infraestruturas urbanas de transporte.
Se a evoluo dos padres de produo e de consumo
"* "#
residente em uma dada rea da regio metropolitana, o
que, em geral, corresponde ao movimento das classes de
menor renda em direo periferia, o mesmo proces-
so que explica a ocupao das reas desvalorizadas nas
proximidades da via frrea, nas antigas zonas industriais
desocupadas e na baixada inundvel do Canal do Taman-
duate pela populao de menor renda. A relativa proximi-
dade a servios pblicos principalmente transporte de
massa coletivo e a zonas de emprego determina uma
condio tima para ocupao dos arredores do Ptio do
Pari por moradores de rua, existncia de cortios e outras
ocupaes irregulares, uma vez que essa rea tambm
no desperta interesse dos investimentos privados e do
mercado imobilirio. Ao mesmo tempo que o histrico de
investimentos pblicos e o processo de evoluo urba-
na do municpio levou ao deslocamento da populao de
baixa renda para a periferia, ele tambm contribuiu para
o empobrecimento da populao residente no centro da
cidade12.
Obviamente, a poltica relativa habitao no cen-
tro e ao desenvolvimento regional deve considerar a ma-
nuteno dessa populao, atravs de implantao de
Zonas Especiais de Interesse Social nesta regio13. Se a
relao entre baixo custo da terra e a presena de ser-
%" 1 "# -
ta rea. Nosso projeto, que busca expandir a condio
dos deslocamentos, tanto os locais, a partir das novas
12 MEYER, Regina; Grostein, Marta. So Paulo Metrpole, 2010. Pg 39.
13 So previstas no Plano Diretor Estratgico
do Municpio mltiplos permetros de ZEIS, tanto nas adjacncias do Ptio do Pari, quanto, de modo geral, ao longo do espao [
locais que apresentam essas problemticas.
Pgina ao lado: metr de Tokyo. Citado como um dos mais lotados do mundo tem 195 km de linhas para uma populao de 8 milhes e 300 mil, e comparativamente, em So Paulo, temos 62 km para uma populao de 10 milhes e 800 mil habitantes.
47
-
conexes propostas para a malha urbana, quanto aos
de carter metropolitano, a partir da implantao da rede
ampliada de transporte pblico, considera a implantao
de ZEIS inclusive como uma estratgia para permitir, su-
cessivamente, o remanejamento temporrio da popula-
o residente enquanto que os edifcios que hoje habitam
so paulatinamente reformados ou reconstrudos com a
tipologia habitacional adequada. Dessa forma, contem-
pla-se uma contrapartida pblica para as possibilidades
de desenvolvimento do capital privado possibilidatados
pela dinamizao desta rea. Focadas na mobilidade ur-
bana, as polticas de uso e ocupao do solo deveriam
induzir formao de uma cidade mais compacta e sem
vazios urbanos, onde a dependncia dos deslocamentos
motorizados fosse minimizada.
Ao lado: Mapa da rea de Abrangncia da Operao Urbana Lapa Brs, sem escala
Ao lado: Mapa dos Setores da Operao Urbana Moca-Vila Carioca, sem escala48
-
As propostas para ampliar a mobilidade incluem a
melhoria das caladas existentes, o aumento de traves-
sias e estruturao contnua e linear de espaos de conv-
%6$&%&
sua arborizao, implantao de mobilirio e de equipa-
1 % #
uso pblico de espaos privados nos lotes e a criao de
uma rede cicloviria, com faixas separadas da de trnsito
de veculos motorizados.
necessrio ampliar os investimentos em metr na
Regio Metropolitana de so Paulo: nos 15 anos foram
construdos, em mdia, 1,26 quilmetros ao ano, sendo
que atualmente a rede tem hoje 62,3 quilmetros de ex-
tenso entre suas 55 estaes. Dentre as grandes capi-
tais do mundo, a rede de metrs de So Paulo s maior
do que a de Buenos Aires, mas transporta quatro vezes
mais passageiros por quilmetro. O metr de So Pau-
lo chega a transportar quase dez passageiros por metro
quadrado, quando o aceitvel de quatro passageiros
e o tolervel seis. O Metr de Tquio, por exemplo, que
citado frequentemente como um dos mais lotados do
mundo, tem atualmente 195,1 quilmetros e 179 estaes
para uma populao menor do que a da capital paulista:
8 milhes 366 mil em Tquio contra 10 milhes 866 mil em
So Paulo14.
A poltica de transportes para a regio deve ser
pensada na forma de organizao de terminais e corre-
dores de nibus, na ampliao das estaes e linhas de
metr, na reorganizao do sistema de trens regionais e
de transporte de carga que passam por ali, no Ptio do
Acima: diferentes tipologias para ciclovias, nas cidades de Amsterdam, Hanghzou e Ultecht. Fonte: internet.
14 TCUrbes. Diretrizes e Propostas para o
desenvolvimento do Plano de Mobilidade Sustentvel de So Paulo. 2010. Citado na pg. 46.
49
-
Pari. A poltica de transportes deve levar consolidao
da proposta de mobilidade urbana, em que o Pari se tor-
na um dos ns desta rede enquanto que os projetos de
implantao dos sistemas de metr, nibus e novas vias
&,"#)-
nexes e a continuidade do espao.
Dentre as novas linhas de metr propostas, duas
passariam pela regio do Ptio do Pari, primeiro, uma linha
que vai do Campo belo Tancredo Neves (Guarulhos),
passando pela S, depois, uma estao junto ao Mercado
Municipal, Pari, Rua Silva Teles, Catumbi, atravessa o Rio
Tiet e segue em direo noroeste at Guarulhos; e, uma
segunda, que parte da Estao Pari, segue ao longo do
eixo das avenidas Celso Garcia e Amador Bueno at a
Avenida Nordestina, no bairro de So Miguel Paulista.
As estaes devem ser vistas como estruturas ur-
banas com papel articulador entre diferentes escalas: tan-
"*%,$")
da aglomerao urbana15. As intervenes na faixa entre
infraestruturas devem articular a escala dos espaos su-
,)
de transporte (estaes, paradas de nibus, corredores)
a serem implantados. Claramente, os equipamentos de
transporte urbano so os principais elementos preexisten-
tes a partir dos quais se pode pensar na evoluo das
condies urbansticas desejadas. Hoje, eles determinam
6%,%
enclaves territoriais16. A partir da percepo deste espa-
o, descontnuo, mas ao mesmo tempo, imerso na ques-
to urbano-regional, e dos fragmentos territoriais disper-
sos e desconexos surgem possibilidades de construo
(H%J%%-
"%.%,"#6
urbano as infraestruturas.
Abaixo: Mapa da rede futura metropolitana de transportes. Fonte internet.
15 FRANCO, Fernando. A construo do
caminho: a estruturao da metrpole a partir da construo tcnica das vrzeas e plancies
=#[{!"#$!"#
%@@!"y#_``W$"QQ`
e ss.
16+$%##
possibilidade de construo de novas territorialidades urbanas: a orla ferroviria
;#$!"#%@@!"
y#_``_;Q`W$
W`
-
O PTIO DO PARIO Ptio do Pari compreende um terreno de 140 mil
metros quadrados, onde funcionou, a partir de 1891, uma
rea para manobras e estocagem, com espaos neces-
srios para os servios de exportao de caf, que inclu-
am armazns, escritrios para despachantes, etc. Ape-
nas mais tarde (data no determinada) foi construda a
estao para embarque de pessoas.
Este terreno possui um enorme potencial para se
transformar num polo agregador para a regio central do
municpio. Em primeiro lugar, pela dimenso do terreno
numa zona central carente de terrenos vagos, o Ptio do
Pari uma grande rea pblica relativamente vazia. Em
segundo pela localizao estratgica: uma zona de tran-
sio entre reas dinmicas de comrcio, de produo
industrial, plo cultural e com grande oferta de infraes-
truturas (linhas de trem passando pelo interior do terreno,
Abaixo: Recorte Mapa Sara Brasil. Fonte Internet.
51
-
avenida de alta capacidade, terminal de nibus urbano
Parque Dom Pedro II, proximidade da marginal Tiet e
Terminal Rodovirio), mas que ao mesmo tempo tem pro-
ximidade com rea de populao de baixa renda (Zonas
Especiais de Interesse Social no Brs, Pari e Luz). Em
terceiro, para se contrapr ao processo predatrio das
intervenes mais recentes do Estado na regio central,
desde a demolio dos Edifcios So Vito e Mercrio at
o projeto Nova Luz.
+ "#J&
muito interessante: se encontra adjacente Zona Cere-
alista e ao plo de indstrias de confeces do Brs. Ao
mesmo tempo, est de frente para o Rio Tamanduate.
Perpendicularmente ao Tamanduate, o Ptio do Pari se
articula diretamente com a Estao da Luz, distante 800
metros em linha reta oeste. E paralelamente ao mesmo
rio, sentido sul, com o Palcio das Indstrias (a cerca de
500 metros), o Parque Dom Pedro e a Casa das Retortas.
Esta situao no perceptvel em sua condio atual,
murado, sem relao com o entorno.
Seu interior dividido aproximadamente na meta-
de pela faixa de trnsito de trens de aproximadamente
"#(
Ao norte, funciona de maneira praticamente ininterrupta
a Feira da Madrugada, concentrao de mais de seis mil
camels, que vendem principalmente vesturio. Alm do
espao da feira, h um enorme estacionamento de nibus
Acima: comrcio na Feira da Madrugada. Foto da autora.
direita: estacionamento de nibus na Feira da Madrugada. Foto da autora.
52
-
de viagem (aproximadamente para 400 veculos), forma
com que chegam comerciantes de todo o pas que vm
feira da madrugada comprar confeces para revend
-las no pas todo17.
Ao sul, os edifcios remanescentes da poca em
que o Ptio funcionava como rea de armazenamento de
carga e escritrios so ocupados por uma feira diria de
produtos hortifrutigranjeiros. A sada desta feira, junto ao
Largo do Pari, concentra caminhes de carga de verdu-
esquerda: bancas de verduras e frutas ocupando as reas externas dos edifcios remanescentes da Estao de Cargas do Pari. Foto da autora.
Ao lado: idntico anterior, mas na rea interna dos edifcios. Foto da autora.
17 SILVA, Silvana. A Feira da Madrugada
=;#^
cidade de So Paulo. Fonte internet: http://xiisimpurb2011.com.br/app/web/arq/trabalhos/f6b23fe8dd46ce10133589436e5cae24.pdf. Acessado em 18/11/2012.
ras, legumes e frutas, misturados ao trnsito constante
dos veculos de carga que so abastecidos pelo comr-
cio tpico da zona cerealista.
53
-
USO E OCUPAO DO SOLOA rea da Operao Urbana Lapa-Brs correspon-
de a partes dos permetros das antigas operaes urba-
nas Diagonal Norte, Diagonal Sul e Centro, incorporando
ainda a totalidade da Operao Urbana gua Branca.
Corresponde a uma nova etapa do planejamento urbano
no municpio, em que as aes que haviam sido abando-
nadas pelos governos anteriores so retomadas. Assim,
nessa etapa que se inicia nos ltimos dois anos, os estu-
dos passaram a ser feitos em torno de trs eixos princi-
pais: o Lapa-Brs, o Mooca-Vila Carioca e o Jacu-Psse-
go, cujos projetos foram licitados ao longo deste ano.
Como podemos ver pela planta abaixo, o Plano Di-
'&&
do Pari como uma Zona Mista de Alta Densidade (ZM 3a),
&6%.
6"#&6.6-
Pgina oposta: Mapa das Operaes Urbanas Previstas no Plano Diretor, Fonte: PDE 2002.
55
-
bilidade mnima 0,15 e sem gabarito mximo de altura,
conforme o Quadro 4 do Livro XXV do Plano regional da
Moca. Alm disso, parte deste terreno faz parte de uma
ZEIS-3 (ao norte), alm de outras ZEIS localizadas muito
prximas. O Ptio do Pari compreende, provavelmente, o
maior vazio urbano da rea central do municpio, situado
em local dotado de infraestrutura subutilizada, com poten-
cial para abrigar tanto his como promover a recuperao
dos edifcios existentes. Melhoria das infraestruturas, cria-
o de espaos pblicos, adensamento construtivo at o
ndice 4,0 e obteno de receita obtida com outorga one-
%"#$"#
de interesse social e equipamentos pblicos urbanos.
Diversos instrumentos urbansticos eram previstos
na regio: as operaes urbanas Centro, Diagonal Sul e
Celso Garcia, alm de diferentes permetros de reas de
Interveno Urbana do Parque Dom Pedro-Glicrio e do
Pari-Brs. O Plano Diretor previa ainda a implementao
do Programa de Reabilitao da rea Central Ao Cen-
tro PMSP/BID nas Subprefeituras Mooca e S, compre-
endendo na Subprefeitura Mooca os distritos: Pari, Brs,
Belm e Mooca, visando a recuperao do ambiente
urbano em especial das reas degradadas, por meio de
zeladoria especial; melhoria da circulao e dos transpor-
tes; recuperao da funo residencial; transformao do
"*),
8 #
segurana urbana e o fomento cultura (PRE Moca,
Art. 3.), alm da nfase, na manuteno das reas de
comrcio especializado, que se concentram nos Distritos
do Brs e Pari, para que adquiram qualidade ambiental
e paisagstica, tenham boa acessibilidade e no sejam in-
compatveis com os imveis residenciais prximos (PRE
Moca, Art. 4.). Todas estas condicionantes foram passa-
das ao trabalho, na hora de se determinar o uso ao qual
se destinaria o espao urbano ganho na interveno.
Todos esses instrumentos urbansticos Opera-
es Urbanas, reas de Interveno Urbana, permetros
de aplicao do Direito de Preempo visam inovar o
carter de uma poro do territrio urbano, permitindo a
aplicao de medidas de construo compulsria, tribu-
tao progressiva e urbanizao consorciada.
O projeto deve dar preferncia aos programas p-
blicos comrcio, servios e equipamentos no cho da
cidade, enquanto que as atividades privadas escrit-
$"#(+ -
resse em se compreender e se desenhar as dinmicas
"(#)"#-
vitalizao, como colocam as recentes iniciativas imposi-
tivas e excludentes, mas uma proposio, dentre milhares
de outras possveis, que busca atender s demandas so-
"#
espao urbano na rea central da metrpole.
Os servios pblicos constituem o suporte neces-
56
-
srio, em cada poro delimitada do espao, para expan-
so das atividades econmicas e reproduo bsica da
%,"#
,"#
(+ %,"#-
"&"#
elementos fsicos constitutivos. So estes elementos que
garantem a elevao das relaes de uso e os critrios
de valor, exigidos para a reproduo social neste espao
)
%%(
do projeto.57
-
PROJETO
-
LOCALIZAO DO PROJETO NA REGIO METROPOLITANA DE SO PAULO
N
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CP
TM
CPTM
CPT
M
CPTM
CPTM
CPTM
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CPTM
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CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
2,5 5 12,5 25(km)
61
-
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CP
TM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
PERMETRO DA OPERAO URBANA
LAPA BRS
N
2,5 5 12,5 25
62
-
REDE DE TRANSPORTES METROPOLITANOS PROJETADA
N
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CP
TM
CPTM
CPT
M
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
CPTM
1 2 5 10(km)
63
-
OPERAES URBANAS PREVISTAS
PELO PLANO DIRETOR ESTRATGICO 2002
Operao Urbana existente em 2002
Operao Urbana prevista em 2002
N
0,5 1 2,5 5(km)
64
-
PERMETRO PROPOSTO PARA A OPERAO URBANA LAPA-BRS
N
0,5 1 2,5 5(km)
65
-
ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL
ZEIS 1 - favelas e loteamentos precrios
ZEIS 2 - glebas e terrenos no ###H
+!##H>
##
N
0,5 1 2,5 5(km)
66
-
CORREDORES VERDES METROPOLITANO
N
0,5 1 2,5 5(km)
67
-
NOVA ORLA FLUVIAL DO TAMANDUATE
CANAIS EXISTENTES
N
12,5 25 62,5 125
68
-
SISTEMA DE PARQUES LINEARES E ESPAOS LIVRES
REAS VERDES ATUAIS
N
12,5 25 62,5 125
69
-
ligaes virias existentes
ruas atualmente interrompidas pela linha frrea
SISTEMA VIRIO ESTRUTURAL
ORGANIZAO VIRIA ATUAL
N
12,5 25 62,5 125
70
-
PATRIMNIO HISTRICO A PRESERVAR
Edifcios tombados
?^[
&>^#[
- edifcios a serem reformados e [#$
N
12,5 25 62,5 125
71
-
URBANISMO
H uma organizao metropolitana proposta ao
longo da avenida sobre a ferrovia. H uma estrutura in-
traurbana formada pela malha de ruas transversais aos
espaos desta faixa da antiga vrzea delimitada pela Via
Frrea. H uma modulao deste conjunto, momentos
singulares em que o eixo virio e o canal do Tamanduate
X%
paisagstico e ambiental, formando praas d`gua e um
parque urbano com equipamentos pblicos. O rio e a fer-
%(
Manuteno de usos de interesse metropolitano,
numa relao mais equilibrada entre as infraestruturas e o
tecido urbano adjacente. O enterramento da linha frrea,
j proposto na parcela norte (a partir do Brs) na Ope-
rao Lapa Brs, pode ser estendida ao longo da Ope-
rao Urbana Mooca-Vila Carioca, e at o ABC. Assim,
seria formado um enorme eixo virio, de carter urbano,
com usos metropolitanos, com predomnio de comrcio
e servios nos trreos e adensamento populacional nas
vias transversais.
Apropriao das diretrizes de arborizao pre-
sentes no plano da Operao Urbano Lapa-Brs: eixos
transversais marcados por vegetao de grande porte,
integrao das massas arbreas dos lotes e das vias,
% X J
das, eixo longitudinal (sobre sistema rebaixado) com ocu-
pao mais verticalizada e espaamento generoso entre
,$(
Alm disso, o carter proposto para a nova avenida proje-
tada, assim como para a recuperao do virio existente
e novos cruzamentos a arborizao massiva tanto nos
canteiros centrais de avenidas quanto dos passeios p-
72
-
Pgina oposta: imagens do padro de conexo de reas verdes e de espaos livres, propostos na apresentao da Operao urbana Lapa Brs. Fonte: internet.
blicos, das reas livres e das reas institucionais como
escolas, creches, entre outros.
Desenhar a cidade, com um olhar para a natureza,
considerando a paisagem. Corredores urbanos metropo-
litanos, praa de convvio organizada linearmente. Cala-
das cobertas, largo calado, densamente arborizado
uso pblico dos espaos privados. Ciclovia e transporte
no motorizado, usado tanto como lazer, mas como trans-
porte dirio urbano. Canteiro central, para organizao da
estrutura de nibus, pista exclusiva.
Paralelamente, propomos a recuperao dos edi-
% $ %&
quais poderiam sediar museus, espaos culturais e sedes
de instituies e companhias pblicas. Aproveitamento
da presena do transporte pblico de alta capacidade,
"#)5X
de pblico, contribuindo para a recuperao da diversi-
dade de usos e de usurios ao longo deste eixo.
Ao lado: Edifcios do patrimnio ferrovirio remanescentes no interior do Ptio do Pari.
Ao lado: Edifcios do patrimnio industrial abandonados em rea da AES Eletropaulo - Estao Eltrica Paula Souza - localizada na Avenida do Estado, de frente para o Ptio do Pari.
73
-
ENTERRAMENTO DA FERROVIA E ABERTURA DO SISTEMA VIRIOConforme o termo de referncia da Operao Lapa
-Brs, a nova avenida a ser implantada no atual leito ferro-
virio deve se caracterizar por:
Implantao de sistema virio de porte estrutural
nas reas liberadas pelo rebaixamento do sistema
sobre trilhos com caractersticas de Via Parque.
Essa via dever ter funo estrutural, no expressa,
com cruzamentos em nvel e, no mximo, 04 faixas
de rolamento por sentido. Os passeios devero ser
arborizados e ter largura superior a 8,0m. Dever
ser previsto uso lindeiro intenso e ciclovias18.
Considerando uma largura mdia de trs metros
por faixa de rolamento, mais um canteiro central de 1,20
m para acomodao dos pedestres atravessando a rua,
temos 25,20 m gastos apenas com a implantao das fai-
xas para veculos motorizados. Considerando que o leito
ferrovirio existente tem por volta de 40 m (variando de
trecho a trecho), sobrariam cerca de quinze metros para
implantao do passeio pblico.
Entendemos que, em primeiro lugar, as quatro fai-
xas de rolamento por sentido, num eixo virio da dimen-
so do proposto, se tornaria um sistema do tipo Estrutural
N3, ou seja, no mesmo padro das avenidas Paulista ou
Faria Lima, por exemplo (conforme documento Resoluo
SEMPLA/CTLU 23/2005). Se tornaria uma das ligaes
fundamentais entre as diferentes regies da cidade. Con-
forme o PDE,
Art. 111 - Nas vias da Rede Viria Estrutural a se-
18 SO PAULO (municpio), Secretaria
de Desenvolvimento Urbano. Operao Urbana Lapa-Brs. Termo de referncia para contratao de empresa ou consrcio de empresas para elaborao de estudos urbansticos e estudos complementares de subsdio formulao do projeto de lei da operao urbana consorciada. pg 23.
Ao lado. Mapa de linhas enterradas: Ferrovia, Metr e Av. do Estado. Croqui da autora.
75
-
prioritrias da disciplina do uso e ocupao do solo
das propriedades lindeiras.
Art. 112 - Para implantar novas vias estruturais ou
!"#-
$
%&''*+
da via estrutural proposta neste Plano, medidos a
partir do respectivo eixo da via.
Art. 113 - As prioridades para melhoria e implan-
tao de vias sero determinadas pelas necessi-
dades do transporte coletivo, pela complemen-
tao de ligaes entre bairros e pela integrao
entre os municpios da Regio Metropolitana, e
consolidadas no Plano de Circulao Viria e de
Transportes.19
Embora concordemos com o carter proposto para
% ) "#
%&6-
"#%-
,"#"%
#,(+)0%
0%>@$@-
?0%
Z^w##
%&^;@$
Xk
-
do Ptio do Pari, no exista problemas desse tipo, levaria
a uma diferenciao entre as caractersticas da avenida
neste trecho e nos demais. Assim, nossa proposta : duas
faixas de rolamento por sentido, separadas por canteiro
central para permitir plantao de rvores e garantir
conforto ambiental e sem faixas de estacionamento, ga-
rantindo uma ciclovia protegida e ampliando as caladas.
Entendemos tambm, que nesta avenida no faria
sentido uma faixa exclusiva de nibus, j que h um con-
junto de linhas de trem e metr passando ao longo da
mesma. O que imaginamos, que, ao longo da avenida,
alguns terminais urbanos podem ser implantados, espe-
cialmente nas conexes com estaes de trem e metr.
!"#-
xa de rolamento em cada sentido, para facilitar a entrada
e sada dos nibus nos terminais.
Alm da nova avenida a ser implantada, outro ele-
mento referenciador espacial em nosso projeto o Rio Ta-
(J%!)-
car seu entorno. O projeto de referncia Plano Urbanstico
do Parque Dom Pedro II20 j trabalhava como uma de suas
condicionantes de projeto, o enterramento da Avenida do
Estado no trecho em que esta passa ao longo do Parque
Dom Pedro II. Naturalmente, propomos, como soluo,
dar continuidade a esta via enterrada de trfego pesado
at ultrapassar a rea do Ptio do Pari. Assim, a via en-
terrada se iniciaria, ao sul, logo aps a interligao com o
77
-
se aproveitar a Rua da Cantareira que se interligar em
nvel com a nova avenida implantada. J na poro leste,
o mais lgico seria uma interligao entre os eixos das
ruas Canind-Joo Jacinto (ao norte do Ptio do Pari) e
Rua Santa Rosa-Avenida Mercrio (ao sul) atravs de uma
nova ligao a ser implantada paralelamente ao Taman-
duate, no interior de nossa rea de interveno.
%%%6
metros para implantao do Parque Linear do Tamanduate.
Esta via se inicia onde hoje termina a Rua Santa Rosa, junto
ao Largo do Pari e a Rua Paula Souza, ponto em que o par-
)%8,"8J
bado da Estao Pari e vai alargando at se encontrar com
a Rua Joo Jacinto, no cruzamento da Rua So Caetano.
HJ6)%(
Ao lado: Croquis de estudo. Desenvolvimento do parcelamento da gleba e estruturao da
nova malha viria.
elevado Leste-Oeste e terminaria, ao norte, no cruzamen-
to com a Rua Joo Teodoro.
No projeto da Fupam, os viadutos Vinte e Cinco de
Maro, Antonio Nakashima e Dirio Popular so suprimi-
dos, substitudos por elementos menos impactantes na
paisagem. Os cruzamentos do virio sobre o Tamandu-
ate, junto ao Ptio do Pari, so menos impactantes, no
necessitando demolies. Porm, enterrando-se o virio
6J
lao local, paralelos ao rio. No caso do Parque D. Pedro,
.%"#
sentidos de circulao das vias no eixo Rua das Filguei-
ras-Avenida Mercrio (a Leste do Tamanduate) e da Rua
Pedro II (a Oeste). J para se garantir esta circulao at
a Rua Joo Teodoro, na poro Oeste, a soluo seria
78
-
Alm disso, entendemos ser necessria a interliga-
o entre outras vias no sentido norte-sul, cruzando com a
nova avenida a ser implantada, por isso propomos outras
ligaes, aproximadamente correspondendo ao prolonga-
mento da Rua da Alfndega, na Zona Cerealista e da Rua
Camot, na ZEIS existente ao norte no Pari, alm de buscar
o prolongamento das ruas Oriente, Julio Ribeiro e Henri-
que Dias, a leste, na rea de comrcio popular no Brs .
Como proposto no termo de referncia da OUC,
todas essas vias transversais avenida principal tero
passeio com no mnimo 4m de largura. Como padro de
urbanizao, propomos ir alm dos dispostos no Decreto
Lei 45.094/2005, ou seja, garantir uma faixa de servio
permevel junto guia, como no mnimo 1,00 m, para
instalao da rede eltrica, bueiros e rebaixamento para
acesso de veculos, uma faixa de passeio livre com no m-
&8"*
sero implantadas bancas de jornal e revistas, telefones
pblicos, mobilirio urbano, local para mesas ao ar livre
(restaurantes, bares e cafs) e tambm arborizao cont-
nua, inclusive de grande porte (a partir de 10m de altura)
conforme a Portaria Intersetorial 05 SVMA-SIS/2002.
Dever ser garantida a interconexo entre os polos
de atrao e de circulao de pedestres e os equipamen-
tos coletivos no caso, a estao de metr e trem do Pari,
com travessias em nvel semaforizadas, e acessibilidade
universal (guias rebaixadas, sinalizao ttil). O dimensio-
namento dos passeios deve permitir um trfego confor-
tvel, considerando tanto o grande volume de pessoas
que circulam diariamente, tanto na rea de comrcio txtil
popular (Brs), quanto na Feira da Madrugada e na Zona
Cerealista, e que devero ser acentuados com a implan-
tao das HIS, edifcios de servio e comrcio e o polo
cultural do Pari.
A ciclovia dever ter 2,40 m, ser bidirecional e se-
gregada, tanto em relao faixa de circulao de pe-
Ao lado: Croqui de estudo. Corte da avenida principal, implantada sobre a via frrea. Dimensionamento das caladas, ciclovias, faixa de trfego, reas sombreadas e passeios arborizados.
79
-
Em nosso projeto, vemos a necessidade de se
ampliar esta faixa de inundao, aproveitando a faixa do
Tamanduate contgua ao Ptio do Pari. No trecho da in-
terveno, o Tamanduate recebe contribuio do Canal
Moringuinho que transporta parte dos volumes das cheias
canalizados sob o Vale do Anhangaba e desgua no Ca-
nal do Tamanduate na altura do Largo do Pari.
Este parque ajudaria a formar um anel verde no
centro da cidade, conectado com outros parques e reas
Pgina oposta: fotomontagem da interveno proposta no Parque Dom Pedro II, estudo sob coordenao do LUME(FAU-USP). Fonte: internet.
Ao lado: lagoas de reteno para drenagem na rea hoje ocupada pelo Terminal de nibus Pedro II, estudo sob coordenao do LUME(FAU-USP). Fonte: internet.
destres quanto da via de automveis, atravs de faixas
gramadas e arborizadas, mas em nvel com o passeio
pblico, de forma que o sistema de drenagem da rua no
afete a circulao do ciclista. Seu piso dever ser em cor
contrastante com o asfalto, especialmente nos cruzamen-
tos virios.
O projeto coordenado pelas professoras Meyer e
Grostein para o Parque Dom Pedro II compreendia uma
lagoa de reteno (ver imagem abaixo) que alm dos pro-
psitos de drenagem, poderia contribuir para a qualidade
da gua, funcionando como uma rea de tratamento difu-
5("#-
rio UNA Arquitetura, que participou do projeto:
A lagoa de drenagem tem neste plano um papel re-
parador e procura abrir caminho para uma nova pos-
tura na elaborao de projetos urbanos em So Pau-
lo. Atravs da lagoa o plano interpreta o parque em
chave urbanstica contempornea onde as questes
de meio ambiente oferecem uma oportunidade de
reverter danos causados por projetos pouco aten-
tos s relaes entre o processo de urbanizao e
natureza. Atravs da criao de uma infraestrutura
coerente que a lagoa de reteno, o plano retoma,
guardando os traos contemporneos do parque, a
funo da vrzea, criando um lugar de fruio e la-
zer nico no Centro da cidade de So Paulo.
81
-
verdes centrais, como o Parque D.Pedro II, a Colina His-
trica, Praa D. Jos Gaspar, Praa da Repblica, Largo
do Arouche, Praa Princesa Isabel e o Parque da Luz ga-
rantindo a expanso das reas verdes. Alm disso, contri-
buiria para o melhoramento das condies ambientais de
vrias formas, desde a minimizao das ilhas de calor at
na qualidade urbanstica, com a amenizao dos efeitos
-
abilizado. Esta revegetao das margens permitiria, alm
da proteo da rede hdrica estrutural, o estabelecimento
de interligaes entre reas de importncia ambiental e
criao de um corredor perimetral de conexo entre reas
verdes centrais.
O projeto considera a despoluio, pelo menos
parcial, do Tamanduate como uma prerrogativa da inter-
veno. Neste sentido, contempla-se que a total ligao
dos municpios do ABC ao sistema metropolitano e coleta
e tratamento de esgotos na Estao de Tratamento de es-
gotos do ABC alm do controle sobre os demais despejos
no trecho municipal do rio, ou ento, atravs da instala-
o de estaes compactas de tratamento qumico das
guas, alm do aproveitamento da lagoa de reteno pro-
posta para o Parqure D. Pedro e das reas inundveis nas
"#
difusa, de forma a garantir, se no o contato primrio das
pessoas com esta gua, ao menos, sua condio estti-
ca, a existncia de peixes, a no exalao de odores e
Ao lado: Rio Cheonggyecheon em Seul, Coria do Sul: o viaduto que cobria o rio
foi demolido e em seu lugar implantado um parque linear. Referncia de projeto para a
interveno no Canal do Tamanduate.
82
-
Ao lado e abaixo: Portland Harbour Drive (Portland-EUA) demolio da avenida e implantao de parque linear. Referncia de projeto para a interveno no Canal do Tamanduate.
a possibilidade de tratamento convencional dessa gua
para ser destinada limpeza pblica, rega de vegetao
e outros usos compatveis. Esta nova frente urbana garan-
tiria ainda uma ampliao das reas permeveis, recupe-
rando o papel natural da vrzea, que o componente de
drenagem do territrio.
83
-
PARQUE LINEAR
Pgina oposta. Linhas gerais do projeto de parque. Croqui da autora.
Acima. Trecho do parque linear, corte da nova avenida sobre a linha frrea. Croqui da autora.
+ ! ) %"#
cota da lmina dgua do Tamanduate junto ao Ptio do
Pari, em 717,00, marcando um desnvel de sete metros em
"#8)(
rea o canal do Tamanduate alargado de 16 para 37 me-
tros, ao longo do qual se desenvolve um passeio na cota
%&%(
O passeio em torno do canal aproveita as reas
ganhas onde hoje se situa a Avenida do Estado para de-
%% )8"*
6$(6
margem esquerda do Tamanduate mais estreita que a
)%&
meio de escadarias de degraus perpendiculares ao rio,
6"#(
em que essa largura mais ampla, um jogo de escadas
%&
)&,(
))-
&%6!8
-
Ao lado: exemplo de passarela para pedestres e veculos no motorizados, referncia para a
transposio do Parque Linear. Fonte: internet.
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86
-
Acima: Croquis de estudo para a organizao vertical dos plats, escadarias e circulaes ao longo do Canal do Tamanduate. Croqui da autora.
Ao lado: foto de projeto de refncia: Projeto Paselake Industrial Site, em Berlim, 2006. Fonte: topotek.de
extraordinrias, esse plat poderia tambm ser inundado,
mas sem extrapolar o nvel 724,00.
Aps uma primeira faixa mais larga de parque, a
norte da Avenida Senador Queiroz, a faixa inundvel es-
treitada ao se aproximar do edifcio da antiga estao de
cargas do Pari. Imagina-se que ele deve ser reformado e
ser aproveitado como espao cultural, assim como o edi-
fcio da antiga usina de energia (j citado) e o programa
deveria ser relacionado memria industrial e ferroviria
dessa regio, com espaos museolgicos, auditrio, ativi-
dades educacionais e reas de exposies temporrias.
A partir do edifcio, o parque se alarga novamente,
incorporando uma pista de skate no plat intermedirio e
com um passeio que se organiza ao longo de um dese-
nho de piso de formas geomtricas, intercalando materiais
permeveis e drenantes e faixas gramadas e arborizadas,
87
-
condizentes com a necessidade de reteno de guas
pluviais. Alis, o jogo de formas geomtricas intercalando
pisos drenantes e faixas ajardinadas uma constante ao
)(0$-
$1)
diferentes plats do parque e com o calado da rua peri-
metral e da Rua So Caetano e que, assim como a rea de
%"#$%(
Na rea mais larga central ao parque so propostos
dois edifcios institucionais, um primeiro destinado a uma
escola de grande dimenso, que deve servir aos residen-
$
resultante da urbanizao do Ptio do Pari e a implanta-
o das ZEIS no entorno. O segundo edifcio prev um
programa de atividades culturais e esportivas, sendo os
principais uma piscina na cobertura, uma grande biblio-
"1(0
seguir o padro dos programas desenvolvidos nos edi-
fcios do SESC, mas distinto desses por ser um equipa-
1-
vavelmente no mbito da Secretaria de Cultura), e no por
&(
Enquanto a escola foi pensada paralela nova rua
implantada no permetro do parque, de forma a facilitar
seu acesso dirio pela populao, o edifcio cultura foi
pensado imerso no parque, paralelo ao canal alargado
(-
-
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-
TIPOLOGIA DOS EDIFCIOS
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Croqui da autora.
O projeto de ocupao das quadras buscou va-
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?$
-
Abaixo: corte esquemtico de estudodas visuais. Croqui da autora.
cientemente larga para permitir uma relao harmoniosa
com esses edifcios altos. J nas ruas transversais so
propostos edifcios mais baixos em que a altura vai dimi-
nuindo conforme se aproximam da malha consolidada no
"*X
quatro andares.
Os edifcios voltados para o parque linear tambm
possuem gabarito alto, para permitir a viso de cima de
todo a interveno. Nas esquinas so propostas torres de
"*!-
das sobre o Canal do Tamanduate.
Tentamos desenvolver uma diversidade tipolgica
para as torres, de forma que as plantas de cada edifcio
so diferentes, adaptando-as singularidade de cada
quadra de geometria irregular. Assim, gerada uma volu-
.%!(%.
agudos das esquinas das quadras irregulares propomos
que os edifcios possuam um corte, chanfrando a volume-
tria e ampliando a rea pblica das esquinas.
6?&!
Rua Monsenhor de Andrade, em que atualmente exis-
. [ !
-
Ao lado: estudo de organizao dos edifcios formando ptio centrais s quadras. Croqui da autora.
de galerias comerciais, onde sero remanejadas as lojas
hoje existentes. A quadra de esquina com a Rua So Ca-
etano um pavilho retangular abrigar os estandes que
hoje formam a Feira da Madrugada.
J no extremo sul do terreno, a frente para a Zona
Cerealista, propomos a ocupao do subsolo de duas
quadras pelo terminal urbano.
-
TERMINAL INTERMODAL DE TREM, METR E NIBUS+!"#"#
%1.%
"# "*
@,?&(
-
96
-
Figuras ao lado: croquis de estudo para a Estao Intermodal do Pari. Da esquerda para a direita: corte longitudinal; implantao, nvel da rua; primeiro subsolo, garagens; ltimo subsolo, garagens, interligao entre os acessos dos dois lados da avenida; #Z=#;;>
>w#"&\>Z
;>&$w##$
anteriormente, e no ngulo interno deste cruzamento a rea
que comtempla as instalaes necessrias, considerando
os acessos estao nos nveis trreos dos edifcios.
No nvel do primeiro subsolo desta quadra im-
plantado um terminal urbano para as linhas de nibus
que servem, a partir do Terminal Pari, a regio Leste mais
prxima. Do terminal, os nibus podem seguir atravs da
Rtula Central modernizada, atingindo outros corredores
de nibus sem ter que penetrar a rea central da cidade.
O acesso ao terminal se faz atravs de uma grande es-
cadaria entre as rampas de acesso aos nibus (que tm
inclinao de 12%), que se do em uma praa rebaixada,
onde podem ser instalados comrcio de alimentos e ou-
tros, tpicos de terminais urbanos. Por esse nvel tambm
$&8"#(>w#;
cotas de chegada dos tneis da CPTM ;;>
estaes histricas do Brs e da Luz) e do &w#[;>#>
#H>#
os tneis.Croqui da autora.
97
-
TIPOLOGIA DAS ZEIS
Nas demais reas habitacionais propostas (ZEIS),
propomos uma tipologia bsica, de forma a aproveitar ao
&6 % -
rantindo assim o maior nmero de unidades habitacionais
possvel. A lgica funcional extrapolou aqui a lgica formal;
%
barras horizontais de at quatro andares de forma a no
necessitarem de elevadores, diminuindo o custo da obra
e torres verticais, com elevadores e caixa de escadas
centrais, para evitar gastos com circulao horizontal.
"*%.%
comrcio, servios locais e reas de estacionamentos, evi-
tando a escavao de subsolos. Em cada quadra se prev
ao menos um equipamento de uso coletivo, como creches
e ambulatrios, alm de continuar o padro de arborizao
e das caladas previstas para o restante do projeto.
Pgina oposta. Zeis localizadas junto linha frrea e a vrzea do Rio Tamanduate. Croqui da autora.
>;Z
mximos de aproveitamento em zeis.
Ao lado: exemplo de modelos volumtricos de para aplicao de zeis no centro.
99
-
PROJETO DO PARQUE
-
412
9
10
15
17
18 18
17 17
9
B
B
C
CD
102
-
PARQUE
IMPLANTAO
N
12,5 25 62,5 125
1
2
7
8
5
6 6
3
10
11
14
14 109
18
LEGENDA
1 Edifcio cultural/ esportivo2 Edifcio escolar3 Edifcio proposto Senac4 Edifcio histrico proposto Sesc5 Nova avenida projetada6 Faixa de pedestres em nvel7 Deque elevado nvel rua8 Mezanino edif escolar nvel rua9 Bloco de quadras10 ParquinhoQQ
12 Skate13 Relgio sol14 Bloco de sanitrios + bicicletrio15 Tenda16 Edifcio Eletropaulo a serem mantidos17 Edifcio histrico proposta reutilizao museus18 Passarelas de pedestres19 Esplanada
19
A
A
D
103
-
3B
B
C
CD
104
-
PARQUE
IMPLANTAO NVEL 117,50
N
12,5 25 62,5 125
LEGENDA
1 Projeo de deque elevado_
!
(>;
W
2
14 45
55
A
A
D
105
-
2B
B
C
CD
106
-
PARQUE
IMPLANTAO NVEL 720,5
N
12,5 25 62,5 125
LEGENDA
1 Projeo edifcio escolar2 Projeo edifcio proposto Senac
4 Escadas acesso trreo5 Rampas acesso trreo
1
3
4
4
5
A
A
D
107
-
Imagens de modelo fsico com estudo de volumetria dos edifcios para o parque.
108
-
109
N
25 50 125 250
PARQUE
NVEIS DE INUNDAO
-
plat inferior beira rio
rio tamanduate plat inferior e intemedirio
edifcio cultural/ esportivo
deque elevado e escada acesso parque
rio tamanduate e passarela de pedestres
plat inferior beira rio
plat intermedirio deque elevado
110
-
PARQUE
CORTE AA +
APROXIMAOES
edifcio escolar e mezanino
calado rua projetada e enterramento da avenida do estado
gabarito de edifcios propostos
escada acesso parque passarela pedestres
2,5 5 12,5 25
1 2 5 10
111
-
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRO
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
tenda - conjunto esportivo plat inferior e intemedirio
edifcio hitrico eletropaulo
quadras e edifcio cultural/ esportivo em vista
rio tamanduate e passarela pedestres em vista
deque inferior- beira rio
deque intermedirio ciclovia
-
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PARQUE
CORTE BB +
APROXIMAOES
edifcio escolar em vista calado rua projetada e enterramento da avenida do estado
gabarito de edifcio propostoskaterampas acesso parque
quadras e edifcio escolar em vista
rampas de acesso ao parque passarela de pedestres
2,5 5 12,5 25
1 2 5 10
-
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRO
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OD
UC
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praa seca vista passarela pedestres trreo e plat intermedirio
edifcio histrico proposto Sesc
vista bloco de quadrasrua projetada e enterramento da avenida do estado
espelho d`gua
deflexo do corte
-
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PARQUE
CORTE CC +
APROXIMAOES
rua projetada + CPTM + METRO escada acesso parque
passarela de pedestres
rampas acesso parque passarela de pedestres
edifcio cultural/ esportivo
rua projetada escada acesso parque
edifcio cultural/ esportivo
2,5 5 12,5 25
1 2 5 10
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
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deque elevadorua projetada + CPTM + METRO escada acesso parque
rampas acesso parque edifcio cultural/ esportivo
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
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OD
UC
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PARQUE
CORTE CC (CONTINUAO)+
APROXIMAOES
anfiteatro caladorua projetadaescada acesso parque
anfiteatropassarela de pedestres nvel trreo e plat intermedirio
2,5 5 12,5 25
1 2 5 10
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRO
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PRO
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OD
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plat inferior beira rio
rio tamanduate plat intermedirio conjunto sanitrios e bicicletrio
praa plat inferiorbeira rio
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRO
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PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRO
DU
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N A
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EDU
CA
TION
AL PR
OD
UC
T
PARQUE
CORTE DD
edifcio histrico proposto Sesc calado rua projetada e enterramento da avenida do estado
gabarito de edifcios propostoscalado
2,5 5 12,5 25
-
120
N
PARQUE
APROXIMAES DA IMPLANTAO
25 50 125 250
IMPLANTAO
1
2
3
4
5
LEGENDA
Bloco sanitrios pblicos 1Bicicletrio 2
Ciclovia 3Plat intermedirio 4Praa plat inferior 5
2,5 5 12,5 25
-
121
N
PARQUE
APROXIMAES DA IMPLANTAO
LEGENDA
1 Rio Tamanduate2 Passarela de pedestres3 Plat inferior beira rio4 Plat intermedirio5 Ciclovia6 Portaria
1
3
4
2
6
5
LEGENDA
1 Quadra poliesportiva2 Bloco sanitrios pblico3 Bicicletrio4 Parquinho
2
3
4
1
2,5 5 12,5 25
-
122
N
PARQUE
APROXIMAES DA IMPLANTAO
LEGENDA
Nvel trreo 1Acesso ao parque via rua projetada 2
Nvel intermedirio 3Nivel inferior 4
2
1
3
4
LEGENDA
Rua projetada 1Rampa de acesso ao parque via rua
projetada 2Deque elevado3
Escada de acesso ao parque 4Passarela de pedestres 5
1
24 3
5
2,5 5 12,5 25
-
123
PROJETO DO URBANISMO
-
124
N
URBANISMO
IMPLANTAO
LEGENDAParque 1
Acesso terminal urbano 2Rua projetada sobre Avenida do
Estado (enterrada) 3Edifcio escolar 4
12,5 25 62,5 125
1
2
1
4
-
125
URBANISMO
ELEVAO E MODE-LOS VOLUMTRICOS
Imagem acima: elevao edifcios vistos a partir do parque.
Imagem ao lado: fotos modelo volumtrico com proposta para Z]$
(escala vlida para o corte no topo da pgina)
12,5 25 62,5 125
-
126
-
PROJETO DO EDIFCIO ESCOLAR E DO EDIFCIO CULTURAL/ ESPORTIVO
-
PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT
PRO
DU
CED
BY
AN
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EDIFCIO ESCOLAR
IMPLANTAO E PLANTA
IMPLANTAO/ MEZANINOLEGENDA
Mezanino 1Projeo edifcio escolar 2
Escadas acesso edificio escolar 3Rampas acesso parque 4
3
3
42
1
PAVIMENTO 1LEGENDA
Sala leitura 1Sala informtica 2
Administrao 3Bloco sanitrios administrao 4
Salas de aula 5Bloco sanitrios alunos 6
Uso multiplo 7Auditrio 8
1
2
53
4
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N
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TEDIFCIO ESCOLAR PLANTAS
PAVIMENTO 3LEGENDA
1 Espao multiesportivo2 Quadra poliesportiva3 Bloco sanitrios alunos4 Ptio coberto
PAVIMENTO 2LEGENDA
1 Sala leitura2 Sala informtica3 Administrao4 Bloco sanitrios administrao 5 Salas de aula 6 Bloco sanitrios alunos 7 Uso multiplo 8 Auditrio
1
2
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4
6
7
8
32
11
4
COBERTURALEGENDA
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