patio do pari - proposta urbanistica e projeto

151
proposta urbanística e projeto ana beatriz palma urushima orientador: marcos acayaba Pátio do Pari

Upload: ana-palma

Post on 26-Mar-2016

221 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

proposta urbanistica e projeto

TRANSCRIPT

  • proposta urbanstica e projetoana beatriz palma urushima orientador: marcos acayaba

    Ptio do Pari

  • proposta urbanstica e projetoana beatriz palma urushima orientador: marcos acayaba

    Ptio do Pari

  • Agradeo ao meu orientador Marcos Acayaba pelas conversas e conselhos preciosos e aos profes-sores convidados Alexandre Delijaicov e Eduardo Fer-roni por aceitarem fazer parte desta banca.

    meus pais Lisie Palma e Pedro Urushima (in memoriam) pois sem eles no teria chegado at aqui.

    Ao meu querido Larcio que me ajudou nos mo-

    s minha amigas Patrcia, Dora e Tamires, pela

  • O homem deve compreender que precisa agir na sociedade transformando a gruta numa casa, a soleira da casa em ponte para cruzar o

    rio, e o outro lado do rio em outra casa Paulo Mendes da Rocha

  • APRESENTAO13 Caminhos do Projeto

    17 A Operao Urbana Lapa-Brs

    21

    25 Implantao da Linha Frrea e a Ocupao da Vrzea

    29 Expanso da Cidade ao Longo da Vrzea e da Linha Frrea

    DIAGNSTICO37 Politica Urbana

    43 Poltica Ambiental

    47 Mobilidade Urbana

    51 O Ptio do Pari

    55 Uso e Ocupao do Solo

    PROJETO

    61 Mapas

    72 Urbanismo

    75 Enterramento da ferrovia e abertura do sistema virio

    85 Parque linear

    91

    95

    99

    101 Projeto do parque

    123 Projeto do urbanismo

    127 Projeto do edifcio escolar e do edifcio cultural/esportivo

    137 !"#

    148 BIBLIOGRAFIA

    NDICE

  • APRESENTAO

  • CAMINHOS DO PROJETO

    $ "#

    %"#&&

    #'#

    ()*

    $!

    !&-

    $!)-

    (

    +##

    $"#"#

    ,"#""*.-

    ,"#

    )%%(0"#

    "#

    & .

    ! 1 %&% ) %

    Na pgina ao lado: vista do Ptio do Pari.

    !"#$%$

    1&'()(*!+$

    2010: pg. 14.

    13

  • do planejamento urbanstico. Meyer e Grostein apontam

    para uma crtica pertinente relativa aos mtodos e, so-

    bretudo, aos resultados alcanados pelo planejamento e

    pelos projetos urbanos mal formulados em So Paulo: so

    obras pblicas realizadas sem vinculao com as anli-

    ses e planos estabelecidos dentro das metas de desen-

    volvimento urbano1.

    Trabalhos recentes, apontados por estas autoras,

    tm considerado as reas centrais a partir das transfor-

    maes no setor produtivo da economia, que afetam a

    distribuio das atividades na superfcie deste territrio

    uma problemtica central, e na qual o Ptio do Pari est

    inserido e do qual participa. As reas centrais, por esta

    anlise, competem com os demais territrios da cidade

    no que diz respeito dinmica de investimentos, tanto p-

    blicos quanto privados. A cidade contempornea parte

    de um processo de transformao rpida e profunda, o

    que torna a necessidade de se atuar sobre o territrio ur-

    %%%(

    !.56#

    territrio, atravs da anlise de sua organizao urbana, o

    que gera uma postura crtica em relao aos descaminhos

    pelos quais passam o planejamento e o desenho urbano.

    A partir das rupturas, quebras e descontinuidades, descor-

    tinam-se as possibilidades de atuao do arquiteto neste

    espao e, assim, de superao do quadro vigente. O proje-

    to urbano no deve ser visto como um produto derivado do

    planejamento onde os seus impactos supostamente obe-

    decem a uma lgica pr-estabelecida nos objetivos do pla-

    no. Cabe arquitetura abandonar a posio passiva diante

    do plano urbano podendo at mesmo redirecion-lo. Da

    mesma forma, o plano no apenas um referencial terico

    a ser utilizado na ao projetual, mas deve ser interpretado,

    convergindo para a prancheta as dinmicas econmicas e

    produtivas e a organizao dos elementos constitutivos da

    metrpole contempornea, e assim, pensar nas possibili-

    dades de transformao futura deste espao.

    Acima: enchente na Maginal do Rie Tiet. Fonte: internet.

    Pgina oposta: vias locais interditadas, h poucas transposies na linha frrea. Fonte:

    foto da autora.

    14

  • O projeto urbano contemporneo deve ser entendi-

    do como um fator de transformao do quadro em curso.

    Ele deve se basear na organizao de diversos elemen-

    tos em diferentes escalas; na estrutura metropolitana; na

    interpretao das dinmicas econmica, social, tcnica e

    7"*&8-

    posio; e em aspectos da multidisciplinaridade da me-

    trpole contempornea. Tais aspectos foram observados

    nos eixos estruturais paulistanos organizados ao longo

    6%&56$%&

    %%(.-

    $9

    Ptio do Pari. Toda interveno neste espao deve consi-

    %"#$-

    1-

    %%$

    qual a atividade industrial tem papel fundamental e quais

    os novos programas funcionais que se deseja adotar.

    0)%8-

    es fundamentais que amparam a vida urbana. Trata-se

    %"#

    $(

  • A OPERAO URBANA LAPA-BRSO marco inicial deste trabalho foi a leitura e apre-

    enso do programa da Operao Urbana Lapa-Brs. A

    ementa publicada pela Prefeitura de So Paulo2 para lici-

    tao dos estudos referentes Operao Urbana possui

    um conjunto de dados e de idias de interveno que dis-

    >)

    proposta aqui apresentada.

    Ao lado de algumas das propostas dessa ementa

    de licitao cuja discusso no cabe a este trabalho a

    "#%

  • &!"#)

    que o poder pblico possui prioridade na aquisio des-

    tas terras no momento em que seu proprietrio, no caso,

    a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, desejar comer-

    cializar. Com isso, numa eventual incorporao, ele no

    ! %

    construturas e agentes imobilirios e incorporadoras, uma

    %,)J

    %.!"#

    sua ocupao.

    Alm destas questes, um terceiro elemento basilar

    em nossa anlise corresponde percepo de que o P-

    tio do Pari o estabelece uma relao simblica no interior

    do territrio urbano de So Paulo. O Patio do Pari se situa

    no cruzamento de dois eixos infraestruturais de importn-

    cia metropolitana, que so a linha frrea e o binmio Ave-

    nida do Estado-Canal do Tamanduate, mas que, cada um

    56

    locais, cortando o territrio em quatro reas que no se

    comunicam. Estes elementos urbanos representam fratu-

    ,"#

    ""#

    que o habitam, assim como entre a populao e estas

    estruturas e os servios urbanos que elas propiciam.

    Curiosamente, este local vividamente ocupado,

    todos os dias, ainda que de maneira informal. No interior

    do Ptio do Pari ocorre diariamente a feira popular co-

    nhecida como Feira da Madrugada. Uma apropriao co-

    letiva, esta feira mostra a possibilidade e a necessidade

    de um desenvolvimento participativo e produtivo destas

    reas intersticiais da cidade, que se desenrole mesmo na

    ausncia das condies fsicas ideais e sem o suporte

    das instalaes necessrias para evento de tal porte. De-

    vemos pensar em um urbanismo que se estrutura na pro-

    cura de solues formais para as necessidades locais, as

    dinmicas e mutaes na cidade.

    Seguindo esta lgica, nossa proposta buscaria

    subverter a condio atual, tornando esse cruzamento

    uma localizao diferenciada, a ligao entre dois eixos

    ordenadores da reestruturao da linha frrea e da vrzea

    do Tamanduate, vistos, agora, como vetores de transfor-

    "#)"#"%, J

    ciais, reordenao das lgicas territoriais discordantes e

    de ligao entre tecidos desagregados.

    #)$%

    incluir uma viso mais ampla dos processos urbanos exis-

    tentes. Por um lado, estender essa proposta ao longo de

    todo o eixo, uma vez que a precariedade dos espaos e

    a diferenciao entre localizaes vizinhas no so exclu-

    sividade da rea central ou do trecho da Operao Urba-

    na Lapa-Brs, mas sim uma constante ao longo da linha

    frrea e da plancie dos rios. A forma de se estruturar e

    de se pensar esse espao deveria ser estendida para as

    demais reas ao longo deste vetores, uma proposta ao

  • Pgina oposta, ao lado e abaixo: Dissertao de Mestrado de Alexandre Delijaicov. Recortes. Projeto urbano: as solues ;
  • menos terica, j que, devido escala do projeto, no se-

    ria possvel contemplar neste trabalho. Ainda, demandou

    a observao de aspectos histricos da ocupao do stio

    urbano e da vrzea e uma compreenso mais ampla de

    )"#

    social destas reas pela cidade e a forma como historica-

    mente foram construdos estes eixos infraestruturais.

    A partir dessas observaes, buscamos desenvol-

    ver as possibilidades abertas por um projeto destas di-

    menses, ensejando novas conexes e, assim, valorizar

    as relaes entre esses elementos ordenadores do espa-

    o e sua escala local. Como objetivo, nossa soluo de

    !%%-

    raes da paisagem, recuperar certas caractersticas am-

    bientais da vrzea e ocupar vividamente esses espaos,

    resgatando a dimenso cotidiana das relaes sociais.

    Ao lado. Feira da Madrugada, ocupao popular permanente. Fonte: internet.

    20

  • GEOGRAFIA E TERRITRIO0 # ,

    %

    " 5%

    "#3( -

    J%J J

    6%&%&,

    QWJX0%-

    $

    X(0%.

    #)*W).(

    #%$

    56J"#)

    0%%$X(

    +0,,0Y%)

    #"#-

    ;>!?

    @!"#$%HHK!

    QVWX$YZ;

    >;;

    >$;>

    #[?[[Z

    \#>

    >Z$

    3>Z]?

    ^;#>

    K!HH$)>

    ?#!"#$

    _``X;$kX#w#$

    21

  • Z

    ##>!"#$yw#

    faixa do territrio entre a Linha Frrea e o >#?$w##$

    ";y>;$

    %>?;_```$

    4>w#

    =#;K#$

    >#"{

    ;>;>>

    ;!>>

    w#{>($

    __

  • principais. Nota-se que a margem esquerda dos canais do

    Tamanduate e do Pinheiros so preferenciais para a esca-

    %"#

    acentuadas, enquanto a margem direita4 do mesmo se ca-

    ,"#

    aluviais mais amplas. A situao oposta no rio principal da

    Bacia, o Tiet, que tem sua frente de escavao voltada para

    a margem direita e margem de deposio a esquerda.

    +[5XX$-

    XJ

    assim, como plancies aluviais formadas por um plat princi-

    pal, sujeito a inundaes peridicas, e um plat secundrio,

    inundado em situaes excepcionais. Esta ampla faixa de

    vrzea restou livre de ocupao urbana durante muitos anos,

    de modo que foi aproveitada para a implantao da ferrovia

    entre meados do sculo XIX e incio do sculo XX.

    23

  • IMPLANTAO DA LINHA FRREA E A OCUPAO DA VRZEAOs substanciais investimentos operados na rea

    central de So Paulo, ao longo de sua histria, no pro-

    piciaram as transformaes almejadas pelo conjunto

    da sociedade. Este processo pode ser analisado sobre

    duas vises complementares: a primeira, a partir da an-

    !*#

    so guiadas pelo desenvolvimento da cidade, mas pela

    lgica do investimento imobilirio; a segunda, de cunho

    urbanstico, mostra que a ausncia de um plano regio-

    99,)

    sua consistncia.

    A deteriorao do tecido urbano nas reas centrais

    adjacentes ferrovia e aos fundos de vale decorre das

    caractersticas localistas das intervenes pblicas e

    privadas neste territrio. A multiplicidade de pequenas

    intervenes neste local no foram pensadas e projeta-

    das a partir de uma abordagem global, garantidas pelo

    planejamento integral do territrio.

    O posicionamento dos eixos ferrovirios foi determi-

    nado pela insero da rota cafeeira, a conexo do Porto

    de Santos com o Planalto Paulista. As linhas de trem foram

    ,"# 1

    todo o estado de So Paulo. O desenho das estradas de

    ferro concntrico radial, tem So Paulo como n dos

    tramos axiais, de onde eram direcionados para o litoral.

    + 6 "#

    plancies do Tiet e do Tamanduate foi aproveitado para

    a implantao dos trilhos da Estrada de Ferro Central do

    Brasil (EFCB) na rea da cidade de So Paulo.

    A implantao da rede ferroviria paulista aproveitou

    a existncia de terrenos disponveis, baratos, contnuos e

    relativamente amplos nas plancies aluviais do sistema h-

    Pgina oposta: lavadeiras s margens do Rio Tamanduate na regio da Vrzea do Carmo. 1910. Fonte secundria: MEYER, GROSTEIN, 2010.

    25

  • drico, partindo da regio de So Paulo para o interior, para

    implantar a malha de trilhos em paralelo aos principais rios,

    inaugurando o irreversvel processo de construo das

    vrzeas como espao habitvel(FRANCO, 12).

    O primeiro trecho da ferrovia Santos-Jundia foi im-

    plantado em 1864 a travessia da Serra do Mar e, em

    1867, j estava totalmente concluda (LEITE, 64). A econo-

    mia colonial e a monocultura do caf foram fundamentais

    para o crescimento econmico e populacional registrado

    por So Paulo a partir das ltimas dcadas do sculo XIX.

    O respaldo da elite paulista foi fundamental, neste per-

    Ao lado: Carta das Estradas de Ferro da Provincia de S. Paulo. Ao longo da via frrea

    foram se formando cidades, vilas e ncleos urbanos nas paradas do trem. Fonte internet.

    Ao lado: Estradas de Ferro. A malha ferroviria paulista no incio do sculo XX. As [#;Z

    $!"#(>

    destauqe, em vermelho. Fonte internet.

    26

  • odo, ao instalar o monoplio da passagem do caf por

    So Paulo, atravs do controle ferrovirio, de forma que

    apenas a So Paulo Railway podia operar o trecho de So

    Paulo at o Porto de Santos, freando todas as tentativas

    de construo de novas rotas ferrovirias que alcanas-

    sem a Serra do Mar (LEITE:30).

    0 "# % 5%

    . }} . }}

    enorme transformao deste territrio, o alijando de sua

    condio natural. Historicamente, a Vrzea do Carmo era

    uma regio com incidncia regular de inundaes e, por

    isso, sua ocupao se d de forma tardia, em relao s

    outras reas de irradiao do centro da cidade. Todavia,

    no processo de crescimento da cidade, os arrabaldes do

    6$.

    %-

    tante inundao. A ocupao deste vale se caracteriza por

    ser meramente tcnica e funcional, ou seja, no se orientou

    as formas de organizao espacial, estando descolada de

    qualquer propsito de estruturao intra-urbana e de orde-

    nao dos assentamentos e de sua relao com a urbani-

    ,"#68%&,(

    planos e desocupados, foram os que melhor acomodavam

    esta funo urbana, com menor custo e investimento.

    As primeiras obras de canalizao, em sua poro

    central, se encerram em 1914, com a inaugurao do Par-

    que Dom Pedro II. A forma de atuao do poder pblico so-

    bre esse local, como se no o reconhecesse como territrio

    urbanizado, mas como local de passagem, onde prevale-

    ciam interesses econmicos relacionados com as indstrias

    e as ferrovias, determinando o processo de segregao

    dos espaos entre rio e ferrovia. A infraestruturao des-

    "$

    as relaes subjetivas e afetivas que se do sobre ele: as

    "*

    humanas que nele incidem.

    Ao lado: As primeiras locotivas a vapor e a construo da estao atual da Luz, inaugurada em 1901. A estao original data de 1867. Fonte: internet.

    Abaixo: Trabalhadores da SPR posam junto mquina no ptio do Pai em 1910. Fonte: O Malho, 18/11/1910.

    27

  • Ao lado: A passagem do Tamanduate pela cidade de So Paulo, desde meados do

    sculo XIX ao incio do sculo XX.Mais direita: Obras de canalizao do

    Tamanduate nas primeiras dcadas do sculo XX. Fontes: internet.

    28

  • EXPANSO DA CIDADE AO LONGO DA VRZEA E DA LINHA FRREA

    A expanso da aglomerao urbana ocorreu atra-

    vs do espraiamento da ocupao ao longo das colinas,

    da implantao de indstrias e de bairros operrios ao

    longo da orla ferroviria, bem como a superposio de

    reticulados de glebas localizadas entre os espiges e

    %( 0 "# "*

    X,"# J

    por Juergen Langenbuch. A partir da localizao des-

    tas estaes foram implantados bairros operrios asso-

    ciados s plantas industriais, especialmente nos locais

    mais prximos ao centro, como Barra Funda, Pari e Brs.

    Porm, este processo se repetiu, ainda que com menos

    nfase, no restante da rea urbana. As proximidades das

    "*%*

    Pirituba, Osasco, Lapa, Ipiranga, Vila Prudente, Sacom,

    Utinga, So Caetano, Santo Andr e Mau. Nessas reas

    mais distantes, as paradas se tornaram o ponto central

    a partir dos quais se formaram aglomerados urbanos.

    %[.

    anos 40 pelo menos, na localizao das estaes de

    % )

    nos bairros.

    Como apontam Meyer, Grostein e Biderman5, a

    organizao radio-concntrica da atual estrutura viria

    metropolitana fruto de trs determinantes diferentes:

    & -

    paciais e funcionais existentes no territrio paulista; em

    " 6# 6 -

    camente a relao entre avenidas diametrais e sistemas

    radiais centrais e o impacto do sistema virio municipal

    6 7.

    condicionado pelos eixos de expanso econmica a par-

    5 Meyer, Grostein e Biderman (2004), pg 74.

    29

  • tir dos anos 40 ao longo das rodovias, o traado axial da

    infraestrutura regional.

    A estruturao da malha viria da regio central da

    cidade foi o objetivo dos projetos de Ulha Cintra e de

    Prestes Maia, a partir dos anos 40, em que eram aprovei-

    tados os terrenos vazios nos vales entre as colinas cen-

    trais para implantao de uma malha rodoviria de maior

    capacidade estruturando eixos de crescimento da aglo-

    merao. Propunham a organizao deste sistema por

    meio de um anel formado por avenidas largas circundan-

    do o centro histrico, articulando as artrias radiais que

    acessariam as diferentes regies da cidade.

    Assim, a partir dos anos 50 do sculo passado,

    ocorre a consolidao do sistema rodovirio como novo

    elemento orientador da expanso metropolitana, processo

    em que so formados novos complexos industriais levan-

    do mudana no padro de distribuio da populao.

    Estas transformaes so abordadas j nos anos

    70 no estudo clssico de Langebuch6, que aponta os

    novos vetores de expanso urbana existentes ao longo

    dos eixos rodovirios. Conforme o estudo, foram forma-

    dos novos subcentros urbanos, caracterstica decorrente

    do deslocamento dos investimentos para zonas oeste e

    sudoeste, resultando numa urbanizao precria nas de-

    mais reas. Assim, aparece um novo fator de induo da

    urbanizao: deixava de ser o emprego industrial, organi-

    zado ao longo da ferrovia, e passava a ser o assentamen-

    to residencial das classes de alta renda. Indicativo de um

    novo ciclo de deslocamentos e de desconcentrao de

    funes, com realocao dos investimentos pblicos, no-

    tadamente na rea que Meyer e Grostein chamam de qua-

    drante sudoeste. Para estas autoras, a dissociao entre

    o processo de expanso urbana e a oferta de transporte

    pblico a principal caracterstica do espao metropolita-

    no, determinado por este processo acima analisado.

    O espraiamento da rea urbanizada em So Paulo

    Acima: Localizao das indstrias em 1914, !"#$YZ

    industrial ao longo da Via Frrea, especialmente nos bairros do Brs e do Pari.

    Fonte internet.

    Pgina ao lado: Parque dom Pedro II, aps >w#Z;Z$Y

    {$QVW$%

    #%(*_``W$

  • sria a execuo de avenidas de maior porte, ligando os

    bairros e as regies da cidade, ento o poder pblico se

    voltou para os fundos de vale, onde havia maior facilida-

    de para implantao das vias. A alterao da vrzea est

    8"#(-

    so se inicia com a canalizao do Tamanduate, como j

    citamos anteriormente, e continuaria ainda na primeira

    metade do sculo XX, por exemplo, com a abertura das

    Avenidas Nove de Junho e 23 de Maio, seguindo o Plano

    Prestes Maia. Conforme Meyer, Grostein e Biderman7 este

    .%

    a trs fatos conjunturais: a necessidade de realizao de

    Acima: Avenidas perimetrais, Plano de Avenidas, 1930.

    Ao lado: Permetro de irradiao, Ulhoa Cintra, 1924.

    Fonte: internet.

    Pgina oposta, acima: Espao da rea de =#$>

    de Trens, na rego Brs.

    ";[#

    de vale, ano 2001.

    7 Meyer, Grostein e Biderman, op cit, 86.

    6##$##Z

    )!"#$%#Z+{)QVXQ$

    se deu por meio de um conjunto de loteamentos e abertura

    de avenidas sem maior planejamento. Observando esse

    X

    massa sobre pneus em detrimento dos transportes sobre

    $)%5

    intraurbanos, os quais vo desde a (des)organizao do

    traado virio at a questo da especulao imobiliria e

    "#(

    O sistema virio principal obedece claramente s

    &(0

    altas das colinas e plancies foram repartidas e loteadas,

    formando um tecido fragmentado . Quando se fez neces-

    32

  • aes de saneamento ambiental, a viabilidade de gran-

    des desapropriaes nestas reas tanto em relao ao

    &)9

    disponibilidade de recursos federais pela poltica de sa-

    neamento bsico em grandes cidades.

    Sucessivamente, os trechos seguintes do rio Taman-

    duate foram canalizados nos anos 40 (do Ipiranga ao Sa-

    com) e anos 70 e 80 (de So Caetano a Santo Andr). Esta

    "#!)

    ocupados por indstrias, comrcio e servios grande por-

    te (estacionamentos das empresas de nibus municipais,

    "# %!(

    poro do territrio foi ocupada pelos espaos da ferrovia,

    pelos espaos dos automveis e por espaos destinados

    a grandes equipamentos urbanos e indstrias. As vrzeas

    tornaram-se espaos de passagem, no de permanncia.

    Trataremos agora das potencialidades e possibilida-

    !&

    polticas pblicas para o Centro e regio, voltadas para

    a questo da vulnerabilidade social de sua populao, a

    questo da mobilidade urbana e a questo ambiental, en-

    tre outras, a partir das quais so alinhados o programa de

    !(

    33

  • DIAGNSTICO

  • POLTICA URBANAA escassez de investimentos pblicos na estrutura-

    o e consolidao urbana do territrio o principal fator

    que gera a segregao urbana. Mesmo considerando as

    %*"

    o Tamanduate e a Linha Frrea, estes no foram capazes

    de, por si s, garantirem a qualidade desse espao. Este

    %"#56

    de mercadorias atravs deste espao, por trem, caminho

    %#)"#-

    na em seu interior. Estes grandes sistemas de circulao e

    6,"*

    -

    tanos, mas sem organizar o espao pelo qual passa, frag-

    mentando a cidade e sem ao menos articular este espao

    com o acesso infraestrutura nele instalada.

    A via frrea implantada no tabuleiro plano demar-

    cado pela rea de inundao original dos rios Tiet e Ta-

    manduate uma barreira entre os territrios adjacentes

    8(0,"#.

    %%6-

    tentes. Entre os bairros tradicionais nas colinas e patama-

    res intermedirios do territrio Alto da Lapa, Pompia,

    Mooca, Ipiranga, Vila Prudente e a ocupao industrial

    &90&?6@

    Barra Funda, Pari, Brs, Henry Ford se aglutinaram duas

    estruturas desconectadas. O espraiamento radial a partir

    das colinas interrompido, abruptamente, dando lugar a

    uma ocupao organizada em uma retcula formada por

    quadras de tamanho muito maior que o tpico da cidade.

    Hoje, ferrovias, canalizaes e avenidas marginais

    #) (

    +&%6[

    Pgina ao lado: Foto do centro de So Paulo, w#[>;Z

    ordenado pelas ltimas gestes. Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/18/Centro_Antigo_de_So_Paulo,_Brasil_-_by_Lucas.jpg

    37

  • afasta a possibilidade de existir habitao e vida urbana

    beira rio.

    Os processos de transformao urbana se desdo-

    bram a partir das condies de acessibilidade proporcio-

    "#%&(

    0%%#-

    %9 "

    6)

    9#"*)-

    % [

    urbana do entorno.

    0"#[%-

    %,#

    8,"#"(-

    $$,"#-

    &".&)!

    Ao lado: Fluxo de veculos comerciais com 4 ou mais rodas no eixo traseiro. HMD (1968),

    Fonte secundria: FRANCO:2005.>>;;=#

    camines e veculos de carga pela cidadae, j nos anos 60, decorrente da lgica de expanso urbana e da localizao das

    atividades produtivas, ao longo dos eixos rodovirios principais.

    38

  • a lgica monofuncional destes bairros. Hoje, com a ob-

    solescncia do patrimnio fabril e ferrovirio atrelado

    vrzea, restou disponvel um grande estoque imobilirio.

    A apropriao urbana deste territrio um dos objetivos

    do planejamento territorial do municpio. A existncia de

    infraestrutura nestes espaos condio preexistente

    permite uma rpida viabilizao de sua ocupao com

    "#(

    #,

    & ) " -

    caes subutilizadas em locais dotados de infraestrutura

    (ZEIS-3).

    As polticas urbanas devem levar em considerao

    as macrodimenses que envolvem as desigualdades so-

    ciais, as quais incluem a distribuio de renda, o nvel de

    emprego e de riqueza, os servios pblicos oferecidos

    (como sade e educao), as redes sociais de coopera-

    o, o servio de assistncia social, segurana pblica,

    Ao lado: Mapa funcional de So Paulo, Dep. de Urbanismo de So Paulo, 1955. Fonte secundria: FRANCO:2005.Esta imagem imostra como, em meados do sculo XX, as regies ao longo da So Paulo Raiway j haviam se tornado monofuncionais, com hegemonia de ocupao industrial.

    39

  • ))*

    relativas urbanizao, tanto qualitativos quanto quanti-

    tativos, dos espaos, dos edifcios, das ruas e dos equi-

    pamentos pblicos.

    O centro de So Paulo uma rea que espelha

    5-

    pao dos espaos pblicos, com a justaposio de di-

    ferentes interesses econmicos privados, os quais tm

    frum privilegiado no mbito das representaes polticas

    do municpio. fato que os interesses na valorizao das

    Ao lado: Concentrao industrial em 1997. MEYER, GROSTEIN, 2004.

    reas centrais tem por principal objetivo, concretamente,

    ganhos econmicos decorrentes das atividades imobili-

    rias e das incorporaes e construes vislumbradas.

    Desta forma, as polticas urbanas propostas pela

    atual gesto na prefeitura claramente exarcebam as

    questes sociais existentes. Exemplos so a demolio

    nos edifcios Mercrio e So Vito, para os quais j haviam

    projeto de reforma, e o qual resultou no remanejamento de

    sua populao e no pagamento de indenizaes, assim

    como o Projeto Nova Luz, que no possui um programa

    40

  • 0 6 12 18

    Quilmetros

    Domiclios com renda domiciliar de 20 ou mais salrios mnimos

    Em %

    Distritos

    At 10,00De 10,01 a 20,00De 20,01 a 30,00De 30,01 a 45,0045,01 e mais

    Ao lado: imagens das condies precrias no entorno do Ptio do Pari. Fotos da Autora

    A cima: Concentrao de renda em So Paulo. Fonte: SP2040. Nota-se que o ndice de renda na poro leste da regio central - {"!)

    H>

    ;^>{>#;$

    claro sobre o futuro dos atuais comerciantes e habitantes,

    mas que conta com parceiros econmicos (multinacio-

    nais), ao mesmo tempo em que passa a tratar a questo

    de moradores de rua e de usurios de droga como um

    caso de polcia. Uma das consequncias destes proje-

    tos o afastamento da populao de baixa renda existen-

    )"#9

    indireta da populao de baixa renda devido atuao do

    Estado, seja atravs da violncia policial ou de reformas

    9!%(

    Na rea do Ptio do Pari, deve-se estabelecer es-

    tratgias que garantam a incluso econmica, poltica,

    cultural e social de sua populao, ao mesmo tempo em

    que se desenvolva qualitativamente as caractersticas ur-

    bansticas de seu entorno. A aplicao do direito de pre-

    empo e a implantao de habitao de interesse social

    tornam-se elementos-chave deste processo. Deve-se sa-

    nar o problema estrutural de mobilidade deste local, divi-

    %

    pelo binmio avenida expressa-canal de drenagem.

    As polticas de descentralizao da prestao de

    servios, desconcentrao participativa e as polticas de

    %,"# 5 %

    atendimento focalizado das demandas sociais gerando

    impulsos para expulso da populao de baixa renda do

    centro. O baixo investimento, tanto em polticas na rea

    da sade, educao e assistncia social, quanto em ur-

    41

  • banizao, como a falta de manuteno do calamento,

    asfalto e praas, a carncia de equipamentos culturais e

    a ausncia de projetos habitacionais no centro so parte

    deste mesmo processo. No entanto, est claro que fun-

    damental garantir a manuteno da populao atualmen-

    te residente, tanto quanto aproveitar a presena de oferta

    de empregos e de acesso ao sistema de transporte para

    "* #-

    o de baixa renda e seu desenvolvimento.

    Alm disso, s atividades urbanas j consagradas

    %"*&)

    do suporte as primeiras, reativando a dinmica destes

    locais. s indstrias existentes, somam-se as atividades

    de distribuio, logstica e armazenamento; ao comr-

    cio tradicional, reas para estacionamento e alimenta-

    o (bares, cafs e restaurantes). Ainda, para aproveitar

    a posio central e a existncia de infraestrutura, h a

    possibilidade de implantao de atividades paralelas e

    complementares de educao, lazer e cultura, especial-

    mente, centros universitrios e de pesquisa.

    Abaixo: Mapa da Relao de Emprego e Renda. Distritos em verde so os que

    possuem relao de emprego por habitante superior a 1,60. Essa uma caracterstica das

    reas ao longo da Via Frrea e do Binmio Tamanduate-Avenida do Estado. Fonte: PITU

    2025.

    Abaixo direita: Mapa de Crescimento Populacional. Fica claro que os mecanismos

    do mercado, que geram valorizao imobiliria, empurram cada vez mais a

    populao para as reas perifricas. Todos os distritos centrais da Regio Metropolitana

    possuem crescimento vegetativo negativo.42

  • POLTICA AMBIENTALO padro de ocupao industrial resultou numa

    macia impermeabilizao do solo e praticamente ne-

    nhuma arborizao. Isso fez com que essas regies apre-

    sentassem a maior temperatura ambiente aparente no

    )

  • centraes de poluentes de origem industrial e de vecu-

    los da metrpole. Alm disso, elas no apenas produzem,

    mas tambm recebem diariamente, devido orientao

    dos ventos, grande quantidade de poluentes de outras

    ,56"#%-

    das da regio do ABC.

    %8"#&

    6$.%&,

    Tamanduate especialmente suscetvel a inundaes.

    Conforme anlise de Neder9 $& "#6

    5(

    poluem com suas guas servidas e esgotos. Durante cem

    anos, todos os aspectos que no diziam respeito utili-

    zao abundante da gua para gerar eletricidade eram

    $ ! )

    podiam ser atendidos com relativa facilidade: abasteci-

    mento de gua potvel, controle e preservao da quali-

    dade dos mananciais, tratamento das guas residuais e

    das inundaes, alm das polticas de saneamento am-

    biental e sanitrio por indstrias e prefeituras passaram

    por solues tcnicas que tornaram essas dimenses

    8 %"# "# 6

    $J.(

    A necessidade de integrao entre o sistema de

    $ !

    $ )

    localidades aplicada bacia urbanizadas leva irracio-

    Ao lado: Temperatura de superfcie. Fonte: Atlas Ambiental do Municpio, 2000. As caractersticas histricas da ocupao

    determinaram altas temperaturas nos bairros indstriais ao longo da ferrovia.

    municpio, as vrzeas dos principais rios paulistanos se

    $

    produtoras de poluentes. Os volumes de trfego pesado

    56%-

    9 NEDER, Carlos. Cidade e cidados: 100 anos destruindo os rios paulistanos. Estudos

    Avanados 17 (47) 2003, 147-152.

    44

  • nalidade no investimento e na gesto dos sistemas territo-

    riais-setoriais. A gesto dos sistemas setoriais a partir de

    uma lgica predominantemente local d a iluso de que,

    por tratar de diferentes setores convergindo para uma uni-

    &%"#-

    res. No entanto, isso no verdade se analisado luz da

    funcionalidade dos sistemas setoriais em seu todo, no

    em segmentos10.

    A gesto dos recursos hdricos, incluindo o con-

    %"#

    %"%#$"#

    1 & % )-

    ( 0 "* #

    Q")

    1 5 ) 8

    "

    &"-

    %"

    livres, restaurar ecossistemas, utilizar equipamentos pri-

    %1(

    Z$#[ZQXX_``

    Q_VQk$"QX$

    QQ

    y++*Y$*

    #;;

    ;

  • MOBILIDADE URBANA

    H um vnculo entre as condies de mobilidade, a

    renda e a existncia de zonas segregadas nas reas lin-

    deiras das grandes infraestruturas urbanas de transporte.

    Se a evoluo dos padres de produo e de consumo

    "* "#

    residente em uma dada rea da regio metropolitana, o

    que, em geral, corresponde ao movimento das classes de

    menor renda em direo periferia, o mesmo proces-

    so que explica a ocupao das reas desvalorizadas nas

    proximidades da via frrea, nas antigas zonas industriais

    desocupadas e na baixada inundvel do Canal do Taman-

    duate pela populao de menor renda. A relativa proximi-

    dade a servios pblicos principalmente transporte de

    massa coletivo e a zonas de emprego determina uma

    condio tima para ocupao dos arredores do Ptio do

    Pari por moradores de rua, existncia de cortios e outras

    ocupaes irregulares, uma vez que essa rea tambm

    no desperta interesse dos investimentos privados e do

    mercado imobilirio. Ao mesmo tempo que o histrico de

    investimentos pblicos e o processo de evoluo urba-

    na do municpio levou ao deslocamento da populao de

    baixa renda para a periferia, ele tambm contribuiu para

    o empobrecimento da populao residente no centro da

    cidade12.

    Obviamente, a poltica relativa habitao no cen-

    tro e ao desenvolvimento regional deve considerar a ma-

    nuteno dessa populao, atravs de implantao de

    Zonas Especiais de Interesse Social nesta regio13. Se a

    relao entre baixo custo da terra e a presena de ser-

    %" 1 "# -

    ta rea. Nosso projeto, que busca expandir a condio

    dos deslocamentos, tanto os locais, a partir das novas

    12 MEYER, Regina; Grostein, Marta. So Paulo Metrpole, 2010. Pg 39.

    13 So previstas no Plano Diretor Estratgico

    do Municpio mltiplos permetros de ZEIS, tanto nas adjacncias do Ptio do Pari, quanto, de modo geral, ao longo do espao [

    locais que apresentam essas problemticas.

    Pgina ao lado: metr de Tokyo. Citado como um dos mais lotados do mundo tem 195 km de linhas para uma populao de 8 milhes e 300 mil, e comparativamente, em So Paulo, temos 62 km para uma populao de 10 milhes e 800 mil habitantes.

    47

  • conexes propostas para a malha urbana, quanto aos

    de carter metropolitano, a partir da implantao da rede

    ampliada de transporte pblico, considera a implantao

    de ZEIS inclusive como uma estratgia para permitir, su-

    cessivamente, o remanejamento temporrio da popula-

    o residente enquanto que os edifcios que hoje habitam

    so paulatinamente reformados ou reconstrudos com a

    tipologia habitacional adequada. Dessa forma, contem-

    pla-se uma contrapartida pblica para as possibilidades

    de desenvolvimento do capital privado possibilidatados

    pela dinamizao desta rea. Focadas na mobilidade ur-

    bana, as polticas de uso e ocupao do solo deveriam

    induzir formao de uma cidade mais compacta e sem

    vazios urbanos, onde a dependncia dos deslocamentos

    motorizados fosse minimizada.

    Ao lado: Mapa da rea de Abrangncia da Operao Urbana Lapa Brs, sem escala

    Ao lado: Mapa dos Setores da Operao Urbana Moca-Vila Carioca, sem escala48

  • As propostas para ampliar a mobilidade incluem a

    melhoria das caladas existentes, o aumento de traves-

    sias e estruturao contnua e linear de espaos de conv-

    %6$&%&

    sua arborizao, implantao de mobilirio e de equipa-

    1 % #

    uso pblico de espaos privados nos lotes e a criao de

    uma rede cicloviria, com faixas separadas da de trnsito

    de veculos motorizados.

    necessrio ampliar os investimentos em metr na

    Regio Metropolitana de so Paulo: nos 15 anos foram

    construdos, em mdia, 1,26 quilmetros ao ano, sendo

    que atualmente a rede tem hoje 62,3 quilmetros de ex-

    tenso entre suas 55 estaes. Dentre as grandes capi-

    tais do mundo, a rede de metrs de So Paulo s maior

    do que a de Buenos Aires, mas transporta quatro vezes

    mais passageiros por quilmetro. O metr de So Pau-

    lo chega a transportar quase dez passageiros por metro

    quadrado, quando o aceitvel de quatro passageiros

    e o tolervel seis. O Metr de Tquio, por exemplo, que

    citado frequentemente como um dos mais lotados do

    mundo, tem atualmente 195,1 quilmetros e 179 estaes

    para uma populao menor do que a da capital paulista:

    8 milhes 366 mil em Tquio contra 10 milhes 866 mil em

    So Paulo14.

    A poltica de transportes para a regio deve ser

    pensada na forma de organizao de terminais e corre-

    dores de nibus, na ampliao das estaes e linhas de

    metr, na reorganizao do sistema de trens regionais e

    de transporte de carga que passam por ali, no Ptio do

    Acima: diferentes tipologias para ciclovias, nas cidades de Amsterdam, Hanghzou e Ultecht. Fonte: internet.

    14 TCUrbes. Diretrizes e Propostas para o

    desenvolvimento do Plano de Mobilidade Sustentvel de So Paulo. 2010. Citado na pg. 46.

    49

  • Pari. A poltica de transportes deve levar consolidao

    da proposta de mobilidade urbana, em que o Pari se tor-

    na um dos ns desta rede enquanto que os projetos de

    implantao dos sistemas de metr, nibus e novas vias

    &,"#)-

    nexes e a continuidade do espao.

    Dentre as novas linhas de metr propostas, duas

    passariam pela regio do Ptio do Pari, primeiro, uma linha

    que vai do Campo belo Tancredo Neves (Guarulhos),

    passando pela S, depois, uma estao junto ao Mercado

    Municipal, Pari, Rua Silva Teles, Catumbi, atravessa o Rio

    Tiet e segue em direo noroeste at Guarulhos; e, uma

    segunda, que parte da Estao Pari, segue ao longo do

    eixo das avenidas Celso Garcia e Amador Bueno at a

    Avenida Nordestina, no bairro de So Miguel Paulista.

    As estaes devem ser vistas como estruturas ur-

    banas com papel articulador entre diferentes escalas: tan-

    "*%,$")

    da aglomerao urbana15. As intervenes na faixa entre

    infraestruturas devem articular a escala dos espaos su-

    ,)

    de transporte (estaes, paradas de nibus, corredores)

    a serem implantados. Claramente, os equipamentos de

    transporte urbano so os principais elementos preexisten-

    tes a partir dos quais se pode pensar na evoluo das

    condies urbansticas desejadas. Hoje, eles determinam

    6%,%

    enclaves territoriais16. A partir da percepo deste espa-

    o, descontnuo, mas ao mesmo tempo, imerso na ques-

    to urbano-regional, e dos fragmentos territoriais disper-

    sos e desconexos surgem possibilidades de construo

    (H%J%%-

    "%.%,"#6

    urbano as infraestruturas.

    Abaixo: Mapa da rede futura metropolitana de transportes. Fonte internet.

    15 FRANCO, Fernando. A construo do

    caminho: a estruturao da metrpole a partir da construo tcnica das vrzeas e plancies

    =#[{!"#$!"#

    %@@!"y#_``W$"QQ`

    e ss.

    16+$%##

    possibilidade de construo de novas territorialidades urbanas: a orla ferroviria

    ;#$!"#%@@!"

    y#_``_;Q`W$

    W`

  • O PTIO DO PARIO Ptio do Pari compreende um terreno de 140 mil

    metros quadrados, onde funcionou, a partir de 1891, uma

    rea para manobras e estocagem, com espaos neces-

    srios para os servios de exportao de caf, que inclu-

    am armazns, escritrios para despachantes, etc. Ape-

    nas mais tarde (data no determinada) foi construda a

    estao para embarque de pessoas.

    Este terreno possui um enorme potencial para se

    transformar num polo agregador para a regio central do

    municpio. Em primeiro lugar, pela dimenso do terreno

    numa zona central carente de terrenos vagos, o Ptio do

    Pari uma grande rea pblica relativamente vazia. Em

    segundo pela localizao estratgica: uma zona de tran-

    sio entre reas dinmicas de comrcio, de produo

    industrial, plo cultural e com grande oferta de infraes-

    truturas (linhas de trem passando pelo interior do terreno,

    Abaixo: Recorte Mapa Sara Brasil. Fonte Internet.

    51

  • avenida de alta capacidade, terminal de nibus urbano

    Parque Dom Pedro II, proximidade da marginal Tiet e

    Terminal Rodovirio), mas que ao mesmo tempo tem pro-

    ximidade com rea de populao de baixa renda (Zonas

    Especiais de Interesse Social no Brs, Pari e Luz). Em

    terceiro, para se contrapr ao processo predatrio das

    intervenes mais recentes do Estado na regio central,

    desde a demolio dos Edifcios So Vito e Mercrio at

    o projeto Nova Luz.

    + "#J&

    muito interessante: se encontra adjacente Zona Cere-

    alista e ao plo de indstrias de confeces do Brs. Ao

    mesmo tempo, est de frente para o Rio Tamanduate.

    Perpendicularmente ao Tamanduate, o Ptio do Pari se

    articula diretamente com a Estao da Luz, distante 800

    metros em linha reta oeste. E paralelamente ao mesmo

    rio, sentido sul, com o Palcio das Indstrias (a cerca de

    500 metros), o Parque Dom Pedro e a Casa das Retortas.

    Esta situao no perceptvel em sua condio atual,

    murado, sem relao com o entorno.

    Seu interior dividido aproximadamente na meta-

    de pela faixa de trnsito de trens de aproximadamente

    "#(

    Ao norte, funciona de maneira praticamente ininterrupta

    a Feira da Madrugada, concentrao de mais de seis mil

    camels, que vendem principalmente vesturio. Alm do

    espao da feira, h um enorme estacionamento de nibus

    Acima: comrcio na Feira da Madrugada. Foto da autora.

    direita: estacionamento de nibus na Feira da Madrugada. Foto da autora.

    52

  • de viagem (aproximadamente para 400 veculos), forma

    com que chegam comerciantes de todo o pas que vm

    feira da madrugada comprar confeces para revend

    -las no pas todo17.

    Ao sul, os edifcios remanescentes da poca em

    que o Ptio funcionava como rea de armazenamento de

    carga e escritrios so ocupados por uma feira diria de

    produtos hortifrutigranjeiros. A sada desta feira, junto ao

    Largo do Pari, concentra caminhes de carga de verdu-

    esquerda: bancas de verduras e frutas ocupando as reas externas dos edifcios remanescentes da Estao de Cargas do Pari. Foto da autora.

    Ao lado: idntico anterior, mas na rea interna dos edifcios. Foto da autora.

    17 SILVA, Silvana. A Feira da Madrugada

    =;#^

    cidade de So Paulo. Fonte internet: http://xiisimpurb2011.com.br/app/web/arq/trabalhos/f6b23fe8dd46ce10133589436e5cae24.pdf. Acessado em 18/11/2012.

    ras, legumes e frutas, misturados ao trnsito constante

    dos veculos de carga que so abastecidos pelo comr-

    cio tpico da zona cerealista.

    53

  • USO E OCUPAO DO SOLOA rea da Operao Urbana Lapa-Brs correspon-

    de a partes dos permetros das antigas operaes urba-

    nas Diagonal Norte, Diagonal Sul e Centro, incorporando

    ainda a totalidade da Operao Urbana gua Branca.

    Corresponde a uma nova etapa do planejamento urbano

    no municpio, em que as aes que haviam sido abando-

    nadas pelos governos anteriores so retomadas. Assim,

    nessa etapa que se inicia nos ltimos dois anos, os estu-

    dos passaram a ser feitos em torno de trs eixos princi-

    pais: o Lapa-Brs, o Mooca-Vila Carioca e o Jacu-Psse-

    go, cujos projetos foram licitados ao longo deste ano.

    Como podemos ver pela planta abaixo, o Plano Di-

    '&&

    do Pari como uma Zona Mista de Alta Densidade (ZM 3a),

    &6%.

    6"#&6.6-

    Pgina oposta: Mapa das Operaes Urbanas Previstas no Plano Diretor, Fonte: PDE 2002.

    55

  • bilidade mnima 0,15 e sem gabarito mximo de altura,

    conforme o Quadro 4 do Livro XXV do Plano regional da

    Moca. Alm disso, parte deste terreno faz parte de uma

    ZEIS-3 (ao norte), alm de outras ZEIS localizadas muito

    prximas. O Ptio do Pari compreende, provavelmente, o

    maior vazio urbano da rea central do municpio, situado

    em local dotado de infraestrutura subutilizada, com poten-

    cial para abrigar tanto his como promover a recuperao

    dos edifcios existentes. Melhoria das infraestruturas, cria-

    o de espaos pblicos, adensamento construtivo at o

    ndice 4,0 e obteno de receita obtida com outorga one-

    %"#$"#

    de interesse social e equipamentos pblicos urbanos.

    Diversos instrumentos urbansticos eram previstos

    na regio: as operaes urbanas Centro, Diagonal Sul e

    Celso Garcia, alm de diferentes permetros de reas de

    Interveno Urbana do Parque Dom Pedro-Glicrio e do

    Pari-Brs. O Plano Diretor previa ainda a implementao

    do Programa de Reabilitao da rea Central Ao Cen-

    tro PMSP/BID nas Subprefeituras Mooca e S, compre-

    endendo na Subprefeitura Mooca os distritos: Pari, Brs,

    Belm e Mooca, visando a recuperao do ambiente

    urbano em especial das reas degradadas, por meio de

    zeladoria especial; melhoria da circulao e dos transpor-

    tes; recuperao da funo residencial; transformao do

    "*),

    8 #

    segurana urbana e o fomento cultura (PRE Moca,

    Art. 3.), alm da nfase, na manuteno das reas de

    comrcio especializado, que se concentram nos Distritos

    do Brs e Pari, para que adquiram qualidade ambiental

    e paisagstica, tenham boa acessibilidade e no sejam in-

    compatveis com os imveis residenciais prximos (PRE

    Moca, Art. 4.). Todas estas condicionantes foram passa-

    das ao trabalho, na hora de se determinar o uso ao qual

    se destinaria o espao urbano ganho na interveno.

    Todos esses instrumentos urbansticos Opera-

    es Urbanas, reas de Interveno Urbana, permetros

    de aplicao do Direito de Preempo visam inovar o

    carter de uma poro do territrio urbano, permitindo a

    aplicao de medidas de construo compulsria, tribu-

    tao progressiva e urbanizao consorciada.

    O projeto deve dar preferncia aos programas p-

    blicos comrcio, servios e equipamentos no cho da

    cidade, enquanto que as atividades privadas escrit-

    $"#(+ -

    resse em se compreender e se desenhar as dinmicas

    "(#)"#-

    vitalizao, como colocam as recentes iniciativas imposi-

    tivas e excludentes, mas uma proposio, dentre milhares

    de outras possveis, que busca atender s demandas so-

    "#

    espao urbano na rea central da metrpole.

    Os servios pblicos constituem o suporte neces-

    56

  • srio, em cada poro delimitada do espao, para expan-

    so das atividades econmicas e reproduo bsica da

    %,"#

    ,"#

    (+ %,"#-

    "&"#

    elementos fsicos constitutivos. So estes elementos que

    garantem a elevao das relaes de uso e os critrios

    de valor, exigidos para a reproduo social neste espao

    )

    %%(

    do projeto.57

  • PROJETO

  • LOCALIZAO DO PROJETO NA REGIO METROPOLITANA DE SO PAULO

    N

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CP

    TM

    CPTM

    CPT

    M

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    2,5 5 12,5 25(km)

    61

  • CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CP

    TM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    PERMETRO DA OPERAO URBANA

    LAPA BRS

    N

    2,5 5 12,5 25

    62

  • REDE DE TRANSPORTES METROPOLITANOS PROJETADA

    N

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CP

    TM

    CPTM

    CPT

    M

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    CPTM

    1 2 5 10(km)

    63

  • OPERAES URBANAS PREVISTAS

    PELO PLANO DIRETOR ESTRATGICO 2002

    Operao Urbana existente em 2002

    Operao Urbana prevista em 2002

    N

    0,5 1 2,5 5(km)

    64

  • PERMETRO PROPOSTO PARA A OPERAO URBANA LAPA-BRS

    N

    0,5 1 2,5 5(km)

    65

  • ZONAS ESPECIAIS DE INTERESSE SOCIAL

    ZEIS 1 - favelas e loteamentos precrios

    ZEIS 2 - glebas e terrenos no ###H

    +!##H>

    ##

    N

    0,5 1 2,5 5(km)

    66

  • CORREDORES VERDES METROPOLITANO

    N

    0,5 1 2,5 5(km)

    67

  • NOVA ORLA FLUVIAL DO TAMANDUATE

    CANAIS EXISTENTES

    N

    12,5 25 62,5 125

    68

  • SISTEMA DE PARQUES LINEARES E ESPAOS LIVRES

    REAS VERDES ATUAIS

    N

    12,5 25 62,5 125

    69

  • ligaes virias existentes

    ruas atualmente interrompidas pela linha frrea

    SISTEMA VIRIO ESTRUTURAL

    ORGANIZAO VIRIA ATUAL

    N

    12,5 25 62,5 125

    70

  • PATRIMNIO HISTRICO A PRESERVAR

    Edifcios tombados

    ?^[

    &>^#[

    - edifcios a serem reformados e [#$

    N

    12,5 25 62,5 125

    71

  • URBANISMO

    H uma organizao metropolitana proposta ao

    longo da avenida sobre a ferrovia. H uma estrutura in-

    traurbana formada pela malha de ruas transversais aos

    espaos desta faixa da antiga vrzea delimitada pela Via

    Frrea. H uma modulao deste conjunto, momentos

    singulares em que o eixo virio e o canal do Tamanduate

    X%

    paisagstico e ambiental, formando praas d`gua e um

    parque urbano com equipamentos pblicos. O rio e a fer-

    %(

    Manuteno de usos de interesse metropolitano,

    numa relao mais equilibrada entre as infraestruturas e o

    tecido urbano adjacente. O enterramento da linha frrea,

    j proposto na parcela norte (a partir do Brs) na Ope-

    rao Lapa Brs, pode ser estendida ao longo da Ope-

    rao Urbana Mooca-Vila Carioca, e at o ABC. Assim,

    seria formado um enorme eixo virio, de carter urbano,

    com usos metropolitanos, com predomnio de comrcio

    e servios nos trreos e adensamento populacional nas

    vias transversais.

    Apropriao das diretrizes de arborizao pre-

    sentes no plano da Operao Urbano Lapa-Brs: eixos

    transversais marcados por vegetao de grande porte,

    integrao das massas arbreas dos lotes e das vias,

    % X J

    das, eixo longitudinal (sobre sistema rebaixado) com ocu-

    pao mais verticalizada e espaamento generoso entre

    ,$(

    Alm disso, o carter proposto para a nova avenida proje-

    tada, assim como para a recuperao do virio existente

    e novos cruzamentos a arborizao massiva tanto nos

    canteiros centrais de avenidas quanto dos passeios p-

    72

  • Pgina oposta: imagens do padro de conexo de reas verdes e de espaos livres, propostos na apresentao da Operao urbana Lapa Brs. Fonte: internet.

    blicos, das reas livres e das reas institucionais como

    escolas, creches, entre outros.

    Desenhar a cidade, com um olhar para a natureza,

    considerando a paisagem. Corredores urbanos metropo-

    litanos, praa de convvio organizada linearmente. Cala-

    das cobertas, largo calado, densamente arborizado

    uso pblico dos espaos privados. Ciclovia e transporte

    no motorizado, usado tanto como lazer, mas como trans-

    porte dirio urbano. Canteiro central, para organizao da

    estrutura de nibus, pista exclusiva.

    Paralelamente, propomos a recuperao dos edi-

    % $ %&

    quais poderiam sediar museus, espaos culturais e sedes

    de instituies e companhias pblicas. Aproveitamento

    da presena do transporte pblico de alta capacidade,

    "#)5X

    de pblico, contribuindo para a recuperao da diversi-

    dade de usos e de usurios ao longo deste eixo.

    Ao lado: Edifcios do patrimnio ferrovirio remanescentes no interior do Ptio do Pari.

    Ao lado: Edifcios do patrimnio industrial abandonados em rea da AES Eletropaulo - Estao Eltrica Paula Souza - localizada na Avenida do Estado, de frente para o Ptio do Pari.

    73

  • ENTERRAMENTO DA FERROVIA E ABERTURA DO SISTEMA VIRIOConforme o termo de referncia da Operao Lapa

    -Brs, a nova avenida a ser implantada no atual leito ferro-

    virio deve se caracterizar por:

    Implantao de sistema virio de porte estrutural

    nas reas liberadas pelo rebaixamento do sistema

    sobre trilhos com caractersticas de Via Parque.

    Essa via dever ter funo estrutural, no expressa,

    com cruzamentos em nvel e, no mximo, 04 faixas

    de rolamento por sentido. Os passeios devero ser

    arborizados e ter largura superior a 8,0m. Dever

    ser previsto uso lindeiro intenso e ciclovias18.

    Considerando uma largura mdia de trs metros

    por faixa de rolamento, mais um canteiro central de 1,20

    m para acomodao dos pedestres atravessando a rua,

    temos 25,20 m gastos apenas com a implantao das fai-

    xas para veculos motorizados. Considerando que o leito

    ferrovirio existente tem por volta de 40 m (variando de

    trecho a trecho), sobrariam cerca de quinze metros para

    implantao do passeio pblico.

    Entendemos que, em primeiro lugar, as quatro fai-

    xas de rolamento por sentido, num eixo virio da dimen-

    so do proposto, se tornaria um sistema do tipo Estrutural

    N3, ou seja, no mesmo padro das avenidas Paulista ou

    Faria Lima, por exemplo (conforme documento Resoluo

    SEMPLA/CTLU 23/2005). Se tornaria uma das ligaes

    fundamentais entre as diferentes regies da cidade. Con-

    forme o PDE,

    Art. 111 - Nas vias da Rede Viria Estrutural a se-

    18 SO PAULO (municpio), Secretaria

    de Desenvolvimento Urbano. Operao Urbana Lapa-Brs. Termo de referncia para contratao de empresa ou consrcio de empresas para elaborao de estudos urbansticos e estudos complementares de subsdio formulao do projeto de lei da operao urbana consorciada. pg 23.

    Ao lado. Mapa de linhas enterradas: Ferrovia, Metr e Av. do Estado. Croqui da autora.

    75

  • prioritrias da disciplina do uso e ocupao do solo

    das propriedades lindeiras.

    Art. 112 - Para implantar novas vias estruturais ou

    !"#-

    $

    %&''*+

    da via estrutural proposta neste Plano, medidos a

    partir do respectivo eixo da via.

    Art. 113 - As prioridades para melhoria e implan-

    tao de vias sero determinadas pelas necessi-

    dades do transporte coletivo, pela complemen-

    tao de ligaes entre bairros e pela integrao

    entre os municpios da Regio Metropolitana, e

    consolidadas no Plano de Circulao Viria e de

    Transportes.19

    Embora concordemos com o carter proposto para

    % ) "#

    %&6-

    "#%-

    ,"#"%

    #,(+)0%

    0%>@$@-

    ?0%

    Z^w##

    %&^;@$

    Xk

  • do Ptio do Pari, no exista problemas desse tipo, levaria

    a uma diferenciao entre as caractersticas da avenida

    neste trecho e nos demais. Assim, nossa proposta : duas

    faixas de rolamento por sentido, separadas por canteiro

    central para permitir plantao de rvores e garantir

    conforto ambiental e sem faixas de estacionamento, ga-

    rantindo uma ciclovia protegida e ampliando as caladas.

    Entendemos tambm, que nesta avenida no faria

    sentido uma faixa exclusiva de nibus, j que h um con-

    junto de linhas de trem e metr passando ao longo da

    mesma. O que imaginamos, que, ao longo da avenida,

    alguns terminais urbanos podem ser implantados, espe-

    cialmente nas conexes com estaes de trem e metr.

    !"#-

    xa de rolamento em cada sentido, para facilitar a entrada

    e sada dos nibus nos terminais.

    Alm da nova avenida a ser implantada, outro ele-

    mento referenciador espacial em nosso projeto o Rio Ta-

    (J%!)-

    car seu entorno. O projeto de referncia Plano Urbanstico

    do Parque Dom Pedro II20 j trabalhava como uma de suas

    condicionantes de projeto, o enterramento da Avenida do

    Estado no trecho em que esta passa ao longo do Parque

    Dom Pedro II. Naturalmente, propomos, como soluo,

    dar continuidade a esta via enterrada de trfego pesado

    at ultrapassar a rea do Ptio do Pari. Assim, a via en-

    terrada se iniciaria, ao sul, logo aps a interligao com o

    77

  • se aproveitar a Rua da Cantareira que se interligar em

    nvel com a nova avenida implantada. J na poro leste,

    o mais lgico seria uma interligao entre os eixos das

    ruas Canind-Joo Jacinto (ao norte do Ptio do Pari) e

    Rua Santa Rosa-Avenida Mercrio (ao sul) atravs de uma

    nova ligao a ser implantada paralelamente ao Taman-

    duate, no interior de nossa rea de interveno.

    %%%6

    metros para implantao do Parque Linear do Tamanduate.

    Esta via se inicia onde hoje termina a Rua Santa Rosa, junto

    ao Largo do Pari e a Rua Paula Souza, ponto em que o par-

    )%8,"8J

    bado da Estao Pari e vai alargando at se encontrar com

    a Rua Joo Jacinto, no cruzamento da Rua So Caetano.

    HJ6)%(

    Ao lado: Croquis de estudo. Desenvolvimento do parcelamento da gleba e estruturao da

    nova malha viria.

    elevado Leste-Oeste e terminaria, ao norte, no cruzamen-

    to com a Rua Joo Teodoro.

    No projeto da Fupam, os viadutos Vinte e Cinco de

    Maro, Antonio Nakashima e Dirio Popular so suprimi-

    dos, substitudos por elementos menos impactantes na

    paisagem. Os cruzamentos do virio sobre o Tamandu-

    ate, junto ao Ptio do Pari, so menos impactantes, no

    necessitando demolies. Porm, enterrando-se o virio

    6J

    lao local, paralelos ao rio. No caso do Parque D. Pedro,

    .%"#

    sentidos de circulao das vias no eixo Rua das Filguei-

    ras-Avenida Mercrio (a Leste do Tamanduate) e da Rua

    Pedro II (a Oeste). J para se garantir esta circulao at

    a Rua Joo Teodoro, na poro Oeste, a soluo seria

    78

  • Alm disso, entendemos ser necessria a interliga-

    o entre outras vias no sentido norte-sul, cruzando com a

    nova avenida a ser implantada, por isso propomos outras

    ligaes, aproximadamente correspondendo ao prolonga-

    mento da Rua da Alfndega, na Zona Cerealista e da Rua

    Camot, na ZEIS existente ao norte no Pari, alm de buscar

    o prolongamento das ruas Oriente, Julio Ribeiro e Henri-

    que Dias, a leste, na rea de comrcio popular no Brs .

    Como proposto no termo de referncia da OUC,

    todas essas vias transversais avenida principal tero

    passeio com no mnimo 4m de largura. Como padro de

    urbanizao, propomos ir alm dos dispostos no Decreto

    Lei 45.094/2005, ou seja, garantir uma faixa de servio

    permevel junto guia, como no mnimo 1,00 m, para

    instalao da rede eltrica, bueiros e rebaixamento para

    acesso de veculos, uma faixa de passeio livre com no m-

    &8"*

    sero implantadas bancas de jornal e revistas, telefones

    pblicos, mobilirio urbano, local para mesas ao ar livre

    (restaurantes, bares e cafs) e tambm arborizao cont-

    nua, inclusive de grande porte (a partir de 10m de altura)

    conforme a Portaria Intersetorial 05 SVMA-SIS/2002.

    Dever ser garantida a interconexo entre os polos

    de atrao e de circulao de pedestres e os equipamen-

    tos coletivos no caso, a estao de metr e trem do Pari,

    com travessias em nvel semaforizadas, e acessibilidade

    universal (guias rebaixadas, sinalizao ttil). O dimensio-

    namento dos passeios deve permitir um trfego confor-

    tvel, considerando tanto o grande volume de pessoas

    que circulam diariamente, tanto na rea de comrcio txtil

    popular (Brs), quanto na Feira da Madrugada e na Zona

    Cerealista, e que devero ser acentuados com a implan-

    tao das HIS, edifcios de servio e comrcio e o polo

    cultural do Pari.

    A ciclovia dever ter 2,40 m, ser bidirecional e se-

    gregada, tanto em relao faixa de circulao de pe-

    Ao lado: Croqui de estudo. Corte da avenida principal, implantada sobre a via frrea. Dimensionamento das caladas, ciclovias, faixa de trfego, reas sombreadas e passeios arborizados.

    79

  • Em nosso projeto, vemos a necessidade de se

    ampliar esta faixa de inundao, aproveitando a faixa do

    Tamanduate contgua ao Ptio do Pari. No trecho da in-

    terveno, o Tamanduate recebe contribuio do Canal

    Moringuinho que transporta parte dos volumes das cheias

    canalizados sob o Vale do Anhangaba e desgua no Ca-

    nal do Tamanduate na altura do Largo do Pari.

    Este parque ajudaria a formar um anel verde no

    centro da cidade, conectado com outros parques e reas

    Pgina oposta: fotomontagem da interveno proposta no Parque Dom Pedro II, estudo sob coordenao do LUME(FAU-USP). Fonte: internet.

    Ao lado: lagoas de reteno para drenagem na rea hoje ocupada pelo Terminal de nibus Pedro II, estudo sob coordenao do LUME(FAU-USP). Fonte: internet.

    destres quanto da via de automveis, atravs de faixas

    gramadas e arborizadas, mas em nvel com o passeio

    pblico, de forma que o sistema de drenagem da rua no

    afete a circulao do ciclista. Seu piso dever ser em cor

    contrastante com o asfalto, especialmente nos cruzamen-

    tos virios.

    O projeto coordenado pelas professoras Meyer e

    Grostein para o Parque Dom Pedro II compreendia uma

    lagoa de reteno (ver imagem abaixo) que alm dos pro-

    psitos de drenagem, poderia contribuir para a qualidade

    da gua, funcionando como uma rea de tratamento difu-

    5("#-

    rio UNA Arquitetura, que participou do projeto:

    A lagoa de drenagem tem neste plano um papel re-

    parador e procura abrir caminho para uma nova pos-

    tura na elaborao de projetos urbanos em So Pau-

    lo. Atravs da lagoa o plano interpreta o parque em

    chave urbanstica contempornea onde as questes

    de meio ambiente oferecem uma oportunidade de

    reverter danos causados por projetos pouco aten-

    tos s relaes entre o processo de urbanizao e

    natureza. Atravs da criao de uma infraestrutura

    coerente que a lagoa de reteno, o plano retoma,

    guardando os traos contemporneos do parque, a

    funo da vrzea, criando um lugar de fruio e la-

    zer nico no Centro da cidade de So Paulo.

    81

  • verdes centrais, como o Parque D.Pedro II, a Colina His-

    trica, Praa D. Jos Gaspar, Praa da Repblica, Largo

    do Arouche, Praa Princesa Isabel e o Parque da Luz ga-

    rantindo a expanso das reas verdes. Alm disso, contri-

    buiria para o melhoramento das condies ambientais de

    vrias formas, desde a minimizao das ilhas de calor at

    na qualidade urbanstica, com a amenizao dos efeitos

    -

    abilizado. Esta revegetao das margens permitiria, alm

    da proteo da rede hdrica estrutural, o estabelecimento

    de interligaes entre reas de importncia ambiental e

    criao de um corredor perimetral de conexo entre reas

    verdes centrais.

    O projeto considera a despoluio, pelo menos

    parcial, do Tamanduate como uma prerrogativa da inter-

    veno. Neste sentido, contempla-se que a total ligao

    dos municpios do ABC ao sistema metropolitano e coleta

    e tratamento de esgotos na Estao de Tratamento de es-

    gotos do ABC alm do controle sobre os demais despejos

    no trecho municipal do rio, ou ento, atravs da instala-

    o de estaes compactas de tratamento qumico das

    guas, alm do aproveitamento da lagoa de reteno pro-

    posta para o Parqure D. Pedro e das reas inundveis nas

    "#

    difusa, de forma a garantir, se no o contato primrio das

    pessoas com esta gua, ao menos, sua condio estti-

    ca, a existncia de peixes, a no exalao de odores e

    Ao lado: Rio Cheonggyecheon em Seul, Coria do Sul: o viaduto que cobria o rio

    foi demolido e em seu lugar implantado um parque linear. Referncia de projeto para a

    interveno no Canal do Tamanduate.

    82

  • Ao lado e abaixo: Portland Harbour Drive (Portland-EUA) demolio da avenida e implantao de parque linear. Referncia de projeto para a interveno no Canal do Tamanduate.

    a possibilidade de tratamento convencional dessa gua

    para ser destinada limpeza pblica, rega de vegetao

    e outros usos compatveis. Esta nova frente urbana garan-

    tiria ainda uma ampliao das reas permeveis, recupe-

    rando o papel natural da vrzea, que o componente de

    drenagem do territrio.

    83

  • PARQUE LINEAR

    Pgina oposta. Linhas gerais do projeto de parque. Croqui da autora.

    Acima. Trecho do parque linear, corte da nova avenida sobre a linha frrea. Croqui da autora.

    + ! ) %"#

    cota da lmina dgua do Tamanduate junto ao Ptio do

    Pari, em 717,00, marcando um desnvel de sete metros em

    "#8)(

    rea o canal do Tamanduate alargado de 16 para 37 me-

    tros, ao longo do qual se desenvolve um passeio na cota

    %&%(

    O passeio em torno do canal aproveita as reas

    ganhas onde hoje se situa a Avenida do Estado para de-

    %% )8"*

    6$(6

    margem esquerda do Tamanduate mais estreita que a

    )%&

    meio de escadarias de degraus perpendiculares ao rio,

    6"#(

    em que essa largura mais ampla, um jogo de escadas

    %&

    )&,(

    ))-

    &%6!8

  • Ao lado: exemplo de passarela para pedestres e veculos no motorizados, referncia para a

    transposio do Parque Linear. Fonte: internet.

    )H.)

    ''

    1)("#1)#

    ) $! &

    @0+%1

    ))%&(

    "#&6%-

    [

    6W#0%'1(

    J)

    %-

    $-

    "(+%.

    !)-

    &)#&

    %6%,*-

    %"#$%(

    0 %

    &))%%

    )&

    %6%,*(0#

    $%"#%)

    "*(+%

    %-

    ),)(0J)

    !

    .&

    -

    "#)(

    !%-

    (06%

    &-

    6 &% "*

    ("*

    86

  • Acima: Croquis de estudo para a organizao vertical dos plats, escadarias e circulaes ao longo do Canal do Tamanduate. Croqui da autora.

    Ao lado: foto de projeto de refncia: Projeto Paselake Industrial Site, em Berlim, 2006. Fonte: topotek.de

    extraordinrias, esse plat poderia tambm ser inundado,

    mas sem extrapolar o nvel 724,00.

    Aps uma primeira faixa mais larga de parque, a

    norte da Avenida Senador Queiroz, a faixa inundvel es-

    treitada ao se aproximar do edifcio da antiga estao de

    cargas do Pari. Imagina-se que ele deve ser reformado e

    ser aproveitado como espao cultural, assim como o edi-

    fcio da antiga usina de energia (j citado) e o programa

    deveria ser relacionado memria industrial e ferroviria

    dessa regio, com espaos museolgicos, auditrio, ativi-

    dades educacionais e reas de exposies temporrias.

    A partir do edifcio, o parque se alarga novamente,

    incorporando uma pista de skate no plat intermedirio e

    com um passeio que se organiza ao longo de um dese-

    nho de piso de formas geomtricas, intercalando materiais

    permeveis e drenantes e faixas gramadas e arborizadas,

    87

  • condizentes com a necessidade de reteno de guas

    pluviais. Alis, o jogo de formas geomtricas intercalando

    pisos drenantes e faixas ajardinadas uma constante ao

    )(0$-

    $1)

    diferentes plats do parque e com o calado da rua peri-

    metral e da Rua So Caetano e que, assim como a rea de

    %"#$%(

    Na rea mais larga central ao parque so propostos

    dois edifcios institucionais, um primeiro destinado a uma

    escola de grande dimenso, que deve servir aos residen-

    $

    resultante da urbanizao do Ptio do Pari e a implanta-

    o das ZEIS no entorno. O segundo edifcio prev um

    programa de atividades culturais e esportivas, sendo os

    principais uma piscina na cobertura, uma grande biblio-

    "1(0

    seguir o padro dos programas desenvolvidos nos edi-

    fcios do SESC, mas distinto desses por ser um equipa-

    1-

    vavelmente no mbito da Secretaria de Cultura), e no por

    &(

    Enquanto a escola foi pensada paralela nova rua

    implantada no permetro do parque, de forma a facilitar

    seu acesso dirio pela populao, o edifcio cultura foi

    pensado imerso no parque, paralelo ao canal alargado

    (-

  • ";;

    !#!#$%$

    "w#

    >#?w##$

    )"#

    $)

    %%

    )#

  • TIPOLOGIA DOS EDIFCIOS

    ";$;Z]$

    Croqui da autora.

    O projeto de ocupao das quadras buscou va-

    , " 1 &J

    ) ) -

    %$,.!

    $8"

    $

    "&1 J1-

    "%%(+

    #,"

    ))%

    (!-

    %%(

    + "# % 8

    "# %

    %.6%(-

    )%."-

    +>>;;

    ?$

  • Abaixo: corte esquemtico de estudodas visuais. Croqui da autora.

    cientemente larga para permitir uma relao harmoniosa

    com esses edifcios altos. J nas ruas transversais so

    propostos edifcios mais baixos em que a altura vai dimi-

    nuindo conforme se aproximam da malha consolidada no

    "*X

    quatro andares.

    Os edifcios voltados para o parque linear tambm

    possuem gabarito alto, para permitir a viso de cima de

    todo a interveno. Nas esquinas so propostas torres de

    "*!-

    das sobre o Canal do Tamanduate.

    Tentamos desenvolver uma diversidade tipolgica

    para as torres, de forma que as plantas de cada edifcio

    so diferentes, adaptando-as singularidade de cada

    quadra de geometria irregular. Assim, gerada uma volu-

    .%!(%.

    agudos das esquinas das quadras irregulares propomos

    que os edifcios possuam um corte, chanfrando a volume-

    tria e ampliando a rea pblica das esquinas.

    6?&!

    Rua Monsenhor de Andrade, em que atualmente exis-

    . [ !

  • Ao lado: estudo de organizao dos edifcios formando ptio centrais s quadras. Croqui da autora.

    de galerias comerciais, onde sero remanejadas as lojas

    hoje existentes. A quadra de esquina com a Rua So Ca-

    etano um pavilho retangular abrigar os estandes que

    hoje formam a Feira da Madrugada.

    J no extremo sul do terreno, a frente para a Zona

    Cerealista, propomos a ocupao do subsolo de duas

    quadras pelo terminal urbano.

  • TERMINAL INTERMODAL DE TREM, METR E NIBUS+!"#"#

    %1.%

    "# "*

    @,?&(

  • 96

  • Figuras ao lado: croquis de estudo para a Estao Intermodal do Pari. Da esquerda para a direita: corte longitudinal; implantao, nvel da rua; primeiro subsolo, garagens; ltimo subsolo, garagens, interligao entre os acessos dos dois lados da avenida; #Z=#;;>

    >w#"&\>Z

    ;>&$w##$

    anteriormente, e no ngulo interno deste cruzamento a rea

    que comtempla as instalaes necessrias, considerando

    os acessos estao nos nveis trreos dos edifcios.

    No nvel do primeiro subsolo desta quadra im-

    plantado um terminal urbano para as linhas de nibus

    que servem, a partir do Terminal Pari, a regio Leste mais

    prxima. Do terminal, os nibus podem seguir atravs da

    Rtula Central modernizada, atingindo outros corredores

    de nibus sem ter que penetrar a rea central da cidade.

    O acesso ao terminal se faz atravs de uma grande es-

    cadaria entre as rampas de acesso aos nibus (que tm

    inclinao de 12%), que se do em uma praa rebaixada,

    onde podem ser instalados comrcio de alimentos e ou-

    tros, tpicos de terminais urbanos. Por esse nvel tambm

    $&8"#(>w#;

    cotas de chegada dos tneis da CPTM ;;>

    estaes histricas do Brs e da Luz) e do &w#[;>#>

    #H>#

    os tneis.Croqui da autora.

    97

  • TIPOLOGIA DAS ZEIS

    Nas demais reas habitacionais propostas (ZEIS),

    propomos uma tipologia bsica, de forma a aproveitar ao

    &6 % -

    rantindo assim o maior nmero de unidades habitacionais

    possvel. A lgica funcional extrapolou aqui a lgica formal;

    %

    barras horizontais de at quatro andares de forma a no

    necessitarem de elevadores, diminuindo o custo da obra

    e torres verticais, com elevadores e caixa de escadas

    centrais, para evitar gastos com circulao horizontal.

    "*%.%

    comrcio, servios locais e reas de estacionamentos, evi-

    tando a escavao de subsolos. Em cada quadra se prev

    ao menos um equipamento de uso coletivo, como creches

    e ambulatrios, alm de continuar o padro de arborizao

    e das caladas previstas para o restante do projeto.

    Pgina oposta. Zeis localizadas junto linha frrea e a vrzea do Rio Tamanduate. Croqui da autora.

    >;Z

    mximos de aproveitamento em zeis.

    Ao lado: exemplo de modelos volumtricos de para aplicao de zeis no centro.

    99

  • PROJETO DO PARQUE

  • 412

    9

    10

    15

    17

    18 18

    17 17

    9

    B

    B

    C

    CD

    102

  • PARQUE

    IMPLANTAO

    N

    12,5 25 62,5 125

    1

    2

    7

    8

    5

    6 6

    3

    10

    11

    14

    14 109

    18

    LEGENDA

    1 Edifcio cultural/ esportivo2 Edifcio escolar3 Edifcio proposto Senac4 Edifcio histrico proposto Sesc5 Nova avenida projetada6 Faixa de pedestres em nvel7 Deque elevado nvel rua8 Mezanino edif escolar nvel rua9 Bloco de quadras10 ParquinhoQQ

    12 Skate13 Relgio sol14 Bloco de sanitrios + bicicletrio15 Tenda16 Edifcio Eletropaulo a serem mantidos17 Edifcio histrico proposta reutilizao museus18 Passarelas de pedestres19 Esplanada

    19

    A

    A

    D

    103

  • 3B

    B

    C

    CD

    104

  • PARQUE

    IMPLANTAO NVEL 117,50

    N

    12,5 25 62,5 125

    LEGENDA

    1 Projeo de deque elevado_

    !

    (>;

    W

    2

    14 45

    55

    A

    A

    D

    105

  • 2B

    B

    C

    CD

    106

  • PARQUE

    IMPLANTAO NVEL 720,5

    N

    12,5 25 62,5 125

    LEGENDA

    1 Projeo edifcio escolar2 Projeo edifcio proposto Senac

    4 Escadas acesso trreo5 Rampas acesso trreo

    1

    3

    4

    4

    5

    A

    A

    D

    107

  • Imagens de modelo fsico com estudo de volumetria dos edifcios para o parque.

    108

  • 109

    N

    25 50 125 250

    PARQUE

    NVEIS DE INUNDAO

  • plat inferior beira rio

    rio tamanduate plat inferior e intemedirio

    edifcio cultural/ esportivo

    deque elevado e escada acesso parque

    rio tamanduate e passarela de pedestres

    plat inferior beira rio

    plat intermedirio deque elevado

    110

  • PARQUE

    CORTE AA +

    APROXIMAOES

    edifcio escolar e mezanino

    calado rua projetada e enterramento da avenida do estado

    gabarito de edifcios propostos

    escada acesso parque passarela pedestres

    2,5 5 12,5 25

    1 2 5 10

    111

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    tenda - conjunto esportivo plat inferior e intemedirio

    edifcio hitrico eletropaulo

    quadras e edifcio cultural/ esportivo em vista

    rio tamanduate e passarela pedestres em vista

    deque inferior- beira rio

    deque intermedirio ciclovia

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PARQUE

    CORTE BB +

    APROXIMAOES

    edifcio escolar em vista calado rua projetada e enterramento da avenida do estado

    gabarito de edifcio propostoskaterampas acesso parque

    quadras e edifcio escolar em vista

    rampas de acesso ao parque passarela de pedestres

    2,5 5 12,5 25

    1 2 5 10

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    praa seca vista passarela pedestres trreo e plat intermedirio

    edifcio histrico proposto Sesc

    vista bloco de quadrasrua projetada e enterramento da avenida do estado

    espelho d`gua

    deflexo do corte

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PARQUE

    CORTE CC +

    APROXIMAOES

    rua projetada + CPTM + METRO escada acesso parque

    passarela de pedestres

    rampas acesso parque passarela de pedestres

    edifcio cultural/ esportivo

    rua projetada escada acesso parque

    edifcio cultural/ esportivo

    2,5 5 12,5 25

    1 2 5 10

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    deque elevadorua projetada + CPTM + METRO escada acesso parque

    rampas acesso parque edifcio cultural/ esportivo

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PARQUE

    CORTE CC (CONTINUAO)+

    APROXIMAOES

    anfiteatro caladorua projetadaescada acesso parque

    anfiteatropassarela de pedestres nvel trreo e plat intermedirio

    2,5 5 12,5 25

    1 2 5 10

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    plat inferior beira rio

    rio tamanduate plat intermedirio conjunto sanitrios e bicicletrio

    praa plat inferiorbeira rio

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PARQUE

    CORTE DD

    edifcio histrico proposto Sesc calado rua projetada e enterramento da avenida do estado

    gabarito de edifcios propostoscalado

    2,5 5 12,5 25

  • 120

    N

    PARQUE

    APROXIMAES DA IMPLANTAO

    25 50 125 250

    IMPLANTAO

    1

    2

    3

    4

    5

    LEGENDA

    Bloco sanitrios pblicos 1Bicicletrio 2

    Ciclovia 3Plat intermedirio 4Praa plat inferior 5

    2,5 5 12,5 25

  • 121

    N

    PARQUE

    APROXIMAES DA IMPLANTAO

    LEGENDA

    1 Rio Tamanduate2 Passarela de pedestres3 Plat inferior beira rio4 Plat intermedirio5 Ciclovia6 Portaria

    1

    3

    4

    2

    6

    5

    LEGENDA

    1 Quadra poliesportiva2 Bloco sanitrios pblico3 Bicicletrio4 Parquinho

    2

    3

    4

    1

    2,5 5 12,5 25

  • 122

    N

    PARQUE

    APROXIMAES DA IMPLANTAO

    LEGENDA

    Nvel trreo 1Acesso ao parque via rua projetada 2

    Nvel intermedirio 3Nivel inferior 4

    2

    1

    3

    4

    LEGENDA

    Rua projetada 1Rampa de acesso ao parque via rua

    projetada 2Deque elevado3

    Escada de acesso ao parque 4Passarela de pedestres 5

    1

    24 3

    5

    2,5 5 12,5 25

  • 123

    PROJETO DO URBANISMO

  • 124

    N

    URBANISMO

    IMPLANTAO

    LEGENDAParque 1

    Acesso terminal urbano 2Rua projetada sobre Avenida do

    Estado (enterrada) 3Edifcio escolar 4

    12,5 25 62,5 125

    1

    2

    1

    4

  • 125

    URBANISMO

    ELEVAO E MODE-LOS VOLUMTRICOS

    Imagem acima: elevao edifcios vistos a partir do parque.

    Imagem ao lado: fotos modelo volumtrico com proposta para Z]$

    (escala vlida para o corte no topo da pgina)

    12,5 25 62,5 125

  • 126

  • PROJETO DO EDIFCIO ESCOLAR E DO EDIFCIO CULTURAL/ ESPORTIVO

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    EDIFCIO ESCOLAR

    IMPLANTAO E PLANTA

    IMPLANTAO/ MEZANINOLEGENDA

    Mezanino 1Projeo edifcio escolar 2

    Escadas acesso edificio escolar 3Rampas acesso parque 4

    3

    3

    42

    1

    PAVIMENTO 1LEGENDA

    Sala leitura 1Sala informtica 2

    Administrao 3Bloco sanitrios administrao 4

    Salas de aula 5Bloco sanitrios alunos 6

    Uso multiplo 7Auditrio 8

    1

    2

    53

    4

    6

    7

    8

    N

    2,5 5 12,5 25

    BB

    AA

    BB

    AA

    CC

  • PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    T

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    TPRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY

    AN

    AU

    TOD

    ESK

    ED

    UC

    ATI

    ON

    AL

    PRO

    DU

    CT

    PRODUCED BY AN AUTODESK EDUCATIONAL PRODUCT

    PRO

    DU

    CED

    BY A

    N A

    UTO

    DESK

    EDU

    CA

    TION

    AL PR

    OD

    UC

    TEDIFCIO ESCOLAR PLANTAS

    PAVIMENTO 3LEGENDA

    1 Espao multiesportivo2 Quadra poliesportiva3 Bloco sanitrios alunos4 Ptio coberto

    PAVIMENTO 2LEGENDA

    1 Sala leitura2 Sala informtica3 Administrao4 Bloco sanitrios administrao 5 Salas de aula 6 Bloco sanitrios alunos 7 Uso multiplo 8 Auditrio

    1

    2

    53

    4

    6

    7

    8

    32

    11

    4

    COBERTURALEGENDA