os desafios da escola pÚblica paranaense na … · infracional estarem presentes nas nossas...
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OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Produções Didático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7Cadernos PDE
II
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2014
Título: O ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E A EDUCAÇÃO –
DESCONSTRUINDO PARADIGMAS
Autor: Eliana de Fátima e Silva Vieira
Disciplina/Área:
Gestão Escolar
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Afonso Pena
Município da escola:
São José dos Pinhais
Núcleo Regional de Educação:
Área Metropolitana Sul
Professor Orientador:
Wanderlei José Deina
Instituição de Ensino Superior:
UTFPR
Relação Interdisciplinar:
Todas as disciplinas serão envolvidas
juntamente com toda a comunidade escolar.
Resumo: O objetivo deste projeto é promover a
compreensão, o respeito e a valorização da
diversidade a fim de prevenir a violência escolar
e a indisciplina. O trabalho visa orientar a
comunidade escolar sobre os direitos e
responsabilidades a luz Estatuto da Criança e
Adolescentes. A Lei 8069/90 (ECA) elevou a
criança e o adolescente à condição de sujeitos
de direitos, assegurando-lhes inúmeras
prerrogativas e mecanismos de proteção
integral. No atual momento histórico, e por
todas as questões de indisciplina e ato
infracional estarem presentes nas nossas
escolas, o papel do professor deve ir além da
transmissão do conhecimento científico,
envolvendo também o trabalho com valores e,
principalmente, a formação da cidadania dos
nossos educandos. Nesse sentido é
fundamental analisar e compreender o Estatuto
da Criança e Adolescente como um instrumento
de auxilio diante dessas situações.
Palavras-chave:
Educação; ECA; Direitos Humanos
Formato do Material Didático:
Caderno Temático
Público: Comunidade Escolar
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
Caderno Temático
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola - 2015
Curitiba, 2014.
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APRESENTAÇÃO
Caros professores e professoras
Dia a dia nega-se às crianças o direito de ser criança. Os fatos, que zombam desse direito, ostentam seus ensinamentos na vida cotidiana. O mundo trata os meninos ricos como se fossem dinheiro, para que se acostumem a atuar como o dinheiro atua. O mundo trata os meninos pobres como se fossem lixo, para que se transformem em lixo. E os do meio, os que não são ricos e nem pobres, conserva-os atados à mesa do televisor, para que aceitem desde de cedo, o destino, a vida prisioneira. Muita magia e muita sorte têm as crianças que conseguem ser crianças.
(Eduardo Galeano)
Este Caderno Temático se destina a oferecer aos profissionais da educação,
aos pais ou responsáveis e aos alunos o aprofundamento, por meio de estudo e
reflexão, sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e o quanto essas questões
de direitos e deveres interferem na aprendizagem e na vida de todos.
Trata-se de uma atividade proposta no Plano de Desenvolvimento
Educacional – PDE que é ofertado pela Secretaria de Estado da Educação,
objetivando uma ação intencional voltada para a melhoria da qualidade de
ensino, embasada na legislação brasileira: Constituição Federal, LDB e o ECA,
trabalhando com as questões recorrentes no dia a dia da escola, para que
possamos assim, embasados na questão legal, dar suporte para a resolução
das questões de indisciplina, ato infracional e de violências que estão
presentes nas nossas escolas.
A proposta para esta produção didática partiu da necessidade de materiais
didáticos que abordem o tema Estatuto da Criança e do Adolescente, como garantia
dos direitos básicos, de uma forma mais ampla. Para compor esse material,
propiciou-se estudos sobre a legislação vigente, no que se refere aos direitos e
deveres dos alunos e encaminhamentos nos casos de indisciplina e ato infracional.
Seguindo a recomendação das Diretrizes Nacionais de Educação em Direitos
Humanos é importante ressaltar que temas como esse sejam trabalhados nas
diferentes disciplinas da educação básica, possibilitando assim a formação do nosso
aluno como cidadão consciente dos seus direitos e deveres.
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Acreditamos que esta produção contribuirá para a organização do trabalho
pedagógico na escola, principalmente se pensarmos em um currículo globalizado ou
integrado. Para que essa organização aconteça é preciso que essas questões
estejam definidas no Projeto Político Pedagógico, pois é esse documento que
norteia as ações da escola: nele aparecem tanto a dimensão política como a
dimensão pedagógica e, nesse sentido, defendemos que todo o projeto educacional
precisa atuar contra a desigualdade, reconhecendo as diferenças. O Projeto Político
Pedagógico é o instrumento por excelência para melhor desenvolver o plano de
trabalho eleito e definido por um coletivo escolar; ele reflete a singularidade do grupo
que o edificou, suas escolhas e especificidades no campo educacional, por tratar de
questões referentes à prática docente, do ensino/aprendizagem, da atuação e
participação dos pais nesse contexto educativo, enfim, de todas as ações que
expressam o compromisso com a melhoria da qualidade do ensino. Levar ao
conhecimento de toda a comunidade escolar, leituras que tragam reflexões sobre o
ECA, ajudará na desconstrução do paradigma criado em torno dessa legislação que
é somente trazer as questões de direitos das crianças e dos adolescentes.
Precisamos pensar na educação escolar como transformadora, exigindo
muito mais do que índices das avaliações, tanto interna como externas. É
necessário propiciarmos ferramentas para que a educação seja articulada e pautada
nos princípios constitucionais, acontecendo assim de maneira efetiva à formação
cidadã. Não se deve esquecer que o espaço escolar, apesar de parecer com algo
certo e imutável, é um espaço de tentativa e reflexões, erros e acertos. Além disso, é
também um lugar de compromisso ético.
A metodologia adotada será a de estudo, debate e oficinas, buscando um
aprofundamento sobre o tema. Serão feitos encontros com esses profissionais
para a realização de leituras, onde serão repassados dados e informações sobre
os artigos do ECA que estão mais relacionados com a educação. Tendo em vista
estudos já feitos sobre esta temática, este texto procura fazer uma compilação das
ideias de diversos autores, a fim de facilitar um contato inicial com a problemática
desta área de estudo.
Este material não tem a pretensão de esgotar um tema tão complexo como
esse, mas trazer à tona a discussão dentro do ambiente escolar e ressaltar as
responsabilidades que nós, profissionais da educação, temos perante os
direitos garantidos por lei aos nossos alunos.
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Este caderno temático foi dividido em quatro capítulos, assim
organizados:
Capitulo I: Sobre a História do Estatuto da Criança e do
Adolescente – Defendemos a importância do ECA, apresentando
a sua história para que possamos desconstruir preconceitos
existentes em relação ao mesmo.
Capitulo II: O Estatuto da Criança e do Adolescente e a
Educação – sendo esta um direito social, onde o papel do Estado
é garantir uma educação de qualidade, o direito a educação
passou a ser regulamentando por leis e, dessa forma, está
reconhecido na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do
Adolescente, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação e nas
Diretrizes Nacionais de Educação em Direitos Humanos. Então a
questão educacional exige daqueles profissionais que atuam na
área, um conhecimento mínimo dos aspectos legais para o
desenvolvimento adequado de suas atribuições. O profissional da
educação, com esse preparo, atuando como agente de mudanças
da sociedade agrega um conhecimento fundamental à sua pratica
docente para concretizar, no âmbito escolar, a cidadania infanto-
juvenil.
Capitulo III: O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Família -
A família precisa desempenhar a sua função no desenvolvimento da
criança e do adolescente: é nessa instituição que o individuo tem
seus primeiros contatos com regras e normas. A família tem o papel
de fornecer as bases de comportamentos, a transmissão de valores
de diversas naturezas, como religiosos, morais e outros. O seu dever
não é só matricular os filhos na escola, mas sim acompanhar o seu
desempenho educacional. Temos que trabalhar com as famílias não
apenas a partir das punições, decorrentes dos atos infracionais, mas
com questões de cidadania, oferecendo a formação que ajude na
orientação dos filhos. Até porque qualquer intervenção junto à
criança e ao adolescente deve ser planejada junto com a família,
para que possa realmente surtir o efeito que buscamos.
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Capitulo IV: Rede de Proteção a Criança e ao adolescente –
Apresentação do conjunto articulado de ações, serviços e
programas de atendimento executados pelos órgãos e entidades
que integram o “Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e
do Adolescente”.
Ao final de cada capítulo são sugeridas leituras para o aprofundamento.
Ressalta-se que este material foi elaborado para subsidiá-los nas questões
trazidas pelo ECA e a Educação em Direitos Humanos. No entanto não
ambiciona esgotar o assunto.
Eliana de Fátima e Silva Vieira
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INTRODUÇÃO
Trabalhando durante três anos junto com os professores, alunos e pais das
escolas da rede pública do Núcleo Regional de Educação da Área Metropolitana Sul,
com palestras sobre os direitos das crianças e dos adolescentes, oficinas sobre o
tema Enfrentamento às Violências na Escola e o Estatuto da Criança e Adolescente
(ECA), percebemos que tanto os gestores das escolas como os pais e professores
destacavam a carência de informações e, por esse motivo, não sabiam muitas vezes
como lidar com as situações do cotidiano da escola, nas questões de ato infracional
e indisciplina.
A discussão a respeito do Estatuto da Criança e do Adolescente sobre o qual
trata esse projeto vem ao encontro com necessidades dos educadores da Educação
Básica para que possam conhecer e aplicar a Lei 8069/90. Na atual crise da
Educação os educadores precisam traçar um paralelo entre os conteúdos científicos
a serem trabalhados para cumprir uma grade curricular e a realidade do contexto
social dos educandos. No sentido de auxiliar os educadores é necessário estudar e
compreender o Estatuto da Criança e do Adolescente como conteúdo fundamental
no processo de formação de agentes de cidadania.
Segundo o Art.4º ECA:
É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos à vida, à saúde, à alimentação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Segundo o Art.5º do ECA:
Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
Adolescentes e crianças necessitam muito de fatores de proteção ao longo do
seu desenvolvimento. A literatura aponta que a família é um importante fator de
proteção na vida de crianças e adolescentes: é com ela que os mais novos
aprendem valores necessários a vida comunitária. É importante citar que, não por
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acaso a família foi relacionada no ECA como a primeira instituição a atuar na defesa
dos direitos de crianças e adolescentes.
De acordo com Digiácomo & Amorim:
O Art.4º do ECA, dispositivo, que praticamente reproduz a primeira parte do enunciado do art. 227, caput, da CF, procura deixar claro que a defesa dos direitos fundamentais assegurados à criança e ao adolescente, não é tarefa de apenas um órgão ou entidade, mas deve ocorrer a partir de uma ação conjunta e articulada entre família, sociedade/comunidade e Poder Público. (2011, p. 18).
Além da família, a escola precisa participar da vida da criança e do adolescente
como importante fator de proteção. Para isso precisa estar bem instrumentalizada
para fazer um bom trabalho, principalmente em casos em que a criança e/ou
adolescente já tenha comportamentos inadequados. A escola pode ser um agente
de promoção de valores humanos, como instituição mais presente e próxima das
famílias. Acolhendo as famílias e fomentando o conhecimento necessário para
lidarem com seus filhos. Nesse sentido se faz necessário repensar o papel da escola
e a formação do professor. Quanto à escola, Di Giorgio esclarece que seria a
orientação a ser seguida:
A Escola deve avançar no sentido de ser, legitimamente, institucionalmente e no imaginário social, uma entidade que cumpra socialmente sua função de dinamizadora cultural e social do seu entorno e é a partir do cumprimento da função mais ampla que ela poderá efetivamente atuar eficazmente no sentido de não mais instruir, mas educar crianças, jovens, adolescente e também adultos (2001, p. 147).
O atual contexto social mostra que muitos problemas são decorrentes da
negligência da formação das crianças e adolescentes, tanto por parte dos familiares,
da sociedade e do próprio Estado. Daí surge à necessidade de discussões e
reflexões sobre a garantia de direitos trazida pelo ECA, através de oficinas, palestras
e peças de teatro numa linguagem acessível e simples, para desconstruir o
paradigma criado de que o ECA só veio trazer os direitos das crianças e
adolescentes negligenciando os deveres. As discussões sobre os temas: trabalho
infantil, crianças e adolescentes que vivem em situação de prostituição, a
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mortalidade infantil, a evasão e a repetência escolar (ou a exclusão de crianças e
adolescentes da escola), e outros processos de violação de direitos, precisam ser
feitas a partir do ambiente escolar.
A escola como equipamento social; e a educação, com o objetivo de elevar
o conhecimento cientifico historicamente acumulado, não pode deixar de cumprir o
papel que lhe é atribuído de proteção da criança e do adolescente contra toda e
qualquer forma de exploração, violência e descaso. Portanto, a escola deve
promover os direitos da criança e do adolescente, fornecendo uma educação de
qualidade, não só nós índices da Educação Básica, mas na formação do cidadão.
É necessário que toda a comunidade escolar receba formação no sentido de
identificar os sinais de quando uma criança ou adolescente está sendo violada nos
seus direitos fundamentais, fazendo os encaminhamentos necessários para o
atendimento especializado diminuindo assim o abandono e a evasão escolar.
A sensibilização e a compreensão dessas temáticas irá fazer com que
os profissionais da educação desenvolvam e cumpram o seu papel como
educador.
A partir do momento em que o profissional da educação compreender o
novo paradigma, com relação ao ECA, ele encontrará na lei uma aliada muito
forte para sua atuação e, assim atuará e apresentará condições para provocar
mudanças na sociedade, cabe também a nós educadores a defesa dos direitos
de nossas crianças e adolescentes, o instrumento legal já foi construído, mas
ainda está sendo timidamente utilizado.
Não é somente na escola que se produz ou reproduz conhecimento,
mas é nela que o conhecimento é sistematizado e organizado, ela é o espaço
onde a pratica e a vivencia do direitos humanos devem acontecer, é
importante garantir a dignidade, igualdade, o exercício da participação e da
autonomia de seus membros deve ser exercitada.
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Unidade 1
Sobre a história do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro, a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz. (Platão)
O Estatuto da Criança e do Adolescente instituiu um novo paradigma
na construção de políticas públicas voltadas para a garantia de direitos.
Porém, muito antes já existia uma preocupação com as questões da
Educação das nossas crianças e adolescentes, apresentados de maneira
discreta nas constituições brasileiras. A partir da analise das contribuições
dessas constituições e da legislação na área da infância e do adolescente,
podemos traçar um perfil que caracteriza o direito a educação e seus
reflexos no cotidiano escolar.
Evolução do direito a educação na Constituição Federal ao longo da
história:
Constituição do Império do Brasil – 22/04/1824
Regulamentou-se que a instrução primaria seria gratuita e que os
colégio e universidades seriam responsáveis pelo ensino das ciências, letras
e artes.
Constituição da República Federativa do Brasil – 24/02/1891
Organizou os poderes da república e a garantia dos direitos individuais
e políticos. O tratamento a educação foi muito limitado, estabelecendo a
divisão das atribuições da União e do Distrito Federal e da questão da
laicidade, decretando a ruptura com a religiosidade na escola pública.
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Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil –
16/07/1934
Dedicou todo um capítulo à Educação e Cultura, em que estabeleceu
que a educação é um direito de todos e que deve ser ministrada pela família
e pelos poderes públicos (art.149).
Constituição dos Estado Unidos do Brasil – 18/09/1946
Apresentou em sua redação final, a competência da União em legislar
sobre as diretrizes e bases da educação nacional, com a atuação
suplementar e complementar da legislação estadual.
Constituição da República Federativa do Brasil – 24/01/1967
Iniciou o tratado do direito à educação, assegurando, no âmbito da
competência legislativa, a legitimidade da União quanto ao direito de
estabelecer os planos nacionais de educação. Considerou o ensino de 7 a 14
anos obrigatório, gratuito, ensino religioso facultativo e determinou que o
provimento do cargo de magistério deveria ser feito mediante a concurso
público.
Constituição Cidadã - 1988
A Constituição mais democrática que o pais já teve por isso o nome de
Constituição Cidadã. Mobilizou toda a sociedade e o tema “educação” foi
bastante discutido. Estabeleceu os direitos de:
- gratuidade do ensino oficial em todos os níveis
- garantia do direito aos que não se escolarizaram na idade ideal;
- perspectiva da obrigatoriedade do ensino médio;
- atendimento especializado aos portadores de deficiência;
- atendimento, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade –
redação de acordo com Emenda Constitucional nº 53/06;
- oferta do ensino noturno regular;
- previsão dos programas suplementares de material didático-escolar;
- prioridade de atendimento a criança e ao adolescente.
No seu artigo 227, reafirmou a questão da importância da educação ser
um compromisso de todos:
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Art.227 – “É dever da família da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.
A evolução do tratamento das questões da educação nas constituições
brasileiras não significa que todos os problemas educacionais foram
resolvidos, mas passou-se a reconhecer a educação como um direito social e
fundamental, possibilitando o desenvolvimento de ações por todos os
responsáveis: o Estado, a família, a sociedade e a escola. A partir da CF
1988, surgiram as principais leis da educação brasileira:
Lei nº 8.069, de 13/07/1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente.
Lei nº 9.394, de 20/12/1990 - estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional.
Lei nº 9.424, de 24/12/1996 – dispõe dobre o Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do
Magistério – FUNDEF.
Lei nº 11.494 de 20/06/2007 – que dispõe do Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos
Profissionais da Educação – FUNDEB.
Lei nº 10.172, de 09/01/2001 que aprova o Plano Nacional de
Educação.
Legislação específica na área da infância e adolescência...
- Doutrina do direito penal do menor – por esta concepção, o direito só se
ocupa com o menor que praticou um ato delinquente. O direito a educação
não era tratado nessa doutrina, apenas com a punição depois do ato
delinquente ser cometido;
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- Doutrina da Situação Irregular - Ela foi sustentada pelo antigo Código de
Menores (Lei 6697/79), que admitia situações absurdas de não proteção à
criança e ao adolescente. Naquele ínterim, os menores infratores eram
afastados da sociedade, sendo segregados, de forma generalizada, em
estabelecimentos como a FEBEM, desrespeitada a dignidade da pessoa
humana e o termo “menor”, inclusive, passando a ser usado pejorativamente.
- Doutrina da Proteção Integral - O inicio da década de 80 foi marcado por
um grande número de manifestações no território nacional, onde
pastorais, associações de moradores e outras entidades começaram a
lutar pela proteção integral das nossas crianças e adolescentes em
situação de risco. Esses movimentos estavam calcados na Declaração
Universal dos Direitos do Homem da criança, aprovada na Assembleia
Geral das Nações Unidas, aos 20 de novembro de 1959, culminando na
CF de 1988, que, atendendo a essas manifestações, assegurou a
proteção integral à criança e ao adolescente e, imediatamente após o
término da redação da CF, o Estatuto da Criança do Adolescente é
debatido, escrito e promulgado em clima de campanha cívica, regulando
os princípios básicos que instituem os direitos e descrevem os deveres de
todos os personagens envolvidos nesta política.
O Estatuto é constituído de dois livros. O livro I , denominado Parte
Geral, contém títulos que versam sobre a criança e o adolescente, como
sujeitos de direitos fundamentais e individuais que devem ser assegurados
com absoluta prioridade por toda a sociedade e poder público. Já no livro
II, Parte Especial, são encontrados artigos que falam das medidas de
proteção, sobre a prática do ato infracional, das responsabilidades dos
pais ou responsáveis, sobre o conselho tutelar, entre outras
especificidades.
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Aprofundando a discussão!
Fonte: Albert Lobo, 2014.
Para auxiliá-los/as na História do Estatuto da Criança e do Adolescente é
importante ler texto: O direito de ser corrigido, disponível em:
http://www.mpgo.mp.br/portalweb/hp/8/docs/o_direito_de_ser_corrigido.pdf
Neste texto o autor apresenta alguns paradigmas criados em torno do
Estatuto e propõe uma desconstrução dos mesmos.
Alguns pontos importantes para reflexão neste texto:
A garantia de direitos fundamentais: é uma importante ferramenta para
que nossas crianças e adolescentes sejam respeitados.
Os tabus criados em torno do ECA: a desinformação criou um
sentimento generalizado de rejeição ao estatuto.
Direitos: o ECA apenas deixa bem claro os direitos fundamentais já
trazidos pela Constituição e que crianças e adolescentes são sujeitos
de direito.
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Sugestão de atividades
Fonte: Albert Lobo, 2014.
Normalmente os estudantes apresentam uma visão sobre o ECA
baseadas em suas percepções, crenças, imagens fornecidas pela mídia em
geral. Esta visão pode ser distorcida, apresentando uma concepção errônea
de que o ECA só traz direitos e não responsabilidades. Uma atividade que
pode ser realizada para desmistificar estes conceitos é fazer um
levantamento sobre as concepções que os educados trazem respeito do ECA
feito através de questões como:
O que significa a Sigla ECA?
O que estabelece o ECA?
Você já fez leitura de alguns artigos do ECA?
Você tem direito? Justifique sua resposta.
Têm-se direitos, então, quais são seus deveres?
Este levantamento pode ser apresentado em forma de texto ou desenho.
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1. A partir das colocações dos educandos, levantar uma discussão,
provocando questionamentos e permitindo que reflitam sobre a
atividade que realizaram. Assim, os estudantes criarão uma
consciência crítica sobre o assunto e saberão afastar as imagens
estereotipadas, repetidamente veiculadas pela mídia.
2. A escritora Ruth Rocha apresenta reflexões sobre a necessidade da garantia
de direitos das crianças e dos adolescentes no poema O Direito das
Crianças, desmitifica os direitos com uma linguagem simples e muito criativa.
Distribuir o poema, orientando que todos leiam silenciosamente O tempo
para a leitura é fundamental para que os estudantes se familiarizem com o
poema. Posteriormente, abrir o espaço para realização da leitura em voz
alta. Após esse momento de leitura levar os alunos a compartilharem suas
impressões, sentimentos, opiniões sobre o poema: O que acharam do texto?
Que verso gostaria de destacar? Por quê? Que sentimentos, ideia o poema
faz surgir? E como última atividade pode-se pedir que façam um desenho
que represente o poema para ser exposto no ambiente escolar. É importante
ressaltar, que quando os alunos fazem suas representações através de
desenhos e/ou arte em geral, internalizam conceitos e aprendem de forma
lúdica e criativa.
O poema O Direito das Crianças, pode ser encontrado no link:
http://pensador.uol.com.br/frase/MTA0NjMyMw/.
O Direito das Crianças
(Ruth Rocha) Toda criança no mundo Deve ser bem protegida Contra os rigores do tempo Contra os rigores da vida. Criança tem que ter nome Criança tem que ter lar Ter saúde e não ter fome Ter segurança e estudar.... .
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O poema nos faz refletir também, quanta diversidade existe entre as crianças e ado lescentes
de nossas escolas, de nossas comunidade, de nossas cidades, de nosso estado e de nosso
pais.
Fonte: Albert Lobo, 2014.
Reforçando
Mitos sobre o ECA: não raro, ouvimos, o ECA trata apenas dos direitos das crianças, deixando de
lado o seus deveres.
Não é verdade. Diz o artigo 6º do ECA:
“Na interpretação desta lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, nas
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos e a condição peculiar da
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento “as crianças e adolescentes
devem receber atendimento diferenciado porque estão em processo de formação no
desenvolvimento: físico, biológico, psicológico, social, cultural e educacional”.
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Unidade 2
O Estatuto da Criança e do Adolescente e a
Educação
Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos.
(Pitágoras)
A análise mais criteriosa de como a educação e os professores se
relacionam com o ECA, principalmente no que diz respeito à cidadania (vista
como um objetivo da educação), é muito importante para que possamos
entender que, nós, profissionais da educação, não devemos atuar como
aqueles do direito, da psicologia ou da assistência social, diante das questões
apresentadas pela legislação. Mas precisamos, sim, resgatar o papel da escola
diante dela. Porém, não se está exigindo do professor ou profissional da
educação uma atuação como aquela dos demais profissionais que atuam com
a criança e o adolescente. Mas sim, que, como profissionais da educação,
possamos fazer as intervenções especificas da nossa profissão, com o
propósito de atingir os objetivos do ECA.
A explanação do ECA no ambiente escolar é um grande avanço para sua
aplicação. Como profissionais da educação temos a obrigação de conhecer e
vivenciar esta legislação que está contida em seu capitulo IV: DO DIREITO À
EDUCAÇÃO, À CULTURA, AO ESPORTE E AO LAZER.
ART.53 - A criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparando para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho.
Este artigo assegura:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - direito de ser respeitado por seus educadores;
III - direito de contestar critérios avaliativos, podendo recorrer às instâncias
escolares superiores;
IV - direito de organização e participação em entidades estudantis;
V - acesso a escola pública e gratuita próxima de sua residência.
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Parágrafo Único - É direito dos pais ou responsáveis ter ciência do processo
pedagógico, bem como participar da definição das propostas educacionais.
Assim, é de extrema urgência que a escola ocupe o lugar que já deveria ter
ocupado, logo que a CF de 1988 foi promulgada, pois já trazia no Art. 227 a
exigência de que ela seja solidaria com os outros responsáveis pela educação para
garantir esses direitos de nossas crianças e adolescentes. Muitos profissionais da
Educação nunca tiveram contato ou fizeram leitura do ECA, não por negligência,
mas, por que essa não é uma formação que é oferecida de maneira efetiva nos
cursos de formação. Nesse sentido se faz necessário apresentar os artigos que se
referem à educação:
ART. 54 - É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:
I - ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não
tiveram acesso na idade própria;
II - progressiva extensão da obrigatoriedade e gratuidade ao ensino médio;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência,
preferencialmente na rede regular de ensino;
IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a seis anos de
idade;
V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação
artística, segundo a capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente
trabalhador;
VII - atendimento no ensino fundamental, através de programas
suplementares de material didático-escolar, transporte, alimentação e
assistência à saúde.
§ 1° - O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2° - O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público ou sua
oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3° - Compete ao Poder Público recensear os educandos no ensino
fundamental, fazer-lhes a chamada e zelar, junto aos pais ou responsável,
pela frequência à escola.
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ART. 55 - Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos
ou pupilos na rede regular de ensino.
ART. 56 - Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental
comunicarão ao Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os
recursos escolares;
III - elevados níveis de repetência.
ART. 57 - O Poder Público estimulará pesquisas, experiências e novas
propostas relativas a calendário, serração, currículo, metodologia, didática e
avaliação, com vistas à inserção de crianças e adolescentes excluídos do
ensino fundamental obrigatório.
ART. 58 - No processo educacional respeitar-se-ão os valores culturais,
artísticos e históricos próprios do contexto social da criança e do adolescente,
garantindo-se a estes a liberdade de criação e o acesso às fontes de cultura.
ART. 59 - Os Municípios, com apoio dos Estados e da União, estimularão e
facilitarão a destinação de recursos e espaços para programações culturais,
esportivas e de lazer voltadas para a infância e a juventude.
Repensar o papel da escola diante da legislação vigente, para além da mera
instrução formal, trabalhando com as questões de cidadania e com valores
essências a convivência a ao bem estar de todos, é um passo importante para
garantia da proteção integral. Para tanto é preciso fazer uma releitura do Projeto
Político Pedagógico da Escola, levando em consideração que, ao construirmos o
PPP, devemos: planejar o que temos intenção de fazer e realizar.
Nas palavras de Gadotti:
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar significa tentar quebrar um estado confortável para
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arriscar-se, atravessar um período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que cada projeto contém de estado melhor do que o presente. Um projeto educativo pode ser tomado como promessa frente a determinadas rupturas. As promessas tornam visíveis os campos de ação possíveis, comprometendo seus atores e autores. (1994, p.579)
Sendo assim, o projeto político pedagógico precisa transcender a ideia
difundida de que se trata apenas de um agrupamento de textos sem sentido, de um
documento burocrático distinto da realidade escolar, feito somente para cumprir a
parte legal da escola. O PPP precisa ser um documento que toda a comunidade
escolar participe de sua construção: ele é um instrumento de mudanças possíveis
dentro da escola e todas as questões que envolvem o processo de ensino e
aprendizagem precisam ser discutidos, incluindo as questões de indisciplina e
violência. E todas as medidas pedagógicas que serão adotadas pela escola devem
estar bem claras neste documento. Nesse sentido, Juliatto (2007) questiona: “Pode
uma educação ser realmente neutra e consegue uma escola passar a seus alunos
somente conteúdos e não valores de vida?”.
Uma educação que forme sujeitos emancipados, com os valores essências
fortalecidos, capazes de dar continuidade ao processo de desenvolvimento,
provocando mudanças na sociedade, precisa realmente fortalecer as instâncias
colegiadas, numa gestão democrática feita pela e para a comunidade escolar. Para
tanto, é necessário que cada estabelecimento de ensino conheça bem a
comunidade na qual está inserido e quais são as questões que devem aparecer nos
projetos políticos pedagógicos (PPP) e ter o conselho escolar como aliado e não
como aquele “conselho do amigo do gestor”.
Considerações sobre o PPP:
Precisamos resgatar juntos à comunidade escolar a importância de se
planejar o que temos a intenção de fazer na nossa escola. Porém, é muito
difícil conseguirmos essa união na escola, pois na maioria das vezes quem
faz o Projeto Político Pedagógico da escola é a equipe pedagógica, restrita ao
pedagogo propriamente.
24
Para que um Projeto Político Pedagógico seja realmente o reflexo do trabalho
realizado na escola, é fundamental que a comunidade escolar tenha o
domínio das bases teóricas e metodológicas e quais são as concepções que
devem orientar o trabalho pedagógico.
A gestão democrática abrange a comunidade escolar toda e não somente a
direção como ocorre na maioria das nossas escolas.
Uma questão importante a ser tratada está relacionada à cidadania: escolas
que trabalham e citam no seu PPP questões como os direitos e os deveres
dos alunos (Estatuto da Criança e do Adolescente), os direitos e os deveres
dos pais, a responsabilização, o respeito, a amizade, a educação fiscal e o
controle social, formam alunos/cidadãos conscientes e capazes de provocar
mudanças na sua comunidade.
A avaliação tem sido o “grande nó” do PPP: muitas vezes confundimos os
instrumentos de avaliação com os critérios avaliativos que a escola adota. A
avaliação é um dos critérios que nos leva a pensar e repensar o PPP. Temos
que tomar cuidado para o processo avaliativo da escola e para que os
critérios de avaliação não tornem a nossa escola excludente, prejudicando
assim os alunos.
Não devemos também esquecer que no Regimento Escolar as medidas
pedagógicas e medidas disciplinares devem ficar bem explicitas. Essas medidas
pedagógicas devem iniciar em sala de aula: professor que não faz a mediação de
conflitos está contrariando a lei. Um gestor democrático deve procurar construir as
normas e as regras que norteiam a sua escola. Essa construção deve contar com a
participação de todos de maneira democrática, professores, pais, funcionários,
pedagogos e estudantes. Uma vez tendo construído esse documento, o gestor
precisa cuidar para que tudo seja registrado e estar constantemente lembrando no
dia a dia de atividades da escola. Precisa incentivar que todos se baseiem no que foi
construído coletivamente para fazer seus planejamentos e no desempenho de suas
funções dentro da escola. Um professor deve planejar as suas aulas para atingir o
objetivo maior da escola; os pais devem respeitar os princípios éticos que norteiam a
escola do seu filho. Além disso, o gestor deve desenvolver ou delegar para alguém o
trabalho de desenvolver instrumentos e estratégias que possam avaliar e que
25
ajudem a captar os diferentes pontos de vista de todos os atores da escola acerca
do funcionamento das regras e normas construídas coletivamente. Nem sempre
essa construção é fácil, pois o gestor pode encontrar resistências: dos alunos em
relação aos professores mais firmes na aplicação de regras; dos professores que
apresentam uma resistência muito grande em relação a inovações e a quase tudo o
que os diretores e pedagogos tentam implantar na escola; dos funcionários para que
se entendam também como educadores e participem do processo; dos pais, que
demonstram resistência em admitir os seus erros na educação dos filhos e a assumir
a sua responsabilidade. A própria equipe diretiva tem uma resistência grande em
aceitar críticas e em admitir modificações na sua forma de gestão da escola.
Por isso, o gestor deve ser corajoso o suficiente para enfrentar a resistência,
provocando as mudanças necessárias para garantia de uma educação de qualidade,
onde prevaleça a missão e os valores da mesma. Quanto à escola, Di Giorgio
(2001:147) afirma:
A Escola deve avançar no sentido de ser, legitimamente, institucionalmente e no imaginário social, uma entidade que cumpra socialmente sua função de dinamizadora cultural e social do seu entorno e é a partir do cumprimento da função mais ampla que ela poderá efetivamente atuar eficazmente no sentido de não mais instruir, mas educar crianças, jovens, adolescentes e também adultos.
Se a escola tem a função social de emancipar os cidadãos, não pode deixar
de trabalhar dentro de uma educação em direitos humanos. O exercício dos direitos
depende das condições de acesso que são dadas as pessoas, que não podem estar
apenas no papel como na maioria dos casos. Para que aconteça essa emancipação,
as crianças e os adolescentes precisam de limites e de regras que estão muitas
vezes esquecidas pelas famílias. Para tanto, toda a comunidade escolar deve estar
respaldada na lei vigente, entre elas o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Assim, conhecer e interpretar o (ECA) em todos seus aspectos, pode inibir
deliberações de caráter disciplinar, como por exemplo:
Explicações erradas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
Desconhecimento da seriedade do Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) e da sua eficácia, por parte da escola.
26
Ausência de conhecimento por parte dos educadores quando afirmam que o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), protege os alunos
indisciplinados, dando mais “direitos do que deveres” aos mesmos.
O ECA apenas procurou tornar exequível à norma constitucional quanto ao
direito à educação.
Aprofundando a discussão!
Fonte: Albert Lobo, 2014.
No artigo Inovações e projeto político-pedagógico: uma relação
regulatória ou emancipatória? Ilma Passo A. Veiga apresenta a ideia de
que uma das razões para o PPP ser, muitas vezes, um documento apenas
burocrático é a falta de uma gestão democrática e participativa. A autora
defende que a construção do PPP, pautada na realidade da comunidade em
que a escola está inserida, gera a corresponsabilidade no processo do ensino
e aprendizagem, e que uma questão importante a ser tratada está relacionada à
27
cidadania. Devemos, acreditar que a construção do PPP que leve a uma educação
emancipatória é possível.
ATIVIDADES
Fonte: Albert Lobo, 2014.
1 Comente, coerentemente, cinco ideias do texto que se relacionam com o
PPP da sua escola.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v23n61/a02v2361.pdf
2 Preparando uma aula para trabalhar com o ECA e seus alunos: os nossos
educandos só vão entender e praticar seus direitos e deveres trazidos pelo
ECA se forem mediados por um adulto. Na escola somos nós professores que
devemos realizar essa tarefa, independente de qual disciplina, pois essa
atitude vai fortalecer toda a comunidade escolar. Sugestão de aula para
trabalhar com o ECA, podendo ser trabalhados por diferentes professores de
acordo com a organização da escola.
28
Conhecendo o Estatuto da Criança e do Adolescente
O que o aluno poderá aprender com esta aula:
Conhecer o que diz a Lei 8069/90, o Estatuto da Criança e do
Adolescente.
Conhecer alguns direitos e deveres da criança e do adolescente.
Diferenciar criança de adolescente.
Descobrir como fazer para que seus direitos sejam garantidos.
Discutir sobre o atendimento da lei para todas as crianças.
Pesquisar e identificar o que mudou da infância dos nossos pais para a
infância das crianças que nasceram após a criação da lei.
Entrevistar um agente do Serviço Social do nosso município.
O ECA traz em seus textos alguns direitos e deveres da criança, desde de 13
de julho de 1990, e temos que ressaltar que nem sempre esses direitos são
cumpridos. O importante dessa aula é que as crianças e adolescentes saibam
quais são seus direitos e deveres.
Para introdução do tema, apresentamos o vídeo “Conhecendo o Estatuto da
Criança e do Adolescente com a Renatinha” – vídeo disponível no sítio do
youtube que pode ser acessado no endereço eletrônico:
https://www.youtube.com/watch?v=UmYrApzqUIE
Fonte: Albert Lobo, 2014.
29
Discussão dos pontos em destaque na lei: vida, saúde, alimentação, esporte,
lazer, profissionalização, cultura, dignidade, respeito, liberdade, educação e
convivência familiar e comunitária. Após a exibição do vídeo divida a turma em
doze grupos, ou seja, cada grupo vai trabalhar com um destaque da lei. E
solicitem que façam representações para cada um dos temas, podendo ser
através de desenhos, histórias ou dramatizações.
Materiais que você poderá utilizar: cartolinas, papel sulfite, lápis de cor ou tinta
guache, TV pendrive e o ECA.
Oriente seus alunos a montarem um painel com os desenhos relativos ao
tema, lembrando que devem colocar nome dos autores do trabalho, titulo
objetivo e data, pois outras pessoas podem buscar informações nesses
trabalhos.
Podemos construir um texto colaborativo sobre os direitos e deveres com os
alunos. Discutir com eles o porquê de ter sido criado o ECA.
E para dar inicio essa discussão, apresentamos o vídeo de uma reportagem do
Jornal da Rede Globo, disponível no sítio:
https://www.youtube.com/watch?v=J3J2Ilala7g&feature=related
Questione-os:
- Sobre o que fala o vídeo?
- Vocês gostariam que acontecesse com vocês o mesmo que acontece com as
crianças do vídeo?
- Que tipos de trabalhos infantis vocês conhecem?
- Estudar é trabalho infantil? Fazer os deveres de casa é direito ou dever?
- Será que as crianças mostradas no vídeo conseguem estudar?
- Como vocês imaginam que será o futuro dessas crianças?
- Como é possível ajudar as crianças em situações semelhantes as da
reportagem?
- E vocês, se sofrerem maus tratos, sabem pra quem pedir ajuda?
30
Depois das discussões, converse com as crianças e adolescentes que além do
ECA, existe o Conselho Tutelar, órgão criado para que a garantia de direitos
seja efetivada. Sugira que os alunos pesquisem onde fica o Conselho Tutelar
mais próximo da sua escola/casa. Pode ser possível convidar um conselheiro
para vir fazer uma palestra na escola, com o objetivo de mostrar quais são as
atribuições do mesmo. Esse trabalho trará as crianças conhecimentos de
cidadania e o entendimento de seus direitos e deveres.
Tarefa de casa:
- Oriente os alunos a questionarem seus pais/mães ou o adulto responsável
por ela sobre o que mudou da infância deles para a infância das crianças que
nasceram após a criação da lei.
-Esta tarefa de casa, não só reforçará com a criança os conhecimentos
aprendidos, como valorizará suas aprendizagens, à medida que “ensina” ao
adulto o que sabe.
-Como esta atividade também prevê a inclusão digital da família, é interessante
que pais e filhos pesquisem juntos outros vídeos e mais informações sobre o
estatuto, com o objetivo de ampliar os conhecimentos.
Sugestão do roteiro de tarefa de casa, após a palestra com o Conselheiro
Tutelar:
Senhores Pais ou Responsáveis:
Hoje, ___/___/___, tivemos uma palestra com o (a) Conselheiro (a) Tutelar em
nossa escola. Tiramos muitas dúvidas de como esse órgão atua, precisamos
da sua ajuda, discuta com seu filho (a) as questões:
- Como foi à entrevista, o que mudou na infância das crianças que nasceram
após o ECA, e como era antes.
- Ele precisa da sua colaboração para fazer um relatório do que ele (a)
aprendeu sobre o ECA e sobre o Conselho tutelar.
31
Solicite também que façam uma entrevista com um adulto da família (pai, mãe,
tio, avô ou outro) abordando:
COMO ERA A SUA INFÂNCIA:
Nome:_________________________________________________________
Idade: _________________________________________________________
- Você brincava muito? ___________________________________________
- Você precisou trabalhar?_________________________________________
- Estudar era importante? Até que idade, mais ou menos?________________
- Mas o que era mais importante, estudar ou trabalhar?__________________
- Você recebia algum tipo de castigo quando fazia algo errado? Como isso
acontecia?______________________________________________________
- Atualmente, as crianças não podem trabalhar ou sofrer castigos físicos
porque o estatuto da criança e do adolescente, o ECA, os protege. O que você
acha disso?_____________________________________________________
- Se na época da sua infância existisse o ECA, você acha que a sua infância
seria melhor ou pior?______________________________________________
Ampliando o debate:
Com as questões trazidas pelos alunos, organizar um debate em sala de aula.
Neste momento, reforce alguns dos direitos e deveres da criança e do
adolescente, mas, para uma ampliação e melhor contextualização do tema, é
importante dizer o que a lei trás para a diferenciação de criança e adolescente,
Para esta atividade, a sugestão é que você leve os alunos ao laboratório de
informática e acesse o sítio Pró menino, disponível em:
http://www.promenino.org.br. Este sítio possui uma muitas informações sobre o
32
ECA. Navegue com seus alunos e encontre uma maneira diferente de tratar de
um assunto tão complexo.
-Questione-os sobre qual é a diferença entre uma criança e um adolescente e
se tem direitos e deveres diferentes.
-Outra questão relevante é como fazer para que seus direitos sejam
garantidos.
Finalizando o tema:
Fonte: Albert Lobo, 2014
Inicie este momento com a socialização de campanhas contra maus tratos
infantis, que poderão ser assistidas, no sitio do Youtube,
33
Conselho Tutelar: todo mundo precisa conhecer
https://www.youtube.com/watch?v=-zKFv5bYOZk
http://www.youtube.com/watch?v=umOq7rP1VrM
Ministério Público: http://www.youtube.com/watch?v=FUrBmOvdwLw
E, para a finalização do trabalho com o tema Estatuto da Criança e do
Adolescente, a sugestão é uma atividade mais lúdica. A música de Arnaldo
Antunes e Paulo Tatit “Criança não trabalha” caminha no sentido de mostrar o
que deve ou não fazer parte do universo infantil. As crianças poderão assistir o
clipe pelo endereço eletrônico:
http://www.youtube.com/watch?v=u9aa7FqMcRU
3 Contação de Histórias fazendo a relação dos Contos de Fadas e o ECA,
uma atividade para ser trabalhada com os sextos anos do ensino
fundamental.
Através da contação de histórias podemos trabalhar uma cultura de paz, de
respeito e de troca com nossos educandos. Desde os primórdios da Criação
não inventaram nada mais eficaz do que contar histórias quando se trata de
passar uma mensagem. Uma história gera interesse, captura atenção e deixa
uma bela lição para reflexão. Um bom professor é essencialmente uma coleção
de vivas histórias. Elas destacam situações que tem paralelo com a vida e
sugerem soluções. Mesmo um assunto complicado como direitos e deveres
podem se tornar vívidos se forem usadas histórias para ensiná-lo.
O que o aluno poderá aprender com esta aula
Ouvir história;
Identificar o gênero “contos de fadas”;
Identificar no conto de fada os direitos que o ECA (Estatuto da Criança e do
Adolescente) defende e que não são respeitados;
Relacionar o perfil de família do contexto da história e a estrutura de família
que conhecem;
Reconstruir a história adaptando-a ao ECA.
34
Professor, esta aula propõe as seguintes atividades:
Contação de história ou leitura, se preferir. Faça a opção pela estratégia que
dominar melhor;
Discussão e registro das falas dos alunos;
Atividades para explorar a compreensão da história, buscando relacionar ao
estudo do ECA, pois é um momento propício para trabalhar a habilidade de
relacionar o que a lei prevê e o conteúdo da história (fantasia e a realidade);
Releitura da história;
O Estatuto da Criança e do Adolescente e conto: Chapeuzinho Vermelho
Fonte: Albert Lobo, 2014.
Depois de contar a história:
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Contação da história
- Prepare a sala e estabeleça regras para ouvir a história.
O professor deve questionar os alunos:
Essa é uma história real?
Existe algo de mágico na história?
Foram violados direitos da criança personagem da história?
Quais direitos?
Quem violou esse direito?
Como era a família da personagem?
Existe uma relação entre a família da história e a sua?
- Peça que os alunos reescrevam a história, levando em consideração o ECA. Eles
podem apresentar a história lendo ou dramatizando.
Estudando os contos de fadas, podemos observar que com muitos deles é possível
desenvolver essa atividade, estabelecendo relações com os nossos alunos, gerando
aprendizagem de maneira lúdica.
Sugestão de contos que podem ser utilizados na atividade:
A Cinderela;
Branca de Neve;
João e Maria;
Peter Pan;
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Além dos contos de fadas podemos trabalhar com outros contos, que tragam
mensagens que sejam sempre positivas e edificantes e trabalhem com as questões
de preconceitos e direitos humanos, promovendo assim, assimilação de atitudes que
melhorem as relações interpessoais dentro do ambiente escolar. As histórias têm um
efeito muito profundo, especialmente sobre as crianças. Alguma coisa contada com
entusiasmo sob forma de história será lembrada e tratada como um tesouro,
enquanto a mesma informação passada de maneira seca será esquecida. As
crianças gostam de ouvir histórias de imaginação, os mais velhos querem ouvir
relatos com os quais possam fazer relações, histórias que seja realistas, e os
adolescentes gostam de fatos.
Através das histórias e mitos os professores e estudantes podem discutir e
pensar sobre diversas soluções para os problemas de indisciplina dentro do
ambiente escolar. É um bom momento para apresentarmos os valores: cooperação,
consideração, respeito ao próximo, valorização do professor como líder do processo
ensino aprendizagem.
Como sugestão: O livro Menina bonita do laço de fita da autora Ana Maria
Machado. Disponivel em: https://www.youtub e.com/watch?v=W9eBpv-WPAs
4 Construção coletiva de um livro
(Processo de construção e valorização do respeito à diversidade).
Fonte: Albert Lobo, 2014. Compartilhe!!!
Registre aqui todas as
atividades feitas pelos
alunos:
Produção de texto;
Desenhos;
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4- TRIBUNAL – atividade direcionada aos adolescentes, séries finais do
ensino fundamental e ensino médio.
Fonte: Albert Lobo, 2014.
- Objetivo: propiciar uma discussão sobre os direitos das crianças e adolescentes, a
luz do ECA, direitos fundamentais como: vida, saúde, alimentação, educação, lazer,
direito de brincar, convivência familiar e comunitária.
Desenvolvimento:
Dividir a turma em dois grupos. Um grupo irá defender uma proposta, por exemplo,
de que "a criança tem direito a estudar" e o outro grupo vai defender o oposto, de
que "a criança não tem direito de estudar. À frente de cada grupo é colocada uma
bandeirinha e, quem quiser falar um argumento para defender a proposta de seu
grupo, pega a bandeirinha e fala. Depois é a vez do outro grupo refutar o argumento
e, assim continuamente. Depois, os papéis podem ser trocados. Discutir sobre a
facilidade ou dificuldade de defender uma proposta que faz ou não sentido para o
38
grupo. Discutir os argumentos utilizados pelos grupos com base no Estatuto da
Criança e do Adolescente.
É importante que os educandos entendam que respeitar os direitos do outro,
contribui para uma boa convivência em comunidade. Que prática do bullying, nada
mais é que a falta de respeito e de empatia.
39
Unidade 3
O Estatuto da Criança e do Adolescente e a Família.
Um exemplo é a melhor ajuda para o ensinamento.
(Sathya Sai Baba)
Levando em conta que a que a família é primeira instituição na garantia de
direitos das nossas crianças e adolescentes, se faz necessário também a sua
presença no ambiente escolar. Em muitas famílias, no entanto, a falta de estrutura e
orientação vem tratando a Lei nº 8.069, de 13/07/1990 de forma incoerente, uma vez
que ainda verificamos o abandono desta instituição nos casos de risco social ao qual
a criança e o adolescente são submetidos, bem como o abandono intelectual de
seus filhos, o que prejudica o processo ensino e aprendizagem. Portanto, é
necessário explanar o que o Estatuto determina para a família e alguns fatores que
levam ao descaso familiar.
A família tem uma função importantíssima na infância e na adolescência de
um ser humano, pois é nessa instituição que o individuo dá os primeiros passos para
o desenvolvimento social e a interação com o universo que o cerca. Estudos
apontam, que os pais ou responsáveis tem como papel principal fornecer os
alicerces dos comportamentos, transmitir os valores de todas as naturezas, além, é
claro, de dar as condições materiais necessárias ao desenvolvimento biológico de
seus filhos. Os pais tem que fazer com seus filhos se sintam amados, protegidos e
com o sentimento de que sua família é o seu porto seguro.
Muitas vezes crianças e adolescentes tem seu direitos violados dentro da
instituição familiar, local onde deveriam ser protegidas e cuidadas. Nesse sentido, o
ECA veio proteger as crianças e adolescentes e não retirar o poder dos pais e
responsáveis em educar os seus filhos, dando-lhes limites e todas as orientações
necessárias.
A Lei 8.069/90 traz em seu artigo 4º que “é dever da família, da comunidade,
da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a
efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
esporte, ao lazer, à profissionalização, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à
convivência familiar e comunitária”.
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A família é disposta como primeira instituição na garantia de direitos, sendo
assim a instituição de maior responsabilidade na formação da criança e do
adolescente e no seu convívio social.
O capítulo III, da mesma lei, institui em seu artigo 19 que “toda criança ou
adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e
comunitária, e em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de
substâncias entorpecentes”. Este artigo retrata de forma incontestável o direito da
criança e do adolescente em ter em seu convívio sua família e na falta desta, a
substituta, garantido assim a interação comunitária, em ambiente profícuo a sua
formação.
O Estatuto da Criança e do Adolescente reconhece a existência de três espécies de
família: a natural, a extensa e a substituta.
Família natural: assim entendida a comunidade formada pelos pais ou
qualquer deles e seus descendentes (art. 25, caput, ECA).
Família extensa: aquela que se estende para além da unidade pais e filhos
ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a
criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade
(art. 25, parágrafo único, ECA).
Família substituta: para a qual o menor deve ser encaminhado de maneira
excepcional, por meio de qualquer das três modalidades possíveis, que são:
guarda tutela e adoção.
Art. 28, ECA:
A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção,
independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos
desta Lei.
DEVERES DOS PAIS EM RELAÇÃO À EDUCAÇÃO DOS FILHOS
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família (CF, art. 205), reclama atenção especial dos pais, pois estes têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores (CF, art. 229).
41
Tais normas constitucionais encontram no Código Civil e no Estatuto da
Criança e do Adolescente outras disposições, valendo lembrar que aos pais,
enquanto titulares do pátrio poder, compete-lhes, quanto à pessoa dos filhos, dirigir-
lhes a criação e educação (CC, art. 384, inciso I), afirmando o ECA que aos
mesmos incumbem o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores (art.
22).
Dever dos pais, qualquer que seja o estado civil dos mesmos, servindo a norma
insculpida no artigo 231, inciso IV, do Código Civil, relacionada às obrigações dos
cônjuges, apenas como referência a possibilitar sanção decorrente da falta de
cumprimento de um dos deveres fundamentais do casamento do qual resulte prole.
No que concerne à escolaridade, o principal dever consiste
em matricular os filhos na rede regular de ensino (ECA, art. 55),
valendo lembrar que constitui crime de abandono intelectual,
punido com detenção de 15 dias a um mês, ou multa, deixar, sem
justa causa, de prover a instrução primária de filho em idade
escolar (CP, art. 246). Excluem a ilicitude da conduta situações
reveladoras de miséria, pobreza, graves dificuldades financeiras,
falta de vagas em estabelecimentos públicos etc., porquanto, como
é óbvio, não houve omissão dolosa.
42
Por fim, é de assinalar que o descumprimento indesculpável dos deveres
relacionados à educação dos filhos faz incidir as medidas previstas no artigo 129 do
Estatuto da Criança e do Adolescente, sendo a mais grave a destituição do pátrio
poder.
Aprofundando a discussão!
Fonte: Albert Lobo, 2014.
Deflui do artigo, 129, inciso V, do ECA que
os pais, além da matrícula, têm o dever
de acompanhar a frequência e o
aproveitamento escolar do filho. O mero
colocar na escola não elide a obrigação dos
pais, reclamando a lei atuação no sentido de
garantir a permanência, bem como no de
observar e participar da evolução escolar .
43
No artigo, Fortalecimento familiar a partir da ética e dos Direitos Humanos,
Gabriela Schreiner apresenta a ideia de que somente fortalecendo as famílias e
trabalhando na questão do resgate de valores no seu seio, teremos realmente os
direitos fundamentais efetivados.
Disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/acolhimento/fortalecimento_familiar_gs2007.pdf
Sugestão de atividade
Fonte: Albert Lobo, 2014.
44
Roda de Conversa com os Pais ou responsáveis
A roda de conversa é um momento onde os pais e responsáveis tem a
oportunidade de expressar seus pensamentos de maneira informal. A Roda
deve se transformar num espaço junto à comunidade de acolhimento, de
escuta e observação permanente sobre as questões que afligem as famílias,
com o objetivo de trabalhar as demandas em prol do processo ensino
aprendizagem das crianças e adolescentes. É necessário que a roda de
conversa tenha uma intencionalidade educativa, que requer planejamento e
organização. Não é recomendável fazer uma roda de conversa com um
número muito grande de participantes (30 pessoas), o gestor ou um
pedagogo deve ser o mediador das conversas, atribuindo sentido as mesmas.
Objetivos da Roda de Conversa.
-Aproximar os pais da escola;
- Discutir as questões relacionadas à família no ECA;
- Propiciar a troca de experiências;
- Estabelecer relações saudáveis entre pais e filhos;
- Expressar as ideias, trazidas pela comunidade escolar;
- Coordenar diferentes pontos de vista.
- Aprender a ouvir o outro.
O mediador deve:
- Levar assuntos que incentivem o grupo a contar seus relatos.
- Deixar espaço e tempo para que todos coloquem seus pontos de vista;
- Permitir que os pais se sintam a vontade e acolhidos;
- Procurar manter o rigor em relação ao tempo, pois a roda deve durar o
tempo estipulado;
As rodas de conversa contribuem para que os pais ou responsáveis
entendam que o processo de ensino e aprendizagem dos seus filhos vai além
do resultado acadêmico, já que muitos pais estão pouco interessados se o
filho aprendeu algo significativo para sua vida, e na ânsia do produto final, ou
seja, a aprovação ou a reprovação, tornam-se negligentes no
acompanhamento da aprendizagem.
45
Precisamos incentivar os pais e responsáveis a entender que sempre
continuarão sendo pais, independentemente do que seus filhos aprendem na
escola. Ou seja, precisam compreender que não podem delegar à escola a
formação completa de seus filhos.
Para refletirmos: O Poema de Dorothy Rothy, reflete sobre como precisamos
rever nossas atitudes diante dos nossos alunos e filhos. O poema completo
está disponível em:
http://www.linolica.com.br/exemplo.htm
CRIANÇAS APRENDEM O QUE VIVEM
Fonte: Albert Lobo, 2014.
Se a criança vive com críticas,
Ela aprende a condenar
Se a criança vive com hostilidade, Ela aprende a agredir.
Se a criança vive com zombarias. Ela aprende a ser tímida......
46
Unidade 4
Rede de Proteção a Criança e ao Adolescente.
"Mudar o mundo, é mudar o olhar. Do olhar que estreita e subtrai, para o olhar que amplia e engrandece. Do olhar que julga e condena, para o olhar que compreende e perdoa. Do olhar que teme e se esquiva, para o olhar que confia e atreve. Do olhar que separa e exclui, para o olhar que acolhe e religa."
(Roberto Crema)
Definição de Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente, segundo o
MANUAL DE ORIENTAÇÃO AOS GESTORES MUNICIPAIS.
É o conjunto articulado de ações, serviços e programas de atendimento executados pelos órgãos e entidades que integram o “Sistema de Garantias dos Direitos da Criança e do Adolescente”, destinados à proteção integral infanto-juvenil. Assim sendo, a “Rede de Proteção” pressupõe a atuação dos diversos componentes do “Sistema de Garantias” de forma articulada, ordenada e integrada, de modo a permitir o rápido e eficaz atendimento das necessidades básicas das crianças, adolescentes e suas respectivas famílias como um todo, evitando assim a omissão ou a superposição de ações. (2012, p.4)
O Poder Público não é o único responsável pela garantia do sistema de
direitos. Mas precisa fazer com que as políticas públicas sejam executadas de
maneira a atender as necessidades dos sujeitos para quais foram feitas.
Na atualidade, muitos dos atos de violência que presenciamos no cotidiano
social estão relacionados ao uso ou tráfico de drogas, seja ela de qualquer
categoria. Famílias são desestruturadas, jovens são usurpados do seu convívio
social, da escola, do direito de ascender socialmente, de ter longevidade, tudo por
causa das drogas. É por isso que a escola, como espaço social onde todas as
classes, gêneros, tribos, desejos e anseios dos jovens se encontram, tem a
responsabilidade de tratar deste tema junto a seus alunos e desta forma atingir a
toda uma sociedade carente de apoio e políticas públicas eficazes.
Nesse sentido, a escola deve fazer tudo o que está ao seu alcance, para que
a criança e o adolescente sejam atendidos nas suas necessidades. Mas existem
situações que extrapolam a competência da escola. Nestes casos, é preciso que os
47
educadores e gestores não estejam sozinhos, podendo contar com a parceria da
Rede de Proteção.
Um exemplo são os casos de ato infracional, um problema que exige ações
além do ambiente escolar e requer medidas a serem tomadas por uma rede de
proteção à criança e ao adolescente. A escola precisa conhecer bem essa rede e
não se excluir desse processo.
O que se considera ato infracional:
“Art. 103 – Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou
contravenção”. (ECA,1990)
“Ação praticada por criança ou adolescente, parecida com ações definidas
como crime ou contravenção, mas não se caracteriza como delito...” (ECA,1990).
“...quando uma criança ou adolescente for acusada de matar, estuprar, roubar,
portar armas, furtar...” (ECA,1990, p. 136) .
O Art. 56 do ECA diz: “a escola deve esgotar todos os recursos escolares
(carta registrada, visita a domicilio e o contato com a família) antes de encaminhar o
caso para as autoridades competentes, se mesmo assim não obteve resultados que
possam auxiliar o aluno, a conduta da escola deve ser: notificar, encaminhar ao
conselho tutelar ou ao juizado, para que esses possam adotar as medidas
socioeducativas.
Acreditamos que a articulação da rede de proteção à criança e ao
adolescente é um caminho para atingirmos o objetivo que é a garantia dos direitos
de nossos educandos. A escola tem que se perceber como membro da Rede e
desenvolver estudos e projetos que garantam um ambiente saudável e prazeroso
para que aprendizagem significativa realmente aconteça.
Essa rede de proteção deve ser o mais bem articulada possível, lembrando
que as ações da Rede são Inter setoriais e Inter secretariais, envolvendo todos os
órgãos que são responsáveis por políticas públicas que envolvam crianças e
adolescentes. É importante que a escola se perceba como uma parte dessa rede, e
não como vítima do processo. Precisamos antes de nos articularmos com a rede
externa, construir uma rede interna de proteção no estabelecimento de ensino para
resolvermos o maior número de conflitos dentro do ambiente escolar. Porém, temos
que participar da rede do Município para poder resolver os problemas mais sérios,
pois a instituição escolar não pode ficar isolada das demais instituições
comunitárias.
48
Neste sentindo é importante entendermos que na Rede de Proteção à
Criança e ao Adolescente não existe hierarquia, pois é estabelecida de maneira
horizontal, portanto, sem chefia, sendo a responsabilidade dividida por todos.
Características da Rede de Proteção:
Dinamismo: A Rede é uma estrutura flexível, dinâmica e em movimento. Ela é
multifacetada.
Participação: A cooperação é o que a faz funcionar, sem participação ela
deixa de existir.
Horizontalidade: A rede não possui hierarquia nem chefia. A liderança provém
de muitas fontes e pode variar conforme o tipo de ação;
Aprofundando a discussão!
Fonte: Albert Lobo, 2014.
No artigo, O sistema de garantias de direitos da criança e do adolescente e o
desafio do trabalho em “rede”, o autor Murilo José Digiácomo, faz uma reflexão
49
sobre os desafios de se articular e fortalecer as redes de proteção das crianças e
adolescentes. Um dos desafios apontados é a dificuldade que se tem de efetivar o
“sistema de garantia de direitos”, articulando todas a políticas públicas para as
crianças e adolescentes.
Artigo disponível em:
http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/conselhos_direitos/Sistema_de_Garanti
as_ECA_na_Escola_II.pdf
Representação gráfica da constituição de uma rede proteção
Na representação gráfica disponível em:
http://www.crianca.mppr.mp.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=235,
é feito uma relação entre as engrenagens que garantem o funcionamento perfeito de
um motor e o sistema de garantia de direitos. Se um órgão que faz parte da rede de
proteção deixar de executar a tarefa que lhe compete, prejudica todo o conjunto de
medidas que protegem as crianças e os adolescentes.
SUGESTÃO DE ATIVIDADE:
Fonte: Albert Lobo, 2014.
Fonte: Albert Lobo, 2014.
50
A escola é o ambiente em que boa parte os fatores de risco e de proteção podem
ser percebidos, para sabermos quais os fatores de risco estão presentes na nossa
escola, os professores junto com a equipe pedagógica devem montar uma tabela:
Domínio Escolar
Fator de risco Fator de proteção
Ausência de relação entre família e
escola.
Relação amistosa entre família e
escola.
Depois de mapeados os problemas que são de domínio da escola, formar uma Rede
de proteção interna e articular com a rede de proteção do município, para
elaboração de medidas pedagógicas que possam sanar ou amenizar os fatores de
risco.
Para que a rede de proteção local funcione corretamente é interessante
elaborarmos um protocolo de encaminhamentos, das questões de violação de
direitos da crianças e adolescentes.
Podemos ter mais informações sobre o funcionamento da rede de proteção no site:
http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteu
do=1429
Acessem e confiram como a Secretaria Estadual da Educação está articulando as
Rede de Proteção no Estado do Paraná.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Espera-se com este Caderno Temático incentivar os professores e
profissionais da educação a trabalharem as questões relacionadas ao ECA e com
os direitos e deveres de todos, no sentido de ficarem mais atentos e não se
omitirem diante dos casos de violação de direitos aos quais nossas crianças e
adolescentes forem submetidos. A violência e a indisciplina fazem parte do
cotidiano escolar. Professores, funcionários, educandos e pais precisam ter
uma formação sólida para tornarem-se conscientes de sua atuação,
propagando que existem limites , os direitos e os deveres mesmo
dentro do ambiente escolar. O professor , como mediador desse
processo, através de medidas pedagógicas, tem as condições de levar
aos seus educandos uma formação integral, fazendo assim com que a
educação cumpra com um de seus deveres fundamentais, o “processo
de construção da cidadania” de nossas crianças e ado lescentes.
Nesse sentido, o professor deve ser crít ico e ref lexivo , com uma
postura f irme e ativa em relação à educação, procurando trabalhar no
coletivo da escola, com consciência do caráter polít ico de sua
atuação, que seus ensinamentos devem estar sempre fazendo um
paralelo com as questões de cidadania , independente da disciplina na
qual atua. Um professor com a formação e com esse perf i l poderá ser
um grande agente de mudanças dentro do ambiente escolar.
Esperamos que, diante dessas ref lexões, possamos ter uma
mudança de olhar sobre a criança e seus direitos .
Desejo que todas as crianças, adolescentes e adultos de todas as
idades possam ser vistos, ser ouvidos, ser reconhecidos na sua
individualidade.
52
REFERÊNCIAS
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DI GIORGIO, C.A.G. Por uma escola da consciência universal: a escola dinamizadora do seu entorno em tempos de globalização. Tese (Livre-Docência
– Educação). Faculdade de Ciência e Tecnologia, Universidade Estadual de Presidente Prudente, 2001.
Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei 8069/1990.
FERREIRA, Luiz Miguel M. O estatuto da criança e do adolescente e o professor: reflexões na sua formação e atuação. 2ª ed., São Paulo: Cortez, 2010.
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LOBO, A. Ilustrações. Curitiba,2014
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PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Diretoria de Políticas e Programas Educacionais. Coordenação de Desafios Educacionais Contemporâneos. Enfretamento à Violência na Escola. Caderno Temático: 1ª edição. Curitiba: SEED, Pr. 2008.
SCHILLING, Flávia, et al Violência Urbana: dilemas e desafios. 4ª edição. São Paulo: Ed. Atual, 1999.
53
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Conselho Tutelar: todo mundo precisa conhecer. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-zKFv5bYOZk. Acesso em, 15/10/2014
54
http://www.youtube.com/watch?v=umOq7rP1VrM Acesso em, 15/10/2014 Ministério Público. Disponível em http://www.youtube.com/watch?v=FUrBmOvdwLw. Acesso em, 15/10/2014
Musica Criança não trabalha http://www.youtube.com/watch?v=u9aa7FqMcRU .Acesso em, 13/11/2014
Menina bonita do laço de fita. Disponível em:
HTTPS: //www.youtube.com/watch?v=W9eBpv-WPAs. Acesso em ,15/10/2014.
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APÊNDICE 1 – QUESTIONÁRIO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL-PDE
PROJETO DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA
Professora: Eliana de Fátima e Silva Vieira
Questionário para professores, direção e funcionários
Função: _________________________________Data:____/____/____
Este questionário tem por objetivo avaliar o trabalho de estudos e debates
realizado, utilizando o Caderno Temático, que trata do tema Estatuto da Criança e
do Adolescente como uma ferramenta para garantia de direitos das crianças e
adolescentes.
1 - Você acredita que o caderno temático desenvolvido a partir do ECA irá
contribuir para o aprimoramento do exercício de sua profissão?
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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2 - Antes do inicio dos estudos você já tinha informações suficientes para trabalhar as questões do ECA com seus alunos e familiares?
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3 – Após o estudo sobre o tema, você adquiriu informações que possam melhorar ou contribuir com a melhoria na qualidade do ensino e da aprendizagem? Se sim, comente algumas delas.
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4- Você acredita que após este estudo do ECA, poderá ajudar a diminuir a evasão
escolar e lutar pelos direitos dos seus alunos? Se sim, como faria isso?
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