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Post on 02-Jul-2015

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Era uma vez uma fada chamadaOriana, que era muito bonita eboa.Vivia alegra e feliz dançando nos

campos, nos montes, nos jardins enas praias.Um dia, a Rainha das Fadas

chamou-a e ela foi ao seuencontro.

- Oriana, entrego-te esta Floresta!

Certa manhã de Abril, Oriana acordou ainda mais cedo que o habitual e, mal o primeiro raio deSol entrou na floresta, ela saiu de dentro do tronco de carvalho onde dormia todas as noites,e respirou fundo os perfumes da madrugada.

Todos os dias, logo pela manhã, Oriana ia visitar a velha, uma senhora de muita idade,por quem ela sentia um carinho especial e que vivia sozinha numa casa muito velha.

A seguir, passava pela casa do lenhador e do moleiro e ajudava-os também.

À noite, ia ter com o poeta solitário, que era a única pessoa crescida que a podia ver e conversava com ele toda a noite.

Ora um dia, ao abeirar-se do rio para ajudar um peixe, Oriana viu a sua cara reflecti-da na água. Viu os seus olhos azuis como safiras, os seus cabelos loiros como searasa sua pele branca como lírios e as suas asas cor do ar, claras e brilhantes. A partir daquele dia passou a ir com frequência ao rio para admirar a sua beleza.

Pouco a pouco, Oriana foiabandonando a floresta, os animais e os amigos.

Deixou de visitar a velha e até o poeta.

Os animais começaram a partir e as plantasiam morrendo pouco a pouco...

Quando apareceu a Rainha das Fadas e viu o abandono da floresta ficou tão zangadaque a castigou severamente, tirando-lhe as asas e a sua varinha de condão. Arrependida, Oriana suplica-lhe que a perdoe...

Oriana, lembrando-se dos amigos antigos que abandonara e que deixara de visitar, chorou numa tristeza profunda e suplicou, de novo, à Rainha das Fadaspara que esta lhe devolvesse as asas e a varinha de condão, mas a Rainha esta-va muito desiludida com ela que não a desculpou. Disse-lhe, apenas, que as de-volveria se e quando ela fizesse algo para as merecer.

Levantando-se, Oriana limpou as lágrimas e começou a percorrer a floresta. Pensou,pensou e, determinada a recuperar a confiança dos seus amigos, decidiu ir à cidade conversar com o poeta. No caminho para a cidade, avistou a velha junto do abismo...

Pôs-se, então, a correr muito depressa, com a esperança de a alcançar. Mas, quando lá chegou já a velha estava a cair do abismo. Então, mesmo sem asas, Oriana não hesitou por um momento sequer, em saltar do abismo para a agarrar. De súbito, como um relâmpago, apareceu no ar a Rainha das Fadas...

A Rainha das Fadas estendeu o seu braço, tocou em Oriana com a sua varinha de condão e, no mesmo instante, ela parou de cair e ficouimóvel, suspensa no ar, segurando a velha. Levou-a para sua casa e, já no regresso pôde, finalmente, perceber que tudo aquilo tinha sido possível graças à bondade da Rainha das Fadas que lhe devolvera as suas asas e a sua varinha de condão. Agora tudo fazia sentido na sua cabecinha linda e bondosa... Levantando a sua varinha de condão, devolveu à floresta todo o encanto e magia que a mãe Natureza a dotara.

Sophia Mello Breyner Andresen ( adaptado )

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