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O SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO: MUDANÇAS
INSTITUCIONAIS E POLÊMICAS TEÓRICAS
kerbauy@travelnet.com.br
Profa. Dra. Maria Teresa Miceli KerbauyFCL-UNESP-CAr
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INTRODUÇÃO
• A mudança no Sistema Partidário pode ser operado a partir de suas formas:
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– progressivo aperfeiçoamento das instituições ou a ruptura com o arranjo institucional.
–Mudanças mais gerais na ordem requerem novo sistema partidário para a sustentação do novo regime.
INTRODUÇÃO
• A experiência brasileira no que se refere a instituições centrais da democracia é recente, se levarmos
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democracia é recente, se levarmos em conta a existência de liberdades públicas e individuais e institucionalização efetiva da competição política.
INTRODUÇÃO
1 - Período 45 →→→→ 64
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2 - Período recente após o fim do regime autoritário militar
INTRODUÇÃO
• A tradição legal do país tem mantido uma tensão constante entre o indivíduo e a instituição, entre o
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indivíduo e a instituição, entre o candidato e o partido no sentido de que ao mesmo tempo os dispositivos legais visam o fortalecimento do partido enquanto instituição, outros visam fortalecer os candidatos.
INTRODUÇÃO
• As regras partidárias-eleitorais são instáveis; o mesmo se pode dizer dos partidos.
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dizer dos partidos.• Os sistemas partidários estão atrelados à mudança no regime político.
INTRODUÇÃO
• Neste sentido, o partido e o sistema partidário são vistos como instrumentos voltados, principalmente, para acomodar
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voltados, principalmente, para acomodar as elites no processo de luta pelo poder, com forte enraizamento local, que se reflete também no plano nacional, gerando alinhamentos que dificultam a implantação nacional dos partidos.
INTRODUÇÃO
• Existe uma orientação apenas para a busca e exercício do poder do governo.
• As funções que em princípio definiriam
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• As funções que em princípio definiriam o partido: socialização política, recrutamento, treinamento de quadros, difusão e propaganda do ideário do partido e o exercício da representação, são deixados de lado.
INTRODUÇÃO
• Três elementos para o entendimento de nossa experiência institucional devem
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experiência institucional devem ser pensados:–Presidencialismo– Federalismo–Representação Proporcional
PRESIDENCIALISMO
• A questão do presidencialismo é fundamental não apenas para se entender o Sistema
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se entender o Sistema Partidário e o Sistema Eleitoral Brasileiro, mas também a relação entre o Executivo e o Legislativo.
PRESIDENCIALISMO
• Na vigência democrática os presidentes da República procuraram montar seus
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procuraram montar seus gabinetes com a preocupação de
torná-lo representativo das forças políticas.
PRESIDENCIALISMO
• Para isto se levou em conta a força relativa dos partidos no Legislativo e a força relativa das unidades federadas enquanto
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unidades federadas enquanto entidades políticas, considerando ainda a inclusão de uma quota de ministros da confiança pessoal do presidente e de ministros “técnicos”.
PRESIDENCIALISMO
• O desenho desta atuação visa ampliar a legitimidade de seu poder, fortalecendo-o
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seu poder, fortalecendo-o junto ao Poder Legislativo e junto aos estados e perante a opinião pública de maneira geral.
PRESIDENCIALISMO
• Os efeitos (perversos para muitos autores) que isto provoca:– Federalização ou estadualização de
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– Federalização ou estadualização de um governo que na essência é da União;
–Parlamentarização do Executivo em um sistema que é presidencialista.
PRESIDENCIALISMO
• Isto provoca uma complexa relação entre os dois Poderes:– criação de base de sustentação
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– criação de base de sustentação parlamentar para a aprovação das iniciativas e projetos do Executivo;
–mobilização dos estados com maior peso e visibilidade política em torno das iniciativas do Executivo Federal.
PRESIDENCIALISMO
• Estas dificuldades não são inerentes ao sistema
presidencialista mas questões
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presidencialista mas questões de ordem prática que tem
dificultado às relações entre Executivo e Legislativo.
FEDERALISMO
• A questão do federalismo data da implantação do
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sistema republicano no Brasil
FEDERALISMO
• A transformação das províncias em estados e o reconhecimento de sua autonomia e independência financeira se constituíram na base da forma
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se constituíram na base da forma federativa implantada no país, embora, na prática, e por força do dispositivo constitucional, fosse comum a intervenção do governo central nos estados.
FEDERALISMO
• Entendeu-se que, em virtude do país se organizar segundo a forma federativa, o princípio da representação popular deveria estar associado ao princípio da
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deveria estar associado ao princípio da representação territorial, assim a Câmara dos Deputados passa a ser composta de representantes do povo eleitos pelos estados e pelo Distrito Federal.
FEDERALISMO
• No senado Federal a representação territorial continua prevalecendo como forma de assegurar politicamente a igualdade das unidades federadas.
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igualdade das unidades federadas.• A carta de 1934 acrescentou à representação popular e territorial a representação classista e reduziu as atribuições privativas do Senado.
FEDERALISMO
• A Constituição de 1946 eliminou a representação coorporativa na
Câmara dos Deputados e o
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Câmara dos Deputados e o Senado teve restabelecidas suas
prerrogativas.
FEDERALISMO
• A Constituição de 1967 ampliou ainda mais as atribuições da União, bem como do próprio Congresso, criando ainda a figura do Decreto-Lei. É neste momento que se
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do Decreto-Lei. É neste momento que se inicia o movimento de descentralização financeira, na medida em que a Constituição incorpora um sistema de partilha dos impostos federais entre a própria União, os estados e os municípios.
FEDERALISMO
• A Constituição de 1998 consolida esta descentralização
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consolida esta descentralização e introduz o município como parte da federação.
Como se pode notar, as diversas constituições brasileiras e as
constantes mudanças de regime trazem uma permanente
preocupação com as relações intergovernamentais, tanto do ponto
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intergovernamentais, tanto do ponto de vista econômico (fiscal) quanto
do ponto de vista político (competências exclusivas e
concorrentes, partilha fiscal, peso político da União e dos Estados).
FEDERALISMO
• Oscilação entre centralização e descentralização que reflete uma permanente tensão na vida política brasileira, pois União, Estados e
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brasileira, pois União, Estados e Municípios se constituem em atores do jogo político para além dos atores convencionais: cidadãos e partidos.
FEDERALISMO
• Na prática política brasileira o território tem identidade social e política próprios, substituindo, às vezes, as verdadeiras entidades sociais. Neste
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verdadeiras entidades sociais. Neste sentido, o espaço físico tem importância fundamental no arranjo institucional brasileiro como fonte de tensão permanente no funcionamento das instituições políticas.
FEDERALISMO
• A representação política é utilizada como forma de corrigir os eventuais desvios da Federação que inclui unidades desiguais. A conseqüência
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unidades desiguais. A conseqüência política é a estadualização da Câmara dos Deputados e a transformação destes em procuradores-provedores de seus territórios políticos, organizados em bancadas estaduais.
PROPORCIONALIDADE
• Duas questões se colocam a este respeito:1) distribuição das cadeiras entre os estados
levando a subrepresentação dos mais populosos e a sobrerepresentação dos
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populosos e a sobrerepresentação dos estados menos populosos. A conseqüência deste desequilíbrio consiste no tratamento desigual do eleitor que é beneficiado ou punido em função de seu domicílio eleitoral;
2) os partidos menores são discriminados no processo de alocação de cadeiras.
PROPORCIONALIDADE
• Este tratamento desigual conferido aos atores principais do processo eleitoral é decorrente da fórmula proporcional adotada no Brasil e da magnitude da
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adotada no Brasil e da magnitude da representação (circunscrições eleitorais desiguais; voto distrital) que combina o princípio da representação popular com o princípio da representação territorial.
PROPORCIONALIDADE
• Finalmente, em relação ao sistema eleitoral e ao sistema partidário, três questões se
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partidário, três questões se colocam como impedimento da cristalização, no eleitorado, de preferências estáveis e previsíveis:
PROPORCIONALIDADE
1) a possibilidade oferecida de só votar no partido ou só no candidato
3) a possibilidade aberta aos partidos de se aliarem ou
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só no candidato (lista fechada);
2) o número elevado, em eleições proporcionais de candidatos inscritos por partido;
aliarem ou coligarem em eleições proporcionais.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO
• As teses sobre o sistema partidário brasileiro se
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partidário brasileiro se dividem entre as que:
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
1) consideram o sistema partidário brasileiro altamente fragmentado e de elevado índice de indisciplina partidária. A ausência de disciplina partidária teria contribuído para o enfraquecimento dos partidos. Esta vertente
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enfraquecimento dos partidos. Esta vertente considera indisciplina e fragmentação partidária como resultados diretos das regras eleitorais e dificilmente serviriam de suporte para a democracia (Ames, 2003; Mainwaring, 1999; Lamounier e Meneguello, 1986; Olavo Brasil, 1993).
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
• Este argumento esta relacionado a autores como Downs (1957) e Mayhew (1974) que enfatizaram a
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Mayhew (1974) que enfatizaram a importância das eleições como fator fundamental do comportamento dos políticos e condicionadora desta atuação na arena legislativa.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
• A partir deste argumento pode-se inferir que as regras eleitorais incentivam os candidatos a desenvolver relações personalísticas
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desenvolver relações personalísticas e individuais com suas bases eleitorais, em vez de mediá-las via partidos, e isto acarretaria a diminuição do impacto dos partidos políticos na arena legislativa.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
• Ou dito de outra forma a sobrevivência política dos políticos dependeria das ações e serviços
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orientados para beneficiar as bases eleitorais, desta forma estes redutos eleitorais tenderiam a ser focalizados nas ações e decisões políticas.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
• Os argumentos (Rodrigues, 2002) que ressaltam os aspectos negativos do sistema partidário brasileiro são:A) Fragmentação partidária. Entre 1980 e
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A) Fragmentação partidária. Entre 1980 e 1994, o número de partidos que concorreu nas eleições chegou a 70. Em 1995, 23 partidos obtiveram o registro definitivo. Nas eleições de 2000 concorreram 30 partidos. Nesta eleição, 27.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
B) Fragilidade dos partidos. Descontinuidade. Legendas criadas para atender projetos pessoais.
C) Falta de coesão, de disciplina e de
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C) Falta de coesão, de disciplina e de fidelidade partidárias relacionadas às sucessivas trocas de legendas. Nicolau (1996) analisando a trajetória dos 513 deputados federais eleitos em 1994 apontou que 64,6% tinham trocado pelo menos uma vez de partido.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
D) Falta de consistência ideológico-programática, o que propicia o grande número de coligações
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grande número de coligações especialmente na esfera municipal. Partidos que competem nos Estados e apóiam na esfera federal um mesmo candidato.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
E) Patronagem, Clientelismo e Patrimonialismo que ainda sobrevivem no sistema partidário.
F) Individualismo dos políticos.
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F) Individualismo dos políticos. Predominância das estratégias pessoais sobre as coletivas.
G) Indisciplina partidária. Falta de consistência organizatória, programática, coesão e disciplina.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS ELEITORAIS
• Para esta corrente o nosso sistema partidário seria instável, incapaz de representar interesses sociais e de
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representar interesses sociais e de servir de intermediação entre o poder público e a sociedade. Constituiria um fator de risco para a continuidade e a consolidação do processo democrático brasileiro.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS LEGISLATIVAS
2) Na direção contrária a estas análises Figueiredo e Limonji (2002), Amorin Neto e Santos (2001), Pereira e Mueller (2002), Meneguello (1998)
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e Mueller (2002), Meneguello (1998) questionam esse consenso, tomando como base os efeitos da centralização decisória no Congresso e nos poderes de legislar do presidente brasileiro.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS LEGISLATIVAS
• De maneira geral, estes autores afirmam que o comportamento
dos parlamentares no
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dos parlamentares no Congresso Nacional não
apontam para a fraqueza ou fragmentação do nosso sistema
partidário.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS LEGISLATIVAS
• Os parlamentares brasileiros se comportariam de forma consistente, coesa e disciplinada
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consistente, coesa e disciplinada em conformidade com a indicação de seus respectivos líderes partidários.
Assim, o Congresso Brasileiro tem favorecido as iniciativas da Presidência da República, que teria preponderância
política e institucional sobre
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política e institucional sobre os parlamentares para fazer valer suas preferências.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS LEGISLATIVAS
• O comportamento legislativo seria motivado não pelos benefícios decorrentes da conexão eleitoral, mas orientado pelas restrições das regras
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orientado pelas restrições das regras e procedimentos centralizadores presentes na arena legislativa, que colocam os partidos políticos em vantagem sobre os deputados individualmente.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS LEGISLATIVAS
• Nesta perspectiva, os partidos políticos no Legislativo ofereceriam uma estrutura
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ofereceriam uma estrutura institucional para a escolha de políticas como também garantiriam comportamentos cooperativos dos deputados.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / REGRAS LEGISLATIVAS
• Para esta abordagem política alterações ou reformas na arena eleitoral terão pouco ou nenhum impacto no papel dos partidos no
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impacto no papel dos partidos no Legislativo, porque os incentivos para se manter partidos coesos e disciplinados estariam concentrados na arena legislativa e não na arena eleitoral.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• Ainda dentro da perspectiva de uma corrente contrária à falta de
consistência do sistema
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consistência do sistema partidário brasileiro alguns
indicadores tem sido reavaliados:
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
A) Coligações Partidárias especialmente as das eleições proporcionais. Para a opinião
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proporcionais. Para a opinião pública seriam uma evidência da inconsistência programática dos partidos brasileiros.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• Para Schmitt (1998) as coligações consistentes (mesmo bloco ideológico) correspondem
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bloco ideológico) correspondem a 65,9% do total e as inconsistentes (esquerda e direita) chegaram a 15,5% no período de 1986 a 1994.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• As coligações não seriam, portanto, aleatórias, o que diminuiria o seu significado
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diminuiria o seu significado como indicador da inconsistência programática dos partidos.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
B) Migrações Partidárias. Os indicadores de trocas de legendas devem ser interpretados a partir de uma seqüência temporal, dentro da
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uma seqüência temporal, dentro da situação de continuidade democrática. Segundo Nicolau, de 1980 a 1994, houve uma redução da taxa de troca de legendas: caiu de 16,7% para 5,4%.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• Outro argumento considera que mesmo que as taxas de migração partidária sejam elevadas, as
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partidária sejam elevadas, as trocas não são aleatórias e são influenciadas por variáveis de tipo ideológico-programático que diferem de partido para partido.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• O efeito negativo das trocas de legendas sobre a organização e o funcionamento dos partidos, especialmente quando medida pela disciplina das bancadas no
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medida pela disciplina das bancadas no Congresso, também são amenizadas pela pesquisa de Melo (2000), que aponta para o fato que os partidos podem se mostrar disciplinados em plenário e, ao mesmo tempo, ter altas taxas de migração.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• A explicação para este fato estaria na estrutura de punições e recompensas existentes no Legislativo. A troca de
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existentes no Legislativo. A troca de partidos seria uma forma de comportamento racional buscada pelos parlamentares para aumentar suas oportunidades de êxito na carreira política.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• O autor enfatiza ainda que para esta conclusão deve-se distinguir entre coesão partidária e disciplina no parlamento. Os partidos poderiam ser
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parlamento. Os partidos poderiam ser disciplinados em plenário mas fracamente coesos, sendo a baixa coesão indicada pela elevada rotatividade dos deputados entre as legendas.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
C) Organização partidária. Alguns estudos mostram a importância da organização
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importância da organização partidária local sobre os resultados eleitorais.
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D) Disciplina partidária. Neste aspecto a pesquisa de Argelina Figueiredo e Fernando Limonji (1999) merecem destaque. Examinando a votação de
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destaque. Examinando a votação de membros das várias bancadas no período de 1989 a 1998 concluíram que os partidos mostraram forte coesão e um posicionamento programático consistente.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• Três blocos ideológicos foram caracterizados pelos autores: a direita (PDS, PFL, PTB), o centro (PMDB e PSDB) e a esquerda (PDT e PT), sendo que os
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esquerda (PDT e PT), sendo que os deputados dos partidos de esquerda eram os mais obedientes às decisões da maioria da bancada, mais propensos a acompanhar as decisões de suas lideranças, fazendo estimar em 93,7% o acerto das votações nominais.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / COLIGAÇÕES E MIGRAÇÕES
• Para esta corrente os dados sobre volatilidade eleitoral, influência das organizações partidárias locais nos resultados eleitorais, trocas de legenda,
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resultados eleitorais, trocas de legenda, tipos de coligações, disciplina das bancadas nas votações na Câmara dos Deputados, perfis ideológicos no Congresso e nas assembléias legislativas apontam para um processo de estruturação da organização partidária.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / SÍNTESES DOS INCENTIVOS
INSTITUCIONAIS
3) Uma terceira corrente defende que o sistema político
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que o sistema político condensa estas duas forças de incentivos institucionais.
SISTEMA PARTIDÁRIO BRASILEIRO / SÍNTESES DOS INCENTIVOS
INSTITUCIONAIS• As regras eleitorais (representação proporcional em lista aberta), o multipartidarismo e o federalismo proporcionam incentivos para os políticos se comportarem individualmente,
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se comportarem individualmente, fragilizando os partidos na arena eleitoral, enquanto as regras internas do Congresso e os poderes presidenciais tornam o comportamento dos parlamentares extremamente dependentes da lealdade aos seus partidos, fortalecendo-os no Congresso.
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INSTITUCIONAIS
• O que define os custos relativos do comportamento do voto dos legisladores, bem como de seus
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legisladores, bem como de seus partidos políticos é a combinação das duas restrições – regras internas no Congresso e poderes do presidente e regras eleitorais de outro.
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INSTITUCIONAIS
• A combinação dessas duas forças oferece simultaneamente incentivos para comportamentos individuais na
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para comportamentos individuais na esfera eleitoral como para comportamentos partidários no Congresso, o que caracterizaria o presidencialismo de coalização majoritário no Brasil.
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INSTITUCIONAIS
• Para Pereira e Mueller (2003) o incentivo a comportamentos tão conflitantes proporciona equilíbrio e estabilidade, que dependerá da capacidade do presidente e
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dependerá da capacidade do presidente e dos líderes dos partidos que formam a coalização de governo no Congresso de utilizarem adequadamente o arsenal de instrumentos institucionais à sua disposição.
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INSTITUCIONAIS
• Principalmente o oferecimento de incentivos (benefícios políticos e financeiros) capazes de proporcionar melhorias eleitorais para os
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melhorias eleitorais para os parlamentares, combinando aparentemente de forma contraditória incentivos para o comportamento individual e partidário ao mesmo tempo.
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INSTITUCIONAIS
• O comportamento partidário na arena legislativa tem como
objetivos conseguir extrair do partido benefícios individuais
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partido benefícios individuais controlados pelos líderes
partidários e pelo Executivo a serem utilizados na esfera
eleitoral.
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INSTITUCIONAIS
• Daí a importância dos partidos políticos na arena legislativa, em especial a atuação dos líderes
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especial a atuação dos líderes partidários que negociam junto ao executivo as demandas dos parlamentares e membros de sua bancada.
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INSTITUCIONAIS
• Não é racional os parlamentares agirem individualmente no
Congresso, como também não é
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Congresso, como também não é racional o Executivo negociar ou barganhar individualmente o
voto de cada parlamentar a cada nova medida que introduz.
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INSTITUCIONAIS• Prerrogativas institucionais dos líderes partidários:– nomear e destituir membros e dirigentes das comissões e relatores de projetos;
– incluir e retirar projetos da pauta do
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– incluir e retirar projetos da pauta do Congresso;
– determinar se a tramitação do projeto terá caráter de urgência;
– orientar o voto de sua bancada;– negociar junto ao Executivo as demandas dos parlamentares e membros de sua bancada.
Sistema Eleitoral vs. Regras Internas do Congresso
Diferentes Incentivos do Sistema Político Brasileiro
Regras Internas do CongressoPoderes [Legislativos] do
Presidente LegislarControle da Distribuição de
Benefícios
Sistema Eleitoral
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Lista Aberta +Representação Proporcional
Centralização da Agenda e do Processo Decisório
Grande Autonomia do Parlamentar Individual
Alto Controle do Executivo da Coalização Majoritária
Incentivos para Votos Partidários
Incentivos para Votos Pessoais
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INSTITUCIONAIS
• Para estes autores existe um falso dilema sobre o funcionamento do sistema
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funcionamento do sistema político brasileiro, pois as duas arenas (eleitoral e legislativa) são complementares.
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INSTITUCIONAIS
Os parlamentares tem de satisfazer as reivindicações das suas respectivas
circunscrições eleitorais para que tenham condições de sobreviver politicamente e,
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condições de sobreviver politicamente e, simultaneamente, têm de seguir a indicação dos seus líderes partidários a fim de ter
acesso aos benefícios políticos e financeiros controlados pelo Executivo para satisfazer as demandas locais das suas bases partidárias,
de modo a obter “retornos eleitorais”.
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