o reizinho lá de casa

O reizinho lá de casa

de Constantino Mendes Alves

O reizinho manda em tudo lá em casa.

Come a sopa quando quer, entorna-a quando quiser.

Vira o quarto para brincar, alguém que o vá arrumar.

Adora todos os mimos dos pais, e que lhe façam as vontades principais:

Um rebuçado açucarado, uma sobremesa de gelado,

A qualquer hora a jogar, até a cabeça se fartar.

Quer tocar piano, no outro dia violoncelo, ser como o mano, ou o mais forte, ou o mais belo.

O reizinho lá de casa faz birra no que quer,

Faz gato sapato de toda a família,Quer bom trato, mas os outros, para ele, é como se fossem, mobília.

Um dia, a mamã deu-lhe um novo irmãoE ele deixou de ser o centro de atenção.

Mesmo quando embirrava, Ou doente ficava,

Já não era o único reizinho que toda a gente adorava.

Um dia num canto chorou, ficou muito amuado.Ficou horas, desiludido e desolado.

Os pais, muito chocados, encontraram-no assim,e disseram-lhe que aquilo não era o fim.

Ficou a pensar, que se calhar era hora de se mudar. Não valia a pena fazer mais alguma feia cena.

A final, ele já era mais crescido, o comportamento tinha de ser corrigido.

regras

Os pais também aprenderam uma liçãoDeixar um filho reinar não era boa educação.

O reizinho lá de casa agora já não é mandão,Ouve os pais, segue as regras e é bom irmão.

FIM

Imagens da internetTexto e composição – Constantino Mendes Alvesconstalves19@gmail.com 2016(agradeço feedbeck, dê a sua opinião)Esta edição não tem intuitos comerciais.