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Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO

EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI

FACULDADES IDEAU

O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO VOLTADO PARA GESTÃO E

PROCESSOS

DALL”ASTRA, Aldemir José¹ aldemirjdallastra@hotmail.com

GEMPKA, Diego¹ dgempka@intelcav.com.br

GEMPKA, Guilherme¹ guigempka@hotmail.com

PERIN, Patrik¹ patrikperin@hotmail.com

PRESOTTO, Cleimar Rogério¹ cleimar.presotto@hotmail.com

SOARES, Giovane Paulo¹ giovaneps@hotmail.com

JUNIOR, Décio Antônio Andres² daajunior@bol.com.br

PREZZOTTO, Luciana Bianchi² lubianprezzotto@hotmail.com

SCOLARI, Lidinara Castelli² lidinarascolari@ideau.com.br

¹Discentes do Curso de Engenharia de Produção Nível lll 2016/1 Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

²Docentes do Curso de Engenharia de Produção Nível lll 2016/1 Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

RESUMO: O artigo a seguir, demonstra a importância que o Engenheiro de Produção tem no processo de

administração, organização e controle, em todos os ramos de negócios principalmente na indústria, trabalhando

em projetos de novos materiais e desenvolvimento de sistemas de produção indo até o controle gerencial, onde

pode desenvolver pesquisas conseguindo por em prática seus conhecimentos e informações importantes para a

tomada de decisões na gestão das empresas. Essas informações estão ligadas em todos os processos, desde

matéria prima até o produto final, para que o resultado produtivo desta organização atinja o nível máximo

esperado, onde os princípios básicos de uma empresa são o foco nas pessoas, a realidade mudou e a gestão de

pessoas é tida como o futuro da administração focado na liberdade e na criatividade onde o envolvimento de

pessoas estimuladas alavanca a produção para chegar aos resultados esperados.

Palavras-chave: Engenheiro de produção, polipropileno, gestão de pessoas.

ABSTRACT: The following article, demonstrates the importance that the engineer has in the process of

administration, organization and control, in all branches of business mainly in industry, working on projects for

new materials and development of production systems by going to the managerial control, where you can

develop research getting practice their knowledge and important information for decision-making in business

management. This information is linked in all processes from raw materials to the final product, so that the

productive outcome of this organization reaches the maximum expected level, where the basic principles of a

company are the focus on people, the reality has changed and people management is taken as the future of the

Administration focused on freedom and creativity where the involvement of people stimulated production lever

to get the expected results.

Keywords: Production engineer, polypropylene, people management.

1 INTRODUÇÃO

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O mundo está na era da globalização, de novas tecnologias e informações. As

mudanças que ocorreram ao redor do mesmo, estão ligadas a estes conceitos, os quais estão

transformando o mercado de trabalho de uma forma rápida. Com isso, as empresas precisam

investir constantemente em tecnologias, treinamentos e desenvolvimento de pessoas, além de

necessitar oferecer a devida importância para a qualidade de vida dos seus colaboradores, para

assim alcançar os objetivos da empresa e suprir as exigências que o mercado apresenta.

Desta forma, o estudo desenvolvido apresenta a importância que o Engenheiro de

Produção tem na parte interna de uma empresa, voltando seus conhecimentos para outras

áreas além do sistema de produção, possibilitando à ele colocar em prática seus conceitos e

atuar em novas funções como o gerenciamento de pessoas e sua ligação aos resultados

produtivos, caso abordado neste artigo.

Para Slack (2006), qualquer organização precisa de trabalho gerencial em todas as

áreas. A preocupação com essa ideia tem seu início na parte de “planejamento e controle”, ou

seja, planejar a produção com o objetivo de satisfazer as necessidades e exigências dos

consumidores.

Uma das principais formas de crescer no mercado é através da atualização sobre a

necessidade do gerenciamento de pessoas. O gestor tem que fazer com que seus funcionários

se sintam bem no ambiente em que trabalham, sentindo-se valorizados e motivados focando

seus esforços para a verdadeira missão da empresa.

Diante disto, objetivou-se analisar uma empresa do ramo de transformação na cidade

de Getúlio Vargas/RS, analisando a forma em que a mesma aplica as questões de

desenvolvimento e treinamento de pessoas, além de verificar quais as suas formas de

produção para cumprir com as responsabilidades que lhe são ofertadas.

O artigo baseou-se em uma pesquisa onde as informações não podem ser medidas

experimentalmente referente a volumes, frequência ou intensidade, de modo que todos os

métodos de procura são na área qualitativa.

2 DESENVOLVIMENTO

A análise proposta foi desenvolvida através de visita a uma empresa voltada para o

ramo de industrialização de polipropileno que está situada no município de Getúlio

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Vargas/RS, no período de março a maio de 2016, e envolveu a participação de colaboradores

e diretor da organização.

As atividades tiveram início a partir de uma reunião com a diretoria da organização, na

qual os acadêmicos apresentaram a proposta para examinar a empresa, propondo uma lista de

perguntas às lideranças que proporcionaram uma breve leitura de qual era o propósito do

projeto. Logo depois foi realizada uma visita analítica na produção, onde foram observadas as

formas de atividades dos colaboradores e identificando assim os métodos que a empresa adota

para o andamento da sua produção, levando-se em conta os principais pontos a serem

tratados. Também foi visitada a parte administrativa da organização, visando verificar como é

feito a seleção e treinamento dos colaboradores.

Pretendendo atender e satisfazer seus clientes da melhor forma possível, a empresa

visitada gera seu produto com a melhor qualidade possível, almejando o crescimento e

desenvolvimento da organização que ao longo de seus 11 anos de atividade cumprem seus

compromissos diante da sociedade e clientes.

O segmento adotado pela indústria é a transformação de polipropileno, onde é feito o

reaproveitamento de materiais recicláveis, oriundo principalmente de reciclagens da região

norte do Rio Grande do Sul, por ser matéria prima parcialmente reciclada, dificilmente o

material chega à empresa limpo e puro, o mesmo mostra-se com impurezas como, chorume,

resíduos de alimentos, arames, papéis e alguns produtos químicos presentes nesses

recicláveis.

Sendo assim, torna-se indispensável uma linha de separação e trituração dos mesmos,

então o material segue para lavagem, através de tanques de decanto, um processo normal de

lavagem feito unicamente com água a qual é movimentada por agitadores formando assim,

ondas dentro deste tanque, que possibilitan a lavagem desta matéria.

A água proveniente destes tanques pode conter substâncias químicas e outras matérias,

não podendo assim ser descartada simplesmente sem antes passar por uma central de

tratamento químico, para retirar as impurezas da água utilizada no processo de lavagem.

Sendo que a “Responsabilidade para com a sociedade e o ambiente – a empresa deve

controlar a poluição do ar, da água e dos terrenos, dar tratamento adequado aos efluentes e

resíduos tóxicos, higiene, segurança, reciclagem de embalagens.” Maçães (2014).

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A estação de efluentes da indústria visitada conta com alguns tanques, funcionando

através de sistema de flotação com dosador de micro bolhas usando como principal agente de

separação de resíduo, produto á base de zinco e polímero conforme o fluxograma abaixo:

Fluxograma 1 - Tanques de tratamento de efluentes (Fonte: Acadêmicos do Curso de Engenharia de

Produção 2016).

Tanque de

decanto

Tanque de

separador

Centrifuga

com

lavagem Caixa de

contenção

Plástico limpo

retorna a

produção

Tanque de

remoção de

sólidos com

dosador de

micro bolhas

Água

suja

Plástico

o Barro,

material

sólido

Barro Água

suja

Tanques de

tratamento

Água 80% limpa

retorna ao processo

ou é descartada

Aterro

Sanitário

Água

suja

Aterro

Sanitário

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O processo inteiro utiliza 30 mil litros de água/dia, incluindo a parte de resfriamento

de material a qual não passa por tratamento, pois é utilizada somente pra este fim, entra resfria

e segue para descarte.

Os componentes deste produto final contam com a mistura em proporções diferentes

de materiais a serem processados sendo tampa de garrafa pet, rótulos e strach (PVC

encolhível). Este sendo material puro, e a própria bora, material já processado que não passou

pela máquina por conter algumas impurezas. Este é triturado e novamente adicionado à

mistura, processado e assim forma bolinhas de polipropileno usado basicamente na produção

de cadeiras e outras molduras por indústrias da região.

“Polipropileno (PP) ou polipropeno é um polímero ou plástico, derivado do

propeno ou propileno e reciclável. Ele pode ser identificado em materiais através do

símbolo triangular de reciclável, com um número “5″ por dentro e as letras “PP” por

baixo. A sua forma molecular é (C3H6)x. O polipropileno é um tipo de plástico que

pode ser moldado usando apenas aquecimento, ou seja, é um termoplástico. Possui

propriedades muito semelhantes às do polietileno (PE), mas com ponto de

amolecimento mais elevado (SPEIGHT, 2005).

Dando segmento com ao processo de produção a empresa, conta com 14 funcionários

além do diretor, o processo de seleção que a empresa adota é direcionado a pessoas com

pouca formação acadêmica e sem muita informação, tendo em vista que o trabalho oferecido

não exige alto grau de conhecimento, pois é mais relacionado ao esforço físico. Assim o único

critério levado em consideração é a necessidade de trabalho do candidato.

Em relação ao treinamento e desenvolvimento de pessoas, a organização não está

levando em conta o aperfeiçoamento individual de cada colaborador, pois a única aplicação

oferecida seria o conhecimento adquirido no dia a dia tanto no processo produtivo, quanto a

respeito das máquinas.

Tendo em vista que o princípio básico do mundo atual é questão de manter-se

preparado para receber ensinamentos e passar os próprios para outros indivíduos que ainda

não são providos de tais informações. Exemplos simples e cotidianos são facilmente visíveis,

tais eles, podem ser a experiência de começar trabalhar em um ambiente e após o tempo

passar manter-se estático nos seus conhecimentos, sem evoluir e muito menos transmitir os

próprios.

Conforme a NR12 a capacitação para operação segura de máquinas que deve abranger

as etapas teóricas e práticas, a fim de permitir habilitação adequada do operador para trabalho

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seguro, estes treinamentos devem ser realizados por profissionais habilitados. Tais estes que

deveriam ser disponibilizados pela empresa.

“A Norma Regulamentadora (NR) nº12 e seus anexos definem referências técnicas,

princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade

física dos trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de

acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e de utilização de máquinas e

equipamentos de todos os tipos. Fundamental para qualquer indústria de qualquer

segmento, ajudando a prevenir o risco de acidentes que podem inutilizar ou tirar a

vida dos trabalhadores (Prática, Conjuntura Actual Editora. Endereço Eletrônico:

https:// books.gogle.com.br, acessado em 20/03/2016 ás 13h30mim)”.

Com isso, além da não preocupação com o desenvolvimento pessoal, a empresa

visitada está deixando de lado a questão de segurança no trabalho, pondo em risco a

integridade física e psicológica dos colaboradores.

Ainda pode-se citar que as condições de trabalho relacionado a equipamentos de

proteção individual são precárias, pois os funcionários não têm os equipamentos necessários e

essenciais para tal proteção, trabalhando com roupas pessoais e sem calçados adequados, os

indivíduos não usam óculos de proteção e nem protetor auricular, correndo assim riscos

físicos em seu ambiente de trabalho.

Tendo em vista que a perda de audição é uma das principais doenças ocupacionais

encontradas nas indústrias, isso porque parte das empresas tem alto nível de ruído. Os níveis

de ruído para empresas que trabalham 8 horas diárias, não devem ultrapassar 85db, a norma

regulamentadora do ministério do trabalho (NR) nº 15 estabelece que ao ultrapassar esse valor

a empresa deve pagar insalubridade aos funcionários. Esses valores podem chegar a 40% do

salário mínimo. O empregador deve tomar providências necessárias para manter esse ruído

abaixo do valor estabelecido (www.mte.com.br/nr12).

A NR-15 descreve as atividades, operações e agentes insalubres, sendo eles qualquer

tipo de ambiente que possa vir a oferecer algum risco à saúde dos trabalhadores. Definindo

assim, as situações que, quando vivenciadas nos ambientes de trabalho pelos trabalhadores,

estejam caracterizando o exercício insalubre, e também os meios de proteger os trabalhadores

de tais exposições nocivas.

Logo, a forma em que a organização está trabalhando não é correta, pois está

colocando em risco a integridade do funcionário e sua própria imagem, já que a mesma

poderá ser autuada por não cumprir as exigências mínimas estabelecidas pelas normas do

ministério do trabalho.

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Também diante das informações que foram obtidas, tanto nas discussões com os

funcionários e diretor, quanto na visita feita pelo grupo, constatou-se que a organização não

tem um plano de qualidade de vida no trabalho, como cita Cavassani:

“A busca pela Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e a implementação de ações

visando melhorias para as pessoas, não pode ser considerada como um custo nas

planilhas das organizações, uma vez que os custos com afastamentos e ações

trabalhistas são maiores do que uma medida preventiva (CAVASSANI, 2006, p2.)”.

A qualidade de vida no trabalho também pode ser identificada por ser aquilo que

ambas as partes buscam dentro de suas tarefas e por consequência conseguem transmitir em

suas vidas, tanto pessoais quanto trabalhistas, onde por sua vez a maioria do tempo é

disponível a tal fator.

“A QVT assimila duas posições antagônicas: a reivindicação dos empregados quanto

ao bem-estar e satisfação no trabalho; e, de interesse das organizações quanto aos seus

efeitos potenciais sobre a produtividade e a qualidade. (CAVASSANI, 2006, p2.)”.

Não preocupada com o bem estar dos funcionários, a empresa pode estar perdendo no

que diz respeito à produtividade pessoal relacionada aos colaboradores, pois com um plano de

qualidade de vida os mesmos poderiam estar rendendo mais, sabendo que existem benefícios

a eles e a seus familiares.

Referente aos estoques, os principais tipos que existem na empresa são: matérias-

primas, materiais auxiliares (de manutenção), intermediários e acabados. O estoque de

manutenção é onde estão às peças que servem de apoio à manutenção dos equipamentos e

edifícios, tais como rolamentos, parafusos, peças, ferramentas.

Segundo Monfroi (2015), a grande maioria das empresas tem dificuldades quando o

tema é gerenciamento de estoque, tanto por falta de espaço físico, ou mesmo pela cultura da

empresa. Com isso foi observado que a empresa estudada não dispõe de políticas adequadas

para a gestão deste tipo de estoque, não havendo nem mesmo um controle de entradas e

saídas.

A compra da matéria prima é realizada conforme a demanda de consumo, ou seja,

conforme o andamento da produção são realizadas novas compras ou até mesmo a suspensão

de novos pedidos, o que faz com que não se tenha um controle adequado de estoque.

Além disso, outro problema encontrado é o fato de o estabelecimento não contar com

um local adequado de armazenamento da matéria e do produto final, o caso da matéria prima

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é o principal problema de estoque da empresa, pois conforme o mesmo chega é descarregado

em pilhas ao lado das máquinas. De acordo com Monfroi (2015), a gestão de estoques

constitui uma série de ações que permitem ao administrador verificar se os estoques estão

sendo bem utilizados, bem localizados em relação aos setores que deles se utilizam, bem

manuseados e bem controlados.

O fato de este material ser largado sem ter um local especifico torna-se um fator de

risco para a saúde dos colaboradores, pois este chega sujo e contaminado por diversas

substâncias, e quando misturado com água pode ser prejudicial e transmitir doenças, devido

ao não uso de equipamentos de proteção individual (EPI).

A avaliação dos estoques não é realizada, pois não há dados corretos disponíveis para

mensurar tal resultado. Não há a identificação dos locais dos materiais estocados, sendo que

os mesmos são colocados em qualquer espaço disponível, sem critérios definidos, assim como

não há codificação para os produtos, o que faz com que a empresa perca muita matéria prima

simplesmente por falta de cuidado.

Para ter um ambiente mais saudável e agradável, é essencial que se invista em formas

de gerenciar seu estoque, algo que não sairia muito caro, pois como a empresa trabalha com

apenas dois tipos de matéria prima, seria fácil a criação de um layout para melhor

organização.

As imagens um e dois mostram a realidade da empresa onde toda matéria prima

encontra-se jogada no chão sem nenhum cuidado, gerando riscos para os colaboradores e

mesmo prejuízo para empresa.

Imagem 1 Imagem 2

Fonte: Acadêmicos do Curso de Engenharia de Produção 2016.

As imagens três e quatro mostram como seria o armazenamento correto.

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Imagem 3 - Fonte: Google Imagem 4 - Fonte: Google

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Tendo como embasamento a necessidade de organização e o bom desempenho

empresarial, é indispensável que se haja de forma eficiente e coesa uma evolução constante

dentro das metas previstas pela empresa, sendo assim uma mão de obra que esteja direcionada

corretamente para seus devidos objetivos, proporcionando com isso maior resolução de seus

propósitos. O fato de estar sempre em constante evolução proporciona acima de tudo, um

método para se ficar sempre a frente dos concorrentes.

O autor Idalberto Chiavenatto em uma breve referência nos indica de modo claro e

objetivo os seguintes pontos essenciais:

“As organizações são entendidas como conjuntos integrados e articulados de

competências sempre atualizadas e prontas para serem aplicadas a qualquer

oportunidade que surja antes que os concorrentes o façam.” (CHIAVENATO, 2009.

p25).

Numa época não muito distante a forma de administrar era totalmente diferente do que

as usadas hoje em dia, pois conforme as teorias x e y de Douglas McGregor que mostram

como os seres humanos têm formas diferentes de se comportar diante às situações do

cotidiano nas empresas, onde umas assumem cargos e tomam a responsabilidade para si,

sentem-se comprometidas com os resultados e metas, enquanto outras não querem se sentir na

responsabilidade.

Neste contexto, voltando os conhecimentos diretamente às pessoas, encaixa-se de

maneira primordial o tratamento e a forma de gestão empregada, pois os tempos mudaram

significavelmente e com isso também vieram as vantagens e desvantagens sobre a maneira de

conduzir os colaboradores.

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Assim, percebeu-se que a empresa está com dificuldades na parte de gestão de pessoas

e planejamento de produção, pois seus métodos de produção estão um tanto quanto defasados

e a gestão de pessoas encontra-se em segundo plano.

Já que as condições reais que a empresa oferece aos seus colaboradores são precárias,

não apresentando um processo de planejamento de seleção, a empresa peca em treinamentos e

não se preocupa com a integridade física dos funcionários. Além de não oferecer nada

direcionado à qualidade de vida, não ofertando o suporte necessário para que a equipe

trabalhe de forma segura e eficiente, causando com isso um impacto negativo, tanto

psicológico quanto produtivo.

Pode-se dizer que reduzir os riscos de segurança, reduz a experiência de stress

ocupacional no trabalho e melhoram a confiança e o comprometimento dos trabalhadores ao

realizar suas atividades, Rossi (2010 p 141- 172). A autora ainda cita que ações para reduzir

esses riscos não são complicadas e podem ser administradas por serviços de saúde

ocupacional.

Além de possíveis problemas com reclamatórias trabalhistas, um ambiente sem

segurança se torna um risco para a vida dos trabalhadores. Um ambiente seguro muda os

números relacionados à segurança e acidentes de trabalho, Dessler (2010 p 278).

Através das visitas realizadas perceberam-se pontos importantes a se tratar e que

influenciam diretamente na qualidade de vida dos trabalhadores envolvidos nesta indústria,

estes impactam sobre a saúde do colaborador.

Tendo estes aspectos de saúde em primeiro plano, optou-se por algumas melhorias

dentro da produção começando pelo processo de separação de materiais, a ponta de todo

ciclo, então se observou a questão ergonômica, pois a mesa de separação não está em uma

altura apropriada e os trabalhadores ficam em pé o tempo todo, ficando arqueados. A altura da

mesma influência neste quesito, poderia ser elevado o nível da mesma e colocado cadeiras

com regulagem de altura visando minimizar estes danos. Este é o setor que está envolvido

diretamente com o risco de contaminação, o material a ser separado já vem pré-reciclado, mas

não impede a vinda de resíduos diversos junto com o material bruto, destacando- se o uso de

EPI’s que impeçam estas substâncias nocivas de prejudicarem o colaborador, podendo ser

empregadas luvas, botas de borracha, óculos, além de avental e protetor auricular. Ainda,

pode-se pensar em utilizar regras e procedimentos que não estão sendo usados no momento.

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Outro ponto que é preciso mudar para melhorar a QVT é a questão do ruído. Foi

observado que as máquinas produzem altos índices, o que pode desencadear, com o passar do

tempo, uma série de doenças ao trabalhador, se este não utilizar os EPI’s recomendados para

neutralizar este quesito. A origem do ruído na indústria é proveniente de diversas máquinas

utilizadas no dia a dia, sendo que no primeiro momento é gerado no processo de picagem do

plástico. Nesta máquina (picador), pensou-se em um sistema de isolamento acústico que

consiste no enclausuramento da máquina, com a implantação de algum tipo de revestimento

acústico na parte interna da clausura, nas quais podemos citar a espuma de poliuretano, lã de

vidro, e o pet isosoft, (trata-se de uma lã fabricada a partir de garrafas pet), este sendo um

produto ecologicamente correto e reciclável que é instalado entre as paredes e apresenta

ótimos resultados.

Outro ponto a ser observado, diz respeito ao processo de lavagem dos insumos

plásticos, depois de picado o material vai para um tanque de água por meio de pás rotativas,

as quais produzem ondas para a limpeza do produto a ser beneficiado. Este tanque é uma peça

fundamental no processo por fazer a lavagem de todo o material bruto a ser utilizado, porém o

mesmo contém substâncias nocivas ao ser humano, pois a água suja de todo o processo de

limpeza é exposta aos funcionários, pelo motivo de que o setor não está isolado, o mesmo está

em local aberto, e os colaboradores estão sujeitos a serem atingidos por respingos ou jatos de

água provenientes das ondas formadas pelas pás, e que, se atingirem os olhos poderão

contaminar os envolvidos diretamente nesta função. Este setor poderia ser enclausurado desde

o picador até o próximo processo que seria a centrífuga de secagem, eliminando assim o risco

de contaminação juntamente com o barulho emitido pelas máquinas em funcionamento.

A empresa possui outras máquinas que precisam receber o mesmo tratamento, como o

aglutinador (nesta máquina o plástico é transformado em pequenos flocos para posteriormente

ser misturado aos demais componentes da mistura), o picador de caroços (máquina que tritura

os caroços originários da falha do processo de fabricação do polipropileno), os mesmos

produzem um ruído extremamente forte. Seguindo na linha de produção, temos a extrusora,

máquina que produz também um ruído forte e intenso, porém neste equipamento não é

necessário fazer o enclausuramento da mesma, pois o mesmo tem origem na parte final do

processo, ou seja, quando os grânulos de PP caem em uma chapa metálica, que por sua vez

causa um ruído agudo muito desconfortável, sendo que para neutralizar este ruído, basta

revestir esta chapa com uma manta emborrachada ou com carpete para resolver o problema.

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Estas medidas fazem com que o ruído não se espalhe por todo pavilhão,

proporcionando assim um melhor ambiente de trabalho para o trabalhador e

consequentemente gerando uma melhor QVT, e um risco muito menor de no futuro gerar

doenças relacionadas com a exposição aos altos ruídos.

Estás ideias foram passadas ao diretor da organização como sugestões de melhorias

para dentro de sua indústria, as quais poderiam melhorar a qualidade de vida de seus

funcionários além de se adequar às normas regulamentadoras exigidas pelo ministério do

trabalho.

As sugestões foram recebidas pelo diretor, o qual demonstrou seu agradecimento e

interesse em analisar quais as possibilidades dentro de sua realidade, para colocar as sugestões

em prática.

4 CONCLUSÃO

Diante da análise realizada na empresa, observou-se que uma organização, depende

amplamente dos seus colaboradores, tanto para manter-se forte no mercado cumprindo com

suas exigências frente a seus clientes, quanto no desenvolvimento e crescimento da entidade.

Para isso, cabe à empresa desenvolver seus colaboradores fazendo-os compreender

que a organização depende de seus esforços para progredir. É de grande importância à

instituição saber o que o seus funcionários precisam, quais são seus objetivos dentro da

empresa, para que com isso possa-se unir o objetivo do funcionário junto com a do

empregador e da empresa, assim evoluindo juntos no que diz respeito à realização.

Dentro deste contexto, notou-se a importância de um Engenheiro de Produção

incorporado em uma empresa, pois o mesmo poderá dar o suporte adequado para que os

colaboradores da instituição possam expor seus pontos positivos e negativos no que diz

respeito à forma em que a organização está trabalhando e quais seus objetivos pessoais, para

que com isso entre-se em uma harmonia, a empresa e o colaborador.

Também, pode-se citar que muitas vezes por falta de informação, o empregador pode

deixar de lado alguns pontos importantes a respeito da saúde do funcionário e da imagem da

empresa. Como citada no artigo, a pouca relvancia dada ao fornecimento e uso dos EPI’s, é

um aspecto de extrema importância, pois se pode acarretar em multas e até interdição do

local, e ainda detalhes dentro da linha de produção que poderiam além de estancar problemas

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relacionados à ergonomia, também ajudar a produtividade e qualidade do material. Itens esses

que poderiam ser notados e reduzidos com as habilidades de um engenheiro.

Com os aspectos citados acima, nota-se a importância de um Engenheiro de Produção

dentro da empresa, pois o mesmo estará auxiliando da melhor forma possível como à

organização deverá se portar para estar sempre em crescimento, como deverá treinar de forma

coesa e achar uma estratégia que faça seus colaboradores estarem totalmente envolvidos para

juntos evoluírem, não deixando de lado o quesito produção, mas elencando também outras

áreas envolvidas dentro da empresa as quais este profissional devido a seu conhecimento em

diversas áreas e tem capacidade de desenvolvimento, assegurando à empresa crescimento e

evolução constante no mercado.

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p 278, 2010.

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Gerenciamento de estoque de materiais de manutenção em uma indústria de reciclagem

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