novembro ii ediÇÃo jornal prodouroreunião no próximo dia 17 de outubro, das 15-17.30 horas, nas...
Post on 27-Jun-2020
2 Views
Preview:
TRANSCRIPT
NOVEMBRO •2019•II EDIÇÃO
PÁGINA 1
JORNAL PRODOURO
*Este jornal não segue o acordo ortográfico
Editorial
Chegou o Outono
Começamos de novo.
Acabaram as vindimas e os vinhos afinam-se nas
adegas.
Respira-se de alívio, o ano foi bom e as forças
estão retemperadas para começar tudo outra vez.
Num mundo ideal, seria assim, no nosso as
contrariedades abundam.
Nesta edição reflectimos sobre a campanha 2020-
2021 do VITIS e os problemas, a nosso ver fáceis
de resolver, que condicionam o seu desejável
bom funcionamento.
A carta de agradecimento que escrevemos ao Sr.
Ministro da Agricultura pelas boas decisões
incluídas na Portaria 279/2019 de 28 de Agosto
tem agora um sabor amargo e vimo-nos forçados
a escrever novamente, desta vez ao Presidente do
IVV, para reclamar a reposição da justiça. Não se
dá com uma mão para se retirar com outra e todos
sabemos onde vai parar “quem dá e tira…”.
Voltamos ainda aos muros, anima-nos a vontade
dos nossos antepassados que os contruíram a
força de braços e não desistimos de lutar por eles.
Esclarecemos uma dúvida que paira pesada sobre
as acções de controlo do VITIS. Vamos fazê-la
cair de vez.
Apresentamos ainda dois exemplos de bom e mau
jornalismo. O mau serviço público prestado pelo
programa Prós e Contras dedicado ao Douro,
transmitido pela RTP no dia 14 de Outubro. E o
excelente artigo de Luis Lopes, na revista
Grandes Escolhas sobre o predicado “vinhas
velhas”
Acompanhe as últimas sobre o Tratamento por
Água Quente e a luta contra o granizo.
Ferramentas de construção de muros de pedra posta, uma arte no Douro e retrato de uma vindima da década de 50/60 quando a mão de obra abundava, por Artur Pastor
O “Douro Prodigioso”, ou a melhor
maneira de nos afundarmos nele
O décimo sétimo aniversário do programa da
RTP Prós e Contras ficou manchado pela má
imagem que se transmitiu do Douro.
Foi uma má prestação jornalista à qual se aplica
na perfeição o provérbio, “quem te manda a ti
sapateiro, tocar tão mal rabecão”, mas, bem
vistas as coisas, quem esteve mesmo mal foram
os representantes do Douro e os que aspiram a
sê-lo.
O Sr. Presidente do IVDP, que segundo as suas
palavras, tanto tem feito pela promoção do
vinho do Porto, entende que a solução para a
falta de mão de obra no Douro se encontra na
máquina de vindimar, à semelhança dessa
região vitícola, tão similar à nossa, que é
Bordéus. Como?
A mão de obra, faz falta durante todo o ano, o
Douro representa a maior área mundial de
viticultura de montanha, e a mecanização além
de não ser fácil é cara. Num futuro próximo a
mecanização será uma realidade, mas como é
possível acreditar que uma região possa
prosperar, vazia de conteúdo, de pessoas, de
vida na sua imensa paleta de possibilidades.
Voltamos à promoção, Sr. Presidente, se o
vinho for correctamente valorizado, também o
serão as uvas e será possível nessa altura
melhorar as condições de trabalho. Trata-se de
olhar para o todo e não para o particular.
De outro ângulo, temos a agricultura familiar,
que foi durante anos o suporte das grandes
explorações. Os pequenos agricultores pagavam
as suas contas balançando os rendimentos da
sua exploração e os do trabalho para outrem.
Desengane-se quem pensa, e quem chegou a
afirmar no programa, que o pequeno agricultor
não sabe fazer contas. Essas contas permitiram
criar famílias numerosas e formar engenheiros,
médicos, advogados, juízes. O problema da mão
de obra tem que ser visto de longe e para longe,
isto é, não interessa resolver o problema
particular da vindima, mas o das tarefas de todo
o ano; não interessa resolver um ano difícil, mas
sim garantir um futuro constante; não interessa
considerar só as vinhas, mas toda a região. A
solução não está à frente dos nossos olhos, mas
temos que parar de falar no assunto como se o
pior estivesse para vir. O pior já chegou e já se
sente na pele.
Continua na pag.5…
NESTA EDIÇÃO
MUROS DE PEDRA POSTA VINHA AO ALTO PORTARIA 279/2019 DE 28
AGOSTO
NOVEMBRO •2019•II EDIÇÃO JORNAL
PRODOURO
PÁGINA 2
VITIS 2020-2021
Socalcos suportados por muros de pedra posta
Um critério falso de prioridade?
VITIS 2020-2021
Vinha ao Alto
A nova Portaria VITIS publicada este ano (nº
220/2019 de 16 de Julho) veio corrigir uma
injustiça que a anterior legislação (nº 323/2017 de
26 de Outubro) continha ao não considerar as
vinhas ao alto na região do Douro como alteração
de perfil.
Esta situação foi denunciada pela ProDouro no
documento entregue ao IVV em 2018 e à nova
Direcção daquele organismo em Maio deste ano.
Congratulamo-nos com a decisão tomada que veio
de encontro à realidade, pois como todos sabemos,
na região os custos de instalação de uma nova vinha
não dependem do modelo de vinha mas sim da
maior ou menor densidade de videiras.
Para as acções de controlo à plantação, as Normas
Complementares de aplicação do VITIS (versão
Setembro 2016) determinaram que no caso das
vinhas ao alto seria necessário recolher evidências
fotográficas das grandes movimentações de terra e
facturas das prestações de serviços a fim de se
poder validar a alteração de perfil.
Apesar da mensagem claríssima, esta medida
continua a ter dificuldades de implementação,
surgindo dúvidas nas acções de controlo que não
deveriam acontecer. Se a acção de controlo a uma
vinha acontece após a plantação estar efectuada
é praticamente impossível visualizar no terreno se
ocorreram ou não grandes movimentações de terras
não sendo, portanto, correcto assumir-se que estas
não ocorreram e logo que a vinha não tem alteração
de perfil.
Os técnicos devem, de acordo com as Normas
Complementares do VITIS, verificar se o
beneficiário apresenta as fotografias e facturas
devidas e deixar a “criatividade” ou a “vontade
própria” para alturas mais indicadas, fora do horário
laboral e que não afectem o correcto desempenho
das suas funções.
Uma Mão que Dá e
outra que Tira?
Os viticultores foram surpreendidos
positivamente com o «aviso de abertura para a
submissão de candidaturas de apoio à
reestruturação e reconversão de vinhas
(VITIS), campanha 2020-2021», para logo de
seguida se desiludirem com o lançamento da
Portaria nº 279/2019 de 28 de Agosto.
Se, para a ProDouro, a Portaria foi sem dúvida,
«a mão que dá», o aviso posterior, caso não
seja emendado, será «a mão que tira». A
desilusão e o prejuízo com o Aviso no que se
refere aos procedimentos impostos por
obediência aos seus parágrafos 19 e 20 e à sua
interpretação veiculada nas sessões públicas de
esclarecimento do VITIS levou-nos a escrever
uma carta ao Sr. presidente do IVV Eng.º
Bernardo Gouvêa, com conhecimento do, à
data, Ministro da Agricultura Dr. Capoulas do
Santos. É urgente que se leia esta carta e se
reponha a justiça.
PRODOURO
Passou o primeiro de dois meses da
candidatura VITIS 2020-2021, mas até agora,
as aguardadas medidas complementares nada
acrescentam acerca da ajuda especifica às
«candidaturas exclusivamente com parcelas em
patamares suportadas por muros de pedra
posta, com vista à manutenção destes» e que
mereceram 10 pontos extra na ponderação da
candidatura, a par das vinhas de Colares e
Bucelas. Este critério de prioridade é uma
antiga reivindicação da ProDouro, pois sempre
dissemos que «devem ser especialmente
consideradas prioritárias as candidaturas
enriquecedoras da vinicultura e do ADV –
Património Mundial, ou seja:
Grau 1 – replantação de socalcos pós-filoxera
com elevada mortalidade de videiras e muros
caídos, desde que se conserve a anterior
arquitectura de terreno e se reconstruam os
muros caídos.
Grau 2 – vinhas em patamar (vulgarmente
chamadas vinhas PDRITM) com graves
problemas de erosão do solo, mortalidade das
videiras ou baixa densidade de plantação,
desde que a reconversão considere «patamar
estreito» e a sua construção seja guiada por
laser de maneira a resolver o escoamento das
chuvas torrenciais sem provocar erosão.
As vinhas a que atribuímos o «grau 1»
foram de facto consideradas prioritárias na
candidatura em curso (15 de setembro a 15 de
novembro de 2019), mas, essa prioridade, por
si só, pouco ou nada vale, pois quem
enfrentará a reconversão da sua vinha
sabendo que apenas o ajudam a reconstruir
no máximo 57 m2 de muro exposto por
hectare?
Vinha em socalcos suportados por muros de pedra posta
A ProDouro sabe quanto custa construir
1m² de muro durante o saibramento e elucidou o
Ministério da Agricultura e a CCDR-N (Unidade
de Missão Douro) dessa conta. Repetimos-lhes
aqui a tabela de produtividade do trabalho e
demais considerações acerca do trabalho de
reconstrução de muros de pedra posta.
Por fim, repetimos-lhe outra das nossas
reflexões públicas acerca da recuperação das
nossas primeiras vinhas pós-filoxera: «Será
importante para a vinicultura do Douro e para o
ADV – Património mundial, que, no caso
especifico de replantação de vinha em socalcos
pós-filoxera, se possa candidatar a totalidade de
muros a reconstruir de facto em determinada
área».
Tem a palavra a nossa Direção Regional
de Agricultura e a CCDR-N (Unidade de Missão
Douro). Construir muros de pedra posta é
connosco, mas, para isso, precisamos de ajuda
em dinheiro.
Ajuda verdadeira, bem entendido.
O Outono no Douro, logo após as vindimas, é reservado para começar a surriba para as novas
videiras a plantar no fim do Inverno
NOVEMBRO •2019•II EDIÇÃO JORNAL
PRODOURO
PÁGINA 3
TAQ
A obrigatoriedade do Tratamento por Água
Quente (TAQ) prevenindo a Flavescência
Dourada (e outras doenças) da videira foi
assunto principal na edição anterior do nosso
Jornal e, felizmente, a Direcção Geral de
Agricultura e Pecuária (DGAV) conta-se entre
os nossos leitores. A responsável do DGAV,
Engª Paula Cruz de Carvalho, promoveu uma
reunião na delegação do IVDP no Porto sobre
o assunto. Estiveram presentes, além do IVDP
(oxalá sigam o bom exemplo do CIVC –
Comité Interprofissional das vinhas de
Borgonha), representantes habilitados da
Direcção Regional de Agricultura do Norte, da
UTAD, da ADVID, da VITICERT e claro, nós
próprios, ProDouro.
O convite da DGAV via correio electrónico era
claro: «Tendo a DGAV tido conhecimento, pelo
jornal que se anexa [Jornal da ProDouro], da
defesa por parte da ProDouro, ADVID e
UTAD da extensão da obrigatoriedade do
Tratamento por Água Quente (TAQ) a todas as
plantas vitícolas destinadas à plantação da
RDD, e por considerarmos importante alargar
essa discussão e reflexão às várias entidades
interessadas e que intervém no processo de
produção, controlo e certificação de plantas
vitícolas, propomos a realização de uma
reunião no próximo dia 17 de outubro, das 15-
17.30 horas, nas instalações do IVDP, no
Porto».
A reunião foi proveitosa. A Engª Paula Cruz
Carvalho trouxe para discutir quatro cenários
com vista à obrigatoriedade do TAQ, sendo o
4º (ou primeiro passo) precisamente o TAQ
voluntário que a ProDouro segue. Estão agora
em discussão mais três cenários que em devida
altura daremos conta. O TAQ obrigatório há-de
ser uma realidade, tal como preconiza a
ProDouro, e a ajuda nesse sentido da Engª
Paula Cruz Carvalho veio em boa hora.
Bem-haja.
Entretanto, a ProDouro lamenta que seja fácil
obrigar os viticultores ao tratamento insecticida
contra o insecto vector da doença e muito
difícil obrigar ao inocente, mas eficaz, TAQ
das videiras.
Scaphoideus titanus
insecto vector da
Flavescência Dourada
Vitioeste aposta na compra de segunda máquina
de Tratamento por Água Quente. À semelhança
deste viveiro com quem a ProDouro tem vindo a
trabalhar também a empresa Pierre Boyer
avançou com a compra de uma máquina TAQ. É
bom saber que há empresas que se adiantam e
não esperam pela obrigatoriedade. Os
agricultores conscientes têm mais uma opção ao
dispor.
Plantas em viveiro
B R E V E S
GRANIZO
COMITÉ DE COMBATE AO
GRANIZO
Estamos prestes a concluir o 10º e último passo
da longa caminhada que encetámos na luta
activa contra o granizo em vinhas do Douro. São
passos de gigante, bem entendido.
Temos vindo a explicar aos nossos parceiros do
Douro vinhateiro os nove passos dados até aqui,
os últimos dos quais de mãos dadas com a
UTAD, e angariado entusiastas para a formação
do «Comité de Combate ao Granizo».
Anunciamos desde já os primeiros parceiros que
se voluntariaram para o constituir. Para além dos
seus fundadores, ProDouro e UTAD temos, por
ordem alfabética: ADVID, Adega Cooperativa
de Favaios, Adega Cooperativa de Sabrosa e
Câmara Municipal de Alijó.
Une-nos a consciência de que um bom seguro de
colheita minimiza o prejuízo da perda da
colheita, para quem vende a uva, mas nunca
pagará a falta de uvas para quem vive do vinho.
Além disso, não há dinheiro que pague o
desgosto de perder em segundos um ano de
trabalho para uma tempestade de granizo nem
papel nenhum que impeça a ansiedade
desgastante nos dias em que o IPMA anuncia a
possibilidade de trovados e granizo para
o «interior norte» sem se dar conta de quão vago
é este aviso: Interior Norte?
DRAPN E PRODOURO
DISCUTEM DOSSIER GRANIZO
A última explicação do projecto foi feita à
DRAPN na pessoa da sua Directora, Engª Carla
Pereira e da Directora de Serviços Engª Maria
Manuel Mesquita no dia 23 de Outubro, na sede
da ProDouro. Foi com agrado que constatamos
que a nossa Direcção Regional se alia a esta
causa disponibilizando-se para procurar
soluções para a implementação do projecto, que,
lembramos, se cingirá por enquanto a um estudo
piloto da área definida pelo triângulo Pinhão-
Sabrosa-Alijó, de longe, a mais fustigada por
fenómenos de granizo violento na década
corrente.
CIM-DOURO MOSTRA
INTERESSE NA LUTA CONTRA O
GRANIZO
Aguardamos a marcação de reunião com a
CIM-Douro após manifestação de interesse em
aprofundar o tema do granizo. Entretanto
agradecemos do fundo do coração a todos os
outros que nos ouviram e prometeram ajuda,
nomeadamente a CCDR-N , a CM de Sabrosa e
a CM de Alijó que anunciou publicamente na
sessão realizada em Favaios a sua
disponibilidade para apoiar financeiramente.
Um agradecimento muito especial ao Prof. Dr.
António Nazaré Pereira da UTAD, que tornou
possível que o esforço da ProDouro não fosse
em vão. Muito obrigado a todos.
Vamos ao trabalho!
Lançamento de balão
meteorológico com sais
higroscópicos. Método
Selerys
NOVEMBRO •2019•II EDIÇÃO JORNAL
PRODOURO
PÁGINA 4
VINHA-VELHA HISTÓRICA Luis Lopes reconhece na ProDouro o caminho certo para definição de vinhas velhas
.
Quinta do Noval
A Vinha Velha será o assunto da próxima edição do nosso Jornal. É provável que
antecipemos uma edição extra, antes do Natal.
A ProDouro sabe o que é uma vinha velha, mas está decepcionada e muito preocupada
com o curso da discussão sobre o assunto. Se uns tratam a «vinha velha» com
leviandade preocupante, outros alheiam-se da discussão. (Serão os que se alheiam os
mesmos que os homens políticos querem obrigar a pertencer à nova Casa do Douro?).
Hoje, porém, ganhamos nova alma com o Editorial de Luis Lopes na prestigiada e
influente revista Vinhos-Grandes Escolhas. Diz Luis Lopes: «O Douro, sendo a região
de Portugal onde se preservam mais vinhas antigas e, consequentemente, aquela que
mais utiliza o conceito para promover os seus vinhos, tem aqui responsabilidade
acrescida. Deverá por isso ser o Douro, no seu próprio interesse, a liderar o processo
de definição e regulamentação da designação vinhas velhas. Uma associação de
viticultores, a Prodouro, que congrega 72 agentes económicos regionais, já deu o
primeiro passo propondo, para definir uma vinha velha duriense, resumidamente, algo
como isto: «vinha plantada até ao ano 1965 segundo o modelo comum ”socalco pós-
filoxera”, embora, por razões de topografia de terreno, possa não ter obrigado à
construção de socalcos suportados por muros de pedra posta. Contudo a vinha velha
em socalco pós-filoxera constituirá um subgrupo de eleição a que sugerimos chamar
“vinha velha histórica».
Muito obrigado, Luis Lopes. Entretanto recomendamos a leitura do editorial (e da
revista inteira) aos senhores do IVDP, da AEVP e da FRD.
NOVEMBRO •2019•II EDIÇÃO JORNAL
PRODOURO
PÁGINA 5
PRÓS E CONTRAS (continuação)
O povo já não lava no rio
PRODOURO
2019
A continuarmos assim o povo já nem sequer habitará no Douro.
Ficaremos com um involucro vazio, um belo embrulho de faz de conta
que desiludirá quem tenha a ousadia de o desembrulhar. Os cruzeiros,
serenos, continuaram a passar apreciando tranquilamente a fachada do
Douro sem importar a ninguém que o interior tenha ruído. Por todo o
mundo há exemplos de sítios maravilhosos completamente esgotados e
destruídos pelo turismo. Quando se vai aprender que o turismo tal como
a sanguessuga pode ser usado para purificar uma região, renova-la,
restaura-la mas se não for retirada a tempo pode drená-la até à morte.
Mais uma vez é preciso ver o todo, esquecer o lucro imediato e rápido em
favor do lucro crescente e prolongado por gerações.
Trata-se aqui de regulamentar o tráfego excessivo das águas, de fiscalizar
se as embarcações são ou não poluentes e perturbadoras do ecossistema.
De exigir envolvimento activo no objecto do seu negócio, pagando uma
taxa, como se faz já noutros pontos turísticos, que possa reverter, por
exemplo para a preservação de muros, que sabemos bem, não é barata. Já
não passa pela cabeça de ninguém viver sem turismo, mas não podemos
nunca esquecer os nossos, que aguentam firmes na região resistindo ao
apelo do abandono. Não podemos também esquecer que o Douro, tão rico
que é, não vive só da viticultura. Temos outras culturas também
importantes e partes do Douro onde se vive exclusivamente delas.
Por último, a vergonha suprema perante a lavagem de roupa suja que se
fez na praça pública. É caso para dizer, “em casa onde não há pão, todos
ralham e ninguém tem razão”. Ficou a dúvida se neste caso, se ralha por
falta ou excesso de pão.
Fotografia de Artur Pastor década de 50/60
TURISMO
O Douro não é um parque
temático
O DOURO É AZUL OU É DE QUEM LÁ VIVE?
top related