noticiário 03 04 2016

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O DEBATEDIÁRIO DE MACAÉ

Arrecadação do governo com o petróleo sobe para R$ 1,5 bilhão

CPI proposta por vereadores quer investigar doações

Quantia é referente aos repasses dos royalties e das cotas da Participação Especial contabilizadas por Macaé nesses últimos três anos e três meses. Parte desse dinheiro foi destinada a custear serviços PÁG. 3

Vila Badejo aguarda ações do governo para melhorar infraestrutura e qualidade de vida para os moradores do local

www.odebateon.com.br

Macaé (RJ), domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016Ano XL, Nº 8983Fundador/Diretor: Oscar Pires

MARIANNA FONTES KANÁ MANHÃES

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issuu/odebateon

Base das discussões relacio-nadas às planilhas da Odebre-cht, apreendidas pela Polícia Fe-deral em diligência da Operação Lava-Jato, a proposta de abertu-ra da Comissão Parlamentar de Investigação (CPI), levantada

por vereadores da cidade ao longo desta semana, tem como ponto principal comparar datas, valores e repasses que constam na prestação de contas da cam-panha de prefeito de Macaé, nas eleições de 2012. PÁG. 3

Localizado a poucos minutos do Centro e ao lado do Parque Aero-

porto, um dos bairros mais populosos do município, essa

semana o Bairros em Debate vai destacar as necessidades dos moradores da Vila Bade-jo. No final de julho do ano passado, a equipe de repor-

tagem conversou com a po-pulação, que apresentou di-versos problemas na época. Nesta semana, O DEBATE mostra o que mudou em um pouco menos de ano desde a última visita. A Vila Badejo é, hoje em dia, considerada uma extensão do bairro Par-que Aeroporto. Apesar de pequena, ela já conquistou

PONTOS DA CIDADE SEM CÂMERAS DE VIGILÂNCIA

PROGRAMA JÁ LIBEROU R$ 3 MILHÕES EM CRÉDITO

IFF INSCREVE PARA NOVA TURMA DE MESTRADO

Segundo Igor, lista da Odebrecht indica dados e valores diferentes de prestação de contas

R$ 1,50

características dignas de um grande bairro. Atualmente, cerca de cinco mil famílias vivem nessa área, que tem belas casas e ruas asfaltadas. Porém, por trás das pacatas ruas do bairro, se escondem alguns problemas que aca-bam deixando a população insatisfeita com as condições de vida do local. PÁG. 8

Demandas simples mas sem solução

POLÍCIA, PÁG.5 ECONOMIA, PÁG.6 EDUCAÇÃO, PÁG.9

PLANILHAS DA LAVA-JATO

Sistema Firjan cria novo apoio a empresas

ÍNDICETEMPO

EDUCAÇÃO ECONOMIA

Sistema lança o ‘Edital de Inovação’ que prevê financiamento PÁG. 7

WANDERLEY GIL WANDERLEY GIL

Após desistência de empresa, instituição definirá cronograma Iniciativa pode auxiliar no reaquecimento da economia local

Nova escola do Senai em fase estruturalProjeto será voltado à formação de novos profissionais PÁG. 9

EDITORIAL 4

PAINEL 4

GUIA DO LEITOR 4

ESPAÇO ABERTO 4

CRUZADINHA C2

HORÓSCOPO C2

CINEMA C2

AGENDA C2

Máxima 35º CMínima 24º C

Anuncie: (22) 2106-6060 (215)

GERAL EDUCAÇÃO ECONOMIA CADERNO DOIS

Guardas podem ser apoio na segurança

Estado contrata novos professores

Shell realiza encontro de negócios na cidade

Off White Multimarcas ganha destaque

Parceria entre forças de segurança é destacada PÁG. 5

Vagas são para atividades temporárias PÁG. 9

Programa ainda inscreve projetos locais PÁG. 10

Loja chega ao Shopping Tropical Plaza CAPA

Prefeitura já pagou mais de R$ 36 milhões por serviço de saneamento previsto em contrato com a OdebrechtNesses três anos e três meses, quando foram recolhi-dos mais de R$ 1,5 bilhão ape-nas em receitas do petróleo, o atual governo pagou cerca de R$ 36,8 milhões pelas con-traprestações previstas no contrato da Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto. Assi-nada em 2012, a PPP passou a ser executada em 2013 através da continuidade do contrato celebrado entre a administra-

ção municipal e a antiga Foz de Macaé, subsidiária da gigante Odebrecht. De acordo com o Portal da Transparência, R$ 11,3 milhões representam a maior contraprestação paga pela prefeitura para a Odebre-cht Ambiental nesses três anos e quatro meses de vigência do contrato. A quantia foi libera-da en 2014. Somente neste ano mais de R$ 5 milhões foram pagos a Odebrecht. PÁG. 3

Contratos �rmados na gestão passada somaram despesas de mais de R$ 639 milhões após serem mantidos e prorrogadosProrrogados por termos aditivos, que elevaram também os custos aos cofres públicos, os contratos que passam a ser ana-lisados com lentes de lupa pela Câmara de Vereadores, e que envolve uma das empresas com citações na Operação Lava-Jato, somaram juntos um total de R$ 639 milhões em dinheiro já pa-go pela prefeitura em apenas três anos e três meses. E dentro deste valor, a maior despesa foi

paga pelo atual governo à Cons-trutora Zadar que hoje possui um dos contratos com maior valor da prefeitura: cerca de R$ 77 milhões. Em três anos e três meses, a prefeitura pagou à Construtura um total de R$ 206 milhões. Nessa quantia constam repasses referentes a um outro contrato firmado pela Zadar junto ao município, para a realização de obras de urbani-zação de bairro. PÁG. 3

BAIRRO EM DEBATEMARIANNA FONTES

Prioridade, segundo a população é a reforma da área de lazer

MARIANNA FONTES

Bairro cresceu impulsionado pela expansão do Parque Aeroporto

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ2 Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016

CidadeEDIÇÃO: 321 PUBLICAÇÃO: 13 DE JANEIRO DE 1982

SEMANA EM DEBATE O DEBATE EM MEMÓRIA

NOTA

Impostos tiveram aumento de 400 por cento e Prefeitura vai antecipar cobrança

Dando um “verdadeiro golpe de mestre” em cima dos contribuintes, o Prefeito de Macaé depois de arbitrar um excessivo aumento de impostos para o exercício de 1982, cujo orçamento estima uma receita de Cr$ 506 milhões, resolveu aplicar outro: o de cobrar com antecedência de sete meses os impostos e taxas vencidos até o mês de de-zembro, de acordo com o disposto no Código Tributário que prevê o pagamento em três quadrimestres.

Marcado para domingo a escolha da “Garota Pecado 1982"

Promovido por Veronika Piersanti, contan-do com o apoio de diversos colaboradores. está marcado para domingo, dia 17, às onze horas, a eleição da “Garota Pecado 82", quando diversas candidatas já inscritas estarão desfilando para o júri formado na sua maior parte por jornalistas.

Assaltantes levam Cr$ 4 milhões do Bradesco e atiram no guarda

Seis homens fortemente armados com escope-tas, metralhadora e revólveres de grosso calibre, depois de invadir a Agência do Bradesco em Rio das Ostras, deram dois tiros no vigilante Raul Go-mes de Limeira Filho, que trabalha na agência há

nove anos, levando todo o dinheiro dos caixas do cofre forte, aproximadamente Cr$ 4 milhões.

Candidatos a cargo de Auxiliar de Escritório na Petrobrás pode chegar a 3 mil

A abertura de inscrições para o Processo Seletivo Ex-terno para o cargo Auxiliar de Escritório para preencher vagas e construir cadastro reserva no Distrito de Pro-dução do Sudeste da Petrobrás poderá atrair cerca de 3 mil candidatos, segundo estimativas feitas até a tarde de terça-feira, dado o grande interesse despertado na popu-lação desde quando foi divulgado o comunicado da em-presa, o que fez esgotar a edição passada de O DEBATE.

Decisão da Justiça obriga prefeitura a pagar salário com as incorporações

Hospital Público de Macaé comemora 12 anos

Depois de recorrer ao Supremo Tri-b u n a l Fe d e r a l

(STF) tentando manter a errada suspensão das incorporações a cente-nas de servidores que fazem jus ao benefício, o governo municipal, na iminência de mais uma derrota prenun-ciada com a decisão da Procuradoria Geral da República que reco-nheceu o direito adqui-rido pelo funcionários, liberou no pagamento d e m a r ç o, r e a l i z a d o ontem, apenas a parte de um salário mensal. No entanto, deixan-do de acatar a mesma decisão da Justiça, o dinheiro referente aos meses atrasados não foi pago e os servidores continuam na luta jun-to com o Sindservi para reaver o numerário pa-

ra quitar contas que fi-caram atrasadas com a suspensão do benefício.

“Em vez de comemo-rar, temos que lutar pelos nossos direitos. Não pode um governo municipal, através de um decreto, prejudicar centenas de famílias que durante tanto tem-po dedicado ao serviço público, simplesmen-te tiveram retirados do salário, benefícios conquistados no cum-primento do dever ”, disse um servidor que p e d i u p a r a n ã o s e r identificado, admitin-do que “a falta de visão de um gestor no qual depositavam esperan-ças com propostas de mudanças, mudou a direção do vento e só s e m e i a t e m p e st a d e , prejudicando dezenas de famílias”.

Agentes da Polícia avaliam com a população ações para ampliar segurança pública

Na manhã de quarta-feira (30), foi realizada mais uma edição do Café Comunitário. A reunião aconteceu às 10h, no Hotel Ibis, tendo como objetivo reunir represen-tantes das instituições de segurança pública, órgãos públicos e a comunidade para discutir segurança na cidade. A mesa foi composta pelo subcomandante do 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), o Major Scherrer, o delegado adjunto da 123ª DP, Carmelo Santalúcia, o presi-dente do Conselho Comuni-tário de Segurança Pública de Macaé (CCSP), Patrick Moraes e o secretário de Ordem Pública, André Luiz Monteiro.

Café Comunitário reuniu representantes das instituições de segurança e sociedade civil

Cerca de 600 servidores do município receberam benefício relativo ao pagamento de março

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016 3

PolíticaRECEITAS

Governo já arrecadou R$ 1.503 bilhão apenas com receitas do petróleoCustos com quatro contratos firmados no governo passado, mantidos pela gestão atual, somam mais de R$ 639 milhões em três anos e três meses

Márcio Siqueiramarcio@odebateon.com.br

Com crise ou sem crise, Macaé mantém a sua al-cunha de 'Capital Nacio-

nal do Petróleo' ao contabilizar uma arrecadação total de mais de R$ 1,5 bilhão apenas com as receitas dos royalties e Partici-pação Especial. Essa quantia foi recolhida pelos cofres públicos da cidade entre janeiro de 2013 e março de 2016, administrada apenas pelo atual governo.

E tão expressivo quanto os va-lores arrecadados, é também o nível de comprometimento des-sas receitas com contratos cele-brados, com base em licitações e assinatura de ordens de serviço, ainda na administração muni-cipal passada, vista até pouco tempo como exemplo de uma gestão má na história da cidade dentro da 'era do petróleo'.

Prorrogados por termos adi-tivos, que elevaram também

os custos aos cofres públicos, os contratos que passam a ser analisados como lentes de lupa pela Câmara de Vereadores, e que envolve uma das empresas com citações na Operação Lava-Jato, somaram juntos um total de R$ 639 milhões em dinheiro já pago pela prefeitura em ape-nas três anos e três meses.

E dentro deste valor, a maior despesa foi paga pelo atual go-verno à Construtora Zadar que hoje possui um dos contratos com maior valor da prefeitura: cerca de R$ 77 milhões.

Em três anos e três meses, a prefeitura pagou a Construtu-ra um total de R$ 206 milhões. Nessa quantia constam repas-ses referentes a um outro con-trato firmado pela Zadar junto ao município, para a realização de obras de urbanização no lo-teamento Barramares.

Assinado em julho de 2010, o maior contrato da Zadar com a prefeitura tem como objeto a

conservação de prédios públi-cos e escolas, a limpeza das ruas da cidade, manutenção de es-tradas vicinais, limpeza de rede de drenagem, além de aluguel de máquinas, veículos e equi-pamentos. Segundo o último termo aditivo assinado pela se-cretaria municipal de Limpeza, o acordo tem validade até julho deste ano.

A segunda maior despesa, so-mada entre 2013 e 2016, e tendo como fonte as receitas do petró-leo, foi executada pelo governo através do contrato assinado com a empresa Limpatech. Nes-se período foram pagos R$ 202 milhões a companhia.

Em fevereiro de 2011, o antigo governo assinou o contrato com a Limpatech para a prestação do serviço de coleta de lixo, limpeza da cidade, além da manutenção de aterro sanitário. E segundo o último aditivo também assi-nado pela secretaria municipal de Limpeza Pública, o contrato

passa a ter validade até feverei-ro de 2016.

Com a SIT, empresa detento-ra da concessão do transporte público, o governo executou um total de R$ 192 milhões em despesas referentes apenas ao subsídio da passagem a R$ 1.

Instituido por força de lei em 2013, o subsídio segue garanti-do a SIT até setembro deste ano, quando vence o prazo de con-cessão do transporte, de acordo com a prorrogação do contrato realizada em 2015.

CRÉDITO

Em três anos, governo manteve contratos celebrados durante a gestão passada que preveem serviços como o de limpeza pública

Empresas DespesaZadar R$ 206.842.042,32Limpatech R$ 202.998.687,09SIT R$ 193.197.672,46Odebrecht R$ 24.714.136,64Total R$ 627.752.538,51

GASTOS

Contratos

Prefeitura pagou R$ 36 milhões por serviço previsto em contrato com a OdebrechtNesses três anos e três me-ses, quando foram recolhidos mais de R$ 1,5 bilhão apenas em receitas do petróleo, o atual governo pagou cerca de R$ 36,8 milhões pelas contraprestações previstas no contrato da Parceria Pública Privada (PPP) do Esgoto.

Assinada em 2012, a PPP pas-sou a ser executada em 2013 através da continuidade do con-trato celebrado entre a adminis-tração municipal e a antiga Foz

de Macaé, subsidiária da gigante Odebrecht.

De acordo com o Portal da Transparência, R$ 11,3 milhões representa a maior contrapres-tação paga pela prefeitura para a Odebrecht Ambiental nesses três anos e quatro meses de vi-gência do contrato. A quantia foi liberada en 2014.

Somente neste ano mais de R$ 5 milhões foram pagos a Odebrecht.

WANDERLEY GIL

Contraprestação é referente a obras previstas pela PPP

CPI proposta por vereadores pretende investigar doações

LAVA-JATO

Base das discussões rela-cionadas às planilhas da Ode-brecht, apreendidas pela Po-lícia Federal em diligência da Operação Lava-Jato, a proposta

Segundo Igor, planilhas da Odebrecht indicam dados e valores diferentes de prestação de contas

de abertura da Comissão Parla-mentar de Investigação (CPI), levantada por vereadores da cidade ao longo desta semana, tem como ponto principal com-parar datas, valores e repasses que constam na prestação de contas da campanha de prefeito de Macaé, nas eleições de 2012.

Primeiro a propor a devassa, o vereador Igor Sardinha (PRB)

já antecedeu um dos passos que poderão ser dados pela investi-gação.

"Há diferenças nas datas e nos valores das doações feitas pela Odebrecht ao PV Nacional, registradas no Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE), e nos dados registrados na lista da Odebre-cht que cita oito vezes o prefeito de Macaé e possíveis repasses

de campanha", diz Igor.O governo mantém a defesa

de que as doações, citadas pela planilha apreendida durante a operação Acarajé, um dos bra-ços da Lava-Jato, foram recebi-das pelo PV Nacional.

Já os vereadores querem in-vestigar as informações mais a fundo, nos documentos apreen-didos pela PF.

Chico Machado (PDT) fez novas denúncias sobre doações de campanha a prefeito em 2012

NOTA

PONTODE VISTAEncerrado ontem o prazo para que os filiados aos par-tidos políticos definissem a nominata dos possíveis candidatos a vereador, vice-prefeito e prefeito nas eleições de outubro deste ano, tudo de acordo com a nova minirreforma eleitoral feita a toque de caixa pelo Congresso, começou o jogo e vão ser ferrenhas as disputas para os cargos eletivos.

Desde o ano passado, quando o governo municipal decidiu através de um simples decreto, colocar um fim no pagamento das incorporações ao salário dos servidores, que o Sindicato da categoria vem travan-do na Justiça uma briga séria a favor daqueles que, beneficiados com a legislação, passaram a contar com mais um pouco de dinheiro para a sobrevivência.

Comentário ouvido nos corredores da Câmara Municipal, de um cidadão que acompanha o dia a dia no Poder Legislativo, e faz previsão futurista, como se em política alguém pudesse adivinhar. “Se dos atuais 17 vereadores, pelo menos 13 deles garantem as bases e têm possibilidades de reeleição, vão sobrar apenas quatro vagas para serem disputadas? A conferir.

O vice-prefeito Danilo Funke, que fez parte da chapa dobradinha com o prefeito atual que deixou o PV e foi para o PMDB de Pezão e Eduardo Cunha, protocolou documentos na Câmara de Vereadores e no Ministério Público Federal, pedindo o afastamento do Chefe do Executivo. Farta documentação foi juntada com informação que supostamente houve “truta” na PPP da Odebrecht.

Até domingo.

Ontem e hoje a periferia do Mercado Municipal de Peixes está em festa com o “1º Festival de Frutos do Mar”. Promovido pelo Polo Gastronômico da Macahé Antiga, são muitas as surpresas para quem gosta de saborear um bom prato. Muita gente deixou de ir para o bairro chic de Macaé (Búzios), para participar da promoção que reúne turistas e famílias tradicionais da cidade.

Começou a disputa

Vitória dos servidores

Tudo isso em meio a outra grande disputa que se trava a ní-vel nacional, com o desembarque do PMDB do governo e o acelera-do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que trata a situação como “golpe”, tal-vez esquecendo que os brasileiros sofreram nas eleições de 2014 um tremendo golpe e agora as manifes-tações espontâneas que no último dia 13 de março reuniu cerca de seis milhões de pessoas em todo o país, demonstram que a representação política não está em consenso com o recado das ruas. Enquanto alguns trocam de partido e, antes da crise, era o PT o principal aliado onde to-dos buscavam se alinhar no ninho, instaurada a crise e com o baixo ín-dice de credibilidade do governo, agora o barco que começa a ficar lotado é o PMDB, com a reinante expectativa de poder, caso o Con-gresso aprove o impeachment da presidente Dilma. Por aqui, onde

o governo federal dominado pelo Partido dos Trabalhadores inves-tiu bastante e, principalmente, por causa da dobradinha PV-PT, quan-do o prefeito através do vice e ve-readores que representavam o PT conseguiram ‘sacar’ investimentos em diversas obras, há uma cobran-ça e o único vereador remanescente da sigla, Marcel Silvano, questiona a utilização das imagens das obras do governo federal que poderão ser utilizadas como bandeiras do governo municipal, levando o ve-reador a denunciar tal fato na tri-buna da Câmara Municipal. Alguns secretários e assessores mais pró-ximos do prefeito já se afastaram do cargo para disputar a vereança mas, a incógnita ficou mesmo com o preenchimento da vaga de vice. Se-rá que vai ser mesmo Zezé Abreu? Que é vice-presidente da Comissão Provisória do PMDB e está ‘mordi-do’ pela mosca azul. A conferir se a promessa vai valer.

Não se sabe e não se conhece as razões que levaram o chefe do Executivo a adotar o ato que, além de ser considerado ilegal - um decreto não pode sobrepor-se às leis que concederam o benefício - foi também imoral. Ora, onde já se viu “tirar o pão da boca de quem tem fome”? Quando o servidor buscou e teve incorporado ao salário, os bene-fícios legais, por que através de uma tacada só a prefeitura dei-xar de pagar o dinheiro sagrado de cada servidor que depende dele para pagar as contas? E as dívidas atrasadas, com pesados ônus de juros e multas, quem será o responsável? Ainda bem que o Tribunal de Justiça, co-nheceu a legalidade do benefício e determinou que o pagamento fosse realizado. Não satisfeito com isso, o que fez o governo municipal? Impetrou mandado de segurança no Supremo Tri-bunal Federal (STF), ainda em apreciação, para suspender os efeitos da decisão em segunda instância. Mas... parece que o

feitiço virou contra o feiticei-ro. Ouvido preliminarmente, a Procuradoria Geral da Repú-blica, já deixou claro que a ação praticada pelo prefeito está er-rada. Ainda sem julgamento do mérito pelo Supremo, o que fez o chefe do Executivo? Mandou pagar o mês de março redon-dinho, incluindo as incorpora-ções. Mas sobre os atrasados, ninguém se manifestou. Falta de dinheiro não é porque a arreca-dação vem tendo superávits e o cofre público deve estar cheio. O que falta, mesmo, é administrar esta grana preta que é estimada em R$ 2 bilhões, pasmem, é isso mesmo, R$ 2 bilhões, que vem entrando nos cofres públicos há quatro anos. E dizer que prefeitos como Antonio Curve-lo Benjamin, Claudio Moacyr, Alcides Ramos, Carlos Emir e Sylvio Lopes, souberam deixar legados importantes para a cida-de com recursos bem menores que jamais chegariam a sonhar. Vitória dos servidores que não se cansam e vão à luta.

PONTADA

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ4 Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016

Opinião NOTA

ESPAÇO ABERTO

EDITORIAL FOTO LEGENDA

De lavanderia a lava-jato, as reações políticas sobre fatos que colocam em xeque a credibilidade de governos reacen-dem as especulações sobre o cenário eleitoral, que começa a se desenhar mediante o andamento do calendário definido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). E até que se chegue o dia 2 de outubro, muitas pedras serão atiradas em todos os 'telhados de vidros'.

Antes de tudo, é preciso definir o conceito de corrup-ção. Parece certo pensá-la, em poucas palavras, como compra e venda de favores ilícitos.

Desencantos

A arte da sonegação

Não há como negar que a citação de políticos da região em documentos

apreendidos pela Operação Lava-Jato criou uma influ-ência profunda nos quadros qualitativos, quantitativos e opinativos que tentam dese-nhar o desempenho precoce de pré-candidatos que se lançam ávidos a participar, e pleitear, uma posição dentro do quadro político e adminis-trativo da Capital Nacional do Petróleo.

Condenações à parte, a re-lação íntima sugerida pelos dados registrados pela Ode-brecht coloca todas as lide-ranças cotadas a assumir a gestão e o poder do governo municipal em um mesmo patamar. Agora não há mais anjos, santos ou monstros.

O páreo é duro e passa a ser igualitário, pelo menos para a opinião pública que rechaça a política em virtude dos acon-tecimentos e comprovações do que se demonstra ser o maior esquema de corrupção da história desse país.

E os próprios desdobra-mentos da Operação Lava-Jato foram suficientes para

demonstrar, para toda a so-ciedade, que não há barreiras entre as três esferas adminis-trativas (município, Estado e União) nas classificações que unificam o atual jogo pelo poder: desigual, criminoso, pessoal e anárquico.

E de Brasília a Macaé, a junção Lava-Jato+eleições é suficientemente capaz de ex-por quem verdadeiramente está comprometido com o desenvolvimento da cidade, ou por quem se agarra ao po-der pelo simples fato de, um dia, representar tudo aquilo que um povo sofrido acredi-ta: na esperança.

A história recente do país demonstra que nem mes-mo as condenações, sejam elas da justiça ou política, são capazes de frear ações da corrupção que se alastram como um câncer nas esferas administrativas do dinheiro do povo.

Mas não há como negar que a vontade do povo ain-da é o único antídoto para o mau, mesmo quando esse remédio foi aplicado em do-sagens que pareciam ser pelo bem de Macaé.

Qualquer pessoa que rompa com a lógica da sua função para favorecer determinado

interesse, visando alguma forma de benefício, pode ser considera-da um corrupto. E a pessoa, física ou jurídica, que comprar tais fa-vores pode ser considerada cor-ruptora.

Analisar a corrupção no Brasil tendo essa definição como pre-missa é ter a certeza de que os corruptos de peso normalmente são pessoas que entregam seu di-nheiro apenas para instituições bancárias muito bem enfronha-das nas malandragens do mundo financeiro. Se não fosse assim, já teriam perdido tudo ou grande parte do que possuem.

Os departamentos de priva-te banking das mais conhecidas instituições financeiras do Brasil recrutam profissionais com a ta-refa exclusiva de atender a esse seleto público - essa categoria de pessoas, os chamados high net worth clients (HNWC), só acei-ta conselhos de consultores que consideram do seu próprio nível. E são mestres na arte da sonega-ção de impostos.

A universalização da malandra-gem nessa área mostra uma outra face perversa do Brasil. Estima-se que do total de contribuintes mais endinheirados a quantidade que declara sua renda deve represen-tar entre 40% e 50%. Quando o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, depôs na CPI dos Bancos, ele revelou números estarrecedores. Das 530 maiores empresas do país, metade não pa-ga Imposto de Renda (IR).

O mesmo ocorre com os ban-cos. Das 66 maiores instituições financeiras, 42% não recolhem IR. A Receita tinha, na ocasião, R$ 115 bilhões a receber em im-postos devidos pelas empresas

que não foram pagos por causa do que Maciel chamou de “indústria de liminares”. No sistema finan-ceiro, 34% dos débitos reconhe-cidos com a Receita estavam com o pagamento suspenso por causa de liminares.

Em 1999, as empresas deixaram de pagar cerca de R$ 12 bilhões em impostos nos últimos cinco anos decorridos até ali, dos quais R$ 3,5 bilhões seriam devidos pelos bancos. O motivo: a Lei 8200, de 1991, permitiu a correção monetá-ria das despesas nos balanços, mas não fez o mesmo com as receitas. Boa parte dos dólares aplicados por investidores estrangeiros no país seria de brasileiros.

O dinheiro, depositado em pa-raísos fiscais, retorna ao país sob a forma de investimento em ações e em aplicações de renda fixa, sem identificação do titular da conta, e sai sem pagar imposto algum. As empresas estrangeiras registram o capital que investem no país co-mo empréstimos feitos pela ma-triz para poder remeter os juros às matrizes sem pagar IR.

Sonegar virou uma vantagem “competitiva” no Brasil. As em-presas que atuam na legalidade são obrigadas a enfrentar con-correntes que, por não pagarem ou pagarem muito pouco impos-to, podem praticar preços mais baixos e se beneficiar de margens de lucros mais elevadas. Diante desse quadro, não é difícil imagi-nar quem se beneficia da univer-salização da malandragem e quem paga por isso.

Osvaldo Bertolino é jornalis-ta, o texto foi produzido com o propósito de colaborar com a campanha “O que você tem a dizer sobre corrupção?”, pro-movida pela InformaMídia Co-municação.

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CONSELHO TUTELAR I 2762-0405/ 2796-1108 PLANTÃO: 8837-4314

CONSELHO TUTELAR II 2762-9971/ 2762-9179 PLANTÃO: 8837-3294

CONSELHO TUTELAR III (SERRA) 2793-4050/2793-4044 PLANTÃO: 8837-4441

Robótica: alunos visitam centro de pesquisa da UFRJ

ForçasSete a 10! Este é o novo 'placar' da disputa de forças travada entre o governo e a oposição na Câmara Municipal, uma relação que tende a esquentar na medida em que se aproxima o processo eleitoral deste ano. E, ao que parece, esse número não condiz apenas com o cenário interno do Legislativo. Os dados representam um crescimento surpreendente das forças contrárias à gestão pública que nem pensa em sacrifícios, apesar de ainda precisar de salvação.

Esgoto Moradores dos bairros da área Sul da cidade estão sendo orientados pela Odebrecht Am-biental a promover a interligação dos imóveis à nova rede de captação de esgoto. Isso repre-senta que as obras de implantação de uma das etapas do subsistema centro já foram concluí-das. Só que, até hoje, ruas importantes para o deslocamento de pessoas que vivem nesses bairros permanecem destruídas. Com isso, cresce o boicote de quem vai ter que pagar pela taxa e transitar por vias esburacadas.

Mudanças E nesta semana o plenário do Palácio Natá-lio Salvador Antunes contará com uma nova formação. É que Guto Garcia reassume sua cadeira, ocupada por 11 meses pelo suplente José Prestes. Já Teco Comunidade ocupará a vaga abdicada por Carlos Emir Mussi Júnior, a partir do licenciamento de Cesinha (PROS). Com isso, o parlamento entra em um novo momento que esquenta a fase pré-eleitoral no município.

Segurança Uma grande parte das cerca de 50 câmaras de segurança implantadas em vários pon-tos da cidade ainda na gestão passada, através do Programa de Desenvolvimento de Macaé e Região (Prodesmar), não está funcionando. Em alguns casos, os equipa-mentos foram até removidos o que afeta o monitoramento realizado pelo 32º Batalhão de Polícia Militar (BPM), com o apoio da se-cretaria de Ordem Pública, com atuação da Guarda Municipal.

Substitutos Para serem candidatos em outubro, parte do secretariado municipal pediu baixa dos seus cargos nesta semana, respeitando assim os prazos definidos pelo Calen-dário Eleitoral. Porém, engana-se quem acredita que os prestígios na esfera admi-nistrativa foram cortados. É que, através das substituições, os figurões do governo mantiveram indicações à frente das suas pastas, garantindo, pelo menos, o apoio político.

Golpes Em tempos de crise, criminosos tentam se aprovei-tar do desespero dos cidadãos para aplicar golpes armados na internet. Diariamente, os e-mail de vá-rios macaenses são bombardeados por mensagens sobre dívidas em bancos, atrasos no pagamento de taxas e até decisões judiciais, procedimentos não realizados de forma efetiva pelas instituições, sejam elas públicas ou privadas. Para não cair nesta cilada é preciso deletar essas informações e procurar se informar nas próprias agências.

Avarias O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) ainda não providenciou as obras ne-cessárias de reparos em trechos das duas principais estradas que cortam Macaé. Na RJ 106, na altura de Cabiúnas, o asfalto está des-moronando, com grande risco de surgimento de uma nova cratera. Já na RJ 168, os dois buracos abertos no acesso à Ponte das Neves só foram interditados, mas ainda não tapados. O que está faltando para as intervenções se-rem feitas?

Parceria É fato que é de competência do 32º Bata-lhão de Polícia Militar (BPM) a realização de estratégias de enfrentamento à criminalida-de, que volta a atingir índices preocupantes em Macaé. Só que é importante também a participação dos representantes de bairros e comunidades, nos Cafés Comunitários, rea-lizados pela PM com apoio da Polícia Civil. Nesses encontros são discutidas ideias que podem reforçar a segurança pública. A reu-nião ocorre todo mês!

Desdobramentos E a Comissão Municipal da Firjan deve tratar, na sua reunião deste mês, os desdobramentos recentes da Operação Lava-Jato, não na ques-tão política, mas sim em relação à crise que pode afetar Macaé. É que a corrupção ainda é um dos pontos que afastam a consolidação de investimentos estrangeiros no mercado do petróleo brasileiro. Hoje, a retomada dos leilões das reservas do pré-sal é a salvação para a in-dústria offshore instalada em Macaé.

Há três meses, moradores da Rua Netuno convivem com a interdição da via em virtude da construção de uma das elevatórias que fazem parte do sistema de captação de esgoto, promovida pela Odebrecht Ambiental. As obras foram concluídas após o prazo inicial estimado, no entanto, como o asfalto não foi recolocado, os transtornos ainda persistem. Até quando ninguém sabe!

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016 5

PolíciaCOLUNA

Guardas municipais podem ser um apoio na segurança pública

Esta semana tive a opor-tunidade de conhecer Mauri-cio Maciel, ex-comandante da Guarda Municipal de Varginha (Minas Gerais), promotor de po-lícia comunitária pela SENASP e Instrutor do curso de forma-ção de Guardas Municipais. Na ocasião tive a oportunidade de conhecer muitos assuntos rela-cionados à boa aplicação de uma Guarda Municipal no combate a violência em nosso país. Infeliz-mente nossa população ainda não sedimentou na consciência que segurança pública é uma res-ponsabilidade solidária.

LEGALMENTE A GUARDA MUNICIPAL PODE AJUDAR?

Durante muito tempo, auto-ridades escudaram-se na Cons-tituição Federal para justificar a falta de investimento nas Guar-das Municipais. Lavar as mãos seria um imperativo legal, não uma negligência. Consequente-mente, só restaria às autoridades municipais lamentar a violência e transferir o problema para as outras esferas da Federação. Es-sa interpretação da Constituição era muito útil e favorecia os che-fes do Executivo, aliviando-os de mais esse fardo, sendo os guardas empregados meramente como guardadores do patrimônio pú-blico. O novo Poder Constituin-te reservou apenas um artigo na Constituição para a segurança pública, atualmente deixando para leis infraconstitucionais o preenchimento de lacunas le-gais. O artigo 144 CF/88 diz que segurança pública é dever do Estado (Federação) e responsa-bilidade de TODOS. É, portanto, também responsabilidade do Le-gislativo municipal, certamente cada município tem sua própria realidade, fruto de sua história. indissociável, claro, dos proces-sos sociopolíticos e econômicos.

QUAL É A FUNÇÃO DA GUARDA MUNICIPAL?

Sua função não é apenas pro-teger o "patrimônio". Não seria necessário ter um único órgão municipal listado na Consti-tuição Federal (CF), e inclusive no capítulo onde se trata da se-gurança pública, o Art. 144. Na visão turva de muitos, os guar-das municipais devem apenas tomar conta de patrimônio. O capitulo da segurança publica e o Artigo 144, ainda carecem de regulamentação, mas como a CF também baliza suas intenções, as leis que criam as Guardas estipu-lam competências e norteiam o interesse local. Quem Guarda, vigia, quem vigia, acaba por po-liciar. Policiar é civilizar, ou seja, são palavras redundantes e que se completam entre si. Quando o Guarda Municipal está cami-nhando por algum lugar público municipal, buscando com sua presença visível (ostensiva), está fazendo Policiamento Ostensivo e Preventivo, visto que policiar, vigiar, guardar, prevenir, anteci-par-se ao crime ou ato lesivo ao bem comum é o ato de Policiar. Guarda Municipal, Polícia Mili-tar, Polícia Civil, são agências do Estado para aplicação da lei e da Ordem, evidentemente que cada uma na sua esfera de competên-cia legal.

A GUARDA BEM TREINADA É CERTEZA DE SEGURANÇA?

Certamente, na verdade a Constituição deu aos Municípios competências para se organiza-rem, variável segundo as peculia-ridades locais. O custo benefício de uma Guarda bem treinada é

certeza de retorno e qualidade de vida aos munícipes. O Município deve investir nas suas Guardas Municipais, valorizá-las profis-sionalmente, qualificá-las para que elas se tornem as agências de segurança pública, local eficien-te, merecedoras da confiança po-pular, ágeis e transparentes, in-teligentes e capazes de prevenir, geridas racionalmente e dotadas de mecanismos de diagnóstico, planejamento, avaliação e moni-toramento. O referido Órgão tem o dever de garantir a proteção dos bens, instalações municipais, o pleno exercício das atividades e serviços executados pelo Muni-cípio, incolumidade das pessoas, apoio à comunidade, proteção às crianças, adolescentes e idosos, sejam de ordem social, psicoló-gica, pessoal ou patrimonial; com exercícios de prevenção nas vias públicas, defesa ambiental, lo-gradouros públicos e colabora-ção com o Estado na segurança pública.

O QUE É PODER DE POLÍCIA?

O termo Poder de Polícia sur-giu há quase duzentos anos (mais precisamente em 1827), nos Es-tados Unidos, em uma decisão judicial do Juiz Marshal, onde o termo "Police Power" foi usado pela primeira vez e, imediata-mente, desenvolvido e aceito por inúmeros juristas. Antes precisamos primeiro entender o significado de Poder de Polícia desprovido de quaisquer adjeti-vos civil, militar, judiciária, sani-tária, legislativa, entre outros. O artigo 78 do Código Tributário Nacional nos oferece um concei-to exato, quando estabelece que "considera-se poder de polícia a atividade pública que, limitando ou disciplinando direito, interes-se ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público con-cernente à segurança, à higiene, a ordem, aos costumes, à discipli-na da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômi-cas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao res-peito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos".

QUAL SUA OPINIÃO SOBRE O ASSUNTO?

Sempre falo que o BEM mais valioso é a vida, e que os bens materiais existem para servir o homem, logo não poderiam os Municípios instituir Guardas Municipais, tão somente para preservar os bens, instalações e serviços, mas sim e prioritaria-mente para proteger suas popu-lações. A segurança pública é de-ver do Estado, direito e respon-sabilidade de todos. Nesse caso, é dever das Guardas zelar pela segurança pública dos munícipes e de todas as pessoas; utilizando do Poder de Polícia delegado pe-la Administração Pública, pode conduzir suas ocorrências até o Distrito Policial, pois estão pre-vistas no capítulo da segurança pública, e isso lhes é permitido, visando o interesse público; até mesmo porque a C.F não res-tringiu a sua atuação, muito pelo contrário, facultou aos Municí-pios a sua criação. O combate à criminalidade não é exclusiva ou privativa de nenhum órgão, mas de todo cidadão que, nesse particular, é detentor de fração do Poder de Polícia, nesta monta o combate ao crime é também da competência das Guardas Mu-nicipais, a tal ponto que se um Agente se omitir, em um caso concreto, será responsabilizado por omissão, nesse particular, a atividade do Órgão concorre com outras polícias, prevenindo e re-primindo o crime.

Quem quiser pode enviar su-gestão de pauta para o e-mail do Tenente-coronel Ramiro Cam-pos, o endereço é: tc.ramiro.oli-veira@hotmail.com.

NOTA

RJ-168 no Horto passa a contar com fiscalização eletrônica

O tenente-coronel Ramiro Campos demonstra os benefícios de uma Guarda Municipal bem treinada para contribuir no combate a violência

SEGURANÇA

Câmeras de monitoramente da cidade passam por manutençãoMunicípio está adquirindo mais 12 câmeras para o sistemaLudmila Fernandesludmila@odebateon.com.br

Na última edição do Café Comunitário, do 32º Ba-talhão de Polícia Militar

(BPM), que aconteceu no dia 30 de março, foi questionada a situação das câmeras de segu-rança da cidade. O represen-tante do Governo Municipal, o secretário de Ordem Pública, André Luiz Monteiro, ressaltou a importância do sistema para a segurança pública e o seu fun-cionamento.

De acordo com o secretário, há na cidade 54 câmeras de monitoramento, que integram o Sistema de Monitoramento por Câmeras. Ressaltando, que não se trata de dispositivos ele-trônicos.

“As câmeras estão em funcio-namento e o resultado é muito bom. Na semana passada, pelas câmeras foram detectadas duas ações criminosas que resultou na prisão dos suspeitos. Não é a cidade toda que é abrangida pelo sistema. Mas, o ex-secretário de Ordem Pública, criou um corre-dor de segurança, que monitora o tempo todo, desde o Lagomar até a entrada de Rio das Ostras, ou seja, quem entra e saí da cida-de, está sendo vigiado constan-temente e é onde se concentra a principal mancha criminal do município”, explicou Luiz.

Ainda segundo o secretário, das 54 câmeras, 20 estão preci-sando de manutenção e mais 12 estão em processo de compra. Além disso, no ano passado, o município adquiriu um cami-nhão para manutenção e subs-tituição de câmeras, evitando desgastes. E capacitou duas pes-soas técnicas para manutenção dos equipamentos, o que para Luiz, resulta em mais agilidade, eficiência e um baixo custo.

Em contato com a Prefeitu-ra, a respeito das câmeras que estão sendo retiradas dos seus pontos, como o flagrante feito pela equipe do Jornal O DE-BATE, da câmera localizada na Praia Campista, no Trevo da

Petrobras, nos foi informado que todas as câmeras passam por um quadro de manuten-ção preventiva, sendo que as cúpulas (onde estão instaladas as câmeras) são limpas men-salmente. No momento, vinte e duas passam por manutenção.

O Sistema de Monitoramento por Câmeras integra o 32º Ba-talhão da Polícia Militar (BPM) e Grupamento da Guarda Mu-nicipal proporcionando aos cidadãos uma maior sensação de segurança. De acordo com a Prefeitura, esse é o primeiro Centro de Operações do inte-rior fluminense, integrante do Programa de Desenvolvimento

Social de Macaé e Região (Pro-desmar). O sistema funciona há cinco anos na cidade.

Ainda segundo a Prefeitura, o balanço de cinco anos do ser-viço, é positivo, não somente pela diminuição dos índices de violência e nem apenas pela economia gerada a partir dessa estratégia para garantir segu-rança mais eficiente. Mas, tam-bém pela metodologia de abor-dagem que proporciona mais segurança para a população e para os profissionais envolvi-dos na operação, que acontece de forma conjunta.

Além disso, o sistema funcio-na também como fiscalizador

do ordenamento público em questões relativas ao setor de Posturas (comércio e propagan-da irregular), Ambiente (despe-jo de inservíveis, poda irregular de árvores), depredações, picha-ções, entre outros.

Diariamente trabalham no projeto, um servidor da Guarda Municipal, 17 operadores, dois da Secretaria de Mobilidade Ur-bana, e cinco viaturas de rondas centrais urbanas. Todos estão em conexão, através de rádio, com cerca de 100 plantonistas e viaturas da Guarda, policiais militares e mais os socorristas do Serviço de Atendimento Mó-vel de Urgência (SAMU-192).

Apontado como gerente do trá�co é preso com carro roubado

AJUDA DE CIMA

Através do Disque-De-núncia da Polícia Militar (PM), uma informação levou a prisão de um homem apontado como gerente do tráfico de dro-gas da região de Ajuda de Cima.

De acordo com a polícia, a denúncia informou que o sus-peito estaria em um veículo roubado, na Rua Rita Baeta, na Ajuda de Cima. Guarnição seguiu para o local e localizou o suspeito, conhecido como “Pato”. Próximo a ele estava o veículo Onix, com placa de São Paulo.

Os policiais revistaram o sus-peito e no bolso da bermuda estava a chave do carro. Após consulta à placa do veículo, fi-cou constatado que se tratava de produto de roubo, em junho de 2015, e a placa que constava no carro do acusado era adul-terada.

O homem, de 26 anos, apon-

A Polícia Militar pede que a população contribua enviando informações pelo Disque-Denúncia

tado pela polícia como gerente do tráfico no bairro Ajuda de Cima, e pertencente à facção criminosa Comando Verme-lho (CV), foi autuado e preso no Artigo 180 do Código Penal.

LEGISLAÇÃOArtigo 180: “Adquirir, rece-

ber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produ-to de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, re-ceba ou oculte. Pena: reclusão, de um a quatro anos, e multa.”

DENÚNCIASQuem puder, e quiser con-

tribuir com o trabalho da polí-cia, denunciando criminosos, deve entrar em contato com o Disque-Denúncia da Polí-cia Militar, através do número 2765-7296. O telefone está à dis-posição da população 24 horas por dia para atender a todos os chamados.

Além das ligações, os cidadãos também podem passar infor-mações pelo WhatsApp, através do número 98168-2344. Ou por e-mail para: denuncia32bpm@gmail.com.

WANDERLEY GIL

Homem apontado como gerente do tráfico é preso com carro roubado na Ajuda

MARIANNA FONTES

Prefeitura informou que a câmera localizada no Trevo da Petrobras teria sido retirada para manutenção. Outras 21 também passam por conservação

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ6 Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016

DESENVOLVIMENTO

Programa de linha de crédito chega a marca de R$ 3 milhõesCom taxas de juros fixadas em 0,25% ao mês, pequenos empreendedores podem pegar empréstimos de até 15 mil

Guilherme Magalhãesguilherme@odebateon.com.br

Quase R$ 3 milhões em créditos liberados a pe-quenos empresários lo-

cais: esse é o patamar do qual se aproxima o programa de incen-tivo a micro empreendimentos locais, o ‘Macaé aCredita em Você’. Iniciado em meados de 2013, até março aproximada-mente 700 pessoas já haviam si-do beneficiadas pelo programa.

O programa de financiamen-to criado pela Casa do Empre-endedor se consolidou como uma oportunidade democrática a todos os micro empreendedo-res locais que desejam expandir seus negócios, principalmente agora que o programa também

passou a abranger agricultores e pescadores.

Viabilizado por meio da par-ceria entre a Agência Estadual de Fomento (AgeRio), a maior vantagem do programa em re-lação aos financiamentos re-alizados no mercado conven-cional seriam suas condições de crédito, girando atualmente em torno de 0,25% ao ano - 3% ao ano.

Segundo as estatísticas da prefeitura sobre o programa, no ano passado 45,5% dos pedidos foram referentes a créditos de até R$ 3 mil; 43%, de R$ 3 a 6 mil; 9%, de R$ 6 a 10 mil, e o res-tante acima de R$ 10 mil.

Levando em consideração as operações segmento por seg-mento, 82,2% das solicitações

de crédito são voltadas para empreendimentos no comér-cio; 14,5% na área de serviços e nas demais áreas.

Já nas operações por idade, 34,8% representam 36 a 50 anos; 31,6%, 25 a 35 anos; 18,9%, acima de 50 anos e 14,70%, até 24 anos. Por fim, quando as soli-citações são divididas por sexo, 54,4% são mulheres e 45,6% homens. Divididos por renda familiar, 43% têm um fatura-mento acima de R$ 5 mil com a própria atividade; 34,8% con-quistam até R$ 3 mil; 22,2%, de R$ 3 mil a 5 mil.

Para mais informações sobre o assunto basta procurar a Casa do Empreendedor, na Avenida Agenor Caldas, 261, de 9h às 17h, no bairro Imbetiba.

KANÁ MANHÃES

A Casa do Empreendedor fica na Avenida Agenor Caldas, 261, Imbetiba

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016 7

OPORTUNIDADE

Novo projeto da Firjan �nanciará empresas em até R$ 400 milEdital comporta empreendimentos industriais de todos os níveis, incluindo startups de base tecnológicaGuilherme Magalhãesguilherme@odebateon.com.br

Com o objetivo de incenti-var o desenvolvimento de novos produtos, processos

e serviços inovadores, o Sesi e o Senai - ambos do sistema Firjan com base em Macaé - vão ofere-cer um novo projeto de finan-ciamento a empreendimentos industriais de todos os níveis, incluindo startups de base tec-nológica. De acordo com o ‘Edi-tal de Inovação’ os investimentos poderão chegar a até R$ 400 mil.

Segundo o presidente da Co-

missão Municipal da Firjan, Mar-celo Reid, empresas associadas a Firjan terão a chance de receber orientações mais específicas na elaboração da proposta de proje-to para o edital.

“A ideia se encaixa bem com o perfil dos empreendedores de Macaé, que vem desenvolven-do muitos projetos de inovação, principalmente no que diz res-peito aos setores de serviço e tecnologia”, resumiu Reid.

Coincidência ou não, na última quinta-feira (31) a Incubadora de Negócios da prefeitura promo-veu a primeira ‘startup’ sobre

Tecnologia da Informação no município. Totalmente gratuito, o evento foi voltado principal-mente para empreendedores com projetos em andamento no setor.

O edital do projeto será lança-do em um workshop realizado no próximo dia 5 de abril, na se-de da Firjan, no Centro do Rio. O evento é gratuito e as vagas são limitadas, mas para participar os interessados devem se inscrever pelos telefones 0800 0231 231 ou 4002 0231 ou acessar o site (www.firjan.com.br/eventos) para mais informações.

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ8 Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016

BAIRROS EM DEBATE Vila Badejo

Solicitação de poda de árvores A sensação de insegurança no bairro é constante devido aos relatos de assaltos que, quem vive ali diz, acontecem a qualquer hora, seja de dia ou de noite. O medo é ainda maior por conta da falta de iluminação, seja decorrente da falta de lâmpadas ou por-que o serviço de poda não é feito. “Os lugares mais críticos são na praça e nas margens do Canal. Os galhos estão tão grandes que chegam a tapar os postes”, diz Araken.

É sempre importante ressal-tar que esse serviço só pode ser feito com autorização da pre-feitura. Mesmo parecendo ser um ato inofensivo, o corte de árvores sem autorização dos órgãos competentes é consi-derado um crime ambiental.

Em Macaé existe a Lei nº 3010/2007, que “disciplina o plantio, o replantio, a poda, a supressão, o transplante e o uso adequado e planejado da arborização urbana, e dá ou-tras providências”.

Segundo o Art. 6º, “as árvo-res que se mostrem inadequa-das ao bem-estar da população ou ao bom funcionamento dos equipamentos e mobiliários públicos, visando sua compa-tibilização aos equipamentos existentes, poderão, mediante autorização da Coordenadoria Geral de Arborização e Paisa-gismo, ser submetidas às podas de galhos e eventualmente de raízes, desde que não com-prometam a estabilidade da planta”.

De acordo com os Arts. 11º e 16º, fica proibido ao muní-

cipe a realização de podas em logradouros públicos e o corte de árvores em áreas públicas e privadas. “Em caso de neces-sidade, o interessado deverá solicitar a poda à secretaria

de Ambiente, via Protocolo Geral”.

Segundo o Setor de Arbori-zação, uma equipe estará no bairro na próxima semana vis-toriando as demandas. Solici-

tações como essa devem ser feitas na área de Protocolo na sede da secretaria, localizada no Macaé Shopping (Avenida Rui Barbosa, 1725 - 1º Piso - loja 26 - Alto Cajueiros).

Árvores sem poda acabam contribuindo com a escuridão

FOTOS: MARIANNA FONTES

Prioridade, segundo a população é a reforma da área de lazer

Moradores cobram melhorias na Vila BadejoEntre as reivindicações estão a reforma da área de lazer, saneamento e o reforço na iluminação pública Marianna Fontesmarifontes@odebateon.com.br

Localizado a poucos minu-tos do Centro e ao lado do Parque Aeroporto, um dos

bairros mais populosos do muni-cípio, essa semana o Bairros em Debate vai destacar as neces-sidades dos moradores da Vila Badejo.

No final de julho do ano pas-sado, a equipe de reportagem conversou com a população, que apresentou diversos problemas

na época. Nesta semana, O DE-BATE mostra o que mudou em um pouco menos de ano desde a última visita.

Atualmente, cerca de cinco mil famílias vivem nessa área, que tem belas casas e ruas asfaltadas. Porém, por trás das pacatas ruas do bairro, se escondem alguns problemas que acabam deixando a população insatisfeita com as condições de vida do local.

A Vila Badejo é, hoje em dia, considerada uma extensão do bairro Parque Aeroporto. Apesar

de pequena, ela já conquistou ca-racterísticas dignas de um gran-de bairro. Contudo, por estar em pleno crescimento, os problemas estruturais que existem em qual-

quer bairro de uma grande cida-de são inevitáveis de acontecer.

Segundo alguns moradores, uma das reclamações feitas no ano passado foi em relação à área

de lazer do bairro, que até hoje, infelizmente, não oferece con-dições dignas para a população. “Essa é a nossa prioridade hoje. Eu gosto de jogar bola e faz falta

ter um campinho todo arruma-do para isso. Chego do trabalho e acabo não tendo muito o que fazer”, diz o morador Roberto Carlos Antunes Pereira.

Iluminação pública insu�cienteA falta de iluminação pública acarreta em vários transtornos para a população. O problema vem sendo alvo de reclamações dos moradores da Vila Badejo e adjacências. Segundo a popula-ção, a escuridão tem favorecido a prática de assaltos no bairro, o que tem deixado os moradores com medo.

“A iluminação no bairro está péssima. Precisam reforçar. Tem postes sem lâmpada. A comissão que formamos para levar os pro-blemas ao prefeito, no Centro de Convenções, foi uma perda de tempo, pois não prevaleceu na-da. Não dão satisfação. Não nos atendem no gabinete. Pedimos, pelo menos, o direito de respos-

ta”, diz o presidente da Associa-ção de Moradores, Araken.

O presidente também diz que a caixa de luz que liga as lâm-padas da quadra e da praça foi fechada por ele com cadeado. “Estava aberto e as crianças mexiam, podendo tomar um choque. Fizemos isso porque cansamos de pedir à prefeitura e também para evitar um aci-dente”, explica.

No site da Ampla, empresa responsável pela distribuição de energia no município, informa que “a manutenção do funcio-namento da Rede de Iluminação Pública até o ponto de entrega é de responsabilidade das pre-feituras municipais. Elas são

responsáveis diretamente pela substituição de lâmpadas, lumi-nárias e demais equipamentos e materiais que compõem o pon-to de iluminação”. Ela também frisa que a taxa de iluminação cobrada mensalmente é repas-sada para a prefeitura, que de-fine o valor que será cobrado. Essa verba deve ser utilizada para investir e manter a ilu-minação em todo o município, como, por exemplo, troca de lâmpadas queimadas, instalação de novos pontos de iluminação, entre outros.

Ela orienta a população pa-ra que entre em contato com a prefeitura, quando houver al-gum problema de iluminação

na cidade. A prefeitura diz que a subse-

cretaria de Iluminação Pública enviará uma equipe ao bairro para verificar as necessidades e fazer a manutenção. Solicitações como essa podem ser feitas pelo Disque Luz Macaé - telefone 156 - e também pelo WhatsApp, no número:(22) 99886-2168, que não recebe ligações telefônicas. Por meio do 156, o atendimen-to é das 9h às 22h, de segunda a sexta-feira, e aos sábados, das 8h às 18h. Após esse horário e aos domingos é possível deixar um recado pelo atendimento eletrônico, identificando o local que precisa de reparo na ilumi-nação pública. Moradores dizem estar inseguros com a falta de iluminação

Esgoto ainda gera reclamaçõesUm dos pontos abordados pelos moradores durante a nossa visita foi a questão do saneamento. Segundo eles, o bairro é composto por dois tipos de situação: fossas/su-midouros ou rede clandestina.

“Essa questão já virou no-vela. Há anos a gente ouve o mesmo papo. A Cedae e a Ode-brecht já vieram e demarca-ram as ruas, mas serviço que é bom, nada. Não começaram nem as interdições. Hoje fi-camos reféns do serviço de limpa-fossa. Tem morador que ligou a rede direto no Ca-nal Macaé-Campos, que está podre. A gente liga para o Bar-racão para solicitar a limpeza, mas somos muito mal aten-didos. Enquanto isso a taxa de esgoto é cobrada na nossa conta de água. Pagamos por um serviço que não temos”, reclama Araken.

Além do esgoto, a água é ou-tro problema no bairro. “Aqui sempre falta. Ficamos até 15 dias sem abastecimento. Um caminhão-pipa está cobran-do, em média, R$ 40 por mil litros. Você vai na Cedae e leva a conta e demora mais de um mês para eles disponibiliza-rem um caminhão-pipa”, diz Antônio Martins.

Sobre a questão de sanea-mento, a prefeitura informa que as obras no local estão previstas no cronograma dos trabalhos que estão sendo re-alizadas na cidade. A cobrança da taxa tem previsão contra-tual. O usuário que necessitar, pode entrar em contato com a empresa para solicitação de um caminhão limpa-fossa que será enviado pela empresa no prazo de 48 horas. O conta-to da Odebrecht Ambiental: 0800-7710001.

Moradores podem solicitar o caminhão limpa-fossa a Odebrecht Ambiental

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016 9

GeralCRISE

Escola Sonda do Senai segue em fase estruturalUnidade é fruto de uma parceria entre o Senai, a Prefeitura de Macaé e a Petrobras, mas está parada

Juliane ReisJuliane@obateon.com.br

O Centro de Capacitação Profissional para Ope-ração de Sondas (Esco-

la Sonda) ainda vai se tornar uma realidade para a Capital Nacional do Petróleo. A obra é fruto de uma parceria entre o SENAI, a prefeitura de Macaé e a Petrobras, e ainda segue na fase estrutural.

Procurada pela redação de O Debate, o setor de impren-sa do Senai informou que as obras tiveram início em 2013, porém no ano passado a cons-trutora responsável decretou falência e os serviços foram interrompidos. Ainda segun-do o órgão, o atual cenário de crise econômica, somado aos efeitos da queda brusca do preço do petróleo, levaram a uma desaceleração do projeto.

A nova instalação tem como objetivo trazer inúmeros be-nefícios para a cidade e facili-tar o processo de inserção de profissionais no mercado de trabalho. Trata-se de uma es-cola diferente e um dos princi-pais objetivos é que nela sejam ministradas as aulas práticas, como por exemplo, do curso de sondador.

A obra vai contar com ram-pa de acesso, estacionamento, subestação e áreas externas. Apesar do momento de crise,

MARIANNA FONTES

As obras foram paralisadas ainda na fase estrutural do módulo administrativo

os principais investimentos na região estão ligados à ca-deia de produção de petróleo e gás e essa nova sede do Senai

vai contribuir com o desenvol-vimento do município e, con-sequentemente, do Estado.

Os módulos a serem ofere-

cidos são: Treinamento em Operações na mesa de perfu-ração, treinamento em Movi-mentação de Cargas, Treina-

mento em Bombas de Lona e Treinamento em Preparação e Circulação de Fluidos.

A obra, conforme mencio-nado acima, é fruto de uma parceria entre a Prefeitura de Macaé, responsável pela con-cessão do terreno, Petrobras, responsável pela construção e instalação dos equipamentos e Sistema Firjan, responsável pela construção e Operação da Unidade Operacional.

A liberação do alvará pa-ra a realização das obras ocorreu em junho de 2014. O projeto prevê um inves-timento total de R$ 10 mi-lhões, através da parceria entre a prefeitura, que doou a área situada em Cabiúnas, o Senai, responsável pela implantação da estrutura da unidade e o desenvolvi-mento dos cursos, e a Petro-bras, que se comprometeu a doar equipamentos funda-mentais à formação da mão de obra qualificada.

Além de ser responsável pela contratação da empresa, o Senai determinará também o plano educacional da grade curricular dos cursos que se-rão ministrados na unidade que será implantada no setor Norte do município

Contratação temporária de professores para rede estadualEDUCAÇÃO

A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) encerra neste domingo (3) as inscrições para contratação temporária de professores para atuação no Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissio-nal. No total são 784 vagas e a remuneração pode chegar a R$ 2.211,25, para docentes de 30 horas semanais. Os interes-sados podem se inscrever pelo <http://docenteonline.educa-cao.rj.gov.br/DocenteOnline/ProcessoSeletivo/Candidato-

O Seeduc vai encerrar neste domingo (3) o prazo para inscrição. O procedimento deve ser feito pela internet

DocenteFicha.aspx>. Após finalizar a inscrição e

imprimir o comprovante dis-ponibilizado pelo sistema, o candidato deverá comparecer à Coordenação Regional de Gestão de Pessoas ou ao polo de Inspeção Escolar (conforme in-formado), cujo prazo é até 6 de abril, das 9h às 13h. Na ocasião, será necessário apresentar os documentos comprobatórios (original e cópia) da formação necessária para exercício nas disciplinas selecionadas no ato da inscrição, da experiência e dos títulos cadastrados.

De acordo com informações da Seeduc, a seleção vai contemplar as disciplinas em que não há mais profissionais de concursos vigen-tes a serem chamados, e suprirá as

ARQUIVO

As convocações poderão ser feitas de 11 de abril a 12 de dezembro

carências ocasionadas por afasta-mentos temporários e/ou licen-ciamento de professores efetivos.

O resultado final com a classificação dos candidatos estará disponível no dia 08 de abril. As convocações poderão ser feitas de 11 de abril a 12 de dezembro, de acordo com as necessidades da Seeduc.

A Seeduc esclarece ainda que, além da contratação tem-porária, serão efetivadas con-tratações para vagas em que os candidatos concursados já convocados estejam em fase de processo admissional. O pro-cedimento será adotado tendo em vista a duração dos trâmites administrativos a serem cum-pridos entre a convocação e a nomeação do novo servidor.

IFF segue com inscrição para nova turma de mestradoENGENHARIA AMBIENTAL

O Instituto Federal Flu-minense (IFF) Campus Macaé segue com as inscrições abertas para o Programa de Pós-gradu-ação em Engenharia Ambiental (PPEA). Os interessados podem se inscrever até dia 20 de abril pelo www.inscricoes.iff.edu.br A taxa de inscrição é de R$ 60,00. No total estão sendo ofe-recidas 22 vagas.

O pagamento da taxa de ins-crição poderá ser feito até o dia 25 de abril nas agências do Ban-

O curso tem duas linhas de pesquisas: “Avaliação e Gestão Ambiental" e “Desenvolvimento e Sustentabilidade”

co do Brasil, dentro do horário de atendimento bancário. Já a divulgação da relação dos can-didatos inscritos será realizada no dia 3 de maio.

De acordo com o edital, para concorrer às vagas, o candidato deve ter diploma de graduação de cursos reconhecidos pelo MEC, além de ter interesse em incorpo-rar e/ou aprofundar a dimensão ambiental em sua formação, com vistas à aplicação de tais conhe-cimentos na solução prática de problemas ambientais.

Ainda segundo o documento, o processo seletivo será realiza-do em duas etapas, sendo a pri-meira, uma prova de múltipla escolha e prova discursiva, a ser aplicada no dia 15 de maio. Na segunda etapa serão feitas análise de currículo lattes e en-

trevista. As aulas terão início no dia 4 de agosto.

A prova de conhecimentos es-pecíficos será composta por quin-ze questões de múltipla escolha, sendo dez questões relacionadas à Engenharia Ambiental, Desen-volvimento e Sustentabilidade; cinco questões relacionadas à Matemática Aplicada, além de duas questões discursivas

No ato da inscrição os candida-tos poderão escolher uma das du-as linhas de pesquisa do curso. São elas: avaliação, gestão e conserva-ção ambiental e desenvolvimento, sustentabilidade e inovação.

A linha de pesquisa “Avalia-ção e Gestão Ambiental” ob-jetiva a busca de soluções para conflitos e problemas ambien-tais já colocados, com a parti-cipação dos autores sociais no

KANÁ MANHÃES

O processo seletivo será realizado em duas etapas, sendo a primeira, uma prova de múltipla escolha e prova discursiva

levantamento das questões, na construção de alternativas e na formulação de soluções. Suas áreas temáticas são a análise ambiental e geoprocessamento, gestão e planejamento de áreas protegidas e gestão e planeja-mento de recursos hídricos.

Já a linha “Desenvolvimento e Sustentabilidade”, tem como objetivo a proposição de alter-nativas tecnológicas com vistas a soluções pragmáticas e formas futuras de apropriação e uso dos recursos naturais, compa-tíveis com a sustentabilidade regional. Suas áreas temáticas são estratégias locais para o de-senvolvimento regional: diag-nósticos e proposições, fontes renováveis, conservação e uso eficiente de energia e, por últi-mo, meio ambiente e materiais.

Parceria leva capacitação a profissionais da pesca. A Plataforma Educativa Repsol Sinopec segue com cursos no município até o dia 20 de abril

NOTA

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ10 Economia Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016

QUESTÃODE JUSTIÇA

Existe casamento entre pessoas do mesmo sexo?

Olá amigos, mais uma vez trazemos um tema bas-tante intrigante e polêmi-

co que está sendo discutido pelos nossos tribunais sem ainda uma definição, qual seja, se há casa-mento entre pessoas do mesmo sexo, ou seja, casamento entre homem e homem e entre mulher com mulher.

Há uns poucos anos uma deci-são do Supremo Tribunal Federal pareceu conceder um ponto fi nal nestas indagações, momento no qual a grande imprensa nacional divulgou amplamente a possibi-lidade de pessoas do mesmo sexo se casarem.

Antes de adentrarmos na res-posta para a indagação, ressalto que NÃO irei expressar minha opinião sobre esse assunto e que apenas demonstrarei posições de doutrinadores e de nossos princi-pais Tribunais sobre o tema.

O QUE DIZ A CONSTITUIÇÃO FEDERAL

A Constituição Federal de 1988 ao tratar sobre casamento não fez referência ao sexo dos nubentes. Portanto, constitucionalmente não há qualquer impedimento para que pessoas do mesmo sexo possam se casar. Também entre os impedimentos para o casa-mento não se encontra a diversi-dade de sexo do par, ou seja, em tese, pela constituição de nosso país haveria a possibilidade da re-alização desse casamento, já que a mesma foi omissa nesse ponto.

O que parece ser o problema é quanto à legislação infraconsti-tucional onde em inúmeras dis-posições legais afi rma a diversi-dade do par para a constituição do casamento válido. O Código Civil Brasileiro que é do ano de 2002 faz inúmeras menções que o casamento se dará quando há um homem e uma mulher, tanto é que quando o Código Civil tra-ta da efi cácia do casamento logo no seu primeiro artigo afirma: artigo nº 1565 “Pelo casamento, homem e mulher assumem mu-tuamente a condição de consor-tes, companheiros e responsáveis pelos encargos da família.” E logo após quando trata da direção da sociedade conjugal afi rma: arti-go 1567 “A direção da sociedade conjugal será exercida, em cola-boração, pelo marido e pela mu-lher, sempre no interesse do casal e dos fi lhos.”

Desta feita, a grande maio-ria dos doutrinadores, que são estudiosos do direito, declara abertamente a impossibilidade de haver casamento entre pes-soas do mesmo sexo, e lastreiam tal conclusão no fato de haver inúmeros dispositivos legais que afirmam que só há casamento quando há diversidade de sexo, ou seja, quando há um homem e uma mulher.

ANÁLISE SOBRE DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Voltamos à decisão do Supre-mo Tribunal Federal que a prin-cípio teria concedido a possibi-lidade do casamento a pessoas do mesmo sexo. Numa inter-pretação da grande maioria dos doutrinadores e jurisprudência brasileira, o Supremo Tribunal Federal teria assegurado às uni-ões homoafetivas os mesmos di-reitos e deveres da união estável tão somente e não os mesmos direitos e deveres do casamento, ou seja, o Supremo equiparou a união civil entre pessoas do mesmo sexo às uniões estáveis de pessoas de sexos diferentes, e não teria equiparado a união civil ao casamento.

Existem doutrinadores que tentam um subterfúgio para es-se impedimento do casamento entre pessoas do mesmo sexo, qual seja: hoje inúmeras pessoas têm recorrido aos tribunais pa-ra trocarem de nome, pelo fato do nome que receberam em seu registro civil (certidão de nasci-mento) pelos pais não refl etirem a realidade de suas personalida-des, por exemplo, um homem com nome de João querer trocar

esse nome por Maria, tal situação é aceita por nossos tribunais e é muito comum, diga-se de passa-gem. E vou mais distante, há pes-soas que além da troca do nome recorrem aos tribunais a troca do gênero do registro civil, ou seja, se nasceu masculino, requerem aos tribunais para passar a ser consi-derado feminino e vice versa. Tal situação também é corriqueira e está sendo aceita por nossos tri-bunais independentemente da realização da operação da “tro-ca do sexo”. Por esse fato alguns doutrinadores afi rmam que uma vez trocado o nome e o gênero tal indivíduo poderia se casar, já que agora com a indigitada troca de gênero teria como se adequar à legislação brasileira sobre o ca-samento.

Porém tal entendimento é equivocado, pois a nossa legisla-ção civil entende que com a troca do gênero é como se aquela pes-soa tivesse sempre existido com o sexo que acabou de ser declarado pelo Poder Judiciário, desta feita, essa pessoa na habilitação do ca-samento terá que se declarar de sexo diferente do seu parceiro, então, continuamos na mesma, só haveria casamento entre pes-soas de sexo diferente.

Antes mesmo do casamento é imperioso os futuros nubentes realizarem a habilitação de ca-samento, e para tal, a legislação brasileira sobre o assunto não prevê a possibilidade de pessoas do mesmo sexo e diante dessa ausência de previsão os nossos tribunais não titubeiam em negar tal possibilidade. Em conclusão, nem se habilitar para o casamen-to em tese conseguiriam as pes-soas do mesmo sexo.

RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

Em 2013 o Conselho Nacio-nal de Justiça, à época presidido pelo Ministro Joaquim Barbosa expediu a Resolução 175 deter-minando aos órgãos prestadores de serviços notariais e de registro que realizassem a habilitação pa-ra o casamento, bem como, o ca-samento civil entre pessoas do mesmo sexo.

Apesar dessa determinação do Conselho Nacional de Justiça quanto a abertura da possibilida-de da habilitação e do casamen-to de pessoas do mesmo sexo, encontra enorme barreira entre os doutores da lei pelo fato de entenderem que uma Resolução não teria o mesmo status jurídico de uma Lei, ao contrário, seria a Resolução hierarquicamente in-ferior a Lei e por isso não poderia revogar o Código Civil Brasileiro.

Como se sabe, o que distingue o conceito de lei do de outros atos é a sua estrutura e a sua função. Leis têm caráter geral, porque regulam situações em abstrato; atos regulamentares (resoluções, decretos, etc) destinam-se a con-creções e individualizações. Uma resolução não pode estar na mes-ma hierarquia de uma lei, pela simples razão de que a lei emana do Poder Legislativo, essência da democracia representativa, en-quanto os atos regulamentares fi cam restritos às matérias com menor amplitude normativa.

Diante disso, a grande maioria dos doutrinadores e jurisprudên-cia entende que ainda não have-ria a possibilidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo, e o caminho para a solução desta questão seria a mudança do Có-digo Civil Brasileiro, claro que tal mudança teria que ser dada pelo Poder Legislativo Federal, já que como afi rmamos acima a Consti-tuição Federal Brasileira é omissa nessa questão.

A questão tratada hoje em nossa coluna certamente terá inúmeros desdobramentos e questionamento em nossa socie-dade e principalmente em nossos Tribunais, de qualquer sorte, es-pero ter ajudado na compreensão deste tema polêmico e intrigante. Aguardemos, quem viver verá. Um grande abraço e que Deus nos abençoe nessa nova semana.

FRANÇOIS PIMENTEL odebate@odebateon.com

OPORTUNIDADE

Inscrições para Shell Iniciativa Empreendedora terminam este mêsPrograma ajudará empresários da cadeia de óleo e gás regional a desenvolverem seus negócios Guilherme Magalhãesguilherme@odebateon.com.br

Termina no próximo dia 20 o prazo de inscrição para o ‘Shell Iniciativa Empre-

endedora 2016’. Criado com o objetivo de ajudar empresários da cadeia de óleo e gás regional a desenvolverem seus negócios, além de Macaé, também podem concorrer empreendedores de São Francisco de Itabapoana e São João da Barra.

Realizado em parceria com o CIEDS (Centro Integrado de Estudos e Programas de Desen-volvimento Sustentável), que participa de outros importantes projetos na cidade, como o PDI (Pacto para Desenvolvimento Integrado), no ano passado Ma-caé foi uma das principais cida-des do circuito de capacitação do programa, que já registrou a criação formal de 20 novas empresas ligadas à cadeia pro-dutiva de óleo e gás no mercado do setor no Norte Fluminense.

Assistente de projetos do programa, Mariana Bonniard reforça que os interessados em participar das turmas deste ano devem acessar o site www.iniciativaempreendedora.org.br. Por lá, entre os únicos pré-requisitos básicos para a con-corrência estão ter mais de 20 anos e morar em um dos três municípios de abrangência do programa.

Segundo Márcia Maria da Conceição, coordenadora do programa no Norte Flumi-

nense, a meta continua sendo lapidar projetos de negócios originais.

“Assim como aconteceu nos últimos anos de realização do programa, vamos procurar se-lecionar projetos mais pontuais e de caráter inovador, que bus-quem alternativas para o atual período de dificuldade econô-mica”, destacou em entrevista recente.

Em 2014, os três projetos de negócios mais bem avaliados na etapa final do programa, que contou com 14 concorren-tes, receberam prêmios de R$ 8 mil, R$ 6 mil e R$ 4 mil, de acordo com a análise de um jú-ri especializado. Na ocasião, os grandes campeões da noite fo-ram, respectivamente, o proje-to “Sustentt”, visando oferecer soluções personalizadas para o

desenvolvimento da educação ambiental, conforme a neces-sidade do cliente; “Casamento Chic”, com a proposta de ofe-recer informações e dicas atra-vés de imagens e palavras na elaboração e planejamento de uma festa de casamento; e “Pe-tit Hostel Carolina”, no bairro Aeroporto, com o objetivo de se tornar uma referência alterna-tiva do ramo na cidade.

KANÁ MANHÃES

Inscrições vão até o próximo dia 20 de abril

Sessão de Negócios acontece na próxima quinta-feira

BUSINESS

Promovido pelo Sebrae, evento reunirá empresas de Macaé e região

Acontece na próxima quinta-feira (7) em Macaé, uma sessão de negócios com diversas empresas da região. Elaborado com o propósito de criar novas redes de fornece-dores locais, o evento será re-alizado no Hotel Mercure, na Orla dos Cavaleiros, a partir das 14h.

De acordo com informa-ções do Sebrae, responsável pela iniciativa, o prazo para se inscrever no evento ter-minou na última sexta-feira (1). A sessão acontecerá em um sala com diversas mesas de negociações simultâne-as, onde cada empresa terá a oportunidade de fazer uma apresentação objetiva dos seus produtos e serviços. Ainda segundo o Sebrae, são esperadas micro, pequenas e médias empresas de variados segmentos como papelarias, móveis de escritório, unifor-mes, operadoras de telefonia celular, tecnologia da infor-

mação, locadoras de veículos, seguradoras, planos de saúde, serviços de manutenção, lim-peza e vigilância.

“A meta é estimular o fo-mento de negócios, promo-vendo a integração empre-sarial, principalmente nos segmentos da indústria, co-mércio e serviços da região. As apresentações serão feitas em rodízio entre as empresas que participarem do encontro. Ao final, a ideia é que todas elas tenham sido apresentadas umas às outras”, reiterou o co-ordenador regional do Sebrae

no Norte Fluminense, Gilber-to Soares ressaltando que este é o segundo evento do gênero realizado em Macaé.

“Fizemos uma Sessão de Negócios em dezembro passa-do e o resultado foi muito po-sitivo. Tanto que recebemos pedidos para organizarmos nova sessão. E isso mostra que os empresários estão dispos-tos a conhecer melhor o mer-cado, os produtos e serviços disponíveis na nossa região. A realização de negócios entre as empresas locais é positivo para todos”, pontuou.

KANÁ MANHÃES

Sessão de Negócios acontecerá no Hotel Mercure, na Orla dos Cavaleiros

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016 11

NOVA HOLANDA

População denuncia precariedade de obra realizada em escola Segundo relatos, a unidade que parece ter recebido obras recentes não conta com portas nos banheiros Juliane ReisJuliane@odebateon.com.br

No último dia 3 de mar-ço, o município inau-gurou mais uma obra

de ampliação de escola. A unidade contemplada com a reforma foi o Ciep Muni-cipalizado Professor Darcy Ribeiro, na Nova Holanda. No entanto, um mês depois a mesma unidade vem sendo alvo de reclamação por parte da população. É que, de acor-do com relatos, a obra que parece ter recebido milhões em investimentos ainda deixa a desejar.

“Essa obra foi a maior men-tira do ano. Os banheiros da escola estão sem portas e uma série de reparos que deveriam ter sido feitos, mas não foram realizados. Que obra é essa onde, ao que parece, recebeu dois milhões de reais e não conta sequer com portas nos banheiros? Será que nossas crianças não merecem mais do que foi feito?”, questiona o presidente da Associação do bairro, Wando Emanoel.

Wando ressalta ainda que a unidade passou mais de uma semana sem energia elétrica e com isso os alunos estavam

sendo liberados mais cedo. "Uma situação que poderia ser evitada. Como um órgão entrega uma obra sem ela es-tar em condição de uso. Nas salas de aula, o calor preju-dica as atividades. E o pior é que os aparelhos de ar con-dicionado já estão na escola, mas faltam ser instalados. Com isso, quando o calor es-tá mais forte os alunos vão estudar no pátio", relatou o presidente.

De acordo com informações do órgão municipal, a unida-de recebeu quatro novas salas com a capacidade de atender cerca de 70 alunos da Educa-ção Infantil em horário inte-gral e a inauguração fez parte do reforço do segmento infan-til. Ainda segundo as informa-ções, para ampliar o número de alunos atendidos do Ma-ternal I e II (na faixa de dois e três anos), a unidade recebeu adequação do espaço, que foi dotado de ambientes volta-dos para o segmento infantil, pintura, mobiliários e reparos hidráulicos e elétricos.

Segundo os dados dispo-nibilizados pela Prefeitura em <www.macae.rj.gov.br> o Ciep Municipalizado Darcy Ribeiro, que atende cerca de

400 alunos do primeiro ao quinto ano do Ensino Fun-damental, além da Educação Infantil, passou por reparos de manutenção como pintu-ra e fechamento total das es-truturas das salas de aula, tela de proteção na área externa, além de revisão do espaço pa-ra receber climatização.

Procurada pela redação, o órgão informou que uma equipe do setor de infra-estrutura da Secretaria de Educação esteve na unidade na segunda-feira (21) para checar a situação relatada pelo Jornal O Debate, e que todas as questões que forem identificadas serão sanadas o quanto antes.

Na última semana, a prefei-tura informou que os investi-mentos do governo em Edu-cação ocupam o segundo lugar na cidade, perdendo apenas para a Saúde, e que somente em 2015 foram investidos R$ 411 milhões no setor. Ainda segundo os dados, apenas nos três primeiros meses desse ano, seis novos espaços foram entregues à população, bene-ficiando os bairros da Ajuda, Parque Aeroporto, Piracema, Imboassica, Engenho da Praia e Nova Holanda.

O DEBATE DIÁRIO DE MACAÉ12 Macaé, domingo, 3 e segunda-feira, 4 de abril de 2016

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