noÇÕes de microeconomia

Post on 27-Oct-2015

69 Views

Category:

Documents

1 Downloads

Preview:

Click to see full reader

TRANSCRIPT

Noções de Microeconomia

Economia

2

MATERIAL DE ESTUDO

1. Microeconomia 1.1 A racionalidade econômica do governo 1.2 Impostos, tarifas, subsídios, eficiência econômica e

distribuição da renda 1.3 Quotas e preços máximos e mínimos 1.4 Regulação de mercados

2. Macroeconomia: papel dos gastos públicos. 2.1 Política fiscal e monetária: instrumentos, interação e

efeitos sobre a demanda e o produto. 2.2 Títulos públicos, déficit e dívida pública.

3

A Microeconomia estuda

- As unidades individuais da economia, como o consumidor e a empresa e suas inter-relações

- Comportamento do consumidor: busca da satisfação máxima, dada a restrição orçamentária

- Comportamento da firma: busca do lucro máximo, dada a estrutura de custos e a concorrência

- A estrutura e os mecanismos de funcionamento dos mercados: oferta e demanda

4

Bens e Serviços• Os bens são produtos tangíveis, resultantes de atividades

primárias e secundárias de produção. Podem ser:

finais intermediários

consumo capital

duráveis não duráveis

5

Bens e Serviços

• Bens intermediários: aqueles que sofrem uma nova transformação antes de chegar ao mercado.

• Bens finais: que suprem uma necessidade humana

• Bens de capital: que se destinam à produção, como máquinas e equipamentos

6

Bens e Serviços

• Serviços:

Denominação usual de produtos intangíveis, resultantes das atividades terciárias de produção, que se destinam a satisfazer necessidades humanas.

7

Fatores de Produção

• Para a satisfação das necessidades humanas é necessários produzir bens e serviços

• Para isso, exige-se o emprego de recursos produtivos

• Esses recursos são os elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços e denominam-se fatores de produção

8

Fatores de Produção

• Terra (reservas naturais: solo, subsolo, pluviosidade, clima)

• Trabalho (recursos humanos: PEA)• Capital (bens de produção: máquinas,

equipamentos, ferramentas, construções, edificações, equipamentos de transporte)

• Tecnologia (P&D: quando a invenção é transposta para o processo produtivo, temos o conceito de inovação)

9

Processo de Produção

• São os fluxos resultantes do emprego combinado dos fatores de produção.

• P = f (K, L, T, Tecn)• A intensidade com que se utiliza cada um deles é

referência para a classificação das atividades produtivas

- Ativ. Primária = intensiva em Terra

- Ativ. Secundária = intensiva em Capital

- Ativ. Terciária = intensiva em Trabalho

10

Necessidade de Escolha e o Custo de Oportunidade

• Como não há recursos suficientes para produzir tudo que os agentes desejam, é necessário escolher entre as diferentes opções que se apresentam

• Famílias: viagem ou geladeira? • Empresas: publicidade ou renovação de maquinaria?• Governo: segurança ou bolsa-família?• Quando decidem gastar ou produzir, os agentes renunciam

a outras possibilidades• O custo de oportunidade de um bem ou serviço é a

quantidade de outros bens ou serviços que se deve renunciar para obtê-lo.

11

Necessidade de Escolha e o Custo de Oportunidade

“Eis uma máxima que todo chefe de família prudente deve seguir: nunca tentar fazer em casa aquilo que seja mais caro fazer do que comprar. O alfaiate não tenta fabricar seus sapatos, mas os compra do sapateiro. Este não tenta confeccionar seu traje, mas o recorre ao alfaiate. O agricultor não tenta fazer nem um nem outro, mas se vale desses artesãos. Todos consideram que é mais interessante usar suas capacidades naquilo em que têm vantagem sobre seus vizinhos e comprar, com parte do resultado de suas atividades, ou, o que vem a dar no mesmo, com o preço de parte das mesmas, aquilo que venham a precisar”

Adam Smith, A Riqueza das Nações, 1776

12

Necessidade de Escolha e o Custo de Oportunidade

- Vantagem Absoluta: O produtor que precisa de uma menor quantidade de insumos para produzir um bem tem vantagem absoluta na produção desse bem.

- Vantagem Comparativa: O produtor que tem o menor custo de oportunidade na produção de um bem tem vantagem comparativa na produção desse bem.

13

A Racionalidade Econômica do Governo- Os defeitos e as limitações de uma economia de livre

mercado levam o governo a realizar importantes funções econômicas. Ex: Defesa nacional, Justiça, Polícia e Construção de Estradas.

- Nas palavras de Abraham Lincoln, um objetivo legítimo do governo é “fazer o que precisa ser feito para os cidadãos e que estes não podem fazer por si sós, como indivíduos, ou que não podem fazer tão bem como o governo”

- As maravilhas do livre-comércio e sua pretendida eficiência econômica dependem de condições ideais.

- A existência de falhas de mercado deve-se à presença de concorrência imperfeita, externalidades ou informação imperfeita.

14

A Racionalidade Econômica do Governo

• Diante da existência dessas falhas de mercado, é conveniente a intervenção do Estado e o grau dessa intervenção é assunto controverso.

• Aqueles com idéias mais próximas do socialismo, defendem que o Estado intervenha regulando os mercados, atenuando as diferenças de renda e assistindo as classes menos favorecidas.

• Já aqueles com idéias liberais defendem que o Estado intervenha o menos possível e deixe os mercado atuarem, pois a “mão invisível” de Adam Smith pode melhorar a vida de todos.

15

A Racionalidade Econômica do Governo

• Adam Smith argumentava que os indivíduos, ao agir em seu próprio interesse, vêem-se conduzidos por uma “mão invisível” capaz de promover o interesse comum.

• Já o italiano Vilfredo Pareto foi quem estabeleceu que, sob certas condições, a concorrência perfeita aloca os recursos de maneira eficiente. Uma situação é Pareto-eficiente quando não é possível aumentar o bem-estar de uma pessoa sem diminuir o de outra.

• Nem toda situação de equilíbrio é eficiente.

16

A Racionalidade Econômica do Governo

• Os preços tem papel fundamental no processo de alocação de recursos. Na hora de tomar decisões, um dos fatores mais importantes que consumidores e produtores levam em consideração é o preço.

• Assim, os preços são o mecanismo central de alocação em uma economia de mercado.

• O preço de equilíbrio é aquele em que toda a o mercado está “vazio” (toda a oferta é comprada)

17

Controle de Preços

- Estabelecimento de um preço máximo- O Governo pretende manter ABAIXO de um

determinado nível o preço de um bem.- Para ser relevante, um preço máximo precisa ser

inferior ao preço de equilíbrio.- Qtde. demandada maior que qtde. ofertada- Escassez- Exemplo: regulação do preço dos aluguéis

18

Controle de Preços

- Estabelecimento de preços mínimos- O Governo estabelece que o preço cobrado por

determinado bem não ficará abaixo de um certo nível.

- Qtde. ofertada maior que qtde. demandada- Gera excesso de oferta (ou excedente)- Exemplos: estabelecimento de preços mínimos nos

mercados agrícolas e imposição de um salário mínimo.

19

Concorrência Perfeita• Números de compradores e vendedores tão grande que nenhum

tem expressão suficiente para modificar a situação de equilíbrio prevalecente

• Produtos homogêneos (substituem-se tão perfeitamente entre si que nenhum dos participantes do mercado pode diferenciar seu produto dos demais)

• Não há barreiras de entrada ou saída do mercado• Todos os produtores atuam de forma independente• O preço é formado pelo mercado, resultando das forças de oferta e

demanda• Todos, vendedores e compradores, se submetem ao preço de

mercado• Dificilmente se encontram exemplos que preencham todas as

condições de concorrência perfeita satisfatoriamente• Alguns mercados funcionam em condições próximas a da

concorrência perfeita. Ex: produtos agrícolas

20

Monopólio• Apenas um produtor domina inteiramente o mercado• Inexistência de substitutos para o produto• Barreiras à entrada de concorrentes• Bases do monopólio

– Controle exclusivo de um fator produtivo ou domínio das fontes mais importantes de matéria-prima para produção de um determinado bem. Ex: De Beers e os diamantes

– Legislação (Monopólio do poder público por razões de segurança nacional: petróleo, urânio)

– Patentes (Prêmio para incentivar P&D)– Estrutural (Elevados custos de implantação da empresa e

escala relativamente baixa. Ex: química fina e biotecnologia). Aí temos o MONOPÓLIO NATURAL quando a empresa diminui de maneira expressiva seu custo médio à medida que aumenta sua produção e se torna mais eficiente que qualquer possível concorrente.

21

Oligopólio• Pequenos número de empresas, geralmente de

grande porte, que dominam parcela relevante do mercado.

• É comum que as 5 maiores empresas detenham 70% das receitas operacionais totais do setor

• Pode conduzir à formação de um cartel• É a estrutura de mercado que mais se observa na

realidade• Exemplos no Brasil: Mineração (90%),

Montadoras de Veículos (96,8%), Eletrodomésticos (81,7%), Aviação (93,5%)

22

Concorrência Monopolística

• Elevado número de concorrentes, que dominam pequenas fatias de mercado, e diferenciação de seus produtos

• Meio termo entre concorrência perfeita e monopólio puro• Vendedores tem alguma influência sobre o preço• Cada empresa define sua própria política de preços e tenta

sustentá-la pela diferenciação de seu produto (qualidade, marca, design)

• Concorrência pode se dar entre empresas de setores diferentes, mas que produzem bens e serviços que concorrem entre si, ainda que indiretamente

23

Externalidades• Quando uma ação privada tem efeitos colaterais,

ou externos, com um impacto importante sobre outras pessoas, existe um problema de externalidade.

• Externalidade Negativa: Empresas poluem rios e mares; automóveis e indústrias poluem a atmosfera. Solução: impostos e licenças.

• Imposto sobre poluição faz com que os custos relacionados à poluição deixem de ser externos à fábrica e passem a ser internos à ela (internaliza o custo)

• OBS: imposto de Pigou: aquele que é usado para corrigir os efeitos de uma externalidade negativa.

24

Instrumentos para combater Externalidades

• Para lutar contra a ineficiência derivada das externalidades negativas os governos podem estabelecer:

• Controles diretos (regulamentações sociais): instruções detalhadas sobre a tecnologia que deve ser utilizada para combater a poluição e em quais casos aplicá-la. Geralmente não são economicamente eficientes.

• Medidas baseadas no mercado (incentivos econômicos): impostos sobre emissões e as licenças transferíveis de poluição. Essas licenças permitem que algumas empresas poluidoras reduzam suas emissões e vendam seus créditos àquelas que necessitam de mais licenças para novas fábricas ou que não tenham margem para reduzir mais suas emissões. Para essas, é mais barato comprar licenças do que comprar equipamentos caros contra emissões.

25

Externalidades• Externalidade Positiva: Quando o subproduto de

uma atividade ou serviço beneficia terceiros, em vez de prejudicá-los. Ex: Educação.

• Ao melhorar sua educação, ele beneficia também outros membros da sociedade uma vez que pessoas mais capacitadas podem introduzir inovações que podem trazer lucros a todos (e também estão mais aptas para o convívio social)

• Solução: Estado subsidia.

26

Externalidades• Choque tecnológico: A ação conjunta de novas

tecnologias, o desenvolvimento das telecomunicações, o advento da internet e o fenômeno da globalização criaram condições para o aparecimento de certas externalidades positicas: o efeito difusão.

• Um efeito desse tipo aparece quando uma inovação tecnológica beneficia não apenas a empresa que a realiza, mas todo o conjunto da sociedade.

• O progresso tecnológico é a chave que explica porque o nível de vida aumenta com o passar do tempo

• O efeito difusão da tecnologia tem sido potencializado com o avanço nas tecnologias de informação e telecomunicações.

27

Bens Públicos

• São mercadorias ou serviços que, caso estendidos a uma pessoa adicional, gerarão custo zero e de que cujo gozo não se pode excluir ninguém.

• Caso extremo de externalidade positiva. Beneficiam a toda uma comunidade, querendo ou não comprá-lo. O carona (free rider) goza do benefício do bem sem pagar.

• São não excludentes (não se pode excluir quem não paga pelo bem) e não rivais (consumo por um indivíduo não reduz a qtde. disponível para outro).

• Ex: defesa nacional e farol marítimo

28

Informação Imperfeita• Nem sempre consumidores e produtores contam

com informações suficientes para tomar decisões fundamentadas. Nesses casos dizemos que há informação imperfeita.

• Assimetria de Informação: quando as informações sobre a qualidade e as características dos bens e serviços comercializados não estão distribuídos de forma simétrica entre consumidores e produtores. Ex: o vendedor de um produto conhece melhor suas características do que o comprador; os dirigentes de uma empresa conhecem melhor os custos e suas oportunidades de investimento do que os acionistas.

29

Informação Imperfeita• Risco Moral: Existe quando a existência do seguro

desestimula as pessoas a evitar ou prevenir que o evento prejudicial ocorra e, portanto, altera a probabilidade que ele ocorra. Ex: plano de saúde completo: pessoa passa a visitar médicos com mais freqüência do que se a cobertura fosse limitada (cirurgias plásticas).

• Seleção Adversa: Ocorre quando as pessoas que correm os maiores riscos são aquelas que provavelmente comprarão os seguros. Ex: população tem pessoas saudáveis e doentes terminais; se o preço do seguro for único e muito alto, os terminais adeririam ao plano e os saudáveis se arriscariam a não ter plano nenhum.

30

Sistema Tributário e Impostos• Em geral a neutralidade é desejada• Em alguns casos é necessário utilizar o imposto para

impactar o mercado. Ex: reduzir poluição• Os impostos devem ser facilmente compreendidos• Os impostos devem ser justos (princípios do benefício –

pessoas devem pagar impostos segundo o benefício que os serviços públicos lhe proporcionam, ex: pedágios - e de capacidade contributiva – cada um paga na medida em que tem capacidade para suportar a carga)

• Devem ter baixo custo para serem arrecadados.

• OBS: Subsídio é o polo contrário de um imposto. Um imposto sobre carros significa que o governo ganha uma parte da receita bruta da venda dos carros; já o subsídio é um pagamento feito pelo governo aos fabricantes de carros.

31

Sistema Tributário e Impostos• Imposto Proporcional: Se os contribuintes de alta

e baixa renda pagam a mesma proporção de sua renda.

• Imposto Regressivo: Se os contribuintes de alta renda pagam uma proporção menor de sua renda em relação aos contribuintes de baixa renda.

• Imposto Progressivo: Se os contribuintes de alta renda pagam uma proporção maior de sua renda em relação aos contribuintes de baixa renda.

• Impostos Diretos são arrecadados sobre indivíduos e empresas, enquanto os Indiretos são arrecadados sobre bens e serviços.

32

Funções do Estado e Distribuição de Renda

• O Estado intervém na atividade econômica em busca da eficiência, da eqüidade, da estabilidade econômica e do crescimento.

• O conjunto de atividades do Estado pode ser dividido em 3 grande funções:– Aumentar a eficiência econômica, combatendo as

falhas de mercado

– Estabilizar a economia e propiciar o crescimento econômico, por meio das políticas macroeconômicas

– Procurar a eqüidade, melhorando a distribuição de renda (ex: transferências em espécie).

33

Educação

• “A educação é vital para nossa prosperidade. À medida que nossa economia fica cada vez mais avançada e globalmente conectada, as habilidades e o conhecimento trazidos pela educação se tornam mais cruciais para o sucesso de cada um.”

Ben Bernanke,Presidente do Federal Reserve

discurso em Washington - 08/09/09

top related