narrativa do jornalismo de revista na web¹
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Narrativa do jornalismo de revista na web¹
Cassandra Barteló²
Resumo
Narrar os fatos é a essência do jornalismo. E o fazer jornalístico possui uma narrativa particular, que vem ganhando novos “contornos” desde o surgimento do webjornalismo. O jornalismo na rede mundial de computadores possui características que ampliam as possibilidades da narrativa jornalística. A ideia aqui é analisar como as revistas - publicações com periodicidade diferenciada dos jornais diários, geralmente semanais ou mensais, e, portanto, com tempo distinto de realização e um intervalo maior para chegar até os leitores - utilizam as especificidades da narrativa na web, abordando o processo de convergência entre os veículos impresso e on-line. A referência é o blog da Revista Muito, publicação semanal do Grupo A TARDE - de âmbito regional, e o site da Bravo!, revista mensal de circulação nacional da editora Abril.
Palavras-chave: jornalismo, narrativa, revista, web, blog
Do papel à tela do computador
No começo dos webjornais, início da década de 90, a maioria trazia apenas a
transposição da publicação impressa. Hoje, as características da internet são cada vez
mais exploradas como um diferencial para fazer jornalismo na rede. Os princípios do
jornalismo não sofrem alterações conceituais. Os critérios de noticiabilidade, por
exemplo, continuam os mesmos. Porém, as especificidades da rede fazem com que
surjam novas possibilidades de narrativa.
Na revista, as características da publicação já são por si só um diferencial. A revista se
distingue do jornalismo diário por ser uma publicação especializada com uma
periodicidade maior, geralmente semanal ou mensal. A revista possui ainda o formato
físico como diferencial. “Design de revistas é algo mais refinado que o de outros
produtos comunicacionais impressos”. (SCALZO, 2003, pág. 37)
______________¹Este artigo foi produzido como segunda parte do trabalho de conclusão da disciplina Narrativa Jornalística Multimidiática do curso de Pós-graduação em Jornalismo e Convergência Midiática da Faculdade Social da Bahia (FSBA). Inicialmente, em sala de aula, houve uma apresentação sobre a narrativa do blog da Revista Muito, escolhido pelo caráter de convergência com a publicação impressa, tema de estudo da autora. Na versão escrita, além do blog da Muito, foi acrescido o site da Bravo!, revista que também desenvolve um processo de convergência. ²Jornalista, graduada pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), em 1995, e com Especialização em Relações Públicas pela Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em 2005. Trabalhou como repórter em veículos impressos e assessorias e hoje atua como editora no Jornal A TARDE.
Partindo do princípio de que existe um tempo maior para elaboração, o produto possui
também uma proposta de qualidade diferenciada. Mas é exatamente também esta
periodicidade maior que vem tornando necessário, “em tempos de internet”, uma versão
on-line que complemente e “atualize” a versão impressa a cada dia ou até mesmo cada
“instante”, se for de interesse da publicação.
“Sejam projetos comerciais, alternativos ou de auto-publicação, o que estas publicações trazem é uma forma de jornalismo muito mais sofisticada em termos tecnológicos, estéticos e de linguagem, ao incorporar praticamente todas as ferramentas disponíveis na experiência digital” (NATANSOHN, SILVA e BARROS, 2009, pág. 2)
Não foi a toa que a Revista Bravo! criou em seu site a coluna Assunto do Dia. De que
outra forma uma publicação mensal poderia oferecer aos seus leitores um assunto
diário, se não por meio de uma publicação na internet? É através da rede que as revista
podem se tornar presentes no dia-a-dia de seus leitores. Na publicação impressa, de
julho de 2008, a revista anunciava o novo site: “O grande destaque é a coluna Assunto
do Dia, o mais importante conteúdo do site. Ali, diariamente, se trata um tema cultural
que a redação e a equipe do site considera ser o mais importante do momento”.
Na Revista Muito, a mesma equipe que produz o material para a publicação impressa
também “alimenta” a versão on-line ao longo da semana. O blog³ da Muito, antes um
hotsite, dentro do portal A TARDE, começou apenas transpondo para a internet seções
da revista. Hoje, além de anunciar o que será publicado na edição impressa, - em geral,
na véspera - o blog ganha vida própria quando revela bastidores de matérias já
publicadas e traz atualizações ao longo da semana, com notícias exclusivas, que não
foram e nem serão publicados na revista. A descrição no próprio blog ratifica a
finalidade do produto criado para a web: “A Muito é a revista semanal do grupo A
TARDE. Circula gratuitamente no jornal A TARDE de domingo, em toda a Bahia. Este
é nosso blog, com notícias de bastidores e reportagens exclusivas”.
______________³A Muito, quando foi criada em abril de 2008, possuía um hotsite dentro do portal A TARDE. Um ano depois, em abril de 2009, o formato na web passou a ser de um blog. A opção pelo formato teve como objetivo facilitar a atualização pela própria equipe da Revista Muito.
Capas das revistas Muito, de 16 de agosto, e da Bravo!, de outubro
Múltiplas possibilidades
A repórter é pautada para fazer o perfil de Dorival Caymmi. A deixa, ou melhor, o
gancho4, como se diz no jargão jornalístico, é o aniversário de um ano de morte do
músico baiano. Para tanto, a profissional realiza pesquisas e entrevista filhos, amigos,
fãs e especialistas. O tema, principal da edição da Revista Muito número 72, de 16 de
agosto de 2009, ganha nove páginas, um espaço dividido entre texto, fotografia e
publicidade. O assunto tem destaque ainda na capa e na página três, com uma chamada5
para a matéria e um cartum.
Mas, além do trabalho condensado na publicação impressa, a repórter conta ainda com
farto material, resultado de sua pesquisa e dos depoimentos das fontes. Um material que
é disponibilizado no blog da revista. São postadas na web entrevistas na íntegra,
imagens inéditas garimpadas em acervos, vídeo de um apresentação de um dos filhos e
uma neta do músico, e também uma entrevista exclusiva – que não é citada na versão
impressa – com uma estudiosa em baianidade, que pode ter sido realizada antes ou
depois que a publicação impressa já estava pronta.
______________4O gancho é pretexto que gera a oportunidade de um trabalho jornalístico. “Quanto mais pretextos há para a produção de uma investigação jornalística mais oportuna ela é. Quanto mais ‘ganchos’ estiverem por trás de uma edição mais “quente” ela é. Um fato que se ligue, que dê margem a outro, que sirva de ponte, de gancho, enfim, para a notícia”. A definição é do Glossário de Jornalismo, disponível na web, que tem como referência o Manual de Redação do Globo. 5A chamada é um texto pequeno usado na primeira página para chamar a atenção do leitor para determinado material, descreve o Glossário de Jornalismo.
“Os constrangimentos específicos de outras mídias, como a falta de espaço, na Web passam por mudanças. Em função das limitações, por exemplo, no geral usa-se apenas uma foto. Quando o material é disponibilizado na rede, podem ser usadas galerias de imagens, reforçando a ancoragem do fato ao real. Não apenas as opiniões são multiplicadas, mas também os enquadramentos da realidade. Esses elementos contribuem para que o Webjornalismo amplie as modalidades de construção dos efeitos de real, pois há uma maior explicitação dos pontos de contato entre a narrativa jornalística e a realidade retratada”. (DALMONTE, 2008, pág. 230)
A Bravo! também desenvolve trabalho um semelhante com uma outra personagem em
sua edição de outubro: a cantora Maria Bethânia. A entrevista, que é publicada na
revista impressa, ganha uma versão on-line com ensaio fotográfico e trechos da
entrevista em áudio. Em um processo de convergência entre os dois veículos, o trabalho
produzido inicialmente para a publicação impressa ganha mais que um novo espaço,
ganha uma nova narrativa. O leitor/internauta pode ver as fotografias e ouvir trechos da
entrevista, ou ao contrário: ouvir a entrevista e depois olhar as imagens de Maria
Bethânia. Pode também optar apenas por uma das alternativas ou até mesmo fazer as
duas ao mesmo tempo.
Site da Revista Bravo! – links levam ao ensaio fotográfico e áudio de entrevista com Maria Bethânia
A nova narrativa só é possível graças às características da web, descritas como seis:
multimidialidade/convergência, interatividade, hipertextualidade, personalização,
memória e instanteneidade (PALÁCIOS, 2003, pág. 16). A multimidialidade, ou seja, a
convergência dos formatos das mídias tradicionais (imagem, texto e som) na narração
do fato jornalístico é um dos principais potenciais de transformação da narrativa. Mas as
demais também trazem novas possibilidades.
Quebra da linearidade
A web não apenas rompe com a noção restrita de espaço, característica própria dos
veículos impressos, mas também transforma a relação de tempo. A hipertextualidade
possibilita a interconexão de textos por meio de links e subverte a ideia da leitura linear,
de que uma página vem após outra. Na parte de cima da página em que se lê entrevista
de Paloma Amado sobre Caymmi, dois links podem levar para uma entrevista com
Nana Caymmi ou mesmo para aquela que tinha sido a primeira postagem sobre o tema:
a chamada para a publicação impressa.
Blog da Revista Muito – links levam a chamada para a matéria de revista impressa e para outra entrevista
A notícia no site da Bravo! que relata a morte do fotógrafo norte-americano Irving
Penn, ícone da fotografia de moda, falecido na quarta-feira, dia 7 de outubro de 2009,
aos 92 anos, em Nova York, também é outro exemplo da utilização do hipertexto. A
notícia traz um texto com um breve histórico do artista, uma fotografia dele abrindo o
post e um link para um livro eletrônico com obras do fotógrafo. O link leva o leitor para
além da notícia. Quem conhece, clicando no link, pode rever o trabalho de Irving. Quem
não conhece, tem a oportunidade de observar fotografias de famosos e anônimos que
passaram diante da sua câmera fotográfica.
Site da Bravo! – link leva para o livro com fotografias de Irving Penn
“O hipertexto oferece uma possibilidade de organização textual inovadora, segundo sua origem – blocos de texto unidos por links, o que permite uma escrita marcada pela convergência de modalidades comunicacionais – texto, vídeo, foto, integrando um mesmo ambiente”. (DALMONTE, 2007, pág. 141)
A hipertextualidade possibilita a interconexão por meio de links e também amplia a
ideia do paratexto. A Revista Muito produziu um ensaio fotográfico na Feira de São
Joaquim, maior feira livre de Salvador, com as bonecas Barbie6, ícone da cultura pop
norte-americana, vestidas por oito estilistas baianos. Durante a produção do ensaio
fotográfico, foi também realizado um vídeo. Uma história fictícia que tinha as bonecas
como protagonista. Bem como o ensaio fotográfico, o vídeo foi postado no blog da
Muito, passando a ser um paratexto no sentido daquilo que vai além do “texto”.
“O conceito de paratexto se apresenta como uma possibilidade através da qual podemos avançar nas abordagens sobre o link. O que seria simplesmente um recurso técnico, que viabilizaria o elo entre blocos de
textos, com a idéia de paratexto, assume também o status de texto, um texto com funções específicas no ambiente hipertextual” (MIELNICZUK, 2003, pág. 115)
“A partir das possibilidades da web, os elementos paratextuais são ampliados e ganham um novo significado, pois a interação com o produto propicia aos leitores a capacidade de estabelecer vínculos com outros leitores. A criação de “comunidades de experiência” permite o estreitamento de vínculos entre a comunidade de leitores e a instância enunciadora”. (DALMONTE, 2008, pág. 17)
Interatividade ampliada
Em sua versão web, uma revista amplia também a possibilidade de interação com seu
público. A Muito em sua versão impressa, por exemplo, publica em média entre quadro
a cinco comentários a cada edição. É o que cabe no espaço de meia página geralmente
destinado a opinião dos leitores, que postam comentários no próprio blog ou mandam
cartas para a revista. O que não se compara a interatividade permitida pelo blog,
______________6Em uma parceria entre a revista, a fabricante Mattel e a loja Le Biscuit, as bonecas, chamadas de Barbies da Muito, estão sendo agora comercializadas, inclusive podendo ser comprada pelo próprio blog da revista.
A partir dos primeiros comentários, no blog, os leitores podem até iniciar uma discussão
sobre um determinado assunto. Foi o que aconteceu após o post com uma chamada para
a seção Bio da revista impressa número 70, de 2 de agosto de 2009. A chamada para o
perfil do o videomaker Diego Lisboa, disponibiliza três dos seus vídeos. A postagem
teve durante o mês nada menos do que 32 comentários, sobre o trabalho do
videomaker. Um verdadeiro fórum de discussão se instalou: uns criticaram, outros
defendiam as idéias do Diego Lisboa.
Blog da Muito – Um dos vídeos de Daniel Lisboa no blog; postagens geraram 32 comentários
O debate, desta maneira, é praticamente impossível de imaginar em um outro meio de
comunicação, se não a web. O impresso jamais possibilitaria a discussão em função da
restrição do espaço, característica peculiar ao meio. Em outra mídia, como a TV, o
tempo seria o impeditivo. Na versão on-line da revista, a discussão não apenas
possibilita a participação de um número maior de pessoas como também se estende por
semanas, meses ou o tempo em que os internautas estiverem dispostos a postar suas
opiniões, já que os comentários vão continuar naquele espaço. A memória - acumulação
de informações - é mais viável técnica e economicamente na web do que em outras
mídias. (PALÁCIOS, 2003, pág. 20).
Mas os exemplos de interatividade permitidos pela web não param por aí. No post da
entrevista com o ator Lázaro Ramos, publicada na revista número 74, de 30 de agosto
de 2009, a repórter conta no blog os bastidores, chamando para a leitura da revista.
Além disso, posta fotos que não estão na revista e ainda um vídeo onde Lázaro imitando
Michael Jackson em cima de um trio elétrico gravando para a nova temporada da série
de televisão Ó pai ó. Clicando no link disponível no blog, o leitor é levado para a página
do jornal Extra – em uma rara reverência entre veículos de comunicação de grupos
diferentes. Além das características de multimidialidade e hipertextualidade, a postagem
também é um exemplo de interatividade. O vídeo foi enviado por uma leitora que
gargalha enquanto grava a cena do ator imitando o ídolo da música pop.
Blog da Muito – Vídeo de Lázaro Ramos imitando Michael Jackson, encaminhado por uma leitora
“A característica basilar do relato interativo é que ele congrega uma diversidade de modalidades comunicacionais, como texto, imagens, vídeos, etc. Escritura e leitura apartam-se de delimitações lineares. O texto prevê ainda a participação do leitor, que pode comentá-lo e reenvia-lo. A tecnologia possibilita ao texto uma existência cada vez mais marcada pela fluidez”. (DALMONTE, 2008, pág. 2)
Por meio da possibilidade de personalizar, a relação do veículo da web com o leitor
extrapola o envio de comentários, fotografias e vídeos. A personalização é a opção
oferecida ao usuário para configurar os produtos jornalísticos de acordo com os seus
interesses. Por meio de seu site, a Bravo! interage com seus leitores por meio do RSS, o
Real Simple Syndication, um padrão usado para distribuir conteúdo do site. O RSS é
utilizado para enviar notícias específicas por e-mail para os leitores que se cadastrem e
indiquem suas preferências.
Considerações finais
“A possibilidade de dispor de espaço ilimitado para a materialização do material noticioso é a maior Ruptura a ter lugar como advento na web como suporte mediático para o jornalismo. Para além dessa ‘quebra dos limites físicos’ (ou crono-espaciais) da disponiblização do material noticioso, acreditamos que o jornalismo na web encontra sua especificidade não apenas pela Potencialização das características já descritas, mas principalmente pela combinação dessas características potencializadas, gerando novos efeitos”. (PALÁCIOS, 2003, pág. 24)
A revista na web traz a herança do impresso. A construção temporal na rede possui o
mesmo tempo do impresso: o presente. Postado no blog da Muito no dia 29 de agosto, o
título informa Tiago Aziz compartilha momentos da gravação do primeiro disco, com
onze faixas inéditas. No dia 12 de outubro, um outro título afirma A Roda Teatro de
Bonecos ganha prêmio da Funarte. Nos dois exemplos, os verbos estão no presente.
Embora no caso do músico, a ação já tivesse acontecido e lá esteja o vídeo gravado
anteriormente, e no post da premiação, o evento ainda estivesse por ocorrer, ambos têm
títulos no presente.
Blog da Muito – A premiação ainda vai acontecer, mas o título traz o verbo para o presente
O site da Revista Bravo!, embora quase não utilize verbo na construção de seus títulos e
subtítulos, quando usa, também traz para o presente aquilo que está no futuro ou no
passado. A notícia postada mais de uma semana antes do evento informava: João
Ubaldo Ribeiro conversa com os leitores de Bravo! na segunda-feira, 19/10, na Fnac
Pinheiros (centro cultural em São Paulo). O verbo é usado no presente - conversa - e
não no futuro – conversará. Em jornalismo, o título no presente é um “expediente” que
permite uma “aproximação” temporal para não parecer velho aquilo que já “não” existe
mais ou “inatingível”, “incerto”, se construído no futuro.
Site da Bravo! – O título no presente se refere a um encontro com João Ubaldo que ainda ia acontecer
Embora a web traga a herança do impresso, o que a diferencia é o que potencializa sua
narrativa: suas características. Como o filme que começa no final e subverte a narração
tradicional, a web possui características que possibilitam essa subversão. São as
características da web que permitem que um veículo de comunicação on-line se estenda
para além das matérias editadas na versão impressa e construa seus próprios caminhos,
suas próprias narrativas.
“O movimento de constituição de novos formatos mediáticos não como um processo evolucionário linear de superação de suportes anteriores por suportes novos, mas como uma articulação complexa e dinâmica de diversos formatos jornalísticos, em diversos suportes, “em convivência” (e complementação) no espaço mediático, as características do Jornalismo na web aparecem, majoritamente, como continuidades e potencializações e não, necessariamente, como Rupturas com relação ao jornalismo praticado em suportes anteriores” (PALÁCIOS, 2003, pág. 22)
“O webjornalismo deve ser entendido em sua existência virtual, real, mas que, para tomar forma, deve ser acessado. Páginas, cadernos, editorias, esses conceitos oriundos da tradição do jornalismo impresso, na web tomam forma à medida que o leitor navega por
espaços que vão sendo construídos interativamente, com base nas possibilidades oferecidas pelo veículo em questão”. (DALMONTE, 2008, pág. 7)
Um site ou blog de uma revista na web, como nos casos da Muito e da Bravo!, pode
complementa e atualizar o impresso e ainda potencializar as possibilidades de narrativa.
Porém, mesmo em um processo de convergência, não é simplesmente jogar as “sobras”
no veículo da web, muito menos transpor, fase que ao que tudo indica vem ficando cada
vez mais no passado. É preciso compreender que a web possui especificidades. Não
adianta simplesmente colocar na web o material que foi produzido ou pensado para um
veículo impresso. É necessário pensar no suporte e suas novas formas de narrar para
aprimorar o que já vem sendo feito e encontrar os caminhos que ainda estão para ser
descobertos.
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