movimento de mulheres (feminismo) brasil/piauí

Post on 05-Jun-2015

1.270 Views

Category:

News & Politics

2 Downloads

Preview:

Click to see full reader

DESCRIPTION

Por: Carolina Alves

TRANSCRIPT

MOVIMENTO DE MULHERES

Movimento Feminista

FEMINISMO

Discurso intelectual, filosófico e político que tem como meta direitos equânimes e uma vivência humana liberta de padrões opressores baseados em normas de gênero. Envolve diversos movimentos, teorias e filosofias advogando pela igualdade para homens e mulheres e a campanha pelos direitos das mulheres e seus interesses.

• O movimento feminista organizado surgiu nos EUA, na segunda metade dos anos 60. Logo, expandiu-se pelos países do Ocidente, propugnando a libertação da mulher, e não apenas a emancipação. Corresponde à busca de igualdade, afirmar a mulher como indivíduo autônomo, independente, dotado de plenitude humana e tão sujeito frente ao homem quanto o homem frente à mulher.

O símbolo astrológico

do planeta Vênus,

assim batizado em

homenagem à deusa

romana do amor;

devido à intensa luz

que emana,

na astronomia, é, além

da Lua, o único corpo

celeste que pode ser

visto tanto de dia como

de noite.

HISTÓRIA

• Feministas e acadêmicos dividiram a história do movimento em três "ondas". A primeira onda se refere principalmente ao sufrágio feminino, movimentos do século XIX e início do XX preocupados principalmente com o direito da mulher ao voto. A segunda onda se refere às ideias e ações associadas com os movimentos de liberação feminina iniciados na década de 1960, que lutavam pela igualdade legal e social para as mulheres. A terceira onda seria uma continuação - e, segundo alguns autores, uma reação às suas falhas - da segunda onda, iniciada na década de 1990.

• SÉCULO XIX• É a partir das grandes revoluções que o

feminismo incorpora um cunho reivindicatório e, unindo-se a alguns Partidos, ganha força de expressão.

• SÉCULO XX• Nas décadas de 1930 e 1940, as reivindicações

do movimento haviam sido formalmente conquistadas na maior parte dos países ocidentais (direito ao voto e escolarização e acesso ao mercado de trabalho).

MOVIMENTO DE MULHERES NO BRASIL

• Princípio de que o feminismo é a ação política das mulheres. Engloba teoria, pratica ética e toma as mulheres como sujeitos históricos da transformação de sua própria condição social. Reconhece um poder não somente no âmbito político-estatal, mas também o poder presente em todo o tecido social.

• Durante os vinte e um anos em que o Brasil esteve sob o regime militar, as mulheres estiveram à frente nos movimentos populares de oposição, criando suas formas próprias de organização, lutando por direitos sociais, justiça econômica e democratização.

• A presença das mulheres na arena política foi assim, construída no período da ditadura, a partir dos anos 60, sendo um dos elementos que contribuíram para os processos de mudanças no regime político.

• As mulheres anuladas emergem como inteiras, múltiplas. Nova versão da mulher brasileira.

• O projeto de distensão lenta e gradual do presidente Geisel veio acompanhado da proliferação de movimentos populares, da consolidação da oposição, da remobilização da esquerda, da reatualização de uma política, da expansão da ação pastoral da Igreja Católica.

• O movimento feminista que reapareceu no Brasil a partir de meados dos anos 70 teve influência dos movimentos que surgiram na Europa e nos Estados Unidos nos anos 60. No entanto, as condições locais, não deram lugar à emergência de um movimento de liberação radicalizado.

• A década de 70, proclamação da Década da Mulher pelas Nações Unidas e o ano de 1975, como Ano Internacional da Mulher.

• Os primeiros grupos feministas criados na década de 1970 nasceram com o compromisso de lutar tanto pela igualdade das mulheres como pela anistia e pela abertura democrática.

• O feminismo trouxe novos temas para o conjunto do movimento de mulheres, posteriormente incorporados pelos partidos políticos: direito de ter ou não filhos, punição aos assassinos de mulheres, aborto, sexualidade, violência doméstica.

• Uma das parcelas dos movimentos de mulheres nos anos 70 e 80, no Brasil, nasceu dos grupos de vizinhança nas periferias dos grandes centros urbanos. Em fins dos anos 70 pelo menos dois grandes movimentos sociais liderados por mulheres: o movimento contra a alta do custo de vida e a luta por creches.

• A forte presença da Igreja Católica na vida das mulheres é inseparável desses movimentos.

• O crescimento da presença das mulheres no mercado de trabalho foi simultâneo ao aumento de sua sindicalização e a emergência do movimento de mulheres.

• A participação das trabalhadoras rurais é derivada da penetração do capital na agricultura, em que a luta pela reforma agrária e pela terra, por melhores condições de produção, preços agrícolas, salários e direitos sociais, se alia à luta particular das camponesas por cidadania e visibilidade como trabalhadoras.

• Década de 80, criação de novos partidos políticos, aparecendo uma nova militante nos partidos, a feminista.

• O feminismo buscou também manter duas estratégias de atuação a partir de 1982: continuar independente do Estado e atuar nas instâncias governamentais.

• Desde 1982 são realizados encontros nacionais anuais com grande participação. Em outubro de 1997 foi realizado em Salvador o 12° Encontro Nacional Feminista, com o tema de Gênero com diversidade no país da exclusão.

• A partir de 1986 o movimento foi importante para a discussão sobre o lesbianismo e os encontros nacionais propiciaram também a articulação das mulheres negras.

• Os anos 90 demonstraram que o feminismo multiplicou os espaços e lugares em que atua e, consequentemente, onde circula o discurso.

A Ação Política do Movimento Feminista face as Políticas Públicas

• Caráter contestador: total mudanças nos valores culturais dos/as brasileiras contribuiu para polarizar opiniões sobre sua ação e estratégias políticas.

FEMINISMO E POLÍTICAS PÚBLICAS

• Práticas Políticas Tradicionais: patriarca assumia esse processo de negociação com o Estado como forma de manter subjugados determinados segmentos populacionais.

• Anos 80: processo democrático - coroamento de todos os enfrentamentos, desencadeados a partir de 1960.

• Novas formas de gestão e interlocução: sociedade ao lado do Estado.

• Negociações diretas: passavam da agenda do Estado para uma ação efetiva transformando-se por sua vez em políticas públicas.

• No feminismo, ressurge o debate sobre sua relação com o Estado, focalizado em algumas questões centrais como: o papel do movimento na reivindicação por políticas públicas, a participação de lideranças nas estruturais governamentais, a sua representatividade na negociação direta com os organismos de Estado (interlocutor privilegiado para a conquista de políticas públicas, se constitui como um dos principais financiadores das ações do movimento na atualidade).

• A participação das feministas nos partidos e na vida pública foram importante para garantir a formulação de leis e políticas públicas, que passaram a integrar os programas de governo nas instâncias municipais, estaduais e federais.

• Nova forma de fazer política cuja ação transformou a relação entre os gêneros.

• A ação política do feminismo contribuiu para publicizar questões até então reservada ao mundo do privado: a violência doméstica e sexual, os salários desiguais, a educação diferenciada e tantas outras, que se tornaram bandeiras de lutas das mulheres em todo o continente.

• Brasil: emergência da questão de gênero na agenda governamental e a implementação de política públicas direcionadas para a mulheres, principalmente, na área de combate a violência e na atenção a saúde.

• Como parte do mesmo processo o Estado estabelece como agentes privilegiado de interlocução, na efetivação de programas de gênero, as Organização Não-Governamentais (ONG) principalmente, aquelas que atuam nas áreas de saúde, educação, organização de mulheres (ALVAREZ, 2003, FAHAR,2004).

ONGs no campo do feminismo

• A emergência das ONG no campo do feminismo introduz grandes desafios que precisam ser enfrentados para a superação dos impasses estratégicos do feminismo, em sua relação com o Estado na reivindicação de políticas publicas e em suas relações sociais internas, no que se refere a sua constituição como um sujeito coletivo total.

• Desafio: definição de estratégias que reconheçam as diversas formas de expressão das mulheres como sujeito da história, na qual, se incorpore uma estrutura organizativa capaz de reconhecer nas particularidades de cada opressão os pontos comuns de interesses.

As Organizações Não-Governamentais (ONGs) Feministas Brasileiras

• O movimento feminista brasileiro contemporâneo caracteriza-se pela sua instituição em ONGs, criadas entre 1980 e 1999.

• Críticas (menos ativismo e mais profissionalismo): compromissos das ONGs com órgãos financiadores, estrutura funcional hierárquica.

• Segundo o banco de dados da Associação Brasileira de ONGs (ABONG), há, no Brasil, 35 ONGs feministas. Dessas 35, apenas 7 (20%) não recebem apoio financeiro de uma agência internacional de cooperação. Há um grande impacto dessas agências sobre os projetos das ONGs feministas, já que 80% delas recebem financiamento.

• Problema: as lideranças das ONGs acabam por ficar mais preocupadas em ajustar seus projetos às exigências ou expectativas das agências do que atender aos interesses e necessidades das mulheres com/para as quais trabalham.

• A maior parte das ONGs feministas brasileiras ora atuantes (24%) têm como foco políticas públicas para mulheres. Tanto educação e capacitação, quanto direitos humanos das mulheres negras são foco, cada um deles, para 14% das ONGs. As restantes, que representam 48% do total de ONGs feministas, apresenta, cada uma um foco diferente.

Projetos• O maior número de projetos das ONGs brasileiras são os

voltados para educação e capacitação; seguido pela área de saúde reprodutiva; a área de políticas públicas e voltados para violência doméstica. Outros projetos: direitos humanos, direitos reprodutivos, e representação política, bioética, creche, discriminação racial, e informação e comunicação.

• Forte relação entre as ONGs e as mulheres das classes mais baixas, para as quais os projetos de educação e capacitação são destinados.

• As ONGs são dirigidas, em sua grande maioria por mulheres profissionais de classes média e alta, com alto nível de escolaridade. Principalmente sob responsabilidade de mulheres com nível superior.

MOVIMENTO DE MULHERES NO PIAUÍ

• Católicas pelo Direito de Decidir• É uma organização de caráter ecumênico que

busca justiça social e mudança de padrões culturais e religiosos vigentes em nossa sociedade, respeitando a diversidade como necessária à realização da liberdade e da justiça;

• Foi criada no Brasil em 1993;• É um movimento internacional, que atua

principalmente no âmbito latino americano;

• A ação de CDD desenvolve-se em articulação, no plano internacional, com os demais grupos que compõem a Rede latino americana de CDDs e com Catholics for a Free Choice (CFFC), e no plano nacional, com universidades, setores progressistas da Igreja Católica e outras Ongs ligadas aos movimentos sociais, especialmente no campo feminista e do movimento de mulheres;

• Luta pela igualdade nas relações de gênero e pela cidadania das mulheres, tanto na sociedade como no interior da Igreja Católica e de outras igrejas e religiões, além de divulgar o pensamento religioso progressista em favor da autonomia das mulheres, reconhecendo sua autoridade moral e sua capacidade ética de tomar decisões sobre todos os campos de suas vidas;

• Objetivo: sensibilizar a sociedade para a necessidade de mudanças nos padrões vigentes, promover diálogos públicos sobre a sexualidade e a reprodução humana, levar adiante a discussão ética sobre o direito das mulheres à maternidade livre e voluntária;

• Alarga o direito de decidir, para além do direito de optar ou não por um aborto. A mulher tem também o direito “de ser sexual, ou de não sê-lo, quando, com quem e como quiser e decidir”

• Atuam promovendo palestras, debates, encontros, publicações de materiais educativos, divulgação de informações pela mídia, entre outros;

• O encontro de CDD ocorreu apenas uma vez no Piauí;

• Os encontros ocorrem mais no eixo RJ – SP;• Duas representantes no Piauí: Lúcia Quitéria e

Maria José;• Maior preocupação: educar e conscientizar a

população, pois através da educação as pessoas diminuirão seus preconceitos e conviverão melhor com a diversidade;

• Atuação no Piauí;• Em Teresina, atua em conjunto com o Matizes;

• “Somos Davis, de fato! Com nossas pequenas pedras e estilingues, tentamos acertar o alvo: mudar mentalidades. Tornar os Golias – e são tantos! – sensíveis à realidade das mulheres. Fazê-los entender que se trata de defender a vida de Marias, Joanas, Martas... de todas as mulheres. Para que todas sejamos realmente, donas de nossos destinos, cidadãs de pleno direito. Autônomas, alegres... e guerreiras sempre. Pela paz! Pela justiça!” (Equipe Coordenadora de CDD-Brasil)

• Liga Brasileira de Lésbicas• A LBL foi criada por mulheres lésbicas e bissexuais em janeiro de

2003 durante o Fórum Social Mundial. Hoje existe em vários estados brasileiros. E no Piauí possui várias representantes.

• Marinalva é a articuladora no nosso Estado. Segundo Marinalva a liga optou por uma não institucionalização e um comando mais horizontal. Nela não existe presidente, possui apenas articuladoras regionais isso para evitar a disputa de poder, guiando-se pela horizontalidade não existindo hierarquia de poder entre suas participantes.

• A LBL também não possui estatuto, mas sim uma carta de princípios.

• A LBL segundo sua carta de princípios se defini como uma expressão do movimento social, de âmbito nacional, que se constitui como espaço autônomo e não institucional de articulação política, anti-capitalista, anti-racista, não lesbofóbica e não homofóbica e de articulação temática de mulheres lésbicas e bissexuais, pela garantia efetiva e cotidiana da livre orientação e expressão afetivo-sexual. É constituída exclusivamente por mulheres e que se pauta na busca pela visibilidade e construção de um sujeito político “lésbica” e “bissexual”.

• Na sua carta possui os seguintes princípios: o pluralismo, a autonomia, autodeterminação e liberdade, a democracia, a solidariedade; a transparência; a horizontalidade; a liberdade de orientação e expressão afetivo-sexual; a defesa do Estado laico; a defesa dos princípios feministas e suas bandeiras; a visibilidade lésbica; uma posição antiracista e anti-capitalista; e combate a lesbo-homofobia.

• E uma das bandeiras de luta nacional é a questão da legalização do aborto e não criminalização das mulheres. Pois segundo a LBL a criminalização do aborto não impede que ele seja realizado nem reduz sua incidência, mas aumenta em muito as condições de risco de vida para as mulheres, em especial para as mulheres empobrecidas da classe trabalhadora, que não podem pagar por um aborto clandestino que lhes garanta segurança.

• E também a ilegalidade do aborto viola os direitos humanos das mulheres, bloqueia o exercício do direito de decidir, sua autonomia, impõe a maternidade obrigatória e fere a dignidade das mulheres. A ilegalidade do aborto construiu e mantém a indústria do aborto clandestino, em detrimento da efetivação da atenção integral, pública e gratuita à saúde das mulheres em situação de abortamento. A ilegalidade do aborto leva ao abortamento tardio, com maior sofrimento emocional e riscos de vida para as mulheres. Nenhuma mulher deve ser presa, perseguida, humilhada ou maltratada por ter feito um aborto.

• Os objetivos pretendidos pela LBL é chegarmos a uma sociedade fraterna, igual para todos, livre de discriminações, onde nenhuma forma de amor seja passível de preconceito ou discriminação.

• Segundo Marinalva o processo educativo é importante, para tentar alcançarmos essa sociedade.

• Hoje a liga participa de vários conselhos nacionais e municipais, como o Conselho Nacional de Saúde, Conselho Nacional dos Direitos das Mulheres, Conselho Municipal de Defesa dos Direitos LGBT.

• A mobilização dos participantes da liga se dar por meio de eventos estaduais, encontros, oficinas, festas temáticas.

• Como isso a LBL tem a intenção de criar o dialogo, e que as pessoas tenham uma visão mais critica sobre esses assuntos.

• Marinalva destacou durante a entrevista o crescimento rápido do numero dos militantes profissionais, aqueles que sobrevivem da militância e não a faz de forma voluntária.

• Ela também nos falou que avalia a atuação da liga como boa, apesar de ter pouco tempo de atuação ela vem atuado bastante, principalmente junto do Matizes e do Movimento Católicas pelo Direito de Decidir, pois para ela estas são as que mais atuam no Piauí e também possuem uma visão mais critica da sociedade do que as ONGs.

“Não se nasce mulher: torna-se.”

Simone de Beauvoir

top related