morfologia e histoquÍmica das plantas medicinais … · morfologia e histoquÍmica das plantas...
Post on 08-Nov-2018
218 Views
Preview:
TRANSCRIPT
MORFOLOGIA E HISTOQUÍMICA DAS PLANTAS MEDICINAIS DA RESERVA INDÍGENA
XAKRIABÁ-ALDEIA BARREIRO PRETO
FREIRES, E.J.1 ; VALE, F.H.A1
1ICB/UFMG, Belo Horizonte -MG, edvania.jesus@yahoo.com.br
1ICB/UFMG, Belo Horizonte -MG, fvale@icb.ufmg.br
Introdução
O trabalho apresenta um estudo taxonômico, morfológico e histoquímico das plantas
medicinais da reserva indígena Xakriabá no município de São João das Missões
(14°80’25.9’’S – 44º12’ 18.3’’W), procurando contribuir cientificamente com um
catálogo ilustrado dos aspectos macroscópicos, microscópico, histoquímicos e usos
das plantas medicinais utilizadas na reserva indígena. As plantas selecionadas são as
mais usadas, segundo o Banco de Dados de Plantas Medicinais Tradicional Indígena
da Secretaria Estadual de Saúde Indígena (SESAI) e as informações da Casa da
Medicina Tradicional Xakriabá - Aldeia Barreiro Preto. As espécies identificadas por
comparação e consulta à especialistas foram depositadas no Herbário BHCB, no
Departamento de Botânica/ICB/UFMG. As plantas utilizadas como medicinais pelos
Xakriabás na Aldeia Barreiro Preto são cerca de 100, destas, foram coletadas 21
(Arcanfozinho, Arcançú, Amarelinha, Betônica, Calunga, Catuaba, Dorete, Favela,
Jatobá, Mangaba, Manacá, Pacarí, Pau-santo, Pau-terra, Quina do Cerrado ou Quina
Preta, Roseta, Rubarbo, Sextafeirinha, Sucupira, Tiborna e Unha-danta). Até o
momento foram identificadas as espécies: Himatanthus obovatus (Müll. Arg.)
Woodson, Apocynaceae (Tiborna); Strychnos pseudoquina A. St.-Hil. Loganiaceae
(Quina do cerrado ou Quina preta); Pterodon emarginatus (Vogel), Fabaceae,
(Sucupira Branca); Dimorphandra gardineriana, Leguminosae-caesalpinioideae
(Favela); Sena rugosa, Fabaceae (Amarelinha); Hymenaea stigonocarpa Mart.
Leguminosae-caesalpinioideae, (Jatobá-do–cerrado).
Metodologia
O estudo anatômico das folhas foi baseado em técnicas de rotina com inclusão em
Paraplast® e coloração pelo Azul de Astra e Safranina. Na análise histoquímica, as
amostras serão testadas para carboidrato, lipídio, proteína, alcalóide, saponina,
terpenos, carbonato de cálcio, oxalato de cálcio, taninos, pectatos, celulose e lignina.
Resultados e discussão
Os resultados preliminares da morfologia externa e interna indicam que as plantas
mostram características típicas do cerrado: epidermes espessas, intensa lignificação,
estruturas secretoras e compostos fenólicos, denotando sua capacidade de resposta
ao ambiente drástico do cerrado, muitas vezes expresso como compostos secundários
de valor medicinal, representando uma potencial fonte de novos fármacos.
Conclusão
O uso de plantas medicinais pelos Xakriabás tem predominado atualmente e como
comprovam os resultados, as plantas mais utilizadas tem alto valor medicinal uma vez
que estas são dotadas de compostos secundários que justifica tal credibilidade na
ação terapêutica. No entanto é necessário desenvolvimento de novas pesquisas a fim
de contribuir para a manutenção do uso destes vegetais com mais segurança.
Referências
CHAMBERLAIN, C.J. 1932. Methods in plant histology. 5 ed. Chicago: University
Press. 416p.
DAVID, R. & CARDE, J.P. 1964. Coloration différentielle des inclusions lipidiques et
terpeniques des pseudophylles du Pin maritime au moyen du réactif Nadi. Comptes
Rendus Hebdomadaires des Séances de l’Académie des Sciences. 258, p.1338–1340.
FEDER, N. & O’BRIEN, T. P. 1968. Plant microtechnique: some principles and new
methods. American Journal of Botany, v. 55, n. 1, p. 123-142.
FEUCHT, W., SCHMID, P.P.S. & CHRIST, E. 1986. Distribution of flavonols in
meristematic and mature tissues of Prunnus avium shoots. Journal of Plant Physiology.
125, p. 1-8.
JENSEN, W.A. 1962. Botanical Histochemistry: principle and pratice. San Francisco:
W.H. Freeman, 408p.
JOHANSEN, D. A. 1940. Plant Microtechnique. New York: McGraw-Hill Book Co.
KARNOVSKY, M. J. 1965. A formaldehyde-glutaraldehyde fixative of light osmolality
for use in eletron microscopy. Journal of Cell Biology, v. 27, p. 137-138.
KRAUS, J. E. & ARDUIN, M. 1997. Manual Básico de Métodos em Morfologia
Vegetal. Rio de Janeiro: [s.n.], p.198.
MAZIA, D., BREWER, P.A., ALFERT, M. 1953. The cytochemistry staining and
measurement of protein with mercuric bromophenol blue. Biological Bulletin. 104, p.
57-67.
top related