monografia uninassau texto.final
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7/23/2019 Monografia Uninassau Texto.final
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Sumário
1. RESUMO.......................................................................................................................3
2. INTRODUÇÃO.............................................................................................................4
3. ANÁLISE DO ARTIGO 769 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO TRABALHO. .6
3.1 DA INTEGRAÇÃO NORMATIVA PROCESSUAL TRABALHISTA......................6
3.2 DA INTEGRAÇÃO NORMATIVA............................................................................8
3.2.1. AUTO INTEGRAÇÃO...........................................................................................9
3.2.2. HETEROINTEGRAÇÃO.......................................................................................9
3.3 AUTONOMIA DO PROCESSO TRABALHISTA VERSUS INTEGRAÇÃO
NORMATIVA AMPLIATIVA OU SISTEMÁTICA.......................................................1
4. ANÁLISE DO ARTIGO 1! DO NOVO C"DIGO DE PROCESSO CIVIL..............124.1 DO ENTENDIMENTO DA AÇÃO TRABALHISTA COMO PROCEDIMENTO
ESPECIAL.......................................................................................................................12
4.1.1 CARACTER#STICAS DO PROCEDIMENTO ESPECIAL E O
PROCEDIMENTO TRABALHISTA..............................................................................13
4.1.2 COMPARAÇÃO ENTRE ELEMENTOS ESSENCIAIS DO PROCEDIMENTO
NO PROCESSO DO TRABALHO E DOS PROCEDIMENTOS $UDICIAIS CIVIS. .1!
4.1.3 DA APLICABILIDADE DA TEORIA GERAL DO PROCESSO CIVIL NOPROCESSO TRABALHISTA.........................................................................................16
4.1.4 PRINC#PIOS DO PROCESSO DO TRABALHO E SUA COMPATIBILIDADE
COM OS PRINC#PIOS DO PROCESSO CIVIL............................................................17
4.2 CONCEITUANDO REGRA SUPLETIVA E REGRA SUBSIDIÁRIA...................18
!. MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTAS ORIUNDAS DA VIG%NCIA
DO CPC DE 21!............................................................................................................21
!.1 AS MUDANÇAS NO PRINC#PIO DO CONTRADIT"RIO..................................21!.2 O NOVO MODELO DE COOPERAÇÃO TRIBUNAL&PARTES E VICE VERSA
.........................................................................................................................................22
!.3 A GARANTIA DA DECISÃO DE M'RITO............................................................24
!.4 DO AGRAVO DE INSTRUMENTO E SUAS ALTERAÇ(ES...............................26
!.! DA E)TINÇÃO DO AGRAVO RETIDO................................................................27
!.6 PREPARO E DESERÇÃO NO CASO DE ERRO DE PREENCHIMENTO*.........28
!.7 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE $UR#DICA....29
1
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!.8 +UNDAMENTAÇÃO DAS DECIS(ES..................................................................33
6. CONCLUSÃO.............................................................................................................3!
7. RE+ER%NCIAS BIBLIOGRÁ+ICAS........................................................................37
2
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1. RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso investiga o fenômeno jurídico da
utilização supletiva e subsidiária das normas processuais, com o escopo
delimitado sobre a uestão urgente dos usos supletivos e subsidiários C!digo
de "rocesso Civil de #$%& no 'ireito "rocesso do Trabalho( )a primeira parte
* feita a análise do dispositivo de lei ue introduz o uso subsidiário do C!digo
de "rocesso Civil no "rocesso do Trabalho, o conceito de integração
normativa, a inovação trazida pelo C!digo de "rocesso Civil de #$$&, ao
anelar o uso supletivo em seu artigo %&, o entendimento da natureza do
processo laborista como procedimento especial e sua influ+ncia na integração
normativa, analisandose finalmente de forma breve as mudanças introduzidas
pelo novo c!dice processual civilista(
-./T0-CT
This 1or2 aimed to underta2e bibliographical research on the legal
phenomenon of using supplementar3 and subsidiar3 , focusing on the use of
the Code of Civil "rocedure regarding the 4abour "rocedure ( The first part is
done the anal3sis of la1 device that introduces the /upplementar3 and
subsidiar3 use of the Code of Civil "rocedure in the 4abour "rocess, the
concept of normative integration , innovation brought b3 the Civil "rocedure
Code #$$& , to ring the supplementar3 use in -rticle %& , understanding the
nature of the 4abor process and its influence on normative integration ,
anal3zing finall3 briefl3 the changes made in the planning for ne1 civilian
procedural code5 (
"alavras Chaves6 'ireito "rocessual do Trabalho, 'ireito "rocessual Civil, uso
supletivo, uso subsidiário, integração normativa(
3
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2. INTRODUÇÃO
O 'ireito "rocessual do Trabalho * uma conuista social e uma
construção hist!rica( 7sto significa dizer várias foram as etapas necessárias
para garantir ao trabalhador, ue seu direito material, conuistado ao longo des*culos de evolução na relação entre as pessoas ue possuem apenas sua
força de trabalho para obter os recursos para sua e5ist+ncia, e aueles ue
utilizam estes serviços(
Cabe aui esclarecer brevemente o conceito de 'ireito "rocessual do
Trabalho, ue nos * dado por .ezerra 4eite6
Ramo da ciência jurídica, constituído por um sistema de
valores, princípios, regras e instituições próprias, que tem
por objeto promover concretização dos direitos sociais
fundamentais individuais, coletivos e difusos dos
trabalhadores e a pacificação justa dos conflitos
decorrentes direta ou indiretamente das relações de
emprego e de trabalho, bem como regular o
funcionamento dos órgãos que compõem a ustiça do
!rabalho" #$%&!%' (%)%RR*, +-. p" -/0
O processo trabalhista no .rasil possui autonomia recente, pois somente
em %898 a :ustiça do Trabalho aduire o status de !rgão judicante, capaz de
e5ecutar suas pr!prias decis;es, muito embora somente viesse integrar o
"oder :udiciário em %8<=( -ntes desta data, todas as organizaç;es destinadas
a tratar dos conflitos trabalhistas possuíam natureza administrativa, meramente
conciliat!ria ou arbitral( >ssa recente autonomia * o principal indicador
motivante da necessária integração da norma processual por meio da
aplicação subsidiária e supletiva do direito comum, sendo este tema o escopo
do presente trabalho(
-t* mesmo o conceito de 'ireito "rocessual do Trabalho passa por
constante evolução, sendo modificado ao longo dos anos, em especial ap!s a
>menda Constitucional <& de #$$9, ue e5pandiu sua compet+ncia para todos
os trabalhadores, e não apenas para os empregados(
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'entro desta realidade din?mica de construção do processo trabalhista,
hodiernamente nos deparamos com com o debate acerca da aplicação
supletiva e subsidiária do direito comum, em face @ pr!5ima vig+ncia do )ovo
C!digo de "rocesso Civil de #$%&( >ste diploma legislativo inova ao introduzir
a aplicação supletiva, al*m da subsidiária já consignada pela Consolidação das
4eis do Trabalho(
3. ANÁLISE DO ARTIGO 769 DA CONSOLIDAÇÃO DAS LEIS DO
TRABALHO
!
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O processo laborista * esp*cie processual carecedora de uma e5tensa
elaboração legislativa( - Consolidação das 4eis Trabalhistas, no ue toca @
uestão processual, não possui o alcance nem o aprofundamento necessário
para abarcar todas as uest;es e institutos processuais necessários @
jurisdição trabalhista( "revendo tal situação, houve por bem o legislador
oferecer por meio da aplicação subsidiária do direito processual civil, por meio
do seu artigo A=8( Tal aplicação subsidiária * manifestação do fenômeno
jurídico da integração normativa(
3.1 DA INTEGRAÇÃO NORMATIVA PROCESSUAL TRABALHISTA
O artigo A=8 da C4T, contido em seu Título B6 'o "rocesso :udicial do
Trabalho, indica a forma de integração da legislação processual trabalhista, no
caso de lacunas6
-rtigo A=86 )os casos omissos, o direito processual comum
será fonte subsidiária do direito processual do trabalho,
inclusive na fase recursal ou de e5ecução, nauilo ue for
incompatível com as normas deste título( .0-/74, %8<9D
- consolidação portanto disciplina os reuisitos para a aplicação
subsidiária do direito processual comum ao processo do trabalho6
aD Omissão6 Euando a C4T ou as legislaç;es processuais trabalhistas
e5travagantes não disciplinam determinada mat*ria(
bD Compatibilidade com as normas processuais da C4T6 a norma do C"C
deverá ter aplicação compatível com os dispositivos processuais da C4T para
ue possa ser aplicado subsidiariamente(
"ara ue se compreenda o tema em profundidade, necessário se faz
uma melhor compreensão do ue sejam lacunas, o ue * feito de forma
magistral por 4eone "ereira#$%%D6
4acunas normativas6 aus+ncia de lei para o caso concreto(
4acunas ontol!gicas6 a lei e5iste, mas não mais corresponde @ realidade
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social( - norma estaria, assim, desatualizada, não apresentando mais
compatibilidade com os fatos sociais e com o desenvolvimento t*cnico(
4acunas a5iol!gicas6 a lei e5iste, mas não * uma norma justa para a
solução do caso concreto( - norma processual acaba por levar a uma soluçãoinjusta ou insatisfat!ria(
- interpretação do artigo A=8 * tema recorrente na doutrina, e5istindo
duas correntes acerca da utilização das lacunas acima enumeradas( /ão estas
a Teoria clássica, tradicional ou restritiva e a Teoria moderna, evolutiva,
ampliativa ou sistemática( Tratemos do conteFdo de tais teorias6
aD Teoria Clássica tradicional ou restritivaD6
>5poentes6 "edro "aulo Tei5eira Ganus e Ganoel -fonso Tei5eira Hilho(
/egundo esta corrente, s! será possível a aplicação subsidiária das
regras do processo civil uando houver lacuna normativa na legislação
processual trabalhista( - ine5ist+ncia de norma trabalhista positiva ue
discipline a mat*ria concreta * indispensável para aplicação subsidiária do
direito comum(
Hundamento6 a teoria restritiva alicerçase no princípio constitucional do
devido processo legal, contido e5pressamente no artigo &I, inciso 47J da
Constituição Hederal, e no princípio da segurança jurídica( )o entendimento
destes processualistas, o devido processo legal e a segurança jurídica
sofreriam ofensa ao se aplicar regras diversas das previstas no ordenamento
processual trabalhista, não havendo lacuna normativa a ser integrada(
bD Teoria Goderna ampliativa, sistemática ou evolutivaD
>5poentes6 Gauro /chiavi, .ezerra 4eite, :orge 4uiz /outo Gaior, entre
outros(
>sta corrente defende a aplicação subsidiária das normas do direito
processual civil ao direito processual do trabalho, não s! nas lacunas
normativas, como tamb*m nas lacunas ontol!gicas e a5iol!gicas(
Hundamento6 - teoria moderna busca sua fonte nos princípios da
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efetividade processual, da celeridade processual, no princípio do acesso @
ordem jurídica justa, no princípio da dignidade da pessoa do trabalhadorK na
melhoria da condição social do trabalhador e no princípio da instrumentalidade
processual(
>sta corrente coadunase de forma admirável aos princípios processuais
e materiais trabalhistas, ao buscar, antes de tudo, a efetividade do processo em
favor do trabalhador, e inclusive, ao princípio da norma mais favorável(
4eone "ereira ainda, nos fala a respeito da teoria moderna,
favoravelmente6
-inda ue a C4T ou legislação processual trabalhista
e5travagante preveja norma específica reguladora no caso
concreto, * cabível a aplicação subsidiária da norma do
"rocesso Civil se a norma processual trabalhista estiver
desatualizada, ou se a respectiva aplicação mostrarse injusta
ou insatisfat!ria(">0>70-K 4>O)>, #$%% p(=&D
- efetividade do processo * assunto da ordem do dia, e deve
se buscar o acesso real e efetivo do trabalhador @ :ustiça do
Trabalho com primazia, trazendo o rápido recebimento de seucr*dito alimentarL ">0>70-K 4>O)>, #$%% p(=MD
3.2 DA INTEGRAÇÃO NORMATIVA
Conforme nos relata -ntônio Carlos de Campos "edroso %8M&D, a
lacuna legislativa * suprida pelo processo de e integração normativaK neste
caso age o juiz supplendi causa( >sta faculdade * dada ao juízo pelo artigo &Ida 4ei de 7ntrodução ao 'ireito .rasileiro( - doutrina, sobre o tema, divide a
integração em auto integração e heterointegração(
3.2.1. AUTO INTEGRAÇÃO
O conceito de auto integração da norma jurídica consiste no uso da
analogia, dos costumes e dos princípios gerais do direito, cuja refer+ncia
normativa se encontra nos artigos MI da C4T e artigo %#= do C"C de %8A9( -
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auto integração * aplicável nos casos de lacuna normativa(
3.2.2. HETEROINTEGRAÇÃO
Consiste na utilização de normas diversas ao ramo em ue se está a
aplicar o direito, recorrendo a fontes diversas das dominantes, com refer+ncia
normativa no artigo A=8 da C4T, aplicável nos casos de lacunas normativas,
ontol!gicas e a5iol!gicas( )este capítulo, adentraremos nos domínios da
análise da heterointegração a fim de demonstrála como meio efetivo de
aplicação do direito processual trabalhista(
Citando o ue ensina Gaurício Nodinho 'elgado6
- heterointegração ocorre uando o operador jurídico valesede norma supletiva situada fora do universo normativo principal
do direito( - pesuisa integrativa fazse em torno de outras
normas ue não as centrais do sistema jurídico por isso * ue
* chamada de heterointegraçãoD('>4N-'O, G-0PC7O(
#$$M, p( 9$D
- fim de consolidar o presente entendimento, citaremos as palavras de
Carlos Qenriue .ezerra 4eite6
"ara colmatar as lacunas ontol!gicas e a5iol!gicas do artigo
A=8 da C4T, tornase necessária uma nova hermen+utica ue
propicie um novo sentido ao seu conteFdo devido ao peso dos
princípios constitucionais do acesso @ justiça ue determinam a
utilização dos meios necessários para abreviar a duração do
processo( 4>7T>K C-04O/ Q>)07E>, #$$M p %%#D
7mportante observação ue devemos destacar, * ue no caso da
heterointegração o procedimento será aplicado diretamente e não de forma
subsidiária, como ocorre uando da e5ist+ncia de lacuna normativa( 7sto
significa dizer ue nos casos de lacunas ontol!gicas e a5iol!gicas o C!digo de
"rocesso Civil poderá se sobrepôr @ Consolidação das 4eis do Trabalho
segundo tal entendimento(
3.3 AUTONOMIA DO PROCESSO TRABALHISTA VERSUS INTEGRAÇÃO
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NORMATIVA AMPLIATIVA OU SISTEMÁTICA
'iscutimos agora, a validade do purismo normativo trabalhista diante da
necessidade de garantir o acesso do trabalhador @ melhor jurisdição ue lhe
possa ser prestada( >sta dicotomia se apresenta no contraste entre as duasteorias de integração da norma trabalhista( Com efeito, a teoria clássica, ao
restringir a aplicação da norma do processo comum isto *, o processo civilD
aos casos de lacuna normativa positiva, acaba por aniuilar as possibilidades
ue a integração das lacunas ontol!gicas e a5iol!gicas disp;em ao operador
do direito, na busca de prestar a melhor jurisdição possível ao trabalhador(
- interpretação isolada da C4T, como se conclui, deve ser analisada e
estudada em conformidade com os princípios constitucionais da efetividade eceleridade processual, do acesso @ ordem jurídica justa, da dignidade da
pessoa do trabalhador, na melhoria da condição social do trabalhador, e,
sobretudo, da instrumentalidade do processo, visto ser este ferramenta t*cnica
ue busca um fim concreto, ou seja, aplicar o direito da melhor forma possível,
escapando portanto da razoabilidade o engessamento das possibilidades
processuais em nome de um pretenso purismo normativo(
'estacamos portanto, ue do e5posto concluímos ue a Teoria Goderna
deve ser adotada em detrimento da Teoria clássica, para assim alcançar a real
efetividade do processo e o acesso concreto do trabalhador @ justiça laboral,
ressalvando sempre ue os princípios da razoabilidade e proporcionalidade
nortearão o juiz a fim de ue não se incorra em ofensa aos princípios do devido
processo legal e da segurança jurídica(
)esta toada, a guisa de conclusão deste capítulo, citamos o parágrafo
Fnico do artigo A=8, onde a norma positiva nos guia a entendimento análogo6
O direito processual comum tamb*m poderá ser utilizado no processo do
trabalho, inclusive na fase recursal ou de e5ecução, nauilo em ue permitir
maior celeridade ou efetividade de jurisdição, ainda ue e5istente norma
previamente estabelecida em sentido contrário(
R o entendimento abraçado pelo enunciado == da %S :ornada de 'ireito
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Gaterial e "rocessual na :ustiça do Trabalho, realizada em #$$A6
'iante do atual estágio de desenvolvimento do processo
comum e da necessidade de se conferir aplicabilidade á
garantia constitucional da duração razoável do processo, osartigos A=8 e MM8 da C4T comportam interpretação conforme a
Constituição Hederal, permitindo a aplicação de normas
processuais mais adeuadas @ efetivação do direito( -plicação
dos princípios da instrumentalidade, efetividade e não
retrocesso social(:O0)-'- '> '70>7TO G-T>07-4 >
"0OC>//-4 )- :/T7- 'O T0-.-4QO, %(, #$$A,
.rasília( >nunciado( ==D
11
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4. ANÁLISE DO ARTIGO 15 DO NOVO CDIGO DE PROCESSO CIVIL
O )ovo C!digo de "rocesso Civil, trou5e inovação importantíssima para
a seara trabalhista, em seu artigo %&6 L)a aus+ncia de normas ue regulemprocessos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposiç;es deste
C!digo lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamenteL(
/em dFvida, o cerne da inovação legislativa, no ue diz respeito ao
processo trabalhista, * consignação da aplicação supletiva, al*m da subsidiária
ensejada pelo artigo A=8 da C4T(
)os pr!5imos t!picos investigaremos os conceitos de processo e
procedimento, delimitando e comparando os processos trabalhista e cível, a fim
de estabelecer conceitos fundamentais para ue se compreenda a aplicação
supletiva e subsidiária em comento(
4.1 DO ENTENDIMENTO DA AÇÃO TRABALHISTA COMO
PROCEDIMENTO ESPECIAL
"ara deslindar a ideia contida no presente título, cumpre investigar se,
efetivamente, ação trabalhista * autônoma ao processo civil( Tal ideia, de
início, poderá causar estranheza( Citamos >dilton Geireles6
)o .rasil, a ação trabalhista tem sido objeto de estudo de
forma destacada em relação ao processo civil( Hatores como
uma legislação especial disciplinando o procedimento laboral e
a e5ist+ncia de !rgãos judicantes especializados numa
estrutura org?nica autônoma, contribui para o afastamento do
processo do trabalho do denominado processo civil(G>70>4>/K >'74TO), #$%& p( =#D
-inda ue o estudo do direito processual nos leve na atualidade a ramos
em princípio autônomos e independentes, devemos ter em conta, no caso
especialíssimo do 'ireito "rocessual do Trabalho, ue em sua origem, o poder
de dizer o direito acerca das relaç;es de trabalho competiu @ magistratura
ordinária( 'esde os Fltimos B7B at* os primeiros dec+nios do s*culo BB, at* a
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revolução de %89$, o zeitgeist dominante e5cluía a possibilidade de instauração
de tribunais, !rgãos de fiscalização ou leis de caráter trabalhista, visto estar
alicerçado em uma economia rural e de mentalidade civilista, sob a vig+ncia de
uma Constituição ultraliberal, um uadro onde não se admitia tal tipo de
intervencionismo nas relaç;es entre os trabalhadores e seus empregadores,
destarte na >uropa os direitos trabalhistas estarem em plena ebulição, uma
conseu+ncia direta das ideias e movimentos de cunho mar5ista(
>ste uadro se altera a partir da revolução de %89$, com os primeiros
!rgãos jurisdicionais do trabalho, ue possuíam natureza administrativa e
poderes reduzidos( - jurisdição trabalhista se desenvolve paulatinamente, com
a criação de !rgão e estruturas ue se consolidam finalmente em %8<9 com aaprovação da Consolidação das 4eis do Trabalho, e5tremamente econômica
em termos processuais, e o estabelecimento da subsidiariedade do Ldireito
processual comumL para os casos omissos(
"odemos concluir atrav*s desta breve e superficial análise ue e5iste
uma relação fundamental entre o direito processual trabalhista e cível( >ssa
conclusão * Ftil para ue possamos compreender a ação do trabalho, em sede
de t*cnica processual, como procedimento especial( O ue se e5p;e a seguir tornará claro este entendimento(
4.1.1 CARACTER!STICAS DO PROCEDIMENTO ESPECIAL E O
PROCEDIMENTO TRABALHISTA
>ntendese como procedimento, segundo Geireles #$%&D6 LO rito
processual a ser observado em cada processo judicial, a partir da propositura
da açãoL(
O procedimento cível * dividido em duas esp*cies6 o comum e o
especial( - primeira está regulada pelo C"C, utilizado na generalidade das
lides, e a segunda esp*cie, disciplinada pelo C"C e por legislação esparsa(
O procedimento comum pode ser entendido como um LstandardL
procedimental, a ser utilizado genericamente, no sentido de ue os
procedimentos especiais retornarão a ele dada determinada condição, e nele
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serão buscados fundamentos para uaisuer lacunas( Citando -droaldo
Habrício Hurtado6
>m tema de procedimento ou rito, ou forma do processoD,
a t*cnica legislativa usual * a de começarse peladefinição de um modelo procedimental básico, destinado
@ adoção na generalidade dos casos, verdadeiro rito
padrão, para se estabelecerem depois, com base nele, as
variaç;es por supressão, acr*scimo ou modificação de
atos, donde resultarão procedimento mais ou menos
distanciados do modelo fundamental, segundo a
intensidade e o nFmero dessas alteraç;es( H0T-'OKHabrício( %88<( UebpageD
- adaptabilidade do procedimento * um corolário do princípio da
instrumentalidade do processo, pois preconiza ue o procedimento deve ser
adaptado @ realidade dos conflitos e das soluç;es buscadas(
'a premissa ue o procedimento especial * auele regido por legislação
esparsa, e em sede de subsidiariedade, pelo C"C, chegamos ao entendimento
de ue o procedimento trabalhista pode ser classificado como procedimento
especial(
0ecorrendo novamente a Geireles6
)esse sentido, a ação trabalhista, em verdade, * um
procedimento especial, disciplinado em legislação específica
esparsa, em relação ao C"CD e ue tem, inclusive,e5pressamente, as regras do procedimento comum regido pelo
C"C, como fonte subsidiária ou supletiva artigo %& do C"C de
#$%&D, desde a teoria geral do processo aos meios de
impugnação @s decis;es judiciais, tal como ocorrem em
relação aos demais procedimentos especiais disciplinados por
outras leis( >m suma, * um processo civil especial(
G>70>4>/K >'74TO), #$%&( p( ##&D
14
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)o entanto, para sustentarmos a posição de Geireles, o e5posto at* aui
não se mostra suficiente( -nalisaremos, portanto, a fim de adeuadamente
embasar tal conclusão um cotejo entre os elementos essenciais do
procedimento trabalhista e os elementos essenciais do procedimento cível, a
fim de verificar se e5iste identidade entre eles(
4.1.2 COMPARAÇÃO ENTRE ELEMENTOS ESSENCIAIS DO
PROCEDIMENTO NO PROCESSO DO TRABALHO E DOS
PROCEDIMENTOS "UDICIAIS CIVIS
"ara analisarmos os elementos essenciais dos procedimentos em tela,
utilizaremos as esp*cies estabelecidas por :aime Nuasp %8<#D6 /ujeitos,
objeto, atos, procedimento e efeitos no processo(
aD /ujeitos
)ão há o ue ser comparado uanto a esse elemento, uma vez ue os
sujeitos são uniformes em ualuer processo judicial, em ualuer seara6 o
clássico tri?ngulo encabeçado pelo !rgão incumbido de dizer o direito e as
partes em litígio como v*rtices(
bD Objeto
O objeto dos procedimentos trabalhista e cível * id+ntico a de ualuer
outro6 a tutela ou satisfação de um direito, pretensão ou demanda jurídica(
cD -tos processuais
Os procedimentos trabalhista e cível não são diferenciados, destarte em
alguns casos estejam sujeitos a regras especiais( 'e um modo geral, no
entanto, o processo do trabalho, como * sabido, utiliza o processo civil paradefinição e realização destes atos(
dD "rocedimento
-s atividades do processo trabalhista são ordenados em procedimento
de maneira análoga ao processo civil( Observase, em adendo, ue e5iste um
paralelismo substancial nos procedimentos de ambos os processos, em
especial uando comparado o processo trabalhista ao rito dos juizados
1!
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especiais(
eD >feitos
O efeito buscado por ualuer procedimento judicial * a formação da
coisa julgada, não se diferenciando entre um e outro procedimento(
Observação6 al*m dos elementos essenciais análogos, segundo a
classificação de Nuasp, citados acima, podemos tamb*m afirmar, sendo ue o
aprofundamento na mat*ria não cabe no escopo da presente investigação, ue
as regras de compet+ncia, legitimidade, capacidade, invalidade processual,
jurisdição, ação, relação jurídica processual, provas, impugnaç;es, entre outrosinstitutos processuais, não se diferenciam entre os processos trabalhista e
cível( "odese observar ue eventualmente haverá, em alguns casos, regras
especiais(
4.1.3 DA APLICABILIDADE DA TEORIA GERAL DO PROCESSO CIVIL NO
PROCESSO TRABALHISTA
>m sede da presente discussão, em ue buscamos investigar a
natureza intrínseca do processo trabalhista, passaremos @ investigação te!rica
sobre o cabimento ou não da Teoria Neral do "rocesso na seara trabalhista(
Cabe aui e5planarmos no ue consiste o processo do trabalho, despindoo da
nomenclatura e buscando sua pedra angular6
-ssim * ue o processo do trabalho * mero instrumento de
restauração da ordem jurídica, compondo o conflito laboral,
assim como o o processo civil * instrumento de satisfação do
ordenamento civil, buscando a pacificação social na esfera não
trabalhista(
>m nada o processo do trabalho se diferencia,uanto ao
conceito fundamental do processo civil,de busca da
concretização da ordem jurídica(
Outrossim, como já destacado acima, os conceitos processuais
mais fundamentais, ue tratam da ação, jurisdição e processo,
16
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em nada se diferenciam(
- e5ist+ncia de !rgãos pr!prios para apreciar a demanda
trabalhista por outro lado, não daria, por si s!, autonomia ao
processo do trabalho, at* poru+ não se pode confundir regra
de compet+ncia, com regra de processo( )ão * porue o
processo tem curso na :ustiça do Trabalho ue ele muda de
natureza( O mandado de segurança * uma demanda
mandamental, ue visa impugnar ato de autoridade,seja na
:ustiça do Trabalho, seja na :ustiça Hederal ou >stadual( /ua
natureza não muda, ainda ue a compet+ncia para apreciar a
demanda seja afeta a outro Vrgão :udiciário(
-liás, podemos destacar ue a típica demanda trabalhista a
reclamação trabalhista não passa de uma ação de cobrança
de prestaç;es pecuniárias, o mais das vezes( >la, portanto,
não se diferencia de ualuer ação ordinária de cobrança
ajuizada na justiça comum, salvo uanto ao rito e compet+ncia(
G>70>4>/K >'74TO) #$%&D
Os ensinamentos do eminente autor, acima descritos, nos orienta no
entendimento de ue o procedimento trabalhista * perfeitamente compatívelcom o procedimento cível( Como rito t*cnico, não há ue se falar ue o
processo trabalhista seja de natureza diversa do processo civil(
4.1.4 PRINC!PIOS DO PROCESSO DO TRABALHO E SUA
COMPATIBILIDADE COM OS PRINC!PIOS DO PROCESSO CIVIL.
aD "rincípio da "roteção
O princípio material do trabalho ue o diferencia das outras searas * oprincípio da proteção ao hipossuficiente, ou de desigualdade na relação
trabalhista, princípio este ue modulado ao processo trabalhista se traduz pelo
princípio da finalidade social do processo do trabalho, ue concede ao
trabalhador prerrogativas a fim de euilibrar a relação entre trabalhador e
empregado(
O princípio protetivo, no entanto, não * e5clusivo do processo
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trabalhista, pois ainda ue tenha objeto de proteção diferenciado, está
presente, por e5emplo, nas relaç;es consumeristas, inclusive, com a inversão
do ônus da prova( O novo C"C, inclusive, nos apresenta variadas regras ue
visam proteger o demandante vulnerável, como o caso do alimentando uanto
ao foro competente para a demanda de alimentos, al*m da prerrogativa do
idoso para prefer+ncia na ordem das demandas ajuizadas(
bD Outros "rincípios
Outros princípios são patentemente comum @s searas processuais
trabalhistas e cíveis, tais como6 o princípio da oralidade, e os princípios
dispositivo, inuisitivo, da conciliação, da economia processual, da
concentração, ainda ue variem em sua +nfase(
4.2 CONCEITUANDO REGRA SUPLETIVA E REGRA SUBSIDIÁRIA
Como já * de nosso conhecimento, o pol+mico artigo %& do C!digo de
"rocesso Civil de #$%& disp;e ue suas normas sejam aplicadas supletiva e
subsidiariamente ao processo trabalhista( Cumpre, pois, no prosseguimento do
presente estudo, conceituar o ue vem a ser regra supletiva e regra subsidiária,
a fim de distinguilas apropriadamente e compreender sua incid+ncia,solucionando no processo a uestão da incid+ncia da regra processual civil
mesmo na aus+ncia de lacuna da C4T( )osso entendimento partirá de citação
do >5celentíssimo /r( 'eputado >fraim Hilho #$%#D, autor da proposta
legislativa ue incluiu no projeto do C"C de #$%& a e5pressão LsupletivaL, em
te5to contido em seu relat!rio para a comissão especial responsável por
proferir parecer acerca do então projeto de lei n(I =($#& de #$$& /enado
HederalD6 L-plicação subsidiária visa o preenchimento de lacunaK aplicação
supletiva, á complementação normativa(L
"ara ue possamos alcançar um entendimento do Lbac2groundL da
uestão ue nos acerca, recorreremos novamente a Geireles6
'e ualuer forma, podemos nos valer da ideia do ue seria
uma omissão absoluta ou integralD e uma omissão relativa
parcialD para apontar essa diferença, isso porue o pr!prio
artigo %& do novo C"C estabelece ue somente Lna aus+ncia
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normas((((as disposiç;es deste C!digo lhes serão aplicadas
supletiva e subsidiariamenteL( - omissão, portanto, deve
ocorrer tanto para a ocorr+ncia da regra supletiva, como para a
regra subsidiária(G>70>4>/K >'74TO), #$%&D
)este diapasão, evouemos o te5to da justificativa do pr!prio projeto de
lei ue instituiu a alteração ue introduziu o uso supletivo das regras civis na
seara trabalhista, em sua justificação, de autoria do então 'eputado Hederal
0einaldo -zambuja "/'.WG/D6
:ustificase a alteração redacional do citado dispositivo porue,
como * de pleno conhecimento dos operadores do direito ue o
processo trabalhista * lacunoso, em especial no cumprimento
e5ecuçãoD da sentença ou do ac!rdão, sendo ue neste caso
específico em sido utilizada a 4ei nI =(M9$WM$ 4ei da >5ecução
HiscalD, ue causa, com muita freu+ncia, muita celeuma e
confusão( -crescentamos o termo LsubsidiariamenteL, visando
uma maior aplicabilidade do dispositivo, em especial uanto ao
e5posto acima( Com freu+ncia, os termos Laplicação
supletivaL e Laplicação subsidiáriaL, t+m sido usados como
sinônimos, uando na verdade não o são6 -plicação
/ubsidiária significa integração da legislação subsidiária na
legislação principal, de modo a preencher os claros e as
lacunas da lei principal( :á a -plicação supletiva ou
complementar ocorre uando uma lei completa a outra(
-X-G.:-, 0>7)-4'O, #$%%D
Concluímos pelo ue se e5trai do e5posto pela seguinte síntese,
portanto6 a utilização subsidiária * auela em ue se integra a legislação
trabalhista usando no ue couber a legislação processual civil, pontualmente,
enuanto o uso supletivo * auele onde ocorre a complementação da norma
trabalhista por meio da norma processual civil(
>ste conceito complementar empresta suporte aos operadores do direito
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ue sustentam a possibilidade o uso do C!digo de "rocesso Civil no lugar da
C4T uando auele for mais c*lere ou adeuado( O princípio da norma mais
favorável e da instrumentalidade das formas tamb*m pode ser utilizado como
suporte ao uso de dispositivos e institutos do processo civil em lugar dos
nativos trabalhistas, nos casos em ue houver vantagem real para o processo(
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5. MUDANÇAS NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTAS ORIUNDAS DA
VIG#NCIA DO CPC DE 2$15
5.1 AS MUDANÇAS NO PRINC!PIO DO CONTRADITRIOO )ovo C!digo de "rocesso Civil introduz uma inovação crucial, contido
na redação do seu artigo %$I, ue declara6
O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do ual não se tenha dado @s partes
oportunidade de se manifestar, ainda ue se trate de mat*ria
sobre a ual deva decidir de ofício(.0-/74, #$%&D
/e depreende da injunção legal a intenção do legislador de evitar as
colouialmente chamadas Ldecis;es surpresaL, ou seja, evitar decis;es sem
ue as partes tenham tido pr*via ci+ncia da uestão, seja elas factuais o ou
iminentemente jurídicas(
O ponto * relevante, por ser o contradit!rio princípio fundamental para a
e5ist+ncia do >stado 'emocrático de 'ireito, ue tem na Constituição Hederal
sua pedra de prumo( 'essa forma, o C!digo de "rocesso Civil de #$%&preconiza a ampla adeuação do processo aos liames constitucionais,
legitimandoo e5tirpando lhe a possibilidade da falha constante observável nas
decis;es idiossincráticas(
-inda ue o corolário da ampla defesa e contradit!rio seja nominal e
amplamente aceita pela comunidade judiciária, não raros são os casos em ue
as partes são surpreendidas por julgados em ue os pontos de fato ou de
direito não foram previamente ou adeuadamente discutidas na lide, emespecial na seara trabalhista, em desfavor, em especial, dos empregadores,
visto a especial liberdade dada ao :uiz do trabalho para a produção de provas
e efetivação de dilig+ncias ue julgar necessárias(
'oravante, portanto, deverá o processo do trabalho, diante do artigo %$I
do C!digo de "rocesso Civil de #$%&, discutir cogentemente os pontos de fato
e de direito ue vierem a balizar as decis;es, sob pena de ensejarem recursos
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ue as anulem(
Observese ue ao contradit!rio necessário inclui auelas decis;es
concernentes @ mat*ria cognoscível e5officio(
Os artigos 8I e o supracitado %$I, determinam e5pressamente a
necessidade do :uiz, independente do grau de jurisdição, ofereça a
oportunidade de contradit!rio @ parte afetada, antes de prolatar ualuer
decisão, no diga respeito @ mat*ria decidida( )otese ue o procedimento *
ausente no C!digo de "rocesso Civil de %8A9, consistindo em inovação
processual in*dita(
Concluise do e5posto, ue as inovaç;es no contradit!rio apresentam
cunho de harmonização constitucional, proporcionando um aperfeiçoamento
na din?mica processual ao garantir ampla participação das partes(
5.2 O NOVO MODELO DE COOPERAÇÃO TRIBUNAL%PARTES E VICE
VERSA
- relação piramidal processual sofreu alteraç;es no ue tange ao
modelo de cooperação entre as partes e o Tribunal, assim como ente o
Tribunal e as partes( "ara ue possamos tomara ci+ncia do alcance dessa
mudança, vejamos o inteiro teor do artigo =$ do C!digo "rocessual Civil de
#$%&, ue disciplina a mat*ria, estabelecendo a necessária cooperação
processual6
-rt( =I Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si
para ue se obtenha, em tempo razoável, decisão de m*rito
justa e efetiva( .0-/74, #$%&D
Tal dispositivo indica o dever dos agentes processuais, sejam :uízes,
advogados, partes,defensores ou promotores, a cooperarem, sempre tendo
em vista satisfazer o interesse comum de tornar o processo c*lere, eficiente e
justo, atingindo os objetivos precípuos da prestação jurisdicional( R claro por
esse enunciado ue esta determinação está de acordo com os objetivos e
princípios do processo laboral, devendo integrar harmoniosamente a
legislação processual trabalhista(
22
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O tema, no entanto, não * estranho @ doutrina em absoluto( >sta discute
a cooperação partes Tribunal na forma de direitos e deveres recíprocos( >stes
deveres, no ue concerne @s partes em relação ao Tribunal, podem ser
resumidos no dever de observar o princípio da .oa H* Objetiva( Hredie 'idier
:r( nos fornece a e5plicação necessária para ue possamos definir e
compreender o ue seria a .oa H* Objetiva "rocessual no ?mbito do antigo
processo Civil6
Os sujeitos do processo devem comportarse de acordo com a
boaf*, ue, nesse caso, deve ser entendida como uma norma
de conduta boaf* objetivaD >sse * o princípio da boaf*
processual, ue se e5trai do te5to do inciso 77 do art( %< doC"C6 -rt( %<( /ão deveres das partes e de todos aueles ue
de ualuer forma participam do processo6 YD 77 Z proceder
com lealdade e boaf*('7'7>0, Hredie :r( >ditorial <&(
'isponível em http6WW111(frediedidier(com(brWeditorialWeditorial
<&W( -cesso em6 %$W$%W#$%&D
O C!digo processual de #$%&, disciplina a mat*ria no seu artigo &I6
-rt( &I -uele ue de ualuer forma participa do processodeve comportarse de acordo com a boaf*( .0-/74, #$%&(
'isponível em6 http6WW111(planalto(gov(brWccivil[$9W[-to#$%&
#$%MW#$%&W4eiW4%9%$&(htm\art%$<=( -cesso em6 %$W$%W#$%&D
Como corolário a disposto no artigo &I, temos o conteFdo do artigo AA6
-rt( AA -l*m de outros previstos neste C!digo, são deveres das
partes, de seus procuradores e de todos aueles ue de
ualuer forma participem do processo6
7 e5por os fatos em juízo conforme a verdadeK .0-/74, #$%&(
'isponível em6 http6WW111(planalto(gov(brWccivil[$9W[-to#$%&
#$%MW#$%&W4eiW4%9%$&(htm\art%$<=( -cesso em6 %$W$%W#$%&D
O te5to deste dispositivo insere de forma direta e sem rodeios o dever
processual da parte de agir com veracidade perante o juízo, estabelecendo
obrigação concreta e indel*vel(
23
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- cooperação do Tribunal para com as partes, por sua vez, acontece na
forma de obrigaç;es dauele para com este( - doutrina classifica estes deveres
da seguinte forma6
% >sclarecimento6 >ste dever indica a necessidade do :uiz justificar oindeferimento da produção de uaisuer provas e5pressamente solicitadas
pela parte( - parte, por sua vez, deverá oferecer justificativa ao :uízo de
poru+ compreende necessária a produção de tal prova( R portanto um dever
de mão dupla na relação de cooperação entre as partes do processo(
# "revenção6 O :uiz tem o dever de prevenir as partes sobre os atos
ue estas estão praticado dentro do processo e suas conseu+ncias, a fim de
não pairar dFvidas e evitar euívocos, de forma ue as partes tenham aoportunidade de aperfeiçoar suas alegaç;es e manifestaç;es(
9 Consulta6 O :uiz tem o dever de oferecer @ parte oportunidade de se
manifestar antes de proferir ualuer decisão(
< -u5ílio6 O :uiz deverá empenhar seus melhores esforços para
remover uaisuer obstáculos ue possam obstar as partes a obter os
objetivos ue a moveram a buscar a prestação jurisdicional(
'evemos observar ue foi oportuna a positivação no novo c!dice
processualista da obrigação de cooperação entre as partes para obtenção do
processo efetivo e c*lere, em especial no ue tange @ atuação do juízo( 7sto
poru+ o princípio da cooperação nem sempre foi observado com o alcance
adeuado nas lides, em função da tend+ncia dos Gagistrados a engessarem
sua atuação em função do dever de imparcialidade( Com efeito, o receio de
ferir a necessária imparcialidade * sanada pela presente positivação, ueobriga o magistrado a atuar encontrando na sua prestação jurisdicional o meio
termo necessário para alcançar a cooperação sem comprometer a
imparcialidade(
5.3 A GARANTIA DA DECISÃO DE M&RITO
O C!digo "rocessual Civil de #$%& introduz dispositivo ue contempla a
parte com o direito @ solução integral do m*rito garantido( - norma traz @ baila
24
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em seu bojo discuss;es importantíssimas, levandose em consideração ue a
problemática envolvida inclui princípios como o da instrumentalidade e o da
razoável duração do processo(
4evantase a uestão da forma ue este postulado influirá na práticaprocessual, ainda ue este uestionamento, de forma aprofundada, fuja ao
escopo do presente trabalho(
Gas, mesmo por mera curiosidade intelectual, e em sede de suscitar
uest;es relevantes, levantemos o seguinte uestionamento6 nos casos em
ue o processo possua defici+ncias formais saneáveis, estará o :uiz adstrito ao
dever de sanálas de ofício a fim de obedecer ao direito @ solução integral de
m*rito] Tal interpretação seria consonante com o princípio dainstrumentalidade das formas( )a prática trabalhista presente, observase a
e5tinção sistemática de feitos em ue se observa falha formal, ainda ue
supostamente mínimas( - uestão do preparo, analisada individualmente
adiante, * um e5emplo claro(
Joltemos nossa atenção @ integra do dispositivo legal em telaK artigo <I6
L-s partes t+m o direito de obter em prazo razoável a solução integral do
m*rito, incluída a atividade satisfativaL .0-/74, #$%&D
O artigo <I estabelece portanto @s partes6
% O direito de obter a solução integral do m*rito, incluída a atividade
satisfativaK
# O direito de obter tal solução integral de m*rito em prazo razoável(
- inovação tem clara característica de integração principiol!gica,
consistindo claramente em positivação de princípios, no caso, de forma
e5plícita e clara, ao "rincípio da 0azoável 'uração do "rocesso, e de
forma subjacente, o "rincípio da 7nstrumentalidade "rocessual visto o
processo ser um meio para a obtenção de um fim, no caso, a solução integral
do m*rito( - lei processual portanto oportunamente positiva os princípios
anteriormente citados, cogendo o :uiz a empregar todos os esforços ao seu
alcance para permitir a integral decisão de m*rito( /e este esforço vir a se
2!
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consubstanciar em menor apego @ forma processual, * algo ue será
doravante visto pela prática forense diária(
7mporta ainda coadunar ue o postulado se harmoniza completamente
@ natureza processual trabalhista, cuja natureza de prestação alimentícia dodireito material a ue se refere, enfatiza a sua necessidade satisfativa na
prestação jurisdicional( O mesmo, por !bvio, pode ser dito @ necessidade de
ue tal decisão de m*rito satisfativa de natureza alimentícia se d+ em prazo
hábil, visto a celeridade processual estar entre as características mais
relevantes do processo do trabalho(
5.4 DO AGRAVO DE INSTRUMENTO E SUAS ALTERAÇ'ES
O artigo 88<, inciso 77, do novo c!digo mant*m o -gravo de 7nstrumento
como esp*cie recursal( Caberá contra as decis;es de natureza interlocut!ria
elencadas nos incisos ta5ativos e e5austivos indigitados no artigo %($%& do
referido diploma, assim como nas decis;es interlocut!rias prolatadas em sede
de liuidação ou cumprimento de sentença, no processo de e5ecução e no
processo de inventário(
'essa forma, dei5a de ser cabível o -gravo de 7nstrumento em decis;es
interlocut!rias uaisuer, passando a ser cabível unicamente nas situaç;es
elencadas no rol ta5ativo supracitado(
O prazo para interposição tamb*m foi alterado, passando de %$ dias
para %& dias, um acr*scimo dilat!rio de & dias(
)o caso de petição eletrônica, a aus+ncia de juntada de c!pia da
petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e darelação dos documentos ue instruíram o recurso não caracterizará elemento
ue obste o conhecimento do recurso( )o entanto, não sendo eletrônicos os
autos, deverão ser ane5ados tais documentos, sob pena de não conhecimento(
)o entanto, neste uesito de admissibilidade * ue se encontra inovação
mais singular, pois mesmo na aus+ncia de documentos, o juízo deverá
observar o disposto no artigo 89#, parágrafo Fnico, não podendo denegar o
26
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conhecimento do -gravo de 7nstrumento de plano6 L"arágrafo Fnico( -ntes de
considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de & cincoD dias
ao recorrente para ue seja sanado vício ou complementada a documentação
e5igívelL(
Observese, finalmente, ue está e5tinta a possibilidade de conversão
do -gravo de 7nstrumento por 0etido, na situação do artigo &#, inciso 77, pelo
simples fato de este instituto recursal restar e5tinto no novo c!dice processual(
/obe ainda para %& dias o prazo para manifestação do Ginist*rio
"Fblico, nos casos em ue seja necessária a sua manifestação, ap!s
intimação, ue deverá ser realizada preferencialmente por meio eletrônico(
Euestionase por fim o destino recursal para auelas decis;es
interlocut!rias possíveis de causar imediato gravame de difícil ou impossível
reparação @ parte, e ue não sejam possíveis de ser combatidas com agravo
de instrumento( )estes casos, a preliminar de apelação ver >5tinção do
-gravo 0etidoD deverá ser desde logo submetida ao e5ame do tribunal
competente para conhecer da apelação, seja pelo instituto do Gandado de
/egurança, seja pela impetração de Correição "arcial(
5.5 DA E(TINÇÃO DO AGRAVO RETIDO
O -gravo 0etido foi e5tinto no C!digo de "rocesso Civil de #$%&( -ssim,
as decis;es interlocut!rias não combatíveis por meio de manejo de -gravo de
instrumento, ou seja, ausentes do rol e5austivo do artigo %$%& do novo c!dice,
poderão ser impugnadas por meio de preliminar de apelação6
-rt( %($$8( 'a sentença cabe apelação(
^ %o -s uest;es resolvidas na fase de conhecimento, se a
decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento,
não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em
preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a
decisão final, ou nas contrarraz;es( .0-/74, #$%&( 'isponível
em6http6WW111(planalto(gov(brWccivil[$9W[-to#$%&#$%MW#$%&W4eiW
4%9%$&(htm\art%$<=( -cesso em6 %$W$%W#$%&D
27
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- preliminar de apelação, no entanto, não * uma nova nomenclatura
para o agravo retido, pois * instituto a ser manejado contra as decis;es
interlocut!rias não cabíveis de agravo de instrumento, e não contra decis;es
interlocut!rias ue não possuam urg+ncia, ou seja, ue não sejam suscetíveis
de causar prejuízo grave de difícil ou impossível reparação( -inda ue na
prática, esta diferenciação não seja relevante, conv*m ao operador do direito
conhecer tal sutileza processual(
5.6 PREPARO E DESERÇÃO NO CASO DE ERRO DE PREENCHIMENTO)
O C!digo "rocessual Civil de #$%& apresenta inovação ue derroga o
entendimento contido na O: %<$ do T/T, sobre a deserção em casos dediferença ínfima no uantum do preparo( 0eza a O: em tela6
%<$( '>"V/7TO 0>C0/-4 > C/T-/( '7H>0>)-
P)H7G-( '>/>0_O( OCO00`)C7- nova redaçãoD ':
#$($<(#$$&6 Ocorre deserção do recurso pelo recolhimento
insuficiente das custas e do dep!sito recursal, ainda ue a
diferença em relação ao LuantumL devido seja ínfima,
referente a centavos(.0-/74, #$$&('isponível em6http6WW1119(tst(jus(brWjurisprudenciaWO:[/'7[%Wn[s%[%#%(htm(
-cesso em6 %$W$%W#$%&D
)ão * o caso de uantitativos significativamente insuficientes, ue
permanecem como razão para a deserção do recurso( )o entanto, o novo
c!digo processual absolve da deserção os casos em ue haja erro de
preenchimento6
-rt( %($$A( )o ato de interposição do recurso, o recorrente
comprovará, uando e5igido pela legislação pertinente, o
respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,
sob pena de deserção
^ Ao O euívoco no preenchimento da guia de custas não
implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator,
28
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na hip!tese de dFvida uanto ao recolhimento, intimar o
recorrente para sanar o vício no prazo de & cincoD dias(
.0-/74, #$%&( 'isponível em6
http6WW111(planalto(gov(brWccivil[$9W[-to#$%&
#$%MW#$%&W4eiW4%9%$&(htm\art%$<=( -cesso em6 %$W$%W#$%&D
Ora, o erro ínfimo no uantitativo centavosD deverá doravante ser
interpretado como erro de preenchimento, devendo o juízo oferecer @ parte
prazo para saneamento do erro, evitando dessa forma ue o recurso seja
invalidado( R uma inovação ue preza pelo bom senso e pela cooperação
processual, preservando a parte de prejuízos em virtude de erro processual de
menor vulto(
5.7 INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE "UR!DICA
-t* o advento do novo C!digo de "rocesso Civil, o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica, importantíssimo nas fases de
cumprimento de sentença, em especial no processo trabalhista, ante @
necessária satisfação dos alimentos devidos ao trabalhador, não havia sido
contemplado com legislação ue positivasse sua instrumentalidade( 'essa
forma, o procedimento para o incidente foi aplicado durante anosfundamentandose em jurisprud+nciaK tal realidade, no entanto, ensejava
inFmeras distorç;es, seja pela oscilação da jurisprud+ncia, seja pela
permissividade da livre interpretação do :uiz( O C!dice de #$%& preenche essa
lacuna, garantindo assim a segurança jurídica e contribuindo para a
uniformidade dos procedimentos processuais(
- pessoa jurídica, conforme conceito sucinto ue nos outorga Hrancesco
Herrara %8#8D, são Lorganizaç;es sociais para obtenção de uma finalidadeL,
ou ainda, segundo Niorgio Niorgi, consiste em uma
nidade jurídica ue resulta de uma coletividade humana
ordenada de maneira estável para uma ou mais finalidades
privadas ou de utilidade pFblica, poruanto * distinta de cada
um dos indivíduos a comp;e, e dotada da capacidade de
possuir e de e5ercer adversus omnes os direitos patrimoniais,
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de acordo com a sua natureza com o subsídio e o incremento
do 'ireito "Fblico( N7O0N7K N7O0N7O( %8%9, p( =AMD
-ssim, a pessoa jurídica possui patrimônio pr!prio, ue irá responder
pelas suas obrigaç;es em juízo( )o entanto, em não raros casos, os s!ciosconstituintes de tais pessoas jurídicas incidem em práticas classificadas como
abuso da personalidade jurídica, utilizamse de subterfFgios a fim de ocultar o
patrimônio, ou ainda, uando o patrimônio desta for insuficiente para responder
por suas obrigaç;es( )estes casos, deverá o juiz proceder @ desconsideração
da personalidade jurídica e atingir o patrimônio dos s!cios, a fim de satisfazer o
uantum devedor(
>stas duas situaç;es correspondem a duas teorias referentes aoinstituto em tela, ue por sua vez estão consubstanciadas por dois dispositivos
de direito material distintos( Jejamos uais são estas teorias6
%I D Teoria Gaior artigo &$ do C!digo CivilD6
-rt( &$( >m caso de abuso da personalidade jurídica,
caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão
patrimonial, pode o juiz decidir, a reuerimento da parte,
ou do Ginist*rio "Fblico uando lhe couber intervir no
processo, ue os efeitos de certas e determinadas
relaç;es de obrigaç;es sejam estendidos aos bens
particulares dos administradores ou s!cios da pessoa
jurídica( .0-/74, #$$#( 'isponível em 6
http6WW111(planalto(gov(brWccivil[$9WleisW#$$#W4%$<$=(htm(
-cesso em6 %$W$%W#$%&D
#I D Teoria Genor artigo #M, ^ &I do C!digo de 'efesa do ConsumidorD6
-rt( #M( O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da
sociedade uando, em detrimento do consumidor, houver
abuso de direito, e5cesso de poder, infração da lei, fato ou ato
ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social( -
desconsideração tamb*m será efetivada uando houver
fal+ncia, estado de insolv+ncia, encerramento ou inatividade da
3
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pessoa jurídica provocados por má administração( .0-/74,
%88$( 'isponível em6
http6WW111(planalto(gov(brWccivil[$9W4eisW4M$AMcompilado(htm(
-cesso em6 $<W$%W#$%&D
>stabelecido a natureza do direito material a ser satisfeito, nos voltemos
para a inovação legislativa ue disciplina a forma com o este direito material
prevalecerá6
-rt( %99( O incidente de desconsideração da personalidade
jurídica será instaurado a pedido da parte ou do Ginist*rio
"Fblico, uando lhe couber intervir no processo(
^ %I O pedido de desconsideração da personalidade jurídicaobservará os pressupostos previstos em lei(
^ #I -plicase o disposto neste Capítulo @ hip!tese de
desconsideração inversa da personalidade jurídica(
-rt( %9<( O incidente de desconsideração * cabível em todas
as fases do processo de conhecimento, no cumprimento de
sentença e na e5ecução fundada em título e5ecutivo
e5trajudicial(^ %I - instauração do incidente será imediatamente
comunicada ao distribuidor para as anotaç;es devidas(
^ #I 'ispensase a instauração do incidente se a
desconsideração da personalidade jurídica for reuerida na
petição inicial, hip!tese em ue será citado o s!cio ou a pessoa
jurídica(
^ 9I - instauração do incidente suspenderá o processo, salvona hip!tese do ^ #o(
^ <I O reuerimento deve demonstrar o preenchimento dos
pressupostos legais específicos para desconsideração da
personalidade jurídica(
-rt( %9&( 7nstaurado o incidente, o s!cio ou a pessoa jurídica
será citado para manifestarse e reuerer as provas cabíveis no
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prazo de %& uinzeD dias(
-rt( %9=( Concluída a instrução, se necessária, o incidente será
resolvido por decisão interlocut!ria(
"arágrafo Fnico( /e a decisão for proferida pelo relator, cabeagravo interno(
-rt( %9A( -colhido o pedido de desconsideração, a alienação
ou a oneração de bens, havida em fraude de e5ecução, será
ineficaz em relação ao reuerente(.0-/74, #$%&( D
>m sede de síntese do e5posto, o procedimento se constituirá da
seguinte seu+ncia6 - parte ou o Ginist*rio "Fblico fará reuerimento de
7ncidente de "ersonalidade :urídica ao :uiz, ue o receberá analisando os
pressupostos de admissibilidade( "resentes os pressupostos e admitido o
reuerimento, o :uiz o o deferirá, procedendo @ suspensão do feito, @ citação
dos s!cios e conseuentemente, prolatará a decisão de natureza interlocut!ria,
negativa ou positiva, de desconsideração da personalidade :urídica(
Observemos ue o processo trabalhista admitirá a desconsideração da
personalidade jurídica tanto com esteio na Teoria Gaior uanto na Genor( -
prioridade da seara laborista * satisfazer a prestação dos alimentos devidos ao
trabalhador(
Outra uestão ue suscitamos, mas ue não será solucionada no
presente trabalho, por não caber ao seu escopo e sim a legislador, * a uestão
da suscitação de Ofício do 7ncidente de desconsideração da personalidade
jurídica( >sta suscitação de ofício não * prevista no novo c!dice processual
civil, no entanto, devemos considerar a natureza diversa do 'ireito do Trabalho,
ue possui natureza alimentar e onde o :uiz possui ampla liberdade para
tutelar o direito do trabalhador vulnerável e hipossuficiente( >ntendemos ue a
prática deverá, mor dos casos, uma adeuação mais org?nica, onde o :uiz
venha a provocar a parte para ue esta reueira o incidente de
desconsideração da personalidade jurídica( -ssim, nos casos em ue a parte
não pleitear a desconsideração, poderá o :uiz emitir despacho ue instrua a
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parte @ efetuar o reuerimento necessário(
5.* +UNDAMENTAÇÃO DAS DECIS'ES
- fundamentação das decis;es * elemento intrínseco do >stado'emocrático de 'ireito em sua face jurisdicional, consignado e forma indel*vel
Constituição Hederal do .rasil ora em vig+ncia, por meio do seu artigo 89,
inciso 7B, acorde com o te5to originado da >menda Constitucional <& de #$$<,
ipsis literis6
todos os julgamentos dos !rgãos do "oder :udiciário serão pFblicos, e
fundamentadas todas as decis;es, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar
a presença, em determinados atos, @s pr!prias partes e a seus advogados, ou
somente a estes, em casos nos uais a preservação do direito @ intimidade do
interessado no sigilo não prejudiue o interesse pFblico @ informaçãoK
- inovação legislativa trazida @ baila pelo c!dice processual civil de
#$%&, no ue se refere @ fundamentação das decis;es, * o estabelecimentode norma positiva ue estabelece, sem margens @ controv*rsia, o ue o
'ireito doravante considerará como decisão fundamentada ou não( -t* o
momento, não e5istia uaisuer legislação de semelhante natureza, ue
cogesse o juízo a acatar par?metros de fundamentação uniformes e
positivados, restando assim inFmeras decis;es consistentes em verdadeiros
pastiches de jurisprud+ncia, e não menos vezes, em decis;es superficiais ue
não atacam de forma consistente as raz;es de fato e de direito discutidas nalide processual, consistindo uase completamente em meras reproduç;es de
dispositivos legais(
-nalisemos o dispositivo do ^ %I do artigo <M8, ue estabelece os
elementos necessários para ue se considere fundamentada a decisão
judicial6
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^ %o )ão se considera fundamentada ualuer decisão judicial, seja ela
interlocut!ria, sentença ou ac!rdão, ue6
7 se limitar @ indicação, @ reprodução ou @ paráfrase de ato normativo, sem
e5plicar sua relação com a causa ou a uestão decididaK
77 empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem e5plicar o motivo
concreto de sua incid+ncia no casoK
777 invocar motivos ue se prestariam a justificar ualuer outra decisãoK
7J não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em
tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgadorK
J se limitar a invocar precedente ou enunciado de sFmula, sem identificar
seus fundamentos determinantes nem demonstrar ue o caso sob julgamento
se ajusta @ueles fundamentosK
J7 dei5ar de seguir enunciado de sFmula, jurisprud+ncia ou precedente
invocado pela parte, sem demonstrar a e5ist+ncia de distinção no caso em
julgamento ou a superação do entendimento(
- norma * de ultra relev?ncia, pois tem o condão de eliminar as brumas
ue acobertam inFmeras decis;es com fundamentação carente da devida
elaboração, ue tem prejudicado historicamente o direito material pleiteado
pelos jurisdicionados, tanto na seara cível uanto na seara trabalhista(
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6. CONCLUSÃO
"elo e5posto nos capítulos anteriores, concluímos ue e5iste perfeita
conson?ncia do novo uso supletivo do C!digo de "rocesso Civil no "rocesso
do Trabalho, com as melhores práticas a serem adotadas na seara
processualista do trabalho, com foco na efetiva prestação jurisdicional( >ste
entendimento foi eficazmente justificado atrav*s da análise do fenômeno da
integração normativa e das características do uso subsidiário e supletivo, nos
levando @ conclusão de ue haverá o uso supletivo e subsidiário do C!digo de
"rocesso Civil vigente nas seguintes situaç;es6
Omissão da Consolidação das 4eis do Trabalho lacunas normativas
ontol!gicas e a5iol!gicasDK compatibilidade das normas do processo civil com
os princípios e particularidades do 'ireito "rocessual do TrabalhoK
- aplicação supletiva e subsidiária do C!digo de "rocesso Civil,
conforme disposto no artigo %& deste diploma, são compatíveis com os artigos
A=8 e MM8, da Consolidação das 4eis do Trabalho(
Euando as normas do processo civil forem mais efetivas ue a
Consolidação das 4eis do Trabalho, serão estas aplicadas ao processo dotrabalho, ainda ue a legislação trabalhista não seja omissa( "ara ue essa
prerrogativa de efetividade tenha efeito, no entanto, o dispositivo processual
civil deverá ser compatível com os princípios do processo do trabalho(
Tendo como baliza sempre a efetividade da justiça, em ue o processo
deve ser maleável( mas confiável para buscar antes a melhor prestação
jurisdicional, e depois a ret!rica das formas, e no ?mbito da dial*tica acerca do
uso supletivo e subsidiário, * ue evocamos o entendimento de 4uiz Nuilherme
Garionei6
- concretização da norma processual deve tomar em conta as
necessidades de direito material reveladas no caso, mas a sua
instituição decorre, evidentemente, do direito fundamental @
tutela jurisdicional efetiva( O 4egislador atua porue * ciente de
ue a jurisdição não pode dar conta das variadas situaç;es
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concretas sem a outorga de maior poder e mobilidade, ficando
o autor incumbido da identificação das necessidades concretas
para modelar a ação processual, o juiz invertido do poder dever
de, mediante argumentação pr!pria e e5pressa na
fundamentação de sua decisão, individualizar a t*cnica
processual capaz de permitirlhe a efetiva tutelado direito( - lei
processual não pode antever as verdadeiras necessidades de
direito material, uma vez ue estas não apenas se transformam
diariamente, mas igualmente assumem contornos variados,
conforme os casos concretos( 'iante disso, chegouse
naturalmente @ necessidade de uma norma processual
destinada a dar aos jurisdicionados e ao juiz o poder de
identificar, ainda ue dentro de sua moldura, os instrumentos
processuais adeuados @ tutela dos direitos(G-07O)7, 4uiz
Nuilherme( - legitimidade da atuação do juiz a partir do direito
fundamental @ tutela jurisdicional efetiva( 'isponível em6
111(marinoni(adv(br( -cesso em6 $9W%$W#$%&D
Concluímos, sobre as modificaç;es introduzidas, ue possuem como
principal característica a efetivação da constitucionalização do processo( /eja
na fundamentação das decis;es, seja na garantia da decisão de m*rito, seja
nas ben*ficas alteraç;es na processualidade do princípio do contradit!rio, o
legislador buscou elaborar normas processuais com ampla e desejada
harmonização com os princípios estabelecidos pela Carta Gaior(
7. RE+ER#NCIAS BIBLIOGRÁ+ICAS
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