material biologico
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PROTOCOLO DE NOTIFICAÇÃO E INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO COM EXPOSIÇÃO A MATERIAIS BIOLÓGICOS
dirco.ufu.br
Proposta Metodológica
A Metodologia ativa Aula online autoinstrutiva Leitura de textos FAQ (Frequently Asked Questions) –
Perguntas frequentes Avaliação
Informações ao aluno(a) Este curso tem uma carga horária de 30 h por módulo,
com duas vídeos-aulas com cerca de 45’ e 35’ (minutos) cada uma, incluindo o tempo para estudo da aula, leitura dos textos e avaliação.
Você poderá fazer o seu planejamento de estudo; mas, deverá cumprir todas as etapas requeridas no período estabelecido nas normas do curso.
A nota mínima para a certificação do módulo é 7 (sete); você tem direito a três tentativas na sua avaliação.
Caso não alcance a média não receberá a certificação no curso.
Apresentar orientações sobre notificação e investigação de casos de acidente de trabalho com exposição a material biológico nas unidades de saúde para o desenvolvimento das ações de vigilância à saúde.
Objetivos
Consideram-se agentes biológicos: bactérias, vírus, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, entre outros.
Exposição a materiais biológicos:
Neste módulo trataremos do acidente com exposição aos materiais biológicos com destaque para os profissionais de saúde, mas é importante salientar que a exposição aos riscos biológicos ocorre também nos serviços de esgotos, na coleta e industrialização de lixo urbano, nos cemitérios, nos serviços veterinários, nos matadouros, nos frigoríficos e na manipulação de carnes e alimentos “in natura”, dentre outros. Mais informações sobre outros agentes de exposição ocupacional? Consulte o material de apoio!
FILME - Acidente com materiais biológicosAssistam ao filme disponível no material de apoio e após a leitura desse módulo, façam seus comentários no fórum de dúvidas.
Para efeito de notificação do protocolo a ser abordado trataremos dos:
“Acidentes que ocorrem com profissionais que sofrem exposição a materiais biológicos com risco de soroconversão pelos vírus da Aids (HIV), Hepatite B (HBV) e Hepatite C (HCV), em seus locais de trabalho”.
O que são Acidentes de Trabalho com Exposição a
Materiais Biológicos?
Conforme o protocolo que estamos abordando a população exposta são todos os profissionais e trabalhadores que atuam, direta ou indiretamente, em atividades onde há risco de exposição ao sangue e a outros materiais biológicos, incluindo aqueles profissionais que prestam assistência domiciliar e atendimento pré-hospitalar.
Quem são os expostos
Quem são os expostos
Observar que nos serviços de saúde outros trabalhadores também são expostos, a exemplo dos trabalhadores em serviços gerais, limpeza e lavanderia. Trabalhadores em atividades de transporte de amostras de materiais biológicos para laboratórios, como motoboys e correios, eventualmente poderão sofrer acidentes com exposição.Vale lembrar, como foi citado antes, que outras categorias de trabalhadores poderão ter acidentes com exposição a materiais biológicos!
Profissionais de saúde
Bombeiros e Socorristas
Trabalhadores da Limpeza e higienização de serviços de saúde
e Garis
Trabalhadores que fazem transporte de material
biológico
RDC 302/2005
Leia a RDC 302/2005RDC/ANVISA 01/2002 e a Portaria MS 1985 de 2001.
Alguns dados ... 50% dos acidentes com material
biológico não são registrados nos Estados Unidos de acordo com o Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional (NIOSH,1999)
45% das pessoas que sofrem este tipo de acidente não concluem o acompanhamento de saúde necessário para evitar essas doenças (estudo publicado em 2002 realizado nas unidades de saúde em São Paulo).
Tipo de Agravo 2013 2014 2015Acidente Trabalho c/ Exposição a Material Biológico 2.222 2.512 2.590Acidente de Trabalho Grave 2.248 2.536 2.993Câncer Relacionado ao Trabalho 3 4 1 Dermatoses Ocupacionais 18 20 27LER DORT 802 749 729
PAIR 11 15 16Pneumoconiose 7 6 10 Transtorno Mental 41 47 68
Intoxicações/Exógenas 3.666 3.514 3.568Total 9018 9403 10002
Tabela 01 - Número de Agravos e Doenças Relacionadas ao Trabalho Notificados no SINAN, Bahia, 2009 a 2011.
Quais os principais problemas de saúde que podem decorrer deste
tipo de acidente? Infecção pelo HIV Infecção pelo Vírus da Hepatite B Infecção pelo Vírus da Hepatite C, entre outros...
É importante lembrar que qualquer pessoa que vive a experiência de entrar em contato com estes agentes infecciosos pode sofrer grande desgaste mental e isto deve ser levado em conta no acompanhamento deste trabalhador.
Entretanto, este protocolo se atém basicamente à questão da exposição aos vírus do HIV e das Hepatites B e C
Qual o risco de adoecer por HIV e Hepatite B?
O contato das secreções ou sangue do PACIENTE FONTE com as mucosas (respingos em olhos,
nariz ou boca) do TRABALHADOR ACIDENTADO geram risco de 0,09% de infecção por HIV Quando ocorre perfuração da pele
do trabalhador e contato com o material biológico, o risco de
contrair o HIV cresce para 0,3%O risco de se contrair hepatite é
ainda maior. Alguns estudos mostraram risco de até 60% de se
infectar com o vírus da Hepatite B
Como notifico o acidente?
O primeiro atendimento deve ser idealmente, nas primeiras 2 horas após a exposição, tendo como limite as 72 horas subsequentes à exposição.
Acidente de trabalho envolvendo sangue e outros fluidos potencialmente contaminados é considerado urgência.
Fonte: DDAHV/SVS/MS
ATENÇÃO
Fluxograma O fluxograma deve ser adequado à
realidade de cada município/Unidade de Saúde, respeitando os princípios que norteiam o atendimento emergencial para o caso de acidente.
A equipe multidisciplinar deve ser treinada para prestar o atendimento o mais rápido possível e manter-se atualizada para as possíveis mudanças de protocolos.
Fluxograma do protocolo de acidentes com exposição a material biológico do
Ministério da Saúde
Acidente com
material biológico
Cuidados e
avaliação
Acidentado
AtençãoA agilidade no atendimento é
fundamental, pois caso seja necessária a
introdução de anti-retroviral , o prazo
ideal é de 2hs após o acidente
Origem do material é
conhecida?
Notificar no SINAN*
Realizar sorologia no acidentado:ANTI-HIV, ANTI-HCV, ANTI-HBs,
ANTI-HBc, HBs Ag, ALT/TGP
Cuidados locais imediatos com a a área
exposta
Anamnese do
paciente acidentado
Determinar o risco da exposição (tipo de material biológico e tipo de
exposição)
Há risco de infecção?(Considerar fonte, tipo de material
biológico e tipo de exposição)
Aplicar Protocolo HIV
Aplicar Protocolo HCV
Aplicar Protocolo HBV
Acidentado
SimHIV
SimHCV
SimHBV
Para a aplicação dos protocolos (HIV,HBV,HCV) referenciar para as unidades de atendimento PEP.*Emitir a Comunicação do Acidente de Trabalho - CAT , se for trabalhador celetista, ou a ficha de Notificação de Acidente em Serviço – NAS, para o servidor público estadual e para o federal e municipal consultar legislação própria.
Origem do material é conhecida
? Paciente-fonte
Conhecido
Paciente fonte
desconhecido
Anamnese, analisar prontuário e exames de
laboratórios prévios.
Paciente autoriza exames
(consentimento informado)
Realizar sorologia no paciente-fonte: ANTI-HIV,
ANTI HBc, Anti-HBs,HBs Ag, ANTI-HCV
Qual o resultado
dos exames?
Comunicar ao paciente - fonte e acidentado. Concluir
investigação.
Aplicar protocolo específico
Há risco de infecção?(fonte, tipo de material biológico e tipo de exposição)
SimPositivo
. Negativo.
Não
Do Fluxograma
Acidentado
Condutas para o manejo frente ao acidente com exposição por
material biológico
Avaliação da exposição no acidente quanto ao potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV
Avaliação da exposição no acidente com materiais biológicos –
Imediatamente após o acidente
Deve ser avaliada quanto ao potencial de transmissão de HIV, HBV e HCV com base nos seguintes critérios:
1. Tipo de exposição2. Tipo e quantidade de fluido e tecido3. Status sorológico da fonte4. Status sorológico do acidentado5. Susceptibilidade do profissional
exposto
1. Tipo de exposição Exposições percutâneas: lesões provocadas por
instrumentos perfurantes e/ou cortantes (exemplo: agulhas, bisturi, vidrarias)
Exposições em mucosas: respingos em olhos, nariz, boca e genitália
Cutânea (Exposições em pele não-íntegra): por exemplo: contato com pele com dermatite, feridas abertas
Por mordeduras humanas consideradas como exposição de risco, quando envolverem a presença de sangue.
Nesses tipos de exposições, tanto o indivíduo que provocou a lesão (paciente fonte), quanto aquele que foi lesado, devem ser avaliados.
Sangue e outros materiais contendo
sangue
Sêmen; fluidos vaginais
Líquidos serosos (peritoneal, pleural,
pericárdico, LCR, líquido amniótico e articular)
Materiais biológicos com risco de transmissão
Fonte: DDAHV/SVS/MS
2. Tipo e quantidade de fluido e tecido
Vômitos; Fezes; Urina; Suor
Lágrimas secreções nasais
Saliva (exceto em ambiente
odontológico) Fonte: DDAHV/SVS/MS
Materiais biológicos sem risco de transmissão
2. Tipo e quantidade de fluido e tecido
2. A quantidade de fluido é importante na avaliação da
gravidade do acidente Maior volume de sangue: Lesões profundas por material cortante,
presença de sangue visível no instrumento, acidentes com agulha de grosso calibre, previamente utilizadas em veia ou artéria.
Maior Inoculação viral: Pacientes fontes com HIV/Aids
avançada, infecção aguda por HIV, situações com viremia elevada.
Maior gravidade
Maior volume de sangue ou sangue visível no instrumento
Lesões profundas Agulhas previamente utilizadas em veia
ou artéria de paciente-fonte Agulhas de grosso calibre ou com lúmen HIV - Maior inoculação viral: aids em
estágio avançado, viremia elevada infecção aguda
Paciente-fonte
Conhecido
Origem do
material é
conhecida?Paciente
fonte desconhecido
Com relação ao Paciente - Fonte
Quando o Paciente Fonte é conhecido e autoriza a realização
do exame
PACIENTE-FONTE CONHECIDO exames laboratoriais do paciente-fonte:
Exames Sorológicos: Solicitar anti-HIV, AgHBs e anti-HCV. Se anti-HCV reagente, solicitar HCV-RNA
(qualitativo). Recomenda-se o uso de testes rápidos para HIV.
Testes rápidos para as hepatites B e C foram validados pelo Ministério da Saúde, apenas como triagem. Não podem ser utilizados para diagnóstico. Se o paciente-fonte não apresentar resultados sorológicos reagentes para infecção pelo HIV/VHB/ VHC no momento do acidente, testes adicionais da fonte não estão indicados, assim como não estão indicados exames de seguimento do profissional acidentado.
3. Quando o paciente fonte não autoriza a realização do exame ou existe alguma impossibilidade para sua realização .
PACIENTE-FONTE CONHECIDO, COM SOROLOGIA DESCONHECIDA.
Caso a condição sorológica do paciente-fonte seja desconhecida (por exemplo, óbito, transferência hospitalar, recusa para realizar o exame etc.), devem-se buscar registros em prontuário e considerar possíveis diagnósticos clínicos, presença de sintomas e história de situação epidemiológica de risco para a infecção.
Levar em conta a probabilidade clínica e epidemiológica de infecção pelo HIV, HCV, HBV – prevalência de infecção naquela população, local onde o material perfurante foi encontrado (emergência, bloco cirúrgico, diálise), procedimento ao qual ele esteve associado, presença ou não de sangue, etc.
3.Quando a fonte é desconhecida
Consultar no material de apoio os protocolos específicos – HIV, HBV e HCV.
Paciente-fonte desconhecido
Avaliar a probabilidade de risco para infecção – por exemplo, prevalência da infecção naquela população, local em que o material perfurante foi encontrado, procedimento ao qual ele esteve associado e presença ou não de sangue, realizando acompanhamento clínico-laboratorial do trabalhador.
Acompanhamento clínico-laboratorial do trabalhador
Definida a impossibilidade de testagem ou se as informações dos registros forem insuficientes, o acompanhamento clínico-laboratorial do trabalhador é obrigatório.
Orientar o profissional acidentado sobre a importância da realização dos exames sorológicos. Solicitar anti-HIV, preferencialmente o teste rápido(TR), HBsAg e anti-HCV.
Se anti-HCV for reagente, solicitar HCV-RNA (qualitativo).
Profilaxia Pós Exposição -
PEP
Profilaxia antirretroviral pós exposição HIV (PEP)
A PEP se insere no conjunto de estratégias da Prevenção Combinada cujo principal objetivo é ampliar as formas de intervenção para evitar novas infecções pelo HIV no mundo.
Fonte: DDAHV/SVS/MS
Profilaxia antirretroviral pós exposição HIV (PEP)
Quando indicada, a PEP deverá ser iniciada de preferência nas primeiras duas horas após o acidente.
Resultados de estudos em animais sugerem que a PEP iniciada até 12, 24 ou 36 horas da ocorrência é mais efetiva do que a iniciada até 48 a 72 horas após a exposição.
Esses estudos também estabeleceram que a PEP não é efetiva quando indicada após decorridas mais de 72 horas da exposição.
Fluxograma para indicação de PEP- HIV
Pessoa em possível situação de exposição ao HIV
Houve exposição a material biológico com risco de transmissão
do HIV?
Houve exposição com risco de transmissão do HIV – percutânea, mucosa, pele não íntegra?
atendimento dentro de 72 horas após a exposição?
Pessoa exposta exame de HIV positivo ou reagente?
Pessoa fonte exame de HIV positivo ou reagente ou desconhecido
SIM
SIM
SIM
NÃO
PEP não indicada. Acompanhamento não é necessário
Não
Não
Não
PEP não indicada.Realizar acompanhamento sorológico da pessoa exposta.PEP não indicada. Encaminhamento para acompanhamento clínico
SIM
Não recomendar PEP .*PEP poderá ser indicada se a pessoa fonte tiver exposição de risco nos últimos 30 dias, devido à janela imunológica, Acompanhamento sorológico não é necessário
Iniciar PEP acompanhamento sorológico indicado
Não
SIM
Fonte: DDAHV/SVS/MS-20l5
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Tipo
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Profilaxia antirretroviral pós exposição HIV (PEP)
Esquema preferencial para PEP
Tenofovir (TDF) + Lamivudina (3TC) + Atazanavir/ritonavir (ATV/r)
Esquema antirretroviral está indicado, independentemente do tipo de exposição e material biológico envolvido
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
Duração - 28 dias
Medicamento
Apresentação
Posologia
Tenofovir (TDF)/ Lamivudina (3TC)
Comprimido de 300mg/300mg
1 comprimido VO 1 x ao dia
Atazanavir (ATV)
Comprimido de 300mg
1 comprimido VO 1 x ao dia
ritonavir (r) Comprimido de 100mg termoestável
1 comprimido VO 1 x ao dia
* Nota – TDF e 3TC estão disponíveis na apresentação de dose fixa combinada (DFC), sendo esta a apresentação preferencial
Apresentação de antirretrovirais preferenciais para PEP e posologias
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
Esquemas alternativos para PEP
Esquema alternativo - Duração: 28 dias
TDF contraindicado
AZT/3TC (DFC) + ATV/r
ATV/r contraindicado
TDF/3TC (DFC) + LPV/rAZT/3TC (DFC) + TDF
Fonte: DDAHV/SVS/MS
Apresentação e posologia do esquemas alternativos para
PEPMedicamento
Apresentação
Posologia
Zidovudina (AZT)/ Lamivudina (3TC)*
Comprimido de 300mg/150mg
1 comprimido VO 2 x ao dia
Tenofovir (TDF) / Lamivudina (3TC)*
Comprimido de 300mg/300mg
1 comprimido VO 1 x ao dia
Tenofovir (TDF) Comprimido de 300mg
1 comprimido VO 1 x ao dia
Lopinavir/ritonavir (LPV/r)
Comprimido de 200mg/50mg
2 comprimidos VO 2 x ao dia*Nota – AZT e 3TC estão disponíveis na apresentação de dose
fixa combinada (DFC), sendo estas as apresentações preferenciais Fonte: DDAHV/SVS/MS.
Acompanhamento clínico-laboratorial
O acompanhamento clínico-laboratorial da pessoa exposta em uso de PEP deve levar em consideração:
A toxicidade dos antirretrovirais; O diagnóstico de infecção aguda pelo HIV; A avaliação laboratorial, incluindo testagem
para o HIV em 30 e 90 dias após a exposição; A manutenção de medidas de prevenção da
infecção pelo HIV.
Fonte: DDAHV/SVS/MS.
Recomendação de exames para seguimento da PeP- HIV
HIV Hemograma, glicose, ureia, creatinina, TGO, TGP Teste de HIV
Fonte: DDAHV/SVS/MS
Período recomendados para realizar exames para
seguimento da PEP-HIVExames laboratoriais
1º atendimento
2º semana
4ª semana
12ª semana
Hemograma, glicose, ureia, creatinina, TGO, TGP
SIM SIM
Teste de HIV SIM SIM SIM
Fonte: DDAHV/SVS/MS
IMPORTANTE ! Orientar a pessoa exposta durante todo acompanhamento, sobre importância de manter medidas de prevenção à infecção pelo HIV:
uso de preservativos em todas as relações sexuais;
não compartilhamento de seringas e agulhas nos casos de uso de drogas injetáveis;
não doação de sangue, órgãos, tecidos ou esperma;
evitar a gravidez.
Fonte: DDAHV/SVS/MS
Profilaxia antirretroviral pós-exposição HBV (PEP)
Tanto a vacina quanto a imunoglobulina devem ser aplicadas, idealmente, nas primeiras 24 horas após o acidente.
Ver recomendação no protocolo (material de apoio).
OBSERVAÇÃO : A pessoa imunizada vai apresentar no exame sorológico o Anti HBs, acima de 10 mUI/ml.
Profilaxia antirretroviral pós exposição ao HCV (PEP) Até o momento não existe nenhuma
profilaxia pós-exposição contra o HCV.
Ver recomendação no protocolo - Recomendações para terapia antirretroviral em adultos infectados pelo HCV, Brasil 2010.
Não Esquecer
O acidente com material biológico é uma situação de atendimento de urgência, pois o tempo decorrido entre o acidente e o início da PEP nos casos em que está for indicada, deve ser o menor possível.
Preferencialmente nas primeiras duas horas seguintes ao acidente e nunca superior a 72 horas.
PREENCHIMENTO DA FICHA DE NOTIFICAÇÃO NO SINAN
Preenchimento manual/computador-SINAN
g1.globo.com
O Estado da Bahia considera que devem ser notificados os casos ocorridos com todos os profissionais e trabalhadores que atuam, direta ou indiretamente, em atividades onde há risco de exposição
ARV - Anti-retro viral
Condutas após o atendimento imediato ao paciente
acidentado.
Condutas após o atendimento imediato
1. Acompanhar o acidentado durante 6 meses
2. Oferecer suporte emocional 3. Orientar o acidentado a relatar de
imediato os seguintes sintomas: linfoadenopatia, rash, dor de garganta e sintomas de gripe
4. Reforçar a prática de biossegurança e precauções básicas em serviço.
5. Investigar as possíveis causas do acidente e recomendar medidas preventivas e corretivas
6. Notificar o Caso (SINAN, CAT ou NAS).
Recomendações ao acidentado
Prevenção à transmissão secundária Atividade sexual com proteção pelo
período de seguimento, principalmente nas primeiras 6 a 12 semanas pós-exposição
Evitar: gravidez, doação de sangue, de plasma, órgãos, tecidos e de sêmen
Interromper aleitamento materno
Condutas após o atendimento imediato
“ O conflito entre cuidar de si ou do doente se torna freqüente com a progressiva intensificação do trabalho, a superposição de tarefas, as interferências repetidas no curso das mesmas e outras características da organização do trabalho que poderiam ser identificadas num enfrentamento coletivo das dificuldades atuais”. Osório Claudia et al., 2005.“A análise da responsabilidade é pluricausal e se dissocia da imputação de culpa, enquanto a análise monocausal, ainda predominante no Brasil, tende a imputá-la ao próprio trabalhador acidentado”. Machado JMH, Porto MFS, Freitas CM, 2000.
Prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em serviços de saúde
A Vigilância dos Acidentes de Trabalho com Materiais
Biológicos A completude no preenchimento da ficha
de acidente é fundamental pois campos como a circunstância do acidente, o agente, o uso de EPI, o local do acidente, serão importantes para efetuar a análise e desencadear as medidas de prevenção posteriores.
O acompanhamento da situação vacinal dos profissionais de saúde e a promoção de campanhas de vacinação é fundamental para a prevenção de adoecimento.
A Vigilância dos Acidentes de Trabalho com Materiais Biológicos O serviço deve promover campanhas
educativas de Biossegurança e prevenção de acidentes de trabalho
A promoção de medidas como o acompanhamento do descarte adequado, evitar o reencape de agulhas , motivo frequente de acidente de trabalho com material biológico, são recomendadas.
Nos próximo slide apresentamos a proposição de análise coletiva de acidentes de trabalho proposta por Osório e a abordagem de prevenção de acidentes proposta pela FUNDACENTRO
Proposição de um método de análise coletiva
dos acidentes de trabalho no hospital
O método consiste em levar o trabalhador a recriar a situação em que ocorreu o acidente, deslocando-se para a posição de observador de seu próprio trabalho.
Na primeira etapa da análise, o trabalhador é convidado a mostrar ao analista do trabalho como se deu o acidente.
Na segunda, a dupla acidentado/analista registra, num diagrama, a sucessão de eventos descrita.
Na terceira, o registro feito é rediscutido e complementado;
Na quarta, são avaliadas e executadas, sempre pela dupla acidentado/analista, ações destinadas a prevenir a reincidência do acidente analisado. (Osório Claudia et al. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(2):517-524, mar-abr, 2005 - veja no material de apoio)
*analista: profissional que está fazendo a análise do acidente –vide artigo.
Abordagens atuais de prevenção de acidentes com
perfurocorantes Na hierarquia da prevenção de acidentes com
perfurocortantes, a primeira prioridade é eliminar e reduzir o uso de agulhas e outros perfurocortantes onde for possível. A próxima é isolar o perigo através do uso de um controle de engenharia no ambiente ou no próprio perfurocortante, dessa forma impedindo que o elemento perfurante ou cortante fique exposto em qualquer lugar do ambiente de trabalho.
Quando essas estratégias não estão disponíveis ou
não fornecem proteção completa, só então é que o foco deve ser na implementação das mudanças na prática de trabalho e do uso de equipamentos de proteção individual.
Alternativas para o uso de agulhas
Os serviços de saúde podem eliminar ou reduzir o uso de agulhas de diversas maneiras.
A maioria (~70%) dos hospitais norte-americanos(83) eliminou o uso desnecessário de agulhas através da implementação de sistemas de administração IV que não exigem (e em alguns casos, não permitem) o acesso a agulhas. (Alguns autores consideram esta uma medida de controle de engenharia, como descrito acima.)
Alternativas para o uso de agulhas
Essa estratégia removeu amplamente as agulhas dos circuitos intravasculares, como aquelas para infusão intermitente (piggy-back) e outras agulhas usadas para conectar e acessar partes do sistema de administração IV.
Esses sistemas demonstraram sucesso considerável na redução de acidentes com perfurocortantes relacionados a circuitos. Intravasculares.
Alternativas para o uso de agulhas
Outras estratégias importantes para eliminação ou redução do uso de agulhas incluem:
Uso de alternativas para fornecer medicação e vacinação quando for disponível e seguro para o atendimento ao paciente, revisão das rotinas e práticas de coleta de amostras de sangue a fim de identificar e eliminar punções desnecessárias, uma estratégia que é boa tanto para os pacientes, quanto para os trabalhadores da saúde.
Além disso, este tipo de medida também pode contribuir para reduzir o desperdício de material e os gastos a ele relacionados, como na estratégia de planejar todos os exames de um paciente de forma a colhê-los em uma única vez.
Controles de engenharia
Esses controles segregam ou isolam um perigo no local de trabalho.
No contexto da prevenção de acidentes com perfurocortantes, incluem os coletores de descarte, que retiram os perfurocortantes do ambiente e os segregam em recipientes específicos, e os dispositivos de segurança, que isolam completamente o perfurocortante.
A ênfase nesses controles levou ao desenvolvimento de muitos tipos de dispositivos de segurança e há critérios sugeridos para a criação e o desempenho desses dispositivos.
Controles de engenharia Os estudos sugerem que nenhum dispositivo de
segurança ou estratégia funciona da mesma maneira em todos os serviços de saúde.
Além disso, não existe um critério padrão para avaliação das alegações sobre a segurança dos dispositivos, embora todos os principais fabricantes de artigos médicos comercializem perfurocortantes com dispositivos de segurança.
Os trabalhadores devem desenvolver seus próprios programas para selecionar a tecnologia mais adequada e avaliar a eficácia de diversos materiais no contexto de seus próprios ambientes de trabalho.
Mudanças nas práticas de trabalho
Com o foco atual nas medidas de controle de engenharia, há poucas informações novas sobre o uso de controles nas práticas de trabalho para reduzir o risco de acidentes com perfurocortantes durante o atendimento ao paciente. Uma exceção se refere à prevenção de acidentes no centro cirúrgico.
Os controles nas práticas de trabalho são um importante componente da prevenção de exposições a material biológico, incluindo acidentes percutâneos, em ambientes cirúrgicos e obstétricos porque o uso de perfurocortantes não pode ser abolido.
Mudanças nas práticas de trabalho – Medidas em centro cirúrgico
Usar instrumentos, em vez dos dedos, para segurar agulhas, retrair tecidos e montar/desmontar agulhas e lâminas de bisturis;
Anunciar verbalmente ao passar perfurocortantes; Evitar a passagem de instrumentos perfurocortantes de mão
em mão, usando uma bacia/ bandeja ou uma área de zona neutra;
Usar métodos alternativos de corte, como dispositivos de eletrocauterização cegos (blunt electrocautery) e a laser, quando adequados;
Substituir a cirurgia aberta por cirurgia endoscópica, quando possível;
Usar lâminas de bisturi com ponta arredondada ao invés de lâminas pontiagudas;
Usar dois pares de luvas. O uso de agulhas de sutura cegas/rombas (blunt suture
needles)
Mudanças nas práticas de trabalho
Medidas em centro cirúrgico
Isoladamente, dispositivos de segurança e mudanças nas práticas de trabalho não irão prevenir todos os acidentes com perfurocortantes.
Reduções significativas desses acidentes
também exigem: Ações educativas, Uma redução na realização de
procedimentos invasivos o máximo possível Um ambiente de trabalho seguro Uma relação trabalhador/paciente adequada.
Leia mais sobre prevenção de acidentes com materiais
perfurocortantes no texto de apoio.
Manual de implementação Programa de prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes em serviços de saúdeAdaptadoOsório Claudia et al. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 21(2):517-524, mar-abr, 2005
São tantas as informações , fluxos, por
onde começo? O que posso fazer para implantar um
atendimento no meu município? Ou orientar
outros técnicos a montar um serviço de
atendimento ao acidentado?
Composição da Equipe Multiprofissional envolvida no Atendimento ao Acidentado
com Materiais BiológicosEquipe: Enfermeiro Médico Farmacêutico Técnico de Referência em
Saúde do trabalhador (PAIST/SIAST ou outros)
Técnico da Vigilância epidemiológica
Assistente Social Médico infectologista Psicólogo
Serviços de Saúde envolvidos no Atendimento ao Acidentado com
Material BiológicoServiços de Saúde: Unidades Básicas de Saúde Unidades de Atendimento Pré-Hospitalar Centro de testagem e Aconselhamento – CTA Serviços de Atenção Especializada em
DST/Aids/HVI – SAE Unidades da Rede de Urgência e Emergência Hospitais e Maternidades Laboratórios Farmácias CRIE – Centro de Referência em
Imunobiológicos Especiais
Outros serviços/setores que podem estar envolvidos no atendimento a depender da
unidade de saúde
PAIST / NUGTES – para o setor público estadual
SESMT – Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho.
CIPA – Comissão interna de Prevenção de Acidentes
CCIH – Centro de controle de infecção Hospitalar
Entre outros
Atendimento básico HV
Tratamento HV
Tratamento IP HV
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkiatabelakkkkkkk
IBOTIRAMA
BARREIRAS
Luís Eduardo
BOM JESUS DA LAPA
S. Mª DA VITÓRIA
GUANAMBI
VITÓRIA DA CONQUISTA
BRUMADO
IRECÊ
REMANSO JUAZEIRO
PAULO AFONSO
R. DO POMBAL
SERRINHA
ITAPETINGA
SEABRA
CRUZ DAS ALMASCACHOEIRA
SALVADORL. DE FREITAS
VERA CRUZ
CANDEIAS
CAMAÇARISIMÕES FILHO
JEQUIÉ
IPIAÚ
VALENÇA
ITABUNA CAMACAN
ILHÉUS
CANAVIEIRAS
ITABELA
PORTO SEGURO
EUNÁPOLIS
TEIXEIRA DE FREITAS
ITAMARAJU
MUCURI
Serviço de DST/HIV/aids em funcionamento
Novo Serviço de DST/HIV/aids
JACOBINAFEIRA DE SANTANA
IPIRÁ
SENHOR DO BONFIMCAMPO FORMOSO
ALAGOINHASCATU
SAJ
AMARGOSA
ITABERABA
RUY BARBOSA
Salvador, Bahia · Quarta-feira 26 de Março de 2014 Ano · XCVIII · No 21.387 RESOLUÇÃO CIB Nº 085/2014 Aprova a relação dos municípios prioritários e elegíveis do Estado da Bahia, para receberem o incentivo financeiro de custeio às ações de vigilância, prevenção e controle das DST/HIV/Aids e Hepatites Virais.
A lista com a rede de serviços para atendimento de PEP(ocupacional e sexual) na Bahia, implantada pela DIVEP/PE de DST/AIDS está disponível no material de apoio.
Impressos utilizados nas situações de exposição ocupacional aos vírus HIV, HBV e HCV
Ficha do SINAN: Acidentes de Trabalho com Exposição a Material Biológico.
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Trabalhador acidentado e paciente fonte.
Termo de abordagem consentida - modelo anexo à Instrução Normativa 1.626/2007.
Ficha de referência e contra-referência - encaminhamento para serviços especializados.
Formulário de solicitação de medicamentos ARV (Siclom – ver no material de apoio)
Ficha de controle de imunobiológicos especiais. OBS: Para mais informação verificar o material de
Apoio.
Teste Rápido
Recomenda-se a utilização de testes rápidos para detecção de anticorpos anti-HIV,
O principal objetivo do seu uso é conhecer a condição sorológica do paciente-fonte para definir quanto à indicação da quimioprofilaxia
No caso de testagem não reagente, a PEP não deve ser instituída e caso iniciada deve ser interrompida.
O “Manual técnico para o diagnóstico da infecção pelo HIV”, do Ministério da Saúde (2014), define os algoritmos para execução dos testes rápidos (ver material de apoio)
Hospital do Subúrbio –Atendimento de Urgência e Emergência
Parceria Publico Privada
Os próximos slides, descrevem o exemplo de atendimento ao acidentado, fluxo e formulários utilizados pelo Hospital do Subúrbio/ Salvador–Ba.
Este hospital realiza o atendimento interno para os seus trabalhadores acidentados por meio da equipe do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho-SESMT.
A equipe técnica do SESMT nos cedeu as informações e impressos do fluxo de atendimento ao trabalhador do HS acidentado com materiais biológicos.
Hospital do Subúrbio - SESMT
Composição da equipe do SESMT : 04 Técnicos de Segurança do Trabalho; 01 Engenheiro de Segurança do
Trabalho; 01 médico do trabalho; 01 técnico de enfermagem do
trabalho, 01 enfermeira do trabalho; 01 assistente administrativo e um aprendiz de rotina administrativa
(Jovem aprendiz).
Acidente com materiais biológicos
Hospital do Subúrbio Possui laboratório próprio (sorologias) Parceria com o Hospital Couto Maia para a atenção
à saúde do acidentado (O Hospital do Subúrbio oferece medicação para 3 dias e depois o paciente é encaminhado para o Hospital Couto Maia para avaliação com o infectologista e continuação da medicação)
Possui Centro de controle de infecção Hospitalar – CCIH do próprio Hospital (repassa as fichas de notificaçãodo SINAN para o Distrito Sanitário -Subúrbio Ferroviário/Periperi para computação dos dados)
Distrito Sanitário -Subúrbio Ferroviário/Periperi - Fornecimento de Vacina, digitação das fichas do SINAN
FLUXO DE ATENDIMENTO
FLUXO DE ATENDIMENTO
Autorização(Termo de consentimento) do Acidentado para realização de
exames (sorologias)
Nome do Trabalhador
Data
Encaminhamento do acidentado para o Hospital Couto Maia após o
atendimento inicial
Nome do TrabalhadorData
Nome por extenso
Assinatura
Atendimento externo para acidente com material biológico – Salvador
Sugiro atualizar a partir da lista de serviços disponibilizada pela divep
Para um melhor aproveitamento deste conteúdo, foi disponibilizado um caso sobre acidente de trabalho com exposição a materiais biológicos na vídeo – aula: “ Roda de Conversa sobre ADRT no SINAN”.
Estamos propondo uma troca de experiências: gostaríamos que você participasse no fórum de dúvidas, colocando a realidade de sua região/município para que juntos possamos visualizar a realidade do atendimento ao acidentado com materiais biológicos na rede SUS/Bahia e elaborarmos em conjunto novos fluxos ajustados a realidade de cada região.
Atenção para o gerenciamento
de resíduos
Não esqueça de ler os textos de apoio
Bibliografia BRASIL. Protocolo de Atenção à Saúde dos
Trabalhadores Expostos a Materiais Biológicos. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006.
BAHIA. Manual de Normas e Procedimentos Técnicos para a Vigilância da Saúde do Trabalhador, Secretaria de Saúde do Estado, SESAB/SUVISA/CESAT, 2002.
Textos complementares e filmes no material de apoio
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