malária e febre amarela

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Malária e Febre Amarela

Grupo:Bruna Campos, Hortência Gomes,

Isabela Gontijo, Isabella Brum, Rebeca Furtado

Faculdade de Medicina – UNIBHDisciplina: InfectologiaProfessor: Jader Bernardo Campomizzi

14 de setembro de 2015

Malária

Introdução

Doença infecciosa e não contagiosa;

Doença parasitária que pode ter evolução rápida e ser grave;

Ela pode ser causada por quatro protozoários do gênero Plasmodium:P. vivax: amplamente distribuído;P. falciparum: maior morbidade e mortalidade;P. malariae;P. ovale.

No Brasil:P. vivax e o P. falciparum são as espécies predominantes.

Malária

Introdução

Transmissão: picada de mosquitos fêmeas do gênero Anopheles infectadoscom o Plasmodium.

A malária é uma doença de notificação compulsória e, portanto, todos oscasos suspeitos ou confirmados devem ser, obrigatoriamente, notificados àsautoridades de saúde, utilizando-se as fichas de notificação e investigação. Anotificação deverá ser feita tanto na rede pública como na rede privadaconforme estabelecido no decreto 78.231, de 12 de agosto de 1976.

Malária

Sinonímia

Paludismo

Impaludismo

Febre palustre

Febre intermitente

Além de nomes populares como maleita, sezão, tremedeira, batedeira ou febre.

Malária

Reservatório

Mamíferos;

Aves.

Malária

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Malária

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Malária

Transmissão

Picada das fêmeas do mosquito Anopheles, quando infectados pelo Plasmodiumspp.

Horário de atividade do vetor: crepusculares, ao entardecer e ao amanhecer.Todavia, são encontrados picando durante todo o período noturno.

O horário em que há maior abundância de mosquitos varia de acordo com cadaespécie, nas diferentes regiões e ao longo do ano.

Malária

Transmissão

Não há transmissão direta da doença de pessoa a pessoa;

Outras formas de transmissão, tais como transfusão sanguínea,compartilhamento de agulhas contaminadas podem ocorrer, mas sãoraras;

Impaludismo congênito.

Malária

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Nas infecções por P. vivax e P. ovale, alguns esporozoítos originamformas evolutivas do parasito denominadas hipnozoítos, que podempermanecer em estado de latência no fígado.

Estes hipnozoítos são responsáveis pelas recaídas da doença, queocorrem após períodos variáveis, em geral dentro de 3 a 9 semanasapós o tratamento para a maioria das cepas de P. vivax, quando falhao tratamento radical (tratamento das formas sanguíneas e doshipnozoítos).

Período de LatênciaMalária

Após 8 a 16 dias do repasto sanguíneo com o sangue de uma pessoa commalária, portando gametócitos do plasmódio, a fêmea do anofelino poderápassar a transmitir a doença para outras pessoas através de sua picada;

A transmissão da doença pode continuar por toda a vida média do inseto, que éde cerca de 30 dias.

Período de TransmissibilidadeMalária

Varia de acordo com a espécie do Plasmódio:

P. falciparum, de 8 a 12 dias;

P. vivax, 13 a 17 dias;

P. malariae, 18 a 30 dias.

IncubaçãoMalária

Indivíduos que apresentaram vários episódios de malária podematingir um estado de imunidade parcial, com quadrooligossintomático, subclínico ou assintomático;

Imunidade esterilizante, que confere total proteção clínica, até hojenão foi observada;

Indivíduos não imunes que migram para área de transmissão demalária necessitam em torno de 7 anos de contato com o plasmódiopara não apresentar manifestações graves da doença.

Suscetibilidade e ImunidadeMalária

Imunidade x Crescimento do PlasmódioMalária

VERONESI-FOCACCIA, 2010.

Como áreas de transmissão natural de malária, estão classificados 100 países, a grande maioria localizada na faixa tropical do planeta.

Entre eles estão a maioria dos países africanos localizados na África Subsaariana;

No Brasil, a sua grande área endêmica é formada por todos os estados da Amazônia Legal.

Situação EpidemiológicaMalária

Situação EpidemiológicaMalária

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Situ

ação

Ep

idem

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Malária

• Caso Suspeito

Malária

Região Amazônica :

• Toda pessoa que apresente febre, seja residente ou tenha se deslocado para área onde haja possibilidade de transmissão de malária, no período de 8 a 30 dias anterior à data dos primeiros sintomas; ou toda pessoa testada para malária durante investigação epidemiológica.

Região Extra-amazônica:

• Toda pessoa residente ou que tenha sedeslocado para área onde hajapossibilidade de transmissão demalária, no período de 8 a 30 diasanterior à data dos primeiros sintomas,e que apresente febre acompanhada ounão dos seguintes sintomas: cefaleia,calafrios, sudorese, cansaço, mialgia; outoda pessoa testada para maláriadurante investigação epidemiológica.

Definição de Caso

Confirmado

• Critério clínico-laboratorial

• Toda pessoa cuja presença de parasito ou algum de seus componentes, tenha sido identificada no sangue por exame laboratorial.

Descartado

• Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo para malária. Quando houver forte evidência epidemiológica, repetir o exame em 24 ou 48 horas ou até a confirmação de outra doença.

Recaída

• Caso confirmado de malária por P. vivax que ocorre entre 3 a 9 semanas após um diagnóstico por P. vivax.

Definição de CasoMalária

Febres Intermitentes:

• Febre terçã benigna:- P. vivax;

- Febre benigna;

- Acessos febris a cada 48hs calafrios violentos e de curta duração, a febre seeleva rapidamente e dura de 4 a 8 horas;

- Período de sudorese prolonga por várias horas após os acessos febris.

Manifestações ClínicasMalária

Febres Intermitentes:

• Febre terçã maligna:- P. falciparum;

- Febre grave com elevada parasitemia;

- Acessos febris 36h/36h ou 48h/48h;

- Essa espécie de plasmódio não tem especificidade por tipos de hemácias;

- Alta morbidade e mortalidade.

Manifestações ClínicasMalária

Febres Intermitentes:

• Febre quartã:- P. malarie;

- No Brasil, as infecções são raras;

- Acessos febris a cada 72h;

- Parasitemia moderada.

Manifestações ClínicasMalária

• Malária não complicada:

Febre precedida de calafrios, seguida de sudorese profusa, fraqueza e cefaleia, que ocorrem empadrões cíclicos, dependendo da espécie de plasmódio infectante. Em alguns pacientes, aparecemsintomas prodrômicos, vários dias antes dos paroxismos da doença, a exemplo de náuseas, vômitos,astenia, fadiga, anorexia.

Período de infecção – a fase sintomática inicial caracteriza-se por mal-estar, cansaço e mialgia. Oataque paroxístico, que pode demorar dias para se instalar, inicia-se com calafrio, acompanhado detremor generalizado, com duração de 15 minutos a 1 hora. Na fase febril, a temperatura pode atingir41°C. Esta fase pode ser acompanhada de cefaleia, náuseas e vômitos, e é seguida de sudoreseintensa. Baço e fígado podem estar aumentados e dolorosos à palpação.

Remissão – caracteriza-se pelo declínio da temperatura (fase de apirexia). A diminuição dos sintomascausa sensação de melhora no paciente. Contudo, novos episódios de febre podem acontecer em ummesmo dia ou com intervalos variáveis, caracterizando um estado de febre intermitente.

Manifestações ClínicasMalária

• Malária Severa ou Complicada e Grave:

Ocorre em adultos não-imunes, bem como crianças e gestantes que podem apresentarmanifestações mais graves da infecção;

Podem ocorrer dor de cabeça forte, convulsões, vômitos repetidos, icterícia, baço inchado,isquemia cerebral, fígado inchado, hipoglicemia, e hemoglobinúria com insuficiência renal.Malária severa pode evoluir muito rapidamente e causar morte em horas ou dias;

Consequências da malária severa incluem coma e morte caso não seja tratada.

Manifestações ClínicasMalária

Prostração

Alteração da consciência

Dispnéia ou hiperventilação

Convulsões

Hipotensão arterial ou choque

Edema pulmonar ao Rx de tórax

Hemorragias

Icterícia

Hemoglobinúria e Oligúria

Hiperpirexia (>41ºC)

ComplicaçõesMalária

• O diagnóstico correto da infecção malárica só é possível pela demonstração do parasito, ou deantígenos relacionados, no sangue periférico do paciente;

• Exames:

• Teste rápido;

• Esfregaço comuns;

• Gota espessa.

• Exames complementares:

• Hemograma (anemia normocítica e normocrômica);

• Bilirrubinemia: discreta icterícia (Bb não-conjugada) P. falciparum ou P. vivax;

• Aminotransferases: ALT, AST (aumento moderado, principalmente pela P. falciparum).

Diagnóstico LaboratorialMalária

Baseiam-se na detecção de antígenos dos parasitos por anticorpos monoclonais;

Diagnósticos rápidos;

A sensibilidade para P. falciparum é maior que 90%, comparando-se com a gota espessa, para densidades maiores que 100 parasitos por µl de sangue.

São de fácil execução e interpretação de resultados, dispensam o uso de microscópio e de treinamento prolongado de pessoal;

(1) não distinguem P. vivax, P. malariae e P. ovale; (2) não medem o nível de parasitemia; (3) não detectam infecções mistas que incluem o P. falciparum.

Teste RápidoMalária

Baseia-se no encontro de parasitos no sangue;

Colhida por punção digital;

Padrão-ouro para a detecção e identificação dos parasitos da malária;

O exame da gota espessa permite diferenciação das espécies de Plasmodium e do estágio de evolução do parasito circulante, além da densidade da parasitemia em relação aos campos microscópicos examinados;

A lâmina corada pode ser armazenada por tempo indeterminado, possibilitando o futuro controle de qualidade do exame;

60 minutos, entre a coleta do sangue e o fornecimento do resultado.

Gota EspessaMalária

O diagnóstico diferencial da malária é feito com a febre tifoide, febre amarela, leptospirose,hepatite infecciosa, leishmaniose visceral, doença de Chagas aguda e outros processosfebris.

Na fase inicial, principalmente na criança, a malária confunde-se com outras doençasinfecciosas dos tratos respiratório, urinário e digestivo, quer de etiologia viral ou bacteriana.

No período de febre intermitente, as principais doenças que se confundem com a malária sãoas infecções urinárias, tuberculose miliar, salmoneloses septicêmicas, leishmaniose visceral,endocardite bacteriana e as leucoses. Todas apresentam febre e, em geral, esplenomegalia.

Algumas delas apresentam anemia e hepatomegalia.

Diagnóstico DiferencialMalária

• Em áreas de transmissão é consideradocomportamento de risco frequentar locaispróximos a criadouros naturais de mosquitos,como beira de rio ou áreas alagadas no finalda tarde até o amanhecer, pois nesseshorários há um maior número de mosquitostransmissores de malária circulando.

PrevençãoMalária

• É importante também diminuir ao mínimopossível a extensão das áreas descobertasdo corpo com o uso de calças e camisas demangas compridas;

• Além disso, as partes descobertas do corpodevem estar sempre protegidas porrepelentes que também devem seraplicados sobre as roupas.

PrevençãoMalária

• Uso de repelentes, cortinados emosquiteiros impregnados cominseticidas (à base de piretróides) sobre acama ou rede, telas em portas e janelas einseticida no ambiente onde se dorme;

• Esses cuidados não só protegem contra apicada dos mosquitos transmissores damalária, mas também contra a picada deoutros insetos transmissores de outrasdoenças.

PrevençãoMalária

• Quimioprofilaxia: uso de medicamentos antimaláricos;

• Pouco indicado pelas dificuldades das pessoasseguirem corretamente as prescrições;

• Indicado: crianças < 6 anos e gestantes.

• Em situações específicas, médicos especializados noaconselhamento a viajantes podem prescrever o uso dequimioprofiaxia, que impede a multiplicação do parasitono sangue.

• A quimioprofilaxia não evita a infecção malárica (que é aentrada e desenvolvimento do Plasmodium no organismo)no indivíduo, não objetiva a cura e pode, até permitir oaparecimento de sintomas tardiamente.

PrevençãoMalária

O tratamento da malária visa atingir ao parasito em pontos-chave de seu ciclo evolutivo:

• A interrupção da esquizogonia sanguínea,responsável pela patogenia e manifestações clínicasda infecção;

• Destruição de formas latentes do parasito no ciclotecidual (hipnozoítos) das espécies P. vivax e P. ovale,evitando assim as recaídas tardias;

• Interrupção da transmissão do parasito, pelo uso dedrogas que impedem o desenvolvimento de formassexuadas dos parasitos (gametócitos).

TratamentoMalária

A decisão de como tratar o paciente com malária deve ser precedida deinformações sobre os seguintes aspectos:

• Espécie de plasmódio infectante;

• Idade do paciente, devido à maior toxicidade ser em crianças e idosos;

• História de exposição anterior à infecção, uma vez que indivíduosprimoinfectados tendem a apresentar formas mais graves da doença;

• Condições associadas, tais como gravidez e algumas comorbidades;

• Gravidade da doença, pela necessidade de hospitalização e de tratamentocom esquemas especiais de antimaláricos.

TratamentoMalária

Orientação adequada e com uma linguagem compreensível, quanto ao tipo demedicamento que está sendo oferecido, a forma de ingeri-lo e os respectivoshorários TRATAMENTO EFICAZ.

Sempre que possível, deve-se optar pela supervisão das doses dos medicamentospara garantir uma melhor adesão ao tratamento;

O paciente deve completar o tratamento conforme a recomendação, mesmo queos sintomas desapareçam, pois a interrupção do tratamento pode levar a recidivada doença ou agravamento do quadro, além de manter o ciclo de transmissão dadoença permitindo que outras pessoas também adoeçam por malária.

TratamentoMalária

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_malaria.pdf

• Recomenda-se o controle de cura, por meio da lâmina de verificação decura (LVC), para todos os casos de malária, especialmente os casos demalária por P. falciparum.

• Controle de cura tem como objetivo a observação da reduçãoprogressiva da parasitemia e da eficácia do tratamento e a identificaçãooportuna de recaídas. Recomenda-se a realização de LVC da seguinteforma:

P. falciparum – em 3, 7, 14, 21, 28 e 42 dias após o início do tratamento.

P. vivax ou mista – em 3, 7, 14, 21, 28, 42 e 63 dias após o início dotratamento.

Controle de CuraMalária

Existe uma vacina contra Malária? Por quê?

• Não. Algumas substâncias capazes de gerar imunidade para a maláriano indivíduo foram desenvolvidas e estudadas, mas os resultadosencontrados ainda não são satisfatórios para a implantação davacinação como medida de prevenção da malária.

VacinaçãoMalária

Febre Amarela

O vírus da febre amarela pertence ao gênero Flavivirus da família Flaviviridae (do latim flavus= amarelo);

O vírus é transmitido pela picada de um mosquito infectado, do gênero Aedes, o mesmo quetransmite a dengue;

A febre amarela é uma doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e degravidade variável;

Nas formas graves, a febre amarela cursa com a tríade:

Icterícia;

Hemorragias;

Insuficiência renal aguda.

IntroduçãoFebre Amarela

O vírus é de origem africana e chegou no continente americano com os naviosnegreiros, assim como o vetor no meio urbano;

Doença de notificação compulsória;

No início do século XX, o desenvolvimento de vacinas eficazes e as campanhas deerradicação do Aedes aegypti em muitas zonas urbanas da América Latina e doCaribe trouxeram como resultado a eliminação da febre amarela urbana (Manual deVigilância Epidemiológica de Febre Amarela, 1999);

Apesar disso, considera-se crescente o risco de sua reemergência, dada a ampladispersão desse mosquito nas Américas.

IntroduçãoFebre Amarela

Tifo Icteróide;

Tifo Amaril;

Mal de Sião;

Vômito Negro;

Febre das Antilhas.

SinonímiaFebre Amarela

• Em ambas as formas epidemiológicas, os mosquitos são os reservatórios do vírus;

• Na doença urbana, o homem é o único hospedeiro com importânciaepidemiológica;

• Na forma silvestre, os primatas são os principais hospedeiros do vírus e ohomem é um hospedeiro acidental.

ReservatórioFebre Amarela

• Vírus RNA. Arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridae;

• O genes desses vírus codificam três proteínas estruturais e seteproteínas não estruturais, e é através dessas proteínas que o vírus aderee penetra nas células mononucleares;

• Tais proteínas são importantes para o reconhecimento antigênico destevírus.

Agente etiológicoFebre Amarela

• O mosquito Aedes aegypti faz oviposição em depósitos artificiais deágua, tais como:• Pneus;• Latas;• Tanques;• Barris;

• Os ovos se fixam a parede do recipiente, resistindo a dessecação,podendo permanecer viáveis por mais de um ano;

• Os ovos iniciam o ciclo quando entram em contato com a água.

VetorFebre Amarela

• Ciclo urbano:

A transmissão pelo Aedes aegypti (fêmeas) é feita diretamente ao homem;

O próprio homem infectado e em fase virêmica atua como amplificador edisseminador do vírus na população;

Em geral, também é o homem que introduz o vírus numa área urbana. Uma vezintroduzido o vírus no ambiente urbano, o paciente infectado desenvolveráviremia, e pode expressar a doença e servir de fonte de infecção a novosmosquitos (Aedes aegypti);

O Aedes aegypti torna-se capaz de transmitir o vírus da febre amarela 9 a 12 diasapós ter picado uma pessoa infectada;

Existe transmissão pelos próprios mosquitos pela via transovariana, mesmo com aviremia baixa.

TransmissãoFebre Amarela

• Ciclos silvestres:

Varia de acordo com a região onde ocorre;

Os mosquitos além de serem transmissores são os reservatórios do vírus pois,uma vez infectados, permanecem por toda vida, ao contrário dos macacosque, como os homens, ao se infectarem morrem ou curam-se, ficando imunespara sempre;

Portanto, os macacos atuam tão somente como hospedeiros amplificadoresda virose;

A febre amarela silvestre é endêmica na região amazônica e no planaltocentral.

TransmissãoFebre Amarela

O principal transmissor, na América do Sul, é omosquito Haemagogus janthinomys;

Ele possui hábitos estritamente silvestres e pica oindivíduo que se expõe na mata (floresta), ou seja,quando penetra em seu nicho ecológico;

Esta espécie apresenta as melhores condiçõespara transmitir o vírus, pois mostra-seextremamente suscetível ao mesmo.

TransmissãoFebre Amarela

TransmissãoFebre Amarela

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• Em áreas de fronteiras de desenvolvimento agrícola, pode haver uma adaptação dotransmissor silvestre ao novo habitat e ocorre a consequente possibilidade detransmissão da febre amarela em áreas rurais;

• O Aedes aegypti (principalmente) e o Aedes albopictus proliferam-se dentro ou nasproximidades de habitações (casas, apartamentos, hotéis), em recipientes queacumulam água limpa (vasos de plantas, pneus velhos, cisternas etc.);

• Ambos picam durante o dia, ao contrário do mosquito comum (Culex), que tematividade noturna.

TransmissãoFebre Amarela

• A doença ocorre com maiorfrequência no final datemporada de chuvas,quando a densidade dapopulação vetorial é elevadae as pessoas se dedicam aatividades relacionadas aambiente de matas;

• A distribuição sazonal doscasos difere de um país paraoutro, segundo a latitude eoutros fatores que afetam ocomeço da temporada dechuvas.

TransmissãoFebre Amarela

• Inicia-se de 24 a 48 horas antes do aparecimento dos sintomas e vaiaté 3 a 5 dias após o início dos sintomas, período em que o homempode infectar os mosquitos transmissores;

• Esse período corresponde ao período de viremia;

• O mosquito, após ter sido infectado, é capaz de transmitir a doençapor toda sua vida.

Período de Transmissibilidade Febre Amarela

Universal;

Imunidade ativa: a doença confere imunidade ativa natural,permanente, não se conhecendo recidivas. A vacina confere imunidadeativa artificial por um período de 10 anos e deve ser administrada aos 9meses de vida;

Imunidade passiva natural: lactentes filhos de mães imunes podemapresentar imunidade passiva até o 6º mês de vida.

Suscetibilidade e ImunidadeFebre Amarela

Quando o vírus entra no organismo, ele se replica em linfonodos locais,bem como em células dendríticas, musculares estriadas e lisas, e emfibroblastos;

A ativação de células dendríticas induz a liberação de grandequantidade de citocinas;

O parênquima hepático é o principal alvo da infecção pelo vírus dafebre amarela.

Suscetibilidade e ImunidadeFebre Amarela

• A África responsabiliza-se por mais de 90% dos casos de febre amarelaanualmente notificados à OMS;

• Na América do Sul estima-se a ocorrência de 300 casos anuais. Em algunspaíses da África há transmissão urbana da doença;

• Regiões afetadas: os riscos de adquirir a doença variam, sendo maior para osque se expõem sistematicamente e, praticamente, nulo aos que evitam asincursões em matas ou que vivem em áreas indenes da virose.

EpidemiologiaFebre Amarela

• No Brasil, a erradicação do Aedes aegypti na década de 30, aliada disponibilização da vacina,interrompeu a transmissão da febre amarela em áreas urbanas, e fez desaparecer tambéma dengue;

• O último caso de transmissão da febre amarela em área urbana ocorreu no Acre em 1942;

• Desde a reintrodução do Aedes aegypti no Brasil, na década de oitenta, passou a existirum evidente risco do retorno da transmissão da febre amarela em áreas urbanas;

• O Aedes aegypti, atualmente, está presente em cerca de 3600 municípios brasileiros. Aslocalidades infestadas pelo mosquito têm risco potencial de reintrodução da febreamarela (transmissão em área urbana).

EpidemiologiaFebre Amarela

EpidemiologiaFebre Amarela

EpidemiologiaFebre Amarela

• Os fatores que influem na gravidade da febre amarela não estãoclaramente identificados, entretanto devem ser considerados:

• A diferença entre as cepas do vírus;

• A quantidade dos vírus infectantes;

• A exposição anterior a outros Flavivirus;

• Possíveis determinantes genéticos individuais que regulam a relação vírus Xhospedeiro;

• Liberação de citocinas.

Manifestações ClínicasFebre Amarela

• Pode apresentar desde infecções assintomáticas e oligossintomaticasaté quadros exuberantes com evolução para morte, nos quais estápresente a tríade clássica da falência hepática:

Manifestações ClínicasFebre Amarela

Icterícia

AlbuminuriaHemorragias

Manifestações ClínicasFebre Amarela

Quadros assintomáticos

Formas leves ou moderadas

Formas ictéricas graves

Formas malignas

Definição de casoFebre Amarela

Caso suspeito 1

Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias),

acompanhado de icterícia e/ou manifestações

hemorrágicas, não vacinado contra febre amarela ou

com estado vacinal ignorado;

Caso suspeito 2

Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), residente ou que esteve em área com

transmissão viral (ocorrência de casos humanos,

epizootias ou de isolamento viral em mosquitos) nos

últimos 15 dias, não vacinado contra febre

amarela ou com estado vacinal ignorado;

Caso confirmado

Todo caso suspeito que apresente pelo menos uma das seguintes condições: isolamento do vírus,

MAC-ELISA positivo, laudo histopatológico compatível e com vínculo epidemiológico, elevação

em quatro vezes ou mais nos títulos de anticorpos IgG através da técnica de IH (Inibição da Hemaglutinação),

ou detecção de genoma viral; ou, todo indivíduo assintomático ou oligossintomático originado de busca ativa que não tenha sido

vacinado e que apresente sorologia (MAC-ELISA) positiva para febre

amarela.

Definição de caso

Caso confirmado por critério clínico epidemiológico

Todo caso suspeito de febre amarela que evolui para óbito

em menos de 10 dias, sem confirmação laboratorial, no início ou curso de surto ou epidemia, em que outros

casos já tenham sido comprovados

laboratorialmente;

Descartado

Caso suspeito com diagnóstico laboratorial negativo, desde

que se comprove que as amostras foram coletadas e

transportadas adequadamente; ou, caso suspeito com diagnóstico

confirmado de outra doença.

Febre Amarela

Manifestações ClínicasFebre Amarela

• Período de Infecção:• Duração: ~ 3 dias;

• Quando o vírus está presente na circulação;

• Sintomas: febre, calafrios, celafeia intensa, dor lombossacral, mialgia generalizada, anorexia, náuseas e vômitos.

• Período de Remissão:• Melhora dos sintomas;

• Duração: ~ 24 horas;

• Seguida da completa resolução dos sintomas.

Manifestações ClínicasFebre Amarela

• Período de Intoxicação:• Os vômitos tornam-se mais frequentes;• Dor epigástrica;• Prostração;• Icterícia;• A viremia não está mais presente, e os anticorpos aparecem;• Complicações: vômito negro, melena, disfunção renal;• Diátese hemorrágica: melena, vômito negro, petéquias, metrorragia.

• Desidratação por causa dos vômitos;

• Óbito: 20 a 50% dos casos graves.

• A convalescença costuma ser rápida e a recuperação completa, masocasionalmente pode ser prolongada acompanhada de severa asteniapor uma ou duas semanas.

• A recuperação costuma ser completa, exceto em casos comcomplicações hemorrágicas.

Manifestações ClínicasFebre Amarela

Manifestações ClínicasFebre Amarela

• Na fase inicial da doença observa-se discreta leucocitose com neutrofilia eeosinopenia (à partir doº 4 dia o quadro hematológico altera-se para leucopeniacom linfocitose);

• Aumento das transaminases (acima de 1.000 UI), níveis de AST excendem os da ALT– diagnóstico diferencial das hepatites. As enzimas começam a aumentar a partirdo 2º dia e alcançam seu ponto máximo no 8º dia;

• Aumento da bilirrubina;

• Aumento do colesterol e fosfatase alcalina.

DiagnósticoFebre Amarela

• Ureia e creatinina muito elevados (5 ou 6x mais alto que o normal);

• Proteinúria, hematúria e cilindrúria. Casos graves: oliguria;

• Aumento do tempo de protrombina (casos graves), tempo de tromboplastinaparcial e de coagulação;

• Diminuição dos fatores de coagulação sintetizados pelo fígado (II, V, VII, IX e X).

DiagnósticoFebre Amarela

• Exames específicos: o diagnóstico definitivo da febre amarela pode ser feitoutilizando-se métodos virológicos (isolamento do vírus em cultura de tecidos),identificação de antígenos virais e do RNA viral e métodos sorológicos -dosagem de anticorpos específicos pelo método de IgM-ELISA que capturaanticorpos IgM em ensaio enzimático 24 ou conversão sorológica em testes deinibição da Hemaglutinação;

• Os métodos sorológicos que identificam IgM específica, como é o caso do IgM-ELISA, podem fornecer o diagnóstico presuntivo rápido em uma amostrasorológica, se a mesma for obtida a partir do 5° dia de doença;

• A presença de IgM decorre de infecção recente (2-3 meses) ou corrente (atual),daí porque cumpre-se obter a história clínica completa para a boa interpretaçãodo resultado laboratorial.

DiagnósticoFebre Amarela

• Durante os surtos epidêmicos – fácil diagnóstico existência prévia de casos aumenta asuspeita clínica;

• Fora das epidemias abordagem sindrômica;

• As enfermidades infecciosas que devem ser incluídas no diagnóstico diferencial são: amalária, as hepatites virais, a febre tifóide, a dengue hemorrágica e as septicemias;

• Entre as não infecciosas, deve-se lembrar da púrpura trombocitopênica idiopática ealgumas formas de envenenamento inclusive a picada de cobras com peçonhas queproduzem hemorragias.

• A história clínica, os antecedentes epidemiológicos e a realização precoce de algunsexames laboratoriais diminui as dúvidas na maioria dos casos.

Diagnóstico DiferencialFebre Amarela

• A vacinação é a mais importante medida de controle. É administrada em doseúnica e confere proteção próxima a 100%.

• Redução da população do Aedes aegypti, para diminuir o risco dereurbanização;

• Notificação imediata de casos humanos, epizootias e de achado do vírus emvetor silvestre;

• Vigilância de síndromes febris íctero-hemorrágicas;

• Desenvolver ações de educação em saúde e informar as populações das áreasde risco de transmissão.

PrevençãoFebre Amarela

• Vacina:• Vírus atenuados;

• Altamente imunogênica, segura e efetiva;

• Está indicada em indivíduos com mais de 6 meses de idade, preferencialmenteapós os 9 meses;

• Administrada em dose única por via parenteral, e reforço a cada 10 anos;

• É rotina do programa nacional de imunização nas zonas recomendadas do país oupara todas as pessoas que se deslocam para essas zonas;

• As pessoas que se deslocam para essas zonas devem receber vacina 10 diasantes.

PrevençãoFebre Amarela

• Não há medicamento específico para o tratamento da doença;

• Recomenda-se o internamento do paciente com as formas graves em hospitaiscom boa infraestrutura e, de preferência, possuidores de unidade detratamento intensivo (UTI), pois há necessidade de uma série deprocedimentos que só se dispõe nessas unidades;

• O tratamento medicamentoso deve se voltar para o combate aos sintomas eos sinais manifestos da doença. Portanto, a medicação a ser prescrita dependedas manifestações clínicas, mas é comum o uso de analgésicos e antitérmicosnas doses usualmente indicadas para o peso e a idade;

• Se contraindica, entretanto, o uso de medicamentos que contenham em suafórmula o ácido acetil-salicílico ou seus derivados pois eles podem agravar osfenômenos hemorrágicos.

TratamentoFebre Amarela

• Deve ser prescrito antiemético para controlar os vômitos, em particular ametoclopramida e também medicamentos para proteger a mucosagástrica (bloqueadores H2), tais como a cimetidina e a ranitidina ou oomeprazol, pois essas drogas mostram-se úteis para prevenir ossangramentos gástricos, uma das complicações da febre amarela;

• No primeiro sinal de insuficiência renal evidenciada por oligúria, éimportante prescrever diuréticos;

• A furosemida pode ser usada ou manitol nas doses usuais.

TratamentoFebre Amarela

• A avaliação do paciente deve ser contínua e inclui a verificação dossinais vitais, da diurese e o acompanhamento diário de pelo menos osseguintes exames:• hemograma, plaquetas, fatores de coagulação, sumário de urina e verificação

das funções hepática (dosagem das aminotransferases, bilirrubina e gama GT)e renal (dosagem de ureia e creatinina, e monitoramento do balanço hídrico).

Controle da CuraFebre Amarela

• Abaixo de 6 meses há elevados riscos de desenvolvimento deencefalite pós-vacinal;

• Como a vacina é produzida com vírus vivo atenuado, não érecomendada a vacinação de pessoas com imunodeficiência face aosriscos de reversão da virulência num hospedeiro com depressão dosistema imune.

VacinaçãoFebre Amarela

• Pessoas com antecedentes de alergia à proteína do ovo também nãodevem ser vacinadas pelo risco acentuado de desenvolverem reaçãoalérgica do tipo I (choque anafilático);

• Gestantes não devem ser vacinadas, considerando o risco detransmissão para o feto. De modo semelhante aos pacientes comimunodepressão, os poucos casos de gestantes vacinadas nãodesenvolveram infecção grave tampouco seus conceptos. No entanto,sempre que possível, deve-se evitar a vacinação desses grupos.

VacinaçãoFebre Amarela

Faltando dois meses para vencer a vacina, a pessoa deve tomá-lanovamente? A imunização é 100% garantida no período de 10 anos oua eficácia da vacina diminui na medida em que o tempo vai passando?

A vacina tem cobertura total de 10 anos. Mas não há problema emrepetir a vacina caso faltem dois meses para vencer os 10 anos.

A vacina provoca reações adversas?

Sim, qualquer medicamento pode provocar reações adversas. A vacinapode provocar dor de cabeça, febre e mal estar em algumas pessoas.

Perguntas - VacinaçãoFebre Amarela

Se a pessoa perdeu o cartão de vacinação, ela pode ir ao posto se vacinar?

Sim.

Pessoas que farão viagens internacionais e não tomaram vacinaantecipadamente podem ser impedidas de viajar por não estar em dia com avacina?

Sim. Se o país para o qual ele se dirige exige a vacinação. Nem todos exigemessa vacinação. A publicação é feita anualmente na pagina da OMS etambém na Anvisa. Nem todos os países exigem, mas se você não está com avacina em dia, você corre o risco de voltar sim.

Perguntas - VacinaçãoFebre Amarela

• http://www.bvsms.saude.gov.br/bvs/febreamarela, acesso em setembro, 2015.

• http://www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_pratico_malaria.pdf, acesso em setembro, 2015.

• http://www.bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_epidemiologica_febre_amarela.pdf, acesso em setembro, 2015.

• http://www.cives.ufrj.br/informacao/fam/fam-iv.html, acesso em setembro, 2015.

• http://www.cedipi.com.br/blog/vacina-febre-amarela, acesso em setembro, 2015.

• http://www.fiocruz.br/ioc/media/malaria%20folder.pdf, acesso em setembro, 2015.

• http://www.portalsaude.saude.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=10933&Itemid=646, acesso em setembro, 2015.

• http://www.saude.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=381, acesso em setembro, 2015.

• http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v36n2/a12v36n2.pdf, acesso em setembro, 2015.

• http://www2.fm.usp.br/pfh/mostrahp.php?origem=pfh&xcod=Malaria, acesso em setembro, 2015.

• VERONESI, Ricardo; Focaccia, Roberto - Tratado de Doenças Infecciosas - 2 Volumes - 4 Edição Editora Atheneu de 2010.

Referências

Obrigada!

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