lohan walker - universidade federal fluminense
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE FÍSICA
CURSO DE LICENCIATURA EM FÍSICA
LOHAN WALKER
METODOLOGIAS ATIVAS – SALA DE AULA INVERTIDA
NITERÓI
2018
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LOHAN WALKER
METODOLOGIAS ATIVAS – SALA DE AULA INVERTIDA
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Licenciado.
Orientador: Prof° Dr. REINALDO FARIA DE MELO E SOUZA
NITERÓI
2018
LOHAN WALKER
METODOLOGIAS ATIVAS – SALA DE AULA INVERTIDA
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Física da Universidade Federal Fluminense, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Licenciado.
Aprovado em de dezembro de 2018.
BANCA EXAMINADORA
Professor Dr.º REINALDO FARIA DE MELO E SOUZA (orientador)
UFF
Professor Dr.º DANIEL JONATHAN
UFF
Professor Dr.º THIAGO RODRIGUES DE OLIVEIRA
UFF
NITERÓI
2018
5
AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo da
minha vida, е nãо somente nestes anos como universitário, mаs que еm todos
оs momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.
Аоs meus pais, irmã,е a toda minha família que, cоm muito carinho е apoio, nãо
mediram esforços para qυееυ chegasse аté esta etapa da minha vida.
Аоs amigos, pelo incentivo е pelo apoio constante, pеlаs alegrias, tristezas е
dores compartilhas. Cоm vocês, аs pausas entre υm parágrafo е outro dе
produção melhora tudo о qυе tenho produzido nа vida.
A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе
oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro υm horizonte superior.
Ao meu orientador, pelo suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, pelas suas
correções е incentivos.
A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, о mеυ
muito obrigado!
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RESUMO
Não é difícil perceber que o ensino que temos até então se encontra
engessado, com o professor sendo o detentor de todo o conhecimento e os
alunos agentes passivos do ensino. Por isso, pensar em metodologias ativas
para o ensino é colocar o aluno no papel de coparticipante do aprendizado
juntamente com o professor, ressignificando esses papéis. No presente trabalho
têm-se a apresentação da sala de aula invertida, metodologia ativa de ensino
que busca o estudo prévio e o melhor aproveitamento do ambiente da aula
presencial. São propostas duas aulas para professores utilizarem a metodologia
de sala de aula invertida em seus núcleos escolares. Na opinião dos alunos, o
uso da sala de aula invertida melhora o aprendizado de um conteúdo mais do
que pelo ensino tradicional.
Palavra-chave: Metodologias ativas. Ensino de física. Sala de aula invertida
7
ABSTRACT
It is not hard to realise that the educational system is stuck on the past. Professor
sand teachers are still the ones with all knowledge in hands while students are
extremely passive during the pedagogical process. Thinking about the
implementation of active learning methodologies is important because, in this
approach, students cooperate with their professors, changing their status
regarding passivity. In this work, the flipped classroom is presented through the
results of its objective, which is to enhance student's learning exploitation in the
regular classroom environment. Also, two lessons are proposed so that
professors can use this approach in their local schools. In the student's opinion
the flipped classroom methodology is better than the traditional one because it
makes knowledge easier to grasp.
Key words: Active methodologies, teaching Physics, flipped classroom
8
Lista de links
Link sobre vídeo aula – Força de Lorentz:
Parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=eM6FlOQHu6k
Parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=NjW0zZthCzo
Link OBS Studio:
https://obsproject.com/pt-br/download
Link da página – Mecânica Geral:
https://www.youtube.com/channel/UCDCjVyYcYjnuNHNJImUGh9A
Link da página – Física da Matéria Condensada:
https://www.youtube.com/watch?v=dL1RbItNiRs&list=PL8zzcM7NAIdjAROvWM
2cVOW4JyI4QkBao
Link respostas dos alunos por questionário Google Forms:
https://docs.google.com/forms/d/1jqK-
sSKet5uyM9W0YjcSi98EvWXsCsTJR75SKTXJoqg/edit#responses
https://docs.google.com/forms/d/198eAn_Vv0OdGCINWG69HmZe5dLtJxz5Jc
WkKEO9nEec/edit#responses
9
SUMÁRIO
1- Introdução................................................................................................9
2- Fundamentação teórica ..........................................................................11
3- Metodologia e atividades propostas.......................................................18
3.1- Aula sobre Força de Lorentz.........................................................18
3.2- Aula sobre Cinemática...................................................................20
4- Aplicação da Metodologia.......................................................................22
5- Resultados e Discussões........................................................................30
6- Bibliografia .............................................................................................34
7- Apêndice.................................................................................................36
10
1 - INTRODUÇÃO
Como funciona o ensino tradicional hoje? Temos a sala de aula como o
ambiente de aprendizagem, onde o professor é o detentor de todo conhecimento,
e o responsável para passá-lo para os alunos. Por isso, vamos para a sala de
aula e ouvimos o que nos é apresentado de forma expositiva. Depois desse
momento temos o "dever de casa" onde vamos praticar em forma de exercícios
o que vimos na sala de aula.
Nesse ponto cabe um questionamento: "O método tradicional de ensino
funciona?" A resposta é clara, é óbvio que funciona, ao menos parcialmente,
afinal nós aprendemos, passamos no vestibular, tiramos notas boas na escola e
estamos aqui, de modo que o modelo tradicional funciona pelo menos para uma
parcela dos estudantes.
No entanto, mudar os papéis dos alunos e professor é o que as
metodologias ativas para o ensino propõem. A aprendizagem ativa pelo método
do "Flipped Learning", ou seja, Sala de Aula Invertida ocorre quando
substituímos a parte expositiva por atividades que o estudante deve
desempenhar individualmente em casa antes da aula, de modo que o ambiente
da sala de aula fica ressignificado. Isso poderia ser feito de algumas maneiras,
seja por meio de materiais impressos como notas de aula ou livros sugeridos, ou
através de vídeos gravados.
Esta possibilidade é potencializada em virtude da enorme facilidade de
obtenção de informação nos dias de hoje. Em outros tempos, o professor era o
detentor de informação, algo que com a enorme base de dados fornecida pela
internet deixou de ser verdade. No seu dia a dia, os alunos estão constantemente
conectados a redes sociais, smartphones, tablets, entre outros aparelhos
eletrônicos. Devido a este fato, o professor tem desafios jamais vistos, assim,
possivelmente o uso de metodologias ativas de ensino possa ser útil no combate
a dispersão dos alunos.
Estruturar uma nova sala de aula se torna fundamental. Inverter a sala de
aula é mudar a relação também com o tempo, pois no período presencial a aula
ganha mais qualidade devido ao fato dos estudantes já chegarem em sala tendo
11
visto o conteúdo, pois assim, o papel do aluno se torna mais ativo, confiante, e
com uma postura diferente ao chegar à classe.
No capítulo 2 será mostrado a fundamentação teórica que dará base para
a aplicação de metodologias ativas para o ensino de física. Mostrando como é
necessária e produtiva a participação dos alunos como agentes ativos em sala
de aula.
No capítulo 3 apresentaremos propostas de aula com a utilização da
metodologia de sala de aula invertida. No capítulo 4 encontra-se resultados do
uso da sala de aula invertida em uma turma de uma escola privada do ensino
médio e 2 turmas de nível superior da Universidade Federal Fluminense - UFF.
12
2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
É comum imaginarmos que a discussão sobre métodos ativos
foi estabelecida na atualidade, porém já aparece desde pelo menos o século I.V.
A.C. com Sócrates propondo modelos dialógicos ativos, onde os indivíduos eram
instigados a criar ideias, pensar e refletir (WOLF, 1993).
Mais recentemente, temos diversas publicações sobre metodologias
ativas, cito aqui alguns dos métodos de sala de aula invertida mais populares em
todo mundo, principalmente para o ensino de física, o método de Instrução por
Pares (Peer Instruction), teve origem na década de 1990 (MAZUR, 2015).
Outras metodologias como o Ensino sob Medida (Just-in-Time Teaching)
(NOVAK et al, 1999), Aprendizagem Baseada em Equipes
(TeamBased Learning), Aprendizagem Baseada em Projeto (Project-
Based Learning) e Aprendizagem Baseada em Problemas (Problem-
Based Learning) têm origem entre as décadas de 70 e 90.
Pensar no por quê se inverter a sala de aula e qual método usar é de
responsabilidade do professor, pois este precisa analisar o perfil da turma para
a qual leciona. Abaixo apresentamos algumas motivações para que a sala de
aula invertida seja empregada nos diversos lugares de ensino:
I. A Sala de Aula Invertida ressignifica o papel do professor
Um dos maiores questionamentos que ouço dos professores, em geral os
profissionais na área de física, é que não há tempo para se trabalhar o conteúdo
da forma que gostariam. Inverter a sala de aula confere ao professor o papel de
colaborador, cabendo a ele criar, organizar e selecionar os conteúdos a serem
discutidos em sala de aula para resolver os questionamentos trazidos pelos
alunos.
Em aulas tradicionais o professor emprega muito tempo em exposições
orais, sem a participação efetiva dos alunos. Sem contar que, os alunos
presentes nossas salas de aula atualmente são nascidos em uma época digital,
onde o acesso à internet é fácil. Desta forma, é conveniente explorarmos
recursos tecnológicos para a transmissão do conhecimento, o qual pode ser
13
complementado pelo uso de livros didáticos que já são disponibilizados para o
estudante.
O papel do professor é mais específico. Em vez de excessivas aulas
expositivas os encontros presenciais são empregados para
desenvolver atividades visando um melhor aproveitamento do conteúdo, por
exemplo, através da realização de parte das listas de questões conceituais e
quantitativas a serem feitas em sala de aula juntamente com o professor.
Sabendo que um dos maiores questionamentos que os estudam apresentam
sobre a matéria é a dificuldade encontrada na hora da realização das listas de
exercícios, conseqüência da discrepância encontrada entre as aulas e a
avaliação, ter um tempo da aula presencial para a discussão das listas é
extremamente válido.
Outro exemplo é a realização de tutorias presenciais com a turma na sala
de aula, pois no tutorial a transmissão do conteúdo é baseada em algumas
informações iniciais ou tópicos sobre determinado assunto que já tenha
sido estudado. Essas informações iniciais apresentam um “passo a passo” a ser
discutido, revisando o que já foi visto e com isso eliminando as dúvidas mais
frequentes. Outra estratégia é a realização de testes conceituais online antes
das aulas, constituindo uma ferramenta útil para ajudar o docente a diagnosticar
as partes do conteúdo que foram menos assimiladas pelos estudantes. Estes
testes podem ser bem simples já que o conteúdo será aprofundado em sala de
aula. Em nosso tratamento estes testes foram feitos utilizando os formulários do
Google. GADOTTI (2003) diz que o êxito do ensino não depende tanto do
conhecimento do professor, mas da sua capacidade de criar espaços de
aprendizagem.
II. Inverter a sala de aula coloca o aluno no centro do processo educativo
Com o método da sala de aula invertida tiramos o professor de um papel
absoluto, ou seja, ele não é mais o único agente falante em sala de aula e o
colocamos como um participante, assim como os alunos. Com isso,
transpassamos aluno e professor para um papel ativo em sala de aula.
14
Assim, os alunos passam a ser corresponsáveis pela própria produção do
conhecimento. Em casa os alunos necessitam estudar e se preparar para todas
as tarefas e atividades que serão desenvolvidas em sala de aula. E, quando em
sala de aula os alunos são coparticipantes da aprendizagem dos demais colegas
de classe, pois o desenvolvimento em grupo por meio dos tutoriais e resolução
das listas de exercícios é um fator importante para a contribuição de
uma aprendizagem significativa.
O conceito de aprender segundo MASETTO (2013, p.142) está ligado
diretamente a um sujeito (que é o aprendiz) que, por suas ações, e pela
interação com os colegas e com o professor, busca e adquire informações, dá
significado ao conhecimento, produz reflexões e conhecimentos próprios,
pesquisa, dialoga, debate, desenvolve competências pessoais, profissionais,
atitudes éticas, políticas, muda comportamentos, transfere aprendizagens,
integra conceitos teóricos com realidades práticas, relaciona e contextualiza
experiências, dá sentido a diferentes práticas da vida cotidiana, desenvolve seu
senso crítico, a capacidade de considerar e olhar para os fatos e fenômenos de
diversos ângulos, comparar posições e teorias e resolver problemas.
III. Na sala de aula invertida são levados em consideração os
conhecimentos prévios dos alunos
AUSUBEL afirma que os alunos já sabem algo sobre determinado
assunto, e que isso é um fator importante para a aprendizagem. Creio que a falta
de tempo é uma das maiores dificuldades do professor em saber ou entender os
conhecimentos prévios dos seus alunos.
No flipped classroom o professor consegue saber, por exemplo, por meio
dos questionários online quais são as dúvidas dos alunos, antes mesmo desses
chegarem à sala de aula. Tendo então, o tempo presencial com a turma para
sanar as dúvidas que ainda restam.
É interessante quando aprendemos alguma coisa. No entanto, é
fantástico quando um professor consegue não apenas ensinar certo conteúdo,
mas quando este mesmo professor consegue operar no aluno uma mudança de
pensamento que culmina em um jeito de estudar diferente do convencional.
15
IV. A Sala de Aula Invertida lida com a heterogenia na sala de aula
Nossas salas de aula são repletas de alunos dos mais diferentes tipos. E
isto se aplica mesmo ao ensino superior, embora os estudantes partilhem da
escolha de curso e tenham sido aprovados em um mesmo processo seletivo. Há
diversas razões para isto, de cunho cultural, social e regional. Isto é um problema
sério para um ensino baseado em aulas convencionais, fazendo com que certos
alunos sejam mais privilegiados que outros. Sou aluno, e como estudante no
ensino médio e até mesmo no ensino superior pude perceber flutuações em
certas salas de aula. Já tive professores que elevavam o nível das suas aulas
acarretando assim que apenas cerca de 20% da turma acompanhassem o ritmo
do curso. E o caso contrário também acontece, professores que nivelam muito
por baixo, deixando os alunos mais estudiosos e curiosos sem motivação.
No método da sala de aula invertida podemos equilibrar estas abordagens
com uma maior facilidade, uma vez que pode proporcionar um atendimento mais
individualizado a cada estudante (ou em turmas muito grandes pelo menos
separá-las em grupos). Além disso, alunos que já entenderam o conteúdo
conseguem explicar para os outros, e assim aprender ainda mais, pois estará
estruturando sua compreensão ao explicar para o outro. Os alunos que ainda
possuem dúvidas e dificuldades com o conteúdo conseguem ouvir outros
colegas e assim acontecer à mudança de pensamento por meio das discussões.
V. Métodos ativos de ensino baseados no modelo de sala de aula invertida
podem auxiliar no desenvolvimento de hábitos de estudo nos estudantes
O estudo às pressas antes da prova é um hábito muito comum dos
estudantes. Devido ao acúmulo de matéria o aluno deixa para estudar tudo
algumas horas antes da prova. O método de sala de aula invertida auxilia a
mudar esta mentalidade. O conteúdo a ser estudado é dividido em pequenas
partes, em vídeos pequenos ou em poucas páginas de um livro texto. Então, a
cada semana ou a cada aula o aluno já está estudando para a avaliação
final. Por experiência própria, quando ao chegar perto da avaliação podemos até
não perceber, mas já sabemos o conteúdo.
16
Creio que o mais difícil seja o de criar o hábito desse estudo gradativo.
Sei que não será fácil, mas acredito que podemos mudar essa cultura! Não parar
é fundamental, pois assim, com o tempo o aluno toma consciência de seus
próprios processos mentais e tem a possibilidade de controlá-los gradativamente
(STEDILE, 2003).
Juntamente com essa ideia, a sala de aula invertida auxilia os alunos no
desenvolvimento da capacidade de reflexão e da habilidade de elaborar boas
perguntas. Paulo Freire diz:
“O conhecimento surge como resposta a uma
pergunta. A origem do conhecimento está nas
perguntas, ou no ato mesmo de perguntar”.
A autorreflexão é uma habilidade fundamental para se aprender.
No método da sala de aula invertida o aluno é estimulado a se desenvolver
criticamente, de maneira reflexiva e argumentativa.
Diferentemente do ensino convencional no qual o professor determina o
ritmo da aula, agora o aluno tem a oportunidade de caminhar com suas próprias
pernas e decidir com que velocidade vai adquirir a informação, e assim, pensar
no que está sendo ensinado. Pausar o vídeo, fazer anotações ouvir novamente.
Essas são algumas das vantagens que ganhamos com o flipped classroom.
O lado argumentativo do aluno é mais desenvolvido. Como já sabemos a
produção do conhecimento em forma de debate, ou melhor, uma pedagogia
relacional produz um conhecimento mais significativo. (MASETTO, 2013) chama
de “interaprendizagem”, onde o aluno é introduzido a um conteúdo e discute,
debate, organiza, manipula, relaciona as informações até produzir o
conhecimento significativo. A autora (KENSKI, 2013) afirma que a parceria entre
professor aluno é o que movimenta o ensino colaborativo, possibilitando assim
uma evolução no ensino aprendizagem.
VI. Na sala de aula invertida ocorre uma maior participação dos alunos
O que se precisa entender é que a participação dos alunos em sala de
aula é importante, afinal eles também podem trazer contribuições e repensar as
17
posições do professor e do aluno. Refletir é necessário, (FARIAS, 2009, p.31)
diz:
“a forma de organização e de funcionamento da
escola, bem como da ação didática dos
professores, assumem diferentes formas no
decorrer do tempo. Por vezes apresentam
mudanças substanciais, noutras apenas
superficiais”.
O objetivo do corpo docente precisa ser o de gerar mudanças substanciais
no discente, produzindo desta forma uma melhora na aprendizagem significativa.
Segundo NOVAK (1980):
"a aprendizagem significativa está subjacente à
integração construtiva do pensamento,
dos sentimentos e das ações que levam à
capacitação humana tanto quanto ao
compromisso e à responsabilidade."
Isto também se fundamenta na estratégia de AUSUBEL (1980) que diz que:
"a conversa, debate ou o ato de
usar vocabulários para expressar suas ideias
tornam mais fácil o processo de transformar
essas ideias em novos
discernimentos, fazendo assim que a
compreensão seja mais efetiva."
Verbalizar ideias deixa mais claro e preciso o pensamento. Mais ainda,
PERRENOUD (2000) fala sobre o confronto de ideias, dizendo que este
confronto estimula as atividades metacognitivas.
18
3 – METODOLOGIA
Nesta seção proporemos dois tipos de aula com a utilização da sala de
aula invertida. Essas aulas podem ser desenvolvidas em turmas com diferentes
níveis de escolaridade. Na primeira aula, o método consistirá em uma aula por
vídeo acrescida pela realização de um questionário antes do encontro
presencial. Em sala de aula os alunos terão oportunidade de tirar suas dúvidas
com o professor e se aprofundarem no conteúdo visto. Ao final desde tempo os
alunos realizarão atividades como tutoriais e/ou listas de aprendizagem. Na
segunda aula o método consistirá da utilização de uma “Tarefa de Leitura” KIELT
(2017) e de um jogo chamado “quem sou eu?”.
As atividades propostas são livres para modificações, porém foram
pensadas para serem de fácil acesso e aplicabilidade. A primeira destas
atividades foi aplicada por mim a uma turma de ensino médio e discutirei esta
experiência na próxima seção.
3.1 – Aula sobre Força de Lorentz
PLANO DE AULA
Conteúdo: Força Magnética
Objetivo Geral: Analisar as diferentes formas de uso da força magnética.
Objetivo Específico: Aprender sobre a força magnética na presença de
campos magnéticos constantes.
Recursos Utilizados: Vídeo-aula no YouTube, material para o Questionário
de Aprendizagem e tutorial.
Desenvolvimento: Nos primeiros momentos da aula o professor retomará o
que foi visto no vídeo, destinando um tempo para tomada de dúvidas e de
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aprofundamento no conteúdo. Após esse tempo, retomaremos para uma
conclusão geral sobre o conteúdo abordado.
Avaliação: Na avaliação levaremos em conta o aluno que viu ao vídeo e
respondeu o questionário online, assim como, a participação na aula
presencial na realização do tutorial.
Eletricidade e magnetismo são conteúdos que muitos professores
encontram dificuldades em ensinar para os alunos, e é comum o aparecimento
de diversas dúvidas entre os docentes. Abaixo estão disponíveis os links para
as aulas que eu gravei para ensinar a estudantes do ensino médio a força
magnética.
Link parte 1: https://www.youtube.com/watch?v=eM6FlOQHu6k
Link parte 2: https://www.youtube.com/watch?v=NjW0zZthCzo
Os vídeos foram gravados através do aplicativo para computador
chamado Open Broadcaster Software (OBS), que é um programa de streaming e
gravação gratuito e de código aberto mantido pelo OBS Project que pode ser
obtido através do link https://obsproject.com/pt-br/download. A versão para
Windows do OBS Studio suporta o Windows 7, 8, 8.1 e 10. Tem também versão
para MacOS do OBS Studio, suportando o MacOS 10.10 ou superior. Por fim,
existe também uma versão para Linux.
Estes vídeos devem ser disponibilizados para os alunos antes da aula.
Em sala de aula haverá a discussão do assunto apresentado nos vídeos.
Passando este momento, o professor dividirá a turma em pequenos grupos de 3
a 4 pessoas. Nestes grupos os alunos serão responsáveis por fazer um
Questionário de Aprendizagem (Apêndice 7.2). Durante esta atividade, o
professor poderá andar pela sala esclarecendo dúvidas ou questionamentos,
mas sempre com o pensamento de deixar os alunos trabalharem entre si.
Depois de acontecido este encontro, nos últimos momentos da aula o
professor pode interagir com a turma como um todo a fim de se obter um resumo
ou uma conclusão sobre o conteúdo estudado. Pode-se, por exemplo, perguntar
20
para os alunos: “como podemos então concluir nosso novo conteúdo?”,
“sairemos hoje com o que em nossa cabeça?”, entre outras perguntas com o
objetivo de conclusão sobre o conteúdo apresentado. É importante deixar os
alunos se sentirem responsáveis e participantes da aprendizagem, conforme
discutido na seção anterior.
3.2 – Aula sobre Cinemática
PLANO DE AULA
Conteúdo: Cinemática
Objetivo Geral: Conseguir relacionar as relações da cinemática com
problemas do dia a dia.
Objetivo Específico: Analisar o movimento relativo, velocidade e aceleração.
Recursos Utilizados: Material disponibilizado pelo professor previamente,
post-it e caneca.
Desenvolvimento: Previamente a aula sobre cinemática o professor
disponibilizará aos estudantes o material didático. Na aula presencial o
professor retoma o que foi feito no material disponibilizado, separando
posteriormente a turma em grupos menores e faz uma brincadeira conhecida
como “quem eu sou?”
Avaliação: Na avaliação vale a pena observar como está sendo desenvolvido
o jogo do “quem eu sou?”. Pois durante a brincadeira poderá ser observado
se o aluno assimilou o conteúdo visto.
Cinemática é considerada por muitos professores de física um conteúdo
fácil de ser lecionado para os alunos, porém muitos já caíram no conformismo
21
de utilizar apenas um mesmo método de ensino para este conteúdo. Além disto,
é um assunto que frequentemente os estudantes não gostam muito de estudar.
Segue no apêndice 7.1 o material a ser disponibilizado aos estudantes
uma semana antes da aula sobre o conteúdo de cinemática. Depois deste
momento o professor dividirá a turma em alguns grupos que participaram do jogo
“quem sou eu?”. O objetivo do jogo é fazer com que o conteúdo visto seja fixado
por meio de uma brincadeira lúdica.
Cabe ao professor dividir os grupos e pedir para que cada aluno escreva
em um papel alguma palavra física sobre o conteúdo visto. O aluno gruda o post-
it na testa e começa a fazer perguntas genéricas com a proposta de querer
descobrir qual é a palavra em sua testa. Os outros alunos respondem à pergunta
com sim ou não. Cada participante do grupo faz apenas uma pergunta por vez,
até reiniciar a rodada.
22
4 – APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
Com o objetivo de aplicar o que discutimos na seção anterior, o método
da sala de aula invertida foi aplicado por mim em uma turma do Segundo Ano do
Ensino Médio de uma escola particular na qual leciono aulas de física. Nesta
seção descrevo a aplicação que fiz da atividade 3.1 descrita anteriormente no
meu ambiente de trabalho.
A pesquisa foi feita com 26 alunos, todos com idades próximas entre si e
estudando na mesma escola onde estiveram juntos desde o início do ensino
médio. A pesquisa teve a intenção de fazer um comparativo entre alunos do
ensino médio que utilizaram esta metodologia de ensino e os que não a
utilizaram.
A turma foi dividida em dois grandes grupos. O grupo A teve uma aula
convencional como já vinham tendo durante todo o ano. Já ao grupo B foi
aplicada a metodologia da sala de aula invertida. A seleção dos alunos que
compuseram os grupos A e B foi realizada por meio da lista de presença. O
critério escolhido por mim foi selecionar os alunos de número ímpar para assistir
o vídeo, deixando os alunos de número par com a aula expositiva tradicional.
Segui este procedimento para evitar qualquer viés.
Cada grupo era composto por 13 alunos. Os dois grupos tiveram a aula
presencial no mesmo dia e com o mesmo professor, no caso eu mesmo. Ambos
foram submetidos ao final da aula presencial a um teste que qualifiquei como
sendo um “Questionário de Aprendizagem” (disponível no apêndice 7.2), onde
minha intenção era a de conseguir alguns dados sobre a utilização da
metodologia que estava sendo usada. O questionário foi conceitual, com
perguntas qualitativas. Minha intenção era conseguir comparar a compreensão
deles através de dois métodos de ensino, um dito ativo e outro sendo tradicional.
O assunto selecionado para os grupos foi o de força magnética. O grupo
A não teve nenhuma informação prévia de qual seria o assunto tratado, assim
como já estava sendo feito desde o início do ano. Coloquei o conteúdo no
quadro, esperei os alunos copiarem. A partir de então, comecei a explicação
expositiva. Já para o grupo B foi enviado uma semana antes um vídeo com a
23
intenção de chegar ao encontro presencial já tendo assistido ao vídeo
previamente sobre o assunto. A gravação foi através de uma apresentação de
powerpoint gravada pelo aplicativo OBS, capturando assim a imagem da tela do
computador e a voz emitida.
Em sala de aula o grupo A teve a mesma aula que durante o decorrer do
ano, foi utilizado 2 tempos de aula onde aconteceram aulas expositivas apenas,
sem tempo para aplicação de exercícios. Já para o grupo B o tempo em sala de
aula foi dedicado para tirar dúvidas, debates e a resoluções das questões
propostas no vídeo que os alunos assistiram. O “Questionário de Aprendizagem”
foi aplicado para os grupos A e B ao final da aula presencial.
Imagem do vídeo apresentado, disponível no link colocado na seção 3.1
24
Imagem do vídeo apresentado, disponível no link colocado na seção 3.1
O vídeo foi dividido em duas partes, cada uma durando em média 6
minutos. O vídeo foi disponibilizado através do YouTube. Uma coisa curiosa
aconteceu assim que cheguei na escola, quando três alunos me procuraram
antes da aula para dizer que não tinha entendido muito bem como funcionava a
“regra da mão direita”. Achei isso fantástico! Talvez você esteja pensando: Mas
mesmo vendo o vídeo os alunos lhe procuraram para tirar dúvida ainda? Pois é,
sim, procuraram, e isso que é bom. Apenas o interesse em me procurar, antes
mesmo da aula presencial para perguntar algo com o qual ficou com dúvida é
sensacional! Realmente o engajamento desse grupo B já estava aparentemente
maior. Isso ainda me motivou a entrar na sala de aula deles.
Abaixo apresento os resultados obtidos por cada grupo no questionário
(disponível no apêndice 7.2) respondido pela turma após a aula.
25
Número de alunos participantes: total = 26
- Não assistiram ao vídeo = 13
- Assistiram ao vídeo = 13
- Média dos alunos que assistiram ao vídeo = 7.5
- Média dos alunos que não assistiram ao vídeo = 4.3
ALUNOS QUE NÃO ASSISTIRAM AO VÍDEO ALUNOS ASSISTIRAM AO VÍDEO
13 13
0
2
4
6
8
10
12
14
NÚ
MER
O D
E A
LUN
OS
7,5
4,3
ALUNOS QUE ASSISTIRAM AO VÍDEO ALUNOS QUE NÃO ASSISTIRAM AO VÍDEO
Média dos alunos
26
O valor da variância, que é uma medida de dispersão que mostra quão
distantes os valores estão da média, foi calculado. Para os alunos que assistiram
ao vídeo e os alunos que não assistiram ao vídeo, o valor da variância foi,
respectivamente, 1.96 e 5.29.
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
MÉDIA
Média com variância
ALUNOS QUE ASSITIRAMAO VÍDEO
-2
0
2
4
6
8
10
MÉDIA
Média com variância
ALUNOS QUE NÃOASSITIRAM AO VÍDEO
27
Questão 1:
- Acertos dos que viram = 13
- Acertos dos que não viram = 7
Questão 2:
- Acertos dos que viram = 10
- Acertos dos que não viram = 8
13
7
ACERTOS DOS QUE ASSISTIRAM ACERTOS DOS QUE NÃO ASSISTIRAM
Questão 1
28
Questão 3:
- Acertos dos que viram = 13
- Acertos dos que não viram = 9
10
8
ACERTOS DOS QUE ASSISTIRAM ACERTOS DOS QUE NÃO ASSISTIRAM
Questão 2
13
9
ACERTOS DOS QUE ASSISTIRAM ACERTOS DOS QUE NÃO ASSISTIRAM
Questão 3
29
Questão 4:
-Acertos dos que viram = 6
-Acertos dos que não viram = 3
É certo que existem muitos pontos sobre esses dados, por exemplo:
- Alunos que assistiram: tiveram duas notas dez e nenhuma nota zero.
- Alunos que não assistiram: teve uma nota zero e nenhuma nota dez.
6
3
ACERTOS DOS QUE ASSISTIRAM ACERTOS DOS QUE NÃO ASSISTIRAM
Questão 4
30
5 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
Algumas conclusões acerca da aplicação da sala de aula invertida foram
obtidas por opiniões de alunos da UFF que realizaram as disciplinas de Mecânica
Geral e Física da Matéria Condensada no primeiro período de 2018, onde foi
utilizado o método de sala de aula invertida. Também foram colhidas
informações de alunos do Ensino Médio da mesma turma que foi citada acima.
Segue link das páginas do YouTube:
- Mecânica Geral:
https://www.youtube.com/channel/UCDCjVyYcYjnuNHNJImUGh9A
- Física da Matéria Condensada:
https://www.youtube.com/watch?v=dL1RbItNiRs&list=PL8zzcM7NAIdjAROvWM
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Os alunos responderam a um questionário totalmente voluntário e
anônimo com o objetivo de saber a opinião deles sobre a utilização do método
de sala de aula invertida. No questionário foram feitas as seguintes perguntas:
“Você acha que o uso da sala de aula invertida funciona em qualquer nível de
ensino? (Exemplo: funciona no ensino médio? No ensino superior? No início ou
no final do curso?) Justifique.”, também foi perguntado: “Você acha que o
conteúdo foi melhor aprendido com metodologia ativa da sala de aula invertida
do que pelo método tradicional?”, ainda foi pedido: “Descreva na sua opinião
pontos positivos e pontos negativos sobre o método de sala de aula invertida.
Justifique.” e “Descreva sua experiência com a metodologia da sala de aula
invertida.”.
Sobre a turma de Mecânica Geral, as aulas vistas pelos alunos antes do
encontro presencial foram vídeos de aulas expositivas gravadas, sendo assim
foram obtidos relatos sobre a aplicação do método que exaltam a qualidade de
aprendizagem obtida, mas também criticam o tempo gasto. Alunos relataram que
o tempo em sala de aula para debates e explicação de dúvidas é um ponto
positivo, assim como a fixação dos conteúdos devido ao fato de chegarem a sala
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de aula já com o conteúdo na cabeça, a conexão feita com os colegas da classe
e a constante troca feita entre alunos e professor.
Respondendo sobre pontos negativos os alunos do curso de Mecânica
Clássica expõem que a demanda de tempo necessário precisa ser maior para
disciplinas que dispõem deste método.
“Excelente experiência” disse um dos alunos. Outro disse: “Uma boa
experiência, onde grande parte da turma foi aprovada”. Os alunos relatam que
“Apesar de impactante no início pelo ritmo acelerado de listas e videoaulas, foi
muito bom pra formação ter aprendido mecânica utilizando este método”. Outro
fato importante a ser visto é o que um dos alunos comentou em sua resposta
sobre a sua vivência com o método de sala de aula invertida. O aluno deixa claro
que teve uma trajetória positiva com o método, pois conseguia fazer o que lhe
era proposto, porém “amigos que não tinham o tempo demandado ficaram
prejudicados por não conseguir acompanhar o ritmo”, diz o aluno.
Sobre a turma de Física da Matéria Condensada, os alunos viram antes
da aula presencial vídeos de aulas por slide com o áudio do professor. As
conclusões apresentadas pelos alunos foram interessantes, pois como esta
disciplina é uma disciplina do final do curso de física os alunos puderam
expressar suas experiências de forma mais concreta, pois já passaram por
muitos professores e métodos de ensino. Um aluno disse que “o tempo dedicado
aos vídeos e dúvidas foi sem duvidas o fator mais importante. Uma vez que já
havia lido o livro e assistido ao vídeo pude aprender muito com o tempo dedicado
a discussão”. Foi percebido com as falas dos alunos que para eles “chegar
sabendo e podendo tirar dúvidas” foi algo valioso e gera uma “dinâmica melhor”.
Sobre os pontos negativos desta turma os estudantes destacaram que
precisam estar focados, motivados e com menos disciplinas, o que para um final
de curso é comum. Mas mesmo assim um aluno destaca que se o aluno não tem
tempo para se dedicar e oferecer a devida atenção à disciplina “acaba-se
tornando uma forma de ensino segregadora”.
Com relação a turma do Ensino Médio os relatos dados pelos alunos
contribuíram para reflexão da aplicabilidade do método de sala de aula invertida.
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Um ponto positivo citado por um aluno foi que “a sala de aula invertida ajuda
principalmente os alunos com dificuldade de concentração”. Depois o aluno
explica: “tive muito mais facilidade de aprender com o método, pois pelo fato de
conhecer o assunto e conseguir entender o que o professor falava tornou mais
difícil eu deixar de prestar atenção”.
O ponto negativo ressaltado pela turma foi que na opinião de les o aluno
precisa necessariamente ter visto ao vídeo, senão durante a aula presencial o
mesmo “poderia ser excluído por não ter o conhecimento adquirido por todos os
outros”. Algo que ficou bem claro durante os relatos dos alunos da turma no
Ensino Médio foi que os estudantes vêem a necessidade de ter algum tipo de
motivação para assistir ao vídeo ou a algum material de estudo dado antes do
encontro presencial. A fala de um dos alunos com relação a isso foi: “um ponto
negativo é que se o aluno não quiser ver o material não fará diferença nenhuma”.
O aluno tenta deixar a entender que para o material ser visto precisa-se de
alguma coisa recompensadora para o seu ato.
Dentre as perguntas feitas aos estudantes foi perguntado se eles
achavam que o método da sala de aula invertida funcionaria em qualquer nível
de ensino. Em relação a isso os alunos ficaram bem divididos, pois ainda não
sabem se funcionaria, pois crêem que para a melhor efetivação precisa ser
cultural o hábito de se inverter a sala de aula.
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Porém, uma curiosidade foi encontrada. Quando foi perguntado para os
alunos se o conteúdo visto foi melhor aprendido com o uso do método de sala
de aula invertida ao invés do método tradicional, tivemos um resultado positivo.
Vale a pena ressaltar que as conclusões aqui tomadas não representam
dados estatísticos, já que temos pouca quantidade de dados, mas sim
informações dadas pelos próprios alunos que experimentaram o método de sala
de aula invertida. Pode-se perceber que além de ser aplicado o método da sala
de aula invertida, se torna necessário pensar sobre como se avaliar os
estudantes depois do método aplicado.
Segundo HAYDT (2000) é parte do trabalho docente verificar e julgar o
rendimento dos alunos, avaliando os resultados do ensino. HOFFMANN (1997)
diz: “A avaliação é essencial à educação”. Sabe-se que a avaliação está sempre
presente na sala de aula e faz parte da rotina de uma escola. Portanto, é
responsabilidade do professor sempre aperfeiçoar suas técnicas. Assim, será de
meu grande interesse dar continuidade no mestrado e por diante a pesquisas
sobre metodologias ativas para o ensino de física e seus métodos de avaliação.
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6 - BIBLIOGRAFIA
AUSUBEL, David Paul, NOVAK, Joseph e HANESIAN, Helen. Psicologia
educacional. Rio de Janeiro: Interamericana, 1980.
E. Mazur, Peer Instruction: A Revolução da Aprendizagem Ativa (Penso
Editora LTDA, Porto Alegre, 2015).
F. Hernández, Transgressão e Mudança na Educação: Os Projetos de
Trabalho (Artmed, Porto Alegre, 1998).
FARIAS, Isabel Maria Sabino de Didática e docência: aprendendo a
profissão. 2.Ed. Brasília: Líberlivro, 2009, p.11-53.
G.M. Novak, E.T. Patterson, A.D. Gavrin and W. Christian. Just-in-
Time Teaching: Blending Active Learning with Web Technology (Prentice
Hall, Upper Saddle River, 1999).
GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: ensinar-e-aprender com sentido.
Novo Hamburgo: Feevale, 2003.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação do processo ensino-aprendizagem. São
Paulo: Ática, 2000.
H.S. Barrows e M.R. Tamblyn, Problem-
Based Learning: An Approach to Medical Education (Springer, New York,
1980).
HOFFMANN, J.M.L. Avaliação – mito e desafio. Porto Alegre: Mediação, 1997.
KIELT, Everton Donizetti. Utilização integrada do Just-in-time e
PeerInstruction como ferramenta de ensino de mecânica no ensino médio
por APP. 2017.
KENSKI, Vani M. Tecnologias e tempo docente. Campinas: Papirus, 2013.
L.K. Michaelsen, A.B. Knight and L.D. Fink, Team-Based Learning:
A Transformative Use of Small Groups in College Teaching (Stylus Publishi
ng, Sterling, 2004).
35
MASETTO, Marcos T. Mediação pedagógica e tecnologias de informação e
comunicação. In: MORAN, José M.; MASETTO, Marcos T.; BEHRENS, Maria
A. (Org.) Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2013.
PERRENOUD, P. Dez novas competências para ensinar. Artmed, 2000.
STEDILE, N. L. R., & FRIENDLANDER, M. R. Metacognição e ensino de
enfermagem: uma combinação possível? Revista Latino-Americana de
Enfermagem, 11, 6, 2003,792- 799.
WOLF, F. (1993). Três Figuras do Discípulo na Filosofia Antiga. Discurso,
(22), 123-152.
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7 – APÊNDICES
7.1)
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7.2)
nossa aula, coloquei o conteúdo no quadro, esperei copiarem e comecei a
plicação.
Questionário de Aprendizagem
1. Qual a formulação matemática da força de Lorentz?
a) Fm= mghcos ɵ
b) FL = qmvcos ɵ
c) Fm = qvBsen ɵ
d) FL = Bgmsen ɵ
2. A regra da mão direita para a Força de Lorentz é feita por meio de quais grandezas físicas?
a) Velocidade; Aceleração; Posição
b) Força; Aceleração; Campo Magnético
c) Campo Magnético; Velocidade; Força
d) Aceleração; Massa; Velocidade
3. O que acontece com a Força de Lorentz quando o sen ɵ = 0 e v = 0, respectivamente?
a) F = 0; F = 1
b) F = 0; F = ∞
c) F = ∞; F = 0
d) F = 1; F = 0
4. Qual a direção e sentido da força de Lorentz?
a) b) c) d)
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