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Lei 12.846/2013, mecanismos de combate à lavagem de dinheiro e a fraudes
financeiras: pontos de convergência
Isaac Sidney Menezes Ferreira 18 de novembro de 2014isaac.sidney@bcb.gov.br
Plano da apresentação
• Competências do BC
• Evolução da regulação e da supervisão do BC
• Atuação do BC no Sistema de Prevenção à Lavagem de Dinheiro instituído pela Lei 9.613/98
• Pontos de convergência entre as ações do BC e o Sistema Anticorrupção instituído pela Lei 12.846/13
• Interação e sinergia entre os dois sistemas legais
• Foco da apresentação dimensão estrutural das competências do BC em relação à matéria
Competências do BC
A matriz constitucional das competências do BCB apontam para os dois mandatos que se expressam em sua missão
• “Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda...”
Art. 164 da CF
• “... e um sistema financeiro sólido e eficiente”
Art. 192 da CF
Competências do BC
Autoridade Monetária e Cambial(Lei 4.595/64)
Autoridade de
Regulação Bancária e Financeira(Lei 4.595/64)
Autoridade de
Resolução Bancária e
de Política Antitruste(Leis 6.024/74 e 4.595/64)
Autoridade de Supervisão(Leis 4.595/64,
9.613/98 e outras)
No plano legal, o amplo escopo das competências do BC impõe a coordenação entre as políticas monetária, cambial, regulatória e de supervisão
Competências do BC
• O BC não integra a rede de instituições especificamente voltadas a combater ilícitos contra a administração pública
• O BC não tem mandato legal para investigar ou punir crimes contra a administração pública
• Nada obstante, solidez e eficiência do SFN pressupõem que suas instituições não sirvam como canais para ilícitos
• Portanto, ao prover disciplina de mercado, o BC colabora de modo estrutural para tornar o SFN cada vez mais impermeável à prática de ilícitos
• A evolução da regulação e da supervisão do SFN tem constituído a maior contribuição do BC nesse contexto
1999Regulação bancária brasileira foi
considerada não aderente aos princípios de supervisão
financeira então consagradas internacionalmente, situando-se
entre as mais deficientes
2012Regulação bancária brasileira foi considerada aderente a 28 dos 30 princípios, sagrando-se como a
mais bem classificada entre todos os países avaliados
(R)Evolução da regulação financeira no Brasil(R)Evolução da regulação financeira no Brasil
Avaliação internacional (Financial Sector Assessment Program – FSAP) da
adequação dos arcabouços regulatórios nacionais aos princípios de supervisão
financeira de Basileia
• Avaliação do FMI (2012) – Adequação aos princípios de Basileia
1º Brasil 28
2º Holanda 25
3º Estados Unidos 23
4º África do Sul 20
5º Espanha 19
6º China 18
7º Alemanha 17
7º Reino Unido 17
(R)Evolução da regulação financeira no Brasil(R)Evolução da regulação financeira no Brasil
ANTES
Intervenção p/ solução deproblemas específicos
Medidas conjunturais
Regulação reativa
HOJEEstabilidade financeira: foco em
riscos (monitorar, controlar e mitigar)
Medidas estruturais
Regulação proativa
(R)Evolução na perspectiva de regulação do Sistema Financeiro Nacional(R)Evolução na perspectiva de regulação do Sistema Financeiro Nacional
Magnitude do universo supervisionadoMagnitude do universo supervisionadoUniverso Supervisionado
Bancos
172
Instituições Não Bancárias
1.764
Cooperativas de Crédito
1.157
Outras Instituições de Crédito
153
Intermediação (distribuidoras e corretoras)
266
Consórcio
188
Correspondentes bancários ~344 mil
Cadastro de Clientes do SFN
Número de relacionamentos ativos (Outubro/2014)
293.422.44
8
MERCADOS
SUPERVISIONADOS
Ativo Total do Sistema Financeiro R$ 6.858 bilhões
Mercado de Câmbio (até 10/11/2014) Volume diário médio contratado USD 8,9 bi 100,0% R$ 22,3 bilhões
Mercado primário USD 5,9 bi 66,1% R$ 14,8 bilhõesExportação USD 910,6 mi 10,3%Importação USD 870,9 mi 9,8%Transf. Financeiras do Exterior USD 2,04 bi 23,0%Transf. Financeiras p/ Exterior USD 2,05 bi 23,0%
Mercado interbancário (compras) USD 3,0 bi 33,9% R$ 7,5 bilhões
Quantidade diária média de contratações 100% 29.033Mercado primário 93% 27.141
Exportação 6% 1.689Importação 18% 5.279Transf. Financeiras do Exterior 26% 7.438Transf. Financeiras p/ Exterior 44% 12.735
Mercado interbancário (compras) 7% 1.892Mercado de Crédito Carteira Ativa (Setembro/2014) R$ 2.901 bilhões
Pessoas Físicas R$ 1.356 bilhõesPessoas Jurídicas R$ 1.545 bilhões
Contratação (média mensal 2014)Quantidade de Operações 48 milhõesValor R$ 164 bilhões
Quantidade de Clientes Identificados (Setembro/2014) 73 milhõesPessoas Físicas 69 milhõesPessoas Jurídicas 4 milhões
Quantidade de Operações Identificadas (Setembro/2014) 444 milhõesPessoas Físicas 391 milhõesPessoas Jurídicas 53 milhões
Mercado de depósitos e títulos bancários - estoque (Outubro/2014)CDB R$ 555 bilhõesDepósitos à vista R$ 155 bilhões
Poupança R$ 648 bilhões
Marcos evolutivos da regulação financeira para a rede estatal de prevenção e combate a ilícitosMarcos evolutivos da regulação financeira para a rede estatal de prevenção e combate a ilícitos
1996 2005
1997: Central de Risco de Crédito (CRC), com dados
centralizados sobre operações de crédito no
âmbito do SFN
1997 1998
Regulamentação da Lei de Lavagem de Dinheiro (Lei 9.613/98) no BC (Circ. 2.852/98)
2001
2001: Criação do BacenJud
CCS (Cadastro de Clientes do SFN)Aprimoramento das regras
sobre controles internos das IFs (Res. 2.554/98)
PROES
1995
PROER
20122008
2006/2009: Basileia II – Foco em gerenciamento de riscos, inclusive operacional (Res 3.380/06), além dos
riscos de mercado e de crédito, relacionado a fraudes (internas e externas) e falhas em
sistemas de TI
2006 2009
2008: Substituição da CRC pelo SCR: evolução do
monitoramento sobre operações de crédito
2006: Revisão das regras de acesso a cargos no SFN: orientação jurídica mais abrangente quanto ao
conceito de reputação ilibada
2009: aprimoramento da regulamentação de PLD em linha
com as recomendações do GAFI/FATF (Circ. 3.461/09)
Criação do Departamento de Supervisão de Conduta do BC
(Decon) e da Diretoria de Relacionamento Institucional
e Cidadania (Direc)
Marcos evolutivos da regulação financeira para a rede estatal de prevenção e combate a ilícitosMarcos evolutivos da regulação financeira para a rede estatal de prevenção e combate a ilícitos
Sistema de PLD
• Sistema de PLD/CFT (Lei nº 9.613/98): articulação entre órgãos do Estado, entre eles o BC, sendo o COAF o órgão central, e corresponsabilidade dos sujeitos obrigados (IFs e outros)
• Sistema alinhado às práticas e recomendações internacionais, em especial as oriundas do GAFI
• BC: regulamentar os comandos legais e fiscalizar o cumprimento das normas editadas no âmbito do SFN
• Instituições obrigadas (corresponsabilidade):
identificação dos clientes (conheça seu cliente) e manutenção de cadastros atualizados;
manutenção de registros de operações;
políticas e procedimentos de controle interno;
detecção e comunicação ao COAF de operações atípicas, suspeitas ou superiores a limites regulamentares
Sistema de PLD
• COAF: órgão central do sistema, elabora relatórios de inteligência financeira (RIFs) com base nas comunicações recebidas dos sujeitos obrigados para encaminhamento às autoridades de investigação (MP, Polícia, CGU, RFB, BC...)
• Autoridades de persecução criminal: instauram inquérito e oferecem denúncia (podem pedir bloqueio de valores e rastreamento, a fim de identificar todos os envolvidos e os reais beneficiários)
• Sistema de PLD ação coordenada de todos os partícipes, cada um atuando segundo suas respectivas competências legais e responsabilidades
Lei 9.613/1998
• Compete ao BC
Regulamentar a Lei de PLD para as instituições obrigadas que supervisiona
Zelar pela aderência dos supervisionados à legislação de PLD
Aplicar sanções administrativas em caso de infração às normas por supervisionados
Comunicar ao COAF indícios de lavagem de dinheiro identificados no exercício das suas atribuições
Comunicar ao MP indícios da prática de crimes de ação pública identificados no exercício das suas atribuições
Manter o Cadastro de Clientes do Sistema Financeiro (CCS)
Papel do BCB no Sistema de PLD/CFT
CMN/BCB
Instituições Financeiras
COA – Comunicação de Operações AtípicasCOS – Comunicação de Operações Suspeitas
NormasSupervisão
Clientes
Poder Judiciário
COAF
COA
COS
RIF – Relatório de Inteligência Financeira
DPF
MP
Demais Órgãos
RIF
GAFI/Enccla/
Legislação Interna
DENÚNCIA
Pedidosde
Informações
Comunicações ao COAF por setor obrigadoComunicações ao COAF por setor obrigado
1998-2010 2011 2012 2013 2014 Total % UtilBens de Luxo ou de Alto Valor 0 0 0 3.589 3.761 7.350 0,65Cartões de Crédito 1.257 558 14.166 26.368 25.762 68.111 0,76Factoring 70.381 15.026 17.114 32.376 15.048 149.945 6,08Jóias, Pedras e Metais Preciosos 74 28 176 321 333 932 3,33Objetos de Arte e Antiguidades 13 3 19 9 22 66 1,52Remessa Alternativa de Recursos 5.590 1.069 24.170 61 326 31.216 3,23Assessoria, Consultoria, Auditoria, etc 0 0 1 8 10 19 10,53
COFECI 0,34% Imóveis 15.789 3.768 5.473 4.446 2.826 32.302 2,63PREVIC 0,65% Previdência Complementar 33.403 6.076 7.433 7.152 7.020 61.084 0,36
Instituições Financeira (COE) 1.824.578 729.395 811.869 859.994 782.904 5.008.740 7,12Instituições Financeiras (COS) 134.678 37.237 41.819 53.244 47.941 314.919 15,87
SEAE 7,25% Loterias e Sorteios 150.322 162.128 195.499 170.789 3.747 682.485 0,55CVM 0,10% Mercado de Valores Mobiliários 4.264 1.176 1.139 1.616 1.653 9.848 9,92
SUSEP 32,31% Seguro, Previdência, Capitalização e Resseguro 2.075.699 332.606 467.512 125.451 38.487 3.039.755 1,30
DPF 0,02% Transporte e Guarda de Valores 5 17 1.014 723 421 2.180 1,56CFC 0,00% Assessoria, Consultoria, etc 0 0 0 0 81 81 1,23
COFECON 0,00% Assessoria, Consultoria, etc 0 0 0 0 0 0 0,00
LEI 0,00% Outros setores previstos na Lei nº 9.613/1998 0 0 23 86 19 128 0,78
TOTAL 100,00% 4.316.053 1.289.087 1.587.427 1.286.233 930.361 9.409.161 4,92
BACEN
COMUNICAÇÕES RECEBIDAS DOS SETORES OBRIGADOS
53,23%
SETORES OBRIGADOS - ART. 9 DA LEI 9.613/98
COAF 0,08%
Lei 9.613/1998
A redação original da Lei já contemplava os crimes contra a administração pública entre os delitos antecedentes; na redação atual, qualquer infração penal é delito antecedente
“Prezado Senhor,Trata-se do RDR 2013144402, por meio do qual Vossa Senhoria solicita ..................Primeiramente, registre-se que o Banco Central do Brasil não possui cargos em comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores (DAS), mas apenas funções comissionadas, de exercício privativo por servidores da Autarquia, nos termos do art. 12 da Lei n° 9.650, de 27 de maio de 1998. Sendo assim, não se aplica ao Banco Central o disposto no inciso I do art. 2º do Decreto n° 4.228, de 13 de maio de 2002, ficando prejudicados, portanto, os itens “i” e “v” do seu pedido. Quanto
Lei 9.613/1998
• Aspecto relevante:
Art. 2o [...]
§ 1o A denúncia será instruída com indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sendo puníveis os fatos previstos nesta Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente [redação da Lei nº 12.683/12]
• O juízo sobre a existência de indícios da infração penal antecedente é do MP e não das instituições obrigadas
• As instituições obrigadas identificam, conforme regulamentação, operações atípicas, suspeitas ou superiores a limites regulamentares, para comunicação ao COAF, unidade de inteligência financeira do País
Lei 9.613/1998
• Regulamentação da Lei: Circular 3.461/09 e Cartas-Circulares 3.430/10 e 3.542/12, com detalhamento da disciplina de atuação das instituições obrigadas, especialmente em relação a:
política “conheça o seu cliente”
manutenção de registros de transações
políticas e procedimentos de controle interno referentes a PLD
detecção de operações atípicas, suspeitas ou superiores a limites regulamentares, para comunicação ao COAF, sem dar ciência a terceiros
Lei 9.613/1998
• Cartas-Circular 3.542/12 do BC e dever de comunicação de situações relacionadas a contratos com o setor público:
movimentações atípicas de recursos por agentes públicos, conforme definidos no art. 2º da Lei 8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa)
movimentações atípicas por pessoa natural ou jurídica relacionados a patrocínio, propaganda, marketing, consultorias, assessorias e capacitação
movimentações atípicas por organizações sem fins lucrativos
movimentações atípicas relacionadas a licitações
• Lei 4.595/64 – empréstimos vedados (art. 34), reincidência, infração às disposições sobre capital, fundos de reserva, serviços e operações etc., embaraço à fiscalização, infrações graves na condução dos interesses da I.F. (§§ do art. 44)
• Penalidades (art. 44 – advertência, multa, suspensão do exercício de cargos, inabilitação temporária, cassação da autorização de funcionamento)
Fraudes Financeiras
• Lei 7.492/86 (arts. 2º a 22) – em especial: divulgação de informação falsa, gestão fraudulenta, gestão temerária, apropriação indébita qualificada, indução a erro (sócio, investidor ou autoridade), emissão irregular de títulos, inserção de elemento falso em demonstrativo contábil, contabilidade paralela, desvio de bens atingidos por indisponibilidade, operação de I.F. sem autorização, empréstimo vedado.
• Comunicações ao MP – no exercício de suas atribuições - crime de ação pública - art. 9º, caput, da Lei Complementar nº 105, de 2001.
• Comunicações a outras autoridades – de irregularidades ou ilícitos administrativos de que tenham conhecimento - art. 9º, § 2º, da Lei Complementar nº 105, de 2001.
Fraudes Financeiras
Convergência da legislação
• Tanto a Lei de Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro quanto a Lei da Empresa Limpa tratam da fiscalização compartilhada, isto é, da corresponsabilidade entre Estado e Sociedade Civil;
• Lei 9.613/98: fiscalização das operações dos clientes/setor interno de controle, auditoria e prevenção de ilícitos/comunicação de operações suspeitas ao Coaf;
• Lei 12.846/13: fiscalização da conduta dos prepostos e empregados/setor de controle e auditoria/incentivo à denúncia de irregularidades.
• Lei 12.846/13
– embaraço à investigação e à fiscalização - art. 5º , inciso V - dificultar atividade de investigação ou fiscalização de órgãos, entidades ou agentes públicos, ou intervir em sua atuação, inclusive no âmbito das agências reguladoras e dos órgãos de fiscalização do sistema financeiro nacional.
• Lei 4.595/64
– embaraço à fiscalização - art. 44, § 2º, alínea “c” e § 8º
• Lei 7.492/86
– induzir ou manter em erro repartição pública, sonegando informação ou prestando-a falsamente (art. 6º)
– fraudar a fiscalização inserindo em documento comprobatório de investimento declaração falsa ou diversa da que dele deveria constar (art. 9º)
– inserção de elemento falso ou omissão de elemento exigido pela legislação em demonstrativos contábeis (art. 10)
– manter ou movimentar recurso ou valor paralelamente à contabilidade exigida na lei (art. 12)
Convergência da legislação
Coordenação entre os órgãos e entidades
• Lei 9.613/98 – Arts. 11 e 15
Art. 11 (...)
3o O Coaf disponibilizará as comunicações recebidas com base no inciso II do caput aos respectivos órgãos responsáveis pela regulação ou fiscalização das pessoas a que se refere o art. 9o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)
Art. 15. O COAF comunicará às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis, quando concluir pela existência de crimes previstos nesta Lei, de fundados indícios de sua prática, ou de qualquer outro ilícito.
• Lei Complementar 105/01Art. 1º§ 3o Não constitui violação do dever de sigilo:IV – a comunicação, às autoridades competentes, da prática de ilícitos penais ou administrativos, abrangendo o fornecimento de informações sobre operações que envolvam recursos provenientes de qualquer prática criminosa;
Art. 9º§ 2o Independentemente do disposto no caput deste artigo, o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários comunicarão aos órgãos públicos competentes as irregularidades e os ilícitos administrativos de que tenham conhecimento, ou indícios de sua prática, anexando os documentos pertinentes.
Convergência da legislação
Pessoas apenáveis
• Lei 7.492/86
Art. 25. São penalmente responsáveis, nos termos desta lei, o controlador e os administradores de instituição financeira, assim considerados os diretores, gerentes (Vetado).
§ 1º Equiparam-se aos administradores de instituição financeira (Vetado) o interventor, o liqüidante ou o síndico.
• Lei 12.846/13
Art. 6o Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes sanções: (...) v. também, o art. 19.
Convergência da legislação
• Lei 9.613/98
Art. 12. Às pessoas referidas no art. 9º, bem como aos administradores das pessoas jurídicas, que deixem de cumprir as obrigações previstas nos arts. 10 e 11 serão aplicadas, cumulativamente ou não, pelas autoridades competentes, as seguintes sanções: (...)
Art. 7º São efeitos da condenação, além dos previstos no Código Penal:II - a interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de gerência das pessoas jurídicas
referidas no art. 9º, pelo dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.
• Lei 4.595/64
– Art. 44. As infrações aos dispositivos desta lei sujeitam as instituições financeiras, seus diretores, membros de conselhos administrativos, fiscais e semelhantes, e gerentes, às seguintes penalidades, sem prejuízo de outras estabelecidas na legislação vigente:
– IV - Inabilitação temporária ou permanente para o exercício de cargos de direção na administração ou gerência em instituições financeiras.
Convergência da legislação
Alguns elementos preventivosdo arcabouço regulatório
• Regras de concessão de crédito: seletividade, responsabilidade sócio-ambiental e avaliação de riscos (operacionais, legais, reputacionais, administrativos etc.)
• Existência de dirigentes responsáveis perante os órgãos de supervisão e regulação
• Políticas “conheça seu funcionário”, além do “conheça seu cliente”
• Intercâmbio de informações e articulação COAF-CGU
Conclusão
• A evolução da regulação bancária e financeira, nas últimas décadas, enfatizou o aspecto prudencial, preventivo, com foco em monitoramento, controle e mitigação de riscos, em linha com o melhor padrão internacional
• Paralelamente, a fiscalização do BC pautou-se por visão sistêmica, ampliação do monitoramento e atuação mais intrusiva, abrangendo a supervisão de conduta, bem como por maior rigor com requisitos de compliance e governança responsável
• Essa linha de ação abrangente tem contribuído para estruturar o SFN de forma cada vez menos permeável à prática de ilícitos por meio de suas operações
Conclusão
• O sistema de PLD (mais de 15 anos) consolidou importante fluxo de informações do SFN, pondo ao alcance do sistema de integridade da Lei Anticorrupção subsídios críticos para a efetividade da norma
• Nesse contexto, o horizonte de consolidação da Lei Anticorrupção é amplo, encontrando grande potencial de desenvolvimento em seus pontos de convergência e sinergia com o arcabouço regulatório do SFN, especialmente o relativo a PLD
• A autoridade de supervisão e regulação do SFN, cumprindo seu papel de prover disciplina de mercado, tem contribuído e seguirá contribuindo de modo estrutural para a efetividade da legislação anticorrupção
Obrigado pela atenção
Informações adicionais:
E-mail – isaac.sidney@bcb.gov.br
Telefone – 61-3414-1084
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