jornal da metropole - 23.03.2012

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Salvador, 23 de março de 20128

O embate entre os vereadores

Joceval Rodrigues (PPS) e Henri-

que Carballal (PT) pela autoria da

lei municipal da Ficha Limpa pode

ser inútil. Caso a PEC do deputado

Elmar Nascimento (PR) seja apro-

vada na AL, já que é abrangente a

todos os municípios, a Câmara não

precisa aprovar legislação própria.

Diante da corrida, Joceval se

atrasou. Carballal garante que foi o

autor da proposta municipal, apre-

sentada em 8 de agosto de 2010, e

alega que o projeto chegou à mesa

diretoria da Casa antes de a Ficha

Limpa nacional ter sido aprovada. O

petista credita o atraso à lentidão da

tramitação dos projetos na Câmara.

Mas, se tanta discussão perder

utilidade, o tempo estará perdido

também. E, nunca é demais dizer,

nós pagamos o trabalho deles...

Debate local pode ser inútil

Envolvido na discus-são municipal, Joce-val parece atrasado

Muito falatório e pouca açãoPropostas do Ficha Limpa na Bahia estão desfocadas por conta das discussões sobre pioneirismo

QUASE TUDO na Bahia só co-

meça a funcionar após o Carnaval,

mas a política segue parada, como

no processo da Lei da Ficha Limpa.

Na Câmara e na Assembleia Legis-

lativa (AL-BA), há várias propostas

de veto à ocupação de cargos pú-

blicos por condenados na Justiça.

Pelo Ficha Limpa nacional, con-

denados pela Justiça não podem

concorrer às eleições. Na Bahia, os

debates das duas esferas não estão

centrados na aplicação mais eficaz

da lei, mas na discussão da paterni-

dade do projeto.

O deputado Álvaro Gomes (PC

do B) alega que seu Projeto de Lei,

que só diz respeito a cargos do go-

verno, é pioneiro no Estado, pois

teve o seu texto publicado primeiro

no Diário Oficial. Já Elmar Nasci-

mento (PR), oposicionista, diz que

a sua Proposta de Emenda à Cons-

tituição (PEC), aplicável a todos

os municípios e aos três poderes,

seria promulgada mais facilmente,

pois não necessitaria de sanção do

governador Jaques Wagner (PT).

O falatório chegou até à Câma-

ra de Salvador. O vereador Joceval

Rodrigues (PPS) apresentou o pro-

jeto de lei local da Ficha Limpa,

mas tem a concorrência de Hen-

rique Carballal (PT), que alega ter

apresentado primeiro a proposta. Álvaro Gomes usa um velho expediente: outdoors para fazer pressão pela aprovação de seu projeto de lei

Elmar crê que sua proposta resolve melhor o problema dos ‘fichas sujas’

Acusações recíprocasAs trocas de farpas entre El-

mar e Álvaro acontecem tanto

na tribuna da Casa quanto na im-

prensa, com acusações recípro-

cas. Elmar, que busca apoio de

outras entidades para dar peso

à PEC, chamou o PL de Gomes

de “calça-curta” e disse que “não

passaria pela análise superficial

de um estudante de direito”.

Por sua vez, Álvaro acusa o re-

publicano de “se projetar desquali-

ficando o projeto que não foi cópia

e está na frente do dele”.

Nascimento diz que a PL de Ál-

varo “não alcança nem 50 pessoas”.

“Podemos fazer uma PEC que atin-

ja mais de 100 mil cargos e impeça

também a posse de aprovados em

concurso público, porque quem co-

mete crime não pode tomar posse

em cargos de confiança”, disse.

políticapolitica@jornaldametropole.com.br

Mais ataquesElmar Nascimento (PR) vê pontos irregulares no

projeto de Álvaro Gomes (PC do B), como a designação

ao MPE de acompanhar nomeações feitas pelo governador, o que feriria a autonomia do executivo.

PEC tem mais chances de avançarElmar Nascimento saiu à

frente no embate. O relator da

PEC já foi designado e audiên-

cias públicas serão propostas.

Gomes, por sua vez, paga outdo-

ors, usa a mídia para se promo-

ver e diz que o PL pode ser “vota-

do a qualquer hora”.

Falando à Rádio Metrópole,

Elmar acusou a base governista

de rejeitar sua emenda, pois Ál-

varo é ligado ao governo. “Nada

que surja de um deputado de

oposição é bem recebido pelo

governo”, disse. A proposta de

Elmar deverá ser votada em dois

turnos e precisa da aprovação de

3/5 da Assembleia.

Salário baixo...“O político brasileiro é muito mal remunerado!”. A

declaração é do senador Ivo Cassol (PP-RO), durante votação de projeto que pretende extinguir 14° e 15° salários pagos aos parlamentares.

Fotos Manuela CavadasTexto Victor Pintoredacao@jornaldametropole.com.br

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