introdução à segurança do paciente

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Introdução à Segurança do Paciente. O paciente é colocado sob risco durante uma intervenção feita para melhorar sua saúde? É possível causar algum dano ao paciente durante os cuidados de saúde que proporcionamos?. A resposta alarmante é SIM. - PowerPoint PPT Presentation

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Introdução à Segurança do Introdução à Segurança do PacientePaciente

O paciente é colocado sob risco durante uma

intervenção feita para melhorar sua saúde?

É possível causar algum dano ao paciente durante

os cuidados de saúde que proporcionamos?

A resposta alarmante é

SIMSIM

Dentro dessa realidade, surge o campo de trabalho ligado à

Segurança do PacienteSegurança do Paciente

O que é Segurança do O que é Segurança do Paciente?Paciente?

Segundo a Organização Mundial da Saúde, em

documento publicado em 2009, o conceito de

Segurança do Paciente se refere à redução dos

riscos de danos desnecessários* associados à

assistência em saúde até um mínimo aceitável*.

* The Conceptual Framework for the International Classification for Patient Safety v1.1. Final Technical

Report and Technical Annexes, 2009. http://www.who.int/patientsafety/taxonomy/en/

O que são esses O que são esses danos desnecessáriosdanos desnecessários??

Esses danos desnecessários são conhecidos como

EVENTOS ADVERSOS.

Os Eventos Adversos são danos não intencionais

decorrentes da assistência prestada ao paciente,

não relacionados à evolução natural da doença de

base. Obrigatoriamente acarretam lesões

mensuráveis nos pacientes afetados, óbito ou

prolongamento do tempo de internação.

Qual a importância dos Qual a importância dos Eventos Adversos?Eventos Adversos?

A importância dos Eventos Adversos reside na

indicação de falhas na Segurança do Paciente,

refletindo o marcante distanciamento entre o

cuidado real e o cuidado ideal.

Quanto é este Quanto é este mínimo aceitávelmínimo aceitável??

O “mínimo aceitável” se refere àquilo que é

viável diante do conhecimento atual, dos

recursos disponíveis e do contexto em que a

assistência foi realizada frente ao risco de não-

tratamento ou outro tratamento.

* The Conceptual Framework for the International Classification for Patient Safety v1.1. Final Technical

Report and Technical Annexes, 2009. http://www.who.int/patientsafety/taxonomy/en/

Em outras palavras...Em outras palavras...

A Segurança do Paciente não é nada mais que a

redução de atos inseguros nos processos

assistenciais e o uso das melhores práticas

descritas de forma a alcançar os melhores

resultados possíveis para o paciente.

Como surgiu este conceito?Como surgiu este conceito?

A medicina, bem como toda a área da saúde,

incorporou alta tecnologia e inúmeras novas

práticas do ponto de vista de diagnóstico e

terapêutica ao longo do último século.

Podemos citar desde o grande volume de novos

exames de sangue que foram sendo

incorporados até complexos exames de

imagem, como o PET-SCAN, o uso de cirurgias

com robôs e o grande arsenal de medicamentos,

que só cresceu nos últimos anos.

Como surgiu este conceito?Como surgiu este conceito?

Como surgiu este conceito?Como surgiu este conceito?

Entretanto, apesar de tantas incorporações à

assistência em saúde, tanto do ponto de vista

de diagnóstico quanto de tratamento, estudos

vêm demonstrando que a assistência que

oferecemos aos pacientes traz a estes uma série

de riscos que, na maior parte das vezes, são

desnecessários.

Como surgiu este conceito?Como surgiu este conceito?

Esses riscos podem impactar em dano ao

paciente, sendo que esse dano ou lesão não é

explicado por suas doenças em tratamento, mas

sim por erros na prática assistencial dos

diversos profissionais ligados ao cuidado,

incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas

etc.

Como surgiu este conceito?Como surgiu este conceito?

Importante ressaltar que esses erros na prática

assistencial dos diversos profissionais da área

da saúde NÃO são intencionais, mas sim

decorrentes de uma série de falhas na forma

como é prestada estsa assistência. Ou seja, não

se deve julgar os indivíduos envolvidos nos

erros; deve-se julgar o processo assistencial.

Alguns estudos importantesAlguns estudos importantes

Um dos estudos pioneiros, denominado The

Medical Insurance Feasibility Study (MIFS), foi

realizado por duas associações, a California

Medical Association e a California Hospital

Association, em 1974.

Esse trabalho foi liderado por um professor de

patologia da University of Southern California

School of Medicine, de Los Angeles.

Alguns estudos importantesAlguns estudos importantes

Esse estudo revisou 21 mil prontuários de

pacientes hospitalizados em 23 hospitais da

Califórnia. Foram encontrados eventos adversos

em 4,6% dos pacientes.

Apenas lembrando: “Eventos Adversos” são

danos ou lesões causados pela assistência em

saúde e que não têm relação com a doença do

paciente.

Um estudo marcanteUm estudo marcante

Volume 324:370-376

February 7, 1991

Number 6

Incidence of adverse events and negligence in hospitalized patients. Results of the Harvard

Medical Practice Study I TA Brennan, LL Leape, NM Laird, L Hebert, AR Localio, AG Lawthers, JP

Newhouse, PC Weiler, and HH Hiatt

Um estudo marcanteUm estudo marcante

Um estudo mais importante foi realizado alguns

anos após este da Califórnia, denominado The

Harvard Medical Practice Study (HMPS). Sua

publicação ocorreu em 1991.

Esse estudo foi publicado em um dos

periódicos da área médica mais importantes do

mundo, The New England Journal of Medicine.

Um estudo marcanteUm estudo marcante

Essa pesquisa, que revisou 30 mil prontuários

de pacientes que foram de alta de hospitais no

estado de Nova York, encontrou eventos

adversos em 3,7% dos casos, sendo que 13,6%

desses eventos levaram o paciente ao óbito.

Outros estudos pelo mundoOutros estudos pelo mundo

Importantes investigações de base

populacional desenvolvidas na Austrália, Reino

Unido, Nova Zelândia, Canadá, Holanda e

Suécia, envolvendo exclusivamente pacientes

internados, revelaram que os eventos adversos

podem chegar a ocorrer em 16,6% das

internações hospitalares.

Um resumo do Um resumo do panorama mundialpanorama mundial

Estudo Incidência de Eventos

Harvard (HMPS) 3,7%

Austrália 16,6%

Nova Zelândia 11,3%

Grã-Bretanha 10,8%

França 14,5%

Estudo no BrasilEstudo no Brasil

Um estudo brasileiro realizado em hospitais no

estado do Rio de Janeiro observou que em 7,6%

das internações ocorreram eventos adversos,

um valor muito próximo ao encontrado em

trabalhos no exterior.

É possível evitar É possível evitar esses eventos?esses eventos?

Dentro desses estudos citados, o número de

eventos adversos que seria evitável chega a ser

próximo de 60% nas situações descritas.

Se levarmos em conta as mortes e as graves

lesões que podem acontecer, poderia se evitar

muito sofrimento ao paciente e às suas famílias.

Mas o que mobilizou de fato o Mas o que mobilizou de fato o

movimento de Segurança do movimento de Segurança do

Paciente?Paciente?

O Grande Marco - 1999O Grande Marco - 1999

O Institute of Medicine dos EUA publicou em

1999 um livro-relatório intitulado: “Errar é

Humano: Construindo um Sistema de Saúde

mais Seguro” (To Err is Human: Building a Safer

Health System).

O Grande Marco - 1999O Grande Marco - 1999

Esse relatório alertou para a estimativa anual

de mortes que ocorrem nos EUA decorrentes de

eventos adversos relacionados à assistência ao

paciente: de 44.000 a 98.000 em um ano.

O Grande Marco - 1999O Grande Marco - 1999

Essa mortalidade atribuída aos eventos adversos na

assistência à saúde era uma mortalidade (nos EUA,

na época da publicação) maior que a de acidentes

automobilísticos (43.458 mortes em um ano), câncer

de mama (42.297 mortes em um ano) ou AIDS

(16.516 mortes em um ano), colocando mortes por

erros decorrentes da assistência em saúde como 8ª

causa de mortalidade nos EUA.

O Grande Marco - 1999O Grande Marco - 1999

Essa publicação também trouxe dados da

estimativa de custos gerados pelos eventos

adversos ao longo de um ano nos EUA:

U$ 17 - 29 bilhões por anoU$ 17 - 29 bilhões por ano

O Grande Marco - 1999O Grande Marco - 1999

Quatro afirmações balizaram esse relatório:

1. O problema dos danos causados por

eventos adversos é grave;

2. O principal problema está em sistemas

falhos e não em falhas de pessoas;

3. É necessário redesenhar os sistemas;

4. A segurança do paciente deve se tornar uma

prioridade.

O Grande Marco - 1999O Grande Marco - 1999

Essa publicação causou um grande impacto na opinião pública nos

EUA. O então presidente Bill Clinton convocou as agências de saúde

federais a aplicar as recomendações do Institute of Medicine.

Foram surgindo Institutos e Programas voltados para a criação de

políticas de Gerenciamento de Risco em Saúde com foco na

Segurança do Paciente.

A principal empresa de acreditação de qualidade hospitalar do

mundo – Joint Commission on Accreditation of Healthcare

Organizations (JCAHO) – acrescenta em seu programa a necessidade

do gerenciamento de risco para melhorar a segurança do paciente.

O impacto continuou O impacto continuou nos EUA.......nos EUA.......

Medicare Says It Won’t Cover Hospital Errors By Robert Pear (August 19, 2007)

Objeto deixado em paciente durante a cirurgia

Embolia gasosa

Transfusão de sangue não compatível

Infecção urinária associada à sondagem vesical

Úlcera de pressão

Infecção associada a cateter venoso

Mediastinite pós revascularização do miocárdio

Queda da cama

O “Medicare”, que é o maior plano de saúde público dos EUA, prestando serviços a pacientes acima de 65 anos ou portadores de doenças que causam dependência como insuficiência renal crônica dialítica ou esclerose lateral amiotrófica, tomou uma atitude drástica em outubro de 2008. Ele passou a não pagar mais aos hospitais aquilo que fosse comprovadamente um gasto específico decorrente de complicações que poderiam ter sido evitadas:

O impacto continuou O impacto continuou nos EUA.......nos EUA.......

Estimativa do Estimativa do Impacto no BrasilImpacto no Brasil

Federação Brasileira de Hospitais: 7543 hospitais

Dados de 2006: cerca de 11.000.000 de internações pelo SUS

(Sistema Único de Saúde) e 4.000.000 de internações no setor

privado, em um total estimado de 15.000.000 de internações em

1 ano.

A partir de dados do estudo brasileiro, teríamos uma

incidência de 7,6% de pacientes com eventos adversos.

Teríamos, portanto, 1.140.000 pacientes sofrendo Teríamos, portanto, 1.140.000 pacientes sofrendo

eventos adversos no Brasil por ano.eventos adversos no Brasil por ano.

Resumo e ConclusõesResumo e Conclusões

A Segurança do Paciente se refere à redução dos riscos de

danos desnecessários associados à assistência em saúde

(eventos adversos) até um mínimo aceitável.

A incidência de pacientes que sofrem alguma espécie de

evento adverso quando hospitalizados pode chegar a quase

17%, dependendo do estudo realizado.

Esses eventos adversos incluem: aumento do tempo de

hospitalização, lesões temporárias ou permanentes e até

mesmo o óbito.

É fundamental que se pense na importância do gerenciamento

de riscos voltado para a segurança do paciente.

Leitura AdicionalLeitura Adicional

Brennan TA et al. Incidence of adverse events and negligence in hospitalized

patients. Results of the Harvard Medical Practice Study I. N Engl J Med

1991;Feb 7;324:370-376.

Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS, eds. To err is human: building a safer

health system. Washington, D.C.: National Academy Press, 2000.

Wilson, RM etal. The Quality in Australian Health Care Study. Med J Aust1995; 163:458-71.

Davis, P et al. Adverse events in New Zealand public hospitals I: occurrence and impact NZMJ,2002; 115(1167):1-9

Davis, P et al. Adverse events in New Zealand public hospitals II: preventability and clinical context NZMJ, 2003; 116(1183):1-11

Vincent, C. et al. Adverse events in British hospitals: preliminary retrospective record review BMJ 2001; 322:517–9

Mendes, W. et al.The assessment of adverse events in hospitals in Brazil International Journal for Quality in Health Care 2009; 21(4):279–284

Dr. Lucas Santos Zambon

Prof. Dra. Renata Daud-Gallotti

Profa. Dra. Hillegonda Maria Dutilh Novaes

ElaboraçãoElaboração

ProduçãoProdução

PROQUALIS

proqualis@icict.fiocruz.br

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