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SEMINÁRIO TEOLÓGICO IBRASEMINÁRIO TEOLÓGICO IBRASEMINÁRIO TEOLÓGICOIGREJA BATISTA RAÍZES
SETIBRA
Teologia Sistemática
Pr. Reginaldo Cresencio
Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com
SEMINÁRIO TEOLÓGICOIGREJA BATISTA RAÍZES
HISTÓRIA DA IGREJA - I
Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 1SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
SEMINÁRIO TEOLÓGICO IBRASEMINÁRIO TEOLÓGICO IBRASEMINÁRIO TEOLÓGICOIGREJA BATISTA RAÍZES
SETIBRA
HISTÓRIA DA IGREJA - I
A fé cristã é inerentemente uma fé histórica.O Deus redentor da igreja de Cristo revelou-se historicamente e pela encarnação do Verbo entrou na história humana na pessoa de seu Filho. A igreja cristã tem uma rica trajetória de fé e através da história expressa a promessa de Cristo aosdiscípulos. ‘’Estarei convosco até a consumação dos séculos’’ A obra do Espírito Santo, na aplicação da
redenção e na edificação da igreja, tem se manifestado em meio ao tecido histórico da
humanidade. Ignorar a história é um erro fatal. Para o povo de Deus, conhecer a sua história é
vital á sua identidade e á sua postura diante de erros que insistem em se repetir.
Pr. Gilson Carlos dos Santos
1. Introdução
Qual a importância de se estudar a história da igreja?
� Esse estudo nos ajudará a compreender quão rica é a fé cristã, vendo como ela se
manifesta em diversas ênfases, em tempos, povos e locais diferentes.
� Será um guia para se evitar erros e equívocos do passado, na medida em que
aprendermos que a ortodoxia está onde há submissão ás escrituras sagradas.
� Será um auxílio para compreensão da atualidade, ajudando-nos a compreender
como chegamos até aqui.
� O estudo da história da igreja também infunde entusiasmo para que a proclamação
do evangelho seja renovada e reformada no tempo presente.
� Irá auxiliar nos estudos de outras disciplinas da teologia, precisamos ouvir o que a
igreja tem até agora lido e ouvido da bíblia.
� Iremos vivenciar a unidade do corpo de Cristo através do séculos, por meio das
doutrinas essenciais da fé cristã.
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A fé cristã na antiguidade clássica
A expansão do império romano
Ao tempo em que são narrados os fatos descritos no novo testamento, Roma se solidificava
como o maior império que já existiu, composto de cultura grega e poder romano. Os
romanos já haviam conquistado grande parte do Oriente e todo o Ocidente durante os dois
últimos séculos antes da era cristã. E, tendo vencido uma longa e sangrenta guerra civil, que
ocorreu por causa do assassinato do ditador Júlio Cézar (100 a.C – 44 a.C), Otávio Augusto
(63 a.C – 14 d.C), o primeiro imperador romano, reorganizou o estado, sedimentou
fronteiras, espalhou estradas que cobriam quase 85 mil quilômetros, e construções por toda
a extensão do império. A extensão do império romano era de quase cinco milhões de
quilômetros quadrados(divididos hoje entre trinta nações). Nessa época, o mundo romano
era dividido em trinta e seis províncias. Onze eram senatoriais, administradas por um
procônsul, e vinte e cinco eram imperiais, onde ficavam estacionadas as legiões, governada
por legado pretor. Entre estas últimas províncias, dez(como a Judeia e o Egito) eram
dirigidas por um procurador. Um elemento importante nessa conjuntura era o exército
romano, que era composto de vinte e oito legiões e mais um grande numero de formações
auxiliares de infantaria leve, arqueiros e cavalarias. Em meados do século II, o exército
tinha aproximadamente 300 mil homens, defendendo um império de cerca de 60 milhões de
pessoas.
O crescimento da igreja cristã
De acordo com as narrativas do Novo Testamento, terminada a trajetória de Jesus Cristo na
terra (nascimento, vida, morte, ressurreição e ascensão), a igreja cristã cresceu rapidamente,
após o derramamento do Espírito Santo sobre os apóstolos na festa judaica do Pentecostes. Por intermédio da pregação apostólica e dos discípulos, a fé cristã partiu da cidade de
Jerusalém, na província romana da Judeia, e em pouco tempo alcançou a Síria, a Ásia
Menor, a Macedônia, a Grécia e a Itália. Desse modo, até aproximadamente a metade do
século I, espalhou-se a mensagem de que Deus enviou a Jesus Cristo, o qual morreu pela
redenção dos pecadores, ressuscitou, sendo assim exaltado como rei messiânico, e voltará
em triunfo e glória de acordo com as escrituras.
No ano 300, a proporção de cristãos no império chegou a 10%. E, em meados do século IV,
cerca de dez anos depois da morte do imperador Constantino – cuja conversão preparou o caminho para o cristianismo se tornar a fé dominante na Europa – nada menos que 56,5%
da população romana confessava a fé cristã.
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Conteúdo da pregação na igreja primitiva
O conteúdo da pregação presentes no Novo Testamento pode ser resumida aos seguintes
temas:
� As promessas feitas por Deus começam a se cumprir, inaugurando a era
messiânica, como predita pelos profetas do Antigo Testamento.
� Isso ocorreu por meio do nascimento, ministério, morte e ressurreição de
Jesus Cristo.
� Em virtude da ressurreição, Jesus foi exaltado á direita de Deus, como
cabeça messiânico do novo Israel.
� O Espirito Santo na igreja é o sinal de que o poder e a glória de Cristo estão
presentes.
� A era messiânica atingirá rapidamente sua consumação na vinda de Cristo.
� Um apelo á fé, ao arrependimento e ao batismo, e a oferta de perdão e do Espirito Santo, com a promessa de salvação, ou seja, da vida na era vindoura
para aqueles que entrarem para a comunidade dos eleitos.
Os Pais apostólicos
Nos primórdios da Igreja cristã, os responsáveis por conduzi-la na ortodoxia ficaram
conhecidos como Pais da igreja. Essa expressão se refere ao escritor, pastor ou teólogo da
antiguidade cristã considerado pela tradição como testemunho autorizado de fé. Eram
homens ouvidos e respeitados por toda cristandade como pais. Havia três qualificações para
alguém ser considerado Pai da Igreja: ortodoxia doutrinária, santidade de vida e
antiguidade.
Um primeiro grupo entre os Pais da Igreja tornou-se conhecido como Pais apostólicos. Estes como geração que sucedeu os apóstolos no segundo século, os principais deles são:
Segundo a tradição cristã, viu e ouviu os apóstolos, dos quais
recebeu ensinamentos. Também segundo a tradição, ele seria a
] mesma pessoa mencionada na Carta aos Filipenses, na qual Paulo
os admoestava a estabelecere a concórdia naquela comunidade.
Durante seu episcopado, por volta dos anos 95-96 , Clemente Romano enviou uma carta á
comunidade de Corinto, presa de conflitos e dissensões internas, exortando seus membros á
fraternidade e á harmonia cristã. Quanto a sua morte, as notícias disponíveis não tem um
caráter histórico confiável. Dentre os escritos, foram preservadas algumas atas que narram seu
martírio no mar negro.
No entanto, a investigação histórica as data como textos do século IV em diante, e por isso,
é difícil afirmar se de fato, foi isso mesmo o que aconteceu.
Clemente Romano
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O que se guarda com alguma certeza é que ele deve ter morrido poucos anos depois de ter
escrito sua Carta aos Coríntios.
Bispo da igreja de Antioquia, Inácio escreveu cartas ás
igrejas de Éfeso, Magnésia, Trália, Roma, Filadélfia,
Esmirna e a seu amigo Policarpo.
Foi ele o primeiro a fazer distinção entre bispos e
presbiteros e usar a expressão ‘’Igreja Católica’’.
O imperador Trajano (98-110) procurando obter uma
conquista religiosa no Império, determinou que todos os
cristãos deveriam unir-se aos pagãos na adoração dos
deuses imperiais, e seriam perseguidos e levados áorte os quea isso se negassem.
(69-155) discípulo do apóstolo João, foi formado,
educado e feito bispo da respeitada igreja de Esmirna.
Não temos nenhum registro sobre a infância de
Policarpo, nem sobre sua família. O único escrito que
se conservou foi sua carta aos Filipenses, escrita entre
110 e 140, embora ele tenha escrito várias cartas
destinadas ás outras igrejas. Em um contexto em que
os cristãos estavam sendo perseguidos pelo império,
vários cristãos de Esmirna foram presos e torturados.
Policarpo também passou a ser perseguido, depois de se refugiar em fazendas,
Inácio de Antioquia
Trajano visitava Antioquia quando seus editos foram publicados, e quis pô-los em execução
imediatamente ali mesmo. Evidentemente a figura de Inácio era a que mais se destacava
entre os cristãos, e ele foi preso e levado à presença do imperador. Seu testemunho da fé
diante de Trajano, de acordo com o relato, foi caracterizado por inspirada eloqüência,
coragem sublime, e mesmo certa exultação. Mas isso não impressionou o imperador. Pelo
contrário, este ordenou que o acorrentassem e o enviassem a Roma, para ser alimento das
feras e um espetáculo para o povo.
Quando os animais se precipitaram sobre o herói de Cristo, seu pensamento deve ter-se
firmado no que ele escreveu em sua carta aos Romanos: "Eu sou o trigo de Deus, deixe-me
ser triturado pelos dentes das feras selvagens, para que possa tornar-me um puro pão de
Cristo. [...] Que venham sobre mim o fogo e a cruz; a multidão de feras selvagens; o
rompimento, a quebra e o deslocamento de meus ossos; que venham sobre mim o
decepamento de meus membros, a fragmentação de todo meu corpo, e todos os espantosos
tormentos do demônio, contanto que eu chegue a Jesus Cristo".
Policarpo de Esmirna
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♫◘ʼn ╜■ℓ╜ℓĊŤ■ľ╜Ă ŕ ◘ℓ ▓ś▓Ľʼn◘ℓ ŕ Ă ╜┼ʼnś╨Ă ◘ Ľ╜ℓ♫◘ ℓś ś■Ċʼnś┼◘ĵ h ♫ʼn◘ľ☻■ℓĵ ▄ ŕ Ă ♫ʼn◘ō╞■ľ╜Ă
Lucius Statius Quadratus tentou persuadi-lo para que adorasse o imperador, Policarpo
negou fazê-lo, depois insistiu ameaçando com feras, e com a possibilidade de ser queimado,
Policarpo respondeu que o fogo que o procônsul podia acender duraria somente um
momento e logo se apagaria, mas que o وľĂℓĊ╜┼◘ śĊśʼn■◘ ■ĵ ■ľĂ ℓś Ă♫Ă┼Ăʼn╜Ă ! ■Ċś Ă ź╜ʼn▓śūĂ
do bispo, o procônsul ordenou que Policarpo fosse queimado vivo. Amarrado, já no meio
da fogueira preparada, quando estavam a ponto de acender o fogo, Policarpo elevou os
olhos ao céu e orou em voz alta:
“Senhor, Deus todo-poderoso, Pai de teu Filho amado e bendito, Jesus Cristo, pelo qual
recebemos o conhecimento do teu nome, Deus dos anjos, dos poderes, de toda criação e de
toda geração de justos que vivem na tua presença! Eu te bendigo por me teres julgado
digno deste dia e desta hora, de tomar parte entre os mártires, e do cálice de teu Cristo,
para ressurreição de vida eterna da alma e do corpo, na incorruptibilidade do Espirito
Santo. Com eles, possa eu hoje ser admitido em tua presença como sacrifício agradável,
como tu preparaste e manifestaste de antemão, e como realizasse, ó Deus, sem mentira e
veraz. Por isso e por todas as outras coisas, eu te louvo, te bendigo, te glorifico, pelo
eterno e celestial sacerdote Jesus Cristo, teu Filho amado, pelo qual seja dada glória a ti,
com ele e o Espírito, agora e pelos séculos futuros. Amém.
Apologistas
Um segundo grupo de Pais da Igreja foram os apologistas que serviram a igreja no segundo
e terceiro séculos. Esses homens defenderam a fé de ataques procedentes dos judeus, dos
pagãos e das heresias.
Os principais apologistas foram:
Wĵ ℓĊ╜■◘ ŕ ś w◘▓Ă 165-ھوو�): Sua formação intelectual foi
das mais aprimoradas. Segundo seu próprio testemunho,
percorreu cidades e escolas filosóficas desejoso de conhecer a
verdade, de tornar-se sábio, porém, foi somente no
cristianismo que ele encontrou a única e verdadeira filosofia. "Ardendo para ouvir o que é próprio e excelente na
filosofia", freqüentou os estóicos, peripatéticos, pitagóricos e
platônicos (cf. Diál. 2,1-6) sem, contudo, encontrar respostas
para seus anseios e suas indagações. Finalmente, através do
ancião, teve conhecimento da "única filosofia certa e digna",
o cristianismo (Diál. 3-8).
Foi em Roma que Justino exerceu a maior parte de sua atividade. Ali abriu e dirigiu
uma escola filosófica cristã e escreveu suas principais obras: I Apologia e Diálogo com
Trifão. Acusado perante Júnio Rústico, pelo filósofo cínico Crescente, foi decapitado, segundo a tradição, no ano 165. Há um relato de sua morte considerado autêntico, no
Martirium S. lustini et Sociorum, baseado nas atas oficiais do tribunal que o condenou.
. Segundo este documento, seis companheiros, discípulos, provavelmente, o
acompanharam no martírio
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Lʼn╜■śĵ ŕś [ ╜Ď◘ 195-ھىو�): Bispo da igreja de Lião, na Gália (que
equivale á França na atualidade), em sua juventude foi discípulo
de Policarpo, bispo de Esmirna. A grande preocupação que
acompanhou toda a vida de Irineu foi preservar a regra de fé,
guardada pelos bispos dentro da tradição apostólica. As obras de
Irineu são intensamente pastorais, e seu objetivo era dirigir a
igreja de Lião na sã doutrina e na vida correta, refutando os
hereges, instruindo os crentes e evangelizando os celtas. Apenas
duas obras de Irineu, escritas em grego, chegaram até nósN ǺŇŃÔÒÏ
as heresias, £ØÆ®•£©§° £Ø≠ Ø ĄĮŃŽŃĬĹÏ Į ÒĮIJÕÔÏ ÜÛŇ İ Ï IJÏ ŁÓÏ
gnoseẄ – µ≠ ° ≤•¶µ¥°ÃæØ §°≥ §Øµ¥≤©Æ°≥ ßÆ̃≥¥©£°≥ ∞•¨Ø µ≥Ø §°≥
escrituras e pelo desenvolvimento de um corpo de tradição,
escrita entre 182 e 188, e composta de cinco livros.
Outra obra de Irineu, ÆÑĹİ Į ĹŎĹÓ, também conhecida como ÆŎÑŇÓĹÜÛŇ İ Ï ÑÒĮĴ Ï ÜÛŇ
apostólicaẄ Ø ≠ °©≥ °Æ¥©ßØ £°¥•£©≥≠ Ø §° ©ß≤•™°Ẅ °∞≤•≥•Æ¥° °≥ §Øµ¥≤©Æ°≥ ¢º ≥©£°≥ §°
proclamação apostólica. Ele permaneceu em Lião até sua morte, no início do século III.
A notícia de que ele sofreu o martírio surgiu, pela primeira vez, nas obras de Jerônimo
e Gregório de Tours, provavelmente na época em que, após a cidade de Lião ter apoiado o
usurpador Clódio Albino e seus partidários na sucessão imperial, o vencedor desta, Sétimo
Severo, mandou matar muitos moradores da cidade. Nessa situação confusa, a morte de
Irineu pode muito bem ter passado despercebida.
ÇśʼnĊĵ ▄╜Ă■◘ ŕś / ĂʼnĊĂ┼◘ 220-ھيو�): Ainda que não seja considerado um Pai da Igreja, é
. conhecido como o primeiro grande teólogo latino.
Foi apologista e teólogo na África romana, sendo um dos
principais opositores de Marcião. Foi ele quem criou o
vocabulário teológico que dominaria o Ocidente: ÑĮ ÓÓŇÏ Ó
divinas, Trindade, unidade, substância, sacramento,
livre-arbítrio, confissão e satisfaçãoỳ ! ∞°≤¥©≤ §• •̈Ẅ £Ø≠ •Ã°≤°≠
a desenvolver-se os grandes temas doutrinais, tais como
Trindade, cristologia e pecado original. No fim de sua vida, porém, Tertuliano se tornou
montanista.
Pr. Reginaldo Cresencio Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 7SEMINÁRIO TEOLÓGICO
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Movimentos Heréticos
Gnósticos: Afirmavam que Deus não era o criador, e que, a própria criação era má,
negavam a existência terrena de Jesus, afirmavam que o Espirito Santo era uma energia
espiritual que viera de algum deus inferior, negavam a ressurreição do corpo, baseado na ideia de que tudo o que é físico ou material é mau. O ser humano era salvo não
apenas por um suposto conhecimento iluminado, mas também pelo aprendizado de
várias fórmulas mágicas, por meio das quais poderia ter acesso ao mundo superior. No
campo ético, oscilavam entre um legalismo radical e um estilo de vida libertino e
grosseiro.
Marcionitas: Liderado por Marcião. Afirmavam que o Deus do Novo Testamento e Pai
de Jesus Cristo não é o Deus do Antigo Testamento. Há um Deus supremo, que é o Pai
de Jesus Cristo, e um ser inferior, que é Javé. Este por ignorância ou por maldade, fez o mundo, e nele colocou a humanidade. O propósito do Pai não era que houvesse um
mundo assim, com todas as suas imperfeições, mas que houvesse um mundo puramente
espiritual.
Montanismo: Liderado por Montano e auxiliado por duas profetisas, Prisca e
Maximila. Também entendiam que estavam vivendo os “últimos dias”, sua mensagem
era de que a igreja precisava preparar-se para a vinda do reino justo de Jesus. Eles
entendiam que a tarefa principal da igreja era viver uma vida moral rigorosa e buscar o martírio. Houve reações mistas na igreja quanto ao montanismo. Por um lado, em
contraste com as especulações dos gnósticos, os montanistas afirmavam a “regra de fé”,
merecendo assim a devida aprovação da igreja. Suas reivindicações do iminente retorno
de Cristo e da importância dos dons espirituais, sobretudo da profecia, deixaram muitos
cristãos temerosos de apagar o Espírito e desprezar as profecias. Mas a igreja rejeitou o
montanismo, especialmente em razão de suas reivindicações de possuir revelações
superiores aquelas contidas nas escrituras.
Maniqueísmo: Afirmavam que Deus tinha falado de forma fragmentada por meio de Platão, Moisés, Buda e Jesus, e só por meio de Mani, mestre desse movimento, se daria
a plena revelação, afirmavam que os apóstolos corromperam os ensinos de Jesus, tinha
uma visão dualista da criação, acentuando a tensão entre luz e trevas. Nesse caso, Cristo
seria o representante da luz, procedente de Deus, e Satanás das trevas, identificado com
a matéria. A compreensão de salvação era muito parecida com a dos gnósticos, no que
diz respeito á vinculação da salvação ao conhecimento secreto dos passos necessários
para escapar das trevas em direção á luz.
Pr. Reginaldo Cresencio Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 8SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
6. Stevenson e Haberman, op. cit., p.53-54. Brahma é o conceito hindu da divindade como tudo que existe.7. O catecismo da Igreja Católica, 1886.
7
As perseguições no império romano
Desde o começo, a fé cristã foi severamente perseguida. Já no livro de Atos temos
relatos das perseguições movidas pelos governantes do Império Romano ao
cristianismo. No total, houve dez perseguições oficiais, isto é, perseguições patrocinadas pelo estado romano. As principais foram as promovidas pelo Imperador
Nero, entre 64 a 68. A última perseguição foi incitada e continuada por Galério que
durou do ano (303 d.C a 311 d.C).
Formação do Cânon do Novo Testamento
Clemente, Inácio, Policarpo, Justino, Tertuliano, Orígenes, entre outros, já usavam o Novo Testamento, tratando-o como inspirado do mesmo modo que o Antigo
Testamento. A partir dos desafios lançados por gnósticos, marcionitas e montanistas,
buscou-se com grande interesse atribuir ao Novo Testamento o número exato de livros
certos. Nesse processo gradual de fixação de um cânon, foram observados alguns
critérios:
� Em primeiro lugar, o critério que veio estabelecer o cânon foi o da apostolicidade. Se não ficasse provado que um livro era de autoria de um
apóstolo ou que, pelo menos, tinha o suporte da autoridade de um apóstolo, ele
era tecnicamente rejeitado, por mais que fosse edificante ou popular entre os
fiéis.
� Autoridade reconhecida pela igreja primitiva.
� Harmonia com os livros a respeito dos quais não havia dúvidas.
O primeiro documento oficial que prescreveu como cânonicos os livros do Novo
Testamento atual foi a Carta de Páscoa, escrita por Atanásio, em 367, para as igrejas sob
sua jurisdção como bispo de Alexandria. Concílios posteriores, como os de Hipona
Régia (393), Cartago (397) e Calcedônia (451), apenas aprovaram e deram expressão
uniforme àquilo que já era aceito como fato pelas igrejas havia um bom tempo.
Pr. Reginaldo Cresencio Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 9SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
Credo dos Apóstolos
A expressão latina credo (creio) é “uma fórmula fixa que sumaria os artigos essenciais
da religião cristã e que goza de sanção eclesiástica”, uma afirmação dos pontos
essenciais da fé cristã, com os quais se espera que todos os cristãos concordem. A forma
integral do que conhecemos hoje como Credo dos Apóstolos teve sua origem em torno
dos séculos VII e VIII, na Gália. Entretanto, partes dele se acham nos escritos de alguns
Pais da Igreja do século III e IV, e eram chamadas de “regra de fé” ou “tradição”. Uma
das mais antigas exposições do credo foi escrita por Rufino de Aquileia (345-410), que
se baseou no “antigo credo romano”, usado na liturgia batismal na Itália.
Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do
Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi
crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu;
está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos
e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na
remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém
h ℓ t Ă╜ℓ Dʼnś┼◘ℓ
Um terceiro grupo de Pais da Igreja é composto daqueles que se dedicaram a escrever
os grandes tratados teológicos que guiaram a igreja. Eles podem ser divididos entre os
que escreveram em grego, também conhecidos como Pais Gregos, e os que escreveram em Latim, também conhecidos como Pais Latinos. Dos principais escritores gregos do
período, podem ser mencionados:
� Clemente de Alexandria (150-215): Foi professor na escola catequética na
capital da província egípcia, sendo considerado o fundador da teologia
especulativa e um dos principais proponentes da interpretação alegórica das
escrituras. Foi um dos primeiros a unir a doutrina cristã à filosofia,
desenvolvendo um tipo de platonismo cristão, e considerando o cristianismo a verdadeira filosofia que completa a filosofia grega.
� Orígenes (185-253): Foi o maior erudito da igreja antiga e também nas escolas
catequéticas de Alexandria e Cesareia, na Palestina. Orígenes dedicou bastante
tempo ao estudo do Antigo Testamento, mas foi ele quem popularizou o método
alegórico de interpretação das escrituras. Seu pai morreu martirizado em 202 e
ele foi severamente torturado na perseguição movida pelo imperador Décio, tendo morrido pouco depois. Uma de suas principais obras foi Contra Celso.
Pr. Reginaldo Cresencio Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 10SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
� Atanásio de Alexandria (299-373): Foi bispo na capital do Egito e um dos
principais defensores das doutrinas da divindade de Jesus e do dogma da Trindade,
em sua luta contra o arianismo (que negava a divindade de Cristo). Ele estava
convicto de que o eterno filho de Deus, Jesus Cristo, “tornou aquilo que somos, para
que pudesse fazer de nós aquilo que ele é”. Muitas vezes ficou sozinho contra tudo e
contra todos para defender as decisões do I Concílio de Nicéia (325), chegando a ser
exilado cinco vezes. Suas mais importantes obras foram A encarnação do Verbo e a
Vida e conduta de Santo Antão.
� Eusébio de Cesareia (260-339): Foi bispo na Palestina, primeiro historiador da
igreja, autor da primeira história eclesiástica e firme apoiador do imperador
Constantino. Por ocasião do primeiro concílio ecumênico, o Credo de Cesareia, que
havia sido elaborado por Eusébio e adotado por sua igreja, serviu de base ao Credo
de Niceia, sendo aperfeiçoado e revisado.
� João Crisóstomo (344-407): Considerado o mais importantes pregador da igreja
primitiva. Ele proferiu cerca de 900 homilias, e seu modelo de pregação era a
exposição bíblica sequencial. Influenciado por Diodoro de Tarso, foi um dos
principais expoentes da hermenêutica da escola de Antioquia, que enfatizava o sentido literal do texto. Ele escreveu dois tratados importantes: Da
incompreensibilidade de Deus e Da providência de Deus. Entrou em conflito com a
imperatriz Aélia Eudóxia, e morreu a caminho do exílio.
Os Pais da Capadócia
Há um grupo de Pais Gregos que foram conhecidos como Pais da Capadócia. Esses clérigos
viveram como monges em meados do século IV.
� Basílio de Cesareia (329-379): Bispo em Cesareia da Capadócia, opôs-se ao
arianismo e ao apolinarismo (que afirmava que Jesus tinha um corpo humano,
mas uma mente divina). Basílio definiu os termos da doutrina da Trindade: Deus
existe como uma essência em três pessoas. Promoveu o ideal ascético e fundou
um leprosário. Seu escrito mais importante foi o Tratado sobre o Espirito Santo,
em que afirmou que ao Espirito Santo deve ser concedido a mesma glória e
louvor dados ao Pai e ao Filho.
� Gregório de Nissa (334-395): Era irmão de Basílio e arcebispo de Sebaste.
Mesmo casado, promoveu o ascetismo. Opôs-se ao apolinarismo, ao
macedonismo ( que negava a divindade do Espirito Santo) e ao arianismo.
Definiu a igualdade das pessoas na Trindade em termos de atividade: os que
fazem as mesmas coisas têm a mesma natureza. No que se refere à pessoa de
Pr. Reginaldo Cresencio Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 11SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
� Cristo, por causa da união das naturezas, os atributos próprios de cada uma das
naturezas pertencem a ambas, doutrina que seria conhecida posteriormente como communicatio idiomatum.
� Gregório de Nazianzo (329-389): Foi bispo de Sassima e, depois, de
Constantinopla. Era poeta destacado. Opôs-se ao arianismo, definindo o
relacionamento entre a Trindade em termos de origem: o Pai é sem origem, o
Filho é eternamente gerado, o Espirito Santo procede do Pai. Ao destacar a
necessidade da encarnação de Cristo para a salvaçãodo gênero humano, ele
afirmou que “aquilo que ele não assumiu ele não curou”.
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SEMINÁRIO TEOLÓGICOIGREJA BATISTA RAÍZES 12
Pais Latinos
Foram os Pais da Igreja que, ao longo dos primeiros sete séculos da história da igreja,
construíram, consolidaram e defenderam a fé, a liturgia e a disciplina cristãs.
Os que se destacaram no Ocidente foram:
* Cipriano de Cartago (c. 200-258). Bispo na África romana, esteve envolvido nas tentativas
de sanar o cisma liderado por Novaciano (c.200-257). Os
novacianos defendiam que quem tivesse apostatado da fé durante a
perseguição de Décio não poderia ser aceito de volta na igreja,
mesmo que se arrependesse. Por isso, exigiam o rebatismo para a
readmissão na igreja.
A posição do bispo africano era que os pecadores seriam
perdoados se mostrassem arrependimento verdadeiro, sendo aceitos
de volta na igreja.
Foi martirizado na perseguição movida pelo imperador Valeriano II.
* Hilário de Poitiers (c. 300-368). Bispo de Poitiers, na Gália, envolveu-se nas controvérsias
arianas e foi exilado pelo imperador na Frígia, onde entrou em
contato com a tradição teológica do Oriente. Foi durante este
desterro que escreveu sua principal obra, Tratado sobre a
Santíssima Trindade, contra os arianos. Ao retornar ao Ocidente,
continuou sua luta pela ortodoxia até sua morte.
* Ambrósio de Milão (339-397). Filho do governador da Gália, aclamado bispo antes de seu
batismo, grande teólogo e pregador, foi instrumental na conversão
de Agostinho. Afirmou a identidade da essência do Espírito Santo
com o Pai e o Filho, e sua terminologia serviu de base para as
formas definitivas propostas por Agostinho de Hipona. Foi um dos
principais defensores da independência da igreja frente ao império,
o que pode ser ilustrado no seu conflito com a imperatriz Justina
(340-391) e seu filho Valentiniano II (371-392) e na imposição de
uma penitência pública ao imperador Teodósio I, em 388.
Entre seus escritos, destacam-se: Sobre os mistérios e Sobre os sacramentos, nos quais trata
do batismo, da confirmação e da ceia.
Pr. Reginaldo Cresencio Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 13SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
* Jerônimo de Strídon (348-392). Nascido na Dalmácia, foi o único Pai da Igreja a ter
familiaridade com latim, grego e hebraico, tendo preparado uma
das primeiras traduções das Escrituras. Para fazer a melhor
tradução possível, foi á Palestina e fundou um mosteiro em
Belém, onde viveu durante vinte anos, examinando todos os
manuscritos bíblicos que conseguiu localizar. Sua tradução para o
latim tornou-se conhecida como Vulgata Latina, ou seja, uma
tradução escrita na língua de pessoas comuns (vulgus). Ele não
incluiu os livros apócrifos em sua tradução do Antigo
Testamento. Embora não tenha sido imediatamente aceita, ela posteriormente se tornou o texto
bíblico oficial do cristianismo ocidental.
Jerônimo foi também um dos primeiros a tratar da questão do celibato e da virgindade
consagrada.
* Agostinho de Hipona (354-430). Bispo na província da Numídia, foi o maior de todos os
Pais da Igreja latina e se tornou um dos maiores teólogos e
filósofos da história. Passou por uma conversão dramática, na
qual as orações de sua mãe, Mônica (331-387), foram
instrumentais. Sua obra é imensa e abrange quase todos os temas
da fé e vivência cristãs, consistindo de diálogos filosóficos, obras
apologéticas teológicas e exegéticas, escritos eclesiásticos, cartas
e numerosos sermões. Entre seus principais livros, destacam-se:
Confissões, Da Trindade, Da doutrina cristã e A cidade de Deus.
Foi também ele quem definiu Trindade em termos de
relacionamento:
O Pai é diferente do Filho, por ser eternamente o Pai e relacionar-se com o Filho como um
Pai, o Filho é eternamente o Filho, e sempre obedece e se submete ao Pai, não porque seja
inferior, mas por ser o Filho; e o Espírito Santo é o vínculo de amor, que liga o Pai e o Filho.
A diferença entre as pessoas divinas esta no relacionamento que cada uma tem com a outra.
Ele também travou uma discussão acirrada inicialmente com os seguidores de Mani, da
qual saiu vitorioso, e posteriormente com os seguidores de Donato, os quais defendiam que a
igreja não deveria perdoar e readmitir os que caíram em pecados grosseiros e que os
sacramentos administrados pelos traditores (aqueles que negaram a fé durante a perseguição
e posteriormente foram perdoados e readmitidos na igreja) eram inválidos.
* Vicente de Lérins m. 450. Foi monge num mosteiro perto de Marselha, na Gália, e
semipelagiano quanto ás doutrinas da graça. Estabeleceu o
seguinte critério decisivo para saber se uma doutrina é
verdadeira ou falsa: ‘’ Conservemos aquilo que foi crido em todo
lugar, em todo tempo e por todos’’ (quad ubique, quod semper,
quod ab omnibus).
Pr. Reginaldo Cresencio Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 14SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
A Renovação do Império
Em meio a uma situação política muito confusa, Diocleciano (244-311) assumiu o império,
pondo o fim á crise do terceiro século. Ele dividiu o império em Oriente e Ocidente.
Em 285, indicou seu colega Maximiano (250-310) para o cargo de Augusto - na prática, era
co-imperador, e em 293 indicou Galério (260-311) e Constâncio Cloro (250-306) como
Césares, co-imperadores juniores, formando um colégio império, embora fosse um governo
conjunto.
Nessa época, portanto, Roma deixou de ser formalmente a capital do império. A capital em
si passou a ser escolhida em função das necessidades militares de defesa das fronteiras:
Diocleciano escolheu Nicomédia, na Bitínia, Galério tinha sede em Sirmio, na Panônia,
Maximiano estabeleceu-se em Milão, na Itália, e Constâncio fixou-se em Trier, na Gália
Belga.
Rebeliões foram sufocadas na Britânia e no Egito, assim como os persas sass|ânidas, como
pouco ocorreu na história romana. Tendo-se aposentado voluntariamente em 305, Diocleciano
e Maximiano indicaram Galério e Constâncio como Augustos, e Maximiano Daia (270-313) e
Flávio Severo foram elevados á posição de Césares.
Com a morte de Constâncio Cloro, suas legiões na Britânia proclamaram como ‘’césar’’ seu
filho, Constantino (272-337), em York. Maxêncio, filho de
Maximiano, apoderou-se da Itália e da Áfricado Norte, com o
apoio guarda pretoriana, vencendo Severo. Com isso, Galério
apontou Licínio como ‘’augusto’’, e o império viu-se diante de
uma nova guerra civil que durou dezoito anos. Em meio a
sangrentas batalhas, Constantino restaurou o império de forma
supreendente, não tendo como base a religião pagã, mas
cristianismo. Antes da batalha da Ponte Mílvia, em 312,
Constantino teve uma visão de que, se ele se convertesse ao
cristianismo, venceria seu inimigo Maxêncio. Constantino se converteu, marcou os
estandartes de suas legiões com o labarum, formado pelas duas primeiras letras gregas do
nome de Cristo, x e p, e venceu.
Em 313, ele e Licínio, que reinava sobre o Oriente, promulgaram o Édito de Milão, na
época a capital imperial. Com isso, todas as perseguições aos cristãos no império foram
encerradas e a partir de então os cristãos tiveram liberdade de culto. E, depois de vencer
Licínio em Cibalis, o império provou um tempo de paz.
Pouco tempo depois, Licínio restaurou uma lei segundo a qual, para servir o império, era
preciso oferecer sacrifícios aos deuses. Muitos se recusaram, entre eles quarenta soldados da
legião XII Fulminata, que em 320 foram martirizados em Sebaste, na Armênia Menor.
Em 324, a guerra civil recomeçou. Constantino venceu o imperador do Oriente em três
batalhas: Adrianópolis, Helesponto e Crisópolis, finalmente, o império foi unificado, e a
capitaldo império do império passou a ser Constantinopla.
A Ascensão de Constantino
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IGREJA BATISTA RAÍZES
Os Concílios de Nicéia e Constantinopla
Ainda que tenha sido batizado antes de morrer, a partir de sua conversão a Cristo, o
imperador passou a ter deveres para com o cristianismo, Constantino deu apoio financeiro á
igreja, construi basílicas, concedeu privilégios ao clero (por exemplo, isenção de alguns
impostos), instituiu leis inspiradas pela fé protegendo crianças, escravos, aldeões e
prisioneiros, promoveu cristãos a cargos importantes, estabeleceu o Domingo como dia de
repouso semanal, devolveu os bens confiscados durante a perseguição de Diocleciano e lutou
pela a unidade da igreja. Não utilizou a fé cristã, mas serviu-a. E essa conversão mudou os
rumos da igreja e da história do Ocidente.
Em meio ás crises políticas do império, a igreja enfrentou uma série de ataques contra a
doutrina do ser de Deus e da pessoa de Cristo. O resultado desses debates foi formulação
bíblica de uma das mais importantes doutrinas cristãs. Uma primeira heresia sobre a Trindade
que a igreja enfrentou, muito popular nos dia atuais, foi o ensino de Sabélio de Pentápolis,
também conhecida por patripassianismo (monarquianismo modal). Ele propagou a noção de
que só existiria uma pessoa divina, Deus o Pai, que se manifestaria nas três formas, Pai, Filho
e Espiríto Santo. Deus seria uma pessoa que se transformou no transcorrer da história, o que
exclui a possibilidade de ele existir eternamente como três pessoas.
Outra heresia estava relacionada com Paulo de Samósata (200-275), bispo de Antioquia e
importante autoridade política no governo de Zenóbia, rainha de Palmira. Ele ensinou o
adocionismo (monarquismo dinamista), ou seja, Jesus seria um homem que foi revestido pelo
Verbo divino e que por ter sido deificado seria digno de honra, embora não pudesse ser
considerado Deus. Tais debates prepararam o terreno para a controvérsia ariana, a qual foi o
principal perigo que a igreja enfrentou, inclusive por causa dos desdobramentos políticos.
Com esta heresia, Ário (256-336), presbítero na igreja de Alexandria, ensinava que Cristo
era apenas uma criatura, e não o eterno Filho de Deus. Os debates eram consideravelmente
mais complicados, pois algumas vezes, os partidários desse homem usavam a linguagem
ortodoxa, reinterpretando-a, ainda que não acreditassem na divindade de Cristo.
Como a igreja respondeu a essas distorções do se de Deus? Para sanar as divisões que
ameaçavam destroçar a igreja, o imperador Constantino convocou o primeiro concílio
doutrinal da igreja, realizado na cidade de Niceia, na Ásia Menor, em 325.
Cerca de trezentos bispos e quase mil e quinhentos auxiliares reunidos, entre eles Atanásio,
elaboraram o Credo de Niceia. Este credo expressa precisamente a doutrina bíblica da
Trindade contra o arianismo. Constantino abriu a sessão na condição de presidente de honra e,
depois, assistiu ás sessões posteriores, visto que a direção das discussões teológicas coube ás
autoridade eclesiásticas do concílio.
Óssio de Córdoba, um dos principais conselheiros de Constantino, presidiu o concílio. A
assembléia afirmou que o Pai e o Filho são da mesma substância e coeternos, declarando que a
doutrina da Trindade esta ancorada na fé cristã histórica, transmitida desde os apóstolos.
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IGREJA BATISTA RAÍZES
Credo de Niceia
Essa posição foi reafirmada por uma revisão do Credo feita no I Concílio de
Constantinopla, em 381, que também tratou da pessoa do Espírito Santo. Esse concílio foi
convocado pelo imperador Teodósio I e presidido, entre outros, por Gregório de Nazianzo.
Nesse concílio, a posição de Macedônio, patriarca de Constantinopla, que negava a
divindade do Espírito Santo, foi rejeitada e considerada uma heresia. Por fim, a expressão ‘’e
do Filho’’ foi inserida no III Concílio de Toledo (589). Aos poucos adotada pela igreja
ocidental, a doutrina de que o Espírito Santo procede tanto do Pai quanto do Filho se tornou
um elemento importante na divisão entre as igrejas Oriental e Ocidental.
Ressalte-se ainda que o I Concílio de Niceia não encerrou os debates sobre a pessoa de
Cristo. Vários bispos e simpatizantes do arianismo foram banidos do império. Um deles foi o
bispo úlfilas (310-383), missionário e tradutor da Bíblia entre os bárbaros godos. Quando estes
invadiram o império, trouxeram de volta uma variante do arianismo. Constantino foi sucedido
por dois imperadores arianos do império oriental, seu filho Constâncio II e Valente, o que
trouxe sérios problemas para Óssio, Atanásio, Basílio e outros defensores do dogma trinitário.
(325 d.C. – revisado em Constantinopla em 381 d.C.)
Cremos em um só Deus, Pai, Todo-Poderoso, Criador de todas as coisas, visíveis e
invisíveis.
E em um só Senhor Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, gerado pelo Pai antes de
todos os séculos, Luz da Luz, verdadeiro Deus de verdadeiro Deus, gerado, não criado,
de uma só substância com o Pai, pelo qual todas as coisas foram feitas; o qual, por nós
homens e por nossa salvação, desceu dos céus, foi feito carne pelo Espírito Santo e da
Virgem Maria, e tornou-se homem, e foi crucificado por nós sob Pôncio Pilatos, e
padeceu e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras, e subiu aos
céus e assentou-se à direita do Pai, e de novo há de vir com glória para julgar os vivos e
os mortos, e o seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo, Senhor e Vivificador, que procede do Pai e do Filho, que com o
Pai e o Filho conjuntamente é adorado e glorificado, que falou através dos profetas. E na
igreja una, santa, universal e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos
pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos e a vida do século vindouro. Amém.
Controvérsia sobre a doutrina da graça
Na época anterior ao Concílio de Niceia, a doutrina da salvação era uma questão ambígua
entre os escritos cristãos. A atitude dos Pais Latinos sobre o problema do livre-arbítrio era
diferente da atitude dos Pais Gregos. Estes últimos partiam do intelecto, entendendo que a
vontade esta subordinada a ele e opera por meio dele. Desse modo, o que o homem pensa
poderá fazer. Além disso, consideravam que o homem opera o começo de sua salvação,
para, depois, Deus cooperar com a graça. Em contrapartida, para os latinos, a vontade
ocupa posição autônoma. Dessa forma, por causa da ênfase na doutrina do pecado original,
eles enfatizavam que Deus começaria a obra e, depois, o homem cooperaria com sua
vontade, ressaltando com veemência a obra da graça, ainda que não exclusiva. Os mestres
orientais enfatizaram, então, uma sinergia divina, e os ocidentais uma sinergia humana.
Sendo assim, no século V, surge pela primeira vez a controvérsia sobre a doutrina da
eleição e da predestinação. Pelágio (350-423), famoso por sua disciplina moral, ao chegar
em Roma, em torno de 400, começou a ensinar os seguintes pontos: Adão foi criado mortal
e teria morrido, quer tivesse pecado, quer não; o pecado de Adão contaminou somente ele,
e não a raça humana; as crianças recém-nascidas estão no mesmo estado em que estava
Adão antes da queda; a raça humana inteira nem morre por causa da morte de Adão, nem
ressuscita pela ressurreição de Cristo; a lei, tanto quanto o evangelho, conduz ao reino do
céus; mesmo antes da vinda de Cristo, houve homens sem pecado. Agostinho se opôs a
esses ensinos, e sua resposta foi abrangente: na criação, Adão tinha capacidade de pecar e a
capacidade de não pecar. Contudo, a partir da queda de Adão, a humanidade se tornou
totalmente depravada, ou seja, todas as esferas de nossa humanidade (razão, vontades e
afetos), tornaram-se escravas do pecado. Como herança maldita, recebida de Adão, a
natureza humana passou a ser escrava do pecado e tornou-se sujeita à morte. Na criação,
Adão foi feito com capacidade de morrer e de não morrer. Depois da queda, a morte entrou
no mundo, e todos os descendentes de Adão foram colocados sob a sua maldição. O
homem caído agora é incapaz de não morrer. Como resultado, a humanidade continua
tendo livre-arbítrio, mas não mais liberdade, a vontade humana não é mais dona de si
mesma. A humanidade livremente escolhe o pecado. Em decorrência disso, o ser humano é
incapaz de até mesmo buscar a Deus sem o socorro da graça especial. Assim, somos
redimidos somente por causa da eleição livre e incondicional de Deus. Em sua maravilhosa
graça, Deus escolhe pecadores, na eternidade, não por mera previsão de fé ou obras, mas de
forma soberana e livre, por sua graça e para sua glória. Na época, a igreja condenou
formalmente o pelagianismo como heresia nos concílios de Cartago (418), de Éfeso (431)
e, finalmente, no Segundo Sínodo de Orange (529).
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IGREJA BATISTA RAÍZES
POSIÇÃO PRINCIPAIS DEFENSORES RESUMO
Pelagianismo Pelágio, Juliano de Eclano e Celéstio O homem nasce essencialmente bom e é capaz de fazer o necessário para a salvação
Agostiniano Agostinho de HiponaO homem esta morto no pecado, a salvação é totalmente pela graça de Deus, que é dada
apenas aos eleitos.
Semipelagianismo João Cassiano
A graça de Deus e a vontade do homem trabalham juntas na salvação, na qual o homem
deve tomar a iniciativa.
Semiagostinianismo Cesário de Arles
A graça de Deus estende-se a todos, capacitando uma pessoa a escolher e fazer o necessário
para a salvação.
A controvérsia pelagiana e seus desdobramentos
O Concílio de Calcedônia
Em meados do quarto século, vários ensinos heréticos ameaçavam a compreensão que a
igreja tinha da pessoa de Cristo.
� O primeiro foi proposto por Apolinário (310-390), bispo de Laodiceia, na Síria,
que negou a existência de um alma humana racional na natureza de Cristo, sendo
esta substituída nele pelo Logos divino. Dessa forma, seu corpo seria, então,
uma forma glorificada de humanidade.
� O segundo foi a posição controvertida de Nestório (380-451), que argumentou
haver em Cristo duas pessoas distintas, uma humana e outra divina, completas
de tal forma que constituiriam dois entes independentes.
� A terceira posição era a de Êutico (378-454), que afirmava que a natureza divina
de Cristo absorveu a natureza humana. Então, Cristo teria uma única natureza, a
divina, revestida de carne humana, posição conhecida como monofisismo.
Para preservar a unidade na igreja, foi convocado o Concílio de Calcedônia (451) pelo
imperador, Marciano (396-457), e por sua esposa, Pulquéria (399-453), nesse concílio foi fornecido uma definição de fé para tratar do mistério do Verbo que se fez carne (Jo
1.14)
Todos nós, perfeitamente unânimes, ensinamos que se deve confessar um só e mesmo
Filho, nosso Senhor Jesus Cristo, perfeito quanto à divindade, perfeito quanto à
humanidade, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, constando de alma racional e de
corpo; consubstancial [hommoysios] ao Pai, segundo a divindade, e consubstancial a
nós, segundo a humanidade; “em todas as coisas semelhante a nós, excetuando o pecado”, gerado segundo a divindade antes dos séculos pelo Pai e, segundo a
humanidade, por nós e para nossa salvação, gerado da Virgem Maria, mãe de Deus
[Theotókos]; Um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Unigênito, que se deve confessar,
em duas naturezas, inconfundíveis e imutáveis, conseparáveis e indivisíveis;[1] a
distinção da naturezas de modo algum é anulada pela união, mas, pelo contrário, as
propriedades de cada natureza permanecem intactas, concorrendo para formar uma só
pessoa e subsistência [hypóstasis]; não dividido ou separado em duas pessoas. Mas um
só e mesmo Filho Unigênito, Deus Verbo, Jesus Cristo Senhor; conforme os profetas outrora a seu respeito testemunharam, e o mesmo Jesus Cristo nos ensinou e o credo
dos padres nos transmitiu.
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IGREJA BATISTA RAÍZES
A queda de Roma
Em 410, o mundo romano ficou aturdido ao ouvir que os bárbaros godos liderados por
Alarico (375-410) tinham capturado e saqueado Roma, o coração simbólico do império,
nessa época, a capital imperial ocidental se encontrava em Ravena. Ainda que o exército
romano do Ocidente, sob o comando de Flávio Aécio (396-454), conhecido como “últimos
dos romanos”, tenha conseguido uma última e brilhante vitória na batalha dos Campos
Cataláunicos (451), no nordeste da Gália, sobre os temíveis hunos, tribo de nômades da
Ásia Central, o poder romano desmoronou no Ocidente. Todas as províncias do Império
Romano Ocidental já eram dominadas pelos bárbaros, e os imperadores eram meros
fantoches deles. O Império Romano Ocidental foi, então, retalhado por hordas de tribos
bárbaras que, no passado, viviam fora das fronteiras do império, às margens dos rios Reno e
Danúbio. A parte oriental do império, englobando Grécia, Ásia Menor, Egito, Síria e Palestina, foi preservada no Império Romano do Oriente, que se tornou o Império Bizantino
e sobreviveu até a queda de Constantinopla (1453).
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IGREJA BATISTA RAÍZES
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IGREJA BATISTA RAÍZES
OS SETE CONCÍLIOS ECUMÊNICOS
Na história do cristianismo, os Sete Concílios Ecumênicos começaram com o I Concílio de
Niceia (325) e vão até o II Concílio de Niceia (787). Essas assembléias foram chamadas de
‘’ecumênicas’’ por reunirem bispos e presbíteros que representavam as igrejas cristãs
espalhadas por todo o Império Romano, numa tentativa de afirmar um consenso doutrinal
ortodoxo e estabelecer uma cristandade unificada. Todos esses concílios ocorreram no Oriente.
Os temas tratados nos sete primeiros concílios ecumênicos foram:
* I Concílio de Niceia (325).
Cerca de 300 bispos de todas as regiões do império puderam estar presentes.
Decisões principais: afirmou a igualdade de natureza entre o Pai e o Filho; refutou o
arianismo, tratou da celebração da Páscoa, do cisma de Melécio, bispo de Licópolis, da
necessidade do rebatismo dos heréticos, do estatuto dos prisioneiros na perseguição movida
pelo imperador Licínio, discutiu a organização da igreja em províncias, pondo sob
consideração o fato de os bispos de Roma, no Ocidente, e de Jerusalém, Cesaréia, Antioquia,
Alexandria e Constantinopla, no Oriente, terem mais autoridade.
* I Concílio de Constantinopla (381).
Participaram cerca de 150 bispos, sem representantes ocidentais.
Decisões principais: revisou o Credo de Niceia, afirmou a divindade do Espírito Santo,
condenou qualquer tipo de arianismo, tratou da criação de um patriarcado para Constantinopla
e da recepção de hereges na igreja.
* I Concílio de Éfeso (431).
Entre 200 e 250 bispos, inclusive representantes da igreja ocidental, participaram do
concílio, que teve em Cirilo de Alexandria um de seus protagonistas.
Decisões principais: depôs Nestório, condenou o nestorianismo, o arianismo e o
sabelianismo como heréticos, condenou Pelágio, asseverou o Theotokos.
* Concílio de Calcedônia (451).
Participaram cerca de 370 bispos ou presbíteros, e a influência de Leão, bispo de Roma, foi
decisiva.
Decisões principais: afirmou a unidade das duas naturezas, completas e perfeitas em Jesus
Cristo, humana e divina, condenou a simonia, casamentos mistos e ordenações sem que o
novo clérigo tivesse uma função pastoral, depôs e condenou Êutico e Dióscoro I (444-451),
patriarca de Alexandria, aprovou a carta dogmática Tomo a Flaviano, de Leão.
* II Concílio de Constantinopla (553).
Foi convocado pelo imperador bizantino Justiniano I (483-565) e contou com a presença de
152 bispos, incluindo sete da África e nove da Ilíria, mas sem representantes da Itália.
1
1. Theotokos (grego: Θεοτόκος, transliteração: Theotókos) é o título grego de Maria, usado especialmente na Igreja Ortodoxa e Igrejas Orientais Católicas. Sua tradução literal para o português inclui "portadora de Deus".
Igreja Batista RaízesAv.: Romualdo Vilani, 68 - Jardim Ipanema, São Carlos, SP.www.batistaraizes.com 21SEMINÁRIO TEOLÓGICO
IGREJA BATISTA RAÍZES
Decisões principais: condenou os Três Capítulos escritos por Teodoro de Mopsuéstia, (350-
428), Teodoreto de Ciro (393-457) e Ibas de Edessa, condenou o monofisismo.
* III Concílio de Constantinopla (680).
Reuniram-se cerca dc 300 representantes, inclusive da igreja de Roma, 174 representantes
assinaram as resoluções finais.
Decisões principais: afirmou que Jesus Cristo tem duas vontades, a divina e a humana,
condenou o monotelismo, que ensinava que Cristo teria somente uma vontade, a divina,
considerou o papa Honório (638) herético.
* II Concílio de Niceia (787).
Foi convocado por Irene (752-803), mãe do imperador bizantino Constantino VI (771-797),
para encerrar a controvérsia iconoclasta. Reuniram-se cerca de 350 participantes, inclusive
dois representantes da igreja de Roma.
Decisões principais: aprovou a veneração dos ícones, pois tal adoração não se dirigia ás
gravuras em si, mas aos que estavam representados nelas, recuperando com isso a união com a
igreja ocidental; condenou os iconoclastas.
2. (do grego εικών, transl. eikon, "ícone", imagem, e κλαστειν, transl. klastein, "quebrar", portando "quebrador de imagem") foi um Iconoclastia ou Iconoclasmomovimento político-religioso contra a veneração de ícones e imagens religiosas no Império Bizantino que começou no início do século VIII e perdurou até ao século IX. 1 Os iconoclastas acreditavam que as imagens sacras seriam ídolos, e a veneração e o culto de ícones por conseqüência, - idolatria.Em oposição a iconoclastia existe a iconodulia ou iconofilia (do grego que significa "venerador de imagem"), ao qual defende o uso de imagens religiosas, "não por crer que lhes seja inerente alguma divindade ou poder que justifique tal culto, ou porque se deva pedir alguma coisa a essas imagens ou depositar confiança nelas como antigamente faziam os pagãos, que punham sua esperança nos ídolos [cf. Sl 135, 15-17], mas porque a honra prestada a elas se refere aos protótipos que representam, de modo que, por meio das imagens que beijamos e diante das quais nos descobrimos e prostamos, adoramos a Cristo e veneramos os santos cuja semelhança apresentam.
2
BIBLIOGRAFIA
Ferreira, Franklin. A Igreja Cristã na História. Das Origens aos dias Atuais.BANCROFT, Emery H.. Teologia Elementar; Doutrinária e Conservadora. São Paulo: IBR, 1966.https://pt.wikipedia.org/wiki/TheotokosColaboradores: Diego Cardoso; Reginaldo Cresencio
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