hisstoria do teatro no brasil
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Centro Educacional 104 do Recanto das Emas.
Professor Jailson Carvalho Artes.
História do Teatro no Brasil: séculos XVI, XVII e XVIII.
Século XVI:
Os iniciadores da atividade teatral no Brasil foram os jesuítas portugueses de Coimbra que, meio século após
a descoberta, forma enviados como missionários às novas terras. Um primeiro grupo de missionários jesuítas
desembarcou na Bahia de Todos os Santos, em 1549, na comitiva de Tome de Sousa, enviado pelo rei João
III como governador-geral da terra. O teatro, que nasceu no século XVI como instrumento de catequese dos
jesuítas, e portanto endereçado a todo o público em potencial, ou seja, naquela época, aos índios, a serem
evangelizados e aos colonos a serem advertidos, passou no século seguinte por um período de estagnação,
quase de silencio.
Os missionários reuniam os índios em aldeias para mantê-los afastados do perigo de voltarem a ser pagãos.
Nessas comunidades a vida era rigidamente repartida entre trabalho, oração e tempo livre, utilizado
sobretudo para o divertimento aliado à catequese. Os jesuítas, que como se sabe, aprendiam em sua ordem de
estudos também a técnica teatral, favoreciam amplamente o gosto dos índios pelo canto, pela dança, mímica
e oratória, valendo-se também de seus costumes, das máscaras e das vistosas plumagens para criar e
enriquecer uma produção teatral com finalidade de catequese. Nessa produção misturavam-se elementos
tirados da realidade indígena com histórias hagiográficas e apólogos educativos. Os espetáculos estavam
destinados a ser um ótimo meio de apostolado, a ilustração d e um catequismo elementar e o prolongamento
de uma liturgia rudimentar.
Os primeiros colonos iniciaram uma modesta atividade teatral, representando na igrejas, de acordo com o
costume de Portugal, ações dramáticas compostas in loco ou mais presumivelmente, importadas da mãe-
pátria, como o Auto de Santiago, apresentada em 24 de julho de 1564 na aldeia de Santiago na Bahia. .
Temos notícias de 25 obras teatrais representadas no Brasil no século XVI. Vejam uma lista contendo ano,
nome da peça e autor: 1557 Diálogo, Conversão do Gentio - padre Manuel da Nóbrega; 1564 Auto de
Santiago - representado em Santiago da Bahia; 1567-70 Auto da Pregação Universal - padre José de
Anchieta - representada em São Vicente e São Paulo de Piratininga; 1573 Diálogo - representado em
Pernambuco e na Bahia; 1574 Diálogo - representado na Bahia; 1574 Écloga Pastoril - representado em
Pernambuco; 1575 História do Rico Avarento e Lázaro Pobre - representado em Olinda; 1576 Écloga
Pastoril - representado em Pernambuco; 1578 Tragicomédia - representada na Bahia; 1578 Auto do Crisma -
padre José de Anchieta - representada no Rio de Janeiro; 1583 Auto de São Sebastião - representado no Rio
de Janeiro; 1583 Auto Pastoril - representado no Espírito Santo; 1583 Auto das Onze Mil Virgens -
representado na Bahia; 1584 Diálogo da Ave Maria - representado no Espírito Santo; 1584 Diálogo Pastoril
- representado no Espírito Santo; 1584 Auto de São Sebastião - representado no Rio de Janeiro; 1584 Auto
de Santa Úrsula - padre José de Anchieta - representado no Rio de Janeiro; 1584 Diálogo - representado em
Pernambuco; 1584 Na Festa do Natal - padre José de Anchieta; 1586 Auto da Vila da Vitória ou de São
Maurício - padre José de Anchieta - representado em Vitória (ES); 1586 Na Festa de São Lourenço ou Auto
de São Lourenço - padre José de Anchieta; 1587 Recebimento que Fizeram os Índios de Guaraparim - padre
José de Anchieta - representado em Guarapari (ES); 1589 Assuerus - representado na Bahia; 1596
Espetáculos - representado em Pernambuco; 1598 Na visitação de Santa Isabel - padre José de Anchieta.
Não existiam edifícios destinados à atividade teatral: usavam-se ora os salões nobres dos colegios, ora as
pracas, as ruas e, finalmente, nas vilas o próprio cenario da natureza.
Século XVII:
Com o conturbado periodo de lutas internas e externas o teatro esmorece e nao consegue renovar sua
inspiraçao. Os jesuítas continuam seu teatro nos moldes costumeiros, embora procurando conservar o mais
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possivel na sombra essa atividade, para noa atrair a ira de Roma, que nem sempre via com bons olhos certos
excessos e certas degeenração.
Assistimos, além disso, a um sempre progressivo afastamento das atividades lúdicas das ocasiões religiosas,
e ao surgir de numeroas formas de jogos e de divertimentos populares pelos quais o povo brasileiro sempre
demonstrou uma enorme paixao e predisposiçao. Temos vagas notícias de dramaturgos do século XVII.
Continuou a produçao teatral dos jusuítas, entre eles o padre Antoni Vieira (1608-1697).
No século XVII, as representações de peças escritas pelos Jesuítas - pelo menos aquelas com a clara
finalidade de catequese- começaram a ficar cada vez mais escassas. Este período, em que a obra missionária
já estava praticamente consolidada, é inclusive chamado de Declínio do Teatro dos Jesuítas. No entanto,
outros tipos de atividades teatrais também eram escassos, pôr conta deste século constituir um tempo de
crise. As encenações existiam, fossem elas prejudicadas ou inspiradas pelas lutas da época (como pôr
exemplo, as lutas contra os holandeses). Mas dependiam de ocasiões como festas religiosas ou cívicas para
que fossem realizadas.
Das peças encenadas na época, podemos destacar as comédias apresentadas nos eventos de aclamação a D.
João IV, em 1641, e as encenações promovidas pelos franciscanos do Convento de Santo Antônio, no Rio de
Janeiro, com a finalidade de distrair a comunidade. Também se realizaram representações teatrais pôr conta
das festas de instalação da província franciscana da Imaculada Conceição, em 1678, no Rio. O que podemos
notar neste século é a repercussão do teatro espanhol em nosso país, e a existência de um nome - ligado ao
teatro - de destaque: Manuel Botelho de Oliveira (Bahia, 1636-1711). Ele foi o primeiro poeta brasileiro a ter
suas obras publicadas, tendo escrito duas comédias em espanhol (Hay (Hay amigo para amigo e Amor,
Engaños y Celos).
Século XVIII:
A atividade teatral, espulsa da igreja, encontrava seus novos e mais adequados templos nas várias Casas de
Ópera e Casas de Comédia qeu começavama a florescer por toda parte, na segunda metade do século XVIII.
Varios foram os centros de atividade cultural enssa epóca e cada um teve suas carcteristicas peculiares
Foi somente na segunda metade do século XVIII que as peças teatrais passaram a ser apresentadas com uma
certa freqüência. Palcos (tablados) montados em praças públicas eram os locais das representações. Assim
como as igrejas e, pôr vezes, o palácio de um ou outro governante. Nessa época, era forte a característica
educacional do teatro. E uma atividade tão instrutiva acabou pôr merecer ser presenteada com locais fixos
para as peças: as chamadas Casas da Ópera ou Casas da Comédia, que começaram a se espalhar pelo país.
Em seguida à fixação dos locais "de teatro", e em conseqüência disso, surgiram as primeiras companhias
teatrais. Os atores eram contratados para fazer um determinado número de apresentações nas Casas da
Ópera, durante todo o ano, ou apenas pôr alguns meses. Sendo assim, com os locais e elencos fixos, a
atividade teatral do século XVIII começou a ser mais contínua o que em épocas anteriores. No século XVIII
e início do XIX, os atores eram pessoas das classes mais baixas, em sua maioria mulatos. Havia um
preconceito contra a atividade, chegando inclusive a ser proibida a participação de mulheres nos elencos.
Dessa forma, eram os próprios homens que representavam os papéis femininos, passando a ser chamados de
"travestis". Mesmo quando a presença de atrizes já havia sido "liberada", a má fama da classe de artistas,
bem como a reclusão das mulheres na sociedade da época, as afastava dos palcos.
Quanto ao repertório, destaca-se a grande influência estrangeira no teatro brasileiro dessa época. Dentre
nomes mais citados estavam os de Molière, Voltaire, Maffei, Goldoni e Metastásio. Apesar da maior
influência estrangeira, alguns nomes nacionais também merecem ser lembrados. São eles: Luís Alves Pinto,
que escreveu a comédia em verso Amor Mal Correspondido, Alexandre de Gusmão, que traduziu a comédia
francesa O Marido Confundido, Cláudio Manuel da Costa, que escreveu O Parnaso Obsequioso e outros
poemas representados em todo o país, e Inácio José de Alvarenga Peixoto, autor do drama Enéias no Lácio.
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