geografia 3º teste

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Geografia (3º teste)

1. As fragilidades dos sistemas agrários.Nos meados do sec. XX, mais de 50% da população trabalhava no sector agrícola, pois a industria

não se desenvolvia. Mesmo que a predominância fosse a agricultura, era um sector tradicional e sem modernização.

Após essa época, passou-se para uma terciarização, a população activa no sector primário não é sinónimo de modernização da agricultura e consequente libertação de mão-de-obra; resulta do abandono dos campos devido a: Falta de incentivo á mecanização; A intensa corrente migratória; O aparecimento de algumas actividades industriais e comerciais nas cidades que

desencadearam um forte êxodo rural.

Apesar do decréscimo de mão de-obra empregue no sector, o total de activos é ainda muito elevado quando comparado com a média comunitária, o que revela dificuldades em ultrapassar um certo atraso estrutural* desta actividade.

Um atraso estrutural é um atraso que já vem do passado e que dificilmente será resolvido a curto prazo.

As deficiências estruturais

As regiões agrárias.

2. As principais características das diferentes regiões agrárias Norte litoral (região de Entre Douro e Minho + Beira Litoral)

Sistema intensivo (aproveita-se todo o espaço);Relevo acidentado;Precipitação elevada; Factores Físicos Fertilidade dos solos é boa;Propriedade pequena;Policultura/policultura promíscua (quando algumas plantas se aproveitam de outras para crescer);Criação de gado complementa a agricultura;Aproveitamento máximo das condições campo- prado.

Norte Interior (Trás-os-Montes + Beira Interior)Sistema extensivo; (existe pousio)Campos abertos;A parcela de pousio (destina-se á criação de gado);Vertentes soalheiras (produz vinha, em monocultura);Clima é mais quente e mais seco;O solo é menos fértil que nas regiões anteriores.

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Ribatejo e OesteO sistema é extensivo mas tem-se alterado para intensivo;Os solos são muito ricos e férteis;A região com a agricultura mais moderna e competitiva;O relevo é plano e ajuda a que a propriedade seja grande;A agricultura a pensar no mercado;Forte na produção de:

Milho; Arroz; Hortícolas

Alentejo Grandes propriedades- Latifúndio;Relevo é plano;Clima é seco;Solos são pobres;Regime extensivo (o pousio faz sentido para preservar a pouca qualidade dos solos)A barragem do Alqueva tem alterado a agricultura alentejana, alterando-a para um sistema mais intensivo;As espécies mais cultivadas são de sequeiro, sendo que na actualidade existe grande produção de olival (regadio);Criação de animais – porco preto;Grande exploração de sobreiros para a extracção de cortiça.

AlgarveContraste entre serra e litoral;

Extensivo IntensivoO clima com temperaturas altas, ajuda á produção mais rápida, daí o aparecimento dos primores;Destacam-se na produção de frutos secos e citrinos;

MadeiraClima ameno ao longo do ano;Verão é quente e seco e o inverno é suave;Contraste entre a vertente Norte e a vertente Sul;Campos de pequenas dimensões (microfundio)Campos são fechados e formas irregulares;Destaca-se na produção de espécies tropicais (banana, maracujá) e mediterrâneas (vinho, citrinos);

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AçoresClima húmido (as chuvas acontecem durante todo o ano);Precipitação é elevada;Temperaturas são amenas (baixas ATA (amplitude térmica anual));Campos são pequenos e fechados;

A agricultura é importante mas mais ainda, é a Pecuária;

3. Principais factores condicionantes da agriculturaA agricultura portuguesa é influenciada por factores naturais/físicos e por factores humanos.

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Espaço rural

Espaço agrário

Espaço Agricola

Tras-os-Montes

QuintaSANU+ SAU

ColheitasSAU

Principais factores físicos

Clima Recursos hidricos

Fertilidade do solo Relevo

Fortes na criação extensiva de gado bovino e na produção de leite. (o gado circula em total liberdade)

Destaca-se na produção de Ananás, vinho, batata-doce.

ClimaVariabilidade anual da precipitação

Concentração no inverno e Outono, originando por vezes cheias; Baixos totais de precipitação na Primavera e Verão; Elevado números de meses secos.

Variabilidade anual da temperatura Valores elevados no Verão; Valores reduzidos no Inverno;

Condições climáticas pouco propicias á actividade agrícola

Entre as características do clima de Portugal, revestem-se de grande importância para a agricultura a variação inter (entre anos não chove a mesma coisa) e intra-anual (dentro de um ano não chove a mesma coisa) da queda de precipitação e a coincidência da estação seca com a estação mais quente.

Recursos hídricosVariabilidade anual da precipitação

Excesso ou escassez de água condicionam o crescimento das espécies;Irregular distribuição dos recursos no território nacional pode também condicionar a

actividade agrícola. (há sítios em que chove mais e mais regularmente e outros eu chove menos) (as chuvas fora de época não são vantajosas para a actividade agrícola)

Solução:

Adaptar as culturas às características climáticas, como por exemplo as culturas de sequeiro;Recurso a sistemas de rega artificial.

Fertilidade do solo

Os solos de origem vulcânica e de aluviões são os mais férteis mas são poucos frequentes no espaço agrário português; os primeiros existem apenas nas regiões insulares, e os de aluviões são abundantes nas bacias dos rios Tejo e Sado.

Os solos xistosos são frequentes em Portugal, mas são pouco férteis;

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Solos mais férteis

Origem vulcânica

Aluviões

Solos Xistosos

Pouco férteis

Solos Graníticos

Mais Férteis

Clima m

editerrâneo.

Os solos graníticos são bastante férteis mas predominam em regiões de altitude elevada, pouco propicias á pratica de agricultura.

Deste modo Portugal tem um território pouco fértil mas piora se não for feita uma utilização adequada.

Quando a cultura não se encontra ajustada ao tipo de solo, os níveis de rendimento baixam consideravelmente. A maioria dos solos não esta a ser utilizada de acordo com a sua potencialidade, ou seja, os solos próprios para X, estão a produzir Y, e os próprios para Y estão a produzir X.

Relevo

Os socalcos são usados a altitude é elevada mas existe uma elevada fertilidade ou outros factores favoráveis. Quando a altitude é elevada, as alterações climáticas dificultam a actividade agrícola (os níveis de temperatura diminuem e de precipitação aumentam com o aumento da altitude). A técnica dos socalcos permite reter o solo por meio de muros de suporte, criando “patamares” que favorecem a acumulação de sedimentos e originam solos férteis em que a terra é trabalhada facilmente.

Passado histórico

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Áreas PlanasAumenta a fertilidade dos solos e facilita a introdução de maquinaria.

Relevos acidentadosDiminui a fertilidade e é mais difícil o uso de máquinas

SoluçãoSocalcos

Principais Factores HumanosPassado históricoObjectivo de produçãoTecnologias e práticas utilizadasPolíticas Agrícolas.

Densidade populacional Acontecimentos/ processos históricos

Reflectem-se nas estruturas fundiárias (dimensão e forma das propriedades)Elevadas densidades populacionais podem conduzir a:

Aumento da superfície cultivada; Parcelamento das propriedades; Intensificação do cultivo; Especialização dos sistemas agrícolas.

Baixas densidades populacionais podem conduzir ao despovoamento rural que conduz a:

Abandono dos campos; Desaparecimento de certas funções não agrícolas; Ausência de limpeza das matas;

No que se refere à dimensão da propriedade:Explica porque o Norte tem muitos minifúndios:

No Norte, fragmentação da propriedade favorecida por: Relevo acidentado, abundância de água e fertilidade natural dos solos; Carácter anárquico da Reconquista e parcelamento de terras pelo clero e nobreza; Elevada densidade populacional; Sucessiva partilha de heranças, beneficiando igualmente todos os filhos.

No sul predominam grandes propriedades, o que está relacionado com: Relevo mais ou menos aplanado, clima mais seco e menor fertilidade natural dos solos; Feição mais organizada da Reconquista e a doação de vastos domínios aos nobres e

ordens religiosas e militares. Objectivo da produção

Politicas Agrícolas

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Autoconsumo

Explorações de menor dimensão que utilizam técnicas mais

artesanais.

MercadoExploraçoes de maior dimensão

e mais especializadas em determinados produtos,

utilizando tecnologia mais moderna, o que contribui para

uma maior produtividade.

Orientações e medidas legislativas

Influenciam as opções dos agricultores relativamente a produtos cultivados;Regulamentam práticas agrícolas (como utilização de produtos químicos);Criam incentivos financeiros;Apoiam a modernização da agricultura;Podem contribuir para a formação e rejuvenescimento dos agricultores.

Factores estruturaisEstrutura das explorações agrícolas e estrutura fundiária; Modos de exploração da terra; Sistemas de cultivo;Características da população agrícola.

Outros factoresReduzida utilização de maquinaria

Recorre-se a métodos tradicionais de cultivo da terra; Reduzida mecanização devido à falta de capital dos agricultores.

Envelhecimento da população e falta de formação técnica Elevada percentagem de agricultores idosos; Elevada taxa de analfabetismo;

Regiões Agrárias

Entre Douro e MinhoBeira LitoralMadeiraAlgarveAlgumas ilhas dos Açores

Trás-os-MontesAlentejoRibatejo e Oeste

Sistemas de Culturas

-Solo continuamente ocupado-Intensivo;-policultura;-Mão-de-obra agrícola

numerosa-Áreas de solos férteis e de

abundância de água; -Culturas de regadio (ex: milho)

-Não há uma ocupação permanente e contínua do solo – extensivo;

-Rotação de culturas – afolhamento – com pousio;

-Monocultura;-Culturas de sequeiro.

Morfologia Agrária

-Explorações de pequena dimensão-

Minifúndios -Parcelas de forma irregular;-Campos fechados

-Exploração de média e grande dimensão-latifundios;

-Parcelas de forma irregular;-Campos abertos.

Povoamento Disperso ConcentradoAo nível

técnico:-Muita mão-de-obra-Modernos sistemas de rega-Elevada utilização deFertilizantes

-Pouco exigente em termos de operações culturais e mão-de-obra devido á elevada utilização de maquinas

Ao nível Económico:

-Elevados custos de produção devido á elevada mão-de-obra e

-Reduzidos custos de produçãoPorque a mão-de-obra é reduzida e as

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diversificação do equipamento

Rendimento elevadoProdutividade reduzida

operações culturais são simples

Rendimento baixo (devido àocupação descontínua dos solos)

Produtividade elevada Insuficiente formação técnica e profissional;

Dificuldades de introdução de novas técnicas de cultivoFraco cooperativismo e fragilidade da indústria agro-alimentar

Persiste o individualismo agrário; Deficiências nos sistemas de distribuição e comercialização dos produtos; Fraca promoção no exterior; Reduzido número de indústrias agro-alimentares;

4. Caracterizar de que forma a fragmentação condiciona a agricultura.A fragmentação das explorações em blocos ou parcelas (parcelamento) é um entrave á

modernização da agricultura.

Nas regiões do noroeste (Entre Douro e Minho e Trás-os-Montes) a fragmentação das explorações agrícolas está associada a factores como: relativa fertilidade dos solos; amenidade térmica; elevada humidade; relevo acidentado; elevada concentração demográfica; elevada taxas de natalidade e partilha de terras por herança; venda de terras (parceladas) aos camponeses, durante a reconquista aos mouros, pela nobreza, clero e ordens militares.

Já no Alentejo, a reduzida fragmentação das explorações agrárias devem-se a factores como: clima seco; solos mais pobres; relevo pouco acidentado, de extensas planícies; fraca concentração populacional; doação das terras pelos monarcas aos fidalgos, cavaleiros e ordens religiosas.

A estrutura fundiária portuguesa por ser caracterizada pelo predomínio de explorações de pequena dimensão, excessivamente fragmentadas e geograficamente dispersas, tem condicionado a modernização e racionalização da agricultura nacional dado que:

Condiciona a introdução de novas tecnologias agrícolas, como a mecanização;

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Razoes que explicam os Minifúndios no Norte

Razoes que explicam os latifúndios no Alentejo

Traduz um aumento dos custos de produção, pois as deslocações, por exemplo, implicam sempre perda de tempo, maior desgaste do material e aumento do consumo de combustível.

A solução:

Emparcelamento das explorações agrícolas, ou seja o seu redimensionamento.

As suas vantagens (saber só 5) são:

Aumento da produtividade e do rendimento;Aumento do numero de culturas por ano (de um modo geral, de uma para duas);Menor desgaste no uso de máquinas agrícolas;Diminuição dos custos de produção;Melhoria das condições de vida dos agricultores.

Obstáculos ao emparcelamento:Como a população agrícola é constituída pela população de idade avançada, maioritariamente,

resistem pela causa da tradição familiar e não vendem os seus terrenos para os poderem passar á descendência.

5. Principais produções nacionais

Produção Evolução Região TrigoCenteioAveia

Irregular, aumentaDiminuiDiminui

AlentejoTrás-os-MontesAlentejo

CereaisSequeiro

Milho

Arroz

Aumenta a produção, diminui a área

Aumenta

Ribatejo e Oeste

Ribatejo e Oeste

Cereais Regadio

Batata Diminui irregular Beira litoralHorticultura Aumenta Beira LitoralFloricultura Aumenta Ribatejo e Oeste,

Madeira

GirassolTomate

Beterraba socorinaTabaco

(dependente do subsidio)Aumenta irregularAumenta apesar da redução das

ajudasDiminuiAumenta

AlentejoRibatejo e Oeste

Ribatejo e OesteBeira Interior

Culturas industriais

Macieira PereiraPessegueirosCerejeirasCitrinos

AumentaAumentaAumentaAumentaAumenta

Ribatejo e OesteRibatejo e oesteRibatejo e OesteBeira InteriorAlgarve

Frescos

Fruticultura

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Amendoeira Castanheiro

AlfarrobaNogueira

AumentaAumenta, espécie mais

representadaAumentaAumenta

Trás-os-MontesTrás-os-Montes

AlgarveTrás-os-Montes

Secos

Nota: o sector das frutas é um sector com excelente potencial no nosso país, pois temos muito bons solos e um clima propício.

- O Olival e o Azeite

O Olival é uma das principais culturas permanentes, e é uma das culturas que mais espaço ocupa. Apesar da sua importância, verificou-se:

Um decréscimo quer na área de olival quer no número de explorações;Apesar do decréscimo, as regiões de Trás-os-Montes e da Beira Litoral sofreram uma expansão

do olival; (de 2005 ate á actualidade, o olival aumentou muito principalmente no Alentejo. A barragem do Alqueva alterou a agricultura de sequeiro para regadio, e o olival foi quem mais beneficiou)A maior superfície de olival localiza-se no Alentejo, seguida de Trás-os-Montes, Beira Interior, e

Ribatejo e Oeste. (alguns azeites destas regiões têm recebido prémios internacionais que tem aumentado a fama e o prestigio destes produtos portugueses)

-A vinha e o Vinho

A vinha é a cultura portuguesa por excelência, presente em 55% das explorações agrícolas. Contudo nos últimos anos tem-se assistido á diminuição da área ocupada pela vinha e do número de explorações (principalmente as de pequena dimensão).

A vinha adapta-se a uma grande diversidade do tipo de solos, e é exigente do ponto de vista climático (climas quentes e secos).

A maior superfície de vinha é em Trás-os-Montes, seguida do Ribatejo e Oeste. O Algarve a Madeira foram as regiões que perderam mais vinhas, o que se seguiu Entre Douro e Minho e Ribatejo e Oeste. Assim, o Alentejo revela-se uma excelente região produtora.

6. A produção PecuáriaNos Países em que a agricultura é pouco desenvolvida, mecanizada e proporciona baixos

rendimentos é normal que ela seja complementada com outras actividades. A pecuária (criação de animais) complementa quase sempre a agricultura portuguesa.

Na actualidade a pecuária assume-se como uma actividade mais do que complementar, principal.

A actividade pecuária cria postos de trabalho, gera riqueza e é motor de desenvolvimento rural.A situação evoluiu e com o desenvolvimento tecnológico a ligação que existia á agricultura foi-se

dissipando e a pecuária constitui actualmente, uma actividade económica de grande importância

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no nosso país, não só pelos produtos que oferece (carne, leite…) mas também por fornecer matérias-primas a um conjunto de indústrias agro-alimentares.

Os progressos permitiram que a pecuária se estendesse a todo o país, deixando a criação de gado de se praticar em regime de pastoreio, ao ar livre, e nas pastagens e prados permanentes, para passar a ser feita em estábulos.

Assim a pecuárias passou a ser praticada e pode ser dividida em dois tipos:Regime extensivo - quando o gado se alimenta naturalmente nos prados e pastagens permanentes;Regime Intensivo - quando o gado se alimenta sobretudo de rações e esta em estábulos.

Espécie Característica RegiãoBovino A U.E. tem incentivado a produção

-Portugal possui défice na produção de carnes

-o sector dos lacticínios está muito desenvolvido em Portugal

-Noroeste (entre Douro e Minho)

-AlentejoAçores

Quase sempre em regime extensivo

Suíno . A evolução é irregular-quase sempre em regime intensivo, para

aumentar a produção, ainda assim, Portugal é deficitário

-por ser carne mais barata e mais consumida que a de bovino

-Ribatejo e Oeste-Beira Litoral

Intensivo-Alentejo Extensivo

Ovino e Caprino

Apesar de valorizada a produção tem diminuído

-Destaque para a produção de queijo (principalmente na serra da Estrela)

-Centro e Norte

Regime extensivo

Animais de Capoeira

-Avicultura é dos sectores que mais tem aumentado

- Assume-se como uma industria (visa o lucro)

Avicultura tende a estar localizada junto aos mercados consumidores.

Litoral

7. Caracterizar as formas de exploração da SAU SAU – Superfície Agrícola Utilizada.Engloba:

Terras aráveis: ocupadas com culturas temporárias e com os campos em pousio;Culturas permanentes: (arvores de fruto, basicamente. Que fornecem repetidas

colheitas) plantações que ocupam as terras durante um longo período;Pastagens permanentes: áreas onde são semeadas espécies por um período superior a

cinco anos, destinadas ao pasto de gado;Horta familiar: superfície ocupada com produtos hortícolas ou frutos destinados a

auto-consumo.

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A dimensão da SAU está associada á extensão das explorações, pelo que apresenta também uma distribuição regional marcada pela desigualdade, salientando-se o Alentejo com cerca de metade da SAU nacional. A desigual distribuição da SAU deve-se essencialmente, às características do relevo e da ocupação humana.

O relevo aplanado, a fraca densidade populacional e o povoamento concentrado permitem a existência de vastas extensões de áreas cultivadas, no Alentejo.

O relevo mais acidentado, com maior densidade populacional e o povoamento disperso, como a Madeira, Beira Litoral. Entre Douro e Minho, a área ocupada pela SAU é menor.

O diferente uso da SAU por região agrária justifica-se pelas diferenças climáticas, pela aptidão dos solos e também por factores de ordem económica e social.

Formas de exploração da SAUO agricultor nem sempre é proprietário das terras que explora. Existem duas formas de

exploração da SAU:Conta própria – o produtor é também o proprietário;Arrendamento – o produtor paga um valor ao proprietário da terra pela sua utilização,

normalmente em género e não em dinheiro.

A exploração que domina no nosso país é por conta própria, destacando-se em Trás-os-Montes e na Madeira. É considerada mais vantajosa, porque como o proprietário esta a cuidar do que é seu, deseja o melhor para o seu terreno (obter o melhor resultado da terra, preservar os solos, construir redes de drenagem, instalação de rega permanente...).

Vantagens: pode participar na preservação da paisagem e das espécies locais da região, na prevenção de fogos florestais, etc.

Desvantagens: pode ter dificuldades em proceder a modernização das explorações agrícolas – mecanização – devido á falta de meios técnicos e financeiros, á pequena dimensão das quintas. A falta de formação e a estrutura etária também pode ser, por si só, um entrave á modernização do sector. (Velhotes Teimosos)

Nos Açores, o arrendamento é mais comum (é o único sitio).

Vantagem: o arrendamento pode evitar o abandono das terras, no caso em que o proprietário não possa ou não queira explora-las.

Desvantagem: os arrendatários nem sempre se interessam pela valorização e preservação das terras, preocupando-se mais em tirar delas o máximo proveito durante a vigência do contracto.

Deste modo, as formas de exploração da terra condicionam o próprio desenvolvimento da actividade agrícola, uma vez que em pequenas explorações agrícolas exploradas por conta própria não são favoráveis á modernização da agricultura, quer ao nível das técnicas utilizadas, quer ao nível da gestão e comercialização. Assim pode-se recorrer ao associativismo (o nosso país como é caracterizado por, maioritariamente, ter minifúndios, faz sentido a junção de pequenos agricultores em cooperativas agrícolas. Estas, com a produção dos pequenos agricultores, ganha economia de escala e consegue ser competitiva).

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8. Caracterizar a importância da superfície florestal para Portugal.O espaço Florestal ocupa mais de 50% do território continental. A floresta é fundamental do

ponto de vista ambiental (sumidouro de carbono, qualidade das aguas), económico, social (piqueniques, etc.) e cultural, na medida em que permite:

A manutenção da fauna, da flora e dos habitats; A qualidade e a quantidade da água;O combate a desertificação;O fornecimento de fontes de energia (biomassa, lenha usada nas lareiras) alternativas

aos combustíveis fosseis;A criação de emprego;O desenvolvimento rural (é motor de desenvolvimento).

Ao nível do comércio externo dos produtos florestais, Portugal é essencialmente exportador:

De cortiça e de papel;De embalagens e usos domésticos e sanitários;O sector resineiro;É essencialmente importador de madeira e papel.

Para além dos produtos madeireiros e da cortiça, o sector apresenta outros pólos de desenvolvimento importantes, nomeadamente:

Frutos e sementes (castanha e pinhão);Cogumelos, plantas aromáticas, mel e resinas;Pastoreio extensivo;Caça;Etc.

Estas produções valorizam o espaço florestal numa lógica multifuncional, possibilitando rendimentos que poderão assegurar a fixação das populações e contribuir para o desenvolvimento rural.

A U.E. tem ajudado Portugal a desenvolver o sector florestal através de 2 eixos:

Potencial de produção de madeira e cortiça;Potencial cinegético (caça) turístico e de preservação.

No entanto existem factores que têm sido responsáveis pela redução global da área florestal nacional:

A sobreexploraçao dos povoamentos de algumas espécies florestais, sobretudo para a obtenção de matéria-prima para a indústria transformadora (exploração em demasia ex. Eucaliptos);O desajustamento entre a utilização dos solos e a sua verdadeira aptidão;O aumento da área destinada á agricultura (a agricultura utiliza mais do que devia, a floresta utiliza menos do que devia);

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As pragas e as doenças que afectam com frequência as espécies florestaisCrescente expansão urbana;Construção de vias de comunicação, pressão turística e o aumento dos incêndios.

A distribuição das principais espécies florestais pelo território nacional permite verificar que:

Pinheiro Bravo, no Centro; Pinheiro Manso, Alentejo e Lisboa;Sobreiro e azinheira, no sul (Alentejo);Castanheiro, Norte (interior)Eucalipto, dispersa-se por todo o território continental.

- Características estruturais da floresta portuguesa.

No Norte e no Centro predominam os proprietários que possuem parcelas com floresta e de pequena e muito pequena dimensão.No Ribatejo e Alentejo predominam proprietários com grandes áreas de floresta.No Algarve a estrutura apresenta características intermédias.

Os pequenos proprietários não sabem fazer uma boa gestão económica. Não sabe como e quando cortar, têm uma atitude de ausência, por motivos de êxodo rural, envelhecimento e baixa qualificação, e por motivos de “teimosia”, têm atitudes conservadoras e imobilistas.

- Os incêndios.

Nas últimas décadas, os fogos têm atingido, em Portugal, dimensões catastróficas.

Causas:Físicas/naturais;Humanas.

Ausência de uma gestão florestal, o excessivo parcelamento fundiário, os desequilíbrios na constituição dos povoamentos, o desordenamento da sua implantação e o abandono a que se encontram votadas extensas áreas florestais, circunstancia climatéricas particularmente adversas e raras, comportamentos negligentes e criminosos.

A combinação das temperaturas elevadas (baixa humidade do ar e vento) (factores físicos) e dos factores humanos, como a ausência de vigilância, a precária da limpeza das matas, a fraca acessibilidade a muitas áreas florestais por falta de caminhos ou a “mão criminosa”, faz surgir incêndios que vitimam as florestas do território nacional.

Foi criado o Plano Nacional De Defesa da Floresta Conta Incêndios com as seguintes estratégias:

Aumento da recuperação de territórios aos incêndios florestais;Redução da incidência dos incêndios;Melhoria da eficácia do ataque e da gestão dos incêndios;Recuperação e reabilitação dos ecossistemas;Adaptação de uma estrutura orgânica e funcional eficaz.

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9. Características da população agrícola

A população agrícola portuguesa trata-se de uma população envelhecida, que tem vindo a diminuir, constituída maioritariamente por homens, e com má formação.

O Decréscimo da população agrícola.

Nos últimos anos a redução de quintas agrícolas, é acompanhada por um decréscimo da mão-de-obra agrícola. Verificou-se que a população agrícola familiar (constituída pelo agricultor e o seu agregado familiar, trabalhem ou não na agricultura, ou seja, grande parte do rendimento familiar provem da agricultura), que domina o sector, diminui em resultado de:

Processos tecnológicos (mecanização da actividade agrícola)Êxodo rural (transferência de mão de obra para outros sectores de actividade, ainda que mantendo a residência em áreas rurais);Fraca capacidade atractiva deste sector (falta de jovens nas actividades agrícolas);Redução do número de explorações e do agregado familiar.

O envelhecimento da populaçao agrícola

A população rural de Portugal tem uma elevada percentagem de idosos. É mais acentuado nas regiões maiores (Alentejo, Algarve, e Trás-os-Montes) onde tem mais capacidade para a agricultura competitiva, e por outro lado a população é menos envelhecida nas regiões de Entre Douro e Minho e da Madeira, onde as propriedades são pequenas.

O Crescente envelhecimento deve-se, basicamente, ao abandono da actividade pela população jovem, acham vergonhoso ser agricultor. Esta falta de jovens resulta num entrave a modernização da produção pois os “antigos” são altamente resistentes á produção.

O perfil médio de agricultor em Portugal é de 50 anos. O problema do envelhecimento tem constituído um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento da agricultura portuguesa, pois com a idade vem a falta de formação, a resistência á mudança, e a falta de capacidade física.

O grau de instrução e formão profissional

Pode-se dizer que o grau de instrução e qualificação profissional dos agricultores nacionais é baixo e esta realidade agrava-se quando se considera os agricultores com mais de 65 anos, inferindo-se á medida que a estrutura etária dos agricultores aumenta, mais baixo e o grau de instrução e mais elevado é o analfabetismo.

O envelhecimento da população agrícola, em geral, e dos produtores, traduz um entrave á inovação e modernização do sector, o que consequentemente, conduz á manutenção do baixo rendimento e á fraca produtividade.

A formação profissional da maioria dos agricultores continua a ser exclusivamente prática. São passados os ensinamentos de geração para geração. Só uma pequena parte dos agricultores tem formação profissional, e a sua adesão aos cursos que são subsidiados, tem sido fraca.

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A composição da mão-de-obra agrícola

É composta por mais homens que mulheres, mas o papel da mulher na agricultura é cada vez maior, em resultado da crise do sector secundário e do desemprego do sector terciário.

Deve-se especialmente a:

Emigração e êxodo rural, sobretudo da população masculina, pois as oportunidades de emprego fora das explorações têm continuado a cativar mais o sexo masculino;Imigração que tem vindo a aumentar, com a chegada de população oriunda do leste europeu, indo muitas pessoas, mais mulheres, para a produção agrícola, muitas com formação académica e qualificação profissional.Facto de a actividade continuar a ser o ganha-pão das mulheres, que por tradição ou necessidade, continuam a ver na agricultura uma forma de subsistência.

10. 11. A origem dos rendimentos agrícolas. Vantagem e desvantagem da pluriactividade.A agricultura nunca conseguiria garantir aos agricultoresum rendimento fixo. Não abandonando as explorações agrícolas, procuram emprego noutras actividades, o que faz com que a agricultura seja exercida a tempo parcial. Plurirendimento:mais do que um rendimento (neste caso, do emprego fabril e da agricultura). A pluriactividade associa-se ao plurirendimento mas o agricultor se for reformado (de uma industria) pode ter dois rendimentos e uma actividade.Pluriactividade-Vantagem – muitos agricultores se não tivessem outra actividade, já teriam abandonado a agricultura, devido aos fracos rendimentos obtidos. Ou seja, mantem as pessoas no sector.Desvantagem – como é uma actividade a tempo parcial, impede que se faça um maior investimento económico e pessoal no sector primário, o que dificulta a modernização do sector e a formação profissional do agricultor.

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