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O processo de urbanização do no Brasil
RIBEIRO, Darcy. O povo brasileiro: a formação e osentido do Brasil. São Paulo: Cia das Letras, 1995.
O Brasil, embora tenha surgido pela viaevolutiva da atualização histórica, nasceu jácomo uma civilização urbana. Valedizer, separada em conteúdos rurais ecitadinos, com funções diferentes, mascomplementares e comandada pelos eruditos dacidade.
• A primeira cidade foi a Bahia, já no primeiroséculo (séc. XVI) quando surgiram também Rio deJaneiro e João Pessoa.
• No segundo século, (séc.XVII) surgem maisquatro: São Luís, Cabo Frio, Belém e Olinda.
• No terceiro século (XVIII), interioriza-se a vidaurbana, com São Paulo; Mariana e Oeiras (Piauí).
• No quinto século (séc. XX), a redeexplode, cobrindo todo o território brasileiro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:LeandroJoaquim-Gloria.jpgAcesso em 06 de setembro de 2011 – Rio de Janeiro
Vista do Largo do Paço do Rio de Janeiro (Jean Baptiste Debret,c. 1830).
http://pt.wikipedia.org/wiki/Arquitetura_colonial_do_BrasilAcesso em 06 de setembro de 2011.
• No curso desses séculos as cidades crescerame se tornaram como pujantes centros da vida
• 1888, a abolição dando alguma oportunidadede ir e vir aos negros, encheu as cidades doRio de Janeiro e da Bahia de núcleoschamados africanos, que se desdobraram nasfavelas.
• A crise de desemprego que corre na Europa,na passagem do século XIX para o XX, nosenvia 7 milhões de europeus. Quatro e meiomilhões deles se fixaram definitivamente noBrasil, principalmente em São Paulo.
• Renovaram toda a vida econômica local epromoveram o primeiro surto deindustrialização, que mais tarde se expandiriacom a industrialização substitutiva deimportações.
• As cidades e vilas da rede colonial,correspondentes à civilização agrária, eram,essencialmente, centros de dominaçãocolonial, criados, muitas vezes, por atoexpresso da coroa para defesa da costa, comoSalvador, Rio de Janeiro, Belém, Florianópolise outras.
• Funções urbanas: comércio (importação econtrabando), prestação de serviços aossetores produtivos – agências reais decobrança de impostos e taxas, de concessãode terras, de legitimação de transmissões debens por herança.
• Além dessas funções, prestavam assistênciareligiosa, associada sempre com atividadesescolares primárias e sacerdócio.
• Suas principais edificações eramigrejas, conventos e fortalezas, queconstituíam, também, seu principal atrativo.Por ocasião das festas religiosas, a aristocraciarural deixava as fazendas para viver ali umbreve período de convívio urbano festivo.
• Feira semanal, missas e novenas
• A classe alta urbana era composta defuncionários, escrivães e meirinhos, militarese sacerdotes – que também eram os únicoseducadores – e negociantes.
• O crescimento dos centros urbanos dá lugar auma burocracia civil e eclesiástica da mais altahierarquia e um comércio autônomo e rico,integrando quase exclusivamente por reinóis(próprios do reino).
• Só nas regiões mineradoras se implanta umaverdadeira rede urbana independente daprodução agrícola, contando com umaponderável camada intermediária de modosde vida citadinos.
• Aglomerados menores surgiram no interior decada área produtiva para exercer funçõesespeciais, à medida que a populaçãoaumentava e se concentrava.
• Tais são os vilarejos estradeiros, que serviramde pouso nas longas viagens entre os núcleosocupados do interior, ou que apareciam ondese impusesse a necessidade de baldear cargasde uma estrada a um rio navegável, ou para atravessia deste.
• A economia extrativista criou os portos deexportação de borracha da Amazônia e suaconstelação de vilas e cidades auxiliares. E arede de cidades que nasceram acompanhandoa marcha do café, a maioria das quais decairiadepois, transformadas em cidades mortas,quando a fronteira se distanciava, dando lugara outras “bocas do sertão”.
• As cidades e vilas, grandes epequenas, constituíam agências de umacivilização agrário-mercantil, cujo papelfundamental era gerir a ordenação colonial dasociedade brasileira, integrando-a no corpo detradições religiosas e civis da Europa pré-industrial e fazendo-a render proventos àCoroa Portuguesa.
• Eram centros de imposição de ideias e dascrenças oficiais e de defesa do velho corpo detradições ocidentais, muito mais que núcleoscriadores de uma tradição própria. Apesar dasimensas diferenças que mediavam asformações socioculturais européias e asbrasileiras, ambas eram fruto de um mesmomovimento civilizatório.
• A industrialização e a urbanização sãoprocessos que foram visto comocomplementares marchando associados umao outro.
• Êxodo Rural
• Entretanto, alguns fatores externos afetam osdois processos, impedindo que lhes dê umainterpretação linear.
• No Brasil, vários processos e sobretudo omonopólio da terra e amonocultura, promovem a expulsão dapopulação do campo.
• A população urbana salta de 12,3 milhões, em1940 para 80.5 milhões, em 1980 e emmeados de 1990 para 110,9 milhões.
• Translado em torno de 80% - “inchou” ascidades e desabitou o campo.
• Nenhuma cidade brasileira estava emcondições de receber esse espantosocontingente populacional. Sua consequênciafoi a miserabilização da população urbana euma enorme pressão na competição porempregos.
• Chegamos, assim, a ter algumas das maiorescidades do mundo, tais como São Paulo e Riode Janeiro, com o dobro da população de Parisou Roma, mas de dez vezes menos dotadas deserviços urbanos e de oportunidades detrabalho do que essas cidades no final doséculo XX.
• A própria população urbana, largada a seudestino, buscou soluções precárias (as únicasao seu alcance) para seus maiores problemas.Aprendeu a edificar favelas nas morrarias maisíngremes fora de todos os regulamentosurbanísticos
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