especial nº 12 congresso de nutrição

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Reportagem do X Congresso de Nutrição Funcional Internacional realizado em São Paulo, em setembro.

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Jornal da 3ª Idadewww.jornal3idade.com.br Um jornal a serviço dos direitos dos idosos- São Paulo, setembro de 2014 - ano 11 - especial nº 12

Fitoterápicos e a Doença do Alzheimer

Instrutores idosos ensinando comocultivar hortas em espaços urbanos foi uma atração no X Congresso sobre Nutrição Funcionalrealizado em São Paulo em setembro

Na entrada do X Congresso de Nutrição Funcional Inter-nacional, realizado em São Paulo, no período de 11 a 13 de setembro, um estande com hortas suspensas da Fundação Mokiti Okada, di-vulgava seu projeto Sabores da Horta. Lá estava César Augusto Ghizzi, de 69 anos, instrutor nos cursos que en-sinam como fazer hortas em pequenas áreas. Orgulhoso da função, Ghizzi é voluntário no curso que a entidade desenvolve duran-te todo o ano na sua sede, em São Paulo e que procura transmitir uma sabedoria mi-lenar dos japoneses que são campeões da longevidade. “Fazemos os cursos para

pessoas de todas as idades, mas são para os idosos que gosto mais de ensinar. A produção de alimentos para o próprio consumo e de plantas medicinais melhora a nossa qualidade de vida. A dedicação na horta serve como forma de terapia, além de incentivar o trabalho vo-luntário”, disse Ghizzi. Várias entidades em todo o Brasil promovem atividades voltadas para a qualidade de vida, relacionando a neces-sidade do consumo natural de alimentos com a saúde e o cuidado com o meio ambiente. Nessas oficinas, aonde cada pessoa planta seu próprio vaso de tempero, hortaliças ou mesmo ervas

para o chá elas recebem, durante o manuseio da terra, informações sobre a agricul-tura natural, a importância da valorização da natureza e do consumo de alimentos mais saudáveis. Os idosos tem sido o público mais procurado para essas oficinas. Consumir alimentos orgâ-nicos, frutas e vegetais cada vez mais vem sendo compro-vados como fundamentais na prevenção de doenças. As palestras dos especialistas apontaram para a compro-vação cientifica da teoria. O tema do evento foi uma convocação: garanta potên-cia, energia vital e plenitude à sua vida.

Hermínia Brandão herminia@jornal3idade.com.br

César Augusto Ghizzi instrutor voluntário da Fundação Mokiti Okada, da Vila Mariana, na Zona Sul.

A frase foi dita pela presiden-te do X Congresso de Nutri-ção Funcional Internacional, Valéria Paschoal, nutricionis-ta da VP Consultoria Nutri-cional, que abriu o evento. Ela revela a grande preocu-pação da maioria dos profis-sionais da área que embora acreditem ser um segmento crescente no Brasil, temem ver a aplicação prática da prevenção e do tratamento de doenças restrito a um grupo seleto da sociedade, enquanto a maioria da po-pulação consome alimentos industrializados de pouca qualidade nutritiva. A Nutrição Funcional é centrada no indivíduo e tem o poder de identificar os sinais e sintomas rela-cionados aos déficits ou superávits de nutrientes do organismo de cada pessoa. Revela hipersensibilidades alimentares avaliadas por meio de dietas e exames bioquímicos e se utiliza de rastreamento metabólico. A especialidade contribui

para a diminuição das do-enças crônicas degenerati-

vas não transmissíveis que provocam a maior parte dos casos de incapacidade e são a maior causa de uso dos serviços de saúde pública, como diabetes e hiperten-são, entre outras. Para vários nutricionistas palestrantes, os brasileiros estão se alimentando mais, mas não estão se nutrindo adequadamente e por isso cresce o aparecimento de doenças. A orientação profissional é para cada pessoa comer em média 400 gramas en-tre frutas e verduras por dia, com cores diferentes. Está comprovado que cinco porções de frutas e legumes por dia reduz em 30% o risco do aparecimento de algum tipo de câncer. No sentido inverso, o baixo consumo de vegetais pode influenciar no aparecimento de células malignas. A preocupação dos idosos em manter uma boa memó-ria também foi um dos prin-cipais debates no Congresso que apontou alimentos indis-pensáveis para a boa comu-nicação dos neurônios que depende das boas gorduras que comemos. O óleo de coco, a semen-te de chia, linhaça e o açaí são muito importantes para termos uma memória ativa e evitar o Parkinson e o Alzhei-mer. As amêndoas, os bró-colis, associado à beterraba, inhame são considerados super alimentos para nosso cérebro.

“A Nutrição não é só para os ricos e sim para todos”

Brócolis, super alimento.Nutricionista Neiva S.Souza pós-graduada em Nutrição Clínica Funcional e membro do departamento científico da VP Consultoria Nutricional.

O envelhecimento da po-pulação também é uma pre-ocupação crescente entre os profissionais de Nutrição Funcional que enxergam nas mudanças do cardápio de uma pessoa grandes possibilidades de prevenção de doenças crô-nico degenerativas, inclusive as mais graves como a DA- Doença de Alzheimer. E esse foi o mote da pa-lestra da nutricionista Neiva dos S. Souza, que falou sobre Novidades no Tratamento de Alzheimer. Ela apresentou resultados de trabalhos científicos que comprovaram a eficácia de fitoterápicos em cérebros de ratos, comparados com me-dicamentos clássicos, na re-dução das placas de proteínas (β-amiloide (β-A)) que for-mam os emaranhados neurofi-brilares responsáveis pela per-da de memória e prejuízo de

múltiplas funções cognitivas. “A ocorrência de muitas doenças crônicas da vida moderna não está só relacio-nada somente à disposição genética mas depende mui-to da combinação de dieta inadequada e a exposição a poluentes ambientais, que formam o desequilíbrio nu-tricional. Estudos científicos mostram que a DA representa fundamentalmente uma doen-ça metabólica, com prejuízo na utilização da glicose pelo cérebro nas vias que regula a sobrevivência de neurônios. Indivíduos com deficiência na secreção de insulina ou diabetes mellitus tipo 2 pos-suem risco significantemente maior para o desenvolvimento de DA. Os fitoterápicos que estão sendo estudados supe-raram, sem contraindicações a medicação clássica”, falou a nutricionista na sua palestra.

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