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EFICIÊNCIA ENERGÉTICA E MERCADO
Europa em Branco?
IV Seminário Internacional da Energia EléctricaGESEL – Instituto de Economia UFRJ
24 e 25 de Agosto de 2009, Rio de Janeiro
Patrícia Pereira da SilvaFaculdade de Economia da Universidade de Coimbra e
INESC-Coimbra
Enquadramento
A União Europeia não é um modelo de eficiência energética: consumo de energia na Europa será superior em cerca de 20% às necessidades
reais
CE adoptou em Abril de 2006 uma directiva que impõe aos Estados- membros um objectivo de economia de energia de 9% em 9 anos, por meio de serviços energéticos e outras medidas de melhoramento da eficiência energética (2006/32/CE).
Cada Estado-membro traduziu esta directiva num «plano de acção nacional para a eficiência energética», apresentado à Comissão em Junho de 2007. Os estados pormenorizaram aí as acções que foram implementadas para atingir os 9% de poupança de energia exigível até 2016.
Um sistema que faz as suas provas acumulado permite-lhes obter um
CERTIFICADO BRANCO
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Objectivos
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Estratégia Global de Energia
Moscovo “Segurança do Abastecimento”
Tratado Lisboa “Competitividade”
Tratado Quioto “Desenvolvimento
Sustentável”
• Competitividade dos mercados• Gestão de Interconexões • Rede de Gás e Electricidade• I&D:
Carvão Limpo Sequestro de Carbono Eficiência Energética Renováveis Nuclear
• Dialogo Internacional• Gestão de stocks• Capacidade de Refinação e Armazenagem• Diversificação de Fontes
• Alterações Climatéricas (ETS)• Protecção Ambiental• Comércio de Emissões•EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
TÓPICOS DA
AGENDA
ENERGÉTICA
MUNDIAL
A definição de metas e objectivos de alcance mundial são a única forma de todos os interesses nacionais se conjuguem num interesse global.
Eficiência energética no contexto Europeu
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Eficiência EnergéticaUtilização de tecnologias que requerem menor consumo de energia para assegurar a mesma função. Exemplo: substituição de lâmpadas fluorescentes por incandescentes
Intensidade Energética de um paísQuantidade de energia necessária para produzir 1€ de PIB nesse país
A nossa procura de energia per capita é inferior à média europeia mas a
intensidade energética é superior. Tal acontece porque o nosso PIB per
capita é infraeuropeu !
Portugal
Média EU-27
Intensidade Energética de Portugal e média europeiaEnergia final / PIB
(Toneladas Equivalentes de Petróleo por milhão de euros de PIB)
NOTA: PIB a preços constantes de 2000Fonte: Eurostat; Balanços Energéticos (DGEG); Análise ADENE/DGEG
+11+28
+23
XDesvio
Intensidade energética de Portugal acima da UE
PIB e consumo de energia
Conceito de Certificado Branco
Títulos para Eficiência Energética
Definição:
“certificados emitidos por organismos de certificação independentes que confirmam as declarações dos agentes do mercado relativamente às economias de energia resultantes de medidas de melhoria de eficiência energética” (COM(2006/32, artigo 3)).
são instrumentos de mercado, e destinam-se a promover medidas de eficiência energética ao melhor custo
Um CB representa uma dada quantidade de energia poupada devido à implementação de uma medida adicional de eficiência energética Quantidade pode ser relativa a um dado período ou em MWh
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
1ª etapa essencial ao sistema da CBs
Um organismo público (Ministério, Regulador) deve definir: metas de poupanças de energia (anuais ou acumuladas) vectores de energia sobre os quais as economias de
energia serão obtidas (electricidade, gás natural, petróleo)
agentes obrigados prazos elegíveis agentes elegíveis atribuição dos critérios dos objectivos de redução do
consumo de energia regime de não cumprimento
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
2ª etapa
Equivalência entre economia de energia e CBs
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Economia de energia: quantidade de energia economizada pela medição e/ou estimativa do consumo antes e após a aplicação de uma ou mais medidas de melhoria da eficiência energética, garantindo simultaneamente a normalização das condições externas que afectam o consumo de energia
3ª etapa
Definição de regras de negociaçãoEncontro entre Procura e Oferta
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Características
Emissão tem que ser única no tempo e no espaço, tem de referir: o período durante o qual a energia foi economizada a localização dessas poupanças energéticas proprietário inicial do certificado
é importante que seja único, rastreável e detido por um único proprietário de cada vez
São Instrumentos de Mercado: Transacções bilaterais ou Mercado de CBs
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Objectivos
Crença na eficiência energética: contributo para competitividade e emprego na UE
Esquema de CBs : facilita alcançar o objectivo da poupança energética Certificação Aspecto comercial
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Implementação
Têm sido usados (até agora) em conjunto com um esquema de obrigações
Actores são obrigados a atingir uma determinada meta de poupança energética
Requer a submissão a um nº comensurável com o objectivo da poupança
Podem ser criados a partir de projectos que resultem em poupança energética, por actores do mercado ou ESCOs
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Agentes
corpos governamentais que determinam o sistema e fixam grupos para o controlo da operação do sistema
distribuidores e comercializadores de energia são normalmente os actores do mercado alvo, que é determinado pelos objectivos de poupança energética
companhias de serviços de energia podem criar certificados a partir de projectos de poupança energética
corporações residenciais podem criar certificados a partir das renovações de outros edifícios
participantes ETS que necessitem de créditos em conformidade com o sistema de mercado de emissões da UE
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Intervenção das Empresas de Serviços de Energia (ESE)
Energy Service Companies (ESCO), são empresas fornecedoras de serviços de energia e/ou eficiência energética com recurso a meios próprios, ou por si contratados, partilhando desta forma riscos financeiros e de exploração com o cliente
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Implementação
O actor de mercado recebe certificados pelas poupanças obtidas, que podem ser usadas para o seu próprio objectivo ou podem ser vendidos a outros participantes
Um esquema de CBs não implica necessariamente a possibilidade de comercialização
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Esquema dos CBs
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Funcionamento do sistema de CBs
TWC – Tradable White CertificatesA eficácia do sistema depende de:
Os objectivos e período de vida do sistema, ou seja, a quantidade de energia a economizar em termos absolutos ou em relação à quantidade de energia vendida
Os agentes de mercado, isto é, quem pode requerer possuir ou vender os certificados
Os objectivos anuais de poupança A entidade emissora dos certificados Os projectos elegíveis. Embora os projectos elegíveis sejam definidos
pelas autoridades reguladoras, têm de ter a característica de adicionalidade, isto é, são projectos que trazem poupanças de energia para além da utilizada normalmente para aquela aplicação. Também não devem estar abrangidas por outras medidas de financiamento e incentivos.
Os agentes obrigados a cumprir as metas de poupança condição essencial para a existência de mercado
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Ilustração
Projecto de poupança de energia
Monitorização da poupança de energia
Sistema de Certificados
Brancos
Consumidor De energia
Autoridade
Obrigação
EmissãoTWCs
ComércioTWCs
ResgateTWs
Projecto de poupança de energia
Monitorização da poupança de energia
Sistema de Certificados
Brancos
Consumidor De energia
Autoridade
Obrigação
EmissãoTWCs
ComércioTWCs
ResgateTWs
Fonte: http://www.eurowhitecert.org
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Experiências na Europa
País Objectivo e período
% da procura anual
Dinamarca 7.5 PJ/ano2006-13
1,7%(fim do ano)
França 194 PJ/total2006-08
1%(média)
Grã-Bretanha 468 PJ total2005-08
1%(média)
Itália 230 PJ total2005-2009
0,5%(média)
Holanda 65 PJ totalEm 2020
1,8%(fim do ano)
Fonte: http://www.eurowhitecert.org
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Experiências na Europa
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Medida e verificação
M&V – factor chave
Como as poupanças não podem ser medidas, têm que ser calculadas através da comparação do consumo e/ou uso de energia antes (i.e. consumo de referência) e após a implementação das medidas de poupanças
Contudo, as condições de referência podem ser alteradas após a instalação da medida de poupança.
Tais alterações podem incluir mudanças nas condições de referência, no desempenho do equipamento, e nas condições externas (e.g. condições atmosféricas
Fonte: http://www.eurowhitecert.org
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Custos do sistema
Custos de operação do mercado, custos de iniciar, monitorizar e manter o sistema.
Custos de transacção custos para obtenção de informação do mercado,
entrada no mercado e custos para efectuar e finalizar uma transacção
Custos de medida que compreendem os custos de medir, auditar e
verificar
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Interacção com outros mecanismos
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Comércio de emissões: a sua contribuição para a geração de poupanças energéticas
adicionais, resulta na redução da procura de energia primária e por conseguinte reduz as emissões de gases de efeito estufa
Energias renováveis: como os objectivos para as energias renováveis são geralmente
formulados em termos relativos (como parte do consumo global de electricidade), o efeito de poupanças energéticas dos CBs, podem também reduzir o custo total de alcançar os objectivos Europeus para aumentar a penetração das energias renováveis
Subsídios e impostos energéticos: o esquema de CBs reduz a necessidade de subsídios de
poupanças energéticas, mas ao mesmo tempo reduz as receitas dos impostos energéticos (se as tarifas não forem alteradas)
Exemplos de Projectos
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Aplicação de motores de alto rendimento numa industria vidreira Portuguesa
Em alternativa à opção mais barata de reparar os motores existentes, a empresa optou por substituí-los por motores novos de alto rendimento, realizando uma poupança total de 144,060 kWh/ano
Promoção de Lâmpadas Fluorescentes Compactas em França
A agência local de energia ADUHME, decidiu distribuir 10.000 CFLs numa cidade de 140.000 habitantes, Clermont Ferrand. Um total de 12.396 CFLs foram vendidas pelos supermercados locais e associações de funcionários, correspondendo a cerca de 6.000 MWh poupados em 6 anos.
Exemplo de Projectos
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Renovação de escolas na Hungria O município de Óbuda (III distrito de Budapeste) tem
127.000 habitantes e 108 edifícios municipais com uma idade média de 30-40 anos. Seis destes edifícios (escolas) foram renovados, incluindo a substituição de 4721 m2 de janelas, 1794 m2 de isolamento da parede frontal e 8466 m2 de isolamento do tecto. As poupanças esperadas de energia primária após a renovação atingem 6.276 GJ/y, 30% do consumo total de energia primária antes da renovação.
Possíveis inconvenientes
reforça o objectivo apenas com o aumento da eficiência e não com a redução do consumo global de energia
pode envolver elevados custos de transacção
pode favorecer principalmente acções fáceis de implementar e de medir
um sistema Europeu requer uma harmonização substancial das políticas energéticas.
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Benefícios chave de um sistema de CBs
a certificação garante a obtenção do objectivo acordado
a introdução de comercialização leva à obtenção dos objectivos, a um custo mínimo
o sistema pode abrir potenciais de poupança energética a actores que estão actualmente cobertos por outros instrumentos
pode reduzir o peso em orçamentos públicos
pode estimular o mercado para as ESCOsPatrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Patrícia Pereira da Silva FEUC/INESCC
Repartição do consumoRepartição do consumo
¼ da população mundial ¼ da população mundial consome ¾ da energiaconsome ¾ da energia
1/3 da população mundial 1/3 da população mundial não tem acesso à não tem acesso à electricidadeelectricidade
Certificados Brancos
IV Seminário Internacional da Energia EléctricaGESEL – Instituto de Economia UFRJ
24 e 25 de Agosto de 2009, Rio de Janeiro
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