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Post on 07-Apr-2016
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Educação Popular em Saúde– Educação Popular em Saúde– alguns pontos para o debatealguns pontos para o debate
Florence de Faria Brasil ViannaFlorence de Faria Brasil ViannaPrograma Saúde e Educação para a Programa Saúde e Educação para a CidadaniaCidadania
“ Educação popular...acho que isso é coisa só para PSF....”
(Profissional de saúde da rede básica)“ Eu acho esse negócio de educação popular muito perigoso...outro dia uma mulher passou pomada de ervas numa queimadura, e chegou toda ruim no hospital....”
(Profissional de saúde da rede hospitalar, numa discussão do PEP da Região Metropolitana I do Rio)
“ Isso que você está falando...é muito distante da minha prática”
(Profissional da rede hospitalar de alta complexidade – cardiologia)
O QUE É EDUCAÇÃO POPULAR E SAÚDE?
Movimentos sociais populares e sua relação com o saber “oficial” – movimentos populares (Contestado, Canudos, CEBs)Ganha espaço e visibilidade a partir da experiência de educação de adultos (Paulo Freire, Juan Bordenave) e teóricos (Carlos Brandão, Miguel Arroyo, Victor Valla)Cresce como “campo de idéias e fazeres” na consolidação do SUSAponta caminhos e concepções “libertárias” para a Educação em Saúde O “popular” representa o mundo das práticas que pretende dialogar com a diversidade cultural e seus significados para a saúdeA EPS é recontextualizada na perspectiva da Reforma Sanitária Brasileira e da Promoção da Saúde, pela necessidade de garantia de direitos constitucionais, e pela necessidade de tornar a população sujeito do processo de enfrentamento das condições de saúde e vida.
O CAMPO DA EDUCAÇÃO POPULAR NO BRASIL: BREVE HISTÓRICO
Educação como processo dialógicoNinguém ensina ninguém – os homens se educam entre si, mediados pelo mundo (Freire);
Supõe um saber anterior do educando – um saber da VIDARespeito aos modos de viver e construir o conhecimentoHá uma vocação dos seres humanos por serem mais, e não por serem menos. Uma necessidade fundamental de humanizar-se – de quebrar o ciclo de desumanização imposto historicamente pela desigualdade e a opressão;
Ninguém liberta ninguém (espiritual, humana e socialmente) - os sujeitos se libertam juntos, em diálogo e parceria.
QUAL CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO ABRAÇAMOS?
Fundamentais para a EP são a escuta, o diálogo, a contextualização histórica , a participação individual e coletiva, a busca pela justiça e a equidade, e a idéia da necessidade de uma evolução individual e coletiva... Ao longo de 50 anos a EPS converteu-se em "refúgio" das mais variadas iniciativas de experiências comunitárias que - em ato, na vida - perceberam que as posições duras da ciência e dos partidos políticos de esquerda eram "irreais.Foram "trazidas" "recuperadas": emoções, culturas populares, artes, criações e criatividades, formas de relação interpessoal e em rede, etc.
CAMINHOS PELOS QUAIS NOS MOVEMOS......
Pedagogia da problematizaçãoOriginalmente pensada para o campo da agronomia (Paraguai – Juan Bordenave)Parte-se da realidade, observando-a, conhecendo-a e problematizando-a. A teorização é o passo seguinte, e não se desvincula das condições concretas.Formulam-se propostas de intervenção. problemas.Volta-se à realidade para implementar as intervenções propostas. O processo é reavaliado, à luz dos resultados e de novas teorizações, modificando-o, aperfeiçoando-o.
METODOLOGIAS
OPÇÕES PEDAGÓGICAS.....
Método do Arco (Charles Maguerez)
As práticas de saúde - permeadas pelas práticas educativas - não incorporam os pressupostos teóricos e metodológicos da EP&S;Não apresentam mudanças significativas no que se refere ao papel de cada profissional das equipes, à integração dos processos de trabalho;Mantém-se uma visão ingênua da educação, como potencialmente redentora, e reafirmando a dificuldade de relação entre profissionais e população, representada pela metáfora do “fosso cultural”.
CAMINHOS QUE PRECISAM MUDAR
A concepção de informação em saúde pressupõe um processo comunicacional;A história da estruturação dos sistemas de informação em saúde contempla pouco este aspecto; projetos que levam em conta os modos de viver e os processos de produção de saúde e doença são recentes (ex: almanaque – Projeto do IBICT/CNPq);
INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO, AÇÃO
INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO, AÇÃO
A PRODUÇÃO DA SAÚDE E A DIALÉTICA DA SATISFAÇÃO DAS
NECESSIDADES• Concepção de saúde como um bem público, que se
produz socialmente;• Necessidades em saúde entendidas não somente
enquanto processos patológicos ou agravos à saúde;• A demanda que chega aos serviços expressa apenas
parte das necessidades;• Reconhecimento de que a oferta de ações de saúde
apresenta uma interseção limitada com a demanda, e menor ainda com a oferta;
• Reconhecimento de que espaços dialógicos estimulam a construção de uma consciência sanitária ampliada e cidadã.
PROMOÇÃO DA SAÚDE – DESLOCANDO O EIXO DAS AÇÕES
• Custos crescentes de um modelo baseado na doença e nahospitalização (saco-sem-fundo); • Políticas de investimento em ações capazes de interferir
nos determinantes e condicionantes dos problemas de saúde (Promoção da Saúde);
• Investimento em tecnologias organizacionais e de planejamento racional das ações, com ênfase no baixo custo e alta resolutividade – papel da educação em saúde como “transversalidade”, em todos os níveis do sistema de saúde;
• Transformar o sistema de saúde “curativo” em sistema “cuidador”.
TUDO O QUE A EP&S NÃO É
• Não há fórmulas ou receitas prontas;
• Não há como “homogeneizar” informações e saberes, sem deixarmos alguém de fora....
• Não há como considerar o usuário apenas como “objeto” do processo educativo, e sim como sujeito.
Algumas experiências interessantes....
• Ouvidoria coletiva – (Prof Valla) – ENSP/FIOCRUZ – Depto de Endemias
• Projeto de Extensão – Aprendendo e Ensinando com o Alto Simão – FENF/UERJ
• Casa da Farinha – ANEPS-CE - Fortaleza, Ceará
• Extensão como promotora de Saúde;
E o caminho?
"CAMINHANTE, NÃO HÁ CAMINHO,O CAMINHO É FEITO AO ANDAR.AO ANDAR SE FAZ O CAMINHO
E AO OLHAR PARA TRÁS,SE VÊ A SENDA QUE NUNCASE VAI VOLTAR A TRILHAR.
CAMINHANTE NÃO HÁ CAMINHO,SOMENTE ESTRELAS NO MAR"
Antonio Machado
Referenciais para aprofundamento
www.redepopsaude.com.br
Florence Brasilwww.ccs.ufrj.br/saudeeducacaocidadania
florence@ufrj.br
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