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SALVADOR TERÇA-FEIRA 5/6/2018 OPIN IÃO A3

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BRUNO AZIZ

João de Melo Cruz FilhoAdvogadojoaomelofilho@yahoo.com.br

O privado é público e deve ser. An-damos míopes ou precisamos delentes mais potentes. A violência

de gênero nas relações de intimidade –desde relações temporárias às conjugais ecom destaque ao ambiente doméstico-fa-miliar – não é um fenômeno recente. Ga-nha dimensões escalares. Sua origem per-passa por fatores sociais e históricos quetêm raízes na desigualdade e nas as-simetrias, apresentando repercussõesgraves com sequelas (físicas e emocio-nais) na vida de quem a sofre.

É através da perspectiva de gênero quese observa que a violência contra mu-lheres e meninas emerge como umaquestão de alteridade. Sim! Em outraspalavras: a violência é perpetrada pelofato de serem mulheres. Até quando?

Milhares de pessoas sofrem as diversasformas de violência (física, psicológica,sexual e controle – inclusive tecnológicoe midiático), sendo violentadas, agredi-das, estupradas, assassinadas a cada se-gundo nos mais diversos contextos e fai-xas etárias (desde a juventude até a faseadulta), seja no ambiente de trabalho,nas ruas e, ao contrário do que se imaginaser um local de segurança, nos ambientesescolares e nos doméstico-familiares.

A Secretaria da Segurança Pública doEstado da Bahia registrou no ano passado(de janeiro a setembro) mais de 37 milocorrências, dentre elas, 49 casos de fe-minicídio (até 30 de novembro), o querevela uma subnotificação, na maioriadas vezes em virtude do desconhecimen-to da legislação de 2015 que tipifica estecrime, estupros (407), lesões corporais(11.346) e ameaças (24.359). Temos marcoslegais e institucionais, para além de pro-gramas educativos. Então, onde agir e to-car no ponto? E como captar informaçõesmais específicas e que permitam açõesmais concretas? As escolas e a área dasaúde podem ser focos de coleta e buscade dados, ampliando redes.

Seria então a violência de gênero de-terminada pela existência de um con-trole social sobre os corpos, sexualidadese expressões cotidianas? A verdade é queestamos em pleno século XXI e aindavivemos/sofremos os resquícios trazidospor um sistema patriarcal, classista e ra-cista, e não promotor da ideia de igual-dade e justiça sociais.

É necessário desconstruir e indicar co-nexões (classe, raça/etnia, territórios, fai-xa etária), emergente a premissa de rom-per com paradigmas que insistem emcategorizar e criar hierarquias, confir-mando uma cultura machista. Torna-seurgente: a) abordagem educativa sobreviolência de gênero na intimidade, comomaneira de revelar a gravidade do fe-nômeno; b) reforçar lutas e pautas fe-ministas, no sentido de buscar/subsidiarproteção, promoção de direitos e polí-ticas públicas de enfrentamento à vio-lência de gênero; e c) ocupar esferas epoderes.

Aline Moerbeck Costa e VanessaRibeiro Simon CavalcantiNúcleo de Estudos e Pesquisas sobre DireitosHumanos – Universidade Católica do Salvador

EDITORIAL Quadrilhas do bem

O que há de bom na África além de elefantes?

Lentes urgentes:violência de gênero

atarde.com.br/cultura

DESTAQUESDO PORTAL

A TARDE

Zé Ramalhoapresenta show naConcha Acústica

Divulgação

atarde.com.br/concursos

Prefeitura deAlagoinhas inscrevepara concurso

As quadrilhas juninasprecisam do apoiodas empresas,da comunidadee, especialmente,do poder público

Uma das marcas mais fortes dos festejosjuninos, a quadrilha, apesar de ser umatradição muito admirada pela popula-ção, com grupos que se preparam du-rante boa parte do ano para alegrar sa-lões com suas danças estilizadas, músicase expressões próprias, passa por dificul-dades e está sob ameaça de desaparecer,como já ocorreu com várias manifesta-ções culturais. Segundo os organizadoresdas quadrilhas mais expressivas, o pro-blema se dá em duas partes: o pequenointeresse do segmento privado em in-vestir nas expressões do folclore e a faltade compromisso do setor público com asmanifestações populares.

Embora seja hoje uma dança típicadas festas juninas brasileiras, com re-ferências caipiras, a origem das qua-drilhas vem dos salões de Paris. A “qua-drille” surgiu na capital francesa, no

século XVIII, como uma dança de salãocomposta por apenas quatro casais, pa-ra divertimento da elite europeia. Che-gou ao Brasil por volta de 1830, aindarestrita ao ambiente aristocrático, masacabou caindo no gosto do povo, que fezas adaptações à realidade local, incor-porando manifestações brasileiras pre-existentes e introduzindo inovações, co-mo o casamento na roça.

O fato é que, atualmente, a figura daquadrilha junina é vinculada de formaindelével às festas juninas, ganhandomais força no Nordeste justamente porser nesta região o principal foco de co-memorações aos santos de junho. Os con-

cursos, que movimentam comunidadesinteiras, exigem cada vez mais investi-mentos, com ensaios exaustivos, figuri-nos caprichados, passos de dança sofis-ticados. E mesmo aqueles que não com-petem em concursos gostam de fazer bo-nito a cada festa, realizando sonhos deadolescentes e de adultos.

Ao contrário das quadrilhas de ban-didos, que conseguem se autofinanciarpor meio dos crimes que cometem, asquadrilhas juninas precisam do apoiodas empresas, da comunidade e, espe-cialmente, do poder público, que tem odever de zelar pela preservação da cul-tura popular e de suas manifestações.

U m esforço imenso tem sido feito porpaíses integrantes da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU) para di-

minuir o sofrimento das populações afri-canas, vítimas de terríveis guerras tribais.Sem dúvida é um ato louvável, que aliviaagruras persistentes, contudo jamais resol-verá, por si só, um problema secular.

A ONU, como organismo internacional,deve ser a protagonista da transformaçãoeconômica e social das localidades africa-nas, onde já tem um trabalho assistencia-lista. E isso se dá com o incentivo à difusãode valores incontrastáveis, como a vida, asaúde, a educação, a segurança e a moradia,como numa constituição; defendendo apartir da tradição cultural dos povos en-volvidos o trabalho, principalmente o tra-balho remunerado. Tudo isso depois que foridentificada a vocação natural desses povos,

para que a concisa constituição seja efetiva,respeitada e seguida numa autotutela. E nãouma perpetuação social assistencial; por-que necessária a princípio, mas nefasta emlongo prazo.

Assim, o processo de manutenção dopovo africano (e isso serve para qualqueragrupamento no globo terrestre) precisaser somente uma etapa a ser superada.Indispensável a transformação através dotrabalho. Sabe-se que a falta de organi-zação estatal, de medidas de estímuloprodutivo e de infraestrutura social eeducacional desencaminham. Proporcio-nar uma alternativa ao homem africano,encaminhando-o a uma atividade produ-tiva e assalariada, deve ser um ponto cen-tral neste processo de mutação. O tra-balho remunerado converte, mas comfundamento nesses valores centrais a queme referi anteriormente, como uma basesólida a amparar a transformação socioe-conômica dessas populações; descobrin-do-se a vocação da comunidade e incen-tivando-a ao desenvolvimento.

Nesse sentido, com os devidos descon-

tos da grave situação africana, há umaexperiência de sucesso em Praia do Forte,quando os moradores de uma pequenavila na Bahia foram motivados a cuidardas tartarugas-marinhas. Isso com a di-reção indispensável de uma instituiçãoapartidária, tal como a ONU: o ProjetoTamar. O resultado foi a transformaçãodesta pequena vila desconhecida numdestino internacional. Uma mudança apartir de uma singela, mas persistentepremissa, a preservação da fauna oceâ-nica, com o engajamento de todos eles.

Urge a superação do assistencialismo pelotrabalho, com a integração de todos, tendopor suporte aqueles mandamentos e outrosmais, igualmente importantes à sociedadeafricana. A ONU pode reverter esse processode degradação pelo incentivo ao labor par-ticipativo através de uma ação cada vez me-nos assistencialista e mais e mais produtiva.Afinal, para que se saiba que a África nãotem somente elefantes, mas também as tar-tarugas-marinhas preservadas do outro ladodo imenso Atlântico, que para lá, todo ano,migram...

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