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SALVADOR TERÇA-FEIRA 5/6/2018 OPINIÃO A3 www.atarde.com.br 71 3340-8991 (Cidadão Repórter) 71 99601-0020 (WhatsApp) ASSOCIADA À SIP - SOCIEDADE INTERAMERICANA DE IMPRENSA PREMIADA PELA SOCIETY FOR NEWS DESIGN MEMBRO FUNDADOR DA ANJ - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE JORNAIS ASSOCIADA AO IVC - INSTITUTO VERIFICADOR DE COMUNICAÇÃO SEDE: RUA PROFESSOR MILTON CAYRES DE BRITO, N.º 204, CAMINHO DAS ÁRVORES, CEP: 41.820-570, SALVADOR/BA, FALE COM A REDAÇÃO: (71)3340-8800, (71)3340-8500, FAX: (71)3340-8712 OU 3340-8713, DE SEGUNDA A SEXTA-FEIRA DAS 6:30 À MEIA-NOITE. SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS: DAS 9:00 ÀS 21 HORAS; SUGESTÃO DE PAUTA: CIDADAOREPORTER@GRU- POATARDE.COM.BR, (71)3340-.8991. CLASSIFICADOS POPULARES: (71)3533-0855; CIRCULAÇÃO: (71)3340-8612; CENTRAL DE ASSINATURA: (71)3533-0850. Fundado em 15/10/1912 CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente: RENATO SIMÕES Vice-Presidente: VERA MAGDALENA SIMÕES Diretora de Redação: MARIANA CARNEIRO Diretora de Produção de Conteúdo: ALEZINHA ROLDAN Diretor Controller: LUCAS LAGO Diretor de Operações: CLEBER SOARES Diretor Comercial: LEONARDO CÉSAR Gerente Industrial: ÉLIO PEREIRA BRUNO AZIZ João de Melo Cruz Filho Advogado [email protected] O privado é público e deve ser. An- damos míopes ou precisamos de lentes mais potentes. A violência de gênero nas relações de intimidade – desde relações temporárias às conjugais e com destaque ao ambiente doméstico-fa- miliar – não é um fenômeno recente. Ga- nha dimensões escalares. Sua origem per- passa por fatores sociais e históricos que têm raízes na desigualdade e nas as- simetrias, apresentando repercussões graves com sequelas (físicas e emocio- nais) na vida de quem a sofre. É através da perspectiva de gênero que se observa que a violência contra mu- lheres e meninas emerge como uma questão de alteridade. Sim! Em outras palavras: a violência é perpetrada pelo fato de serem mulheres. Até quando? Milhares de pessoas sofrem as diversas formas de violência (física, psicológica, sexual e controle – inclusive tecnológico e midiático), sendo violentadas, agredi- das, estupradas, assassinadas a cada se- gundo nos mais diversos contextos e fai- xas etárias (desde a juventude até a fase adulta), seja no ambiente de trabalho, nas ruas e, ao contrário do que se imagina ser um local de segurança, nos ambientes escolares e nos doméstico-familiares. A Secretaria da Segurança Pública do Estado da Bahia registrou no ano passado (de janeiro a setembro) mais de 37 mil ocorrências, dentre elas, 49 casos de fe- minicídio (até 30 de novembro), o que revela uma subnotificação, na maioria das vezes em virtude do desconhecimen- to da legislação de 2015 que tipifica este crime, estupros (407), lesões corporais (11.346) e ameaças (24.359). Temos marcos legais e institucionais, para além de pro- gramas educativos. Então, onde agir e to- car no ponto? E como captar informações mais específicas e que permitam ações mais concretas? As escolas e a área da saúde podem ser focos de coleta e busca de dados, ampliando redes. Seria então a violência de gênero de- terminada pela existência de um con- trole social sobre os corpos, sexualidades e expressões cotidianas? A verdade é que estamos em pleno século XXI e ainda vivemos/sofremos os resquícios trazidos por um sistema patriarcal, classista e ra- cista, e não promotor da ideia de igual- dade e justiça sociais. É necessário desconstruir e indicar co- nexões (classe, raça/etnia, territórios, fai- xa etária), emergente a premissa de rom- per com paradigmas que insistem em categorizar e criar hierarquias, confir- mando uma cultura machista. Torna-se urgente: a) abordagem educativa sobre violência de gênero na intimidade, como maneira de revelar a gravidade do fe- nômeno; b) reforçar lutas e pautas fe- ministas, no sentido de buscar/subsidiar proteção, promoção de direitos e polí- ticas públicas de enfrentamento à vio- lência de gênero; e c) ocupar esferas e poderes. Aline Moerbeck Costa e Vanessa Ribeiro Simon Cavalcanti Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Direitos Humanos – Universidade Católica do Salvador EDITORIAL Quadrilhas do bem O que há de bom na África além de elefantes? Lentes urgentes: violência de gênero atarde.com.br/cultura DESTAQUES DO PORTAL A TARDE Zé Ramalho apresenta show na Concha Acústica Divulgação atarde.com.br/concursos Prefeitura de Alagoinhas inscreve para concurso As quadrilhas juninas precisam do apoio das empresas, da comunidade e, especialmente, do poder público Uma das marcas mais fortes dos festejos juninos, a quadrilha, apesar de ser uma tradição muito admirada pela popula- ção, com grupos que se preparam du- rante boa parte do ano para alegrar sa- lões com suas danças estilizadas, músicas e expressões próprias, passa por dificul- dades e está sob ameaça de desaparecer, como já ocorreu com várias manifesta- ções culturais. Segundo os organizadores das quadrilhas mais expressivas, o pro- blema se dá em duas partes: o pequeno interesse do segmento privado em in- vestir nas expressões do folclore e a falta de compromisso do setor público com as manifestações populares. Embora seja hoje uma dança típica das festas juninas brasileiras, com re- ferências caipiras, a origem das qua- drilhas vem dos salões de Paris. A “qua- drille” surgiu na capital francesa, no século XVIII, como uma dança de salão composta por apenas quatro casais, pa- ra divertimento da elite europeia. Che- gou ao Brasil por volta de 1830, ainda restrita ao ambiente aristocrático, mas acabou caindo no gosto do povo, que fez as adaptações à realidade local, incor- porando manifestações brasileiras pre- existentes e introduzindo inovações, co- mo o casamento na roça. O fato é que, atualmente, a figura da quadrilha junina é vinculada de forma indelével às festas juninas, ganhando mais força no Nordeste justamente por ser nesta região o principal foco de co- memorações aos santos de junho. Os con- cursos, que movimentam comunidades inteiras, exigem cada vez mais investi- mentos, com ensaios exaustivos, figuri- nos caprichados, passos de dança sofis- ticados. E mesmo aqueles que não com- petem em concursos gostam de fazer bo- nito a cada festa, realizando sonhos de adolescentes e de adultos. Ao contrário das quadrilhas de ban- didos, que conseguem se autofinanciar por meio dos crimes que cometem, as quadrilhas juninas precisam do apoio das empresas, da comunidade e, espe- cialmente, do poder público, que tem o dever de zelar pela preservação da cul- tura popular e de suas manifestações. U m esforço imenso tem sido feito por países integrantes da Organização das Nações Unidas (ONU) para di- minuir o sofrimento das populações afri- canas, vítimas de terríveis guerras tribais. Sem dúvida é um ato louvável, que alivia agruras persistentes, contudo jamais resol- verá, por si só, um problema secular. A ONU, como organismo internacional, deve ser a protagonista da transformação econômica e social das localidades africa- nas, onde já tem um trabalho assistencia- lista. E isso se dá com o incentivo à difusão de valores incontrastáveis, como a vida, a saúde, a educação, a segurança e a moradia, como numa constituição; defendendo a partir da tradição cultural dos povos en- volvidos o trabalho, principalmente o tra- balho remunerado. Tudo isso depois que for identificada a vocação natural desses povos, para que a concisa constituição seja efetiva, respeitada e seguida numa autotutela. E não uma perpetuação social assistencial; por- que necessária a princípio, mas nefasta em longo prazo. Assim, o processo de manutenção do povo africano (e isso serve para qualquer agrupamento no globo terrestre) precisa ser somente uma etapa a ser superada. Indispensável a transformação através do trabalho. Sabe-se que a falta de organi- zação estatal, de medidas de estímulo produtivo e de infraestrutura social e educacional desencaminham. Proporcio- nar uma alternativa ao homem africano, encaminhando-o a uma atividade produ- tiva e assalariada, deve ser um ponto cen- tral neste processo de mutação. O tra- balho remunerado converte, mas com fundamento nesses valores centrais a que me referi anteriormente, como uma base sólida a amparar a transformação socioe- conômica dessas populações; descobrin- do-se a vocação da comunidade e incen- tivando-a ao desenvolvimento. Nesse sentido, com os devidos descon- tos da grave situação africana, há uma experiência de sucesso em Praia do Forte, quando os moradores de uma pequena vila na Bahia foram motivados a cuidar das tartarugas-marinhas. Isso com a di- reção indispensável de uma instituição apartidária, tal como a ONU: o Projeto Tamar. O resultado foi a transformação desta pequena vila desconhecida num destino internacional. Uma mudança a partir de uma singela, mas persistente premissa, a preservação da fauna oceâ- nica, com o engajamento de todos eles. Urge a superação do assistencialismo pelo trabalho, com a integração de todos, tendo por suporte aqueles mandamentos e outros mais, igualmente importantes à sociedade africana. A ONU pode reverter esse processo de degradação pelo incentivo ao labor par- ticipativo através de uma ação cada vez me- nos assistencialista e mais e mais produtiva. Afinal, para que se saiba que a África não tem somente elefantes, mas também as tar- tarugas-marinhas preservadas do outro lado do imenso Atlântico, que para lá, todo ano, migram...

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SALVADOR TERÇA-FEIRA 5/6/2018 OPIN IÃO A3

www.atarde.com.br71 3340-8991

(Cidadão Repórter)

71 99601-0020(WhatsApp)

ASSOCIADAÀ SIP -

SOCIEDADEINTERAMERICANA

DE IMPRENSA

PREMIADAPELA

SOCIETYFOR NEWS

DESIGN

MEMBROFUNDADOR DA ANJ

- ASSOCIAÇÃONACIONAL

DE JORNAIS

ASSOCIADAAO IVC -

INSTITUTOVERIFICADOR DECOMUNICAÇÃO

SEDE: RUA PROFESSOR MILTON CAYRES DE BRITO, N.º 204, CAMINHO DASÁRVORES, CEP: 41.820-570, SALVADOR/BA, FALE COM A REDAÇÃO:(71)3340-8800, (71)3340-8500, FAX: (71)3340-8712 OU 3340-8713, DE SEGUNDA ASEXTA-FEIRA DAS 6:30 À MEIA-NOITE. SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS:DAS 9:00 ÀS 21 HORAS; SUGESTÃO DE PAUTA: [email protected], (71)3340-.8991. CLASSIFICADOS POPULARES: (71)3533-0855;CIRCULAÇÃO: (71)3340-8612; CENTRAL DE ASSINATURA: (71)3533-0850.

Fundado em 15/10/1912

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Presidente: RENATO SIMÕESVice-Presidente: VERA MAGDALENA SIMÕES

Diretora de Redação: MARIANA CARNEIRODiretora de Produção de Conteúdo: ALEZINHA ROLDANDiretor Controller: LUCAS LAGODiretor de Operações: CLEBER SOARESDiretor Comercial: LEONARDO CÉSARGerente Industrial: ÉLIO PEREIRA

BRUNO AZIZ

João de Melo Cruz [email protected]

O privado é público e deve ser. An-damos míopes ou precisamos delentes mais potentes. A violência

de gênero nas relações de intimidade –desde relações temporárias às conjugais ecom destaque ao ambiente doméstico-fa-miliar – não é um fenômeno recente. Ga-nha dimensões escalares. Sua origem per-passa por fatores sociais e históricos quetêm raízes na desigualdade e nas as-simetrias, apresentando repercussõesgraves com sequelas (físicas e emocio-nais) na vida de quem a sofre.

É através da perspectiva de gênero quese observa que a violência contra mu-lheres e meninas emerge como umaquestão de alteridade. Sim! Em outraspalavras: a violência é perpetrada pelofato de serem mulheres. Até quando?

Milhares de pessoas sofrem as diversasformas de violência (física, psicológica,sexual e controle – inclusive tecnológicoe midiático), sendo violentadas, agredi-das, estupradas, assassinadas a cada se-gundo nos mais diversos contextos e fai-xas etárias (desde a juventude até a faseadulta), seja no ambiente de trabalho,nas ruas e, ao contrário do que se imaginaser um local de segurança, nos ambientesescolares e nos doméstico-familiares.

A Secretaria da Segurança Pública doEstado da Bahia registrou no ano passado(de janeiro a setembro) mais de 37 milocorrências, dentre elas, 49 casos de fe-minicídio (até 30 de novembro), o querevela uma subnotificação, na maioriadas vezes em virtude do desconhecimen-to da legislação de 2015 que tipifica estecrime, estupros (407), lesões corporais(11.346) e ameaças (24.359). Temos marcoslegais e institucionais, para além de pro-gramas educativos. Então, onde agir e to-car no ponto? E como captar informaçõesmais específicas e que permitam açõesmais concretas? As escolas e a área dasaúde podem ser focos de coleta e buscade dados, ampliando redes.

Seria então a violência de gênero de-terminada pela existência de um con-trole social sobre os corpos, sexualidadese expressões cotidianas? A verdade é queestamos em pleno século XXI e aindavivemos/sofremos os resquícios trazidospor um sistema patriarcal, classista e ra-cista, e não promotor da ideia de igual-dade e justiça sociais.

É necessário desconstruir e indicar co-nexões (classe, raça/etnia, territórios, fai-xa etária), emergente a premissa de rom-per com paradigmas que insistem emcategorizar e criar hierarquias, confir-mando uma cultura machista. Torna-seurgente: a) abordagem educativa sobreviolência de gênero na intimidade, comomaneira de revelar a gravidade do fe-nômeno; b) reforçar lutas e pautas fe-ministas, no sentido de buscar/subsidiarproteção, promoção de direitos e polí-ticas públicas de enfrentamento à vio-lência de gênero; e c) ocupar esferas epoderes.

Aline Moerbeck Costa e VanessaRibeiro Simon CavalcantiNúcleo de Estudos e Pesquisas sobre DireitosHumanos – Universidade Católica do Salvador

EDITORIAL Quadrilhas do bem

O que há de bom na África além de elefantes?

Lentes urgentes:violência de gênero

atarde.com.br/cultura

DESTAQUESDO PORTAL

A TARDE

Zé Ramalhoapresenta show naConcha Acústica

Divulgação

atarde.com.br/concursos

Prefeitura deAlagoinhas inscrevepara concurso

As quadrilhas juninasprecisam do apoiodas empresas,da comunidadee, especialmente,do poder público

Uma das marcas mais fortes dos festejosjuninos, a quadrilha, apesar de ser umatradição muito admirada pela popula-ção, com grupos que se preparam du-rante boa parte do ano para alegrar sa-lões com suas danças estilizadas, músicase expressões próprias, passa por dificul-dades e está sob ameaça de desaparecer,como já ocorreu com várias manifesta-ções culturais. Segundo os organizadoresdas quadrilhas mais expressivas, o pro-blema se dá em duas partes: o pequenointeresse do segmento privado em in-vestir nas expressões do folclore e a faltade compromisso do setor público com asmanifestações populares.

Embora seja hoje uma dança típicadas festas juninas brasileiras, com re-ferências caipiras, a origem das qua-drilhas vem dos salões de Paris. A “qua-drille” surgiu na capital francesa, no

século XVIII, como uma dança de salãocomposta por apenas quatro casais, pa-ra divertimento da elite europeia. Che-gou ao Brasil por volta de 1830, aindarestrita ao ambiente aristocrático, masacabou caindo no gosto do povo, que fezas adaptações à realidade local, incor-porando manifestações brasileiras pre-existentes e introduzindo inovações, co-mo o casamento na roça.

O fato é que, atualmente, a figura daquadrilha junina é vinculada de formaindelével às festas juninas, ganhandomais força no Nordeste justamente porser nesta região o principal foco de co-memorações aos santos de junho. Os con-

cursos, que movimentam comunidadesinteiras, exigem cada vez mais investi-mentos, com ensaios exaustivos, figuri-nos caprichados, passos de dança sofis-ticados. E mesmo aqueles que não com-petem em concursos gostam de fazer bo-nito a cada festa, realizando sonhos deadolescentes e de adultos.

Ao contrário das quadrilhas de ban-didos, que conseguem se autofinanciarpor meio dos crimes que cometem, asquadrilhas juninas precisam do apoiodas empresas, da comunidade e, espe-cialmente, do poder público, que tem odever de zelar pela preservação da cul-tura popular e de suas manifestações.

U m esforço imenso tem sido feito porpaíses integrantes da Organizaçãodas Nações Unidas (ONU) para di-

minuir o sofrimento das populações afri-canas, vítimas de terríveis guerras tribais.Sem dúvida é um ato louvável, que aliviaagruras persistentes, contudo jamais resol-verá, por si só, um problema secular.

A ONU, como organismo internacional,deve ser a protagonista da transformaçãoeconômica e social das localidades africa-nas, onde já tem um trabalho assistencia-lista. E isso se dá com o incentivo à difusãode valores incontrastáveis, como a vida, asaúde, a educação, a segurança e a moradia,como numa constituição; defendendo apartir da tradição cultural dos povos en-volvidos o trabalho, principalmente o tra-balho remunerado. Tudo isso depois que foridentificada a vocação natural desses povos,

para que a concisa constituição seja efetiva,respeitada e seguida numa autotutela. E nãouma perpetuação social assistencial; por-que necessária a princípio, mas nefasta emlongo prazo.

Assim, o processo de manutenção dopovo africano (e isso serve para qualqueragrupamento no globo terrestre) precisaser somente uma etapa a ser superada.Indispensável a transformação através dotrabalho. Sabe-se que a falta de organi-zação estatal, de medidas de estímuloprodutivo e de infraestrutura social eeducacional desencaminham. Proporcio-nar uma alternativa ao homem africano,encaminhando-o a uma atividade produ-tiva e assalariada, deve ser um ponto cen-tral neste processo de mutação. O tra-balho remunerado converte, mas comfundamento nesses valores centrais a queme referi anteriormente, como uma basesólida a amparar a transformação socioe-conômica dessas populações; descobrin-do-se a vocação da comunidade e incen-tivando-a ao desenvolvimento.

Nesse sentido, com os devidos descon-

tos da grave situação africana, há umaexperiência de sucesso em Praia do Forte,quando os moradores de uma pequenavila na Bahia foram motivados a cuidardas tartarugas-marinhas. Isso com a di-reção indispensável de uma instituiçãoapartidária, tal como a ONU: o ProjetoTamar. O resultado foi a transformaçãodesta pequena vila desconhecida numdestino internacional. Uma mudança apartir de uma singela, mas persistentepremissa, a preservação da fauna oceâ-nica, com o engajamento de todos eles.

Urge a superação do assistencialismo pelotrabalho, com a integração de todos, tendopor suporte aqueles mandamentos e outrosmais, igualmente importantes à sociedadeafricana. A ONU pode reverter esse processode degradação pelo incentivo ao labor par-ticipativo através de uma ação cada vez me-nos assistencialista e mais e mais produtiva.Afinal, para que se saiba que a África nãotem somente elefantes, mas também as tar-tarugas-marinhas preservadas do outro ladodo imenso Atlântico, que para lá, todo ano,migram...