dislexia e educaÇÃo infantil: refletindo sobre o olhar … · dislexia e sua repercussão no...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA
CENTRO DE EDUCAO
CURSO DE PEDAGOGIA
DEPARTAMENTO DE HABILITAO PEDAGGICA
DANIELLE ANDRADE DE ALBUQUERQUE
JANACIARA KELY FONTES DE LIMA
LUCIENE MARIA GONALVES
DISLEXIA E EDUCAO INFANTIL:
Refletindo Sobre o Olhar dos Professores
JOO PESSOA,
2017
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA
CENTRO DE EDUCAO
CURSO DE PEDAGOGIA
DEPARTAMENTO DE HABILITAO PEDAGGICA
DANIELLE ANDRADE DE ALBUQUERQUE
JANACIARA KELY FONTES DE LIMA
LUCIENE MARIA GONALVES
DISLEXIA E EDUCAO INFANTIL:
Refletindo Sobre o Olhar dos Professores
Trabalho de Concluso do Curso
apresentado Coordenao do curso
de Pedagogia da Universidade
Federal da Paraba, tendo como
exigncia parcial para obteno do
Ttulo de licenciatura em Pedagogia.
JOO PESSOA,
2017
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AGRADECIMENTOS
Quero agradecer em primeiro lugar, Deus e a nossa Senhora pela fora coragem
durante esta longa caminhada.
Agradeo tambm meu esposo Airthon Erson, que de forma especial carinhosa m
deu fora coragem, m apoiando nos momentos de dificuldades.
Quero agradecer tambm ao meu filho, Heitor por ter se comportado no ventre da
mame.
no deixando de agradecer de forma grandiosa a meus pais, Geraldo Cavalcante (in
memoriam), que infelizmente no pode estar presente neste momento to feliz da minha
vida, mas no poderia deixar de agradecer a ele, pois se hoje estou aqui, devo muitas
coisas a ele, por seus ensinamentos e valores e a Maria Nelma por ser o meu maior
exemplo na minha formao em Pedagogia amo vocs e obrigada por tudo!!
Agradeo a Edna Alves pela oportunidade e confiana de trabalhar na sua escola.
Agradeo tambm as minhas companheiras de estudo, Janaciara Kely e Luciene
Gonalves por todos os conhecimentos partilhados.
professora Sandra Alves Santiago pela pacincia na orientao incentivo que
tornaram possvel concluso desta monografia.
Danielle Andrade de Albuquerque
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente agradeo a Deus pelo dom da vida.
Quero agradecer a minha me, Rosileide Fontes, pelo apoio e amor a mim dedicado.
A minha irm, Fernanda Gomes, pelo apoio e incentivo em todos os momentos do
curso.
Agradeo ao meu sobrinho, Lucas Kau Gomes da Silva, por ser minha maior
inspirao para a realizao desta pesquisa.
Agradeo ou meu noivo, Erysson Cmara por todo apoio e pacincia a mim dedicada.
A nossa orientadora, a professora Sandra Alves Santiago, pela dedicao, pacincia e
toda ajuda para a construo deste trabalho.
As colegas, Danielle Andrade e Luciene Gonalves pela parceria, dedicao e
pacincia durante toda a construo deste TCC.
Enfim, agradeo a todos que de alguma forma direta ou indiretamente contriburam
para a realizao deste.
Janaciara Kely F. de Lima
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AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus, por me conceder a vida e iluminar meus caminhos
sem nunca me deixar cair, me dando sabedoria e me ajudando a superar os obstculos
da vida, fortalecendo minha f e proporcionando-me a oportunidade de vencer mais
uma batalha.
A minha me, Maria das Neves Gonalves, que com muita luta e sacrifcio, me ensinou
o caminho por onde andar, com muito carinho dedicou seu tempo para acreditar na
minha capacidade deixando muitas coisas importantes de lado, em prol da minha
felicidade, sem medir esforos para que eu pudesse alcanar meus objetivos.
Meu esposo, Jos Valrio Barbosa da Silva, que esteve sempre ao meu lado e me
incentivou para a realizao dos meus ideais encorajando-me de enfrentar todos os
momentos difceis da minha vida, oferecendo apoio, conforto segurana e bem estar.
Meu filho, Davi Gonalves da Silva, que amo demais, e me transmite muita alegria,
com esperana de dias melhores.
Meu pai, Manoel Loureno Gonalves, que por algum motivo sempre esteve ausente
em importantes momentos da minha vida, mais nunca deixou de se orgulhar e acreditar
em mim.
Todas minhas irms e familiares, que se orgulharam e torceram por mim, acreditando
sempre na minha capacidade.
A todos os amigos e colegas de sala, pelo apoio e incentivo, Em especial Danielle
Andrade e Janaciara Kely pela dedicao durante a construo do nosso trabalho,
sempre apoiando e me dando foras para que nunca pensasse em desistir. Obrigada
por valorizar cada segundo em que estivemos juntas.
A minha orientadora, Sandra Alves Santiago por sua pacincia na orientao,
incentivo e dedicao, agindo sempre de forma positiva, contribuindo para a
construo deste Trabalho de concluso de Curso, assim como aos componentes da
minha banca examinadora.
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Agradeo a todos os doutores, mestres e professores que foram to importantes na
minha vida acadmica e que contriburam no meu processo de aprendizagem, no s
para que eu chegasse at aqui, mais para que eu possa fazer a diferena.
Enfim a todos que acreditaram no meu potencial, sempre torcendo pelo meu sucesso,
desejando-me sempre o melhor colaborando direta ou indiretamente para que este
trabalho acontecesse.
Luciene Maria Gonalves
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Dedicamos este trabalho a
todas as crianas com
dislexia.
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Ensinar no transferir o conhecimento,
mas criar as possibilidades para a sua
prpria produo ou construo.
Paulo Freire
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RESUMO
O presente estudo tem como objetivo geral analisar a viso dos professores da educao
infantil sobre a dislexia, e por objetivos especficos os seguintes: compreender a dislexia
e suas caractersticas gerais; analisar o nvel de conhecimento dos professores sobre a
dislexia e sua repercusso no desenvolvimento infantil e analisar as repercusses do
conhecimento docente sobre a dislexia na sua prtica pedaggica. Trata-se de um estudo
de natureza qualitativa, sendo composto de reviso bibliogrfica sobre o tema e de uma
pesquisa de campo. A pesquisa de campo foi realizada em um Centro de Referncia em
Educao Infantil (CREI), na cidade de Joo Pessoa e os sujeitos foram cinco
professores da educao infantil, do respectivo CREI. Foi utilizado um questionrio
estruturado com algumas questes iniciais para obter dados que permitissem construir
um perfil dos entrevistados, alm de seis (6) questes mistas, ou seja, objetivas e
subjetivas, portanto, com possibilidades de mltiplas escolhas, mas seguidas de
complemento explicativo. A anlise de cunho qualitativo foi complementada por
exposio grfica e estatstica dos dados. E os resultados revelaram que a maioria dos
professores constroem uma viso negativa sobre a dislexia por falta de conhecimento e
isso implica em posturas e prticas desfavorveis incluso desse aluno. Portanto,
importante que os professores da educao infantil reflitam sobre a necessidade da
construo de novos conhecimentos, para mediar uma aprendizagem significativa para
os alunos dislxicos, pois a ausncia de conhecimentos sobre o tema pode limitar as
intervenes pedaggicas. Neste sentido, tambm fica claro que o domnio de saberes
sobre a dislexia pode contribuir de forma positiva na atuao docente frente ao processo
de aprendizagem do aluno dislxico.
Palavras-Chave: Dislexia, CREI, professores.
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ABSTRACT
This present study has as general objective to analyze the vision of the teachers of the
early childhood education on dyslexia, and by specific objectives the following: to
understand the dyslexia and its general characteristics; to analyze the level of teachers'
knowledge about dyslexia and its repercussion on childrens development and to
analyze the effects of teachers knowledge on dyslexia in its pedagogical practice. It is a
qualitative study, being composed of bibliographical review on the subject and a field
research. Field research was carried out at a Reference Center on Early Childhood
Education (CREI), in the city of Joo Pessoa, and the subjects were five nursery
teachers, from the respective CREI. A structured questionnaire was used with some
initial questions to obtain data that allowed to construct a profile of the interviewees,
besides six (6) mixed questions, that is, objective and subjective, therefore, with
possibilities of multiple choices, but followed by explanatory complement. The
qualitative analysis was complemented by graphical and statistical exposition of the
data. And the results revealed that most teachers construct a negative view about
dyslexia due to lack of knowledge and this implies in postures and practices unfavorable
to the inclusion of this student. Therefore, it is important that teachers of early
childhood education reflect on the need to build new knowledge to mediate meaningful
learning for dyslexic students, since lack of knowledge about the subject may limit
pedagogical interventions. In this sense, it is also clear that the mastery of knowledge
about dyslexia can positively contribute to the teaching performance of the dyslexic
student learning process.
Key words: Dyslexia, CREI, teachers.
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Sumrio
1. INTRODUO .......................................................................................................... 14
2 . COMPREENSO GERAL SOBRE A DISLEXIA .................................................. 16
2.1. Os Principais Sintomas do Dislxico................................................................... 17
2.2. As Causas Possveis da Dislexia ......................................................................... 19
2.3. O Papel da Escola e da Famlia ........................................................................... 20
3. EDUCAO INFANTIL, INCLUSO E DISLEXIA ............................................. 24
3.1. Significados e Histrico da Educao Infantil .................................................... 24
3.1.1. Um pouco de histria .................................................................................... 24
3.1.2. A Educao Infantil no Brasil ...................................................................... 25
3.2. Legislao da Educao Infantil .......................................................................... 25
3.3. Incluso do Aluno Dislxico na Educao Infantil ............................................. 28
4. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ............................................................... 31
4.1. Tipo de Pesquisa .................................................................................................. 31
4. 2. Local da Pesquisa ............................................................................................... 32
4.3. Sujeitos da Pesquisa ............................................................................................ 33
4.4. Instrumentos da Pesquisa .................................................................................... 33
4.5. Apresentao, Discusso e Anlise dos Dados ................................................... 33
5. CONSIDERAES FINAIS ..................................................................................... 42
REFERNCIAS ............................................................................................................. 44
APNDICE .................................................................................................................... 47
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14
1. INTRODUO
O presente trabalho teve por objetivo geral analisar qual a viso dos professores
da educao infantil sobre a dislexia. Para alcana-lo teve por objetivos especficos os
seguintes: compreender a dislexia e suas caractersticas gerais, analisar o nvel de
conhecimento dos professores sobre a dislexia e sua repercusso no desenvolvimento
infantil e analisar as repercusses do conhecimento docente sobre a dislexia na sua
pratica pedaggica.
A motivao para realizao desse estudo se deve a motivos pedaggicos e
familiares. Sobre as motivaes pedaggicas, destacamos a necessidade de aprofundar
nossos conhecimentos, estudando melhor sobre a referida temtica. Nesse sentido,
esperamos com olhar profissional procurarmos respostas e solues para uma prtica
pedaggica de qualidade, que consiga compreender o aluno dislxico e ajuda-lo a se
desenvolver da melhor forma possvel.
Nessa direo, realizamos um estudo bibliogrfico, cujas referencias principais
foram: Lanhez e Nico (2002), Pennington (1997), Oliveira (2013), Kuhlmann Jr (1991),
Barros (2008), Gonalves e Navarro (2012) entre outros.
Tambm realizamos uma pesquisa de campo em um Centro de Referencia em
Educao Infantil (CREI) na cidade de Joo Pessoa, utilizando como instrumento um
questionrio formulado estruturalmente por seis (06) questes mistas, ou seja, so
objetivas, mas, seguidas de complemento de respostas livres para identificar os
conhecimentos das professoras sobre a dislexia.
Nos captulos seguintes apresentamos a compreenso geral sobre a dislexia
sendo dividido em trs subtpicos, onde se apresenta os principais sintomas, as
possveis causas e o papel da escola e da famlia na vida do dislxico. No terceiro
capitulo abordamos a educao infantil, incluso e dislexia, dividindo a discusso em
quatro subtpicos que fundamentam os significados e histrico da educao infantil, a
legislao da educao infantil, a incluso do aluno dislxico na educao infantil e a
motivao do professor para incluir.
No captulo seguinte apresentamos os procedimentos metodolgicos, definindo o
tipo de pesquisa, o local da pesquisa, o sujeito da pesquisa, instrumentos da pesquisa,
apresentao discusso e anlise dos dados, a partir de onde construmos a ltima parte
do TCC (trabalho de concluso de curso), onde conclumos que os professores possuem
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15
uma viso negativa ou equivocada sobre a dislexia, pois lhes faltam conhecimentos a
respeito. Diante disto, no sabem como intervir de maneira positiva no desenvolvimento
desses alunos.
Esperamos que as reflexes aqui levantadas possibilitem aos professores a
construo de novos conhecimentos para mediar uma aprendizagem significativa dos
alunos dislxicos e apontem para as polticas pblicas a necessidade de melhorar a
formao continuada dos professores, acrescentando saberes que contribuam para a
qualidade do ensino.
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2 . COMPREENSO GERAL SOBRE A DISLEXIA
Para entender o que dislexia importante conhecer a etimologia da palavra. A
palavra dislexia constituda pelos radicais dis, que significa dificuldade ou
distrbio, e lexia, que significa leitura no latim e linguagem no grego, ou seja, o termo
dislexia refere-se a dificuldade na linguagem. No entanto, a ideia de que se refere a um
distrbio na leitura parece ser mais consensual. Lerner (2003) (apud CRUZ, 2004).
Os primeiros profissionais que se interessaram pelo problema do distrbio da
dislexia foram os oftalmologistas, os quais concluram que no so os olhos que lem,
mas o crebro. Mas, a expresso dislexia foi criada em 1887 por Rudolf Berlin, um
oftalmologista de Stuttgart. Ele usou o termo para se referir a um jovem que apresentava
grande dificuldade no aprendizado da leitura e escrita ao mesmo tempo em que
apresentava habilidades intelectuais normais em todos os outros aspectos. No entanto, a
dislexia foi identificada pela primeira vez por Berklan, em 1881 (PEREIRA, 2015).
Mais tarde, em 1925, ainda entre os primeiros pesquisadores a estudar a dislexia
est Samuel T. Orton, um neurologista que trabalhou inicialmente com vtimas de
traumatismo. Orton conheceu o caso de um menino que no conseguia ler e que
apresentava sintomas parecidos aos das vtimas de traumatismo. Pesquisou essa
dificuldade e concluiu que havia uma sndrome que no estava relacionada aos
traumatismos neurolgicos, mas que provocava tambm problemas na aprendizagem da
leitura. Orton afirma que na infncia que essa dificuldade desponta e ela est
relacionada a um distrbio no reconhecimento e orientao das letras e de sua sequncia
ou significao nas palavras. Entretanto, defende que a percepo visual e a orientao
espacial dos sujeitos dislxicos permanecem intactas (BARBOSA, 2014).
Lanhez e Nico (2002) definem a dislexia como uma dificuldade que ocorre no
processo de leitura, escrita, soletrao e ortografia. No uma doena, mas um distrbio
com uma srie de caractersticas. Segundo os autores, a dislexia torna-se evidente na
poca da alfabetizao, embora alguns sintomas j estejam presentes em fases
anteriores. Apesar de instruo convencional, adequada inteligncia e oportunidade
sociocultural e ausncia de distrbios cognitivos fundamentais, a criana dislxica falha
no processo de aquisio da linguagem. A dislexia independe de causas intelectuais,
emocionais e culturais. hereditria e a maior incidncia em meninos na proporo de
trs para um.
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A dislexia um entre vrios distrbios de aprendizagem, caracterizado por uma
dificuldade na decodificao de palavras e insuficincia no processamento fonolgico.
Manifesta-se pela dificuldade em diferentes formas de linguagem, alm da leitura, a
escrita e a soletrao (NICO; SOUZA, 1995).
Portanto, a dislexia a no decodificao dos sons em palavras ou das palavras
em sons, ou seja, o dislxico no consegue perceber os vrios sons existentes em uma
palavra. As pessoas que tm esse distrbio apresentam problemas com palavras
impressas e escritas. De acordo com Oliveira (2013) a dislexia no doena, um
distrbio que afeta uma grande parte da populao. So pessoas inteligentes, mas que
precisam de um tempo maior em relao aos no dislxicos. So pessoas criativas, com
uma percepo emocional avantajada, muitas vezes confundidos como hiperativos e
desatentos, por no terem motivao em concentrar-se em algo que no conseguem
reconhecer seu significado.
A partir das definies de variados autores que se dedicaram a este transtorno
podemos dizer que h um consenso na rea de que o dislxico tem dificuldade em
entender com clareza o que l ou escreve, no sendo, no entanto, consequncia de um
problema cognitivo. Contrariamente ao que se pensa, dislexia no o resultado de uma
m alfabetizao, desateno ou desmotivao. uma dificuldade de aprendizagem
relacionada com o funcionamento do crebro. A dislexia uma dificuldade especfica
que dificulta a aprendizagem da leitura, da escrita e da fala, apesar da inteligncia
normal ou mesmo acima da mdia.
2.1. Os Principais Sintomas do Dislxico
De acordo com Pennington (1997), as caractersticas mais comuns de serem
observadas ente os dislxicos, tanto na leitura como na escrita so:
Confuso de letras, slabas ou palavras com pequenas diferenas de
grafia: o/a, c/o, e/f;
Confuso de letras que possuem sons parecidos: b/d, p/q, d/t, m/b;
Inverso parcial ou total de slabas ou palavras: me em vez de em, sol
em vez de los, som em vez de mos;
Substituio de palavras por outras estruturas, mais ou menos
semelhantes: salvou no lugar de saltou, sentiu no lugar de mentiu;
Contaminao de sons: lalito em vez de palito;
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Adio ou omisso de sons, silabas ou palavras: casa em vez de casaco;
Repetio de silabas, palavras ou frases: mamacaco, paipai;
Salto de linha, volta a linha anterior e perda da linha durante a leitura;
Acompanhamento com o dedo da linha que est sendo lida;
Leitura do texto, palavra por palavra;
Problema de compreenso do texto;
Escrita em espelho (em sentido inverso ao normal);
Letra ilegvel;
Leitura analtica e decifratria.
Alm dessas caractersticas, o autor destaca, ainda, que tambm comum nos
dislxicos acontecer de quando l silenciosamente a criana no consegue deixar de
murmurar ou mover os lbios, pois precisa pronunciar as palavras para entender o seu
significado, alm de evidente dificuldade em exprimir suas ideias e pensamentos em
palavras e dificuldade na memria auditiva imediata.
No h um consenso com respeito a todos os sintomas. Mas, alguns sintomas so
de comum acordo entre diferentes autores.
Lanhez e Nico (2002) acrescentam os seguintes sintomas dislexia: lentido na
aprendizagem dos mecanismos da leitura e escrita; problema para reconhecer fonemas
repetidos em uma frase; desateno e disperso; desempenho escolar abaixo da mdia,
em matrias especficas, que dependem da linguagem escrita; melhores resultados, nas
avaliaes orais, do que nas escritas; dificuldade de coordenao motora fina;
dificuldade de copiar as lies do quadro, ou de um livro; problema de lateralidade
(confuso entre esquerda e direita, ginstica); dificuldade de expresso: vocabulrio
pobre, frases curtas, estrutura simples; esquecimento de palavras; problema de conduta:
retrao, timidez e depresso; desinteresse ou negao da necessidade de ler; leitura
demorada, silabadas e com erros; esquecimento de tudo o que l; salta linhas durante a
leitura, acompanha a linha de leitura com o dedo; demora demasiado tempo na
realizao dos trabalhos de casa; no gosta de ir escola; pode evidenciar capacidade
acima da mdia em reas como: desenho, pintura, msica, teatro, esporte, entre outros.
E, trocas ortogrficas ocorrem, mas dependem do tipo de dislexia.
No ambiente escolar, Arajo destaca que os dislxicos so inseguros e tem baixa
auto-estima. Segundo ele,
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O dislxico geralmente demonstra insegurana e baixa
auto-estima, sentindo-se triste e culpado. Muitos se
recusam a realizar atividades com medo de mostrar os
erros e repetir o fracasso. Com isto criam um vnculo
negativo com a aprendizagem, podendo apresentar
atitude agressiva com professores e colegas (ARAJO,
2007, p. 1).
Contudo, estas caractersticas no so suficientes para se ter um diagnstico de
dislexia, pois, existem outros distrbios de aprendizagem que tambm possuem
elementos parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como um ponto de partida para
se procurar a ajuda de profissionais especializados e buscar formas de superao.
2.2. As Causas Possveis da Dislexia
Na rea da gentica, h quem defenda tratar-se de um problema hereditrio,
fundamentando a assero em estudos que revelam que os dislxicos apresentam, pelo
menos, um familiar prximo com dificuldades na aprendizagem da leitura e escrita.
Ainda nesta perspectiva, outros investigadores apontam as mutaes de alguns
cromossomas como causa do problema, nomeadamente nos cromossomas 6 e 15 e, mais
recentemente, no cromossoma 2 (CRUZ, 2009).
Na rea da neurobiologia tambm tm surgido algumas concluses. Como se
sabe, as diferentes partes do crebro desempenham funes especficas. A rea esquerda
do crebro, por exemplo, responsvel pela linguagem. Nesta zona, foram identificadas
trs subreas distintas: uma delas processa fonemas vocalizao e articulao das
palavras (regio inferior frontal), outra analisa palavras correspondncia grafema-
fonema (regio parietal-temporal) e a ltima reconhece palavras e possibilita a leitura
rpida e automtica (regio occipital-temporal) (COELHO, 2014). Assim, de acordo
com Coelho (2014), os dislxicos parecem ter dificuldade em aceder s reas
localizadas na parte posterior do crebro, isto , s regies responsveis pela anlise de
palavras e pela automatizao da leitura, recorrendo mais rea de Broca (rea frontal
inferior esquerda) e a outras zonas do lado direito do crebro que fornecem pistas
visuais.
Na psicolingustica constata-te a evidncia de que os indivduos que apresentam
um atraso na aquisio da linguagem experimentam dificuldades na leitura com uma
frequncia seis vezes superior queles com desenvolvimento normal. (COELHO, 2014).
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Contudo, percebe-se que no h acordo quanto identificao de uma causa exclusiva
para a dislexia. Podemos dizer ento que se trata de um transtorno de causas mltiplas.
2.3. O Papel da Escola e da Famlia
A escola o ambiente que tradicionalmente garante o processo de escolarizao
das crianas e jovens. Mas, para que isso acontea preciso um olhar atento e humano
do docente sobre a vida de cada criana. a partir deste profissional que os pais
podero descobrir se seu filho precisar ou no de uma interveno pedaggica mais
precisa. Mas, para isto, necessrio que a escola seja sensvel e esteja informada dos
tipos de distrbios de aprendizagem que existem e o que fazer para ajudar (OLIVEIRA,
2013).
A dislexia por exemplo, se no for diagnosticada o quanto antes, poder
acarretar uma srie de desconforto para a vida no s escolar, mas tambm particular
destas crianas, afetando diretamente o emocional, deixando-as crentes que so pessoas
incapazes ou diferentes de todos, se sentindo pessoas burras (OLIVEIRA, 2013).
Na escola, sempre houve dislxicos, e muitas vezes, os alunos com esse
distrbio no foram e no so identificados, nem tratados da maneira correta. Em vez de
uma abordagem pedaggica favorvel, o que o aluno acaba recebendo , em alguns
casos, contedos e metodologias que no condizem com as necessidades das crianas e,
assim, suas dificuldades de aprendizagem tendem a se intensificar e perpetuar.
De modo geral, o que ocorre uma excessiva cobrana sobre essas crianas por
parte dos docentes e, infelizmente, em determinadas situaes, so humilhadas por
conta de mau desempenho apresentado em forma de notas baixas (BARBOSA, 2014).
Entretanto, papel da escola respeitar e entender as necessidades dos alunos. Nesta
direo, a lei 9.394/96 assegura que os estabelecimentos devem zelar pela
aprendizagem dos alunos (BRASIL, 1996, Art. 13, III).
Garcia (2012) traz importante contribuio para o trabalho pedaggico ao
afirmar que, no ambiente escolar, o importante trabalhar com interveno nas
habilidades de leitura associada a atividades relacionadas ao processamento fonolgico
da linguagem. Tais atividades devem ser estimuladas na linguagem escrita de forma
ldica, atravs de jogos e brincadeiras para que a criana sinta prazer em escrever.
Todas essas atividades de estimulao da linguagem escrita podem ser realizadas de
forma ldica, atravs de jogos e brincadeiras. Isso auxilia o despertamento do prazer
pela leitura e escrita na criana.
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Do ponto de vista do desenvolvimento e da construo de significados, s pode
ser significativo para o indivduo quilo que possa ser associado s suas experincias
vivenciadas anteriormente. O dislxico precisa ouvir e olhar atentamente, observar os
movimentos da mo quando escrever e prestar ateno aos movimentos da boca quando
se fala, de maneira que a criana dislxica associar a forma escrita de uma letra tanto
com seu som como com os movimentos, porque falar, ouvir, ler e escrever so
atividades da linguagem. Isso deve estar muito claro para o professor que trabalha com
aluno dislxico em sala de aula (BARBOSA, 2014).
O papel do professor de extrema importncia para o sucesso do aluno dislxico
Segundo Rodrigues e Silveira (2008, p. 5):
O papel do educador despertar no aluno o interesse pelo saber se isso no
acontecer este aluno no desenvolve sua criatividade e capacidade para
construir sua prpria histria de vida, por isso importante que o professor
conhea o universo cultural de cada aluno.
Contudo a falta de capacitao dos profissionais da educao ainda um grande
problema, contribuindo para o baixo rendimento do aluno. Sobre isso, Rodrigues e
Silveira (2008) reafirmam e alertam para:
Devido falta de formao do professor na graduao, ele ainda no est
preparado para detectar estes problemas. [...], por isso os professores devem
especializar-se para que este aluno no sofra tanta discriminao na vida
escolar, uma vez que este ainda no recebe um acompanhamento adequado
para superar esta dificuldade (RODRIGUES; SILVEIRA, 2008, p.3).
Ainda sobre a prtica pedaggica, para Freire (1996, p.91) o professor deve dar
liberdade para seu aluno se expressar, pois, dialogando que o aluno poder conhecer-
se, estar mais prximo do outro e transpor suas dificuldades. Entretanto, o que se v na
prtica, muitas vezes, o professor tratando a criana de maneira a dificultar sua
aprendizagem, considerando que o mesmo tem o dever de aprender da mesma forma
como os outros aprendem.
Para tanto, se faz necessrio a utilizao de algumas estratgias para ajudar o
aluno dislxico como apontam Petronilo, Oliveira e Oliveira (2010): a avaliao atravs
de questes orais, por apresentar dificuldades de soletrao e escrita, pois para o aluno
com dislexia nesse tipo de avaliao, ele se sai melhor. Outra estratgia conversar com
o aluno individualmente. Neste ponto, importante que o professor deixe claro para o
aluno seu desejo de manter contato individual com ele, facilitando assim, o seu
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aprendizado e abrindo caminho para que o aluno se sinta a vontade para tirar suas
dvidas. Os mesmos autores destacam que tambm importante, usar sempre que
possvel, diversos materiais de apoio e estratgias pedaggicas para apresentar um
conhecimento novo.
Como as crianas dislxicas sentem dificuldade para ler e interpretar textos, os
contedos sero mais bem aprendidos se apresentados de forma a estimular os sentidos
de tato, paladar, viso e sensao. Portanto, alm dos livros, o professor deve trabalhar
tambm com apresentao de slides, filmes educativos e outros recursos multimdia.
Cabe destacar que no se deve esperar que uma criana com dificuldades de
leitura obtenha toda informao por meio de textos, pois no acontecer desse modo.
Tambm fica a dica de evitar falar e escrever ao mesmo tempo durante as aulas, e
durante as avaliaes importante permitir o uso de material de apoio (tabuadas,
calculadoras e dicionrios). Dessa forma, o professor e a escola estaro contribuindo
para amenizar as dificuldades do dislxico.
O professor tambm deve lembrar-se de manter parceria com os familiares do
aluno dislxico. A famlia pode e deve estimular seus filhos em casa, atravs de leituras,
iniciando com narrao de histrias infantis, estimulando com brincadeiras do tipo jogos
de rimas, que ajudam na conscincia fonolgica, jogos com letras e desenhos. Isso faz
com que a criana passe a se familiarizar com a escrita e leitura (JARDINI, 2003, p.
169).
A criana dislxica precisa muito da colaborao de seus pais para que possa
adquirir a confiana em si mesma. muito importante que a famlia saiba escolher a
escola que acolher seu filho, procurando saber se h mtodos eficientes que abranjam
as necessidades que ele possui, qual o conhecimento que se tem sobre este distrbio
lingustico e se est preparada para alfabetiz-lo de maneira que se sinta aluno como
todos os outros (MARTINS, 2003).
A participao ativa dos pais na educao dos filhos, principalmente daqueles
que so dislxicos pode fazer toda a diferena. Conversar com os professores que
trabalharo com a criana o primeiro passo a se dar, deixando-o ciente do que est
acontecendo e estar disposio para ajud-lo (OLIVEIRA, 2013).
O amor pelo filho deve falar mais alto, quando se depara com a realidade de ter
uma criana dislxica com dificuldade em aprender, deixando de lado os valores sociais
e entrando em cena o valor humano entre pais e filhos. A melhor maneira para que se
faa dessa realidade uma forma simples e alegre de viver procurar ajuda com uma
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equipe multidisciplinar, onde se descobrir a maneira certa e menos dolorosa para
trabalhar e buscar recompensar esta dificuldade (OLIVEIRA, 2013).
Segundo Oliveira (2013) importante compreender que o progresso acontecer
aos poucos, logo, o aluno e o filho dislxico precisaro de muito carinho e esforo de
todos os diretamente envolvidos, pois ter limitaes no significa no poder vencer, mas
ter vontade de levantar cada vez que cair e seguir em frente. Independente de raa,
religio, classe social ou limitaes, todos tm direito ao respeito, dignidade e cidadania
e atravs de carinho e compreenso podero ser vencedores em tudo que buscar.
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3. EDUCAO INFANTIL, INCLUSO E DISLEXIA
3.1. Significados e Histrico da Educao Infantil
A Educao Infantil pode ser entendida em amplo sentido, pois ela pode
englobar todas as modalidades educativas vividas pelas crianas pequenas na famlia e
na comunidade, antes mesmo de atingirem a idade da escolaridade obrigatria. Diz
respeito tanto educao familiar e a convivncia comunitria, como a educao
recebida em instituies especficas (PROINFANTIL, 2006).
Diante disto pode-se falar de Educao Infantil em um sentido bastante amplo.
Mas h outro significado, mais preciso e limitado, consagrado na Constituio Federal
de 1988, que se refere modalidade especfica das instituies educacionais para a
criana de 0 a 5 anos de idade (KUHLMANN JR, 2003). No entanto, nem sempre a
Educao Infantil teve esse entendimento.
importante destacarmos que a Educao Infantil, hoje, assume uma funo
pedaggica, portanto, um trabalho que valoriza a realidade e os conhecimentos da
criana como ponto de partida, mas, que amplia esses conhecimentos por meio de
atividades com significados concretos, estimulando a aquisio de novos
conhecimentos, para etapas futuras da escolarizao. No passado, no entanto, no era
bem assim.
3.1.1. Um pouco de histria
O enorme impacto causado pela revoluo industrial fez com que toda a classe
operria se submetesse ao regime da fbrica e das mquinas. Desse modo, essa
revoluo possibilitou a entrada em massa da mulher no mercado de trabalho, alterando
a forma da famlia cuidar e educar seus filhos (PASCHOAL; MACHADO, 2009).
Diante disto, surgiram outras formas de arranjos mais formais de servios de
atendimento das crianas. Eram organizados por mulheres da comunidade que, na
realidade, no tinham uma proposta instrucional formal, mas adotavam atividades de
canto e de memorizao de rezas. As atividades relacionadas ao desenvolvimento de
bons hbitos de comportamento e de internalizao de regras morais eram reforadas
nos trabalhos dessas voluntrias. Assim, criou-se uma nova oferta de emprego para as
mulheres, mas aumentaram os riscos de maus tratos s crianas, reunidas em maior
nmero, aos cuidados de uma nica pessoa, em geral, pobre e despreparada (RIZZO,
2003).
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Mais tarde surgiram as primeiras instituies na Europa e Estados Unidos que
tinham como objetivos cuidar e proteger as crianas enquanto s mes saam para o
trabalho. Desta maneira, a origem e expanso da escola como instituio de cuidados
criana pequena esto associadas transformao da famlia.
Sua origem, na sociedade ocidental, baseia-se no trinmio: mulher-trabalho-
criana. As creches, escolas maternais e jardins de infncia tiveram, somente no seu
incio, o objetivo assistencialista, cujo enfoque era a guarda, higiene, alimentao e os
cuidados fsicos das crianas (DIDONET, 2001).
3.1.2. A Educao Infantil no Brasil
No Brasil o autor Kuhlmann Jr (1991) relata que a primeira creche do pas
surgiu ao lado da Fbrica de Tecidos Corcovado, em 1899, no Rio de Janeiro. Naquele
mesmo ano, o Instituto de Proteo e Assistncia Infncia da mesma cidade, tinha
como objetivos no s atender s mes grvidas pobres, mas dar assistncia aos recm-
nascidos, fazer a distribuio de leite, oferecer consulta aos lactantes, alm da vacinao
e higiene dos bebs. Esta entidade, por sua vez, foi considerada umas das mais
importantes, por ter expandido seus servios por todo o territrio brasileiro.Vista por
este ngulo, as instituies de educao infantil no Brasil tambm surgiram com carter
puramente assistencial.
Outra instituio importante criada nesse ano foi o Instituto de Proteo e
Assistncia Infncia, precedendo a criao do Departamento da Criana, que tinha
como objetivo no s fiscalizar as instituies de atendimento criana, mas combater o
trabalho das mes voluntrias que cuidavam, de maneira precria, dos filhos das
trabalhadoras (KUHLMANN JR, 1998).
Mas apenas a partir do final do sculo XX, aps muitas lutas e reivindicaes,
que a educao das crianas de zero a seis anos, reconhecida por lei. Com a
promulgao da Constituio Federal de 1988, as crianas passam a ser consideradas
cidads de direito. A partir da a educao infantil tornou-se direito da criana e dever
no s da famlia, mas tambm do Estado (SANTANA, 2011).
3.2. Legislao da Educao Infantil
A Educao infantil no Brasil reconhecida como direito da criana em
inmeros documentos: na Constituio Federal de 1988, na Lei de Diretrizes e Bases da
Educao Nacional, LDB n 9394 de 1996 e no Estatuto da Criana e do Adolescente,
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de 1990, dentre outros, e deve atender crianas de 0 a 5 anos se dividindo em duas
etapas: a creche (0 a 3 anos) e a pr-escola (4 a 5 anos) (BECKER, 2008). definida,
portanto, como a primeira etapa da Educao Bsica (BARROS, 2008).
Vrias pesquisas realizadas nos anos 80 j mostravam que os seis primeiros
anos de vida so fundamentais para o desenvolvimento humano, para a formao da
inteligncia e da personalidade. Entretanto, at 1988, a criana brasileira com menos de
7 anos de idade no tinha direito Educao. A Constituio atual reconheceu, pela
primeira vez, a Educao Infantil como um direito da criana, opo da famlia e dever
do Estado. A partir da a Educao Infantil no Brasil deixou de estar vinculada somente
poltica de assistncia social, passando, ento, a integrar a poltica nacional de
educao.
A Constituio Federal criou a obrigatoriedade de atendimento em creche e pr-
escola s crianas de zero a seis anos de idade, delegando aos Municpios a atuao
prioritariamente nesse nvel de ensino e tambm no ensino fundamental, conforme
consta no Art. 211 (BARROS, 2008).
Alm de legislao nacional especfica para esse nvel, as pesquisas
internacionais e tambm nacionais apontam para os benefcios do investimento pblico
na primeira infncia. Com o advento da Lei n 8.069 /90, Estatuto da Criana e do
Adolescente (ECA), os municpios passaram a ter responsabilidade na garantia dos
direitos da infncia e adolescncia, especialmente fiscalizados atravs da criao do
Conselho Municipal, do Fundo Municipal e do Conselho Tutelar.
Em seu artigo 227, a Constituio Federal consagra uma recomendao em
defesa da criana ao dispor que dever da famlia, da sociedade e do estado assegurar
criana, com absoluta prioridade, dentre outros, o direito educao (BARROS, 2008).
Com relao ao dever do Estado frente educao, os incisos I e IV da
Constituio Federal tem a seguinte formulao: o dever do Estado com a educao
ser efetivado mediante a garantia de: Ensino fundamental, obrigatrio e gratuito,
assegurada, inclusive, sua oferta para todos que a ele no tiveram acesso na idade
prpria e atendimento em creche e pr-escola s crianas de zero a seis anos de idade
(BRASIL, 1988, itens I e IV). Mas estes direitos so melhores descritos nas Emendas
Constitucionais n 53 (2006) e 59 (2009).
Na Emenda Constitucional n 59, se define: educao bsica obrigatria e
gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta
gratuita para todos a que a ela no tiveram acesso na idade prpria [...] (BRASIL, 2009,
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item I). E na Emenda 53 se assegura educao infantil, em creches e pr-escola, s
crianas at 5 (cinco) anos de idade [...] (BRASIL, 2006, item IV).
Pelas mudanas promovidas no inciso I do art. 208, a obrigatoriedade do Estado
na oferta de educao gratuita passou a abranger desde a educao infantil at o ensino
mdio, uma vez que o novo texto constitucional define como responsabilidade do
Estado a garantia no apenas do ensino fundamental, como o estabelecido
anteriormente, mas, agora, de toda a educao bsica dos 4 aos 17 anos, inclusive para
os que no tiveram acesso na idade prpria (BRASIL, 2009).
Com isso, os governos passam a ter que conceber e organizar as aes relativas
ao material didtico-escolar, transporte, alimentao e assistncia sade (BRASIL,
2006), para atender educao infantil, ao ensino fundamental e ao ensino mdio. Esta
uma alterao importante, na medida em que programas e aes nessas reas tm um
papel no desenvolvimento do ensino e, em algumas regies do pas, contribuem no
acesso e permanncia do aluno na escola, como o caso dos programas de transporte e
alimentao escolar. Vale ressaltar que, especificamente em relao ao material
didtico-escolar para a educao infantil, a nova exigncia do texto constitucional
implicar grandes esforos por parte do Estado, pois o Brasil no possui nenhuma
poltica nessa rea (SILVA, 2011).
Quanto aos profissionais da educao infantil urgente e fundamental que se
assegure a todos o reconhecimento, pois a natureza do seu trabalho, o espao
institucional onde atuam e a formao requerida so os mesmos dos demais
profissionais. Isso se confirma, ainda mais, quando voltamos o olhar para as alteraes
ocorridas na LDB a partir de 2009, quando o art. 61 passou a ter a seguinte formulao:
Consideram-se profissionais da educao escolar bsica
os que, nela estando em efetivo exerccio e tendo sido formados
em cursos reconhecidos, so: I professores habilitados em
nvel mdio ou superior para a docncia na educao infantil e
nos ensinos fundamental e mdio; II trabalhadores em
educao portadores de diploma de pedagogia, com habilitao
em administrao, planejamento, superviso, inspeo e
orientao educacional, bem como com ttulos de mestrado ou
doutorado nas mesmas reas; III trabalhadores em educao,
portadores de diploma de curso tcnico ou superior em rea
pedaggica ou afim. (BRASIL, 1996).
No entanto, a qualidade da formao oferecida outra questo que merece
anlise. Estudos tm mostrado que a formao do professor da educao bsica, nela
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includa a educao infantil, deixa muito a desejar. No caso da educao infantil, que
abrange o atendimento s crianas de zero a cinco anos em creches e pr-escolas,
exigindo que o profissional cumpra as funes de cuidar e educar, o desafio da
qualidade se apresenta com uma dimenso maior, pois sabido que os mecanismos
atuais de formao no contemplam esta dupla funo. preciso, portanto, conforme
explicitado na poltica, que formas regulares de formao e especializao, bem como
mecanismos de atualizao dos profissionais sejam assegurados e que esta formao
seja orientada pelos pressupostos e diretrizes expressos na Poltica de Educao Infantil
(BARRETO, 1994).
3.3. Incluso do Aluno Dislxico na Educao Infantil
Segundo dados da Associao Brasileira de Dislexia, de 15% a 30% das crianas
que esto na idade escolar possui problemas de aprendizagem e 10% delas possuem
dislexia. Portanto, uma parcela considerada da populao escolar e, por isso, merece
mais ateno de nossas polticas.
A incluso do aluno com dislexia na escola algo garantido por lei na medida
em que a educao direito de todos e a escola brasileira hoje deve seguir o paradigma
inclusivo. Desse modo a LDB, prev que os estabelecimentos de ensino tm que prover
meios para atender a todos os alunos, inclusive os com NEE (Necessidades Educativas
Especiais). Nossa legislao no considera que as crianas com dislexia necessitem do
AEE (Atendimento Educacional Especializado), pois no possuem deficincias, mas,
como possuem NEE devem receber, em sala de aula, ateno as suas necessidades.
Nessa direo, segundo Souza (2010, p. 4), a incluso do aluno com dislexia na
escola est garantida e orientada por textos legais e normativos. O autor destaca a LDB
9394 (1996), especialmente nos artigos 12, 23 e 24, que destacam o seguinte:
Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do
seu sistema de ensino, tero a incumbncia de (...) elaborar e executar
sua Proposta Pedaggica e prover meios para a recuperao dos
alunos de menor rendimento (ART. 12)
A educao bsica poder organizar-se em sries anuais, perodos
semestrais, ciclos, alternncia regular de perodos de estudos, grupos
no seriados, com base na idade, na competncia e em outros critrios,
ou por forma diversa de organizao, sempre que o interesse do
processo de aprendizagem assim o recomendar (ART. 23)
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A avaliao continua e cumulativa, com a prevalncia dos aspectos
qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do
perodo (ART. 24) (apud SOUZA, 2011, p. 4).
Aps detectar a dislexia, cabe escola buscar incluir o aluno na sala de aula.
Consequentemente, tem que trabalhar para que esse aluno consiga amenizar os
distrbios de aprendizagem. Assim, a dislexia no amenizada sem um tratamento
apropriado. No se trata de um problema que superado com o tempo, ela no pode
passar despercebida (GONALVES e NAVARRO, 2012, p. 83).
Desse modo, os outros reconhecem que o trabalho com o aluno dislxico deve
ser feito por professor capacitado e ter conhecimento a respeito do problema e
destacam que:
Muitos professores, preocupados com o ensino das primeiras
letras, e no sabendo como resolver as dificuldades
apresentadas por seus alunos, vrias vezes os encaminham para
as diversas clnicas especializadas que os rotulam como
doentes, incapazes ou preguiosos. Na realidade, muitas
dessas dificuldades poderiam ser resolvidas dentro da prpria
escola (GONALVES; NAVARRO, 2012, p. 83).
Para o educador indispensvel que exista uma gama de informaes sobre tal
transtorno para que o mesmo saiba como deve receber o aluno com esse problema.
Assim, Gonalves e Navarro (2012) complementam que o professor deve sempre
auxiliar o seu aluno trabalhando com a idia de autonomia do mesmo, para que ele se
sinta respeitado e independente.
3.3.1. O professor da Educao Infantil frente dislexia
indispensvel salientar que o professor o principal responsvel para facilitar
as atividades corriqueiras do dislxico. Uma vez que ele que busca criar as alternativas
de trabalho pedaggico. As mesmas devem ser interessantes para que o aluno consiga
aprender o programa a ser desenvolvido.
Alm disso, quando a criana est no processo de alfabetizao, o papel do
professor fica mais eminente, pois so eles que, muitas vezes, desconfiam quando uma
criana possui dislexia. Com destaque est o professor da educao infantil, pois um
perodo quando se iniciam com mais frequncia as experincias de leitura e escrita.
Portanto, nessa fase j possvel identificar os primeiros sinais para encaminhar aos
especialistas e, assim, poder intervir adequadamente no processo de alfabetizao, sem
causar maiores dificuldades.
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indispensvel ressaltar que a dislexia no um desinteresse ou baixa
inteligncia, mas, uma condio hereditria. Desta forma o professor deve
(...) iniciar cada novo contedo com um esquema de aula para
que o aluno se organize mentalmente quanto s matrias, bom
o professor iniciar cada mdulo com um esquema da aula e
finalizar retomando-o e destacando os pontos chaves
(PETRONILO, OLIVEIRA e OLIVEIRA, 2010, p.190).
Alm dessas dicas, especialistas recomendam tambm que o professor procure
utilizar com frequncia projetor de slides e vdeos, pois o uso da imagem ajuda o
dislxico mais do que o texto. Outra ao importante evitar dar instrues orais e
escritas ao mesmo tempo, pois confunde o aluno. Portanto, as instrues devem ser
dadas separadamente. Tambm se recomenda avisar antecipadamente quando houver
trabalho que envolvam leitura, para que o aluno encontre outras formas de realiz-lo,
como por exemplo gravar a leitura do livro (PETRONILO, OLIVEIRA E OLIVEIRA,
2010, p. 191).
Os autores afirmam que importante propor, sempre que houver oportunidade,
trabalhos em grupo e atividades fora da sala de aula, como dramatizaoes, entrevistas e
pesquisas de campo, pois esse tipo de trabalho desperta maior interesse do dislxico e
facilita a compreenso dos contedos (GONALVES; NAVARRO, 2012, p. 83).
Gonalves e Navarro (2012) dizem que se deve fazer revisoes com tempo
suficiente para que o aluno tire suas dvidas do assunto abordado, alm de autorizar o
uso de tabuadas, calculadoras e dicionrios durante as atividades e avaliaoes ou
aumentar o tempo para atividade escrita. Segundo eles, o ideal seria nem ter tempo
determinado para evitar a ansiedade do aluno.
Ainda consideram importante ler enunciados em voz alta e verificar se todos
entenderam o que est sendo pedido, pois o aluno com dislexia tem dificuldade de
compreenso da lngua escrita, compreende melhor quando lhe falado
(GONALVES; NAVARRO, 2012, p. 83).
importante destacar, tambm, que os pais possuem um papel extremamente
importante nesse processo, pois, eles podem auxiliar o filho, dividindo a lio em
partes, com o intuito de torn-la menos cansativa para aumentar a produo e
aprendizado. Alm disso, ter uma pessoa para explicar os enunciados e retirar as
dvidas, dentre outras tcnicas, sempre eficaz com os dislxicos.
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4. PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
Pesquisar - em um sentido ampliado - corresponde a busca de uma informao
que no se sabe ao certo a resposta, mas existe uma necessidade de compreenso. Desse
modo, atravs da consulta de livros, revistas, verificao em documentos, conversas
com pessoas e entrevistas para a obteno de respostas so formalizadas as pesquisas
(GIL, 2002). Essa modalidade sinnimo de busca, de investigao e indagao.
Nesse trabalho, nosso objetivo foi analisar a viso dos professores da educao
infantil sobre a dislexia, e por objetivos especficos tivemos os seguintes: compreender
a dislexia e suas caractersticas gerais; analisar o nvel de conhecimento dos professores
sobre a dislexia e sua repercusso no desenvolvimento infantil e analisar as repercusses
do conhecimento docente sobre a dislexia na sua prtica pedaggica.
Segundo Marconi e Lakatos, o conceito de pesquisa pode ser definido enquanto
uma investigao cientfica que tem por objetivo comprovar uma hiptese levantada,
por meio de uso dos processos cientficos (MARCONI; LAKATOS, 2011). Para ns, a
hiptese levantada foi de que os professores tm uma viso negativa sobre a dislexia, e
isso ocorre em razo do pouco conhecimento a respeito do assunto, o que gera
dificuldade na conduo do trabalho pedaggico em sala de aula e, consequentes
obstculos ao desenvolvimento de crianas dislxicas.
4.1. Tipo de Pesquisa
Do ponto de vista dos procedimentos tcnicos, a presente pesquisa foi
bibliogrfica, num primeiro momento, e de campo, num segundo. Na primeira etapa, foi
feito um levantamento dos principais autores que abordam a dislexia como fenmeno no
ambiente escolar e tambm da Educao Infantil como etapa de ensino essencial ao
pleno desenvolvimento e aprendizagem, principalmente da leitura e escrita. Na fase
inicial do desenvolvimento da investigao, esta etapa de importncia primordial para
a interpretao e atribuio de significados para os diversos eventos que sero
encontrados em campo (CARVALHO, 2004). Nesse momento, os materiais usados
foram livros, artigos cientficos, alm de peridicos de fontes confiveis do ambiente
virtual, como Scielo, por exemplo.
Para os objetivos dessa pesquisa, a reviso literria foi vista como o momento
em que os autores situam o seu trabalho, uma vez que o levantamento de estudos,
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previamente realizados, servem como um ponto de partida para a nova pesquisa e serviu
de funil para a nova discusso traada.
Lakatos e Marconi (2011) atestam que a reviso da literatura tambm
conhecida no meio acadmico como reviso bibliogrfica, estado da arte ou ainda
estado do conhecimento. Trata-se de uma pesquisa que visa demonstrar o estgio atual
da contribuio acadmica em torno de um determinado assunto. Atravs deste trabalho
tem-se proporcionado uma viso ampla das pesquisas, bem como quais as contribuies
anteriores, que deram conduo ao ponto necessrio para as prximas investigaes e
desenvolvimento de estudos que venham a se seguir a partir daquele ponto.
Desse modo, aps realizar a reviso bibliogrfica sobre o tema, tambm optamos
pela pesquisa de campo, pois:
(...) uma investigao emprica, realizada no local onde ocorre ou
ocorreu um fenomeno ou que dispoe de elementos para explic-lo.
Pode incluir entrevistas, aplicao de questionrios, testes e
observao participante ou no (MORESI, 2003, p. 44).
De forma geral, entendemos que a pesquisa de campo poderia nos auxiliar no
processo de compreenso e observao dos fenmenos que acontecem na vida real.
Assim, a anlise desses dados ser a partir de uma fundamentao teoria consistente nos
proporcionou uma melhor elucidao do objetivo da pesquisa (GIL, 2002).
4. 2. Local da Pesquisa
A pesquisa foi realizada no Centro de Referncia de Educao Infantil K.Z.M,
localizado na cidade de Joo Pessoa, que atende as crianas da mesma comunidade
como tambm de comunidades vizinhas.
O referido CREI oferece apenas educao infantil, atendendo crianas de 02 a
05 anos e conta em mdia com 130 crianas matriculadas, distribudas em 04 turmas,
que vo do maternal ao Pr II.
O CREI possui cinco (5) professores licenciados em Pedagogia, um (1)
professor de msica, um (1) professor de artes e um (1) professor de Educao Fsica. A
forma de ingresso destes profissionais na instituio se deu por meio de contratos
firmados na Secretaria de Educao do Municpio, portanto, no so concursados.
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4.3. Sujeitos da Pesquisa
Os sujeitos da pesquisa foram os professores da Educao Infantil do referido
CREI, pois, eles esto em contato direito com as crianas. Assim, a amostra foi
composta pelos cinco (5) docentes que atualmente trabalham no CREI, que sero aqui
identificados como P1, P2, P3, P4 e P5.
4.4. Instrumentos da Pesquisa
O instrumento utilizado foi um questionrio contendo algumas questes iniciais
para conhecer os sujeitos e a partir dos dados coletados traar um perfil mnimo dos
mesmos. Alm das questes iniciais, o questionrio apresentou, tambm, seis (6)
questes do tipo mista, ou seja, objetiva e subjetiva. Na parte objetiva o participante
deveria marcar um X nas alternativas disponveis para resposta, e na parte subjetiva
deveria explicar\justificar sua escolha.
Com o intuito de facilitar a coleta de dados, o uso do questionrio estruturado foi
para os pesquisadores a melhor alternativa, pois a ideia de obter dados relevantes e
mensurveis referentes temtica investigada promovida pelo instrumento do
questionrio e foi de muita contribuio para as reflexes aqui pretendidas (GIL, 2002).
4.5. Apresentao, Discusso e Anlise dos Dados
Inicialmente apresentamos os dados coletados na primeira parte do questionrio
e que objetivaram construir um perfil do grupo entrevistado.
Para melhor responder aos objetivos propostos, apresentamos os resultados em
forma de grficos ou quadros e, em seguida, analisamos os significados desses dados a
partir de uma abordagem qualitativa que possa nos fazer compreender a viso dos
professores da educao infantil a respeito da dislexia.
Assim, na apresentao das questes iniciais, apresentamos primeiro a
informao referente faixa etria dos participantes, conforme se v no grfico a seguir.
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Grfico 1 - Faixa etria
Fonte: Dados da pesquisa
O grfico 1 mostra a distribuio dos entrevistados por faixa etria onde se
percebe que 40% esto entre 32 e 40 anos e 60% esto entre 41 e 48 anos de idade, o
que revela que todos os professores do CREI so pessoas maduras, e certamente, com
experincia e tempo de formao na rea, pois se encontram acima dos 30 anos de
idade.
Passamos a seguir, a apresentao de dados referentes formao dos
participantes da pesquisa, cuja informao ainda se volta para o perfil dos entrevistados.
Grfico 2: Formao
Fonte: Dados da pesquisa
Para melhor analisar a respeito da formao dos participantes, tambm
identificamos no perfil dos mesmos, a formao em nvel de ps graduao que os
mesmos possuam. A partir desses dados, elaboramos o quadro abaixo:
20%
80%
Psicopedagoga Pedagoga
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Quadro 1: Formao dos professores do CREI
Entrevistado Graduao Ps-graduao
P1 Licenciatura em Pedagogia -
P2 Licenciatura em Pedagogia -
P3 Licenciatura em Pedagogia -
P4 Licenciatura em Pedagogia Psicopedagogia
P5 Licenciatura em Pedagogia -
Fonte: dados da pesquisa
O grfico 2, mostra que todos os entrevistados so graduados, portanto, esto de
acordo com o que exige a legislao brasileira. Alm disso, demonstramos no quadro 1
que um percentual de 20 % dos professores j possui ps graduao, o que algo a se
destacar, mas, no suficiente, pois um nmero ainda pequeno. Mas, que pode
melhorar com a formao continuada.
indispensvel destacar que a formao inicial acontece a partir da graduao,
que a base para o exerccio da docncia. Assim, indispensvel que os professores
busquem sempre uma formao continuada para melhorar o seu exerccio profissional.
No entanto Nvoa ressalta que:
A formao no se constri por acumulao de cursos, conhecimentos ou
tcnicas, mas sim atravs de um trabalho de reflexividade critica sobre as
praticas e de (re)construo permanente de uma identidade pessoal. Por isso
to importante investir na pessoa e dar um estatuto de saber a experincia.
(NVOA, 1992. p. 25)
Deste modo, a formao continuada extremamente importante e no depende
da instituio onde o professor est vinculado. indispensvel que ele busque melhorar
sua qualificao profissional, atualizando-se e aprofundando conhecimentos na rea
onde atua.
O prximo item da pesquisa foi relativo ao tempo de experincia docente.
Vejamos, os resultados no grfico abaixo.
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Grfico 3: Tempo de experincia docente
40%
60%
9 A 14 ANOS 20 A 23 ANOS
Fonte: Dados da pesquisa
O grfico 3 mostra que todos os professores so bem experientes, estando entre
9 e 23 anos de trabalho na docncia. Um percentual de 60% dos professores tem menor
tempo de experincia, ou seja, entre 9 e 14 anos, enquanto 40% refere aos professores
que tem maior tempo de experincia, ou seja, mais de 20 anos de docncia. Isto
significa que, possivelmente, haveria mais condies de percepo das dificuldades de
aprendizagem dos alunos e melhor interveno.
Trazendo essa reflexo para o aluno dislxico, indispensvel que exista uma
gama de informaes sobre tal transtorno para que o professor possa se valer desse
conhecimento e da experincia e, assim, saiba como deve ajudar o aluno com dislexia
na sala de aula. Assim, Gonalves e Navarro (2012) complementam que o professor
deve sempre auxiliar o seu aluno trabalhando com a ideia de autonomia do mesmo, para
que ele se sinta respeitado e independente. Mas, para isso indispensvel que o
professor tenha conhecimento sobre o assunto.
Em linhas gerais podemos afirmar que o perfil do grupo entrevistado no CREI
de professores graduados, com maturidade e muito tempo de experincia na docncia.
A partir de agora, passamos a apresentar as questes mistas que discutiram
especificamente sobre a dislexia.
No grfico 4, demonstramos os resultados da primeira questo especfica sobre o
tema. Foi questionado aos entrevistados se eles sabiam o que dislexia.
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Grfico 4: o que dislexia
Fonte: Dados da pesquisa
A partir dos dados levantados, percebemos que 80% das professoras que se
disponibilizaram a responder a pesquisa disseram que sabem o que dislexia. Porm,
importante considerar que mesmo respondendo afirmativamente, nas questes
explicativas pudemos perceber incorrees, imprecises e equvocos nas respostas
explicativas dadas pelos sujeitos da pesquisa. Para ilustrar este aspecto, temos a resposta
da P2, que afirmou que a dislexia no conseguir aprender.
Esta resposta dada pela entrevistada diverge do que afirmam Ianhez e Nico
(2002) que definem a dislexia como uma dificuldade que ocorre no processo de leitura,
escrita, soletrao e ortografia, mas que no se estende a outras aprendizagens. Segundo
os autores, a dislexia torna-se evidente na poca da alfabetizao, embora alguns
sintomas j estejam presentes em fases anteriores. Apesar de instruo convencional,
adequada inteligncia e oportunidade sociocultural e ausncia de distrbios cognitivos
fundamentais, a criana dislxica falha no processo de aquisio da linguagem. A
dislexia independe de causas intelectuais, emocionais e culturais.
Assim a dislexia uma dificuldade para aprender e no uma impossibilidade
como afirmou P2. Portanto, com uma metodologia adequada e tendo seu tempo
respeitado, o dislxico capaz de aprender, tanto quanto um no dislxico.
No prximo grfico, ser apresentado o resultado da questo 2, relativa se as
professoras acham que a dislexia pode atrapalhar o aprendizado na escola.
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Grfico 5: dislexia e aprendizagem escola
Fonte: Dados da pesquisa
Os resultados demonstram que 80% das professoras afirmam que a dislexia afeta
diretamente o aprendizado dos alunos na hora da aula, porem 60% delas no explicaram
suas respostas.
interessante destacar o que foi colocado por uma das professoras, quando tenta
explicar sua resposta. P5 afirmou que a dislexia atrapalha a aprendizagem porque as
pessoas com dislexia tm dificuldade para associar as letras com o som que elas
representam e organiz-las mentalmente em sequncia. De fato, esta a afetao da
dislexia, to somente na leitura e na escrita.
No prximo grfico demonstramos os resultados quando se questionou sobre se
a professora identifica um dislxico na sala de aula. Vejamos o que se constata no
grfico a seguir:
Grfico 6: Identificao do aluno dislxico
Fonte: Dados da pesquisa
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A partir dos dados acima 60% dos professores diz que conseguem identificar os
dislxicos na sala de aula. Mas, 20% deles no conseguiu justificar sua resposta. E 40%
dos entrevistados diz que no consegue identificar casos de dislexia. Sobre esta questo
P5 respondeu que consegue identificar o aluno dislxico quando o aluno apresenta
dificuldade para aprender a ler, escrever e soletrar e quando inverter a posio das letras
e dos nmeros.
De fato, P5 demonstra conhecer alguns sintomas destacados por Pennington
(1997). Este autor afirma que as caractersticas mais comuns a serem observadas entre
os dislxicos, tanto na leitura como na escrita so: confuso de letras, slabas ou
palavras com pequenas diferenas de grafia: o/a, c/o, e/f. Logo, se percebe que a
professora tem conhecimento sobre o assunto.
Contudo, importante destacar que, apesar de o professor conseguir identificar
alguns sintomas da dislexia, o diagnstico definitivo deve ser realizado por profissionais
especializados ou por uma equipe multidisciplinar. Mas, este olhar do professor pode
ser determinante para ajudar a diagnosticar a dislexia nas crianas, pois, em geral, os
pais no atentam para certos sintomas que s se tornam mais claros, na escola.
Ainda sobre a mesma questo, P2 afirmou que j teve um dislxico em sala,
mas, ele j chegou a escola com um laudo psicopedaggico, o que de certo modo, j
ajudou a P2 a identificar sintomas de dislexia.
No grfico 7, mostramos os resultados da pergunta 3, ou seja, e o professor sabe
como ajudar um aluno com dislexia na sala de aula. Vejamos o que foi identificado na
pesquisa.
Grfico 7: ajuda a um aluno dislxico
Fonte: Dados da pesquisa
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40
A partir do grfico acima, destacamos que 60% dos professores entrevistados
afirmam saber como ajudar um aluno com dislexia. Porm, apenas 20% desses
professores responderam que iriam procurar formas de ajudar, ou seja, se iam
procurar formas, ainda no sabiam quais nem como. Assim, evidenciamos a falta de
conhecimento sobre a dislexia. Sobre esse ponto, P2, embora tenha afirmado
anteriormente j ter trabalhado com um aluno dislxico, respondeu no saber ajudar o
aluno com dislexia, o que evidencia necessidade de formao continuada em reas
especficas, pois somente a experincia no suficiente para gerar conhecimento.
No prximo grfico, apresentamos os resultados da questo seguinte, quando foi
questionado sobre o que o professor faria se tivesse um aluno dislxico; se seria
necessrio modificar algo em sua abordagem. Vejamos o que foi respondido,
Grfico 8: adaptao e dislexia
Fonte: Dados da pesquisa
Percebe-se no grfico 8 que a maioria, ou seja, 60% dos entrevistados considera
que algo deve ser modificado quando se tem aluno dislxico em sala de aula. evidente
que tal medida indispensvel na prtica docente, para que o professor consiga auxiliar
seus alunos, no entanto, um nmero expressivo (40%) no percebe essa necessidade.
Outro dado ainda mais preocupante se identifica na questo aberta que solicita
justificativa ou explicao do professor, pois a maioria no sabe o que fazer.
Nessa questo, P1 afirmou que iria modificar as estratgias tentando atendar as
necessidades do aluno e P2 falou que iria buscar mtodos mais ldicos para poder
ajuda-lo. Portanto, ambos do respostas vagas e imprecisas e no conseguem explicar
de maneira mais aprofundada o que faria concretamente. Certamente isso ocorre por
desconhecimento do assunto.
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41
Garcia (2012) traz importante contribuio para o trabalho pedaggico ao
afirmar que, no ambiente escolar, o importante trabalhar com interveno nas
habilidades de leitura associada a atividades relacionadas ao processamento fonolgico
da linguagem. Tais atividades devem ser estimuladas na linguagem escrita de forma
ldica, atravs de jogos e brincadeiras para que a criana sinta prazer em escrever. Isso
auxilia o despertamento do prazer pela leitura e escrita na criana.
Desta forma, indispensvel que exista uma interveno precoce para que o
aluno tenha um sucesso no processo de aprendizagem. Pois, a identificao do problema
fundamental para poder achar a melhor forma para se trabalhar com o aluno dislxico.
Mas, isso s ocorrer se o professor estiver preparado para essa funo. Do contrrio, o
aluno dislxico estar na sala de aula, mas, excludo das oportunidades de
aprendizagem.
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42
5. CONSIDERAES FINAIS
O presente trabalho buscou analisar qual a viso dos professores da educao
infantil sobre a dislexia. Para possvel essa anlise foi realizada uma pesquisa
bibliogrfica que nos possibilitou entender a dislexia e suas caractersticas gerais, mas,
tambm se fez uso da pesquisa de campo, que nos permitiu analisar a viso dos
professores da educao infantil sobre a dislexia.
De modo geral, as evidncias encontradas nesta pesquisa levaram a perceber
que, parte dos professores participantes no compreendem a dislexia e suas repercusses
na vida de uma criana e, consequentemente no conseguem propor aes que
melhorem a aprendizagem do aluno em sala de aula.
Ao longo do processo de pesquisa observa-se que a maioria dos professores
participantes desta pesquisa no possui entendimento sobre o que realmente a dislexia
e suas caractersticas, pois, a maioria das respostas obtidas no questionrio utilizado
para levantar os dados da pesquisa, difere muito do que dizem os autores na rea.
Ressalta-se aqui a importncia que tem tal compreenso por parte dos
professores da educao infantil, pois nesta fase que se deve identificar os primeiros
sinais da dislexia, quando a criana est no incio do processo de alfabetizao,
comeando as experincias mais formais com a leitura e escrita. Sem dvida, so os
professores desse nvel de ensino que, muitas vezes, percebem quando uma criana
possui sinais da dislexia, especialmente atravs da observao de seu desenvolvimento
em sala de aula.
Por outro lado, preciso ressaltar que, para que isto seja possvel, necessrio
estar atento a determinados sinais caractersticos da dislexia. Mas, como identificar
sinais de um fenmeno desconhecido?
A referida pesquisa denuncia a necessidade de que as redes de ensino invistam
na formao continuada dos professores, j que os mesmos parecem no adentrar nesse
universo de conhecimentos na graduao. essencial para o desenvolvimento de uma
prtica pedaggica de qualidade que os professores tenham saberes especializados sobre
as dificuldades de aprendizagem, pois, desse modo, os mesmos podero possibilitar uma
aprendizagem significativa ao aluno dislxico, favorecendo o desenvolvimento de suas
potencialidades individuais.
Destaca-se ainda que de extrema importncia um maior investimento em
polticas pblicas que se voltem para a formao dos profissionais de educao numa
-
43
perspectiva da educao especial\inclusiva, onde se destaca os conhecimentos acerca
dos transtornos\dificuldades de aprendizagem, onde se insere a dislexia.
A escola deve conhecer o perfil de alunos que recebe e deve estar preparada para
encontrar respostas adequadas, contribuindo para a dinamizao de aes de formao
que vo de encontro s necessidades sentidas pelos professores, na sua prtica
pedaggica. Nesse contexto, a evidncia de alunos dislxicos tende a ser alta, conforme
pesquisas revelam (10%). Portanto, a escola no pode fechar os olhos para essa
demanda que tem direito educao, conforme afirma nossa legislao vigente.
Assim, esperamos que esta pesquisa contribua para a melhoria de qualidade de
ensino por parte dos professores da educao infantil com o objetivo de favorecer
aprendizagem do aluno dislxico, atendendo suas necessidades de um modo geral. E
que as reflexes aqui levantadas conduzam esses profissionais a conhecer as
dificuldades enfrentadas por uma criana dislxica no contexto escolar, buscando
minimizar o risco do fracasso escolar, advindo das repercusses causadas pela dislexia.
Embora reconheamos os limites que a estrutura escolar impe aos professores
para realizar uma prtica de qualidade, compreendemos que uma criana dislxica tem
direitos e tem a capacidade de evoluir no seu processo de aprendizado, mas, que para
isso, depender muito de um professor comprometido e com conhecimento.
Acreditamos, por fim, que com entendimento sobre a dislexia e com
embasamento necessrio para ajudar o aluno dislxico, incentivando o mesmo a mostrar
suas habilidades e encorajando-o a utiliza-las como ferramentas para a construo das
suas ideias, os obstculos podem ser superados.
Esse um processo que exige dedicao, conhecimento, amor, carinho e
determinao, e nesse sentido que clamamos a todos que trabalham com educao;
que para alm das dificuldades, assumam compromisso com os que mais precisam e que
no podem ser prejudicados ou ter direitos negados.
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44
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47
APNDICE
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48
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARABA
CENTRO DE EDUCAO
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Voc est sendo convidado (a) como voluntrio (a) a responder o questionrio que
compoe o Trabalho de Concluso de Curso intitulado: A Dislexia atravs do olhar dos
professores da Educao Infantil, realizada pelas estudantes Danielle Andrade,
Janaciara Kely e Luciene Maria, do curso de Pedagogia da UFPB, sob a orientao da
Profa. Dra. Sandra Alves da Silva Santiago.
Informamos que a pesquisa em questo objetiva identificar qual a compreenso sobre a
dislexia entre os professores da Educao Infantil, e que os dados aqui coletados tero
funo meramente acadmica e para fins de estudo no referido TCC.
Se estiver de acordo, responda o questionrio a seguir e assine este termo.
QUESTIONRIO
1. Dados de identificao:
Idade: ___________________
Formao: _________________________________________
Tempo de experincia docente: _______________________________________
2. Voc sabe o que DISLEXIA?
( ) SIM ( ) NO
Explique:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
3. Na sua opinio, a DISLEXIA atrapalha a aprendizagem escolar?
( ) SIM ( ) NO
-
49
Explique:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
4. Voc consegue identificar um aluno DISLXICO em sala de aula?
( ) SIM ( ) NO
Explique:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
5. Voc sabe como ajudar um aluno DISLXICO em sala de aula?
( ) SIM ( ) NO
Explique:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
6. Se voc tivesse um aluno com dislexia em sua sala de aula, acha que seria necessrio
modificar alguma coisa na sua prtica para favorecer a aprendizagem deste aluno?
( ) SIM ( ) NO
Explique:_______________________________________________________________
______________________________________________________________________
____________________________________________________
Concordo em responder a pesquisa, estando ciente que a mesma no representa
nenhum risco para mim e que minha identidade ser mantida em sigilo.
Joo Pessoa, _____ de _________________de 2016.
___________________________________________
Assinatura do Participante
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