diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e...
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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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GILVAN LOPES SERAFIM FILHO
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS
POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS
IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE.
Recife, Pernambuco, Brasil.
2012
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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GILVAN LOPES SERAFIM FILHO
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS
POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS
IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE.
Recife, Pernambuco, Brasil.
2012
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Perícia e Auditoria Ambiental da Faculdade
Frassinette do Recife, como parte dos requisitos para a
obtenção do título de Especialista.
Orientadora: Profa. Dr
a. Alba de Oliveira Lemos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS
POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS
IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE.
GILVAN LOPES SERAFIM FILHO
MONOGRAFIA DEFENDIDA E APROVADA EM ____/____/2012
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Dra. Alba de Oliveira Lemos (Orientadora)
Unidade Regional de Controle da Qualidade da Água URCQA/Funasa
_____________________________________
Dra. Sandra Regina
Coordenação da Pós-graduação
Faculdade Frassinette do Recife/FAFIRE
Recife, Pernambuco, Brasil.
2012
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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Não julgue o livro pela capa
Ou simplesmente por ter ouvido a versão de algum leitor
Leia o livro, conheça-o,
Assim, saberás do que se trata
E terás conclusões próprias e consolidadas
Não apenas, as versões de outros...
(Serafim-Filho)
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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Dedico aos meus queridos pais:
Jemima de Oliveira Serafim &
Gilvan Lopes Serafim.
(Amo vocês!)
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AGRADECIMENTOS
- Ao meu Deus Pai (Jeová), seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo, sou grato a
santíssima TRINDADE por nunca ter me desamparado e pelas bênçãos que me faz
alcançar.
- Ao Universo o meu muito obrigado. Acredito no segredo da conexão e na força do
pensamento – o pensar, o imaginar e o agir atrai e torna as coisas possíveis.
- A minha família pelo apoio e entusiasmo no necessário para ir em busca de meus
sonhos - Gilvan (Pai), Jemina (Mãe), Gilvânia e Gerlane (Irmãs), dedico essa pesquisa à
vocês.
- Em especial a minha Mãe (Jemima), sou grato pelas orações incessantes, suas
intercessões alcançam os céus e eu sou prova disso!
- Ao companheiro e amigo Jairo Lins por todo apoio e paciência, sou eternamente grato!
- Aos amigos que fiz. Acredito que as amizades conquistadas durante o curso foram
poucas, mas para as que ocorreram de verdade... Essas deixaram saudades.
- Aos grandes amigos, na ordem alfabética para não gerar ciúmes: Carlos, Dani, Goreti,
Juliana Almeida, Juliana Lyra, Priscila e Reane - adoro vocês e obrigado por passarem a
fazer parte da minha vida.
- A Dra. Alba de Oliveira Lemos, pela disposição ao aceitar orientar essa pesquisa e
pelos conselhos e opiniões. Obrigado por compartilhar de suas ideias e conhecimentos.
- Ao CPRH, Gerência de Recursos Hídricos pelos dados disponíveis, utilizados para
compor o desenho experimental desta pesquisa.
- A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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SUMÁRIO
Epígrafe
Agradecimentos
Sumário
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
1. Introdução Geral ....................................................................................................... 15
2. Objetivos ..................................................................................................................... 18
2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 18
2.2 Objetivos específicos...... ............................................................................................... 18
3. Revisão de literatura. ................................................................................................ 19
3.1 Qualidade das águas ............................................................................................... 19
3.2 Esgotos Sanitários... ....................................................................................................... 22
3.3 Impactos ambientais... ............................................................................................ 25
4. Área de estudo – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. ........................................... 28
5. Material e Métodos .................................................................................................... 32
5.1 Coleta e Análises dos dados ................................................................................... 32
6. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2001). ............................................................. 35
6.1 Estação BE2-11..... ................................................................................................. 36
6.2 Estação BE2-30 ............................................................................................................... 38
6.3 Estação BE3-35 ...................................................................................................... 39
6.4 Estação BE2-45 ...................................................................................................... 40
6.5 Estação BE3-50 ............................................................................................................... 41
6.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 42
7. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2002). ............................................................. 43
7.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 44
7.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 45
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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7.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 46
7.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 47
7.5 Estação BE-50 ................................................................................................................. 48
7.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 49
8. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2003). ............................................................. 50
8.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 51
8.2 Estação BE-30.. ............................................................................................................... 52
8.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 53
8.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 54
8.5 Estação BE-50.. ............................................................................................................... 55
8.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 56
9. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2004). ............................................................. 57
9.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 58
9.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 59
9.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 60
9.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 61
9.5 Estação BE-50... .............................................................................................................. 62
9.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 63
10. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2005). ........................................................... 64
10.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 65
10.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 66
10.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 67
10.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 68
10.5 Estação BE-50............................................................................................................... 69
10.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 70
11. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2006). ........................................................... 71
11.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 72
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
10
11.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 73
11.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 74
11.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 75
11.5 Estação BE-50............................................................................................................... 76
11.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 77
12. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2007). ........................................................... 78
12.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 79
12.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 80
12.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 81
12.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 82
12.5 Estação BE-50............................................................................................................... 83
12.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 84
13. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2008). ........................................................... 85
13.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 86
13.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 87
13.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 88
13.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 89
13.5 Estação BE-50............................................................................................................... 90
13.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 91
14. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2009). ........................................................... 92
14.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 93
14.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 94
14.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 95
14.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 96
14.5 Estação BE-50............................................................................................................... 97
14.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 98
15. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2010). ........................................................... 99
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
11
15.1 Estação BE-01 .................................................................................................... 100
15.2 Estação BE-09 ............................................................................................................. 101
15.3 Estação BE-30 .................................................................................................... 102
15.4 Estação BE-45 .................................................................................................... 103
15.5 Estação BE-50............................................................................................................. 104
15.6 Resultados e Discussão ....................................................................................... 105
16. Índice de qualidade ambiental. ............................................................................ 107
16.1 Checklist 01 (Açude no Clube Sete Casuarinas) ............................................... 109
16.1.1 Resultados e Discussão – Checklist 01 (Estação BE-01) ................................ 110
16.2 Checklist 02 (Captação da COMPESA em Guabiraba) ..................................... 112
16.2.1 Resultados e Discussão – Checklist 02 (Estação BE-09) ................................ 113
16.3 Checklist 03 (Ponte na estrada do Cumbe) ........................................................ 115
16.3.1 Resultados e Discussão – Checklist 03 (Estação BE-30) ................................ 116
16.4 Checklist 04 (Ponte da Av. Presidente Kennedy) .............................................. 118
16.4.1 Resultados e Discussão – Checklist 04 (Estação BE-45) ................................ 119
16.5 Checklist 05 (Ponte de acesso a Peixinhos) ....................................................... 121
16.5.1 Resultados e Discussão – Checklist 05 (Estação BE-50) ................................ 122
17. Referências bibliográficas. .................................................................................... 124
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1. – Estações de amostragens da rede de monitoramento do Rio Beberibe ......... 20
Figura 2. – Bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................................... 23
Figura 3. – Áreas de preservação ambiental dentro da área da bacia hidrográfica do rio
Beberibe ........................................................................................................................... 30
Figura 4. – Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................ 31
Figura 5. – Estação BE-01 (Açude do Clube Sete Casuarinas) ..................................... 111
Figura 6. – Estação BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba) ......................... 114
Figura 7. – Estação BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe) ............................................. 117
Figura 8. – Estação BE-45 (Ponte na Avenida Presidente Kennedy) ............................ 120
Figura 9. – Estação BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos) ............................................ 123
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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LISTA DE QUADROS
Quadro 1. – Estação BE2-11 (CPRH, 2001) ................................................................... 36
Quadro 2. – Estação BE2-30 (CPHR, 2001) .................................................................. 38
Quadro 3. – Estação BE3-35 (CPRH, 2001) ................................................................... 39
Quadro 4. – Estação BE2-45 (CPRH, 2001) ................................................................... 40
Quadro 5. – Estação BE3-50 (CPRH, 2001) ................................................................... 41
Quadro 6. – Estação BE-11 (CPRH, 2002) ..................................................................... 44
Quadro 7. – Estação BE-30 (CPHR, 2002) ..................................................................... 45
Quadro 8. – Estação BE-35 (CPRH, 2002) ..................................................................... 46
Quadro 9. – Estação BE-45 (CPRH, 2002) ..................................................................... 47
Quadro 10. – Estação BE-50 (CPRH, 2002) ................................................................... 48
Quadro 11. – Estação BE-11 (CPRH, 2003) ................................................................... 51
Quadro 12. – Estação BE-30 (CPHR, 2003) ................................................................... 52
Quadro 13. – Estação BE-35 (CPRH, 2003) ................................................................... 53
Quadro 14. – Estação BE-45 (CPRH, 2003) ................................................................... 54
Quadro 15. – Estação BE-50 (CPRH, 2003) ................................................................... 55
Quadro 16. – Estação BE-11 (CPRH, 2004) ................................................................... 58
Quadro 17. – Estação BE-30 (CPHR, 2004) ................................................................... 59
Quadro 18. – Estação BE-35 (CPRH, 2004) ................................................................... 60
Quadro 19. – Estação BE-45 (CPRH, 2004) ................................................................... 61
Quadro 20. – Estação BE-50 (CPRH, 2004) ................................................................... 62
Quadro 21. – Estação BE-01 (CPRH, 2005) ................................................................... 65
Quadro 22. – Estação BE-09 (CPHR, 2005) ................................................................... 66
Quadro 23. – Estação BE-30 (CPRH, 2005) ................................................................... 67
Quadro 24. – Estação BE-45 (CPRH, 2005) ................................................................... 68
Quadro 25. – Estação BE-50 (CPRH, 2005) ................................................................... 69
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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Quadro 26. – Estação BE-01 (CPRH, 2006) ................................................................... 72
Quadro 27. – Estação BE-09 (CPHR, 2006) ................................................................... 73
Quadro 28. – Estação BE-30 (CPRH, 2006) ................................................................... 74
Quadro 29. – Estação BE-45 (CPRH, 2006) ................................................................... 75
Quadro 30. – Estação BE-50 (CPRH, 2006) ................................................................... 76
Quadro 31. – Estação BE-01 (CPRH, 2007) ................................................................... 79
Quadro 32. – Estação BE-09 (CPHR, 2007) ................................................................... 80
Quadro 33. – Estação BE-30 (CPRH, 2007) ................................................................... 81
Quadro 34. – Estação BE-45 (CPRH, 2007) ................................................................... 82
Quadro 35. – Estação BE-50 (CPRH, 2007) ................................................................... 83
Quadro 36. – Estação BE-01 (CPRH, 2008) ................................................................... 86
Quadro 37. – Estação BE-09 (CPHR, 2008) ................................................................... 87
Quadro 38. – Estação BE-30 (CPRH, 2008) ................................................................... 88
Quadro 39. – Estação BE-45 (CPRH, 2008) ................................................................... 89
Quadro 40. – Estação BE-50 (CPRH, 2008) ................................................................... 90
Quadro 41. – Estação BE-01 (CPRH, 2009) ................................................................... 93
Quadro 42. – Estação BE-09 (CPHR, 2009) ................................................................... 94
Quadro 43. – Estação BE-30 (CPRH, 2009) ................................................................... 95
Quadro 44. – Estação BE-45 (CPRH, 2009) ................................................................... 96
Quadro 45. – Estação BE-50 (CPRH, 2009) ................................................................... 97
Quadro 46. – Estação BE-01 (CPRH, 2010) ................................................................. 100
Quadro 47. – Estação BE-09 (CPHR, 2010) ................................................................. 101
Quadro 48. – Estação BE-30 (CPRH, 2010) ................................................................. 102
Quadro 49. – Estação BE-45 (CPRH, 2010) ................................................................. 103
Quadro 50. – Estação BE-50 (CPRH, 2010) ................................................................. 104
Quadro 51. – Intervalo quantitativo e relação com a situação do impacto .................... 107
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
15
1. INTRODUÇÃO GERAL
A qualidade das águas dos rios, lagos e lagoas com fins de abastecimento,
balneabilidade, uso na indústria e comércio tem gerado impactos ambientais e estes
contribuindo cada vez mais com a poluição dos recursos hídricos (Paiva & Paiva, 2001).
Cargas poluidoras proveniente das mais variadas fontes têm atingindo e
modificado o curso de rios importantes em diversos estados do Brasil. Dando ênfase à
ocorrência de problemas ambientais e da falta d’água nas regiões urbanas, estudos
hidrológicos das pequenas e microbacias vêm se tornando algo cada vez mais frequentes
nas regiões metropolitanas (Chaudhry, 2001).
Paiva & Paiva (2001) comenta que apesar das grandes contribuições voltadas a
estudos hidrológicos referentes às pequenas e microbacias ainda há uma lacuna em
estudos dessa natureza. Tal carência é explicada pela ausência de dados das micro e
pequenas bacias, uma vez que historicamente a rede hidrometeorológica brasileira foi
desenvolvida para fornecer dados ao setor responsável pela geração de energia elétrica e
explica que para bacias com menos de 500 km² o número de postos de monitoramento
era reduzido (Goldenfum, 2001).
Goldenfum (2001) ainda ressalta a importância do monitoramento das pequenas
bacias e que este contribui para a complementação da rede hidrometeorológica, além da
natural cooperação para com os estudos dos processos físicos, químicos e biológicos
atuantes no ciclo hidrológico.
As qualidades das águas estão associadas a condições ambientais e de
desenvolvimento tanto urbano quanto industrial da sociedade que cresce de forma
exponencial e de maneira desordenada. Este crescimento desordenado das cidades
contribui com a elevação dos impactos ambientais nos recursos hídricos, sendo a
degradação das águas maximizada pela ausência de uma infraestrutura competente de
saneamento básico. Jacobi (1998) enfatiza que a ocupação das áreas de várzea e de
mananciais, a retirada de matas ciliares em córregos urbanos são fatores que ponderam a
favor da degradação ambiental.
Os riscos por lançamentos de esgotos abrangem não só a contaminação dos
recursos hídricos por cargas contaminantes provenientes de casas, comércio e indústrias,
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
16
há outros fatores associados, tais como: contaminação de produtos, enchentes devido ao
processo de assoreamento e doenças causadas pelo contato com a água contaminada. A
má qualidade da água e impropriedade para consumo são fatores interligados e ambos
dependem diretamente do grau de preservação e de impactos nos ecossistemas hídricos.
Dos componentes físicos, químicos e biológicos associados à qualidade da água,
destacam-se respectivamente: temperatura, sabor, odor, cor, turbidez, sólidos suspensos,
sólidos dissolvidos e condutividade elétrica; pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro,
manganês, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, fluoretos, oxigênio dissolvido, matéria
orgânica, demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio,
componentes inorgânicos e componentes orgânicos; fotobactéria, coliformes,
termotolerantes, algas e clorofila a, além da presença e/ou ausência de organismos
bioindicadores, como por exemplo: Daphnia e microalgas. A resolução CONAMA
357/05 aborda os valores máximos admissíveis dos parâmetros relativos às formas
químicas relacionadas.
Esses parâmetros são tidos como indicadores da qualidade da água e são
denominados de impurezas quando a unidade alcança valores superiores ao admitido
para determinado uso. Destes componentes, os de natureza química e biológica são os
que melhor expressam a qualidade da água, contendo diversos componentes que provém
do próprio ambiente de forma natural ou que foram introduzidos por atividades
humanas.
De acordo com Pedroso et al., (1988) as características das águas que compõem
rios e riachos dependem, entre outros fatores, da formação do solo e composição da
mata ciliar, ainda do tipo e grau das ações antrópicas.
Quanto às ações antrópicas, os impactos ambientais causados por essas
atividades acarretam danos à saúde, meio ambiente e saneamento básico. No âmbito
geral, saneamento básico são serviços prestados que vão desde os sistemas de
abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos sanitários, além dos
resíduos sólidos.
Os esgotos sanitários sem tratamento são as principais fontes de contaminação
dos corpos d’águas e solos, que por sua vez acarretam doenças causadas pela ingestão
de água sem tratamento, ainda, pela ingestão de alimentos contaminados, além de
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
17
infecções causadas pelo contato da pele com a água contaminada por organismos
patogênicos.
Estudos e diagnósticos têm sido conduzido em importantes recursos hídricos e
nos seus afluentes em todos os estados brasileiros (Moraes et al., 2003; Stacciarini,
2002). De fato, transformações ocorridas nos ambientes aquáticos devido ao
crescimento das cidades, instalações de indústrias e comércios têm contribuído com a
qualidade inadequada para o consumo humano e outras atividades (Medeiros et al.,
2009). Os riscos por lançamento de esgotos sanitários em recursos hídricos
desencadeiam alterações nas propriedades físico-químicas e biológicas da água,
acelerando a perda da qualidade (Von Sperling, 2005).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
18
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Descrição da qualidade das águas e análise dos impactos causados pelos
lançamentos de esgotos sanitários, utilizando descritores bióticos a abióticos e sua
interação.
2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Avaliar a qualidade da água através das interpretações das variáveis bióticas e
abióticas.
Determinar o índice de qualidade ambiental (IQA), através de pontos (estações) ao
longo do rio Beberibe.
Quantificar através do checklist os elementos que estão configurando impactos
ambientais.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
19
3. REVISÃO DE LITERATURA
3.1 QUALIDADE DAS ÁGUAS
Os estudos sobre a qualidade das águas em Pernambuco, principalmente das
águas da bacia hidrográfica do rio Beberibe tem sido uma das principais preocupações
do órgão que gerência este recurso hídrico no estado, a Agência Estadual do Meio
Ambiente (CPRH), que através da Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais e da
Supervisão de Gestão de Recursos Hídricos, realizam o monitoramento da bacia
hidrográfica do rio Beberibe e através deste desenvolvem ações de monitoramento em
pontos estratégicos, que compõe a rede de monitoramento.
Dois fatores quando associados a impactos ambientais em ecossistema aquáticos
determinam a qualidade da água, eles estão associados à potabilidade e ainda funcionam
como ferramenta bioindicadoras de possíveis contaminações, direcionando para a causa
do impacto e/ou contaminação do recurso hídrico. Os fatores abióticos, também tidos
como parâmetros físico-químicos estão associados às variações antrópicas e ambientais,
dados de temperatura, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, fósforo, nitrito, nitrato e
demanda química de oxigênio são ferramentas essenciais para diagnosticar a qualidade
da água (Magini & Chagas, 2003; Lima & Medeiros, 2008). Para os fatores bióticos,
organismos que compõem a fauna planctônica, tanto os zooplâncton como os
fitoplâncton expressam através de sua composição (biomassa), uma densidade que
quando mensurada, servem como ferramenta e auxiliam no diagnóstico do recurso
hídrico estudado (Round, 1973; Boney, 1989; Santos-Fernandes, 1998).
Os fatores acima descritos são muito bem abordados e discutidos na resolução
CONAMA 430/2011 que dispõe sobre as condições e padrões de lançamentos de
efluentes, esta complementa e altera a resolução CONAMA 357 de 2005 estabelecido
pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Por sua vez, a resolução 357 trata das
definições e classificação dos corpos de água (doce, salina e salobra), ainda, das
condições e padrões da qualidade das águas, atribuindo valores máximos permitidos
e/ou mínimo, para os parâmetros físico-químicos, orgânicos e inorgânicos para as águas
doces, salinas e salobras e nestas para onde ocorrem atividades de pescas ou cultivo de
organismos para fins de consumo intensivo. Trata também das condições e padrões de
lançamento de efluentes, em sua totalidade revogada pela resolução 430/11, seguido das
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
20
diretrizes ambientais para o enquadramento e disposições finais e transitórias, sendo
complementada pela resolução 430/11 nos artigos 39, 43, 44 e 46, no que compete.
Estudos e diagnósticos têm sido conduzido na bacia hidrográfica do rio Beberibe
pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). De acordo com Chaudhry (2001) as
principais razões dos estudos sobre a hidrologia de bacias estão associadas a impactos
ambientais e ao excesso ou falta d’água nas regiões metropolitanas. As alterações do
uso do solo exercem forte influencia na mudança do regime hídrico e podem contribuir
com a perda da qualidade da água.
Com ações voltadas ao monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, o
CPRH realiza o monitoramento no que chamamos de alto, médio e baixo rio Beberibe
(Figura 1), demonstrando detalhadamente os setores onde são realizadas as coletas ao
longo do percurso do rio, desde a nascente até sua foz.
Fígura 1. Estações de amostragens da rede de monitoramento do rio Beberibe (CPRH,
2010).
Para cada estação são coletados dados dos parâmetros físico-químicos, além de
dados abióticos e bióticos, configurando o exigido pela resolução 357/05 e 430/11. O
monitoramento das águas em áreas urbanizadas reflete ações das gestões e estão
associadas à saúde e ao desenvolvimento, sendo este urbano e econômico.
Embora as águas no território brasileiro sejam consideradas um recurso bastante
abundante, há áreas carentes em que este bem é bastante limitado, tornando as
necessidades humanas insustentáveis. Essa escassez é considerada ainda mais grave em
regiões em que o desenvolvimento ocorre de forma não ordenada, contribuindo com a
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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perda da qualidade das águas disponíveis devido ao lançamento impróprio de esgotos
domésticos, dejetos industriais e poluentes, como agrotóxicos e outros (Moita & Cudo,
1991). Os principais parâmetros descritores da qualidade das águas da Bacia
Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB evoluíram conforme as exigências e necessidades
proferidas pelas resoluções; em uma década (2001 – 2010), o monitoramento das águas
da BHRB promovido pelo CPRH sofreram modificações e incorporaram nas suas
atividades, novas atribuições, estas criadas mediante as modificações e revogações das
resoluções estabelecidas pelo CONAMA (Brasil, 2005).
Numa descrição evolutiva, partindo de 2001, os parâmetros aferidos e
fenômenos observados ao longo da BHRB eram: temperatura, pH, oxigênio dissolvido,
demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, amônia, fósforo,
coliformes fecais, sólidos totais e saturação do oxigênio dissolvido. Em 2002, os
parâmetros tomados foram: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas,
vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduos sólidos, temperatura, pH,
oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto,
fósforo, coliformes fecais, salinidade e classe; esses parâmetros se mantiveram para os
anos de 2003. Em 2004 o plano de monitoramento apresentou modificações, são
incorporados ao procedimento novos fatores, a partir deste os parâmetros monitorados
passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio,
condutividade elétrica, cloreto, turbidez, cor, fósforo, coliformes fecais, salinidade e
índices e indicadores de qualidade previstos na CONAMA 20/86, como: saturação de
oxigênio dissolvido, classe de qualidade e pluviometria.
Com base na resolução CONAMA 357/05 o monitoramento das águas da Bacia
Hidrográfica do Rio Beberibe (BHRB), passa a enquadrar o estabelecido e modifica
suas ações a fim de contemplar o exigido. A partir da resolução citada os parâmetros
monitorados passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica
de oxigênio, turbidez, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, sólidos totais, fotobactéria,
Daphnia, clorofila a, coliformes termotolerantes e salinidade, ainda com base na
resolução 357/05, contempla a classe, além dos índices e indicadores de qualidade
(índice de qualidade da água e índice de estado trófico), contemplando também
ecotoxicidade e pluviometria. Em 2006 o monitoramento se mantém praticamente igual
ao de 2005, com exceção do parâmetro “risco de salinidade para o solo irrigado”, na
estação BE-01 na nascente do rio Beberibe em Camaragibe e estação BE-09 na captação
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), em Guabiraba, Recife.
Para os demais anos, 2007 - 2010 o monitoramento segue o procedimento estabelecido
em 2005 (CPRH, Agência Estadual do Meio Ambiente, Unidade de Gestão de Recursos
Hídricos, 2001/02/03/04/05/06/07/08/09/10).
3.2 ESGOTOS SANITÁRIOS
Qualidade ambiental é a capacidade em que um ecossistema apresenta em
manter e sustentar os seres vivos participantes do meio. Quando se trata dos recursos
hídricos, essa qualidade ambiental apresenta problemáticas tidas como comprometidas
quando associada a esgotos sanitários (Carvalho et al., 2007).
Os impactos ambientais causados por essas atividades acarretam danos à saúde e
meio ambiente. No âmbito geral, saneamento básico são serviços prestados que vão
desde os sistemas de abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos
sanitários, além dos resíduos sólidos. Os esgotos sanitários sem tratamento são as
principais fontes de contaminações dos corpos de águas e solo, que por sua vez
acarretam doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento, ainda, pela ingestão
de alimentos contaminados, além de infecções causadas pelo contato com a água
contaminada por organismos patogênicos.
Recursos não aplicados ao tratamento contribuem com o aumento de problemas
de saúde nas populações e degradações ao meio ambiente. No Brasil, aproximadamente
metade do país não possui coleta de esgoto, enquanto que todos os munícipios dos
Estados Brasileiros possuem o abastecimento de água (IBGE, 2008).
Nas bacias hidrográficas a poluição é normalmente causada por esgotos de
proveniência humana, empreendimentos industriais e agropecuários. De acordo com
Carvalho et al., (2007) as cargas poluidoras podem ser pontuais e não-pontuais
(difusas), define que as pontuais são as de fácil determinação e localização, cita como
exemplo as descargas industriais, esgotos domésticos e efluentes de aterros sanitários.
Já as cargas difusas, estão associadas a distintos agentes poluidores que convergem aos
corpos hídricos, geralmente distribuídos na superfície do solo, podem ocorrer por ações
de chuvas. Ainda de acordo com Carvalho et al., (2007) as fontes de poluição difusa
estão associados diretamente ao uso do solo, cita como exemplo: desenvolvimento
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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urbano, agricultura, construções tanto urbanas quanto rurais, ainda, de ações
extrativistas como madeiras e minerações.
A Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe está compreendida entre os limites de
cornubação das cidades de Camaragibe, Olinda e Recife. A BHRB está inserida em uma
área predominantemente urbana (Figura 2).
Figura 2. Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa
PROMÉTROPOLE na Bacia do Beberibe, Governo do Estado de Pernambuco,
setembro de 2008.
Contribuições de Zoratto (2006) faz referência a importância do tratamento de
esgoto doméstico no saneamento básico, considera saneamento básico os sistemas de
abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotamento sanitário e de resíduos
sólidos.
As contaminações das águas com potencial para o abastecimento público estão
associadas a riscos que acometem a saúde da população humana, uma vez que
enfermidades podem ser transmitidas, acometendo as populações, em especial as não
assistidas por serviços de saneamento (Libânio et al., 2005).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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Ainda de acordo com Zoratto (2006) o sistema de esgoto sanitário possui
unidades componentes e os separa e define como:
Rede coletora – tubulações que recebem os esgotos das residências e indústrias,
ainda, comércios e estabelecimentos. Essas tubulações são dispostas em vias
urbanas, possuindo um poço de visita para monitoramento e limpeza.
Interceptores – tubulações implantadas ao longo do curso d’água que recebe os
esgotos coletados pela rede coletora e os direciona para as estações de tratamento.
Assim definidos por impedir que os efluentes das redes coletoras alcancem os
recursos hídricos.
Emissário – tubulações que recebem os esgotos dos interceptores, conduzindo-os ao
sistema de tratamento e/ou estação de tratamento.
Elevatórios de esgoto – estações destinadas a bombear os esgotos de uma cota
inferior para pontos mais elevados; são instalados em pontos estratégicos com cota
mais baixa, conduzindo os esgotos para o sistema de tratamento.
Estação de tratamento de esgotos – plataforma destinada a depuração dos esgotos
provenientes da cidade.
Emissário final – canalização que conduz os efluentes do sistema de tratamento de
esgotos já despoluídos ao corpo receptor, que pode ser um rio ou um lago.
Com o crescimento das regiões metropolitanas, houve considerado aumento do
consumo de água proveniente dos recursos hídricos e perda da qualidade deste por não
existir um sistema de saneamento adequado e com capacidade para receptar toda a
massa produzida por diferentes tipos de esgotos (IBGE, 2008). A crescente carga
poluidora por esgotos sanitários acarreta na perda da qualidade das águas e este
processo pode ser observado na bacia hidrográfica do Rio Beberibe, em sua composição
que abrange a região metropolitana da cidade do Recife, a bacia do Rio Beberibe recebe
continuas cargas poluidoras provenientes de esgotos sanitários (doméstico, comercial,
industrial e hospitalar). Muitas dessas cargas são lançadas ao longo do Rio Beberibe
sem nenhum tipo de tratamento e contribui fortemente com a perda da qualidade de suas
águas.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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3.3 IMPACTOS AMBIENTAIS
Nas últimas décadas o crescimento das cidades tem sido o responsável pela
progressão das atividades humanas sobre os recursos naturais. Segundo Diodato (2004),
os problemas ambientais são de certa forma tão antigos quanto o homem; a dimensão e
escala aplicadas as questões ambientais é que são novos; destaca o elevado crescimento
demográfico, o desenvolvimento e a difusão da tecnologia industrial, os avanços em
medicina, saúde, comunicações entre outros como o eixo da dimensão e escala na
problemática.
Goulart (2003) observa que os recursos naturais sofrem uma forte pressão do
sistema produtivo para a obtenção de matéria prima. Em Tommasi (1994), degradação
ambiental no nível de mundo tem início quando as populações humanas intensificam
suas atividades extrativistas, sejam: caça, pecuária, agricultura entre outros; toma como
marco a revolução industrial, destacando que a quantidade e variedade dos resíduos
lançados nos recursos naturais passam a partir de então ser cada vez maiores.
Na década de 60, grandes projetos vinham sendo desenvolvidos na América do
Norte, os estabelecimentos daqueles grandes projetos passaram a protestar através de
movimentos ambientalistas contra derramamentos de petróleo, construção de grandes
represas, rodovias, complexos industriais, usinas nucleares, projetos agrícolas e
atividades de mineração. Com a iniciativa, surgiu o pensamento em que para a
aprovação de projetos, não bastava apenas considerar os aspectos tecnológicos e
exclusão das questões culturais e sociais, houve organização da sociedade civil com
participação de diferentes segmentos e em 1969 surgiu nos Estados Unidos da América
a legislação ambiental, que resultou na implantação do sistema de Estudo de Impacto
Ambiental (EIA), através do PL, 91-190: “National Environmental Policy Act
(NEPA)”, que passou a vigorar a partir de 01 de janeiro de 1970; mais tarde adotado por
outros países. O EIA tem sido uma ferramenta muito útil desde sua criação, com o
objetivo de discutir o planejamento, permitindo tornar o projeto ambientalmente viável,
minimizando assim efeitos indesejáveis tanto para a sociedade quanto para o meio
ambiente, evitando a implementação de projetos impróprios ou impactantes, criando
soluções para os conflitos entre manter um ambiente saudável e permitir o
desenvolvimento econômico e/ou progresso, conhecido também como desenvolvimento
sustentável (Diodato, 2004; Goulart et al., 2003).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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No Brasil, o primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA), foi o da Barragem e
Usina Hidrelétrica de Sobradinho, localizada no rio São Francisco, estado da Bahia, em
1972 (Goulart et al., 2003), 14 anos após em 1986, o CONAMA estabelece os critérios
básicos dos estudos de impactos ambientais no país (Diodato, 2004). Entende-se por
impacto ambiental, qualquer alteração considerada significativa no meio ambiente,
podendo ser em um ou mais dos componentes e estes provocados pela ação antrópica;
um impacto ambiental é sempre consequência de uma ação (Peralta, 1997).
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) definiu impacto
ambiental na resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, como qualquer alteração das
propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causado por qualquer
forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou
indiretamente, afetam:
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
II - as atividades sociais e econômicas;
III - a biota;
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;
V - a qualidade dos recursos ambientais.
A seguir, estão reunidas as resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio
Ambiente - CONAMA para a qualidade de água:
Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000.
Correlações: Revoga os artigos 26 a 34 da Resolução CONAMA nº 20/86
(revogada pela Resolução CONAMA nº 357/05). Define os critérios de balneabilidade
em águas brasileiras.
Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005.
Correlações: Alterada pela Resolução nº 410/2009 e pela nº 430/2011. Dispõe
sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu
enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de
efluentes, e dá outras providências.
Resolução CONAMA nº 370, de 6 de abril de 2006.
Correlações: Altera a Resolução CONAMA nº 357/05 (prorroga o prazo previsto
no art. 44). Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de
2005.
Resolução CONAMA nº 393, de 8 de agosto de 2007.
Correlações: Complementa a Resolução CONAMA no 357/05 (art. 43, § 4o).
Dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas
marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências.
Resolução CONAMA nº 396, de 3 de abril de 2008.
Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das
águas subterrâneas e dá outras providências.
Resolução CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008.
Correlações: Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º do art. 34 da Resolução
CONAMA nº 357/05 e acrescenta os § 6º e 7º. Alterada pela Resolução 410/09. Altera o
inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do Conselho
Nacional do Meio Ambiente-CONAMA nº 357, de 2005, que dispõe sobre a
classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento,
bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.
Resolução CONAMA nº 410, de 4 de maio de 2009.
Correlações: Altera o art. 44 da Resolução nº 357/2005 e o art. 3º da Resolução nº
397/2008. Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de
lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de
2005, e no art. 3º da Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008.
Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011.
Correlações: Complementa e altera a Resolução nº 357/2005. Dispõe sobre as
condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº
357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA.
As Resoluções supracitadas norteiam as diretrizes e bases legais para ações voltadas
a qualidade das águas dos recursos hídricos.
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4. ÁREA DE ESTUDO - Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB
O rio Beberibe tem sua nascente na APA Beberibe (Área de Proteção Ambiental
Beberibe), criada em 2009 em decorrência do zoneamento ecológico econômico
costeiro, localizada na cidade de Camaragibe em um planalto com aproximadamente
130 metros, a nascente está localizada especificamente no açude do Clube Sete
Casuarinas no bairro de aldeia, contornado por um fragmento de mata atlântica, sob as
coordenadas 25M 0277621 e UTM 9120922. Inicialmente formado pelo corpo d’água
do rio Araçá, em zona habitacional rarefeita, as águas da nascente se juntam as águas do
rio Pacas ainda em Camaragibe, essa confluência dão forças as águas e só a partir delas
é que surge oficialmente o rio Beberibe (CPRH, 2011; Campos, 2008).
Percorre 31 km da nascente até sua foz no Oceano Atlântico, abrangendo as
cidades de Camaragibe, Recife (parte), Olinda e Paulista (parte); a bacia hidrográfica
mede 79 Km2, conforme dados publicados no monitoramento executado anualmente
pela Agência Estadual de Meio Ambiente/CPRH. A alta declividade, desmatamento e
ocupação urbana das encostas de forma imprópria às margens do rio contribuem de
maneira significativa com o processo erosivo, além de contribuir com a poluição do rio,
considerado um dos mais poluídos de Pernambuco, situação ainda mais agravada pelo
déficit de saneamento básico das cidades Camaragibe, Recife, Olinda e Paulista
(Campos, 2008; Amorim, 2009).
Os principais afluentes do rio Beberibe pela margem direita são: rio Morno, rio
dos Macacos, canal do Vasco da Gama e córrego do Euclides, e pela margem esquerda
temos: riacho do Abacaxi, também conhecido como Lava-Tripas e o canal da Malária.
O rio Beberibe está dividido em alto Beberibe, trecho desde a nascente
(Camaragibe) até a BR-101 (Recife), médio Beberibe da BR-101 (Recife) até o
encontro com o rio Morno (também em Recife) e baixo Beberibe a partir da confluência
com o rio Morno perpassando por Olinda e Paulista, até a desembocadura no Oceano
Atlântico onde lança as suas águas na bacia portuária do porto da cidade do Recife
(Campos, 2008; Amorim, 2009).
Ao longo do rio Beberibe há áreas de proteção ambiental – APA Aldeia
Beberibe (Camaragibe/ Recife/Paulista/Abreu e Lima/Igarassu/Araçoiaba/São Lourenço
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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e Paudalho), Mata de Dois Irmãos (Recife), Mata de Dois Unidos (Zona norte do
Recife) e Mata do Passarinho (Olinda), esses fragmentos de mata atlântica exercem um
papel importante na conservação da qualidade das águas do Beberibe (Figura 3). No
entanto, o uso inadequado do solo e das águas por atividades industriais na bacia
contribuem com a poluição e perda da qualidade das águas do aqüífero Beberibe.
O aqüífero Beberibe (Figura 04) tem sua geologia marcada pela presença de
fontes de água mineral. Borba (2011) comenta suas características hidrogeológicas, diz
que o aqüífero Beberibe na Região Metropolitana do Recife (RMR), ocorre nas regiões
centro e norte do Recife e Olinda, com distintas características: no Recife predomina a
condição de confinado a semi-confinado, encoberto por sedimentos do aqüífero de Boa
Viagem, ainda como aqüífero livre no vale do rio Beberibe; em Olinda ocorre encoberto
pelas formações Barreiras e Gramame. Limitado ao sul pelo aqüífero Cabo, com
falhamento normal de direção N-S à oeste, ao norte se estende por toda faixa costeira
até o limite com estado da Paraíba, se prologando na plataforma continental na direção
leste.
Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, o uso do solo é ocupado por áreas de
mata atlântica, policultura, urbanização, indústrias e mangue, as águas da bacia são
utilizadas para abastecimento público, recepção de efluentes domésticos e recepção de
efluentes industriais, as atividades desenvolvidas ao longo da bacia são as de produtos
alimentícios, química, farmacêuticos e veterinários, ainda, bebidas, papel/papelão,
metalúrgica e fábricas de sabões, velas e perfumaria (CPRH, 2010).
As zonas de habitação ao longo da bacia do rio Beberibe, estão divididas em
duas fisionomias: rarefeita, com os corpos d’água dos rios Araçá e do próprio Beberibe,
da nascente até a estação da COMPESA em Guabiraba, as áreas habitadas ainda
configuram uma ocupação média; passa a ser densa, com os corpos d’água dos rios
Morno, Lava Tripas e novamente rio Beberibe, este quando na divisa das cidades de
Recife e Olinda, no trecho denso há uma alta ocupação, constituída por áreas
residenciais, comercias, industriais e da cornubação destes.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação...
Figura 3. Principais reservas ambientais inseridas na bacia hidrográfica do rio Beberibe.
Edição de: Serafim Filho, março/2012. Fonte: Google Earth 1.3.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação...
Figura 4. Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa da Qualidade das Águas Superficiais - CPRH, 2009.
Edição de: Josicleide Rodrigues, Janeiro/2010. Fonte: SUDENE/ITEP.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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5. MATERIAL E MÉTODOS
5.1 COLETA E ANÁLISES DOS DADOS
Esta pesquisa reuniu os dados constados nos relatórios da Companhia
Pernambucana do Meio Ambiente, através da Diretoria de Recursos Hídricos e
Florestais e Gerência de Recursos Hídricos, disponíveis on-line em:
http://www.cprh.pe.gov.br/monitoramento/bacias_hidrograficas/relatorio_bacias_hidrog
raficas; os dados extraídos são de coletas estratégicas de monitoramento desenvolvidas
ao longo do alto, médio e baixo rio Beberibe nos anos de 2001 – 2010. As estações são
monitoradas a cada dois meses e através dos resultados obtidos nos relatórios anuais,
aplicou-se a cada relatório, uma perícia descritiva com o objetivo de examinar os fatos e
reportar a autenticidade do serviço público executado.
Os dados extraídos dos relatórios anuais de monitoramento do CPRH foram
agrupados por ano, analisados e discutidos individualmente. Buscou-se a relação dos
parâmetros aferidos nas estações de monitoramento da bacia hidrográfica do rio
Beberibe, incluindo os dados tidos como fora de classe, com o estabelecido nas
Resoluções que contemplam a qualidade da água.
Para respaldar a perícia aplicada aos dados constados no relatório de
monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, a pesquisa contou ainda com a
aplicação de um checklist adaptado por Serafim-Filho (2011), previamente testado para
identificar impactos ambientais às margens de ambientes aquáticos de água doce. Os
checklist’s foram aplicados nos mesmos pontos (estações), citados nos relatórios do
CPRH. O checklist aplicado foi elaborado em uma atividade piloto no açude de
Apipucos, situado na cidade do Recife, consiste em um formulário desenvolvido a fim
de obter informações de forma rápida e com alto padrão de riqueza sobre os principais
impactos causados às margens de ambientes aquáticos de água doce, contribuindo com
a identificação e agrupamento dos impactos pelo tipo e procedência; dados sobre
percepção de impactos na beleza cênica, atividades comerciais, concentrações humanas,
construções, disponibilidade para consumo de produtos, entulhos, favelas, lançamentos
de esgotos domésticos, comercial e industrial, tipos de lixos acumulados e outros são
registrados no formulário, seguido da mensuração de acordo com a intensidade através
dos critérios proposto por estudos desenvolvidos por Ceotma (1984); Rohde (1988);
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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Queiróz (1993); Pires (1993), revistos e aplicados em Marcelino et al., (2000) e
Serafim-Filho (2011), atribuindo valores quanto a existência ou inexistência de
interferência no meio ambiente e da classificação dos impactos em pouco, médio e
agudo.
Os Dados adquiridos através do checklist foram tratados através do Índice de
Qualidade Ambiental (IQA), obtidos com base na equação: IQA = (Pt–Pi)/Pt. Sendo Pt:
somatório dos pesos de todos os elementos do checklist em cada margem (direita e
esquerda), em caso hipotético de todos os elementos apresentarem o nível máximo
correspondente (valor = 3), no caso, 43 elementos do checklist multiplicado por 3 (ou 3
= peso máximo individual x 43 = total de elementos do checklist, logo 3x43 = 129), e
Pi: somatório real dos pesos dos elementos do checklist em cada margem. Supondo
valor hipotético igual a 73 para Pi, logo a equação seria desenvolvida da seguinte forma:
IQA = (Pt-Pi)/Pt, IQA = (129-73)/129 = 0,43. Os índices obtidos dessa maneira variam
entre 0 e 1 (ou 0 e 100%); 0 = máxima degradação ambiental; 1 = excelente qualidade
ambiental. Valores > 0 < 1 apresentam variações que vão desde melhores condições
ambientais até níveis críticos de qualidade ambiental respectivamente (Serafim-Filho,
2011; Marcelino et al., 2000).
Para os resultados obtidos no monitoramento de 2010, houve a associação dos
resultados com os impactos ambientais observados em cada estação através do IQA
(Índice de Qualidade Ambiental), inventariados por meio da aplicação do checklist, os
dados comparados devem contribuir com o estudo de impacto ambiental, colaborando
com a associação da causa e/ou ação antrópica.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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Qualidade da Água
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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6. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2001)
Segue os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2001: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm), cloreto (mg/L), amônia (mg/L), fósforo
(mg/L), coliformes fecais (NMP/100mL), sólidos totais dissolvidos (S.T.D. mg/L),
saturação de oxigênio dissolvido (Sat. de O.D. mg/L) e percentual de saturação de
oxigênio dissolvido (% Sat. de O.D.). Dados obtidos para as estações BE2-11
(COMPESA, Caixa D’água), BE2-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE3-35 (Ponte da
Rua Dalva de Oliveira), BE2-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE3-50
(Ponte de acesso a Peixinhos).
Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época,
correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água
dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma
respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente,
compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe,
tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares,
química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda,
perfumes, sabões e velas (CPRH, 2001).
A seguir estão descritos os dados de qualidade da água dos corpos constituintes
da bacia hidrográfica do rio Beberibe para cada estação, os valores dos parâmetros,
meses e datas das coletas com os respectivos horários estão plotados em quadros para
cada estação de monitoramento, e valores fora de classe para a resolução CONAMA
vigente expresso em vermelho e discutido.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
36
6.1 ESTAÇÃO BE2-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)
Correlacionando os dados apresentados no quadro 1 com os limites
estabelecidos nas resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio
Ambiente/CONAMA para qualidade da água, pode-se concluir que os parâmetros
monitorados na estação BE2-11, no conjunto básico (temperatura, pH, O.D., D.B.O.,
condutividade elétrica, cloreto, amônia e fósforo, ainda, coliformes fecais), para o ano
de 2001, apresentaram alguns valores fora de classe, valores estes estabelecidos para a
época na Resolução 20/86, que teve os artigos de 26 ao 34 revogados pela Resolução
274/00, hoje totalmente revogada pela Resolução 357/05, recentemente alterada pelas
Resoluções 410/2009 e 430/11.
As águas da estação BE2-11 estão classificadas em classe 2: águas que podem
ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento
convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato
primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução
CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques,
Quadro 1 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE2-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2001.
Parâmetro
Unid.
Padrão
Meses das coletas
Fev.
01/02
10:50
Abr.
05/04
11:00
Jun.
13/06
10:00
Ago.
02/08
9:35
Out.
10/10
9:30
Dez.
-
-
Temperatura ºC - 27,0 27,0 25,0 26,0 27,0 -
pH - 6 – 9 6,1 6,5 6,4 6,5 5,9 -
O.D. mg/L > 5 3,1 2,1 5,0 3,2 2,1 -
D.B.O. mg/L < 5 4,2 10,4 3,1 3,8 2,3 -
Cond. Elétrica µS/cm - 139 210 86 156 206 -
Cloreto mg/L 250 24 30 12 25 30 -
Amônia mg/L 0,5 3,17 4,11 0,50 - - -
Fósforo mg/L 0,025 0,21 0,35 0,35 0,26 0,45 -
Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 400 - 3600 - -
S.T.D. mg/L 500 93 140 57 104 137 -
Sat. de O.D. mg/L - 8,0 8,0 8,3 8,1 8,0 -
% Sat. de O.D. % - 39 26 60 40 26 -
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001
Estação: BE2-11 Classe: 2
Local: Antiga captação da COMPESA, em Caixa D’Água, na cidade de Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
37
jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto;
e e) à aquicultura e à atividade de pesca (CONAMA 357, 2005).
Os dados fora de classe para a estação BE2-11, como alteração no pH, oxigênio
dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais
podem estar associados ao carreamento de terras agrícolas adubadas e a lançamento de
esgotos, não necessariamente no trecho da estação BE2-11, no entanto as cargas
provavelmente podem ter sido carreadas e captadas pelo corpo d’água de áreas
circunvizinhas.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
38
6.2 ESTAÇÃO BE2-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
As águas da estação BE2-30 também estão classificadas em classe 2, de acordo
com Resolução CONAMA 357/2005, os parâmetros monitorados com dados fora de
classe foram: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e
coliformes fecais, com valores fora do padrão estabelecido.
Considerando o desenho experimental de execução para o monitoramento
desenvolvido pelo CPRH, que consiste em coleta bimensal para o conjunto básico
(temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade
elétrica, cloreto, amônia e fósforo) e quadrimensal para coliformes fecais, podendo ser
observado no quadro 2, que os parâmetros encontram-se fora de padrão em todas as
coletas, sugerindo constante a frequência para os dados monitorados na estação BE2-30.
Quadro 2 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE2-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2001.
Parâmetro
Unid.
Padrão
Meses das coletas
Fev.
01/02
11:35
Abr.
05/04
10:30
Jun.
13/06
9:30
Ago.
02/08
10:20
Out.
10/10
10:10
Dez.
04/12
10:00
Temperatura ºC - 28,5 28,0 26,0 25,0 29,0 29,0
pH - 6 – 9 6,7 6,7 6,6 6,9 6,3 6,6
O.D. mg/L > 5 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L < 5 36,2 23,8 12,6 27,3 87,6 23,2
Cond. Elét. µS/cm - 458 374 312 233 438 428
Cloreto mg/L 250 73 66 40 36 60 61,8
Amônia mg/L 0,5 14,0 12,1 2,35 - - -
Fósforo mg/L 0,025 1,3 1,0 0,47 1,94 1,34 1,47
Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 17000 - 7000 - 160000
S.T.D. mg/L 500 305 249 208 155 292 285
Sat. de O.D. mg/L - 7,8 7,8 8,1 8,3 7,7 7,7
% Sat. de O.D. % - 0 0 32 0 0 0
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001
Estação: BE2-30 Classe: 2
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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6.3 ESTAÇÃO BE3-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)
As águas da estação BE3-35 possuem enquadramento na classe 3, de acordo
com Resolução CONAMA 357/05, são águas destinadas: a) ao abastecimento para
consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas
arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato
secundário; e e) à dessedentação de animais (CONAMA 357, 2005).
Os padrões estabelecidos nos parâmetros analisados para as águas enquadradas
na classe 3, possuem limites maiores para oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio e coliformes fecais, ainda assim, os dados para estes parâmetros estão fora do
padrão estabelecido (Quadro 3). Por se tratar de uma estação próxima a indústria e
servir como receptora de efluentes industriais, tais situações possam vir ser o
responsável pela poluição causada no trecho do recurso hídrico, ainda da drenagem de
fontes alóctones, que contribuem com o aumento da carga poluidora na estação BE3-35.
Fontes alóctones, nada mais são que cargas carreadas para um lugar distinto de sua
origem.
Quadro 3 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE3-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2001.
Parâmetro
Unid.
Padrão
Meses das coletas
Fev.
01/02
12:20
Abr.
05/04
11:30
Jun.
13/06
10:40
Ago.
02/08
11:10
Out.
10/10
11:20
Dez.
04/12
11:00
Temperatura ºC - 29,0 28,0 25,0 26,0 28,0 29,0
pH - 6 – 9 6,7 6,5 6,6 6,8 6,2 6,7
O.D. mg/L > 4 0,9 1,0 3,6 0,0 1,3 1,1
D.B.O. mg/L < 10 20,3 15,4 9,5 32,6 19,3 13,1
Cond. Elét. µS/cm - 328 338 136 256 330 364
Cloreto mg/L 250 54 51 19 36 47 52
Amônia mg/L 0,5 20,5 7,5 0,9 - - -
Fósforo mg/L 0,025 0,98 0,69 0,80 1,48 0,88 1,16
Coli. Fecais NMP/100 ml 4000 - 3100 - 9000 - 160000
S.T.D. mg/L 500 219 225 90 171 220 243
Sat. de O.D. mg/L - 7,7 7,8 8,3 8,1 7,8 7,7
% Sat. de O.D. % - 12 13 43 0 17 14
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001
Estação: BE3-35 Classe: 3
Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebida
Antártica.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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6.4 ESTAÇÃO BE2-45 (PONTE DA AV. PRESIDENTE KENNEDY)
Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, a estação BE2-45 está situada na ponte da
Avenida Presidente Kennedy, na cidade de Olinda, especificamente no Riacho Lava
Tripa. Apresenta valores fora de estabelecido em resolução vigente para o ano de 2001.
A estação está localizada em área de ocupação urbana, comercial e industrial, o
uso da água envolve desde abastecimento público até recepção de efluentes domésticos,
comerciais e industriais, que acarreta no aporte de nutrientes associados ao despejo de
efluentes. Os efluentes despejados provavelmente justificam os elevados níveis dos
parâmetros monitorados fora do padrão (Quadro 4), com exceção do pH que se manteve
dentro de padrão e oxigênio dissolvido, com padrão decretado em uma quantidade > 5
mg/L, e que na estação apresentou valores muito inferiores, tais valores podem estar
correlacionados a alta carga de matéria orgânica que contribuem com a eutrofização
artificial, acarretada pelo enriquecimento de um corpo de água por nutrientes,
principalmente fósforo e nitrogênio (Smith & Schindler, 2009). A eutrofização
influência a proliferação de algas, aumentando a produtividade e biomassa algal, e na
redução da diversidade fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as
cianobactérias (Apeldoorn et al., 2007).
Quadro 4 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE2-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2001.
Parâmetro
Unid.
Padrão
Meses das coletas
Fev.
-
-
Abr.
05/04
12:30
Jun.
13/06
11:20
Ago.
02/08
11:50
Out.
10/10
11:40
Dez.
04/12
11:25
Temperatura ºC - - 29,0 26,0 26,0 28,0 30,0
pH - 6 – 9 - 6,9 6,9 6,9 6,5 6,7
O.D. mg/L > 5 - 0,0 1,8 0,8 0,0 0,0
D.B.O. mg/L < 5 - 20,0 26,8 9,3 19,0 24,0
Cond. Elét. µS/cm - - 505 404 435 507 454
Cloreto mg/L 250 - 81 54 60 60 57
Amônia mg/L 0,5 - 15,0 4,0 - - -
Fósforo mg/L 0,025 - 1,57 0,78 0,78 1,16 1,16
Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 17000 - 160000 - 160000
S.T.D. mg/L 500 - 337 269 290 338 303
Sat. de O.D. mg/L - - 7,7 8,1 8,1 7,8 7,6
% Sat. de O.D. % - - 0 22 10 0 0
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001
Estação: BE2-45 Classe: 2
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
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6.5 ESTAÇÃO BE3-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
A estação BE3-50, situada na divisa das cidades de Olinda e Recife, após
receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos, possui as águas
enquadradas na classe 3. Os padrões: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais apresentaram resultados fora do padrão
praticamente para todas as coletas, com exceção da leitura para demanda bioquímica de
oxigênio em junho, que apresentou valor igual a 4,7 mg/L de D.B.O., com padrão
estabelecido em <10 mg/L para águas de classe 3, estabelecido em Resolução
CONAMA vigente para a época.
Os valores fora de classe para os parâmetros observados (Quadro 5), não
diferentes das outras estações, indicam poluição por lançamento de efluentes
domésticos, de acordo com o CPRH essas poluições são oriundas de bairros da cidade
de Olinda e Recife, tendo suas cargas poluidoras constantemente drenadas para o trecho
do rio Beberibe que por sua vez compõe a bacia hidrográfica do Rio Beberibe, trecho
antes de desaguar no oceano atlântico.
Quadro 5 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE3-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2001.
Parâmetro
Unid.
Padrão
Meses das coletas
Fev.
01/02
13:00
Abr.
05/04
12:00
Jun.
13/06
11:50
Ago.
02/08
12:40
Out.
10/10
12:30
Dez.
04/12
12:10
Temperatura ºC - 29,0 30,0 26,0 27,0 29,0 29,0
pH - 6 – 9 5,4 6,8 6,8 6,8 6,3 6,8
O.D. mg/L > 4 1,3 1,4 1,6 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L < 10 13,9 12,4 4,7 17,8 49,9 16,5
Cond. Elét. µS/cm - 438 435 238 347 449 466
Cloreto mg/L 250 62 67 29 51 55 59
Amônia mg/L 0,5 14,3 8,7 3,5 - - -
Fósforo mg/L 0,025 1,19 0,64 0,62 0,97 1,53 1,64
Coli. Fecais NMP/100 ml 4000 - 9000 - 160000 - 160000
S.T.D. mg/L 500 292 290 159 231 299 311
Sat. de O.D. mg/L - 7,7 7,6 8,1 8,0 7,7 7,7
% Sat. de O.D. % - 17 18 20 0 0 0
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001
Estação: BE3-50 Classe: 3
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
42
6.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2001, as estações monitoradas na bacia hidrográfica do rio
Beberibe, de forma bimestral para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes
fecais, apresentaram valores para pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, em sua maioria fora do padrão
estabelecido.
Tanto a ocupação do solo, quanto o uso da água na bacia hidrográfica do rio
Beberibe contribuem para o não enquadramento no padrão estabelecido, uma vez que o
solo é ocupado por áreas urbanas e industriais, ainda, de atividades envolvendo a
policultura, tendo o uso das águas voltado ao abastecimento público, recepção de
efluentes domésticos e efluentes industriais (CPRH, 2001).
Trechos dos principais constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe,
recebem cargas poluidoras diariamente, tais cargas oriundas das ocupações urbanas
devido ao baixo índice de saneamento ambiental e ineficiente rede coletora de esgotos,
associada a cargas poluidoras de atividades industriais contribuem de forma direta com
a perda da qualidade das águas, sendo necessárias ações públicas com a iniciativa de
mitigar os efeitos causados nos recursos hídricos que constituem a bacia hidrográfica do
rio Beberibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
43
7. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2002)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2002: aspecto da
água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por
esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L),
demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm),
cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os
dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na
estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida
Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12
meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph,
O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes
fecais.
É importante salientar que as estações de monitoramento, executada pela
Agência Estadual de Meio Ambiente, tem as definições dos locais de amostragem
justificada no objetivo envolvido, levando em consideração a avaliação do desempenho
do sistema de tratamento, atendimento aos padrões estabelecidos na legislação vigente,
obtenção de informações para elaboração de um sistema de tratamento das águas de
forma adequada, implantação de medidas de prevenção à poluição (ANA, 2011).
De acordo com a Agência Nacional de Águas, os efluentes líquidos podem ser
classificados de acordo com sua origem em: a) efluentes industriais, b) efluentes
industriais em esgotos domésticos, c) efluentes de plantas de incineração de resíduos
sólidos e d) efluentes percolados gerados em aterros sanitários e industriais (ANA,
2011).
É perceptível que o tipo de efluente captado pelos corpos d’água que compõe a
bacia hidrográfica do rio Beberibe, são considerados efluentes mistos (industriais e
domésticos), a presença de efluentes industriais misturados ao esgoto doméstico
necessitam de cuidados quanto aos parâmetros adotados para o monitoramento.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
44
7.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)
Mesmo que não estabelecido a classe para os meses de fevereiro, abril, junho e
agosto, a estação BE-11 possui suas águas enquadradas na classe 2, justificado pela teor
de salinidade mensurados nos meses de outubro e dezembro. O aspecto da água
manteve-se turvo ao logo do ano, com materiais flutuantes ausentes nos meses de junho
e agosto e presente para os demais, óleos e graxas estiveram ausentes em todas as
coletas, a vegetação esparsa e intensa pode estar associada ao processo de revitalização
da estação monitorada, condições do tempo oscilaram ao longo do ano, tendo coletas
com tempo ensolarado, encoberto e de chuva intensa, o que explica o alto índice de
oxigênio dissolvido no mês junho, por consequência a demanda bioquímica de oxigênio
também se manteve dento do padrão, para os demais meses O.D. e D.B.O.,
apresentaram valores fora do padrão, o mesmo foi observado para a carga de fósforo
nos meses de agosto, setembro e outubro, coliformes fecais apresentaram limites
excedido nos meses de agosto e dezembro (Quadro 6).
Quadro 6 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2002.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
07/02
10:15
Abr.
04/04
10:40
Jun.
06/06
12:05
Ago.
07/08
10:30
Out.
09/10
10:05
Dez.
02/12
12:15
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P P A A P P
Óleos e Graxas - A A A A A A
Vegetação - VE VI VI VI VI VI
Condições do Tempo - ENS ENC CHI ENS ENC ENS
Poluição por Esgoto - A P A A A A
Resíduo Sólido - P P A A P P
Temperatura ºC 27 29 26 28 26 26
pH - 5,7 6,5 7,1 6,2 6,2 6,2
O.D. mg/L 1,1 0,5 5,7 1,9 0,9 2,3
D.B.O. mg/L 6,9 18,2 2,7 5,4 7,5 9,6
Cond. Elét. µS/cm 222 253 95 179 193 216
Cloreto mg/L 29 33 11 25 27 29
Fósforo mg/L - - - 0,33 0,35 0,52
Coli. Fecais NMP/100ml - 600 - 160000 - 160000
Salinidade 0/00 - - - - 0,1 0,1
Classe - - - - - 2 2
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,
ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002
Estação: BE-11
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
45
7.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
Os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio,
fósforo e coliformes fecais apresentaram valores fora de padrão, as águas da estação
BE-30 estão enquadradas na classe 2, o aspecto da água manteve-se turvo em todo o
ano, com matérias flutuantes ausentes apenas para o mês de junho, óleos e graxas
sempre ausentes, vegetação intensa e esparsa ao longo do ano, indicando possibilidade
de revitalização e capinamento com mais frequência; condições do tempo de ensolarado
a encoberto e com chuva intensa, a poluição por esgoto foi observada na estação em
todas as coletas, resíduo sólido ausente em junho e presente nos demais meses, a
temperatura apresentou mínima de 25°C e máxima de 30°C, pH com valores dentro do
padrão para os meses de abril, junho, outubro e dezembro, com valores < 6 em fevereiro
e agosto, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e fósforo totalmente
fora de classe, coliformes fecais apresentaram limites > 1000 NMP/100ml, estando
também fora do padrão estabelecido (Quadro 7).
Quadro 7 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2002.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
07/02
09:40
Abr.
04/04
10:20
Jun.
06/06
12:40
Ago.
07/08
14:00
Out.
09/10
09:30
Dez.
02/12
12:30
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P P A P P P
Óleos e Graxas - A A A A A A
Vegetação - VI VE VI VE VI VI
Condições do Tempo - ENS ENC CHI ENC ENC ENS
Poluição por Esgoto - P P A P P P
Resíduo Sólido - P P A P P P
Temperatura ºC 28 30 25 28 25 30
pH - 5,8 6,6 6,9 5,9 6,6 6,2
O.D. mg/L 0,0 0,6 4,6 1,5 1,6 1,3
D.B.O. mg/L 19,0 41,7 9,2 10,7 23,1 22,9
Cond. Elét. µS/cm 430 375 116 416 364 410
Cloreto mg/L 59 56 11 58 49 55
Fósforo mg/L - - - 0,88 1,09 1,08
Coli. Fecais NMP/100ml - 810 - 160000 - 160000
Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2
Classe - - - - - 2 2
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,
ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
46
7.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)
Como observado no quadro 8, o aspecto da água manteve-se turvo ao longo do
ano, com materiais flutuantes presentes nos meses de fevereiro, abril, agosto, outubro e
dezembro, ausente no mês de junho, óleos e graxas sempre ausentes, a vegetação na
estação BE-35 apresentou-se hora esparsa, hora intensa, indicando ações de
revitalização no trecho, tempo ensolarado (fevereiro, abril e dezembro), chuva intensa
(junho) e encoberto (agosto e outubro), poluição por esgoto detectável ao longo do ano,
resíduo sólido presente, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de
30°C, pH com valores fora do padrão para o mês de fevereiro e agosto, oxigênio
dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio totalmente fora do padrão, seguido da
carga de fósforo, coliformes fecais com limite excedido para os meses de outubro e
dezembro, vale salientar que as coletas de monitoramento ocorrem de forma bimestral
para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes fecais (Quadro 8).
Quadro 8 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2002.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
07/02
11:25
Abr.
04/04
11:00
Jun.
06/06
12:35
Ago.
07/08
11:30
Out.
09/10
10:40
Dez.
02/12
11:10
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P P A P P P
Óleos e Graxas - A A A A A A
Vegetação - VI VE VI VE VI VI
Condições do Tempo - ENS ENS CHI ENC ENC ENS
Poluição por Esgoto - P P A P P P
Resíduo Sólido - P P A P P P
Temperatura ºC 28 30 26 27 26 28
pH - 5,7 6,6 7,0 5,9 6,6 6,3
O.D. mg/L 0,0 0,9 4,0 0,9 0,7 0,0
D.B.O. mg/L 14,5 18,0 8,5 14,2 15,3 13,0
Cond. Elét. µS/cm 327 337 109 313 314 334
Cloreto mg/L 42 47 11 39 39 42
Fósforo mg/L - - - 0,74 0,70 0,79
Coli. Fecais NMP/100ml - 600 - 160000 - 160000
Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2
Classe - - - - - 2 2
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,
ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002
Estação: BE-35
Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de bebidas
Antártica.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
47
7.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
As variações dos parâmetros na estação BE-45 (Quadro 9), traz resultados
diferenciados das outras estações, não houve coleta para o mês de fevereiro, o aspecto
da água se manteve turvo ao longo do ano, com materiais flutuantes presentes (abril,
agosto, outubro e dezembro), e ausentes (junho), óleos e graxas sempre ausentes,
vegetação esparsa (abril e agosto), e intensa (junho, outubro e dezembro), tempo
ensolarado (abril e dezembro), com chuva intensa em junho, e tempo encoberto (agosto
e outubro), poluição por esgoto presente nos meses de abril, agosto e dezembro, ausente
nos meses de junho e outubro, provavelmente por ações das chuvas, resíduos sólidos
ausente em junho, e presente para os demais meses do ano, a temperatura apresentou
mínima de 26°C e máxima de 31°C, o pH e oxigênio dissolvido com valores dentro do
padrão em todas as coletas, ao contrário da demanda bioquímica de oxigênio que
apresentou valores dentro do padrão apenas para o mês de junho, a carga de fósforo
ultrapassou 0,050 mg/L em todas as coletas, coliformes fecais com limite excedido.
Quadro 9 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2002.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
-
-
Abr.
04/04
11:15
Jun.
06/06
13:00
Ago.
07/08
12:15
Out.
09/10
11:25
Dez.
02/12
10:45
Aspecto da água - - T T T T T
Materiais Flutuantes - - P A P P P
Óleos e Graxas - - A A A A A
Vegetação - - VE VI VE VI VI
Condições do Tempo - - ENS CHI ENC ENC ENS
Poluição por Esgoto - - P A P A P
Resíduo Sólido - - P A P P P
Temperatura ºC - 31 26 29 26 30
pH - - 7,0 6,8 6,5 6,1 6,3
O.D. mg/L - 0,8 4,2 1,0 1,2 1,5
D.B.O. mg/L - 21,8 4,7 10,0 19,9 19,1
Cond. Elét. µS/cm - 432 173 429 418 419
Cloreto mg/L - 56 18 54 55 56
Fósforo mg/L - - - 0,89 0,64 0,84
Coli. Fecais NMP/100ml - 7000 - 160000 - 3800
Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2
Classe - - - - - 2 2
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,
ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
48
7.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
Para a estação BE-50 (Quadro 10), dos parâmetros obtidos, pH, oxigênio
dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo e coliformes fecais, apresentaram
valores fora do padrão, os demais parâmetros analisados estão enquadrados no
estabelecido em resolução. Para a estação BE-50, os parâmetros estabelecidos foram
monitorados em todos os meses do ano, aplicam-se a estação as mesmas observações na
estação anterior, à exceção do seguinte: pH apresentou valor <6 em fevereiro, estando
fora do padrão, oxigênio dissolvido e demando bioquímica de oxigênio estiveram fora
do padrão ao longo de todo o ano, a carga de fósforo com valores superiores ao previsto
em resolução, de 0,050 mg/L de P, e coliformes fecais excede limite tolerado de 1000
NMP/100ml, tendo suas cargas oscilando de 1700 (abril), 160000 (agosto), e 28000
(dezembro).
Quadro 10 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2002.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
07/02
11:25
Abr.
04/04
11:30
Jun.
06/06
13:20
Ago.
07/08
12:50
Out.
09/10
12:10
Dez.
02/12
11:35
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P P P P P P
Óleos e Graxas - A A A A A A
Vegetação - VE VE VE VE VI VI
Condições do Tempo - ENS ENS CHI ENS ENC ENS
Poluição por Esgoto - A P A P P P
Resíduo Sólido - P P P P P P
Temperatura ºC 28 31 26 29 26 30
pH - 5,8 6,9 7,3 6,4 6,6 6,4
O.D. mg/L 0,0 0,0 3,8 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 16,2 28,9 4,9 14,3 18,5 14,9
Cond. Elét. µS/cm 491 418 111 406 416 418
Cloreto mg/L 55 54 11 49 54 54
Fósforo mg/L - - - 1,02 1,03 1,25
Coli. Fecais NMP/100ml - 1700 - 160000 - 28000
Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2
Classe - - - - - 2 2
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado,
ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
49
7.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2002, as estações foram monitoradas de forma bimestral para o
conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para
coliformes fecais. Os resultados obtidos e enquadrados no estabelecido para verificar a
qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permite concluir que para os
parâmetros do conjunto base, os valores fora de padrão comprometem a qualidade das
águas dos recursos hídricos constituintes e aponta o lançamento de esgotos domésticos
e industriais como as principais fontes de contaminação, comprovado pelos níveis de
coliformes fecais em todas as estações.
O baixo teor de oxigênio dissolvido, chegando a 0,00 mg/L de O.D., associado a
baixa demanda bioquímica de oxigênio de até 41,4 mg/L de D.B.O., corroboram tais
conclusões, uma vez que esses parâmetros e seus limites sofrem influência direta
quando há entrada de matéria orgânica, contribuindo para baixar a concentração de
oxigênio dissolvido na água (ANA, 2011; Smith & Schindler, 2009; Silva et al., 2000).
As cargas de fósforo ao longo do ano e em todas as estações, apresentam valores
superiores a 0,050 mg/L para as águas enquadradas na classe 2, altas cargas de fósforo
unidas a cargas de nitrogênio contribuem com a eutrofização artificial de um corpo
d’água, a eutrofização resulta no aumento de produtividade da comunidade
fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as cianobactérias, com
potencial capacidade de lançar no meio hídrico as cianotoxinas (Apeldoorn et al., 2007).
Logo, pode-se afirmar que as águas que constituíram a bacia hidrográfica do rio
Beberibe em 2002, encontraram-se comprometidas e houve lançamentos de esgoto
doméstico em toda a sua extensão, seguido de lançamentos de efluentes industriais em
partes, percebidos em algumas estações e comprovado pelo uso da água, que tem seu
fim tanto para abastecimento, quanto para recepção de efluentes, estes sendo de
natureza doméstica e industrial.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
50
8. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2003)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2003: aspecto da
água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por
esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L),
demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm),
cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os
dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na
estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida
Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12
meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph,
O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes
fecais.
Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época,
correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água
dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma
respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente,
compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe,
tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares,
química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda,
perfumes, sabões e velas (CPRH, 2003).
As águas monitoradas possuem o enquadramento na classe 2, para águas doces
em todas as estações, destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após
tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas e c) à recreação de
contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução
CONAMA no 274, de 2000; revogada pela Resolução CONAMA 357, de 2005.
A seguir estão discutidos os parâmetros e a correspondência ao padrão esperado
em cada estação de monitoramento para o ano de 2003, os dados foram agrupados em
quadros e valores fora de classe, estão indicados em vermelho.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
51
8.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)
De acordo com o quadro 11, o aspecto da água apresentou-se turvo ao longo de
todo o ano, com materiais flutuantes presente nos meses de fevereiro, junho e agosto, e
ausente nos meses de abril, outubro e dezembro, óleos e graxas sempre ausente na
estação BE-11 no ano de 2003, predominância da vegetação esparsa, vegetação intensa
observada apenas no mês de fevereiro, condições do tempo sempre ensolarado nos
meses e datas em que foram realizadas as coletas, a poluição por esgoto esteve presente
nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro, estando ausente apenas para o mês
de dezembro, foi observado a presença de resíduo solido nos meses de fevereiro, junho
e agosto, e ausente para os demais meses, a temperatura da água apresentou mínima de
25°C, e máxima de 28°C, pH apresentou valores fora de classe apenas para o mês de
dezembro, a demanda de oxigênio dissolvido também apresentou valores fora de classe
nos meses de fevereiro, abril, junho e agosto, e limite excedido da demanda bioquímica
de oxigênio em fevereiro e abril, as cargas de fósforo e coliformes fecais também
apresentaram valores fora do padrão, demais parâmetros seguem no estabelecido.
Quadro 11 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2003.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
10:10
Abr.
03/04
10:35
Jun.
06/06
10:35
Ago.
14/08
10:10
Out.
02/10
10:15
Dez.
02/12
09:50
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P A P P A A
Óleos e Graxas - A A A A A A
Vegetação - VI VE VE VE VE VE
Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS
Poluição por Esgoto - P P P P P A
Resíduo Sólido - P A P P A A
Temperatura ºC 27 28 26 25 25 25
pH - 6,2 6,3 6,6 6,7 6,3 5,6
O.D. mg/L 1,6 1,0 3,0 0,6 7,4 8,0
D.B.O. mg/L 8,4 11,4 4,4 4,5 2,0 3,2
Cond. Elét. µS/cm 272 279 281 207 64 61
Cloreto mg/L 29 34 33 28 13 12
Fósforo mg/L 0,60 0,79 0,59 0,39 ND ND
Coli. Fecais NMP/100ml - - - 160000 - 200
Salinidade 0/00 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
Classe - 2 2 2 2 2 2
T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003
Estação: BE-11
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
52
8.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
Na estação BE-30 (Quadro 12), o aspecto da água sempre turvo, materiais
flutuantes ausentes no mês de abril e presente para os demais meses, óleos e graxas não
observados, vegetação intensa no mês de fevereiro, e esparsa nos demais meses (abril,
junho, agosto, outubro e dezembro), condições do tempo ensolarado em todas as
coletas, poluição por esgoto sempre presente, seguido da presença de resíduo sólidos,
observado ausente apenas no mês de abril, a temperatura da água atingiu mínima de
26°C e máxima de 29°C, o pH apresentou valores dentro do padrão em todas as coletas,
já oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio, com valores fora de classe ao
longo do ano, seguido de fósforo e coliformes fecais que também apresentam valores
fora do estabelecido, demais parâmetros apresentaram valores dentro do padrão para
águas doces de classe 2.
Quadro 12 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2003.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
09:45
Abr.
03/04
10:10
Jun.
06/06
10:00
Ago.
14/08
09:30
Out.
02/10
09:40
Dez.
02/12
09:05
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P A P P P P
Óleos e Graxas - A A A A A A
Vegetação - VI VE VE VE VE VE
Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS
Poluição por Esgoto - P P P P P P
Resíduo Sólido - P A P P P P
Temperatura ºC 27 28 26 26 28 29
pH - 6,1 6,3 6,4 6,9 7,1 6,6
O.D. mg/L 0,8 0,4 1,4 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 14,0 18,7 13,5 19,2 17,9 10,3
Cond. Elét. µS/cm 465 517 428 420 412 428
Cloreto mg/L 52 75 61 60 59 52
Fósforo mg/L 1,01 1,36 1,39 1,64 1,60 1,53
Coli. Fecais NMP/100ml - - - 30000 - 160000
Salinidade 0/00 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe - 2 2 2 2 2 2
T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte da estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
53
8.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)
Para a estação BE-35 (Quadro 13), aspecto da água sempre turvo, com materiais
flutuantes ausente no mês de abril e presente para os demais meses, óleos e graxas
presente apenas no mês de agosto, vegetação intensa no mês de fevereiro, e esparsa para
os demais meses, condições de tempo sempre ensolarado, poluição por esgoto presente
em todas as coletas, resíduo sólido predomina, ausente apenas para o mês de abril, a
temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 29°C, pH com valores acima
de 6 e menor que 9, estando dentro do padrão estabelecido, oxigênio dissolvido e
demanda bioquímica de oxigênio apresentam-se totalmente fora de classe, seguido de
fósforo e coliformes fecais, os demais parâmetros não denunciam inconformidades no
estabelecido, estando dentro dos padrões de classe.
Quadro 13 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2003.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
09:35
Abr.
03/04
11:10
Jun.
06/06
11:00
Ago.
14/08
11:15
Out.
02/10
11:00
Dez.
02/12
11:15
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P A P P P P
Óleos e Graxas - A A A P A A
Vegetação - VI VE VE VE VE VE
Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS
Poluição por Esgoto - P P P P P P
Resíduo Sólido - P A P P P P
Temperatura ºC 27 29 28 26 28 29
pH - 6,2 6,3 6,5 6,9 7,1 6,7
O.D. mg/L 0,4 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 6,7 17,9 9,5 14,0 13,3 12,3
Cond. Elét. µS/cm 389 385 357 342 365 414
Cloreto mg/L 44 50 48 45 49 48
Fósforo mg/L 0,69 0,84 0,88 0,93 0,89 1,33
Coli. Fecais NMP/100ml - - - 9000 - 160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe - 2 2 2 2 2 2
T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003
Estação: BE-35
Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebidas
Antártica.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
54
8.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
Para a estação BE-45 (Quadro 14), o aspecto da água manteve-se sempre turvo,
com materiais flutuantes ausente no mês de abril e presente para os demais meses, óleos
e graxas sempre ausentes, vegetação intensa no mês de fevereiro, ausente no mês de
abril e esparsa para os demais meses, condições de tempo sempre ensolarado, poluição
por esgoto presente em todas as coletas, resíduo sólido sempre presente, ausente apenas
para o mês de abril, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 29°C,
pH com valores acima de 6 e menor que 9, estando dentro do padrão estabelecido,
oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio apresentam-se totalmente fora
de classe, seguido de fósforo e coliformes fecais, os demais parâmetros não denunciam
inconformidades no estabelecido, estando dentro dos padrões de classe previsto em
resoluções CONAMA para a época.
Quadro 14 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2003.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
09:30
Abr.
03/04
11:55
Jun.
06/06
11:45
Ago.
14/08
12:05
Out.
02/10
11:35
Dez.
02/12
11:55
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P A P P P P
Óleos e Graxas - A A A A A A
Vegetação - VI VA VE VE VE VE
Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS
Poluição por Esgoto - P P P P P P
Resíduo Sólido - P A P P P P
Temperatura ºC 27 29 28 26 28 29
pH - 6,3 6,3 6,6 6,6 7,1 6,7
O.D. mg/L 0,6 1,0 0,6 0,7 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 9,3 16,5 12,6 11,6 16,6 15,2
Cond. Elét. µS/cm 498 440 417 422 415 432
Cloreto mg/L 57 55 54 51 55 55
Fósforo mg/L 0,57 1,05 0,66 0,56 1,13 1,04
Coli. Fecais NMP/100ml - - - 9000 - 160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe - 2 2 2 2 2 2
T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, VA=Ausente, ENS=Ensolarado
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
55
8.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
De acordo com o quadro 15, o aspecto da água apresentou-se turvo ao longo de
todo o ano, com materiais flutuantes presente nos meses de fevereiro, junho e agosto,
outubro e dezembro, e ausente no mês de abril, óleos e graxas presente apenas na
estação BE-11 no ano de 2003, predominância da vegetação esparsa (agosto, outubro e
dezembro), vegetação ausente nos meses de abril e junho e intensa no mês de fevereiro,
condições do tempo sempre ensolarado, poluição por esgoto sempre presente, foi
observado a ausência de resíduo solido apenas para o mês de abril, a temperatura da
água apresentou mínima de 26°C, e máxima de 30°C, pH apresentou valores dentro do
padrão, a demanda de oxigênio dissolvido apresentou valores totalmente fora de classe,
e limite excedido da demanda bioquímica de oxigênio em todas as coletas, as cargas de
fósforo e coliformes fecais também apresentaram valores fora do padrão, demais
parâmetros seguem o estabelecido, estando dentro dos padrões de classe previsto.
Quadro 15 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2003.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
09:15
Abr.
03/04
13:00
Jun.
06/06
12:35
Ago.
14/08
12:40
Out.
02/10
12:30
Dez.
02/12
12:45
Aspecto da água - T T T T T T
Materiais Flutuantes - P A P P P P
Óleos e Graxas - P A A A A A
Vegetação - VI VA VA VE VE VE
Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS
Poluição por Esgoto - P P P P P P
Resíduo Sólido - P A P P P P
Temperatura ºC 26 30 28 26 29 29
pH - 6,4 6,5 6,6 6,9 7,2 6,8
O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 18,0 19,3 14,5 18,8 13,1 24,5
Cond. Elét. µS/cm 993 552 447 420 455 502
Cloreto mg/L 180 73 53 50 60 62
Fósforo mg/L 1,55 1,62 1,30 0,91 1,20 1,67
Coli. Fecais NMP/100ml - - - 7000 - 160000
Salinidade 0/00 0,5 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe - 2 2 2 2 2 2
T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
56
8.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2003, as estações foram monitoradas de forma bimestral para o
conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para
coliformes fecais. Os resultados obtidos e enquadrados no estabelecido para verificar a
qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permite concluir que para os
parâmetros do conjunto base, os valores fora de padrão comprometem a qualidade das
águas dos recursos hídricos constituintes e aponta o lançamento de esgotos domésticos e
industriais, como as principais fontes de contaminação, comprovado pelos níveis de
coliformes fecais em todas as estações.
A partir dos dados das estações monitoradas para a qualidade da água na bacia
hidrográfica do rio Beberibe, pode-se concluir que a qualidade da água nos trechos
monitorados indicam que os recursos hídricos constituintes da bacia encontra-se
comprometido na extensão monitorada, conclusão esta respaldada nos baixos índices de
oxigênio dissolvido, chegando a 0,00 mg/L em vários pontos de estações distintas e este
valor se repetindo ao longo do ano, ainda dos altos valores da demanda bioquímica de
oxigênio, uma vez que para águas doces de classe 2, ensaios recomendados pelo
CONAMA, estabelece em 5 dias a 20°C – até 5mg/L de O2.
O limite de coliformes fecais para águas de classe 2, não deve ser excedido em
1000 NMP/100ml, valores apresentados para cada estação ultrapassa o limite permitido
e condena a qualidade da água, evidenciando a captação de esgoto de origem tanto
doméstica quanto industrial pelos corpos hídricos que constituem a bacia hidrográfica
do rio Beberibe no ano de 2003.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
57
9. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2004)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2004: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), condutividade elétrica (C.E. µS/cm), cloreto (mg/L), turbidez (UNT), cor
(Pt/Co), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe,
saturação de oxigênio dissolvido (%), classe de qualidade e pluviometria. Os dados
foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na
estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida
Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12
meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura,
pH, O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes
fecais. É perceptível que os parâmetros monitoradas na estação sofreram modificações a
medida que as resoluções do CONANA foram revogadas no todo, ou em partes, as
mudanças sofridas no pretendido, visa atender o que solicita as resoluções vigentes para
qualidade da água.
Para o ano de 2004 não foi diferente, o monitoramento das estações passaram a
contar com novos parâmetros: turbidez, cor e saturação de oxigênio dissolvido. A
turbidez trata da transparência de uma amostra de água quanto a presença de material
em suspenção, tidas como partículas coloidais em contato com a água, a presença de
turbidez pode estar associada com a presença de microorganismos, como o fitoplâncton
(Esteves, 1998; Ramírez, 1996). O controle da cor está associado a questões estéticas,
são aplicadas técnicas de remoção e inativação de constituintes refratários aos processos
convencionais de tratamento (CONAMA 357, 2005), a saturação de oxigênio dissolvido
corresponde a porcentagem existente do gás oxigênio (O2) na água de acordo com o
máximo possível, que por sua vez é determinado pela temperatura e pela pressão
(Fiocuri e Benedetti Filho, 2005).
A seguir estão reunidos em quadros os resultados dos parâmetros para cada
estação, valores fora de padrão estão plotados em vermelho. Padrão corresponde ao
valor limite adotado como requisito normativo de um parâmetro de qualidade
(CONAMA 357, 2005).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
58
9.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA)
MP= Muito Poluído. P= Poluído.
Como observado no quadro 16, a temperatura apresentou mínima de 25°C e
máxima de 28°C, pH com valores oscilando de 5,6 a 6,9, estando fora do padrão nos
meses de junho, agosto e outubro, oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima
de 0,0 mg/L (anoxia), e máxima de 7,6 mg/L, valores fora de classe nos meses de
fevereiro, abril, outubro e dezembro, a demanda bioquímica de oxigênio apresentou
valores fora de classe nos meses de fevereiro, abril e outubro, com concentração mínima
de 2,0 mg/L, e máxima de 14,0 mg/L, os parâmetros (condutividade elétrica, cloreto,
turbidez e cor), na sequência, encontram-se com valores aceitáveis, as cargas de fósforo
e coliformes fecais apresentaram valores excedendo o limite em resolução, os
parâmetros (salinidade, classe, saturação de oxigênio dissolvido), tem sua importância
assistida, no entanto não demonstram valores que influencie na qualidade da água na
estação monitorada. Para classe de qualidade, foi constatado como muito poluído a
poluído.
Quadro 16 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2004.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
13:20
Abr.
02/04
09:00
Jun.
02/06
10:00
Ago.
04/08
10:30
Out.
08/10
10:00
Dez.
01/12
09:40
Temperatura °C 25 28 25 26 26 26
pH - 6,1 6,9 5,9 5,6 5,8 6,1
O.D. mg/L 0,8 0,0 7,1 7,6 4,4 2,3
D.B.O. mg/L 6,6 14,0 2,0 2,0 5,9 3,1
Cond. Elétrica µS/cm 202 308 63 - - -
Cloreto mg/L 26 40 13 - - -
Turbidez UNT - - - 18 15 10
Cor Pt/Co - - - 50 100 40
Fósforo mg/L 0,62 1,96 - - - 0,24
Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 200 - 160000
Salinidade 0/00 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1
Classe - 2 2 2 2 2 2
Saturação de O.D. % 10 0 86 94 54 28
Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP P
Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004
Estação: BE-11
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
59
9.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
MP= Muito Poluído.
Para a estação BE-30 (Quadro 17), a temperatura apresentou mínima de 25°C e
máxima de 29°C, pH com valores oscilando de 6,0 a 6,7, estando dentro do padrão
estabelecido ao longo do ano, oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima de
0,0 mg/L, e máxima de 0,9 mg/L, valores fora de classe em todos os meses, seguido da
demanda bioquímica de oxigênio, que também apresentou valores fora de classe em
todas as coletas, com concentração mínima de 13,2 mg/L, e máxima de 26,1 mg/L, os
parâmetros (condutividade elétrica, cloreto e turbidez), na sequência, encontram-se com
valores aceitáveis, a cor para águas doces de classe 2, tem limite estabelecido em até 75
mg Pt/L, na estação BE-30 apresenta valores fora do limite nos meses de agosto (100
mg Pt/L) e outubro (200 mg Pt/L), as cargas de fósforo e coliformes fecais apresentaram
valores excedendo o limite em resolução, os parâmetros (salinidade, classe, saturação de
oxigênio dissolvido), tem sua importância assistida no monitoramento, no entanto não
demonstram valores que influencie na qualidade da água na estação monitorada. Para
classe de qualidade, foi constatado como muito poluída.
Quadro 17 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2004.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
13:35
Abr.
02/04
08:25
Jun.
02/06
09:30
Ago.
04/08
10:00
Out.
08/10
10:20
Dez.
01/12
09:20
Temperatura °C 25 28 27 28 29 28
pH - 6,6 6,7 6,7 6,5 6,0 6,3
O.D. mg/L 0,3 0,0 0,0 0,9 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 13,2 22,1 14,9 15,5 26,1 14,0
Cond. Elétrica µS/cm 308 413 390 - - -
Cloreto mg/L 36 56 53 - - -
Turbidez UNT - - - 30 25 20
Cor Pt/Co - - - 100 200 70
Fósforo mg/L 1,93 1,57 - - - 1,78
Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 160000 - 160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe - 2 2 2 2 2 2
Saturação de O.D. % 4 0 0 11 0 0
Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP MP
Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte da estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
60
9.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA)
MP= Muito Poluído.
Na estação BE-35 (Quadro 18), a temperatura apresentou mínima de 26°C e máxima de
29°C, pH com valores oscilando de 5,9 a 6,8, estando fora do padrão apenas o valor
aferido em outubro (5,9), oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima de 0,0
mg/L, e máxima de 1,4 mg/L, valores fora de classe em todos os meses, seguido da
demanda bioquímica de oxigênio, que também apresentou valores fora de classe, à
exceção do mês de dezembro (3,5 mg/L), mínimo apresentado, e máximo de 12,0 mg/L,
os parâmetros (condutividade elétrica, cloreto e turbidez), na sequência, encontram-se
com valores aceitáveis, a cor apresentou valores fora do estabelecido nos meses de
agosto e outubro (100 mg Pt/L respectivamente), as cargas de fósforo e coliformes
fecais apresentaram valores excedendo o limite em resolução quando realizadas, os
parâmetros (salinidade, classe, saturação de oxigênio dissolvido), tem sua importância
assistida no monitoramento, no entanto não demonstram valores que influencie na
qualidade da água na estação monitorada. Para classe de qualidade, foi constatado como
muito poluída.
Quadro 18 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2004.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
13:50
Abr.
02/04
09:15
Jun.
02/06
10:25
Ago.
04/08
11:00
Out.
08/10
09:40
Dez.
01/12
10:00
Temperatura °C 26 29 28 28 27 28
pH - 6,4 6,8 6,8 6,5 5,9 6,2
O.D. mg/L 0,3 0,0 0,4 1,4 0,6 0,0
D.B.O. mg/L 9,4 12,0 5,6 10,6 10,7 3,5
Cond. Elétrica µS/cm 304 371 293 - - -
Cloreto mg/L 35 49 38 - - -
Turbidez UNT - - - 45 15 10
Cor Pt/Co - - - 100 100 50
Fósforo mg/L 0,64 1,22 - - - 0,79
Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 90000 - 160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,1 0,1 0,1 0,1
Classe - 2 2 2 2 2 2
Saturação de O.D. % 4 0 5 18 8 0
Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP MP
Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004
Estação: BE-35
Local: Rio Beberibe, na ponte Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebidas Antártica.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
61
9.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
MP= Muito Poluído.
Na estação BE-45 (Quadro 19), não houve dados para o mês de dezembro, o
monitoramento seguiu para os meses de fevereiro, abril, junho, agosto e outubro, a
temperatura apresentou mínima de 26°C e máxima de 28°C, pH com valores oscilando
de 6,2 a 6,9, todos enquadrados em classe, oxigênio dissolvido apresentou concentração
mínima de 0,0 mg/L, e máxima de 1,3 mg/L, valores fora de classe em todos os meses,
seguido da demanda bioquímica de oxigênio, que também apresentou valores fora de
classe em todas as coletas, apresentando mínimo de 8,5 mg/L e máximo de 15,2 mg/L,
os parâmetros (condutividade elétrica e cloreto), na sequência, encontram-se com
valores aceitáveis, a turbidez apresentou valor excedido, 150 UNT para o mês de
agosto, seguido da cor também fora do estabelecido nos meses de agosto (500 mg Pt/L)
e outubro (100 mg Pt/L), as cargas de fósforo e coliformes fecais apresentaram valores
excedendo o limite nos meses monitorados, os parâmetros (salinidade, classe, saturação
de oxigênio dissolvido e pluviometria), tem sua importância assistida no
monitoramento, no entanto não demonstram valores que influencie na qualidade da água
na estação monitorada. Muito poluída a classe de qualidade
Quadro 19 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2004.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
14:00
Abr.
02/04
09:25
Jun.
02/06
11:15
Ago.
04/08
11:45
Out.
08/10
09:25
Dez.
-
-
Temperatura °C 26 28 28 28 28 -
pH - 6,5 6,9 6,9 6,7 6,2 -
O.D. mg/L 0,0 0,0 0,4 1,3 0,0 -
D.B.O. mg/L 15,2 12,0 8,5 10,8 8,6 -
Cond. Elétrica µS/cm 333 416 436 - - -
Cloreto mg/L 44 56 53 - - -
Turbidez UNT - - - 150 10 -
Cor Pt/Co - - - 500 100 -
Fósforo mg/L 1,62 1,02 - - - -
Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 160000 - -
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 -
Classe - 2 2 2 2 2 -
Saturação de O.D. % 0 0 5 17 0 -
Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP -
Pluviometria mm 270 227 642 170 23 2
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
62
9.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
MP= Muito Poluído.
Como observado no quadro 20, a temperatura apresentou mínima de 24°C e
máxima de 29°C, pH com valores oscilando de 6,2 a 7,0, estando dentro do padrão
durante todas as coletas, oxigênio dissolvido apresentou concentração mínima de 0,0
mg/L, e máxima de 0,3 mg/L, valores totalmente fora de classe, a demanda bioquímica
de oxigênio apresentou concentração mínima de 9,0 mg/L, e máxima de 13,5 mg/L,
excedendo o limite de até 5 mg/L, os parâmetros (condutividade elétrica, cloreto e
turbidez), na sequência, encontram-se com valores aceitáveis, a cor ultrapassa o limite
de 75 mg Pt/L, sendo 80 mg Pt/L em agosto e 100 mg Pt/L em outubro, as cargas de
fósforo e coliformes fecais apresentaram valores excedendo o limite em resolução para
todas as coletas realizadas com êxito, os parâmetros (salinidade, classe, saturação de
oxigênio dissolvido), tem sua importância assistida, no entanto não demonstram valores
que influencie na qualidade da água na estação monitorada. Para classe de qualidade, foi
constatado como muito poluída.
Quadro 20 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2004.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
05/02
14:15
Abr.
02/04
09:35
Jun.
02/06
11:55
Ago.
04/08
12:30
Out.
08/10
09:50
Dez.
01/12
10:30
Temperatura °C 24 28 28 29 27 29
pH - 6,4 7,0 6,9 6,6 6,2 6,4
O.D. mg/L 0,3 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 9,0 12,9 11,9 12,8 13,5 13,0
Cond. Elétrica µS/cm 473 381 479 - - -
Cloreto mg/L 55 54 54 - - -
Turbidez UNT - - - 30 15 15
Cor Pt/Co - - - 80 100 50
Fósforo mg/L 0,82 1,29 - - - 1,60
Coliformes Fecais NMP/100mL - 160000 - 160000 - 160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe - 2 2 2 2 2 2
Saturação de O.D. % 4 0 0 0 0 0
Classe de Qualidade - MP MP MP MP MP MP
Pluviometria mm 217 355 525 123 34 10
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2004
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
63
9.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2004, foram monitorados nas estações os parâmetros tidos como
conjunto básico em resolução CONAMA 20/86, conforme relatório da Agência
Estadual de Meio Ambiente, para a época já estava disponível a resolução CONAMA nº
274, de 29 de novembro de 2000, publicada no Diário Oficial da União, nº 18, de 25 de
janeiro de 2001, seção 1, páginas 70-71, acontece que a resolução CONAMA 274/2000,
revoga apenas os artigos 26 a 34 da resolução CONAMA 20/86, estando esta última
ainda vigente para o ano das coletas supracitadas, ainda no relatório anual do
monitoramento, dados de classe (CONAMA 20/86), índices e indicadores de qualidade
(saturação de oxigênio dissolvido e classe de qualidade), além de dados pluviométricos
em Recife.
As coletas aconteceram de forma bimestral para o conjunto básico e
quadrimestral para coliformes fecais, executados nos meses nos meses de fevereiro,
abril, junho, agosto, outubro e dezembro para todas as estações. A partir dos dados
obtidos em relatório do CPRH para qualidade da água na bacia hidrográfica do rio
Beberibe, pode-se concluir que nas estações monitoradas há parâmetros fora do padrão
em níveis tidos como preocupantes, a citar os valores de oxigênio dissolvido que
chegaram a 0,00 mg/L em diversos pontos das 5 estações, valores comprometedores
também observados para a demanda bioquímica de oxigênio, expressos em até 15,2
mg/L para o mês de fevereiro.
Há ainda, altos índices de fósforo e coliformes fecais, esses parâmetros estão
associados a captação de efluentes (esgoto doméstico e industrial), e afirma a existência
do lançamento de esgoto ao longo do curso dos constituintes hídricos da bacia
hidrográfica do rio Beberibe. Os resultados em NMP/100ml para coliformes fecais em
laboratório do CPRH, expressam valores máximos obtidos pelo método, equivalente a
160000 NMP/100ml em todas as estações e mais de 90% das coletas.
Em 2004, as águas constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe
apresentaram padrões fora de classe, ainda, contaminações por esgoto doméstico e
industrial.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
64
10. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2005)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2005: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), turbidez (UNT), amônia (mg/L), nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), fósforo (mg/L),
sólidos totais (mg/L), fotobactéria (FDf), Daphnia (FD), clorofila a (µg/L) coliformes
termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de oxigênio
dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental (IQA), índice de estado trófico
(IET), ecotoxicidade e pluviometria.
Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,
Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte
na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e
BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de
fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.
No ano de 2005, o monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe sofre
novas modificações em relação ao ano anterior, visando atender o estabelecido em nova
resolução, a CONAMA 357/05. Passa a contemplar duas estações na zona homogênea
habitacional rarefeita (BE-01 e BE-09), e três estações na zona homogênea habitacional
densa (BE-30, BE-45 e BE-50).
A seguir estão descritos os dados de qualidade da água dos corpos constituintes
da bacia hidrográfica do rio Beberibe para cada estação, os valores dos parâmetros,
meses e datas das coletas com os respectivos horários estão plotados em quadros para
cada estação de monitoramento, e valores fora de classe para a resolução CONAMA
vigente expresso em vermelho e discutido.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
65
10.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)
Os parâmetros fora de classe para estação BE-01, foram: pH, oxigênio
dissolvido, fósforo e coliformes fecais (Quadro 21), valores fora do padrão foram
observados em um, ou no máximo três coletas, estando para as demais dentro do
estabelecido em resolução, à exceção do pH que apresentou valores inferiores a 6,0 em
todas as coletas ao longo do ano, como trata de uma estação situada em uma nascente, a
tendência à acidez pode estar correlacionada ao aporte de águas subterrâneas, que
tendem a ter pH entre 5,5 e 8,5.
Quadro 21 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2005.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
15/02
10:15
Abr.
28/04
10:20
Jun.
01/06
10:45
Ago.
04/08
09:45
Out.
06/10
10:50
Dez.
13/12
11:00
Temperatura °C 27 27 24 24 27 27
pH - 5,6 4,9 5,7 5,4 4,4 4,5
O.D. mg/L 3,6 6,9 5,2 5,0 6,3 3,3
D.B.O. mg/L <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0
Turbidez UNT 5,5 6,0 100,0 8,0 3,0 15,0
Amônia mg/L 0,13 ND 0,16 ND ND 0,13
Nitrito mg/L ND ND ND ND ND ND
Nitrato mg/L 0,71 0,24 0,59 1,01 1,00 0,89
Fósforo mg/L 0,02 0,03 0,06 0,01 ND 0,25
Sólidos totais mg/L 46 54 160 52 76 59
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FDd 1 1 1 1 1 1
Clorofila a µg/L - - - 1,4 6,2 2,7
Colif. Termotolerante NMP/100ml 400 11000 1300 1400 400 200
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 45 87 62 59 79 41
Qualidade - NC P MC MC NC P
IQA - BO(59) BO(53) BO(53) BO(59) BO(60) AC(48)
IET - OL(40) ME(46) EU(56) OL(32) OL(39) OL(42)
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Pluviometria - 42 113 599 219 17 20
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. NC= Não comprometida, PC=
Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P= Poluída e MP= Muito poluída, OT= Ótimo,
BO= Boa, AC= Aceitável, RU= Ruim e PE= Péssima, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico, EU= Eutrófico e
HI= Hipereutrófico, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP –
LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005
Estação: BE-01
Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,
Camaragibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
66
10.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)
Na estação BE-09 (Quadro 22), os resultados dos parâmetros para qualidade da
água apontam para um diagnóstico de não comprometida, moderadamente
comprometida e muito comprometida em diferentes épocas ao longo do ano, junto a
oscilação do índice de qualidade, percebe-se também que alguns parâmetros do
conjunto base apresentaram para algumas coletas, valores fora do padrão,
principalmente coliformes termotolerantes com cargas ultrapassando o limite máximo
conforme resolução CONAMA 357/05, que são de 1000 NMP/100ml.
Quadro 22 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2005.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
15/02
09:15
Abr.
28/04
09:25
Jun.
01/06
09:55
Ago.
04/08
11:00
Out.
06/10
10:00
Dez.
13/12
10:00
Temperatura °C 26 25 24 24 25 25
pH - 5,9 4,8 5,4 6,0 4,6 4,6
O.D. mg/L 6,8 5,8 5,2 6,4 7,2 6,0
D.B.O. mg/L <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 <2,0
Turbidez UNT 4,5 5,5 200 9 3 5
Amônia mg/L 0,73 0,51 0,20 0,46 0,27 0,39
Fósforo mg/L 0,02 0,01 0,12 ND ND 0,07
Sólidos totais mg/L 44 54 250 60 36 46
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FDd 1 1 1 1 2 1
Colif. Termotolerante NMP/100ml <200 1400 22000 ≥160000 1400 <200
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 84 70 62 76 87 73
Qualidade - NC MC P P MC PC
IQA - BO(73) BO(58) AC(39) AC(51) BO(59) BO(61)
Ecotoxicidade - NT NT NT NT T NT
Pluviometria - 91 100 602 271 26 60
NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=
Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005
Estação: BE-09
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
67
10.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
Dos parâmetros analisados na estação BE-30 (Quadro 23), os resultados dos
parâmetros fora de classe apresentam-se intensificados, permite interpretar maior
impacto ambiental, principalmente na qualidade da água, que segue de poluída à muito
poluída, além de oxigênio dissolvido com valores equivalente a 0,00 mg/L, e demanda
bioquímica de oxigênio superior a 5 mg/L (limite máximo estabelecido em resolução
CONAMA 357/05), o fator de diluição para Daphnia em junho, apresentou valor igual a
2, descaracterizando o estabelecido para amostra bruta não tóxica, comprovado pelo
teste de ecotoxicidade para o mesmo mês, valores altos excedido para coliformes
termotolerantes foram constatados na estação durante todas as coletas.
Quadro 23 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2005.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
15/02
11:20
Abr.
28/04
11:20
Jun.
01/06
11:50
Ago.
04/08
11:40
Out.
06/10
11:50
Dez.
13/12
09:40
Temperatura °C 28 29 25 27 30 29
pH - 6,7 6,2 6,6 6,5 6,2 5,9
O.D. mg/L 0,0 0,7 4,5 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 32,3 9,3 10,9 24,4 25,0 23,1
Amônia mg/L 11,10 4,32 0,92 5,20 8,46 8,23
Fósforo mg/L 1,73 1,02 1,26 0,96 1,52 1,77
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FDd 1 1 2 1 1 1
Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 9 54 0 0 0
Qualidade - MP MP P MP MP MP
Ecotoxicidade - NT NT T NT NT NT
Pluviometria - 91 100 602 271 26 60
NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=
Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
68
10.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
Na estação BE-45, os dados para temperatura não constam em relatório
disponibilizado pelo CPRH. Conforme quadro 24, pode ser observados valores de
oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio fora de padrão para todas as
coletas, limites para amônia são alertantes, à exceção do valor correspondente a junho
(0,97 mg/L, valor dentro do estabelecido), fósforo também apresentou limite fora do
estabelecido em todos os meses monitorados, o fator de diluição para Daphnia,
apresentou resultados compatíveis com amostras tóxicas (abril:2 e junho: 2), resultados
comprovados pelo parâmetro de ecotoxicidade (abril: tóxico e junho: tóxico),
observados valores muito alto para coliformes termotolerantes, ultrapassando 160 vezes
o limite estabelecido em resolução vigente.
Quadro 24 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2005.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
15/02
11:40
Abr.
28/04
11:35
Jun.
01/06
12:05
Ago.
04/08
12:00
Out.
06/10
12:05
Dez.
13/12
09:20
Temperatura °C - - - - - -
pH - 6,7 6,3 6,5 6,7 6,4 6,2
O.D. mg/L 0,0 1,2 4,3 0,7 0,6 0,0
D.B.O. mg/L 24,9 13,2 7,2 10,0 16,7 11,9
Amônia mg/L 10,90 6,78 0,97 12,90 6,96 7,32
Fósforo mg/L 1,68 0,66 1,22 0,52 0,68 1,29
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FDd 1 2 2 1 1 1
Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 35000 90000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,1 0,2 0,2 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 16 52 9 8 0
Qualidade - MP MP P MP MP MP
Ecotoxicidade - NT T T NT NT NT
Pluviometria - 91 100 602 271 26 60
NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=
Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
69
10.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
Conforme quadro 25, pode-se observar que a maioria dos parâmetros que
integram o conjunto básico, encontra-se fora do estabelecido em resolução, valores
críticos para oxigênio dissolvido, apresentando mínimo de 0,00 mg/L à 3,1 mg/L,
seguido de altas concentrações para a demanda bioquímica de oxigênio, mínimo de 4,8
mg/L para o mês de abril (único valor dentro do padrão), e máximo de 17,6 mg/L,
amônia e fósforo apresentam limites acima do estabelecido e contribuem com a perda
da qualidade como pode ser observado (poluído a muito poluído), limite para coliformes
termotolerantes excedido em todas as coletas, indicando forte indicio de contaminação
por efluentes domésticos e industriais, ainda, efluentes mistos de fontes alóctones.
Quadro 25 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2005.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
15/02
11:55
Abr.
28/04
11:50
Jun.
01/06
12:25
Ago.
04/08
12:15
Out.
06/10
12:20
Dez.
13/12
09:05
Temperatura °C 29 29 25 27 29 28
pH - 6,7 6,4 6,4 6,8 6,5 6,3
O.D. mg/L 0,0 0,0 3,1 0,0 <0,5 0,0
D.B.O. mg/L 16,9 4,8 6,7 10,9 17,6 14,9
Amônia mg/L 15,90 5,26 4,52 8,26 12,40 11,00
Fósforo mg/L 1,60 0,82 0,70 0,79 0,96 1,51
Fotobactéria FDf 1 2 1 1 1 1
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,1 0,1 0,2 0,2 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 38 0 6 0
Qualidade - MP MP P MP MP MP
Ecotoxicidade - NT T NT NT NT NT
Pluviometria - 80 124 1080 281 47 109
NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=
Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2005
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
70
10.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2005, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia
hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita
(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa
(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).
Vale salientar que na estação BE-01, encontra-se a nascente de um dos
constituintes do rio Beberibe (rio Araçá), inserido em área de preservação ambiental
(APA-Beberibe), ainda, que a estação está dentro de um condomínio de luxo na região
de Aldeia, na cidade de Camaragibe, os altos índices de coliformes termotolerantes
indicam indicio da perda da qualidade da água, este parâmetro pode estar associado à
presença de fezes humanas e de animais, podem, também, ser encontradas em solos,
plantas ou quaisquer efluentes contendo matéria orgânica (CONAMA 457, 2005).
As altas concentrações para os parâmetros do conjunto base e coliformes
termotolerantes, inclinam para a perda da qualidade da água, tanto na zona homogênea
habitacional densa, quanto para a zona homogênea habitacional rarefeita, naquela há
registros que comprometem a qualidade da água, devido a presença excedida dos limites
para coliformes termotolerantes e pH < 6,0, este explicado por se tratar de águas
subterrâneas. Já para a zona habitacional homogênea densa, há a presença de efluentes
mistos (industriais e domésticos), com valores críticos para os parâmetros: oxigênio
dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo, amônia e coliformes
termotolerantes.
A bacia hidrográfica do rio Beberibe e seus corpos d’águas constituintes
apresentam parâmetros com valores fora do estabelecido em resolução vigente, com
perda da qualidade e ações de impactos ambientas ao longo do trecho monitorado.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
71
11. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2006)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2006: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), nitrito (mg/L),
nitrato (mg/L), fósforo (mg/L), sólidos totais (mg/L), fotobactéria (FDf), Daphnia
(FDd), clorofila a (µg/L) coliformes termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00),
classe, saturação de oxigênio dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental
(IQA), índice de estado trófico (IET), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.
Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,
Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte
na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e
BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de
fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.
É observado na estação BE-01, o monitoramento de todos os parâmetros acima
citados, fato talvez explicado por se tratar de um ponto (estação), inserida na nascente
do rio Beberibe, corpo d’água: rio Araçá. Para as demais estações não estão inclusos:
nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), clorofila a (µg/L), além do índice de estado trófico.
A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada
estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os
valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,
seguido de texto auxiliar para leitura dos dados.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
72
11.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)
A estação BE-01 traz resultados satisfatórios para o conjunto básico de
parâmetros inseridos no monitoramento, apesar de apresentar em algumas coletas
resultados fora de classe, nada representativo tendo em vista os demais resultados e
valores correspondentes, logo a qualidade das águas na estação de acordo com os
parâmetros e índices encontram-se dentro do estabelecido (Quadro 26).
Quadro 26 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2006.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
01/02
09:55
Abr.
05/04
10:20
Jun.
15/06
10:00
Ago.
02/08
09:40
Out.
03/10
09:20
Dez.
05/12
10:20
Temperatura °C 27 27 26 25 26 26
pH - 5,0 5,5 5,2 5,6 7,2 6,5
O.D. mg/L 4,4 5,4 2,7 4,9 5,3 7,9
D.B.O. mg/L <2,0 2,1 <2,0 <2,0 1,4 3,4
Turbidez UNT 6,5 5,5 55,0 30,0 5,5 8,5
Cond. Elétrica µS/cm 77,1 73,7 64,7 62,4 63,6 65,2
Amônia mg/L ND 0,12 0,18 ND ND ND
Nitrito mg/L ND ND ND ND ND ND
Nitrato mg/L 0,11 0,13 0,19 0,13 ND ND
Fósforo mg/L 0,23 0,65 0,06 0,04 0,03 0,06
Sólidos totais mg/L 59 57 124 67 45 69
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Clorofila a µg/L ND ND 3,64 ND 10,0 ND
Colif. Termotolerante NMP/100ml <200 <200 200 <200 <200 400
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 55 68 33 59 65 97
Qualidade - P P MC MC PC PC
IQA - BO(57) BO(59) AC(50) BO(63) BO(75) BO(73)
IET - OL(41) ME(49) ME(50) OL(25) ME(46) OL(30)
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Risco de Salinidade - B B B B B B
Pluviometria - 16 79 381 128 - -
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. PC= Pouco comprometida, MC=
Moderadamente comprometida, P= Poluída, BO= Boa, AC= Aceitável, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico,
NT= Não tóxico. Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP – LAMEPE. Risco de Salinização para o
Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006
Estação: BE-01
Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,
Camaragibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
73
11.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)
Dentre os parâmetros monitorados na estação BE-09 (Quadro 27), apenas o pH,
fósforo e coliformes termotolerantes apresentaram valores fora do padrão estabelecido
para duas ou mais coletas de monitoramento. Os parâmetros: oxigênio dissolvido e
Daphnia, com valores fora do padrão em apenas um momento das 06 coletas anuais. O
índice de qualidade ambiental em dado momento, oscilou de aceitável à bom, seguido
de ótimo, junto a ecotoxicidade que apresentou apenas um resultado para tóxico, pode-
se concluir que a qualidade das águas na estação enquadra-se no aceitável e que há
riscos de contaminação pouco eminente.
Quadro 27 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2006.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
01/02
08:50
Abr.
05/04
09:20
Jun.
15/06
09:00
Ago.
02/08
10:50
Out.
03/10
10:45
Dez.
05/12
11:15
Temperatura °C 25 26 26 24 25 25
pH - 4,3 4,8 5,0 4,8 6,9 5,5
O.D. mg/L 5,8 6,1 4,7 7,3 7,4 7,9
D.B.O. mg/L <2,0 <2,0 <2,0 <2,0 0,9 1,5
Turbidez UNT 3,0 3,0 20,0 3,0 3,0 2,2
Cond. Elétrica µS/cm 66,0 76,4 61,0 61,2 61,1 65,7
Amônia mg/L 0,33 0,35 0,32 0,32 0,30 0,18
Fósforo mg/L 0,49 ND 0,06 0,02 0,01 ND
Sólidos totais mg/L 51 52 61 50 52 46
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FD 1 4 1 1 1 1
Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 <200 1400 <200 <200 <200
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 70 75 58 87 90 96
Qualidade - P MC MC PC NC NC
IQA - AC(37) BO(64) BO(54) BO(66) OT(80) BO(73)
Ecotoxicidade - NT T NT NT NT NT
Risco de Salinidade - B B B B B B
Pluviometria - 31 256 460 131 6 88
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. PC= Pouco comprometida, MC=
Moderadamente comprometida, P= Poluída, OT= Ótimo, BO= Boa, AC= Aceitável, NT= Não tóxico e T=
Tóxico. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte:
ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006
Estação: BE-09
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
74
11.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
Para a estação BE-30 (Quadro 28), os parâmetros do conjunto base apresentaram
valores fora de classe em todas as coletas, oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de
oxigênio totalmente fora do padrão, seguido de amônia, fósforo e coliformes
termotolerantes, diante dos dados fora do estabelecido em resolução CONAMA vigente
para a qualidade da água, pode-se concluir que as águas na estação estão comprometidas
e desconformes e que há lançamento de esgotos, apesar do parâmetro ecotoxicidade
apontar para não tóxico, a qualidade está enquadrada em muito poluída, corroborando
com os valores desconformes nos parâmetros monitorados.
Quadro 28 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2006.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
01/02
10:50
Abr.
05/04
11:36
Jun.
15/06
11:15
Ago.
02/08
11:20
Out.
03/10
11:20
Dez.
05/12
11:45
Temperatura °C 29 29 26 28 27 30
pH - 6,3 6,2 6,5 6,5 7,6 6,6
Cond. Elétrica µS/cm 502 452 503 470 477 516
O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 <0,5 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 28,0 23,4 37,3 28,8 25,6 33,5
Amônia mg/L 11,30 7,72 6,79 9,54 9,15 9,97
Fósforo mg/L 3,29 1,93 2,13 1,43 1,38 1,60
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Colif. Termotolerante NMP/100ml ≥160000 35000 17000 21000 ≥160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 0 6 0 0
Qualidade - MP MP MP MP MP MP
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Pluviometria - 31 256 460 131 6 88
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico. Pluviometria em Olinda. Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
75
11.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
O quadro 29 traz os dados monitorados na estação BE-45, oxigênio dissolvido
apresentou mínimo de 0,0 mg/L e máximo de 2,3 mg/L, estando fora do estabelecido
em todas as coletas ao longo do ano, o mesmo ocorre com a demanda bioquímica de
oxigênio, apresentando mínimo de 7,7 mg/L e máximo de 24,8 mg/L, seguido de
amônia apresentando mínimo de 5,51 mg/L e máximo de 12,30 mg/L, fósforo
apresentou menor valor equivalente a 0,57 mg/L e maior valor igual a 1,55 mg/L,
enquadrando-se também fora do padrão, as cargas de coliformes fecais ultrapassam o
limite máximo permitido, atingindo cargas ≥ 160000, cerca de 160 vezes maior que o
estabelecido em resolução, o equivalente a 1000 NMP/100ml. Contudo, conclui-se que
a qualidade da água da estação monitorada não apresenta qualidade aceitável conforme
estabelecido em resolução vigente.
Quadro 29 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2006.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
01/02
11:25
Abr.
05/04
11:54
Jun.
15/06
11:40
Ago.
02/08
12:00
Out.
03/10
12:10
Dez.
05/12
12:20
Temperatura °C 31 30 26 28 30 30
pH - 6,3 6,4 6,6 6,6 7,8 6,8
Cond. Elétrica µS/cm 448 474 434 494 568 484
O.D. mg/L 0,0 <0,5 1,6 2,3 0,6 0,0
D.B.O. mg/L 17,7 24,8 12,8 7,7 9,0 18,9
Amônia mg/L 12,30 8,26 5,51 8,63 10,20 8,07
Fósforo mg/L 1,55 1,16 0,57 0,61 0,85 0,93
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Col. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 7 20 29 8 0
Qualidade - MP MP MP P MP MP
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Pluviometria - 31 256 460 131 6 88
P=Poluída, MP= Muito poluída, NT= Não tóxico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
76
11.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
A qualidade da água na estação BE-50 (Quadro 30), não está tão distante das
demais estações quando comparado os valores fora do padrão para o conjunto base,
oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes
termotolerantes, todos esses apresentaram valores fora de classe para todas as coletas
realizadas ao longo do ano de 2006, à exceção de coliformes termotolerantes que
apresentou carga <200 em uma única coleta (fevereiro), saturação de oxigênio
dissolvido praticamente 0 em todas as coletas, à exceção do mês de agosto, qualidade
equivalente a muito poluída, ainda assim, as águas da estação BE-50 para o efeito de
ecotoxicidade, apresentaram resultados que apontam para o não tóxico.
Quadro 30 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2006.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
01/02
11:50
Abr.
05/04
12:10
Jun.
15/06
12:30
Ago.
02/08
11:45
Out.
03/10
11:45
Dez.
05/12
12:05
Temperatura °C 30 30 27 28 29 29
pH - 6,6 6,5 6,6 6,4 7,5 6,8
Cond. Elétrica µS/cm 833 534 340 424 489 505
O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 <0,5 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 21,0 22,2 11,5 20,4 15,4 17,9
Amônia mg/L 17,20 16,10 6,70 9,29 8,40 12,80
Fósforo mg/L 3,47 1,62 0,74 1,15 1,37 1,54
Fotobactéria FDf 1 1 1 1 1 1
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Col. Termotolerantes NMP/100ml <200 50000 ≥160000 22000 160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,4 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 0 6 0 0
Qualidade - MP MP MP MP MP MP
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Pluviometria - 12 317 464 146 13 138
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico. Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2006
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
77
11.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2006, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia
hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita
(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa
(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).
Para as estações localizadas na zona homogênea habitacional rarefeita (BE-01 e
BE-09), a qualidade das águas apresentaram parâmetros com valores fora do
estabelecido em resolução vigente, com indícios apontando para poluição das águas,
comprovados na anoxia (O.D.=0,0mg/L de O2), além dos valores fora dos conformes
para demanda bioquímica de oxigênio, fósforo, amônia e coliformes termotolerantes.
Nas estações inseridas na zona homogênea habitacional densa (BE-30, BE-45 e BE-50),
a qualidade das águas apresentaram parâmetros ainda mais comprometidos quanto aos
valores fora de classe, o conjunto: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de
oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, em quase sua totalidade com limites
excedido.
Os índices e indicadores de qualidade registrados no monitoramento da bacia
hidrográfica do rio Beberibe perpassaram de bom à aceitável para qualidade, de
oligotrófico à mesotrófico para estado trófico e não tóxico para ecotoxicidade na estação
BE-01, para as demais estações (BE-09, BE-30, BE-45 e BE-50), os resultados para os
índices e indicadores de qualidade perpassaram de poluído à muito poluído, com
ecotoxicidade comprovada na estação BE-09, e não tóxico para as demais estações.
Pode-se concluir que nas águas da bacia hidrográfica do rio Beberibe, observa-se
qualidade comprometida na zona homogênea de habitação densa, devido ao aporte dos
recursos hídricos ao lançamento de esgoto de diferentes origens (efluentes domésticos,
industriais, além de mistos), apresentando valores fora do estabelecido no conjunto
básico abordado em resolução CONAMA 357/05. Ainda para a zona homogênea de
habitação rarefeita, houve indícios que inclinam para poluição das águas, comprovado
pelas altas cargas de coliformes termotolerantes, além de fósforo, o pH com tendência
ácida é explicado na estação BE-01, por se tratar de águas subterrâneas.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
78
12. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2007)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2007: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), nitrito (mg/L),
nitrato (mg/L), fósforo (mg/L), sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L)
coliformes termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de
oxigênio dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental (IQA), índice de estado
trófico (IET), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.
Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,
Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte
na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e
BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de
fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.
É observado na estação BE-01, o monitoramento de todos os parâmetros acima
citados, fato talvez explicado por se tratar de um ponto (estação), inserido na nascente
do rio Beberibe, corpo d’água: rio Araçá. Para as demais estações não estão inclusos:
nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), clorofila a (µg/L), além do índice de estado trófico.
A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada
estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os
valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,
seguido de texto auxiliar para leitura dos dados fora de padrão.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
79
12.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)
A estação BE-01 apresenta resultados satisfatórios para o conjunto básico de
parâmetros inseridos no monitoramento, apesar de apresentar em algumas coletas
resultados fora de classe, nada representativo tendo em vista os demais resultados e
valores correspondentes, à exceção dos baixos teores de oxigênio dissolvido, logo a
qualidade das águas na estação de acordo com os parâmetros e índices encontram-se
dentro do estabelecido (Quadro 31), comprovado nos índices e indicadores de qualidade
(saturação de oxigênio dissolvido, qualidade, índice de estado trófico e ecotoxicidade).
Quadro 31 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2007.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
08/02
10:00
Abr.
10/04
10:30
Jun.
14/06
10:10
Ago.
08/08
10:00
Out.
04/10
11:50
Dez.
04/12
09:20
Temperatura °C 27 24 24 24 26 26
pH - 5,7 5,5 6,4 5,9 5,5 5,6
O.D. mg/L 2,4 2,6 2,5 1,2 2,1 1,9
D.B.O. mg/L 4,0 <0,5 <0,5 0,8 0,6 0,7
Turbidez UNT 7,5 2,5 90,0 50,0 10,0 6,0
Cond. Elétrica µS/cm 71,9 77,2 74,2 74,0 74,0 78,6
Amônia mg/L 0,55 0,70 ND 0,23 ND ND
Nitrito mg/L ND ND ND ND - ND
Nitrato mg/L ND 0,09 0,19 0,16 - 0,30
Fósforo mg/L 0,06 0,02 0,06 0,02 0,08 0,02
Sólidos totais mg/L 79 52 137 88 64 52
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Clorofila a µg/L ND - 1,17 8,19 6,37 9,36
Col. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 <200 1300 1100 400 <200
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 30 31 30 14 26 23
Qualidade - P P P MC PC NC
IQA - AC(37) BO(57) AC(49) AC(44) AC(51) BO(54)
IET - OL(32) OL(24) OL(44) ME(46) EU(55) ME(46)
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Risco de Salinidade - B B B B B B
Pluviometria - 114 220 347 221 0 8
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. NC= Não comprometida, PC=
Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P= Poluída, BO= Boa, AC= Aceitável, OL=
Oligotrófico, ME= Mesotrófico, EU= Eutrófico, NT= Não tóxico. Pluviometria em São Lourenço da Mata,
fonte: ITEP – LAMEPE. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007
Estação: BE-01
Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,
Camaragibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
80
12.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)
Para a estação BE-09, os dados fora de padrão para o conjunto básico resume-se
a pH para os meses de: fevereiro, junho, agosto, outubro e dezembro, fósforo (outubro)
e coliformes termotolerantes no mês de dezembro, os demais parâmetros apresentaram
resultado dentro do estabelecido para a classe. Os índices e indicadores de qualidade,
como saturação de oxigênio dissolvido apresentou mínimo de 69% e máximo de 75%,
qualidade da água para estação oscilou de não comprometida (NC, em outubro), para
pouco comprometida (PC, nos meses de abril, junho e agosto), seguido de
moderadamente poluída (MS, em fevereiro), e poluída (P, no mês de dezembro), os
índices de estado trófico, variou de oligotrófico à mesotrófico e ultraoligotrófico, os
dados para ecotoxicidade, variou de tóxico à não tóxico como observado no quadro 32.
Quadro 32 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2007.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
08/02
09:10
Abr.
10/04
09:10
Jun.
14/06
11:05
Ago.
08/08
10:50
Out.
04/10
11:00
Dez.
04/12
10:10
Temperatura °C 25 24 25 25 26 26
pH - 5,8 7,1 5,9 5,5 5,6 5,6
O.D. mg/L 5,8 5,8 5,9 6,0 6,0 6,1
D.B.O. mg/L 0,9 <0,5 0,6 <0,5 1,1 0,7
Turbidez UNT 7,0 2,5 35,0 9,5 2,5 1,5
Cond. Elétrica µS/cm 60,0 59,3 61,9 58,7 59,2 59,9
Amônia mg/L 0,16 0,16 0,20 0,34 0,25 0,24
Fósforo mg/L ND ND 0,02 ND 0,07 ND
Sólidos totais mg/L 52 51 75 52 49 46
Daphnia FD 2 1 1 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml 800 400 900 200 <200 30000
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 70 69 71 73 74 75
Qualidade - MC PC PC PC NC P
IQA - BO(67) BO(75) BO(65) BO(70) BO(70) BO(55)
IET UO(45) UO(45) OL(50) UO(45) ME(56) UO(45)
Ecotoxicidade - T NT NT NT NT NT
Risco de Salinidade - B B B B B B
Pluviometria - 109 305 396 152 0 19
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. NC= Não comprometida, PC= Pouco
comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P= Poluída, BO= Boa, NT= Não tóxico e T= Tóxico.
UO= Ultraoligotrófico, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B=
Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007
Estação: BE-09
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
81
12.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
É perceptível a má qualidade da água na estação BE-30 conforme o quadro 33,
05 parâmetros abordados no conjunto básico da resolução CONAMA 357/05
apresentaram valores desconformes em todas as coletas, indicando impactos ambientais
por lançamento de efluente misto (doméstico e industrial), os índices e indicadores de
qualidade também apresentaram resultados insatisfatórios para a qualidade da água,
saturação de oxigênio dissolvido apresentou valor igual a 0% em 5 coletas num total de
6, a qualidade resultou em muito poluída em todos os meses, seguido hipereutrófico
para o índice de estado trófico, ainda com todo aporte de substâncias na estação, os
resultados para ecotoxicidade indicam não toxicidade para as águas da estação BE-30.
Quadro 33 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2007.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
08/02
11:00
Abr.
10/04
11:15
Jun.
14/06
11:35
Ago.
08/08
11:15
Out.
04/10
09:10
Dez.
04/12
11:30
Temperatura °C 30 26 29 26 27 31
pH - 7,0 6,1 6,7 6,9 6,7 6,8
Cond. Elétrica µS/cm 528 482 451 384 461 557
O.D. mg/L <0,5 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 30,3 19,7 17,7 65,1 24,4 17,9
Amônia mg/L 20,00 11,90 5,68 9,53 10,20 18,20
Fósforo mg/L 1,95 2,83 1,24 2,47 1,98 1,86
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 7 0 0 0 0 0
Qualidade - MP MP MP MP MP MP
IET-rio HE(73) HE(75) HE(71) HE(75) HE(73) HE(73)
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Pluviometria - 109 305 396 152 0 19
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico, HE= Hipereutrófico.
Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
82
12.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
As águas da estação BE-45, apresentam valores fora do estabelecido para
qualidade da água, conforme dados plotados no quadro 34, os parâmetros enquadrados
no conjunto básico (oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia,
fósforo e coliformes termotolerantes), todos com limites excedidos em todas as coletas
ao longo do ano de 2007, para os índices e indicadores de qualidade, as águas
apresentam-se muito poluída com o índice de estado trófico perpassando de
supereutrófico à hipereutrófico, além de resultados apontando para toxicidade.
Quadro 34 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2007.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
08/02
11:15
Abr.
10/04
11:45
Jun.
14/06
11:50
Ago.
08/08
11:30
Out.
04/10
08:45
Dez.
04/12
11:15
Temperatura °C 31 25 30 28 26 30
pH - 7,3 6,4 7,0 6,7 6,8 6,9
Cond. Elétrica µS/cm 543 244 586 453 433 505
O.D. mg/L 0,0 <0,5 <0,5 1,0 1,2 <0,5
D.B.O. mg/L 19,5 16,3 30,7 14,7 13,3 13,3
Amônia mg/L 19,10 14,90 10,30 6,72 9,50 14,30
Fósforo mg/L 1,33 1,10 0,83 0,54 0,94 0,93
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml 400 4400 160000 ≥160000 160000 160000
Salinidade 0/00 0,3 0,1 0,3 0,2 0,2 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 6 7 13 15 7
Qualidade - MP MP MP MP MP MP
IET-rio HE(71) HE(70) HE(69) SE(67) HE(70) HE(69)
Ecotoxicidade - NT NT NT T T NT
Pluviometria - 109 305 396 152 0 19
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico, SE= Supereutrófico.
Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
83
12.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
Na estação BE-50, os parâmetros aferidos no processo de monitoramento
apresentaram valores fora do estabelecido em resolução vigente, é observado anoxia
para oxigênio dissolvido, processo em que o índice de O2 equivale a 0,00mg/L, em 4
coletas num total de 6, com demanda bioquímica de oxigênio superior ao estabelecido, e
altas cargas de amônia e fósforo, o fator de diluição para Daphnia (FDD), apresentou
valores fora do estabelecido para o mês de fevereiro e junho, e limites excedidos para os
coliformes termotolerantes, com resultados ≥160000, os índices e indicadores de
qualidade perpassam de muito poluído, e hipereutrófico para o índice de estado trófico,
a não tóxico e tóxico em relação a ecotoxicidade (Quadro 35).
Quadro 35 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2007.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
08/02
11:30
Abr.
10/04
12:00
Jun.
14/06
12:05
Ago.
08/08
11:40
Out.
04/10
08:30
Dez.
04/12
11:55
Temperatura °C 29 27 29 28 27 30
pH - 7,3 6,4 6,9 6,9 6,8 7,0
Cond. Elétrica µS/cm 509 518 474 456 425 601
O.D. mg/L 0,0 0,0 <0,5 <0,5 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 29,7 22,1 10,4 13,4 13,8 13,4
Amônia mg/L 14,30 16,90 10,10 13,40 9,48 16,30
Fósforo mg/L 2,11 1,99 1,09 1,09 1,25 1,45
Daphnia FD 2 1 2 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 7 6 0 0
Qualidade - MP MP MP MP MP MP
IET-rio HE(74) HE(73) HE(70) HE(70) HE(71) HE(72)
Ecotoxicidade - T NT T NT NT NT
Pluviometria - 161 363 279 168 0 0
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico.
Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2007
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
84
12.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2007, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia
hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita
(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa
(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).
Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a
estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores
índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona
homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30, BE-45 e BE-50, estão
situadas na estação homogênea habitacional densa e apresentam padrões de qualidades
comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que contribuem com a perda da
qualidade da água.
A partir dos parâmetros monitorados, os dados de qualidade da água na bacia
hidrográfica do rio Beberibe, podem ser dividido em duas situações, os que
correspondem a zona homogênea habitacional rarefeita e os correspondente a zona
homogênea habitacional densa, sendo está com menor qualidade devido ao aporte de
efluentes domésticos e industriais, àquela com maior qualidade, por estar inserida em
uma área com menor desenvolvimento demográfico, apesar de ser observado indícios de
poluição das águas.
De forma geral, os parâmetros enquadrados no conjunto básico constituintes do
estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, em todas as estações,
apresentaram algum parâmetro fora do padrão estabelecido, ainda, que as cargas de
coliformes termotolerantes, seguido de amônia e fósforo, são fortes indícios de que há a
contaminação por efluentes mistos (comerciais e industriais), além de contaminação por
fontes alóctones.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
85
13. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2008)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2008: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), nitrito (mg/L),
nitrato (mg/L), fósforo (mg/L), sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L)
coliformes termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de
oxigênio dissolvido, qualidade, índice de qualidade ambiental (IQA), índice de estado
trófico (IET), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.
Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,
Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte
na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e
BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), de forma bimestral, contemplando os meses de
fevereiro, abril, junho, agosto, outubro e dezembro.
É observado na estação BE-01, o monitoramento de todos os parâmetros acima
citados, fato talvez explicado por se tratar de um ponto (estação), inserido na nascente
do rio Beberibe, corpo d’água: rio Araçá. Para as demais estações não estão inclusos:
nitrito (mg/L), nitrato (mg/L), clorofila a (µg/L).
A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada
estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os
valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,
seguido de texto auxiliar para leitura dos dados fora de padrão.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
86
13.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)
A estação BE-01 (Quadro 36) apresentou valores fora do estabelecido em
resolução CONAMA 357/05, para os parâmetros: pH, oxigênio dissolvido e fósforo em
todas as coletas, para coliformes fecais, valores acima do estabelecido foi observado em
apenas uma coleta, referente ao mês de abril. Os índice e indicadores de qualidade
apontam para um estado de preocupação na nascente do rio Beberibe, variando de
pouco poluído à poluído, com qualidade associada de boa a aceitável, o estado trófico
do reservatório, perpassa por oligotrófico, mesotrófico e eutrófico ao longo do ano, mas
não apresenta risco de toxicidade.
Quadro 36 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2008.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
10:45
Abr.
09/04
10:35
Jun.
11/06
10:45
Ago.
13/08
10:30
Out.
09/10
10:30
Dez.
02/12
11:15
Temperatura °C 26 26 26 - 25 27
pH - 5,8 5,8 5,3 4,7 5,1 5,2
O.D. mg/L 4,7 3,7 3,5 4,1 3,3 3,6
D.B.O. mg/L 1,6 0,9 1,5 1,6 1,3 1,1
Turbidez UNT 3,5 50,0 60,0 45,0 7,0 5,5
Cond. Elétrica µS/cm 74,8 63,8 60,2 68,5 77,2 78,0
Amônia mg/L ND ND ND ND ND -
Nitrito mg/L ND ND - - - -
Nitrato mg/L 0,26 0,36 - - - -
Fósforo mg/L 0,02 0,07 0,07 0,06 0,02 0,02
Sólidos totais mg/L 48 90 92 89 62 54
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Clorofila a µg/L - 12,5 2,34 - - 2,12
Col. Termotolerantes NMP/100ml 400 1400 800 <200 <200 200
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 58 46 43 - 40 45
Qualidade - PC P P P PC PC
IQA - BO(66) BO(53) AC(50) - BO(57) -
IET reservatório - ME(53) EU(60) ME(56) EU(59) ME(53) OL(52)
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Risco de Salinidade - B B B B B B
Pluviometria - 6 188 351 152 - -
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. PC= Pouco comprometida, P=
Poluído, BO= Boa, AC= Aceitável, OL= Oligotrófico, ME= Mesotrófico, EU= Eutrófico, NT= Não tóxico.
Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP – LAMEPE. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B=
Baixo (<750µS/cm).
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008
Estação: BE-01
Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,
Camaragibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
87
13.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)
A qualidade da água na estação BE-09, apresentam bons resultados, os valores
para o conjunto básico, junto aos índices e indicadores de qualidade encontram-se
dentro do estabelecido (Quadro 37), à exceção do pH, que apresentou valores fora do
padrão em todas as coletas, e coliformes termotolerantes, que para uma única coleta
(outubro), apresentou valores com limites excedido em resolução vigente. A estação
está situada próximo de fragmentos de mata atlântica e no curso do corpo d’água há
uma biodiversidade de macrófitas que contribuem com o ganho da qualidade da água.
Quadro 37 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2008.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
10:00
Abr.
09/04
09:45
Jun.
11/06
11:45
Ago.
13/08
09:30
Out.
09/10
11:30
Dez.
02/12
10:32
Temperatura °C 25 25 25 0 27 28
pH - 5,3 5,3 5,1 4,9 5,7 5,2
O.D. mg/L 7,2 6,0 7,1 7,0 6,7 6,4
D.B.O. mg/L 1,0 1,6 4,9 0,9 1,2 4,8
Turbidez UNT 2,0 8,5 6,5 6,5 2,5 3,5
Cond. Elétrica µS/cm 58,5 60,0 27,4 60,4 60,9 61,9
Amônia mg/L 0,22 0,32 0,31 0,32 0,24 -
Fósforo mg/L 0,01 0,03 ND 0,02 0,02 ND
Sólidos totais mg/L 52 54 50 49 49 51
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml <200 <200 700 <200 8000 <200
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 87 73 86 - 84 82
Qualidade - NC NC PC NC P PC
IQA - BO(71) BO(67) BO(62) - BO(61) -
IET rio UO(46) OL(52) UO(46) OL(49) OL(49) UO(45)
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Risco de Salinidade - B B B B B B
Pluviometria - 35 156 393 262 - -
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. NC= Não comprometida, PC= Pouco
comprometida, P= Poluída, BO= Boa, NT= Não tóxico, UO= Ultraoligotrófico, OL= Oligotrófico. Risco de
Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008
Estação: BE-09
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
88
13.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
A estação BE-30 está inserida na zona homogênea habitacional densa, devido ao
alto índice de urbanização, há a associação direta dos padrões fora de classe para alguns
parâmetros enquadrados no conjunto básico (Quadro 38), observado anoxia (0,00mg/L
de O2), em algumas coletas (fevereiro, abril e outubro), a demanda bioquímica de
oxigênio excede limite em todas as coletas, o mesmo acontece para amônia, fósforo e
coliformes termotolerantes, tal fato explicado pelo aporte de efluentes mistos
(comerciais e industriais), além de fontes alóctones, os índices e indicadores da
qualidade, também apresentam valores indesejáveis, a saturação de oxigênio dissolvido
com percentual igual a 0, seguido de péssimo estado trófico e águas muito poluída,
observado toxicidade positiva para o monitoramento do mês de outubro.
Quadro 38 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2008.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
11:45
Abr.
09/04
11:35
Jun.
11/06
12:15
Ago.
13/08
11:30
Out.
09/10
12:00
Dez.
02/12
12:40
Temperatura °C 29 27 28 - 28 29
pH - 6,5 6,6 6,4 6,1 6,1 6,4
O.D. mg/L 0,0 0,0 <0,5 0,6 0,0 0,5
D.B.O. mg/L 29,6 31,5 31,7 21,8 50,0 19,9
Cond. Elétrica µS/cm 478,0 456,0 437,0 431,0 505,0 551,0
Amônia mg/L 10,60 7,06 4,60 5,12 20,70 -
Fósforo mg/L 1,75 1,09 1,19 1,09 2,38 2,15
Daphnia FD 1 1 1 1 2 -
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 ≥160000 160000 ≥160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 6 - 0 7
IET-rio - HE(73) HE(70) HE(71) HE(70) HE(74) HE(74)
Qualidade - MP MP MP MP MP MP
Ecotoxicidade - NT NT NT NT T -
Pluviometria - 35 156 393 262 - -
NC= Não comprometida, PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, P=Poluída, MP=
Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico, HE= Hipereutófico. Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP –
LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
89
13.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
Inserida na zona homogênea habitacional densa, a estação BE-45 reflete os
impactos causados pela ocupação urbana e comercial, no aporte de efluentes mistos
(comerciais e industriais), e no transporte pelo corpo d’água de fontes alóctones, os
parâmetros fora do padrão estabelecido (Quadro 39), estão justificados pelas ações
antrópicas observados em todos os âmbitos, ainda dos índices e indicadores de
qualidade, com resultados equivalentes a 0,00 percentuais para saturação de oxigênio
dissolvido, estado trófico perpassando de supereutrófico à hipereutrófico, e águas muito
poluídas, os resultado para toxicidade apresentaram-se ausentes.
Quadro 39 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2008.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
12:00
Abr.
09/04
12:00
Jun.
11/06
12:30
Ago.
13/08
12:00
Out.
09/10
12:20
Dez.
02/12
13:00
Temperatura °C 29 28 30 - 28 30
pH - 6,7 6,8 6,7 6,3 6,7 6,5
O.D. mg/L 0,0 <0,5 0,7 1,4 <0,5 0,6
D.B.O. mg/L 25,3 12,0 16,9 9,7 15,4 12,3
Cond. Elétrica µS/cm 553,0 539,0 519,0 452,0 473,0 572,0
Amônia mg/L 34,20 8,76 6,65 5,33 7,15 -
Fósforo mg/L 1,44 0,74 0,73 0,51 0,91 0,78
Daphnia FD 1 1 1 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml 160000 160000 50000 ≥160000 50000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,3 0,3 0,3 0,2 0,2 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 6 9 - 6 8
IET rio - HE(72) HE(68) HE(68) SE(66) HE(69) HE(69)
Qualidade MP MP MP MP MP MP
Ecotoxicidade - NT NT NT NT NT NT
Pluviometria - 35 156 393 262 - -
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico, SE= Sepereutrófico. Pluviometria em
Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
90
13.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
A estação BE-50 possui parâmetros com valores fora do estabelecido em
resolução CONAMA vigente para qualidade da água, o conjunto básico observado fora
do padrão inclui oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo
e coliformes termotolerantes, os índices e indicadores de qualidade também apresentam
resultados indesejáveis, saturação de oxigênio dissolvido, com valores equivalentes a
0,00 percentuais, além do estado hipereutrófico do corpo d’água, resultando em águas
muito poluídas (Quadro 40).
Quadro 40 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2008.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
12:30
Abr.
09/04
12:15
Jun.
11/06
12:45
Ago.
13/08
12:30
Out.
09/10
13:00
Dez.
02/12
13:40
Temperatura °C 29 28 28 - 27 31
pH - 6,6 6,8 6,6 6,3 6,6 6,4
O.D. mg/L 0,0 0,0 0,0 <0,5 0,0 <0,5
D.B.O. mg/L 29,0 16,7 26,8 13,5 17,3 21,2
Cond. Elétrica µS/cm 522,0 528,0 474,0 426,0 498,0 494,0
Amônia mg/L 18,20 12,30 7,31 8,53 23,50 -
Fósforo mg/L 1,94 1,42 1,11 0,98 1,60 1,69
Daphnia FD 1 1 1 1 2 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 35000 22000 ≥160000 160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,3 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 2 2 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 0 - 0 7
IET rio - HE(73) HE(72) HE(70) HE(70) HE(72) HE(73)
Qualidade - MP MP MP MP MP MP
Ecotoxicidade - NT NT NT NT T NT
Pluviometria - 57 193 403 223 - -
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico. Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP –
LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2008
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
91
13.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2008, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia
hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita
(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa
(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).
Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a
estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores
índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona
homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30, BE-45 e BE-50, estão
situadas na estação homogênea habitacional densa e apresentam padrões de qualidades
comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que contribuem com a perda da
qualidade da água.
A partir dos parâmetros monitorados, os dados de qualidade da água na bacia
hidrográfica do rio Beberibe, podem ser dividido em duas situações, os que
correspondem a zona homogênea habitacional rarefeita e os correspondente a zona
homogênea habitacional densa, sendo está com menor qualidade devido ao aporte de
efluentes domésticos e industriais, àquela com maior qualidade, por estar inserida em
uma área com menor desenvolvimento demográfico, apesar de ser observado indícios de
poluição das águas.
De forma geral, os parâmetros enquadrados no conjunto básico constituintes do
estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, em todas as estações,
apresentaram algum parâmetro fora do padrão estabelecido, ainda, que as cargas de
coliformes termotolerantes, seguido de amônia e fósforo, são fortes indícios de que há a
contaminação por efluentes mistos (comerciais e industriais), além de contaminação por
fontes alóctones.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
92
14. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2009)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2009: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), fósforo (mg/L),
sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L) coliformes termotolerantes
(NMP/100ml), salinidade (0/00), classe, saturação de oxigênio dissolvido, qualidade,
índice de estado trófico (IET), índice de qualidade ambiental (IQA), ecotoxicidade,
risco de salinidade e pluviometria.
Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,
Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte
na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e
BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), nos meses de fevereiro, junho, agosto e dezembro
de 2009, no relatório do CPRH para o mesmo ano, não há registros de dados para os
meses de abril e outubro, respectivamente.
A seguir estão plotados em quadros os resultados para cada parâmetro, em cada
estação ao longo dos meses em que foram executadas as coletas de monitoramento. Os
valores fora de classe para as resoluções vigentes estão destacados em vermelho,
seguido de texto auxiliar para leitura dos dados fora de padrão.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
93
14.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)
A estação BE-01 (Quadro 41) apresentou valores fora do estabelecido em
resolução CONAMA 357/05, para os parâmetros: pH, oxigênio dissolvido, fósforo e
coliformes termotolerantes, valores desconformes do estabelecido são observados. Os
índices e indicadores de qualidade apontam para um estado de não comprometida a
moderadamente comprometida, associado ao estado trófico que apresenta um
diagnóstico que vai desde mesotrófico à ultraoligotrófico, justificando boa qualidade da
água à não toxicidade, os parâmetros inclinam para indícios de poluição, o aporte de
águas subterrâneas justificam pH levemente ácido e valores baixo de oxigênio
dissolvido.
Quadro 41 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2009.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
14:00
-
-
-
Jun.
11/06
10:50
Ago.
19/08
10:30
-
-
-
Dez.
03/12
10:30
Temperatura °C 28 - 25 26 - 25
pH - 5,5 - 5,5 4,9 - 5,4
O.D. mg/L 4,5 - 6,4 4,5 - 4,8
D.B.O. mg/L 0,8 - 3,8 1,3 - 3,3
Turbidez UNT 15 - 50 10 - 5,0
Cond. Elétrica µS/cm 74,3 - 72,3 78,5 - 79,8
Amônia mg/L - - ND 0,87 - ND
Fósforo mg/L 0,05 - 0,08 0,01 - 0,06
Sólidos totais mg/L 54,2 - 83,0 55,2 - 62,0
Daphnia FD 1 - 1 1 - 1
Clorofila a µg/L ND - 3,42 0,76 - 3,30
Col. Termotolerantes NMP/100ml 1700 - 200 <200 - <200
Salinidade 0/00 <0,1 - <0,1 <0,1 - <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2
O.D. Saturação % 57 - 77 55 - 58
Qualidade - MC - MC NC - MC
IET reservatório - UO(35) - ME(57) UO(47) - ME(56)
IQA - - - BO(63) BO(60) - BO(63)
Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT
Risco de Salinidade - B - B B - B
Pluviometria - 229 234 179 178 4 26
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. NC= Não comprometida, MC=
Moderadamente comprometida, BO= Boa, UO= Ultraoligotrófico, ME= Mesotrófico, NT= Não tóxico. Risco
de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte:
ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009
Estação: BE-01
Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,
Camaragibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
94
14.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)
A qualidade da água na estação BE-09, apresentaram excelente resultados para o
ano de 2009, os valores para o conjunto básico, junto aos índices e indicadores de
qualidade da água, encontram-se dentro do estabelecido, quase que em sua totalidade
(Quadro 42), à exceção do pH, que apresentou valores fora do padrão, e coliformes
termotolerantes, que para uma única coleta (fevereiro), apresentou valores com limites
excedido em resolução vigente. A estação está situada próximo de fragmentos de mata
atlântica e no curso do corpo d’água há uma biodiversidade de macrófitas que
contribuem com o ganho da qualidade da água.
Quadro 42 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2009.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
10:10
-
-
-
Jun.
11/06
09:45
Ago.
19/08
11:35
-
-
-
Dez.
03/12
09:10
Temperatura °C 25 - 25 24 - 24
pH - 5,6 - 5,8 5,4 - 6,0
O.D. mg/L 6,4 - 3,5 6,9 - 7,2
D.B.O. mg/L 1,1 - 2,8 0,7 - 1,3
Turbidez UNT 40 - 25 10 - 4,0
Cond. Elétrica µS/cm 64,6 - 61,3 59,6 - 62,4
Amônia mg/L - - 0,24 0,34 - 0,34
Fósforo mg/L 0,09 - 0,02 0,02 - 0,03
Sólidos totais mg/L 83,2 - 51,6 53,8 - 51,4
Daphnia FDD 1 - 1 1 - 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml 2300 - <200 400 - <200
Salinidade 0/00 <0,1 - <0,1 <0,1 - <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2
O.D. Saturação % 77 - 42 82 - 86
Qualidade - MC - PC PC - NC
IET - ME(57) - OL(49) OL(49) - OL(52)
IQA - - BO(59) BO(68) - BO(75)
Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT
Risco de Salinidade - B - B B - B
Pluviometria - 246 - 190 194 - 33
PC= Pouco comprometida, MC= Moderadamente comprometida, BO= Boa, NT= Não tóxico, OL=
Oligotrófico, ME= Mesotrófico. Risco de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).
Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009
Estação: BE-09
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
95
14.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
Para a estação BE-30 (Quadro 43), os parâmetros do conjunto básico (oxigênio
dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes
termotolerantes), apresentaram valores fora de classe em todas as coletas, estando
desconforme no estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, pode-se
concluir que as águas na estação estão comprometidas e que há lançamento de esgotos,
apesar do parâmetro ecotoxicidade apontar para não tóxico, a qualidade está enquadrada
em poluída à muito poluída, corroborando com os altos níveis dos parâmetros
monitorados e com o índice de estado trófico, verificado como hipereutrófico para a
estação.
Quadro 43 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2009.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
11:00
-
-
-
Jun.
11/06
11:45
Ago.
19/08
12:11
-
-
-
Dez.
03/12
12:50
Temperatura °C 27 - 28 29 - 29
pH - 6,9 - 6,7 6,5 - 6,6
O.D. mg/L 2,1 - <0,5 <0,5 - 0,0
D.B.O. mg/L 22,4 - 24,1 21,9 - 20,5
Cond. Elétrica µS/cm 222 - 460 496 - 505
Amônia mg/L - - 4,90 9,18 - 4,57
Fósforo mg/L 2,44 - 0,75 1,33 - 1,44
Daphnia FD 1 - 1 1 - 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 - ≥160000 ≥160000 - ≥160000
Salinidade 0/00 0,1 - 0,2 0,2 - 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2
O.D. Saturação % 26 - 6 7 - 0
Qualidade - P - MP MP - MP
IET - HE(74) - HE(68) HE(71) - HE(72)
Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT
Risco de salinidade - B - B B - B
Pluviometria - 246 281 190 194 2 33
P=Poluída, MP= Muito poluída, HE= Hipereutrófico, NT= Não tóxico. Risco de Salinização para o Solo
irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
96
14.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
A estação BE-45 (Quadro 44) apresentou valores fora do estabelecido em
resolução CONAMA 357/05, para os parâmetros: oxigênio dissolvido, demanda
bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes termotolerantes, valores
desconformes são observados em todas as coletas ao longo do ano de 2009, os índices e
indicadores de qualidade apontam para um estado trófico, variando de supereutrófico à
hipereutrófico, associado a cargas poluidoras e outrora muito poluidoras, houve risco de
ecotoxicidade verificada no mês de agosto, situação associada a possibilidade de aporte
de substâncias químicas.
Quadro 44 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2009.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
10:50
-
-
-
Jun.
11/06
12:05
Ago.
19/08
12:30
-
-
-
Dez.
03/12
13:10
Temperatura °C 25 - 28 29 - 27
pH - 6,8 - 7,0 6,7 - 6,7
O.D. mg/L 3,2 - 1,5 1,3 - 0,9
D.B.O. mg/L 21,6 - 16,6 8,7 - 25,5
Cond. Elétrica µS/cm 314 - 588 573 - 573
Amônia mg/L - - 7,48 9,69 - 5,40
Fósforo mg/L 2,03 - 0,51 0,54 - 1,06
Daphnia FD 1 - 1 8 - 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 - 28000 ≥160000 - ≥160000
Salinidade 0/00 0,1 - 0,3 0,3 - 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2
O.D. Saturação % 39 - 19 17 - 11
Qualidade - P - MP MP - MP
IET - HE(73) - SE(66) SE(67) - HE(70)
Ecotoxicidade - NT - NT T - NT
Risco de salinidade - B - B B - B
Pluviometria - 246 - 190 194 2 33
P= Poluído, MP= Muito poluída, HE= Hipereutrófico, SE= Supereutrófico, NT= Não tóxico, T= Tóxico, Risco
de Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
97
14.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
Na estação BE-50, os parâmetros fora do padrão estabelecido em resolução
vigente (CONOMA, 357/05), foram: oxigênio dissolvido, perpassando de 0,00 (anoxia),
à 2,1 mg/L, seguido da demanda bioquímica de oxigênio, com valores perpassando de
10,9 à 2,0 mg/L, em seguida temos amônia, fósforo e coliformes termotolerantes, com
valões que excedem limite padrão, tal situação é justificada no aporte de efluentes e
cargas poluidoras de origem domestica e comercial, os índices e indicadores de
qualidade justificam os parâmetros fora de classe, com fortes indícios de poluição,
seguido de estado trófico avançado (hipereutrófico), ainda assim, não houve risco para
ecotoxicidade nas amostras coletadas.
Quadro 45 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2009.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
12/02
11:30
-
-
-
Jun.
11/06
12:30
Ago.
19/08
12:47
-
-
-
Dez.
03/12
13:30
Temperatura °C 28 - 28 28 - 30
pH - 6,9 - 6,9 6,6 - 6,6
O.D. mg/L 2,1 - <0,5 <0,5 - 0,0
D.B.O. mg/L 11,7 - 24,0 10,9 - 15,8
Cond. Elétrica µS/cm 273 - 388 434 - 384
Amônia mg/L - - 4,79 10,2 - 9,36
Fósforo mg/L 1,66 - 0,80 0,82 - 1,28
Daphnia FD 1 - 1 1 - 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 - ≥160000 ≥160000 - ≥160000
Salinidade 0/00 0,1 - 0,2 0,2 - 0,2
Classe 357/05 CONAMA 2 - 2 2 - 2
O.D. Saturação % 27 - 6 6 - 0
Qualidade - P - MP MP - MP
IET - HE(72) - HE(69) HE(69) - HE(71)
Ecotoxicidade - NT - NT NT - NT
Risco de salinidade - B - B B - B
Pluviometria - 246 281 190 194 2 33
P= Poluído, MP= Muito poluída, HE= Hipereutrófico, NT= Não tóxico. Risco de Salinização para o Solo
irrigado: B= Baixo (<750µS/cm).Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2009
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
98
14.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2009, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia
hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita
(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa
(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).
Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a
estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores
índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona
homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30, BE-45 e BE-50, estão
situadas na estação homogênea habitacional densa e apresentam padrões de qualidades
comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que contribuem com a perda da
qualidade da água.
A partir dos parâmetros monitorados, os dados de qualidade da água na bacia
hidrográfica do rio Beberibe, podem ser dividido em duas situações, os que
correspondem a zona homogênea habitacional rarefeita e os correspondente a zona
homogênea habitacional densa, sendo está com menor qualidade devido ao aporte de
efluentes domésticos e industriais, àquela com maior qualidade, por estar inserida em
uma área com menor desenvolvimento demográfico, apesar de ser observado indícios de
poluição das águas.
De forma geral, os parâmetros enquadrados no conjunto básico constituintes do
estabelecido em resolução vigente para qualidade da água, em todas as estações,
apresentaram algum parâmetro fora do padrão estabelecido, ainda, que as cargas de
coliformes termotolerantes, seguido de amônia e fósforo, são fortes indícios de que há a
contaminação por efluentes mistos (comerciais e industriais), além de contaminação por
fontes alóctones.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
99
15. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2010)
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2010: temperatura
(°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O.
mg/L), turbidez (UNT), condutividade elétrica (µS/cm), amônia (mg/L), fósforo total
(mg/L), sólidos totais (mg/L), Daphnia (FDd), clorofila a (µg/L) coliformes
termotolerantes (NMP/100ml), salinidade (µps), classe, saturação de oxigênio
dissolvido, qualidade, índice de estado trófico (IET), índice de qualidade ambiental
(IQA), ecotoxicidade, risco de salinidade e pluviometria.
Os dados foram obtidos nas estações BE-01 (Açude no clube Sete Casuarinas,
Aldeia, Camaragibe), BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba), BE-30 (Ponte
na estrada do Cumbe, Linha do Tiro), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e
BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), nos meses de fevereiro, abril, agosto, outubro e
dezembro de 2009, no relatório do CPRH para o mesmo ano, não há registros de dados
coletados para junho.
As estações estão divididas em duas zonas habitacionais, logo as estações BE-01
e BE-09 estão inseridas na zona homogênea habitacional rarefeita, com ausência de
impactos diretos por estarem inseridas em área de preservação ambiental, as demais
estações: BE-30, BE-45 e BE-50 estão situadas na zona homogênea habitacional densa,
na região metropolitana da cidade do Recife, área com forte urbanização e grandes
centros comerciais, acarretando em impactos diretos nos corpos d’águas constituintes.
Os resultados para cada estação estão plotados em quadros, com valores fora de
classe destacados em vermelho, seguido de texto auxiliar para melhor compreender os
parâmetros em desconformidade.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
100
15.1 ESTAÇÃO BE-01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)
Na estação BE-01 para o ano de 2010, poucos parâmetros apresentaram valores
fora do estabelecido (pH, oxigênio dissolvido e coliformes termotolerantes), para os
dois primeiros, tal situação é justificável por ser a estação BE-01, a nascente do rio
Beberibe, tendo aporte de águas subterrâneas, para coliformes termotolerantes, a causa
pode estar associada a mais de um fator, incluindo, aporte indireto de efluente
doméstico, ainda, de fontes alóctones, uma vez que a nascente do rio Beberibe está
localizada dentro de uma área privada residencial.
Quadro 46 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-01, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2010.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
18/02
10:35
Abril
22/04
10:30
-
-
-
Ago.
25/08
10:20
Out.
27/10
10:10
Dez.
16/12
10:40
Temperatura °C 27 27 - 25 27 26
pH - 5,8 5,1 - 6,7 6,0 6,2
O.D. mg/L 4,1 2,7 - 5,1 6,1 2,5
D.B.O. mg/L 0,6 0,9 - 1,3 9,8 1,7
Turbidez UNT 7,0 25 - 15 10 15
Cond. Elétrica µS/cm 74,8 74,9 - 79,0 64,0 75,1
Amônia mg/L ND 0,19 - ND ND ND
Fósforo Total mg/L 0,05 0,05 - 0,02 0,02 0,02
Sólidos totais mg/L 55,0 67,6 - 54,6 58,0 82,2
Daphnia FD 1 1 - 1 1 2
Clorofila a µg/L 1,31 1,37 - 2,73 17,3 8,19
Col. Termotolerantes NMP/100ml 400 1100 - 13000 200 <200
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 - <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2
O.D. Saturação % 51 34 - 62 77 31
Qualidade - MC MC - P MC P
IET reservatório - ME(53) ME(53) - ME(52) ME(57) ME(55)
IQA - BO(73) AC(49) - BO(58) BO(72) BO(58)
Ecotoxicidade - NT NT - NT NT T
Risco de Salinidade - B B - B B B
Pluviometria - 38 149 - 133 17 52
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12 e Nitrito: 0,05. MC= Moderadamente
comprometida, P= Poluída, BO= Boa, AC= Aceitável, ME= Mesotrófico, NT= Não tóxico, T= Tóxico. Risco de
Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em São Lourenço da Mata, fonte: ITEP
– LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010
Estação: BE-01
Local: Rio Araçá, na nascente do rio Beberibe, no açude no clube Sete Casuarina, em Aldeia,
Camaragibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
101
15.2 ESTAÇÃO BE-09 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)
No ano de 2010, foram observados poucos parâmetros com valores fora de
classe na estação BE-09, apontando para excelentes indicadores no estabelecido em
resolução vigente, apenas o pH, demanda bioquímica de oxigênio e coliformes
termotolerantes, apresentaram de um a dois e/ou três valores fora do padrão em algumas
das coletas realizadas, os demais parâmetros encontram-se dentro do estabelecido, a
partir dos dados pode-se concluir que as águas da estação BE-09 manteve-se boa de
forma homogênea ao longo do ano.
Quadro 47 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-09, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2010.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
18/02
09:40
Abril
22/04
09:35
-
-
-
Ago.
25/08
09:15
Out.
27/10
11:20
Dez.
16/12
09:35
Temperatura °C 26 25 - 24 26 25
pH - 5,4 5,6 - 6,1 5,8 6,2
O.D. mg/L 6,5 6,4 - 7,7 6,5 5,1
D.B.O. mg/L <0,5 <0,5 - 2,6 5,6 1,0
Turbidez UNT 4,5 8,0 - 10 5,0 5,0
Cond. Elétrica µS/cm 63,6 62,2 - 63,8 64,0 65,7
Amônia mg/L 0,27 1,40 - 0,40 0,31 0,47
Fósforo Total mg/L ND 0,03 - ND ND ND
Sólidos totais mg/L 53,4 52,2 - 59,2 56,4 58,8
Daphnia FDD 1 1 - 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml 200 <200 - 30000 200 1300
Salinidade 0/00 <0,1 <0,1 - <0,1 <0,1 <0,1
Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2
O.D. Saturação % 80 77 - 91 80 62
Qualidade - NC NC - P MC MC
IET - UO(45) OL(52) - UO(46) UO(45) UO(46)
IQA BO(71) BO(70) - BO(57) BO(73) BO(66)
Ecotoxicidade - NT NT - NT NT NT
Risco de Salinidade - B B - B B B
Pluviometria - 21 203 - 150 63 0
ND= Não detectável; Limite de detecção (mg/L): Amônia 0,12. NC= Não comprometida, MC= Moderadamente
comprometida, P= Poluída, BO= Boa, NT= Não tóxico, UO= Ultraoligotrófico, OL= Oligotrófico. Risco de
Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010
Estação: BE-09
Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Guabiraba, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
102
15.3 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
Para a estação BE-30, observado anoxia (0,00mg/L de O2), para oxigênio
dissolvido, seguido de valores altos quando correlacionados a demanda bioquímica de
oxigênio para corpos d’água de classe 2, amônia, fósforo e coliformes termotolerantes
também apresentaram valores fora de classe, situação talvez explicada pelo aporte de
efluentes mistos (doméstico e industrial), nos índices e indicadores de qualidade
observa-se variação entre muito poluído e hipereutrófico, ecotoxicidade constatada no
mês de outubro.
Quadro 48 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2010.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
18/02
14:10
Abril
22/04
13:40
-
-
-
Ago.
25/08
11:20
Out.
27/10
13:35
Dez.
16/12
11:55
Temperatura °C 30 32 - 28 29 30
pH - 6,4 6,3 - 6,8 6,8 6,7
O.D. mg/L 0,0 0,0 - 0,0 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 32,9 30,5 - 16,0 29,0 15,0
Cond. Elétrica µS/cm 315 496 - 480 528 526
Amônia mg/L 6,43 1,80 - 8,30 14,1 11,0
Fósforo Total mg/L 1,47 1,67 - 1,16 1,39 1,15
Daphnia FD 1 1 - 1 2 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 - ≥160000 ≥160000 43000
Salinidade 0/00 0,2 0,2 - 0,2 0,3 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 - 10 0 0
Qualidade - MP MP - MP MP MP
IET - HE(72) HE(72) - HE(71) HE(72) HE(70)
Ecotoxicidade - NT NT - NT T NT
Risco de salinidade - B B - B B B
Pluviometria - 34 228 493 131 73 147
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico e T= Tóxico, HE= Hipereutrófico. Risco de Salinização para o Solo
irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010
Estação: BE-30
Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro, Recife.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
103
15.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
Na estação BE-45 (Quadro 49), alguns parâmetros enquadrados no conjunto
básico (oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e
coliformes termotolerantes), apresentaram valores fora do estabelecido praticamente em
todas as coletas, à exceção da demanda bioquímica de oxigênio com valor dentro do
estabelecido no mês de dezembro, situação explicada pelo aporte de efluentes diretos,
associado a fonte alóctone de contaminação, nos índices e indicadores de qualidade,
observa-se águas muito poluídas, e estado hipereutrófico, não foi observado efeito
tóxico em nenhuma coleta.
Quadro 49 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2010.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
18/02
13:50
Abril
22/04
14:00
-
-
-
Ago.
25/08
11:50
Out.
27/10
13:15
Dez.
16/12
12:18
Temperatura °C 30 32 - 29 29 31
pH - 6,5 6,5 - 7,0 6,8 6,9
O.D. mg/L 0,0 0,6 - 1,1 0,6 0,7
D.B.O. mg/L 22,7 14,8 - 11,8 8,3 4,9
Cond. Elétrica µS/cm 544 573 - 561 512 558
Amônia mg/L 8,72 9,00 - 10,4 9,08 11,0
Fósforo Total mg/L 1,16 0,89 - 0,75 0,67 0,52
Daphnia FD 1 1 - 1 1 1
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 - ≥160000 ≥160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,3 0,3 - 0,3 0,2 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2
O.D. Saturação % 0 8 - 14 8 9
Qualidade - MP MP - MP MP MP
IET - HE(71) HE(69) - HE(68) HE(68) SE(66)
Ecotoxicidade - NT NT - NT NT NT
Risco de salinidade - B B - B B B
Pluviometria - 34 228 493 131 73 147
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico, SE= Supereutrófico. Risco de
Salinização para o Solo irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Olinda, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010
Estação: BE-45
Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy, Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
104
15.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
Na estação BE-50, os valores correspondentes a oxigênio dissolvido apresentou
mínimo de 0,00 mg/L e valor máximo <0,5 mg/L de O2, caracterizando anoxia, quando
o oxigênio equivale 0,00mg/L, seguido da demanda bioquímica de oxigênio, com
valores excedendo o limite estabelecido em sua totalidade, apresentando mínimo de
17,8mg/L e máximo de 29,5mg/L, em seguida é observado valores fora do padrão para
amônia e fósforo em todas as coletas, tal situação é explicada pelo aporte de efluentes
mistos, os valores excedido para coliformes termotolerantes estão associados ao aporte
de esgoto, com procedência indefinida, podendo ser doméstico e/ou sanitário, nos
índices e indicadores de qualidade observa-se variação entre muito poluído e
hipereutrófico, observa-se ecotoxicidade no mês de dezembro.
Quadro 50 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio
Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados
extraídos e adaptados de CPRH, 2010.
Parâmetro
Unid.
Meses das coletas
Fev.
18/02
14:50
Abril
22/04
14:20
-
-
-
Ago.
25/08
12:05
Out.
27/10
14:00
Dez.
16/12
12:30
Temperatura °C 29 32 - 28 29 29
pH - 6,4 6,6 - 6,9 6,9 7,0
O.D. mg/L 0,0 0,0 - <0,5 0,0 0,0
D.B.O. mg/L 29,3 29,5 - 21,9 25,9 17,8
Cond. Elétrica µS/cm 494 544 - 301 520 544
Amônia mg/L 8,85 12,6 - 11,9 13,5 15,6
Fósforo Total mg/L 1,73 1,91 - 1,10 1,19 1,27
Daphnia FD 1 1 - 1 1 4
Coli. Termotolerantes NMP/100ml ≥160000 ≥160000 - ≥160000 ≥160000 ≥160000
Salinidade 0/00 0,2 0,3 - 0,1 0,3 0,3
Classe 357/05 CONAMA 2 2 - 2 2 2
O.D. Saturação % 0 0 - 6 0 0
Qualidade - MP MP - MP MP MP
IET - HE(73) HE(73) - HE(70) HE(71) HE(71)
Ecotoxicidade - NT NT - NT NT T
Risco de salinidade - B B - B B B
Pluviometria - 1 240 469 160 40 67
MP= Muito poluída, NT= Não tóxico, T= Tóxico, HE= Hipereutrófico. Risco de Salinização para o Solo
irrigado: B= Baixo (<750µS/cm). Pluviometria em Recife, Fonte: ITEP – LAMEPE.
Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2010
Estação: BE-50
Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
105
15.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para o ano de 2010, foram monitoradas 5 estações ao longo da bacia
hidrográfica do rio Beberibe, sendo 2 na zona homogênea habitacional rarefeita
(Camaragibe (BE-01) e Recife (BE-09)), e 3 na zona homogênea habitacional densa
(Recife (BE-30), Olinda (BE-45) e na divida das cidades de Recife/Olinda (BE-50).
Tendo em vista os municípios envolvidos quanto a localização das 5 estações, a
estação BE-01 (Camaragibe) e estação BE-09 (Recife), são as que apresentam maiores
índices e indicadores de qualidade, fato explicado por estarem inseridas na zona
homogênea habitacional rarefeita, as demais estações BE-30 (Recife), BE-45 (Recife) e
BE-50 (Recife/Olinda), estão situadas na estação homogênea habitacional densa e
apresentam padrões de qualidades comprometidos pelos lançamentos de efluentes, que
contribuem com a perda da qualidade da água.
A qualidade da água variou de aceitável a boa nas estações BE-01 e BE-09, os
dados para o conjunto básico apresentaram valores dentro do estabelecido, sem indícios
diretos de fontes de contaminação, sendo consideradas as duas estações com menores
impactos observados, comprovados pelos baixos índices e indicadores de qualidade,
apresentado resultados satisfatório no que rege a resolução CONAMA 357/05.
As demais estações, BE-30, BE-45 e BE-50, apresentaram resultados
insatisfatórios para o conjunto básico em resolução vigente para qualidade da água,
observa-se valores excedendo limites estabelecidos, comprometendo o padrão para a
classe dos corpos hídricos, o aporte de efluentes e as fontes diretas e indiretas de
contaminações, acarretam na perda da qualidade e na intensificação dos impactos.
Diante do exposto, a bacia hidrográfica do rio Beberibe apresenta maior
percentual voltado para o comprometimento da qualidade da água na zona homogênea
habitacional densa, devido ao aporte de esgoto de origem doméstica e por efluentes
mistos, correlacionados ao alto índice de urbanização e centros comerciais, o contrário é
observado na zona homogênea habitacional rarefeita, em que as águas apresentam maior
qualidade, apesar dos baixos índices de poluição das águas, há pequenos indícios de
possíveis contaminações.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
106
Checklist
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
107
16. ÍNDICE DE QUALIDADE AMBIENTAL
Conforme os critérios estabelecidos por Rohde (1988), o índice de Qualidade
Ambiental, obtido com base na equação (IQA=(Pt-Pi)/Pt), consiste em uma ferramenta
de identificação de impactos ambientais que agrega valores quanto a interferência e o
grau correlacionado, sendo igual a 0, quando há inexistência da interferência,
correspondente a 1, quando há presença irrelevante ou pouca interferência, valor
equivalente a 2, quando o impacto é perceptível ou de média presença, e valor igual a 3,
quando os impactos são agudos, ou de presença maciça.
Os índices obtidos após a equação, variam entre 0 e 1 (ou 0 e 100%); sendo 0 =
máxima degradação; equivalente a 1 = excelente qualidade ambiental; e valores > 0 < 1
apresentam variações que vão desde melhores condições ambientais até níveis críticos
de qualidade ambiental (Serafim-Filho, 2011; Marcelino et al, 2000; Rohde, 1988).
O quadro abaixo, extraído de Marcelino et al, (2000), faz referência aos valores
atribuídos no índice de qualidade ambiental e sua correspondência ao analisar os dados
finais.
Interpretando a equação (IQA=(Pt-Pi)/Pt), temos IQA: Índice de Qualidade
Ambiental, Pt: somatório dos pesos de todos os elementos do checklist em cada
margem, Pi: somatório real dos pesos dos elementos verificados através do checklist, há
a possibilidade de agregar ao checklist critérios de condições não associada a peso,
Quadro 51 – Intervalo quantitativo e relação com a situação do impacto.
Intervalo Indicador correspondente
0 Inexistência de atributos a ser estudado ou nenhuma interação;
0,1-1,0
O sistema tem poucas alterações antrópicas, sem prejuízos das qualidades
ambientais tais como beleza cênica, produtividade ecológica, valor correspondente
à pouca presença de impactos, que pode ser sanado com pouco esforço;
1,1-2,0
Média presença do fator impactante, visivelmente perceptível a ponto de alterar as
características naturais do ambiente aquático; o sistema está em seu vigor,
contudo, há possibilidade futura de comprometimento, em sua cadeia trófica, e
manutenção de sua flora e fauna; no entanto, já necessita de alguma correção;
2,1-3,0
Presença maciça do fator impactante, pode colocar o sistema em risco e necessita
de ações corretivas; o ambiente está em estado crítico e com perda total das
características naturais. Valor escalar correspondente à grande presença de
alterações.
Adaptação de: Ceotma(1984); Rohde (1988); Queiróz(1993); e Pires (1993).
Fonte: Marcelino et al, (2000)
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
108
como por exemplo, aspecto da água, condições de tempo, entre outros, para esses
critérios de condições não são atribuídos valores, apenas o registo associado a uma letra
e/ou sigla representativa, como por exemplo, ENS para a condição do tempo:
ensolarado, L quando a água encontra-se límpida, entre outros.
O checklist é uma ferramenta que vem se tornando bastante útil nos processos de
estudos de impactos ambientais, muito difundida nos processos que identificam e
controlam a erosão costeira (Goda,1995; Cambers, 1998). Permite organizar as
informações coletadas em campo, facilitando a compreensão da área estudada,
características físicas e possíveis desencadeadores de impactos diretos e indiretos.
No presente trabalho, foi elaborado e aplicado um checklist nas estações de
monitoramento do CPRH, para identificação dos possíveis impactos ambientais
associados a ações antrópicas e urbanização, abrangendo lançamento de efluentes,
resíduos sólidos e interferência na qualidade da água.
A seguir estão os dados obtidos por meio do checklist aplicado para cada estação
de monitoramento do CPRH, BE-01, BE-09, BE-30, BE-45 e BE-50. Os resultados
adquiridos com imagens associadas estão discutidos para cada estação.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
109
16.1 CHECKLIST 01 (AÇUDE NO CLUBE SETE CASUARINAS, ALDEIA)
Checklist nº 01
Atividade: Estudo de Impacto Ambiental
Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe
Localização: Estação BE-01
Data: 29.10.2012 Horário: 14:00
Profissional: Serafim-Filho.
1. Condições do tempo ENS ENS -
2. Percepção de impactos na beleza cênica 0 0 0
3. Assoreamento 0 0 0
4. Vegetação 0 0 0
5. Erosão 0 0 0
6. Aspecto da água 0 0 0
7. Materiais flutuantes 0 0 0
8. Óleos e graxas 0 0 0
9. Cornubação com área de mangue A A A
10. Ocupação de áreas de mangue A A A
11. Impactos sobre o manguezal A A A
12. Lixo no manguezal A A A
13. Lixo doméstico 0 0 0
14. Lixo hospitalar 0 0 0
15. Lixo de empresas 0 0 0
16. Lixo de indústrias 0 0 0
17. Lixo comercial 0 0 0
18. Deposição de lixo urbano 0 0 0
19. Material de plástico 1 1 2
20. Despejo de esgotos domésticos 0 0 0
21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0
22. Especulação imobiliária 0 0 0
23. Construção urbana 0 0 0
24. Entulho da construção civil 0 0 0
25. Favelas 0 0 0
26. Atividades comerciais 0 0 0
27. Atividades de aquicultura 1 1 2
28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0
29. Atividade pecuária 0 0 0
30. Concentração humana 0 0 0
31. Consumo de produtos 1 1 2
32. Uso para fins turísticos 0 0 0
33. Espaço para lazer 1 1 2
TOTAL DE PONTOS 4 4 8
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Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
110
16.1.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 01 (ESTAÇÃO BE-01)
Os pesos atribuídos nos elementos elencados para o estudo de impacto ambiental
através do checklist elaborado para este estudo revelou situações sem ônus para o
recurso hídrico, estação BE-01 (Figura 05), associado ao Índice de Qualidade
Ambiental/IQA, através da equação proposta por Rohde (1998), temos:
Margem direita
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-4)/99 = 0,959595959
O resultado para a margem direita, com valor > 0 < 1, apresenta uma variação
que vai desde melhores condições ambientais até níveis mais críticos de qualidade
ambiental na respectiva margem, no entanto, como o valor correspondido está muito
próximo de 1 pode-se considerar que a margem direita da estação BE-01 apresenta
excelente status de preservação, comprovando o descrito no relatório do CPRH, uma
vez que impactos associados a ação antrópica tem relação direta com a qualidade da
água, quando nas proximidades do recurso hídrico há atividades de potencial impactos
ou dano ambiental.
Margem esquerda
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-4)/99 = 0,959595959
O resultado para a margem esquerda apresentou valor idêntico quando
comparado com a margem direita do recurso hídrico, observa-se uma uniformidade no
reservatório, dessa forma pode-se considerar que ambas as margens possuem um bom
estado de conservação.
Dos valores atribuídos no checklist (ver checklist 01), os pesos destacados em
amarelo estão indicando presença irrelevante ou pouca interferência, de acordo com os
critérios estabelecidos por Rohde (1988). Ações de conscientização a fim de evitar
crescente interferência nível 1, são recomendadas.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
111
Figura 5. (imagens de a – h). Estação BE-01, localizada no açude do Clube Sete
Casuarinas, Camaragibe – PE. (Fonte: Serafim-Filho).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
112
16.2 CHECKLIST 02 (CAPTAÇÃO DA COMPESA, EM GUABIRABA)
Checklist nº 02
Atividade: Estudo de Impacto Ambiental
Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe
Localização: Estação BE-09
Data: 28.10.2012 Horário: 10:15
Profissional: Serafim-Filho.
1. Condições do tempo ENS ENS -
2. Percepção de impactos na beleza cênica 1 1 2
3. Assoreamento 0 0 0
4. Vegetação 0 0 0
5. Erosão 1 1 2
6. Aspecto da água 0 0 0
7. Materiais flutuantes 0 0 0
8. Óleos e graxas 0 0 0
9. Cornubação com área de mangue A A A
10. Ocupação de áreas de mangue A A A
11. Impactos sobre o manguezal A A A
12. Lixo no manguezal A A A
13. Lixo doméstico 1 1 2
14. Lixo hospitalar 0 0 0
15. Lixo de empresas 0 0 0
16. Lixo de indústrias 0 0 0
17. Lixo comercial 0 0 0
18. Deposição de lixo urbano 0 0 0
19. Material de plástico 1 1 2
20. Despejo de esgotos domésticos 1 1 2
21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0
22. Especulação imobiliária 0 0 0
23. Construção urbana 1 1 2
24. Entulho da construção civil 0 0 0
25. Favelas 0 0 0
26. Atividades comerciais 0 0 0
27. Atividades de aquicultura 0 0 0
28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0
29. Atividade pecuária 1 1 2
30. Concentração humana 1 1 2
31. Consumo de produtos 0 0 0
32. Uso para fins turísticos 1 1 2
33. Espaço para lazer 1 1 2
TOTAL DE PONTOS 10 10 20
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Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
113
16.2.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 02 (ESTAÇÃO BE-09)
Para a estação BE-09, os resultados obtidos através do checklist tendo por base
os critérios de Rohde (1988), e equação atribuída, há pouca interferência para alguns
dos elementos elencados e ausência para a maior parte deles, apresentando assim
melhores condições na qualidade ambiental, demonstrado a seguir:
Margem direita
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-10)/99 = 0,898989899
O resultado para a margem direita admite concluir que a qualidade ambiental
para a estação BE-09, está pertinente com os dados para a qualidade da água constados
nos relatórios do CPRH, ainda com as características associadas a qualidade da água
com a zona homogênea habitacional rarefeita, uma vez que há fragmentos de mata
atlântica e indícios de matas ciliares ao longo do trecho do rio até chegar no ponto de
captação (Figura 6), fatores que contribuem com a qualidade ambiental.
Margem esquerda
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-10)/99 = 0,898989899
O resultado para margem esquerda apresentou valores idênticos com a margem
direita do recurso hídrico, em áreas com perturbações irrelevantes, e/ou pouca
interferências, a qualidade ambiental torna-se homogênea a nível local, facilitando
inclusive, no diagnóstico através do procedimento em perícia ambiental.
Logo, pode-se concluir que a estação BE-09, avaliada com base no índice de
qualidade ambiental para a margem direita e esquerda do recurso hídrico, apresentou
valores equivalentes a 0,898989899 (IQA), respectivamente, correspondendo a boas
condições ambientais, apesar de constatado algumas interferências, nada que influêncie
de forma direta no recurso hídrico, ainda assim, é necessário práticas de educação
ambiental e de conscientização a fim de evitar o aumento dos elementos com
interferência nível 1 (ver checklist 02).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
114
Figura 6. (imagens de a – g). Estação BE-09, localizada na captação da COMPESA em
Guabiraba, Recife – PE. (Fonte: Serafim-Filho).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
115
16.3 CHECKLIST 03 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE)
Checklist nº 03
Atividade: Estudo de Impacto Ambiental
Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe
Localização: Estação BE-30
Data: 28.10.2012 Horário: 11:35
Profissional: Serafim-Filho.
1. Condições do tempo ENS ENS -
2. Percepção de impactos na beleza cênica 3 3 6
3. Assoreamento 3 3 6
4. Vegetação 3 3 6
5. Erosão 3 3 6
6. Aspecto da água 3 3 6
7. Materiais flutuantes 3 3 6
8. Óleos e graxas 0 0 0
9. Cornubação com área de mangue A A A
10. Ocupação de áreas de mangue A A A
11. Impactos sobre o manguezal A A A
12. Lixo no manguezal A A A
13. Lixo doméstico 3 3 6
14. Lixo hospitalar 0 0 0
15. Lixo de empresas 2 3 5
16. Lixo de indústrias 0 0 0
17. Lixo comercial 3 3 6
18. Deposição de lixo urbano 3 3 6
19. Material de plástico 3 3 6
20. Despejo de esgotos domésticos 2 3 5
21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0
22. Especulação imobiliária 0 0 0
23. Construção urbana 2 3 5
24. Entulho da construção civil 3 3 6
25. Favelas 2 3 5
26. Atividades comerciais 3 3 6
27. Atividades de aquicultura 0 0 0
28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0
29. Atividade pecuária 2 3 5
30. Concentração humana 3 3 6
31. Consumo de produtos 3 2 5
32. Uso para fins turísticos 0 0 0
33. Espaço para lazer 3 1 4
TOTAL DE PONTOS 55 57 112
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DO
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Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
116
16.3.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 03 (ESTAÇÃO BE-30)
A estação BE-30, apresentou dados preocupantes para os elementos abordados
no checklist, em sua quase totalidade, os pesos atribuídos correspondem a nível 3, que
trata de impactos agudos e/ou presença maciça da interferência, configurando para a
estação máxima degradação ambiental, conforme estabelecido no índice de qualidade
ambiental, demonstrado a seguir:
Margem direita
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-55)/99 = 0,444444444
Tendo como base o resultado do IQA para a margem direita, com próximo de 0,
pode-se concluir que há interferências diretas no recurso hídrico de diversas origens,
através do checklist percebe-se impactos na beleza cênica, no aspecto da água,
problemas agudos com deposição de lixo, tanto na margem, quanto no curso do rio, há
despejo de esgoto doméstico, esgoto industrial de origem alóctone, ainda, presença
maciça de resíduos sólidos e entulho da construção civil, entre outros (ver checklist 03).
Margem esquerda
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-57)/99 = 0,424242424
Observam-se resultados distintos para as margens, após tratamento dos
elementos e pesos atribuídos com base na equação, de certa forma podemos considerar
que a margem esquerda apresenta maior degradação ambiental, no entanto, ambas as
margens apresentam impactos agudos, vale ressaltar que valores > 0 < 1, apresentam
variações, para a margem esquerda, o resultado atribuído está ainda mais próximo de 0,
indicando níveis críticos de qualidade ambiental.
Logo, os impactos ambientais percebidos na estação BE-30 para as margens
direita e esquerda no recurso hídrico, apresentam respectivamente máxima degradação
ambiental, sendo necessário controle e interferência das fontes responsáveis pelos
órgãos competentes.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
117
Figura 7. (imagens de a – g). Estação BE-30, localizada na ponte da estrada do Cumbe,
acesso à Linha do Tio, Recife – PE. (Fonte: Serafim-Filho).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
118
16.4 CHECKLIST 04 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY)
Checklist nº 04
Atividade: Estudo de Impacto Ambiental
Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe
Localização: Estação BE-45
Data: 28.10.2012 Horário: 12:10
Profissional: Serafim-Filho.
1. Condições do tempo ENS ENS -
2. Percepção de impactos na beleza cênica 3 3 6
3. Assoreamento 3 3 6
4. Vegetação 3 3 6
5. Erosão 0 0 0
6. Aspecto da água 3 3 6
7. Materiais flutuantes 3 3 6
8. Óleos e graxas 0 0 0
9. Cornubação com área de mangue A A A
10. Ocupação de áreas de mangue A A A
11. Impactos sobre o manguezal A A A
12. Lixo no manguezal A A A
13. Lixo doméstico 3 3 6
14. Lixo hospitalar 0 0 0
15. Lixo de empresas 2 3 5
16. Lixo de indústrias 1 1 2
17. Lixo comercial 2 3 5
18. Deposição de lixo urbano 3 3 6
19. Material de plástico 3 3 6
20. Despejo de esgotos domésticos 3 3 6
21. Despejo de esgotos industriais 0 0 0
22. Especulação imobiliária 1 1 2
23. Construção urbana 3 3 6
24. Entulho da construção civil 3 3 6
25. Favelas 1 2 3
26. Atividades comerciais 3 3 6
27. Atividades de aquicultura 0 0 0
28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0
29. Atividade pecuária 0 0 0
30. Concentração humana 3 3 6
31. Consumo de produtos 3 3 6
32. Uso para fins turísticos 0 0 0
33. Espaço para lazer 1 1 2
TOTAL DE PONTOS 50 53 103
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Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
119
16.4.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 04 (ESTAÇÃO BE-45)
A situação da estação BE-45 para o checklist aplicado não se diferencia muito
do verificado na estação anterior (BE-30), ambas inseridas na zona homogênea
habitacional densa, que por sua vez torna-se alvo dos impactos ambientais associados ao
processo de urbanização crescente, os elementos e pesos atribuídos na estação
configuram quase que em sua totalidade, impactos agudos e/ou presença maciça, de
acordo com o estabelecido em Rohde (1988).
Há certa homogeneidade para as margens direita e esquerda do recurso hídrico, o
índice de qualidade ambiental apresenta níveis máximos de degradação ambiental
(Figura 8), em ambas as margens, demonstrados e discutidos a seguir:
Margem direita
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-50)/99 = 0,494949494
De acordo com o resultado para o índice de qualidade ambiental na margem
direita do recurso hídrico, pode-se concluir que os impactos causados correspondem a
grande presença de alterações ambientais, que por sua vez interferem de forma direta na
perda da qualidade da água, as ações que degradam o ambiente vão desde alterações na
beleza cênica, lançamento de efluentes mistos, resíduos sólidos, deposição de lixo, até
entulhos da construção civil e lixo de empresas.
Margem esquerda
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-53)/99 = 0,464646464
Contudo, é possível ponderar que a margem esquerda da estação BE-45,
encontra-se em situação tão alarmante quanto a margem direita, os impactos são de
caráter homogêneo e causados em sua maioria pelos mesmos elementos contemplados
em checklist para a margem direita e esquerda, a qualidade da água, tendo em vista o
índice de qualidade ambiental, encontra-se totalmente comprometida. Como sugestão,
ações mitigadoras junto aos órgãos competentes e fiscalizadores.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
120
Figura 8. (imagens de a – g). Estação BE-45, localizada na ponte da Av. Presidente
Kennedy, Olinda – PE. (Fonte: Serafim-Filho).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
121
16.5 CHECKLIST 05 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS)
Checklist nº 05
Atividade: Estudo de Impacto Ambiental
Área: Bacia hidrográfica do rio Beberibe
Localização: Estação BE-50
Data: 28.10.2012 Horário: 12:50
Profissional: Serafim-Filho.
1. Condições do tempo ENS ENS -
2. Percepção de impactos na beleza cênica 3 3 6
3. Assoreamento 2 2 4
4. Vegetação 3 3 6
5. Erosão 3 2 5
6. Aspecto da água 3 3 6
7. Materiais flutuantes 3 3 6
8. Óleos e graxas 3 3 6
9. Cornubação com área de mangue 3 3 6
10. Ocupação de áreas de mangue 3 3 6
11. Impactos sobre o manguezal 3 3 6
12. Lixo no manguezal 3 3 6
13. Lixo doméstico 3 3 6
14. Lixo hospitalar 0 0 0
15. Lixo de empresas 2 2 4
16. Lixo de indústrias 2 3 5
17. Lixo comercial 3 3 6
18. Deposição de lixo urbano 3 3 6
19. Material de plástico 3 3 6
20. Despejo de esgotos domésticos 3 3 6
21. Despejo de esgotos industriais 3 3 6
22. Especulação imobiliária 0 0 0
23. Construção urbana 3 3 6
24. Entulho da construção civil 2 3 5
25. Favelas 1 3 4
26. Atividades comerciais 3 3 6
27. Atividades de aquicultura 0 0 0
28. Uso para fins de pesca de subsistência 0 0 0
29. Atividade pecuária 2 3 5
30. Concentração humana 3 3 6
31. Consumo de produtos 2 2 4
32. Uso para fins turísticos 0 0 0
33. Espaço para lazer 0 0 0
TOTAL DE PONTOS 70 74 144
DA
DO
S/L
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Inexistência da interferência Presença irrelevante Impacto perceptível e/ou impactos agudos
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
122
16.5.1 RESULTADOS E DISCUSSÃO – CHECKLIST 05 (ESTAÇÃO BE-50)
Na estação BE-50, o checklist aplicado traz inexistência de interferência para
alguns dos elementos constados, vale salientar que inexistência está condicionada ao
fato de não ter sido observado no momento da aplicação do checklist o possível impacto
e/ou interferência (direta ou indireta), no entanto devem-se levar em consideração,
fontes alóctones de contaminações, desde que o dano seja perceptível no trecho
analisado.
Para a margem direita, há máxima degradação na maior parte dos elementos
elencados (quase totalidade), com valor 3 atribuído, demostrados e discutidos a seguir:
Margem direita
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-70)/99 = 0,292929292
O resultado da equação bem próximo de 0, indicam condições com níveis
críticos de qualidade ambiental, os impactos envolvem: alterações na beleza cênica,
deposição de lixo urbano, impactos diretos em área de manguezal, incluindo deposição
de lixo e ocupação da área por moradias rudimentares, ainda, sem nenhum saneamento
básico, também de presença maciça de resíduos sólidos, entulho da construção civil,
entre outros (ver checklist 05).
Margem esquerda
IQA=(Pt-Pi)/Pt
Logo, IQA = (99-74)/99 = 0,252525252
Para a margem esquerda, o valor adquirido com base na equação para o índice
de qualidade ambiental, possui valor ainda mais próximo de 0, acarretando em maior
impacto, quando comparado com o resultado para a margem direita, de fato, pode-se
concluir que a estação de monitoramento BE-50, apresenta altos índices de poluição,
com níveis críticos de qualidade ambiental. Ações de conscientização e planos de
controle fazem-se necessário, devido ao atual estado das águas na estação supracitada.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
123
Figura 9. (imagens de a – f). Estação BE-50, localizada na ponte de acesso a Peixinhos
na divisa das cidades de Recife/Olinda – PE. (Fonte: Serafim-Filho).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de...
124
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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preservação de amostras: água, sedimentos, comunidades aquáticas e efluentes
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AMORIM, F.C.V.B. As vozes dos que vivem à “margem” dos rios urbanos: uma
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população. Recife, 172p. 2009. (Dissertação de mestrado em Desenvolvimento e Meio
Ambiente) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas/CFCH, Universidade Federal de
Pernambuco.
APELDOORN, M.E.; EGMOND, H.P.; SPEIJERS, G.J.A. and BAKKER, G.J.I. Toxins
of cyanobacteria. Molecular Nutrition & Food Research. Vol. 51, p.7-60. 2007.
BONEY, A. D. Phytoplankton. 2 ed. London: E. Arnold, 118p. 1989.
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Monitoramento de Bacias Hidrográficas do Estado de Pernambuco, Beberibe, 2002.
Disponível em: http://www.cprh.pe.gov.br/downloads/Beberibe2002.pdf. Acessado em:
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