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Curso Livre – 02/12/09Universidade Metodista de São PauloPsicologia Fenomenológica

O Método Fenomenológico

Pesquisa e Intervenção

Prof. Dra. Dagmar S.P. de Castro

Algumas considerações

Reflexões sobre a maneira como o conhecimento é produzido, dois aspectos:

- Produção de conhecimento sistemático – investigação no campo – evolui

- Rigor metodológico – campo da metodologia que vai discutir, fundamentalmente quais os posicionamentos necessários a fim de que um determinado experimento/pesquisa seja realizado

Toda pesquisa tem um “problema” Projeto – definição do problema Objeto – recorte Organização os princípios metodológicos, os

procedimentos pelos quais irei estudar aquele objeto.

Defino o objeto – vou ter que definir qual a perspectiva metodológica

Perspectiva metodológica – está relacionada a uma antropologia e a uma cosmovisão – visão de ser humano e visão de mundo

Perguntas

Qual a perspectiva antropológica? Qual a percepção de ser humano? Qual a visão de mundo está subjacente

àquela metodologia?

RIGOR – adequação do método ao objeto a ser pesquisado – coerência metodológica do/a pesquisador/a

Tipos de conhecimento

Científico Filosófico Religioso Empírico Senso comum Mágico

SER HUMANO PASSA A SER CAPAZ DE DESTRUIR O QUE FOI SER HUMANO PASSA A SER CAPAZ DE DESTRUIR O QUE FOI PRODUZIDO POR MÃOS HUMANAS E É CAPAZ DE DESTRUIR O QUE PRODUZIDO POR MÃOS HUMANAS E É CAPAZ DE DESTRUIR O QUE NÃO CRIOU – A TERRA E A NATUREZA.NÃO CRIOU – A TERRA E A NATUREZA.

As mudanças na relação com o tempo e o espaço que a metrópole impõe.

Habitamos o planeta chamado terra como nossos antepassados por aqui passaram, mas a relação com o que nos rodeia mudou radicalmente.

Inversão do ser pelo ter imposto pela sociedade capitalista.

O avanço da tecnologia, dos meios de comunicação de massa vem impor a nós um modo de vida impessoal onde sabemos muito mais da vida dos outros do que da nossa própria vida.

As transformações que a imprensa trouxe na esfera da informação.

As relações de trabalho que mudaram com o advento da industrialização.A ciência que hoje é produzida está fortemente comprometida com as necessidades de instalação de novos desejos

Contexto contemporâneo

Perda da tradição

Perda da busca do bem comum

Esgarçamento dos vínculos de solidariedade

Diminuição do espaço público – privatização do espaço público

Perda do Discurso e da Ação

Ser humano enquanto competidor

Heteronomia

Perda da capacidade do pensar – resposta clichê

Uso da força e não do poder

Merleau-Ponty, Maurice (04/03/1908-03/05/61)

A Fenomenologia da Existência Corpórea O autor se inspira nos escritos do último Husserl Distinção de körper – objeto para a ciência e Leib – corpo vivido – corpo próprio Corpo e existência – corpo encarnado - Lw Obras – A estrutura do Comportamento (1942);

Fenomenologia da Percepção (1945) 1949-1952 – Ocupa o cargo de professor titular da

cadeira de Psicologia da Criança – Sorbonne (França)

EXPERIÊNCIA

CONHECIMENTO DAS COISAS

Verificação, comprovação, determinar

possibilidades, etc.

CONHECIMENTO SUBJETIVO

Consciência, modificação do suporte, reação da pessoa, etc.

Vivência de algo imediatamente dado anterior à reflexão e à predicação

EXPERIÊNCIA

Vivência da manifestaçãoO que me é dado na experiência?

Fenômeno

Ex:Árvore - generalidadeRugosa - particularidade

Atos Núcleo

Intuitivo

Noesis

Representação

Expressão,

juízoDúvida

Imaginação

Noema

árvore

Vivência Natural

COTIDIANO CONHECIMENTO CONHECIMENTO

ACUMULADO CIENTÍFICO

Da corrente da consciência ao corpo intencional

Vivência Intencional do Objeto

Vivência Natural do Objeto

COTIDIANO CONHECIMENTO

ACUMULADO

CONHECIMENTO

CIENTÍFICO

O saber e a experiência do fenômeno O saber do corpo: o metabolismo corpo-

consciência O saber do mundo vivido (Lebenswelt): as

sedimentações do sentido O saber do campo fenomenológico:

essências e categorias O saber do mundo factual: as ciências

empíricas

Análise Intencional – exercício

Análise Intencional do Objeto: modos de visar

HORIZONTE LÓGICO HORIZONTE DO MODODE SER NÃO-ÔNTICO

HORIZONTE CULTURALSOCIAL, ECONÔMICO, HISTÓRICO

HORIZONTES DE SENTIDO

HORIZONTE LÓGICO HORIZONTE DO MODODE SER NÃO-ÔNTICO

HORIZONTE CULTURALECONÔMICO HISTÓRICO HORIZONTES DE SENTIDO

NOEMA – SENTIDO - ESSÊNCIA SER

JUÍZOS POSSÍVES

VARIAÇÕES LÓGICASNO TEMPO E NO ESPAÇO

APAGADOR: OBJETO MATERIAL USADO PARA DESFAZERREPRESENTAÇÕES EM UMA SUPERFÍCIE QUE RECEBE

REPRESENTAÇÕES DELÉVEIS.

VALORPOLÍTICO

VALORPEDAGÓGICO

VALORCULTURAL

ANÁLOGOS: BORRACHA, CORRETOR, TECLA ‘DELETAR’, A FALA.

PODER (GIZ, FALA, QUADRO)

HISTÓRIA DO APAGADOR

CATEGORIZAÇÃO:TODO – PARTE

UNIDADE – PLURALIDENT. – DIFER.

ANÁLISE ÔNTICO - ONTOLÓGICA

MÃO, ARBUSTO, TECIDO …

Corpo próprio

É o que se sente sentir, se experimenta experimentar, se vê agir agindo em um comportamento significativo

O corpo próprio se compreende como ser de situação, ser-ao-mundo ou como um existir

Relação Eu-Corpo-Outro-Mundo – o ser humano vive a sua corporeidade de modo significativo para si próprio e deseja ser reconhecido, nesse valor significativo pelos outros

Corporeidade como “fenômeno vivido” é diferente do pensamento causal (SC)

Na Psicologia – esquema corporal dinâmico O corpo próprio é, pois, ponto ancoradouro e origem de todos os

pontos de vista, projeto de um mundo objetivo e intersubjetivo

Corpo é – “sentir-sensível” “vidente-visível” Entrelaçamento do corpo fenomenal e do

corpo objetivo – nexo do sentir (fenomenal) e do sensível (objetivo)

Historicidade pessoal e generalidade (sentir universal e anônimo)

Reconsiderar a interação entre o corpo fenomenal e a visada científica do corpo

Redução fenomenológica

Ser corpo, nós o vimos, é estar atado a um certo mundo, e nosso corpo não está

primeiramente no espaço: ele é no espaçoCorpo – desdobramento da síntese Corpo expressão – corpo linguagem

Corpo próprio como existência (primeira obra de arte) nós o constituímos

Desdobramentos: produção de conhecimento e pesquisa, intervenção, clínica e saúdeEx: cirurgia, crianças e adolescentes vitimizadas, plantão psicológico etc

Alguns exemplos de pesquisa

A dimensão pública da corporeidade: adolescencia e cidadania – desdobramentos da pesquisa realizada para obtenção do grau de mestre – “O significado do corpo para a menina de/na rua” Castro, DSP, 1995, orient. Eda Marconi Custódio

De onde surge a interrogação A escolha do método A descrição – des ex-cribere A redução fenomenológica – prefácio da obra

Fenomenologia da Percepção de M.Ponty A interpretação Fenomenológica

Análise ideográfica Análise nomotética Trajetória metodológica Relato ingênuo – redução fenomenológica Levantamento das unidades de sentido Transformação em categorias analíticas Análise ideográfica de cada relato Convergencias/divergencias e ou ideossincrasias –

construção da tabela nomotética Síntese de um pensar

Existência Fascinada – Dulce Mara CritelliTese de doutorado – 1985 – Psicologia da Educação – PUC-SP

Orientador: prof. Dr. Joel Martins

Forma de organização da tese:

Introdução

Do Assunto: A identidade imprópria

Da Análise: a Fenomenologia

Do Contexto: O mundo urbano

Do Recorte: O Ontológico

Da Estrutura: O texto

Primeira ParteIdentidade Metafísica: a objetividade

Capítulo I – Da identidade – Ser dos Entes- A referencia ao ser do Ente- O índice da Referência: a Mesmidade- A referência indiciada: a IgualdadeCapítulo II- O mistério do ser – ou a decifração da existência- O paradigma do Ente – ou o Princípio do Pensamento (A

multiplicidade dos entes; o logos (fala) e a manifestação do ser dos entes; a fala e o acesso à mesmidade de pensar e ser; a fala como arbítrio do pensar sobre o ser; a idéia (ser) do ente como superação de seu engano; a identidade como idéia do ente)

- A Igualdade Lógica de Ser e Ente – ou o Domínio do Pensamento- A Consagração do Pensamento – ou a Objetividade da Existência

Segunda ParteOntologia da Identidade: A PossibilidadeCapítulo I – De Ser como Modo-de –Ser

Capítulo II – De Ser como Linguagem e Fala

Capítulo III – De Ser como Finitude

Capítulo IV – De Ser como Poder-Ser Próprio

Terceira ParteImpropriedade Urbana: A ConsumaçãoCapítulo I – Da Deserção de SerCapítulo II – Da Dispensa de Ser: o Apelo Urbano: O

encobrimento do Fazer – Negação da Intimidade e do empenho, Negação da temporalidade e da paciência; O Encobrimento da Historialidade; O Encobrimento do Envolvimento; O Encobrimento do Compreender

Capítulo III – Da Consumação de SerConsiderações FinaisBibliografia Modo de ser no mundo ocidental – mediado pela

Educação

Heloisa Gomes Szmanski- Estudo da Família - Tese de doutorado – PUC – SP –1989orientador: Prof. Dr. Joel Martins Tema: A Fenomenologia Daseinsanalítica

aplicada ao Estudo da Família Compreender a família vivida Relato – registro da observação dos modos das

pessoas agirem entre si e dos seus relatos verbais – Descrição I (visita familiar – anotação posterior (ambiente físico, modo de agir das pessoas entre si e com pesquisadora, relatos verbais)

Descrição II- busca de compreensão do fenômeno

Trabalho de reflexão em busca dos elementos constitutivos da experiência de família (significado) – três momentos: Descrição II -seleção de unidades de significado/significativas

Divisão em categorias que expressam o cunho psicológico da investigação e o aspecto tematizado (família)

Análise – a partir das categorias levantadas – descrição reescrita num enfoque psicológico

Interpretação – decifrar o sentido oculto no aparente – buscar o significado dos modos de agir que exemplificam diferentes contextos de significação (escolha do lugar à mesa, tempo que cada um recebe para falar, divisão de tarefas, lembrança do passado...)

Bibliografia Ver: Construção de um Saber e

Responsabilidade Social na Psicologia: O Conselho Tutelar em foro, Instituto de Psicologia, USP, 2002

Resumos de Cursos – Fenpec-Umesp Merleau-Ponty – Fenomenologia da

Percepção

Agradecimentos:

Fenpec – Psicologia e Fenomenologia Aos ex-alunos/as Thiago, Ludmila,

Candido, ... Que continuaram a caminhada. Aos profs. Rui, Joel (in memorian), Vitória,

Dulce Mara, Creusa Capalbo, Dalva Loreatto, Fátima Pignelli...

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