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SOROCABA • SÁBADO • 25 DE JANEIRO DE 2014 B2

Me passe o cachimboO pronunciamento da presidente Dilma

em Davos (Suíça), onde se realizou o FórumEconômico Global, foi apenas morno.

Deu para pinçar dois elementos positi-vos. A presidente Dilma reafirmou compro-missos com a responsabilidade fiscal. Pode-se argumentar que esse discurso não cons-titui novidade nem foi cercado de ênfase su-ficiente para garantir forte recuperação deconfiança do capital estrangeiro, que anda-va abalada. Mas o que ficou dito foi diferen-te do que a presidente disse em outras oca-siões, especialmente em Durban, África doSul, em março do ano passado. Foi quandoela avisou que não sacrificaria o emprego eo social apenas para embelezar as contaspúblicas.

A outra manifestação pode ser vista atécomo novidade. A presidente garantiu queseu governo persegue a meta da inflação de4,5% no final do ano. Isso é substancial-mente diferente do que vinha alardeando.Ainda dia 20, ela afirmou que seu governovinha cumprindo a meta de inflação e queos 4,5% não passavam de centro da meta enão da meta propriamente dita.

Em resumo, o recado da presidente Dil-ma em Davos é o de que não é tão refratáriae tão intervencionista no mundo dos negó-cios, como dizem por aí, e que a seriedadeorçamentária é um valor do seu governo.Não chegou a beijar a cruz, mas tambémnão a repeliu.

O fato relevante é o de que o governo Dil-ma entendeu que está sendo preciso fumaro cachimbo da paz com o setor privado. Sehá essa necessidade é porque há (ou havia)no jogo certa beligerância. O governo Dilma

passou a maior parte dos primeiros trêsanos de mandato dando a entender que em-presário tinha de se comportar como umainstituição de benemerência. O secretáriodo Tesouro, Arno Augustin, por exemplo,repetia que as receitas com concessões po-deriam ser baixas porque o concessionárionão corre riscos.

Essa mudança de propósitos em buscade novas parcerias tende a ser sincera, nãopropriamente por convicção ideológica, masporque o governo entendeu que o Tesouro éuma teta murcha. Se pretende incrementaro investimento externo, tem de mudar o jei-to de lidar com os donos do capital, que es-nobou nos anos anteriores.

É com esse estado de espírito, digamosassim, que o governo também vai anunciar“em breve” - foi o que ela disse - a meta dosuperávit primário deste ano. Superávit pri-mário é o tanto de arrecadação separadopara pagamento da dívida, portanto, paraajudar a controlar as contas públicas, con-ter as despesas e ajudar a segurar a in-flação. É a disposição com que pretendecumprir o compromisso fiscal.

Esse anúncio, por si só, pode não signi-ficar muita coisa. Nos últimos três anos, afrustração se repetiu: o governo anunciouno começo do ano um superávit primárioacima de 3% do PIB, meses depois o rebai-xou para a casa dos 2% e acabou entregan-do alguma coisa acima de 1% e, ainda as-sim, com mágicas contábeis, como aconte-ceu em 2012, ou com atraso no pagamentode contas, como aconteceu em 2013. E con-vém pontuar que 2014 é um ano eleitoral,em que governo nenhum gosta de dizer não.

CCEELLSSOO MMIINNGG

NNOOTTAASS

Folha de janeiro começa a ser depositada na segundaO pagamento da folha de janeiro dos se-

gurados do Instituto Nacional do SeguroSocial (INSS) terá início na segunda-feira,dia 27. Os depósitos começam a ser libe-rados nessa data para quem recebe até umsalário mínimo e possui cartão com final1, desconsiderando-se o dígito. Para quemrecebe acima do mínimo, o pagamento co-meça a ser depositado no dia 3 de feverei-ro.

Os depósitos da folha de janeiro já vêmcom os valores reajustados de acordo como mínimo vigente (R$ 724) e com o reajus-te da inflação para quem recebe acima dosalário mínimo. O índice para os benefíciosdo INSS com valor acima do salário míni-mo será de 5,56%. Os dados foram atuali-zados pelo Índice Nacional de Preços aoConsumidor (INPC) de 2013, medido peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatís-tica (IBGE).

A folha de pagamento do INSS pagaatualmente mais de 31 milhões de benefí-

cios e injeta na economia do País mais deR$ 27 bilhões todos os meses.

O Extrato de Pagamento de Benefíciosjá está disponível para consulta dos segu-rados nos terminais de autoatendimentodos bancos pagadores. A consulta ao ex-trato permite ao segurado ver o valor dopagamento dos benefícios. O serviço é de-corrente do contrato firmado entre o INSSe as instituições financeiras que pagam,todos os meses, mais de 30 milhões de be-nefícios.

A consulta do extrato pode ser feitatambém no site da Previdência Social.Basta acessar a Agência Eletrônica Segu-rado. Os segurados conseguem apenas ve-rificar o extrato do mês corrente, caso pre-cisem das informações dos meses anterio-res devem comparecer a uma agência dePrevidência Social. O site da Previdência éwww.previdencia.gov.br.

AAPPOOSSEENNTTAADDOOSS

Sebrae promove palestrasobre inadimplência

Pequenos empresários deSorocaba podem se inscreverpara a palestra “Como lidarcom a inadimplência”, queserá realizada dia 30 de ja-neiro, às 19h30, no escritóriodo Sebrae. Os participantesterão a oportunidade de tirardúvidas sobre concessão decréditos, procedimentos decobrança em relação ao Códi-go de Defesa do Consumidore Código Civil, entre outrasquestões. O escritório do Se-brae fica na avenida GeneralCarneiro, 919, Cerrado. O te-lefone é (15) 3224.4342.

Sert detecta problemas no seguro-desemprego

A Secretaria de Estado doEmprego e Relações do Tra-balho (Sert) informou ontem,em nota, que as dificuldadesencontradas pelos cidadãospara dar entrada no seguro-desemprego são decorrentesdo sistema utilizado em todoo País, pelo Ministério doTrabalho e Emprego (MTE).Conforme a Sert, não exis-tem números oficiais de pes-soas impossibilitadas de darentrada no seguro-desem-prego. “Reiteramos que ne-nhum cidadão perderá seusdireitos referentes ao benefí-cio em questão. O prazo pa-ra efetivar a solicitação é deaté 120 dias, a partir da dataseguinte do desligamento(que consta no termo de res-cisão de contrato de traba-lho). Caso o prazo não sejacumprido por algum motivo,inclusive por inconsistênciado sistema, o cidadão devedar entrada no primeiro diaútil subsequente. Em segui-da, ele será encaminhado àSuperintendência do MTE,onde entrará com recursopara a liberação do benefí-cio”, informou a Sert. No Es-tado de São Paulo, o pedidodo seguro-desemprego é fei-to nos Postos de Atendimen-to ao Trabalhador (PATs), ge-renciados pela Sert.

UFScar faz especializaçãoem inovação tecnológica

O campus da Universida-de Federal de São Carlos emSorocaba (UFSCar) e o Flex-tronics Instituto de Tecnolo-gia (FIT) informam que conti-nuam abertas as inscriçõespara o curso de especiali-zação MBA em Gestão Estra-tégica da Inovação Tecnológi-ca. Há falta de profissionaisnessa área no País. O prazofinal para candidatar-se auma vaga termina no dia 31de janeiro. Os interessadosdevem se inscrever enviandoe-mail para o e-mail ancfe-lix@uscar.br (coordenadoriageral do curso). A seleçãoocorrerá através de análisede currículo dos candidatos eentrevista presencial. O iní-cio das aulas está previstopara fevereiro e serão minis-tradas às terças e quintas-feiras à noite. O investimen-to no MBA poderá ser parce-lado em 18 vezes de R$693,00. Todas as aulas pre-senciais serão realizadas noauditório do FIT, em Soroca-ba. Informações pelo telefone(15) 4009-0606.

Ministério Público de Bauru abre ação contra ALL

O Ministério Público doTrabalho (MPT) em Bauru in-gressou com ação civil públi-ca contra a América LatinaLogística (ALL) após denún-cia de violação às normas deproteção e saúde ao traba-lhador na malha ferroviáriada região. O MPT pede que aconcessionária regularize ajornada dos seus emprega-dos e adote medidas de segu-rança no ambiente de traba-lho. A ação civil estipula mul-ta de R$ 2 milhões por danosmorais coletivos, informou oMPT, em nota distribuída àimprensa. A ALL não se pro-nunciou sobre a denúncia.

Este ano, até o dia 22 de janeiro, o déficit era de US$ 1,1 bilhão

AE

INVESTIGAÇÃO

Banco incorporou R$ 420 milhões ao lucro, que era o saldo de contas encerradas em 2012

MP abre inquérito sobre operação da Caixa

OMinistério PúblicoFederal no DistritoFederal (MPF/DF)instaurou inquérito

civil para apurar se a CaixaEconômica Federal cometeualguma irregularidade ao deci-dir encerrar quase 500 mil ca-dernetas de poupança em2012 e incorporar o saldo des-sas contas - R$ 420 milhões,descontados os impostos - aolucro do banco.

O banco estatal não conse-guiu escapar de investigaçãodo MP, que pretende apurar aconduta do banco e de seus di-rigentes não só na área civilcomo também na criminal. Poroutro lado, o Banco Central,órgão de fiscalização do siste-ma financeiro, deve poupar aCaixa de responder a um pro-cesso administrativo pela ope-ração. O BC, porém, terá quese manifestar sobre o caso noinquérito civil, de acordo como Ministério Público.

A Caixa tem 15 dias paraprestar os esclarecimentos pe-didos pelo MP. O inquérito ci-vil, cujo prazo de conclusão éde um ano, prorrogável, vaiapurar se o banco estatal des-cumpriu alguma regulamen-tação do BC ou do ConselhoMonetário Nacional (CMN). Noofício encaminhado à Caixaontem, o MP solicita infor-mações detalhadas sobre aforma como o banco agiu paraidentificar e regularizar as

contas com irregularidades ca-dastrais encerradas em 2012.

Na versão do banco estatal,foram encerradas 496.776contas cujos CPF tinham sidocancelados, suspensos oupendentes de regularizaçãocom a Receita Federal. No con-junto, as cadernetas encerra-das detinham R$ 719 milhões,

que, descontados os impostos,aumentaram o lucro líquidoda instituição em R$ 420milhões, o que representa emtorno de 7% do lucro apresen-tado naquele ano.

O MP ainda vai avaliar oimpacto da incorporação dosaldo dessas cadernetas no re-sultado do banco e, conse-

quentemente, nos repasses dedividendos ao Tesouro Nacio-nal e na participação de lucrose resultados aos empregados.A operação foi descoberta emuma auditoria da Controlado-ria-Geral da União (CGU).

Depois de vir a público, pordeterminação do BC, a Caixadisse ter expurgado do lucro

de 2012 o saldo dessas contas.Na única manifestação sobre aoperação, o Banco Central dis-se que, como não houve qual-quer prejuízo para correntis-tas e poupadores do banco es-tatal, não se pode falar emconfisco.

Para comparar o que a Cai-xa fez, o MP requisitou aos 17maiores bancos comerciais doPaís informações sobre comocumprem as regras do CMN edo BC ao encerrarem contascom problemas cadastrais.

Em nota, a Caixa informouque está à disposição do MPpara prestar os esclarecimen-tos necessários à investigação.“A Caixa confia que ao final dainvestigação estará comprova-da a regularidade dos procedi-mentos adotados pelo banco”.

De acordo com o comuni-cado, o banco promoveu umavarredura de 2005 a 2011 pa-ra identificar contas de titula-res com irregularidades noCPF ou no CNPJ. Segundo obanco, 346 mil contas foramregularizadas depois que osclientes foram contatados porcorrespondência ou por telefo-ne, mas os correntistas quenão se manifestaram tiverama conta encerrada em 2012. Oencerramento, destacou a no-ta da Caixa, ocorreu conformeas regras determinadas peloBC e pelo CMN, sem nenhumailegalidade. (Agência Estado eAgência Brasil)

ARQUIVO JCS/ERICK PINHEIRO

De acordo com a versão da Caixa, foram seguidas regras determinadas pelo Banco Central

US$ 47,5 BILHÕES

Gastos em viagens parao exterior batem recorde

A atração dos brasileirospor conhecer outros países foioutro fator que ajudou a ex-plicar a piora do resultado ex-terno em 2013. Os gastos fei-tos no exterior, já desconta-das as despesas de estrangei-ros no Brasil, somaram US$47,5 bilhões no ano passado.O recorde não deixou de seruma surpresa, inclusive parao Banco Central, que aposta-va num esfriamento no se-gundo semestre depois que odólar engatou na trajetória dealta em relação ao real. Noano, o avanço foi de 14,6%.

Para 2014, a expectativado BC é de continuidade docrescimento das viagens in-ternacionais, mas em menorritmo, em torno de 2%, com aaposta de gastos em US$ 19bilhões. Vale lembrar que pe-

sa contra os planos dos via-jantes este ano o aumento doimposto sobre o uso decartões pré-pago de 0,38%para 6,38%, como já é no casodo cartão de crédito.

O chefe-adjunto do Depar-tamento Econômico do BancoCentral, Fernando Rocha,lembrou que o País deverá re-ceber a contribuição de mega-eventos internacionais. “Nasreceitas, por exemplo, proje-tamos crescimento, entre ou-tras razões, por conta da Co-pa do Mundo”, citou. Rocha.

Apesar desse cenário, estemês, até o dia 22, o BC já con-tabiliza um déficit com via-gens internacionais de US$1,1 bilhão, diferença entredespesas de US$ 1,6 bilhão ereceitas de US$ 436 milhões.(AE)

2013

Movimento no Porto deSantos aumentou 9%

O movimento no Porto deSantos no ano passado foi de114 milhões de toneladas, umcrescimento de 9% em relaçãoa 2012, segundo a CompanhiaDocas do Estado de São Pau-lo. No acumulado do ano asexportações cresceram 10,5%e as importações, 6,2%.

Os principais embarquesforam de açúcar, com mais de19 milhões de toneladas (altade 15% em relação ao ano an-terior); soja, com 15,8 milhõesde toneladas (alta de 16%); emilho, com mais de 11milhões de toneladas (aumen-to de 11%).

O porto fechou o ano comparticipação de 25,4% da ba-lança comercial brasileira, oequivalente a US$ 122,5bilhões. As exportações, quesomaram US$ 61,3 bilhões,

superam as importações, cujovalor foi de US$ 61,1 bilhões.

Os principais destinos dasexportações em valores forama China (US$ 8,7 bilhões), Es-tados Unidos (US$ 5,9 bi) e Ar-gentina (US$ 4,1 bi). As trêsprincipais cargas de expor-tação foram a soja (China, Tai-lândia e Holanda); açúcar(China, Bangladesh e Indoné-sia) e café (Alemanha, EstadosUnidos e Japão).

As importações tiveram co-mo principais origens a China(US$ 10,5 bilhões), EstadosUnidos (US$ 9 bi) e Alemanha(US$ 5,9 bi). Nesse fluxo des-tacaram-se inseticidas (Esta-dos Unidos, Bélgica e França)e acessórios de carroceriaspara veículos automóveis (Co-réia do Sul, Japão e Tailân-dia). (Agência Brasil)

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