conta geral do estado ano 2015 · política monetária e cambial ... o valor difere do...
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REPBLICA DE MOAMBIQUE
CONTA GERAL DO ESTADO
ANO 2015
VOLUME I
Maputo, Maio de 2016
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Conta Geral do Estado de 2015
NDICE
I PARTE
RELATRIO DO GOVERNO SOBRE OS RESULTADOS DA EXECUO ORAMENTAL
1. INTRODUO ......................................................................................................... 1 2. RECOMENDAES DA ASSEMBLEIA DA REPBLICA ............................... 4 3. OBJECTIVOS DA POLTICA ECONMICA E SOCIAL .................................22 3.1. Poltica Oramental ..............................................................................................23 3.2. Poltica Fiscal ........................................................................................................26 3.3. Poltica Monetria e Cambial .............................................................................30 3.4. Balana de Pagamentos .......................................................................................31 4. EXECUO DO ORAMENTO DO ESTADO ..............................................35 4.1. Cobrana de Receitas ...........................................................................................40 4.2. Realizao das Despesas .....................................................................................48 4.2.1. Despesas de Funcionamento ...........................................................................49 4.2.1.1. Despesas de Funcionamento por mbito e por fonte de Recursos........53 4.2.2. Despesas de Investimento ...............................................................................56 4.2.2.1. Despesas de Investimento por mbito e por Fonte de Recursos ...........58 4.2.3. Transferncias s Comunidades .....................................................................63 4.2.4. Operaes Financeiras ......................................................................................64 4.2.5 Despesas Segundo a Classificao Funcional ................................................68 4.2.5. Despesas por Prioridades e Pilares ................................................................69 4.2.6. Despesas nos Sectores Econmicos e Sociais ................................................70 4.3. Financiamento do Oramento do Estado .........................................................72 4.4. Dvida Pblica ......................................................................................................73 4.5. Responsabilidades Diversas ...............................................................................74 5. PARCERIAS PBLICO-PRIVADAS, PROJECTOS DE GRANDE
DIMENSO E CONCESSES EMPRESARIAIS ..........................................75 5.1. Empreendimentos de Parcerias Pblico - Privadas ........................................76 6. GARANTIAS E AVALES .......................................................................................78
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Conta Geral do Estado de 2015
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LISTA DAS TABELAS DO RELATRIO Tabela 1- Indicadores Oramentais .........................................................................25 Tabela 2- Balana Comercial .....................................................................................32 Tabela 3 - Balana de Servios e Rendimentos .......................................................33 Tabela 4 - Balana de Transaces Correntes..........................................................24 Tabela 5 - Donativos e Emprstimos Externos .......................................................34 Tabela 6 - Resumo das Alteraes Oramentais .....................................................36 Tabela 7- Equilbrio Oramental ...............................................................................37 Tabela 8- Receitas do Estado .....................................................................................41 Tabela 9- Receitas de Dividendos .............................................................................44 Tabela 10- Receitas de Concesses ...........................................................................44 Tabela 11- Contribuio dos Megaprojectos ...........................................................66 Tabela 12 - Benefcios Fiscais .....................................................................................47 Tabela 13- Despesas Totais por mbitos .................................................................48 Tabela 14- Despesas de Funcionamento, Segundo a Classificao Econmica .50 Tabela 15 - Despesa de Funcionamento por mbito e Fonte de Recursos ........54 Tabela 16 - Despesa de Funcionamento por mbitos ...........................................55 Tabela 17 - Despesa de Investimento, por Origem e Modalidade do
Financiamento .........................................................................................56 Tabela 18- Despesas Investimento por mbito e Fonte de Recursos..................59 Tabela 19- Componente Interna de Investimento por mbitos ..........................61 Tabela 20 - Componente Externa de Investimento por mbitos.........................62 Tabela 21- Transferncias s Comunidades ............................................................64 Tabela 22- Operaes Financeiras, Segundo a Classificao Econmica ...........65 Tabela 23 - Emprstimos por Acordos de Retrocesso .........................................66 Tabela 24 - Despesa Segundo a Classificao Funcional ......................................69 Tabela 25- Despesas por Prioridades e Pilares .......................................................70 Tabela 26 - Despesa dos Sectores nas reas Econmicas e Sociais .....................71 Tabela 27 - Financiamento Global do Oramento do Estado ...............................73 Tabela 28 - Dvida Pblica .........................................................................................74
LISTA DOS GRFICOS DO RELATRIO Grfico 1- Estrutura de Recursos ..............................................................................39 Grfico 2- Estrutura das Utilizaes .........................................................................40 Grfico 3 - Estrutura das Receitas do Estado ..........................................................45 Grfico 4 - Estrutura da Despesa de Funcionamento ............................................53 Grfico 5 Estrutura de Financiamento das Despesas de Investimento ...........58 Grfico 6 Desempenho dos Sectores Prioritrios ................................................72
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Conta Geral do Estado de 2015
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II PARTE
MAPAS DA CONTA GERAL DO ESTADO
Mapa I Mapa Global de Receitas, Despesas e Financiamento do Estado
Mapa I-1 Resultados Globais da Execuo Oramental
Mapa I-1-1 Resumo da Despesa Total Segundo a Classificao Funcional
Mapa I-1-2 Resumo da Despesa Total dos Sectores/Instituies
Prioritrios
Mapa I-2 Movimento dos Activos Financeiros do Estado
Mapa I-3 Movimento da Dvida Pblica
Mapa I-4 Movimento das Operaes de Tesouraria
Mapa I-5 Mapa dos Saldos das Recebedorias
Mapa I-6 Mapa do Movimento de Conhecimentos de Cobrana
MAPAS DE RECEITA DO ESTADO E DO FINANCIAMENTO DO DFICE
Mapa II Receitas do Estado, Prevista e Cobrada, Segundo a Classificao
Econmica mbitos Central, Provincial e Distrital
Mapa II-1 Receitas do Estado, Prevista e Cobrada, Segundo as
Classificaes Econmica e Territorial Receita da Administrao
Central
Mapa II-2 Receitas do Estado, Prevista e Cobrada, Segundo as
Classificaes Econmica e Territorial Receita da Administrao
Provincial
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Mapa II-3 Receitas Consignadas da Administrao Central, Segundo a
Classificao Orgnica, em Comparao com a Previso
Mapa II-4 Receitas Prprias da Administrao Central, Segundo a
Classificao Orgnica, em Comparao com a Previso
Mapa II-5 Financiamento do Dfice, Segundo a Classificao Econmica e
Territorial, em Comparao com a Previso
Mapa II-6 Donativos e Emprstimos Externos por Fontes e Modalidades
MAPAS RESUMO DAS DESPESAS DE FUNCIONAMENTO
Mapas III a III-6-3-10- Resumos da Despesa de Funcionamento, segundo os
diversos mbitos e classificadores oramentais, em comparao com as
dotaes.
MAPAS RESUMO DAS DESPESAS DE INVESTIMENTO
Mapas IV a IV-8- Resumos da Despesa de Investimento, segundo os
diversos mbitos e classificadores oramentais, em comparao com as
dotaes
MAPA RESUMO DAS OPERAES FINANCEIRAS
Mapa V Resumo das Operaes Financeiras, segundo as classificaes
econmica e de fonte de recursos, em comparao com as dotaes
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Conta Geral do Estado de 2015
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III PARTE DESENVOLVIMENTO DAS DESPESAS DO ESTADO E OPERAES
FINANCEIRAS
Mapas de Desenvolvimento da Despesa de Funcionamento
Mapas VI a IX-11-90111 Desenvolvimento da Despesa de Funcionamento,
segundo os diversos mbitos e classificadores oramentais, em comparao
com as dotaes
Mapas de Desenvolvimento da Despesa de Investimento Mapa X a XII-10-012210070 Desenvolvimento da Despesa de Investimento,
segundo os diversos mbitos e classificadores oramentais, em comparao
com as dotaes oramentais
Mapas de Despesa de Investimento, por Projectos
Mapa XIII a XV-10-012210070 Desenvolvimento da Despesa de
Investimento, por mbitos, classificao orgnica e projectos, em
comparao com as dotaes.
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Conta Geral do Estado de 2015
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IV PARTE
ANEXOS INFORMATIVOS VOLUME III
1. Resumo das Receitas, Despesas e Saldos das Instituies Autnomas
2. Resumo das Receitas, Despesas e Saldos dos Municpios
3. Resumo das Receitas, Despesas e Saldos das Empresas Pblicas
4. Relao das Empresas Beneficirias de Subsdios
4-a Participaes Financeiras do Estado
5. Movimento dos Crditos do Estado
5-a Movimento dos Conhecimentos de Cobrana por Classificao
Econmica
5-b Relao de Responsabilidades Diversas
6. Movimento da Dvida Externa por Credores
6-a Alteraes Oramentais
VOLUME IV
7. Inventrio do Patrimnio do Estado
7.1 . Relatrio Analtico sobre o Inventrio do Patrimnio do Estado
7.2 . Mapa Comparativo dos Exerccios Econmicos de 2010-2014 e 2015
7.3 . Mapa Resumo do Inventrio do Patrimnio do Estado, por
classificao do tipo de bem
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7.4 . Mapa do Inventrio Orgnico do Patrimnio do Estado, por
classificao de bens
7.5 . Mapa Resumo do Inventrio Orgnico do Patrimnio do Estado, por
categoria de bens
7.6 . Mapa Resumo do Inventrio Territorial do Patrimnio do Estado
7.7 . Mapa Resumo do Inventrio Territorial do Patrimnio do Estado, por
categoria de bens
7.8 . Mapa de Bens Patrimoniais das Empresas Pblicas
7.9 . Mapa do Inventrio do Patrimnio Autrquico
7.10 Mapa Resumo do Inventrio do Patrimnio Autrquico
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GLOSSRIO
Adiantamento de Fundos a concesso de fundos aos rgos e instituies
que no executam os respectivos oramentos por via directa, para a
realizao das despesas programadas para um determinado perodo;
Adiantamento de Fundos por Operaes de Tesouraria a concesso de
fundos para a realizao de despesas de carcter urgente e inadivel,
quando no seja possvel liquid-las de imediato;
Contravalores Consignados a Projectos correspondem aos valores dos fundos externos utilizados para a realizao de projectos de investimento inscritos no Oramento do Estado;
Contravalores no Consignados so os valores dos donativos e crditos externos transferidos para a Conta nica do Tesouro; Despesa Cabimentada o valor da dotao oramental comprometido para fazer face a uma determinada despesa;
Despesa Liquidada a despesa efectuada pelo valor definitivo, com a
devida classificao oramental desagregada;
IVA Liquido o valor do Iva Bruto deduzido os reembolsos; Oramento Inicial o limite da dotao oramental aprovado pela
Assembleia da Repblica atravs da Lei n. 9/2015, de 29 de Dezembro;
Oramento Actualizado o limite da dotao oramental actualizada pelo
Governo, com base nas competncias atribudas atravs do artigo 8 da Lei
n. 9/2015, de 29 de Dezembro;
Servio da Dvida o valor destinado ao pagamento de capital e encargos
da dvida. No caso da dvida externa, o valor difere do efectivamente pago
pelo Banco de Moambique, na medida em que este retm numa conta
bancria os valores transferidos da Conta nica do Tesouro para o efeito,
utilizando-os na medida do exigido pelo processo de pagamento no
exterior, operao que implica compra de moeda externa, transferncia,
recepo da confirmao de pagamento, etc.
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Conta Geral do Estado de 2015
1. INTRODUO
1. Nos termos do disposto no artigo 50 da Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro,
que cria o Sistema de Administrao Financeira do Estado (SISTAFE), o
Governo elaborou a Conta Geral do Estado (CGE) referente ao exerccio
econmico de 2015.
2. A Conta Geral do Estado o documento do Governo que tem por objectivo
evidenciar a execuo oramental e financeira, bem como apresentar o
resultado do exerccio econmico e a avaliao do desempenho dos rgos
e Instituies do Estado.
3. O Oramento do Estado (OE) para 2015, aprovado atravs da Lei n.
2/2015, de 7 de Maio, foi elaborado e executado no Mdulo de Execuo
Oramental (MEX) do e-SISTAFE com base nos procedimentos
estabelecidos na Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro e no Regulamento do
SISTAFE, aprovado atravs do Decreto n. 23/2004, de 20 de Agosto.
4. No prosseguimento da implementao do Sistema de Administrao
Financeira do Estado e no concernente elaborao e execuo do
Oramento do Estado, h a destacar, no exerccio econmico de 2015, as
seguintes actividades:
Criados 5 postos fiscais e de cobrana de impostos em Chire, Macomia,
Chitima, Moatize e Ressano Garcia, o que corresponde em termos fsicos,
a realizao em 83,0% da meta de 6 postos previstos para 2015;
Actualizados 13,3% dos Contribuintes pagantes do Imposto sobre o Valor
Acrescentado (IVA) atravs do e-Tributao, de um plano de 100% e
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17,7% dos contribuintes a pagar o Imposto Simplificado para Pequenos
Contribuintes (ISPC) de uma meta de 80,0%, o correspondente a uma
execuo de 10,9% e 13,7%, respectivamente.
Emitidas 2.602 recomendaes resultantes das auditorias realizadas pela
Inspeco Geral de Finanas (IGF) em 2014, cujo processo de avaliao
encontra-se em curso.
Recuperados pela IGF para os cofres do Estado, 32,0 milhes de meticais,
resultantes de impostos liquidados mas no cobrados dentro dos prazos
legais pelas Direces das reas Fiscais (DAFs);
Reconstitudos processos de prestao de contas no valor de 127,0 milhes
de meticais, o correspondente a 72,0% do valor global (176,0 milhes de
meticais) anteriormente referenciado pelo Tribunal Administrativo (TA)
como no tendo sido justificado pelas entidades auditadas;
Expandido o pagamento de salrios e remuneraes atravs do e-Folha a
270.612 funcionrios do Estado, tendo sido alcanada a cobertura de
88,13% do total dos funcionrios pblicos;
Desenvolvidas e operacionalizadas as funcionalidades de processamento
de salrios com base no Cadastro dos Funcionrios e Agentes do Estado
(e-CAF), garantindo-se desta forma a implementao do novo Roteiro de
Processamento e Pagamento de Salrios;
Realizada a Prova de Vida para um efectivo de 326.039 funcionrios e
agentes do Estado cadastrados no e-CAF, tendo comparecido cerca de
293.166 funcionrios, at 31 de Dezembro.
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Fixadas 10.096 novas penses, sendo 4.039 penses civis e 6.057 penses
militares.
Assistncia aos distritos na elaborao dos Planos Econmicos e Sociais e
Oramento do Distrito (PESODs).
Capacitao e assistncia aos distritos e sectores em matria do Mdulo de
Elaborao do Oramento (MEO).
Divulgadas as Metodologias de Elaborao do Plano Econmico e Social e
Oramento do Estado para 2016 para os sectores de nvel provincial e
governos distritais;
Foram realizadas capacitaes e assistncias dos Conselhos Tcnicos
Distritais no reajustamento dos respectivos Planos Estratgicos distritais
para a insero da abordagem de Gesto de Riscos e Adaptao s
Mudanas Climticas;
Descentralizao do Oramento do Estado de 2015 para os novos Servios
Distritais nas rubricas de salrios e remuneraes, bens e servios e
transferncias correntes;
Realizadas 11 sesses do Observatrio de Desenvolvimento da Provncia e
Cidade de Maputo;
Acompanhamento e assistncia tcnica aos governos distritais no processo
de inventrio e digitao de dados de bens patrimoniais adquiridos no
exerccio econmico de 2014;
Superviso e acompanhamento do processo de inventrio e digitao no
e-inventrio dos bens patrimoniais adquiridos no exerccio econmico de
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2014/2015, em todos organismos do Estado, incluindo Municpios;
Emitidos 3.124 Ttulos de Adjudicao de imveis do Estado destinados
ao exerccio da actividade comercial situados nas zonas rurais e
regularizados 2.167 imveis destinados habitao;
Emitidos 3.193 Ttulos de Adjudicao de imveis destinados a habitao,
comrcio e da indstria;
Foi revisto o Regulamento de Contrataes de Empreitadas de Obras
Pblicas, Fornecimento de Bens e Prestao de Servios ao Estado atravs
da aprovao do Decreto n. 5/2016, de 8 de Maro que entrar em vigor
no dia 8 de Junho de 2016, tendo sido por isso revogado o Decreto n.
15/2010, de 24 de Maio.
2. RECOMENDAES DA ASSEMBLEIA DA REPBLICA
5. Na execuo do Oramento do Estado de 2015 e na elaborao da respectiva
Conta foram observadas as recomendaes da Assembleia da Repblica,
constantes da Resoluo n. 17/2015, de 18 de Junho, que aprova a Conta
Geral do Estado de 2013, bem como as constantes do Relatrio e Parecer do
Tribunal Administrativo sobre a mesma Conta, sendo de destacar o
seguinte:
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Recomendao 1
Devem ser inscritas no Oramento, por valores consentneos com os nveis de
arrecadao que se tm verificado, as Receitas Prprias e as de Alienao de Bens,
em cumprimento do consagrado no n. 2 do artigo 14 da Lei n. 9/2002, de 12 de
Fevereiro, que cria o SISTAFE, segundo o qual obrigatria a previso das
receitas pblicas para a sua arrecadao.
6. O Governo tem estado a realizar aces contnuas de formao no sentido
de levar os rgos e instituies do Estado a melhorar a previsibilidade da
receita com vista a pr fim as situaes de subestimao ou sobre estimao
da mesma para melhor controlo dos recursos do Estado.
7. Nos termos do n. 3 do artigo 14 da Lei do SISTAFE, os montantes de
receita inscritos no Oramento do Estado constituem os limites mnimos a
serem cobrados no correspondente exerccio. A previso das receitas
prprias e consignadas a arrecadar pelos rgos e instituies do Estado em
cada exerccio econmico, tem por base a sua srie histrica.
8. Anualmente tm, igualmente, sido realizados encontros com os rgos e
instituies do Estado com o objectivo de os persuadir para o cumprimento
das normas e procederem canalizao destas receitas aos cofres do Estado.
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Recomendao 2
Devem, as unidades de cobrana de receitas, aps a emisso dos conhecimentos de
cobrana, elaborar os modelos 27 e 45 e os remeterem s Execues Fiscais, para
efeitos de dbito ao Recebedor, conforme estabelece o ponto (ii) da alnea a) da
Circular n. 12/GAB-DGI/2010, de 28 de Dezembro, bem como adoptadas
medidas que permitam conferir celeridade ao processo de harmonizao da
tramitao dos processos executivos, incluindo a contabilizao e registo das
correspondentes dvidas fiscais, em cumprimento do preceituado na mesma
circular.
9. Neste momento as Unidades de Cobrana esto a observar a Circular n.
12/GAB-DGI/2010, de 28 de Dezembro. Contudo para aprimorar e conferir
celeridade na instruo e tramitao de processos executivos, continuam a
ser levados a cabo aces de formao e capacitao.
Recomendao 3
A Direco de rea Fiscal do 1. Bairro de Maputo e a Direco Geral de Impostos
devem desenvolver esforos com vista regularizao de receitas cuja origem
desconhecida, at ao momento.
10. O Governo, durante o processo de programao oramental, tem
privilegiado aces de formao aos tcnicos e agentes oramentais,
visando melhorar a previso/programao da receita e tem realizado o seu
acompanhamento atravs de aces de monitoria e avaliao.
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Recomendao 4
As Receitas Prprias e Consignadas devem ser canalizadas s Direces de reas
Fiscais, em observncia dos procedimentos e regras definidos na Circular n.
01/GAB-MF/2010, de 6 de Maio, do Ministro da Economia e Finanas.
11. Para o fortalecimento dos comandos dispostos na Circular n. 01/GAB-
MF/2010, de 06 de Maio, ao longo do ano, deu-se prosseguimento s aces
de capacitao das Unidades de Cobrana bem como das entidades
responsveis pela colecta destas receitas, nomeadamente as administraes
provinciais e distritais sobre os procedimentos a observar luz da circular
retro mencionada para a canalizao destas receitas aos cofres do Estado.
Recomendao 5
Deve proceder-se regularizao da receita registada por conta dos cheques
devolvidos e no regularizados data do encerramento do exerccio econmico, de
modo a que o valor da receita contabilizada seja coincidente com o da
efectivamente arrecadada.
12. Dos trs cheques referentes ao ano de 2013, um foi regularizado, sendo que
os outros dois pertencentes ao mesmo executado, o Juzo das Execues
Fiscais procedeu a notificao do visado para sua regularizao. Estando
em curso diligncias com vista anulao da receita contabilizada com base
nos cheques sem proviso.
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Recomendao 6
Deve-se observar o preceituado na alnea d) do n. 7.1 das Instrues Sobre a
Execuo do Oramento do Estado, da Direco Nacional de Contabilidade
Pblica, de 31 de Outubro de 2000 (BR n. 17, II Srie, de 25 de Abril de 2001),
segundo a qual nenhum registo poder ser efectuado sem a existncia de
documentos comprovativos, que devero ser arquivados por verbas e anos, de
forma a ser possvel a sua identificao. Por outro lado, o pagamento das despesas
deve-se efectuar nas verbas apropriadas, de acordo com o Classificador Econmico
da Despesa, aprovado pelo Decreto n. 53/2012, de 28 de Dezembro.
Recomendao 7
Deve-se ainda cumprir com o preceituado no artigo 129 do Regulamento do
Estatuto Geral dos Funcionrios e Agentes do Estado, aprovado pelo Decreto n.
62/2009, de 8 de Setembro, segundo o qual aps o termo da deslocao e dentro do
prazo de 7 dias, deve ser apresentado um relatrio das actividades desenvolvidas,
no caso de pagamento de ajudas de custo. A falta deste implicar o no abono das
ajudas de custo a que haja lugar e ao reembolso do adiantamento, porventura
efectuado, ou das despesas pagas, segundo dispe o n. 3 do artigo 26 do Diploma
Ministerial n. 58/89. de 19 de Julho, dos Ministros da Administrao Estatal e
da Economia e Finanas.
13. O Governo atravs do MEF tem levado a cabo aces de formao para os
agentes intervenientes no processo de pagamento da Despesa Pblica nas
quais dedica matria especfica sobre a escriturao dos livros obrigatrios,
a correcta classificao da despesa e nenhum registo poder ser efectuado
sem a existncia de documentos comprovativos. Por outro lado, quando
estas situaes so constatadas os infractores so inscritos na Conta Geral
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do Estado no Mapa de Responsabilidades Diversas, conforme artigo 66, n.os
1 e 4 da Lei n.o 9/2002 de 12 de Fevereiro (Lei do SISTAFE), corroborado
pelo artigo 8 da Circular 05/GAB-MEF/2015, de 28 de Outubro, sobre
Encerramento do Exerccio Econmico de 2015.
Recomendao 8
Recomenda-se a estrita observncia das normas sobre a elaborao e execuo dos
oramentos, previstas na Lei n. 9/2012, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE,
e no Manual de Administrao Financeira e Procedimentos Contabilsticos
(MAF), aprovado pelo Diploma Ministerial n. 181/2013, de 14 de Outubro, do
Ministro da Economia e Finanas.
14. Face a esta constatao, o Governo atravs do Ministrio da Economia e
Finanas vai proceder capacitao, verificao e avaliao do grau de
cumprimento das recomendaes do T.A.
Recomendao 9
Que a execuo oramental e financeira seja apresentada com exactido,
garantindo-se a consistncia entre a informao registada na entidade e a dos
mapas Demonstrativos Consolidados por UGB do e-SISTAFE, em observncia do
estipulado no n. 1 do artigo 46, da Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro.
15. Est em curso um trabalho para o apuramento das divergncias verificadas
entre as requisies e o valor apresentado no Mapa Consolidado.
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Recomendao 10
Devem-se observar, na contratao de pessoal, de empreitada de obras pblicas,
fornecimento de bens e prestao de servios, consultoria e arrendamento, regras e
procedimentos fixados na Lei n. 26/2009, de 29 de Setembro, no Estatuto Geral
dos Funcionrios e Agentes do Estado, aprovado pela Lei n. 62/2009, de 8 de
Setembro, no Regulamento de Contratao de Empreitada de Obras Pblicas,
Fornecimento de Bens e Prestao de Servios ao Estado, aprovado pelo Decreto
n. 15/2010, de 24 de Maio, nas Instrues de Execuo Obrigatria do Tribunal
Administrativo, publicadas no BR n. 52, I Srie, de 30 de Dezembro de 1999, e
demais legislao sobre a matria e ainda a necessidade da observncia do dever de
devoluo dos saldos CUT, referido nas circulares que so anualmente emanadas
pelo Ministro da Economia e Finanas, as quais versam sobre os procedimentos a
ter em conta na administrao e execuo do Oramento do Estado e no
enceramento dos exerccios econmicos.
16. O Governo atravs do MEF tem realizado aces de formao em matria
de contrataes pblicas previstas no Decreto n. 15/2010, de 24 de Maio,
onde se destaca a necessidade da observncia das regras de fiscalizao
prvia dos actos administrativos relativos a contrataes pblicas, previstas
na Lei n. 14/2014, de 14 de Agosto.
17. Relativamente a devoluo de saldos financeiros no utilizados durante o
exerccio econmico, o Governo atravs do MEF tem feito o levantamento e
acompanhamento no sistema e no fim de cada exerccio econmico, dos
processos administrativos com saldos sem prestao de contas, informando
aos sectores para a devoluo dos saldos no final do exerccio para a conta
Receita de Terceiros.
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Recomendao 11
Deve-se centralizar os recursos pblicos, com vista a uma maior capacidade de
gesto, pois nem todas as Receitas Prprias e Consignadas ingressam na CUT,
dentro dos princpios de eficcia, eficincia e economicidade, em cumprimento do
princpio de Unidade de Tesouraria plasmado na alnea a) do nmero 1, do artigo
54, da Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE.
18. O Governo vai continuar a instar as instituies a transferir na totalidade
para a CUT todos os valores em saldo apurados nas contas que alimentam a
CUT. Por outro lado, esto sendo feitos trabalhos junto das Unidades de
Cobrana na transferncia da receita para a Conta nica de Tesouro.
Contudo, com a implementao do Pagamento Via Banco j em curso,
prev-se a eliminao da morosidade de transferncia de receita para CUT.
Recomendao 12
O IGEPE deve envidar esforos no sentido de acompanhar ou participar na
gesto de todas as empresas participadas pelo Estado, em cumprimento do
preceituado na alnea a), do n. 2, do artigo 5, do Estatuto Orgnico, aprovado
pelo Decreto n. 46/2001, de 21 de Dezembro.
Outrossim, relativamente s participaes do Estado em empresas e ao capital
social destas, so inconsistentes com os apurados em auditorias realizadas pelo
Tribunal Administrativo.
19. O IGEPE tem fortalecido os mecanismos de acompanhamento e controle
das empresas participadas pelo Estado, tendo sido concludo o processo de
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contratao para a segunda fase de concepo, desenvolvimento e
implementao do Sistema Integrado de Monitoria e Avaliao das
Participaes (SIMAP). O Projecto SIMAP est no nvel de execuo de 60%
onde foi desenvolvida a plataforma e posto a disposio para uso de 20
empresas que so maioritariamente detidas pelo Estado.
20. Foi feito o treinamento dos pontos focais das empresas e dos gestores de
portflio, no que tange ao uso e processamento de dados no sistema.
21. Actualmente e para completar o projecto corre o processo para contratao
de formao de Excel avanado virado para o tratamento dos dados da
ferramenta. Esta formao ser dada aos gestores de portflio e de seguida
o IGEPE ir receber um quadro do Ministrio das Finanas de Portugal que
ir consolidar a formao ora indicada com treinamento on job, alavancando
situaes reais e prticas da implementao do Excel avanado para melhor
tratamento, monitoria e acompanhamento das participadas.
22. Ser igualmente, elaborado em parceria com a entidade formadora, plano
de induo e gesto de mudana do uso da documentao e papel para a
consolidao do uso da ferramenta SIMAP.
23. Em relao a inconsistncia das participaes do Estado em empresas e ao
capital social, esclarece-se que:
Foi institudo um tcnico que tem responsabilidade pelos factos que
ocorrem com as participadas;
Procedeu ao levantamento e actualizao da situao de registo das
empresas.
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Recomendao 13
A contabilizao das receitas deve ser feita de acordo com o regime de caixa,
conforme estatudo no artigo 41 da Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro, e que a
Conta Geral do Estado contenha informao completa relativa a receitas cobradas
e despesas pagas pelo Estado alnea a) do artigo 47 da mesma Lei.
24. A recomendao est sendo cumprida. Depois da receitao via Recebedor,
as receitas so canalizadas, nos termos da legislao vigente sobre a
matria.
25. Relativamente a UGC de Nampula foi notificada atravs da Nota n.
212/GAB-DGI/03/2014, de 29 de Outubro para proceder de conformidade
com a recomendao.
Recomendao 14
O FARE deve promover a cobrana coerciva, at ao reembolso integral, atravs
dos tribunais judiciais, das dvidas dos seus clientes em situao de
incumprimento no pagamento das prestaes de capital e juros, conforme o
estabelecido no artigo 37 dos Estatutos, aprovados pelo Decreto n. 89/2009, de 31
de Dezembro.
26. De 2013 a 2015 o FARE tinha uma projeco total de 8.719.322,40 Mts donde
tiveram como valor reembolsado 4.955.364,63 Mts correspondente a 57%,
conforme a seguinte descrio:
Em 2013, tinha como projeco de reembolsos 4.650.062,73 Mts, tendo
obtido como valor reembolsado 2.383.706,07 Mts que corresponde a 51%;
Para o perodo de 2014, a projeco era de 2.523.414,92 Mts em que obteve
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1.524.154,16 Mts correspondendo a 60%; e
Em 2015, tinha uma projeco de 1.545.844,75 Mts, tendo obtido
1.047.504,40 Mts de reembolso, correspondente a 68%.
27. No que tange cobrana coerciva, o FARE est a envidar esforos no
sentido de obrigar os muturios a procederem o pagamento das dvidas
assumidas, estando na fase de identificar os muturios em mora para em
seguida preparar as correspondentes peties. De referir que das empresas
que foram notificadas, algumas esto em situao de falncia.
28. Relativamente a FEMATRO, sendo uma Federao Moambicana das
Associaes dos Transportadores Rodovirios que se beneficiou do
financiamento pelo FARE, este concedeu crditos a seus associados para o
exerccio da sua actividade, que ao longo da sua implementao
enfrentaram alguns constrangimentos, que afectaram a rentabilidade de
suas operaes. Neste contexto, o FARE est de forma contnua a interagir
no sentido de reestruturar a dvida para a sua amortizao, tendo em conta
que as empresas transportadoras desempenham um papel social relevante.
Recomendao 15
A DNPE e o IGEPE devem desenvolver esforos no sentido de fazer cumprir,
rigorosamente, pelos adjudicatrios das empresas alienadas pelo Estado, as
clusulas contratuais relativas aos pagamentos das prestaes de aquisio do
patrimnio do Estado.
29. Para o rigoroso cumprimento pelos adjudicatrios das Empresas alienadas,
foram adoptadas as seguintes medidas:
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Os adjudicatrios tm sido notificados por carta para efectuarem os
pagamentos.
No caso de pagamento em prestaes ser exigida a prestao vencida
logo que ocorra, estando em curso alguns progressos de pagamentos,
atravs dos planos de amortizao.
Para evitar ocorrncia de casos futuros ser exigido o pagamento a pronto,
antes da escritura pblica.
Recomendao 16
A elaborao da CGE deve ser feita com clareza, exactido e simplicidade, em
virtude de na CGE de 2013 no constar informao sobre avales e garantias
concedidos pelo Estado.
30. Est sendo observada a recomendao e a partir do exerccio econmico de
2014 a CGE contm os avales e garantias emitidas pelo Estado.
Recomendao 17
Devem ser revistos os dispositivos legais desajustados que regulam a gesto do
patrimnio do Estado.
31. Foi revisto o Classificador Geral de Bens Patrimoniais, de modo a estar em
harmonia com o Classificador Econmico da Despesa, aprovado pelo
Decreto n. 54/2012.
32. Iniciada a reviso do Regulamento do patrimnio do Estado, aprovado pelo
Decreto n.23/2007, de 9 de Agosto.
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Recomendao 19
A informao dos bens patrimoniais registada na CGE deve ser apresentada de
forma consistente e fivel, em observncia do estatudo no n. 1, do artigo 46, da
Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o SISTAFE, segundo o qual a CGE
deve ser elaborada com clareza, exactido e simplicidade.
33. Monitorados todos os processos de digitao de dados para a rectificao
atempada dos erros da digitao dos dados no sistema, atravs dos
relatrios mensais de acompanhamento.
34. Melhorias na aplicao e-Inventrio com vista a responder as necessidades
de minimizao de falhas.
35. O processo de registo dos dados sobre bens patrimoniais tem vindo a ser
melhorado aps a implementao do novo classificador geral dos bens
patrimoniais.
Recomendao 20
Devem ser envidados esforos no sentido de regularizao dos ttulos de
propriedade dos veculos e imveis do Estado, cumprindo-se o preceituado no n.
1, do artigo 11, do Regulamento do Patrimnio do Estado, segundo o qual Todo o
Patrimnio do Estado sujeito ao registo deve ser inscrito nas respectivas
Conservatrias, em nome deste, pelo Ministrio que superintende a rea das
Finanas.
36. Com vista reflexo e harmonizao dos procedimentos sobre o registo dos
imveis do domnio privado do Estado, realizou-se o seminrio nacional
em que participaram Conservadores de Registo Predial das capitais
provinciais de todo o pas, Chefes do Gabinete Central de Registo de
imveis, Chefes de Departamento do Patrimnio das DPPFs e do
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Ministrio das Finanas, Tcnicos da Direco de Urbanizao e Cadastro
do Conselho Municipal da Cidade de Maputo e Tcnicos da Direco
Nacional do Patrimnio do Estado, num total de 53 participantes, que
resultou na identificao de cerca de 22.000 imveis do domnio privado do
Estado, destes 12.471 foram incorporados no e-Inventrio.
Recomendao 21
Deve-se acelerar a implementao da aplicao informtica e-Patrimnio, nas
instituies do Estado e se melhore a sua utilizao, onde ela j foi introduzida.
37. Com base no e-Patrimnio foi desenvolvida a aplicao e-Inventrio cuja
incorporao de dados directa.
38. Em relao a implementao da aplicao informtica e-Patrimnio nas
instituies do Estado bem como a melhoria da sua utilizao onde ela j foi
introduzida, esclarece-se que:
Foi concluda a especificao do negcio referente a incorporaes dos
bens patrimoniais decorrentes da execuo oramental; e
So realizados as aces de formao, monitoria e apoio ao utilizador
regularmente junto de todas as entidades atravs da DNPE e das DPPF`s;
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Recomendao 22
As entidades devem inventariar os bens a seu cargo, obedecendo o prescrito no n.
2, do artigo 58, da Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro, segundo o qual A
inventariao e gesto do Patrimnio de Estado competem entidade onde se
localizam os bens e direitos patrimoniais....
39. No mbito do inventrio geral do patrimnio do Estado de 2015, foram
realizadas aces de formao e acompanhamento a todos os nveis.
40. Divulgada a circular do enceramento do Exerccio, bem como enviadas
notificaes no sentido da inventariao de todos os bens afectos as
entidades.
Recomendao 23
Deve-se cumprir com os prazos de entrega dos bens adquiridos, previstos nos
respectivos contratos.
41. Realizadas aces de divulgao da legislao, capacitao dos agentes
econmicos e aos rgos e instituies do Estado, para efeitos de
cumprimentos dos prazos contratuais.
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Recomendao 24
Deve ser exercido maior controlo e rigor no preenchimento das Fichas de
Inventrio, em cumprimento dos procedimentos plasmados no Diploma
Ministerial n. 78/2008, de 4 de Setembro, que aprova os Suportes Documentais
(Classificador Geral de Bens Patrimoniais e as Fichas de Inventrio) e no
Regulamento do Patrimnio do Estado, aprovado pelo Decreto n. 23/2007, de 9
de Agosto.
42. No mbito do inventrio geral do patrimnio do Estado, foram realizadas
aces de formao e capacitao dos tcnicos dos rgos centrais,
provinciais e distritais de modo a mitigar o mau preenchimento das Fichas
de Inventrio, bem como superviso de acompanhamento das
recomendaes deixadas pelo TA., de modo a melhorar o preenchimento
das fichas.
Recomendao 25
Devem ser adoptados procedimentos que permitam o registo de bens adquiridos na
entidade e consequente digitalizao, no e-Patrimnio, de modo a garantir a
consistncia entre a informao da entidade e a do Mapa Consolidado do
Inventrio do Patrimnio do Estado.
43. Em desenvolvimento a aplicao para incorporaes de bens mveis
(Mveis, Veculos, Livros e Animais) oriundas de aquisio por Via
Directa no MEX o que ir permitir a pr inventariao dos bens no MPE no
acto da aquisio.
44. Importa salientar que o Governo acolheu as recomendaes e tem
realizado aces para garantir a correco de irregulares com vista
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responsabilizao dos infractores. Por outro lado, tem intensificado as
aces de formao dos agentes intervenientes no processo de pagamento
da despesa pblica e ainda a fiscalizao permanente e auditorias aos
processos junto das instituies e rgos do Estado. Das recomendaes
apresentadas algumas j foram atendidas tendo em conta o
acompanhamento das respectivas constataes junto das entidades visadas,
trabalho que vem sendo feito pelo MEF.
45. No ano de 2014, foram capacitados em matrias de execuo oramental,
cerca de 1.494 agentes intervenientes, dos quais 721 afectos nos rgos
centrais, 559 nos rgos provinciais e 214 nos rgos distritais.
46. Durante o ano de 2015, as capacitaes abrangeram cerca de 1.217 agentes
intervenientes, dos quais 533 afectos nos rgos centrais, 134 nos rgos
provinciais e 550 nos rgos distritais.
47. Para 2016, as capacitaes continuam e at a presente data j foram
capacitados cerca de 1.344 agentes intervenientes, dos quais 966 afectos nos
rgos centrais, 277 nos rgos provinciais e 101 nos rgos distritais.
48. Assim, de 2014 a 2016 foram capacitados cerca de 4.055 agentes
intervenientes, dos quais, 2.220 afectos nos rgos centrais, 970 nos rgos
provinciais e 865 nos rgos provncias.
49. Na seleco dos agentes a capacitar, o privilgio tem sido dado aos agentes
afectos nos sectores que apresentam maiores dificuldades na execuo
oramental e para aqueles que nunca se beneficiaram de nenhuma
capacitao.
50. Por outro lado, a Circular de Administrao e Execuo do Oramento do
Estado para 2016, estabelece nas alneas a) e b) do artigo 41, o apuramento
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de responsabilidades para os casos de falta de prestao de contas ou
irregularidades constatadas na utilizao de fundos e ainda para despesas
realizadas com desvios de aplicao entendidas como tal as que no
observarem o correcto enquadramento em um ou mais dos Classificadores
da Clula Oramental.
51. Mais ainda, para as situaes descritas no pargrafo anterior, o artigo 9 da
Circular n. 05/GAB-MEF/2015, de 28 de Outubro, sobre o encerramento
do exerccio econmico de 2015, obriga a inscrio em responsabilidades
diversas dos respectivos gestores, procedimento que tem sido feito no
mbito da elaborao da CGE.
52. Aspectos que constituem melhoria no controlo interno:
Em 2014 foi emitida a Circular n. 02/GAB-MF/2014, de 16 de Setembro,
sobre a natureza das contas bancrias a serem abertas e mantidas pelos
rgos e instituies do Estado, visando reduzir o volume de contas
bancrias que vinham sendo abertas e mantidas.
No mbito do processamento e pagamento de salrios, foi aprovado o
Diploma Ministerial n. 210/2014, de 9 de Dezembro, que define
procedimentos, responsabilidades e prazos para o pagamento de salrios
dos funcionrios e agentes do Estado.
Em 2015, foi aprovado o Diploma Ministerial n. 91/2015, de 18 de
Setembro, sobre as novas regras de cadastro de domiclio bancrios no e-
SISTAFE, em que, o mesmo cadastro feito com base no certificado de
domiclio bancrio e aps o cadastro exigida conformidade por parte
do Agente de Controlo Interno.
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Ainda em 2015, foi realizada a prova de vida dos funcionrios e agentes
do Estado, no mbito do Regulamento aprovado pelo Diploma
Ministerial n. 80/2015, de 5 de Junho.
Em 2016, atravs do artigo 40 da Circular de Administrao e Execuo
do Oramento do Estado para 2016, foram estabelecidas regras de
organizao e arquivo de processos administrativos gerados no mbito
do pagamento das despesas pblicas.
Paralelamente a este facto a IGF realizou, em 2015, um trabalho com os
sectores na organizao dos arquivos no qual foram recuperados
processos de despesa no montante de 27.835,64 mil Mts contra os
31.861,42 mil Mts1.
3. OBJECTIVOS DA POLTICA ECONMICA E SOCIAL
53. O Oramento do Estado de 2015 marca o incio do Programa Quinquenal
do Governo (PQG) 2015-2019, cujo objectivo central a melhoria das
condies de vida do povo moambicano, atravs da promoo do
emprego, da produtividade e da competitividade; da criao de riqueza e
gerando um desenvolvimento equilibrado e inclusivo, num ambiente de
paz, segurana, harmonia, solidariedade, justia e coeso entre os
moambicanos.
54. Para a prossecuo desses objectivos, foram definidos como principais
indicadores macroeconmicos para 2015, os seguintes:
1 Este montante resulta da actualizao feita pelo TA, atravs do Ofcio n. 245/CGE/TA/2016, em contrapartida dos
anteriores 149.684,8 mil Mts constantes do relatrio da CGE enviado Assembleia da Repblica.
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i. Alcanar um crescimento econmico de cerca de 7,5%;
ii. Conter a taxa de inflao mdia anual em cerca de 5,6%;
iii. Manuteno de uma poltica cambial consentnea com os esforos de
promoo da competitividade das exportaes.
55. O desempenho econmico no exerccio econmico de 2015 alcanou os
seguintes resultados:
i. Crescimento real do Produto Interno Bruto(PIB) em 6,3%
ii. Taxa de inflao mdia anual de 3,5%
iii. As exportaes atingiram 2.610,0 milhes de dlares americanos (USD) e as
importaes fixaram-se em 5.661,4 milhes de dlares, ambas abaixo das
metas programadas para 2015, tendo as Reservas Internacionais Lquidas
se situado a um nvel de cobertura de 3.8 meses de importaes;
3.1. Poltica Oramental
56. A Poltica Oramental para 2015 incide sobre cinco prioridades do PQG
2015-2019, nomeadamente: (i) a consolidao da unidade nacional, paz e
reforo da soberania; (ii) o desenvolvimento do capital humano e social; (iii)
a promoo do emprego, produtividade e competitividade; (iv) o
desenvolvimento de infra-estruturas econmicas e sociais; e (v) a gesto
sustentvel e transparente dos recursos naturais e do ambiente. Incide
igualmente sobre trs pilares de suporte: (i) consolidar o Estado de direito
democrtico, boa governao e descentralizao; (ii) promover um
ambiente macro - econmico equilibrado e sustentvel; e (iii) reforar a
cooperao internacional.
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57. O Oramento do Estado para 2015, aprovado atravs da Lei n. 2/2015, de 7
de Maio, a expresso financeira das aces que reflectem os objectivos
definidos no Plano Econmico e Social para 2015, alinhados com o Plano
Quinquenal do Governo 2015-2019.
58. Com base nos pressupostos macroeconmicos anteriormente referidos, o
limite das despesas do Estado foi fixado em 226.425,0 milhes de Meticais, a
serem financiadas por 160.707,8 milhes de Meticais de receitas do Estado,
registando-se um dfice de 65.717,20 milhes de Meticais.
59. Para a cobertura do Dfice Oramental foi prevista a mobilizao de
donativos externos no valor de 20.463,7 milhes de Meticais e a contratao
de crditos no valor de 45.253,5 milhes de Meticais, sendo 9.182,6 milhes
de Meticais de crditos internos e 36.070,9 milhes de Meticais de crditos
externos.
60. No entanto, o incio do ano de 2015 foi marcado por fortes chuvas e cheias
em todo o Pas, com maior incidncia sobre as Provncias de Niassa, Cabo
Delgado, Nampula e Zambzia, o que determinou a afectao de recursos
para o atendimento de situaes da resultantes, tais como, a assistncia s
populaes afectadas, reposio de emergncia de infra-estruturas
destrudas e a proviso para o atendimento do plano de reconstruo ps-
cheias e para a reintegrao no mbito do acordo de cessao de
hostilidades militares.
61. Assim, a execuo do Oramento do Estado no exerccio econmico de
2015 apresenta os seguintes resultados, em milhes de Meticais:
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Lei Oramental Realizao % Real
Receitas do Estado 160.707,8 155.893,0 97,0%
Despesas do Estado 226.425,0 200.490,4 88,6%
Dfice/ Financiado 65.717,2 44.597,4 67,9%
62. Do resultado obtido, verifica-se que dfice global financiado fixou-se em
22,2% contra uma meta de 29,0%, que reflecte os esforos do Governo em
conter o nvel de crescimento da Despesa Pblica.
63. O desempenho oramental em 2015, comparativamente a 2014,
apresentado na Tabela 1.
Valor % do PIB Valor % do PIB
Receitas do Estado 156,336.1 29.69 155,893.0 26.45
Correntes 153,449.1 29.15 152,796.4 25.93
Capital 2,887.0 0.55 3,096.6 0.53
Despesas 222,020.0 42.17 185,643.6 31.50
Despesas de Funcionamento 118,469.9 22.50 117,836.0 20.00
Despesas de Investimento 87,036.2 16.53 64,077.8 10.87
Componente Interna 45,374.5 8.62 42,677.4 7.24
Componente Externa 41,661.7 7.91 21,400.4 3.63
Operaes Financeiras Activas 16,513.9 3.14 3,729.8 0.63
Saldo Corrente 34,979.2 6.64 34,960.4 5.93
Dfice Global Antes de Donativos -65,683.9 -12.48 -29,750.6 -5.05
Donativos 24,106.5 4.58 18,677.4 3.17
Consignados a Projectos e Ac. Retrocesso 13,737.2 2.61 11,109.9 1.89
Contravalores no consignados 10,369.3 1.97 7,567.5 1.28
Dfice Global Aps de Donativos -41,577.4 -7.90 -11,073.2 -1.88
Emprstimos Externos Lquidos 47,258.1 8.98 23,970.2 4.07
Consignados a Projectos e Ac. Retrocesso 48,242.0 9.16 26,165.7 4.44
Contravalores no Consignados 2,154.3 0.41 4,833.9 0.82
Amortizaes -3,138.2 -0.60 -7,029.4 -1.19
Outras Operaes 42,128.7 7.15
Crdito Interno Lquido ao Governo -5,680.7 -1.08 29,231.7 4.96
P/ Memria: PIB 526,495 589,294
Tabela 1- Indicadores Oramentais
Ano 2014 Ano 2015
(Em Milhes de Meticais)
Designao
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Conta Geral do Estado de 2015
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64. Relativamente ao ano transacto, as Receitas Correntes registaram um
decrscimo de cerca de 3,2 pontos percentuais do PIB e as Despesas de
Funcionamento posicionaram-se abaixo do nvel alcanado no exerccio
econmico anterior em cerca de 2,5 pontos percentuais do PIB.
65. Dado que o decrscimo do desempenho das Receitas Correntes superior
ao decrscimo registado nas Despesas de Funcionamento, registou-se uma
depreciao no Saldo Corrente, que passou de cerca de 6,6% do PIB em
2014, para cerca de 5,9% em 2015.
66. As Despesas de Investimento sofreram uma reduo em relao ao nvel de
realizao de 2014 em cerca de 5,7 pontos percentuais do PIB, tendo as
Operaes Financeiras Activas, tambm, sofrido um decrscimo de 2,5
pontos percentuais.
3.2. Poltica Fiscal
67. Para a materializao dos objectivos do Plano Econmico e Social de 2015, o
Governo implementou as seguintes medidas de Poltica Fiscal:
No mbito das campanhas de educao fiscal e aduaneira e popularizao
do imposto, foram realizadas, a nvel nacional, 35 eventos culturais, 161
palestras, para membros do Governo, lderes comunitrios, chefes de
localidades, professores, estudantes, comerciantes e jovens
empreendedores, foram ainda implantados 10 painis publicitrios em
cinco provncias do pas (Zambzia, Tete, Sofala, Inhambane e Maputo)
sendo 2 painis para cada provncia.
Massificao das campanhas de educao fiscal e aduaneira e
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Conta Geral do Estado de 2015
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popularizao do imposto, garantindo a assuno das obrigaes fiscais
por todos, induzindo ao pagamento voluntrio e promovendo a cidadania
fiscal, mediante a formao de 16.000 novos disseminadores em todo o
Pas, a promoo de debates, entrevistas e ainda a criao e veiculao de
reportagens, spots televisivos, radiofnicos e pela imprensa escrita;
No mbito do Cadastro Fiscal, de um programa anual de registo de
660.000 NUITs, foram atribudos 846.624, sendo 836.166 referentes a
pessoas singulares e 10.458 a pessoas colectivas;
Incremento do registo de contribuintes, atravs da intensificao e
expanso territorial do programa de atribuio do Nmero nico de
Identificao Tributria (NUIT), permitindo maior cobertura dos
potenciais contribuintes e o alargamento da base tributria, tendo sido
registados cerca de 90.000 novos contribuintes em sede do Imposto
Simplificado para Pequenos Contribuintes ISPC;
No mbito das Auditorias e Fiscalizaes, foram intensificadas aces de
auditoria e fiscalizao, incluindo as auditorias ps-desembarao e a
fiscalizao de mercadorias em circulao, com incidncia particular nos
grandes impostos (IVA, IRPC, IRPS, ICE, Impostos sobre a Produo de
Minas e Petrleos e Direitos Aduaneiros), tendo sido realizadas 1.070
auditorias s empresas, com maior enfoque em mega projectos,
instituies financeiras e grandes operadores do comrcio exterior;
No mbito do projecto e-Tributao, foi implementado o sistema de
informatizao de impostos, em harmonia com o ambiente e-SISTAFE,
prevendo-se que 100% dos contribuintes em todas as Unidades de
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Conta Geral do Estado de 2015
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Grandes Contribuintes (UGCs) e 80,0% nas Direces de reas Fiscais
(DAFs), inscritos nos Impostos sobre o Valor Acrescentado (IVA) ou no
Imposto Simplificado para Pequenos Contribuintes (ISPC), estejam
registados no novo sistema de NUITs;
Para a assistncia aos agentes econmicos e demais contribuintes, esto
em pleno funcionamento 11 Balces de Assistncia ao Contribuinte, onde
foram atendidos 7.200 contribuintes, atribudos 2.400 NUITs e impressos
3.497 cartes de NUITs;
Foram melhoradas as condies para uma permanente assistncia aos
agentes econmicos e demais contribuintes, incluindo os potenciais e
expandir os servios de atendimento ao contribuinte, mediante a
introduo dos call centers;
No mbito da expanso da rede de cobrana foi aberta uma Unidade de
Grandes Contribuintes na Cidade de Pemba, Provncia de Cabo Delgado,
5 novos postos de cobrana nomeadamente: Chire, Macomia, Moatize,
Catandica e Ressano Garcia, totalizando 107 Unidades de Cobrana.
No Sistema da Janela nica Electrnica (JUE), foi introduzido o uso do
mdulo de emisso de licenas designado MDE Ministrio, Direces e
Entidades de Controlo, destinado a tramitao de processos de
desembarao;
Alargamento da abrangncia do Projecto da JUE, para a tramitao dos
despachos aduaneiros e interaco electrnica com os utentes e com as
administraes tributrias dos Pases vizinhos, prevendo-se o
processamento de pelo menos 95,0% dos despachos de todos regimes
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aduaneiros;
No mbito de Formao de Recursos Humanos, foram capacitados
funcionrios em reas especficas e especializadas, com enfoque para as
auditorias, tecnologias de informao e comunicao, domnio das
tcnicas fiscais e aduaneiras, dotando-os de conhecimentos e habilidades
para melhoria contnua da prestao de servios;
Com a inteno de acautelar a introduo do novo mdulo da JUE de
forma clere e segura, foram capacitados 1.689 utilizadores, dos quais 771
so da rea de actuao CMS e 918 da TradeNet;
68. No prosseguimento da reforma legislativa, foram aprovados os seguintes
dispositivos legais:
Lei n. 28/2015, de 28 de Dezembro, que aprova o Regulamento do
Regime Especfico de Tributao e de Benefcios Fiscais para a Actividade
Mineira;
Lei n. 32/2015, de 31 de Dezembro, que aprova o Regulamento do
Regime Especfico de Tributao e de Benefcios Fiscais das Operaes
Petrolferas.
Lei n. 2/2015 de 7 de Maio, que aprova o Oramento do Estado para o
ano 2015;
Decreto n. 11/2015, de 10 de Junho, que atribui aos titulares dos rgos e
instituies do Estado competncias para procederem a alteraes
(transferncias e redistribuies) de dotaes oramentais em cada nvel;
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Conta Geral do Estado de 2015
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3.3. Poltica Monetria e Cambial
69. A Poltica Monetria em 2015 foi orientada no sentido de assegurar os
objectivos preconizados pelo Governo, no mbito do Plano Econmico e
Social (PES), no que concerne ao controlo da inflao, crescimento
econmico e posio externa do pas, em termos de reservas internacionais
lquidas.
70. Para o efeito foram definidas as seguintes metas:
Inflao mdia anual no superior a 5.6%;
Um saldo de Reservas Internacionais Lquidas correspondentes a 4.7
meses de cobertura das importaes de bens e servios;
Expanso da Base Monetria no superior a 18,5% em termos de variao
mdia e homloga, respectivamente;
Um crescimento anual dos meios totais de pagamento na ordem dos
19,0%; e
Um incremento do crdito economia no superior a 18,1%.
71. Com a implementao da Poltica Monetria e Cambial foram alcanados os
seguintes resultados:
As Reservas Internacionais Lquidas registaram um saldo para assegurar a
cobertura de 4,2 meses de importao de bens e servios no factoriais,
excluindo as importaes de bens e servios dos grandes projectos; e
A informao sobre o Crdito Economia, indica um crescimento anual
deste agregado em 2015 de 19,8%. Cerca de 21,4% do crdito at final de
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Conta Geral do Estado de 2015
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Dezembro estava em posse de particulares.
72. Ainda em 2015 verificou-se a depreciao do Metical como consequncia da
valorizao do USD no mercado internacional, a queda dos preos de
matrias-primas, com impacto na reduo das receitas de explorao, a
queda dos desembolsos dos fundos externos para o apoio ao oramento e a
desacelerao do Investimento Directo Estrangeiro e o incremento da
Dvida Pblica Externa.
73. Assim, em face da conjuntura referida no nmero anterior, a Autoridade
Monetria e Cambial tomou as seguintes medidas de poltica:
Incremento das taxas de juros da Facilidade Permanente de Depsitos
(FPD) e da Facilidade Permanente de Cedncia (FPC) em 2.25 pontos
percentuais, passando a 3,75% e a 9,75%, respectivamente, e ajustou o
coeficiente de reserva obrigatria em mais 2.5 pontos percentuais para
10,5%.
Foram introduzidos limites de pagamentos no exterior com recurso ao
carto de dbito ou de crdito (carto bancrio internacional) num
montante que no deve exceder, por ano civil e por pessoa (singular ou
colectiva) o valor de 700,000 meticais, independentemente de nmero de
cartes que possua. Este procedimento visa a uniformizao de
procedimentos no uso de cartes dentro e fora do pas e permitir uma
melhor gesto do fundo cambial no pas.
3.4. Balana de Pagamentos
74. Relativamente a este ponto, no obstante os valores constantes das tabelas
estarem expressos em Meticais, a sua anlise ser feita tendo como base o
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Conta Geral do Estado de 2015
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USD em virtude das transaces no exterior serem efectuadas em moeda
externa.
75. As exportaes totais de bens registaram uma receita de USD 3.413,0
milhes, o equivalente a 135.060,3 milhes de Meticais, o que representa um
decrscimo de 12,8%, quando comparado a igual perodo de 2014, cuja
receita atingiu USD 3.916,4 milhes, explicada pela desacelerao dos
preos mdios das mercadorias no mercado internacional, com destaque
para os comercializados pelos grandes projectos, assim como pela queda de
8,1%, das receitas de exportao que passaram de USD 1.476,6 milhes, em
2014, para USD 1.556,3 milhes, em 2015, equivalente a 53.668,8 milhes de
Meticais dos produtos tradicionais realizados conforme se mostra na Tabela
2:
Ano 2014 Ano 2015Varia
o (%)
Exportaes (fob) 123,366.0 135,060.3 9.5
sendo grandes projectos 76,529.1 81,391.5 6.4
Exportaes sem grandes projectos 46,836.9 53,668.8 14.6
Importaes (fob) -250,477.2 -299,806.1 19.7
sendo grandes projectos -46,832.9 -36,285.7 -22.5
Importaes sem grandes projectos -203,644.3 -263,520.4 29.4
Saldo -127,111.2 -164,745.7 29.6
Saldo sem grandes projectos -156,807.4 -209,851.6 33.8
Fonte: DEE-Banco de Moambique.
Tabela 2 - Balana Comercial
(Em Milhes de Meticais)
76. Paralelamente, as despesas de importao, incluindo os grandes projectos
(GP), registaram um decrscimo na ordem dos 4,7%, de USD 7.951,7
milhes, em 2014, para cerca de USD 7.576,6 milhes, em 2015, equivalentes
a 299.806,1 milhes de Meticais, com destaque para a queda na importao
de energia elctrica, leo alimentar, combustveis, sendo que os GP
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registaram uma queda em cerca de 38,3%. Excluindo os GP, as despesas de
importao tiveram um crscimento de 3,0%, passando de USD 6.464,9
milhes, em 2014, para USD 6.659,6 milhes, correspondentes a 263.520,4
milhes de Meticais, em 2014.
77. A Balana Comercial encerrou com um dfice de 164.745,7 milhes de
Meticais, equivalentes a USD 4.163,3 milhes, superior ao registado em
2014, em 3,2%, tendo o dfice sem os grandes projectos se situado em
209.851,6 milhes de Meticais, ou seja, USD 5.303,3 milhes, correspondente
a um agravamento de 6,5%, comparativamente a igual perodo.
78. O dfice da Balana de Servios e Rendimentos situou-se em USD 223.5
milhes, equivalente a 8.851,8 milhes de Meticais, em 2015, representando
uma acelerao do dfice em 92,9% em relao a 2014, conforme a Tabela
seguinte:
Ano 2014 Ano 2015Variao
(%)
Receitas 26,863.9 4,451.6 -83.4
Despesas -125,592.5 -13,303.4 -89.4
Saldo -98,728.6 -8,851.8 -91.0
Juros de dvida -2,403.3 -4,927.7 105.0
Saldo excluindo juros -101,131.9 -13,779.5 -86.4
Fonte: DEE-Banco de Moambique.
Tabela 3 - Balana de Servios e Rendimentos(Em Milhes de Meticais)
79. A Balana de Transaces Correntes, excluindo as transferncias correntes,
passou de um dfice de USD 7.169,5 milhes em 2014, para um dfice de
USD 7.009,1 milhes, em 2015, ou seja, 277.350,1 milhes de Meticais,
representando uma desacelerao de 2,2%.
80. Incluindo as transferncias correntes, que registaram USD 1.372,3 milhes,
em 2014, contra USD 853.7 milhes registados em 2015, isto , 33.780,9
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milhes de Meticais, correspondente a uma desacelerao de 37,8%. A
Balana de Transaces Correntes passou de um dfice de USD 5.797,2
milhes em 2014, para USD 6.155,4 milhes, correspondentes a 243.569,2
milhes de Meticais, em 2015, o que equivale a um agravamento de 6,2%,
conforme se pode observar na Tabela 4:
2014 2015Variao
(%)
Exportaes (fob) 123,366.1 135,060.3 9.5
sendo grandes projectos 76,529.2 81,391.5 6.4
Export. sem grandes projectos 46,836.9 53,668.8 14.6
Importaes (fob) -250,477.2 -299,806.1 19.7
sendo grandes projectos -46,832.9 -36,285.7 -22.5
Import. sem grandes projectos -203,644.3 -263,520.4 29.4
Servios e Rendimentos -98,728.5 -112,608.3 14.1
Saldo de Bens, Servios e Rendimentos-225,839.6 -277,350.1 22.8
Transferncias Correntes 43,227.7 33,780.9 -21.9
Saldo -182,611.9 -243,569.2 33.4
Fonte: DEE-Banco de Moambique.
Tabela 4 - Balana de Transaces Correntes
(Em Milhes de Meticais)
81. O total do financiamento externo, constitudo por donativos e emprstimos,
decresceu em 31,6% de 2014 para 2015, explicado pelo decrscimo do
financiamento por emprstimos em 48,3% para o sector pblico, contra um
aumento de cerca de 0,8% para o sector privado, como se mostra a seguir:
Ano 2014 Ano 2015Crescim.
em %
Donativos 22,603.2 7,585.6 -66.4
Emprstimos 58,505.5 44,666.6 -23.7
Pblicos 47,679.2 30,959.6 -35.1
Privados 10,836.3 13,707.0 26.5
Total 81,108.7 52,252.2 -35.6
Fonte: DEE-Banco de Moambique.
Tabela5 - Donativos e Emprstimos Externos
(Em Milhes de USD)
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Conta Geral do Estado de 2015
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4. EXECUO DO ORAMENTO DO ESTADO
82. A execuo do Oramento do Estado de 2015 foi efectuada nos termos do
estabelecido na Lei n. 9/2002, de 12 de Fevereiro, que cria o Sistema de
Administrao Financeira do Estado (SISTAFE), assim, nos primeiros meses
do ano, foi feita com base na reconduo do oramento do Estado de 2014 e
posteriormente nos termos da Lei n. 2/2015, de 7 de Maio, que aprova o
Oramento do Estado para 2015.
83. A gesto dos limites oramentais nos primeiros meses foi feita em
duodcimos e aps aprovao do oramento foi na base nos artigos 6 e 8 da
Lei n. 2/2015, de 7 de Maio, que autoriza o Governo a usar os recursos
extraordinrios para a cobertura do dfice, pagamento da dvida pblica e
financiamento de projectos de investimento prioritrios e a proceder
transferncia de dotaes oramentais entre os rgos e instituies do
Estado.
84. O Governo, atravs do Decreto n. 11/2015, de 10 de Junho atribuiu aos
titulares dos rgos e instituies do Estado competncias para procederem
a alteraes de dotaes oramentais em cada nvel.
85. Ao abrigo do disposto na Lei Oramental e no Decreto de delegao de
competncias foram efectuadas, durante o exerccio econmico de 2015, as
alteraes oramentais que constam da Tabela 6.
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Altera- % Alte- Altera- % Alte-
Revisto Final es raes Inicial Actualizado es raes
Despesa de Funcionamento 121,207.2 121,207.2 0.0 0.0 120,351.7 118,091.9 -2,259.8 -1.9
Central 65,956.4 60,241.7 -5,714.7 -8.7 59,333.4 52,862.6 -6,470.8 -12.2
Provincial 30,882.3 34,436.4 3,554.1 11.5 33,300.8 34,310.1 1,009.4 2.9
Distrital 22,368.0 24,528.6 2,160.6 9.7 25,704.1 28,905.8 3,201.7 11.1
Autrquico 2,000.5 2,000.5 0.0 0.0 2,013.5 2,013.5 0.0 0.0
Despesa de Invest. Interna 46,260.3 46,260.4 0.1 0.0 44,881.3 44,881.3 0.0 0.0
Central 36,469.8 34,132.3 -2,337.5 -6.4 34,601.1 34,064.0 -537.2 -1.6
Provincial 5,242.6 6,413.4 1,170.8 22.3 5,507.5 5,810.2 302.7 5.2
Distrital 3,415.9 4,452.7 1,036.8 30.4 3,635.1 3,825.2 190.1 5.0
Autrquico 1,132.0 1,262.0 130.0 11.5 1,137.6 1,182.0 44.4 3.8
Despesa de Invest. Externa 58,279.6 58,279.5 -0.1 0.0 38,298.2 38,298.2 0.0 0.0
Central 55,075.5 52,089.5 -2,986.0 -5.4 30,610.4 31,899.6 1,289.3 4.0
Provincial 2,930.7 5,241.8 2,311.1 78.9 6,886.9 5,455.9 -1,431.0 -26.2
Distrital 273.3 948.2 674.9 246.9 800.9 942.7 141.7 15.0
Operaes Financeiras 23,346.7 23,346.7 0.0 0.0 22,893.7 25,153.5 2,259.8 9.0
Despesa Total 249,093.8 249,093.8 0.0 0.0 226,425.0 226,425.0 0.0 0.0
Central 180,848.5 169,810.2 -11,038.3 -6.1 147,438.6 143,979.7 -3,458.9 -2.4
Provincial 39,055.6 46,091.6 7,036.0 18.0 45,695.2 45,576.3 -118.9 -0.3
Distrital 26,057.3 29,929.5 3,872.2 14.9 30,140.2 33,673.7 3,533.5 10.5
Autrquico 3,132.4 3,262.5 130.1 4.2 3,151.0 3,195.4 44.4 1.4
mbitos
Ano 2014
Tabela 6 - Resumo das Alteraes Oramentais
(Em Milhes de Meticais)
Oramento AnualOramento Anual
Ano 2015
86. Das Despesas de Funcionamento foram efectuadas redistribuies
oramentais para rgos e instituies de nvel provincial e distrital em
1.009,4 milhes de Meticais e 3.201,7 milhes de Meticais, respectivamente,
e ainda para operaes financeiras 2.259,8 milhes de Meticais em
contrapartida das redues registadas no nvel central em 6.470,8 milhes
de Meticais.
87. Na componente interna das Despesas de Investimento foram efectuadas
redistribuies de dotaes oramentais dos rgos e instituies de nvel
provincial, distrital e autrquico, em 302,7 milhes de Meticais, 190,1
milhes de Meticais e 44,4 milhes de Meticais, respectivamente, em
contrapartida das redues efectuadas no nvel central em 537,2 milhes de
Meticais.
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Conta Geral do Estado de 2015
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88. Na componente externa das Despesas de Investimento foram registadas
redistribuies de dotaes oramentais para os rgos e instituies de
nvel central e distrital em 1.289,3 milhes de Meticais e 141,7 milhes de
Meticais respectivamente, em contrapartida das redues registadas no
nvel provincial em 1.431,0 milhes de Meticais.
89. A execuo do Oramento do Estado, em termos globais, teve os resultados
que se apresentam nos Mapas I e I-1 da II Parte da presente Conta e se
resumem na Tabela 7:
Classifi-
cao Ora- Reali- Taxa % do Reali- Taxa % do
Econmica mento zao (%) PIB Lei 2/2015 Final zao (%) PIB
Recursos Internos 161,289.0 164,550.0 102.0 31.25 169,890.4 169,890.4 165,025.3 97.1 28.00
Receitas do Estado 155,573.9 158,834.9 102.1 30.17 160,707.8 160,707.8 155,893.0 97.0 26.45
Emprstimos Internos 5,715.1 5,715.1 100.0 1.09 9,182.6 9,182.6 9,132.3 99.5 1.55
Recursos Externos 87,804.8 74,502.8 84.9 14.15 56,534.6 56,534.6 49,677.0 87.9 8.43
Donativos 30,401.9 24,106.5 79.3 4.58 20,463.7 20,463.7 18,677.4 91.3 3.17
Emprstimos 57,402.8 50,396.3 87.8 9.57 36,070.9 36,070.9 30,999.7 85.9 5.26
Total de Recursos 249,093.7 239,052.8 96.0 45.40 226,425.0 226,425.0 214,702.3 94.8 36.43
Desp. de Funcionamento 121,207.2 118,469.9 97.7 22.50 120,351.7 118,091.9 117,836.0 99.8 20.00
Desp. de Investimento 104,539.9 87,036.2 83.3 16.53 83,179.5 83,179.6 64,077.8 77.0 10.87
Componente Interna 46,260.3 45,374.5 98.1 8.62 44,881.3 44,881.3 42,677.4 95.1 7.24
Componente Externa 58,279.6 41,661.7 71.5 7.91 38,298.2 38,298.2 21,400.4 55.9 3.63
Operaes Financeiras 23,346.7 21,543.1 92.3 4.09 22,893.8 25,153.5 18,577.0 73.9 3.15
Activas 17,767.4 16,513.9 92.9 3.14 10,351.5 10,306.2 3,729.7 36.2 0.63
Passivas 5,579.3 5,029.2 90.1 0.96 12,542.3 14,847.4 14,847.4 100.0 2.52
Emprstimos Externos 3,688.3 3,138.2 85.1 0.60 4,724.3 7,029.4 7,029.4 100.0 1.19
Emprstimos Internos 1,891.0 1,891.0 100.0 0.36 7,818.0 7,818.0 7,818.0 100.0 1.33
Total de Despesa 249,093.8 227,049.2 91.2 43.12 226,425.0 226,425.0 200,490.8 88.5 34.02
Variao de Saldos 0.0 12,003.6 2.28 0.0 0.0 14,211.5 2.41
Total de Aplicaes 249,093.7 239,052.8 96.0 45.40 226,425.0 226,425.0 214,702.3 94.8 36.43
Por memria: PIB 526,495 589,294
Ano 2014
Tabela 7 - Equilbrio Oramental(Em Milhes de Meticais)
Oramento
Ano 2015
90. Os recursos mobilizados, atingiram o montante de 214.702,3 milhes de
Meticais, correspondente a 94,8% da previso anual, tendo os recursos
internos uma realizao 97,1% e os externos se situado em 87,9% do
programado. O nvel de mobilizao de recursos representa cerca de 36,4%
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do PIB, tendo decrescido em relao ao nvel de realizao do exerccio
econmico anterior em 9,0 pontos percentuais.
91. As Receitas do Estado situaram-se abaixo do nvel de realizao de 2014 em
cerca de 3,7 pontos percentuais do PIB, influenciado pelo facto dos
Impostos sobre o Rendimento terem registado em 2014 mais-valias
provenientes da tributao do rendimento da venda de aces de empresas
multinacionais.
92. Por sua vez os Donativos situaram-se abaixo do nvel de realizao do ano
anterior em cerca de 1,4 pontos percentuais do PIB, tendo os Emprstimos
Externos se posicionado abaixo do nvel de 2014 em cerca de 4,3 pontos
percentuais do PIB.
93. Em termos de peso, as Receitas do Estado correspondem a 72,6% dos
recursos mobilizados, os Emprstimos Externos 14,4%, os Donativos
Externos 8,7% e os Emprstimos Internos 4,3%, conforme ilustra o Grfico
seguinte:
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Conta Geral do Estado de 2015
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Receitas do Estado72.6%
Emprstimos Internos4.3%
Donativos Externos8.7%
Emprstimos Externos14.4%
Grfico 1 - Estrutura de Recursos
94. As despesas totais atingiram o montante de 200.481,9 milhes de Meticais,
correspondente a 88,5% do Oramento e a cerca de 34,0% do PIB, tendo as
Despesas de Funcionamento atingido 117.827,1 milhes de Meticais, as
Despesas de Investimento 64.077,8 milhes de Meticais e as Operaes
Financeiras 18.577,0 milhes de Meticais, correspondentes respectivamente
a 99,8%, 77,0% e 73,9% da dotao oramental.
95. O nvel de realizao das despesas ficou abaixo do alcanado no exerccio
econmico anterior em 2,7 pontos percentuais, por influncia da
componente externa de Investimento, que se fixou em 55,9% da dotao
oramental, devido ao baixo nvel de desembolso de recursos, que se situou
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Conta Geral do Estado de 2015
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em 86,4% da previso, bem como pelo incio tardio da execuo de alguns
projectos, motivado pela reconduo oramental e pelas cheias que
assolaram a regio norte do pas no primeiro trimestre de 2015.
96. Face ao nvel de mobilizao de recursos, associado ao nvel de realizao
das despesas, as contas do Estado registaram uma variao de saldos no
valor de 14.211,5 milhes de Meticais, situao resultante do desembolso
tardio de parte considervel de fundos externos, o que no permitiu a sua
utilizao durante o exerccio econmico.
97. Em termos de repartio percentual, as Despesas de Funcionamento
correspondem a 58,8% da despesa total, as Despesas de Investimento 32,0%
e as Operaes Financeiras 9,3%, conforme se observa do Grfico 2.
Despesas de Funcionamento
58.8%
Despesas de Investimento
32.0%
Operaes Financeiras
9.3%
Grfico 2 - Estrutura das Utilizaes
98. Em relao ao exerccio econmico anterior, o peso das Despesas de
Funcionamento cresceu em 2,1, as Despesas de Investimento e as Operaes
Financeiras reduziram em 6,3 e 18,4 pontos percentuais, respectivamente.
4.1. Cobrana de Receitas
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Conta Geral do Estado de 2015
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99. A cobrana de Receitas do Estado atingiu o montante de 155.893,0 milhes
de Meticais, correspondente a 97% da previso e cerca de 26,5% do PIB,
tendo registado um decrscimo de 5,1 pontos percentuais, conforme ilustra
a Tabela 8:
Variao
Previ- Reali- Taxa % do Previ- Reali- Taxa % do 2014/15
so zao (%) PIB so zao (%) PIB (%)
RECEITAS CORRENTES 149,887.7 153,449.1 102.4 29.15 157,520.4 152,796.4 97.0 25.93 -0.4
Receitas Fiscais 132,261.5 135,084.8 102.1 25.66 133,009.3 129,657.1 97.5 22.00 -4.0
Imposto sobre o Rendimento 59,336.3 63,097.2 106.3 11.98 51,411.1 57,919.1 112.7 9.83 -8.2
Impostos sobre Bens e Servios 67,560.1 67,846.0 100.4 12.89 75,178.8 67,036.1 89.2 11.38 -1.2
Outros Impostos 5,365.0 4,141.6 77.2 0.79 6,419.3 4,701.9 73.2 0.80 13.5
Receitas No Fiscais 9,405.0 9,665.8 102.8 1.84 11,360.2 11,981.5 105.5 2.03 24.0
Das quais Receitas Prprias 3,297.0 5,222.8 158.4 0.99 4,437.4 6,196.8 139.7 1.05 18.7
Receitas Consignadas 8,221.2 8,698.4 105.8 1.65 13,150.9 11,157.8 84.8 1.89 28.3
Das quais Taxa s/ os Combustveis 5,028.0 4,885.2 97.2 0.93 6,850.5 5,036.9 73.5 0.85 3.1
RECEITAS DE CAPITAL 3,187.4 2,887.0 90.6 0.55 3,187.4 3,096.6 97.2 0.53 7.3
Alienao de Bens 0.0 71.3 0.01 0.0 78.3 0.01 9.7
Alienao do Patrim. do Estado 0.0 71.3 0.01 0.0 78.3 0.01 9.7
Outras Receitas de Capital 3,187.4 2,815.7 88.3 0.53 0.0 3,018.3 0.0 0.51 7.2
Dividendos 0.0 1,483.4 0.28 0.0 1,026.7 0.17 -30.8
Outras 3,187.4 1,332.3 41.8 0.25 0.0 1,991.7 0.0 0.34 49.5
Das quais Taxa de Concesso 0.0 746.4 0.14 3,187.4 751.6 0.13 0.7
RECEITAS TOTAIS 153,075.1 156,336.1 102.1 29.69 160,707.8 155,893.0 97.0 26.45 -0.3
P/Memoria: PIB
Fonte: Autoridade Tributria.
Nas Receitas No Fiscais - Receitas Prprias e nas Receitas Consignadas, foram adicionados os montantes de 386.4 milhes de meticais e 2,163.9 milhes de meticais,
respectivamente, relativos a saldos transitados do exerccio de 2014.
Ano 2014
Tabela 8 - Receitas do Estado
(Em Milhes de Meticais)
526,494 589,294
Classificao Econmica
Ano 2015
100. As Receitas Correntes alcanaram o montante de 152. 796,4 milhes de
Meticais e as Receitas de Capital 3.096,6 milhes de Meticais,
correspondentes respectivamente a 97,0% e 97,2% da previso. Em
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percentagem do PIB o nvel de arrecadao das Receitas Correntes e das
Receitas de Capital representa cerca de 25,9% e 0,5%, respectivamente.
101. Os Impostos sobre o Rendimento tiveram uma cobrana de 57.919,1
milhes de Meticais, equivalentes a 112,7% da previso e cerca de 9,8% do
PIB e registaram um decrscimo nominal de 8,2% em relao a 2014,
influenciado pelas mais-valias registadas em 2014, anteriormente
reportadas.
102. No grupo de Impostos sobre Bens e Servios, constitudo pelas rubricas
de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA), Imposto sobre o Consumo
Especfico de Produo Nacional, Imposto sobre o Consumo Especfico de
Produtos Importados e Imposto sobre o Comrcio Externo, foram
arrecadados 67.036,1 milhes de Meticais, equivalentes a 89,2% da meta
fixada e cerca de 11,4% do PIB, tendo registado um decrscimo nominal de
1,2% relativamente a 2014.
103. No grupo dos Outros Impostos foi arrecadado o montante de 4.701,9
milhes de Meticais, equivalente a um grau de realizao de 73,2% da
previso anual e cerca de 0,8% do PIB e a um crescimento nominal de 13,5%
em relao ao perodo homlogo do exerccio econmico anterior,
influenciado pelo bom desempenho registado nas rubricas do Imposto
Simplificado de Pequenos Contribuintes.
104. Em relao ao grupo das Receitas no Fiscais, que compreendem as
Taxas Diversas de Servios, Compensao de Aposentao, Outras Receitas
no Fiscais e Receitas Prprias, a arrecadao alcanou o valor de 11.981,53
milhes de Meticais, correspondente a 105,5% da previso e a cerca de 2,0%
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Conta Geral do Estado de 2015
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do PIB, tendo registado um crescimento nominal de 24,0%, quando
comparado com igual perodo de 2014.
105. Nas Receitas Consignadas registou-se uma cobrana de 11.157,8 milhes
de Meticais, equivalentes a 84,8% da previso e a cerca de 1,9% do PIB e a
um crescimento de 28,3% relativamente a igual perodo do ano anterior.
106. As Receitas de Capital atingiram o valor de 3.096,6 milhes de Meticais,
isto , 97,2% da previso anual e a cerca de 0,5% do PIB, tendo registado um
crescimento nominal de 7,3% em relao a igual perodo do ano transacto.
107. Ainda, no grupo das Receitas de Capital, os Dividendos contriburam
com 1.026,7 milhes de Meticais e as Taxas de Concesses com 751,6
milhes de Meticais. Na Tabela seguinte, apresenta-se a relao das
empresas que fizeram entrega de Dividendos.
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Ano Ano Variao
2014 2015 2014/15
Banco de Moambique 688.5 287.7 28.0% -58.2%
Companhia Moambicana e Hidrocarbonetos (CMH) 84.6 236.2 23.0% 179.3%
Caminhos de Ferro de Moambique(CFM) 347.0 223.0 21.7% -35.7%
Instituto Nacional de Petroleo 148.1 210.3 20.5% 42.0%
Mozambique Community Network (MCNet) 15.6 35.0 3.4% 124.2%
Cimentos de Moambique 0.0 14.9 1.5%
Mozal 0.0 6.6 0.6%
Instituto de Gesto das Participaes do Estado(IGEPE) 0.0 4.1 0.4%
Banco Nacional de Investimentos (BNI) 0.0 3.7 0.4%
Tongat Hulett 4.8 3.5 0.3% -27.2%
STEMA 1.2 1.6 0.2% 34.1%
Hidroeletrica de Cahorra Bassa (HCB) 155.2 0.0 0.0%
Moambique Celular (Mcel) 17.8 0.0 0.0% -100.0%
Eletricidade de Moambique (EDM) 10.5 0.0 0.0%
Soares da Costa 4.5 0.0 0.0% -100.0%
Empresa Moambicana de Dragagem 2.9 0.0 0.0% -100.0%
Hotel Cardoso 2.5 0.0 0.0%
DOMUS 0.4 0.0 0.0% -100.0%
Total 1,483.4 1,026.7 100.0% -30.8%
Receita Total 156,336.1 155,893.0 -0.3%
Contribuio dos Dividendos em % da Receita Total 0.9% 0.7%
Fonte: Direco Nacional do Tesouro
Tabela 9 - Receitas de Dividendos
(Em Milhes de Meticais)
PesoProvenincia
108. Em seguida, apresenta-se a Tabela das empresas que contriburam para
as Receitas de Concesses.
Tabela 10 - Receitas de Concesses
(Em Milhes de Meticais)
InstituiesAno 2014 Ano 2015 Peso
Variao
Hidroeletrica de Cahora Bassa (HCB) 463.2 663.64 88.3% 43.3%
Maputo Port Development Company (MPDC) 178.9 20.2 2.7% -88.7%
Mozambique Community Network (MCNET) 55.0 41.0 5.5% -25.5%
Companhia do Desenvolvimento do Norte 49.3 26.8 0.0% -45.6%
Total 746.4 751.6 100.0% 0.7%
Receita Total 156,336.1 155,893.0 -0.3%
Contribuio das Concesses em % da Receita Total 0.5% 0.5%Fonte: Direco Nacional do Tesouro
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109. No total das Receitas do Estado destacam-se os Impostos sobre Bens e
Servios com uma contribuio equivalente a 43,0%, seguidos pelos
Impostos sobre o Rendimento com 37,2%, tendo as Receitas No Fiscais, as
Receitas Consignadas, os Outros Impostos e as Receitas de Capital
contribudo com o correspondente a 7,7%, 7,2%, 3,0% e 2,0%,
respectivamente, conforme ilustra o Grfico 3:
Imposto sobre o Rendimento
37.2%
Imposto s/ Bens e Servios43.0%
Outros Impostos3.0%
Receitas No Fiscais7.7%
Receitas Consignadas7.2%
Receitas de Capital2.0%
Grfico 3 - Estrutura das Receitas do Estado
110. A contribuio dos Mega projectos atingiu o montante 11.550,6 milhes
de Meticais, equivalente a 7,4% da receita total, com a distribuio que se
apresenta na tabela seguinte:
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Conta Geral do Estado de 2015
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Imposto s/ Taxa de Divi- Recei.
Produo Concesso dendos Consignada Valor Peso
Produo de Energia 816.6 259.3 0.0 154.8 663.6 0.0 396.9 2,291.2 19.8
Explorao de Petrleo 5,836.8 706.0 146.4 0.0 0.0 0.0 0.0 6,689.2 57.9
Explorao de Recursos Minerais 421.3 1,175.4 308.7 0.1 0.0 0.0 0.0 1,905.6 16.5
Outros Mega Projectos 341.0 316.0 0.0 0.0 0.0 6.6 0.9 664.7 5.8
Total 7,415.7 2,456.7 455.1 154.9 663.6 6.6 397.9 11,550.6 100.0
Receita Total 36,498.4 21,311.2 786.5 46,553.1 751.6 1,026.7 13,150.9 155,893.0
Em % da Receita Total 20.3 11.5 57.9 0.3 88.3 0.6 3.0 7.4
Fonte: Autoridade Tributria.
Total
Tabela 11 - Contribuio dos Megaprojectos
(Em Milhes de Meticais)
Megaprojecto IRPC IRPS IVA
111. Os sectores de Explorao de Petrleo e de Produo de Energia so os
que tiveram maior contribuio, com o valor equivalente a 57,9% e 19,8% da
receita total dos Mega projectos, respectivamente. Os sectores de
Explorao de Recursos Minerais e os Outros Mega projectos contriburam
com o equivalente a 16,5% e 5,8%, respectivamente.
112. A cobrana dos Mega projectos registou um crescimento nominal de
10,3% face a 2014, ano em que a sua contribuio se fixou em 10.471,2
milhes de Meticais.
113. Os Benefcios Fiscais totalizaram o montante de 29.744,1 milhes de
Meticais, tendo registado um crescimento nominal de 70,2%, relativamente
ao exerccio anterior, conforme mostra a tabela seguinte:
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Ano Ano Variao (%)
2014 2015 2014/15
Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas 4,221.1 6,041.0 43.1
Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares 1.5 3.1 112.4
Direitos Aduaneiros 3,568.2 6,435.8 80.4
Imposto s/ Consumo Espec. de Produtos Importados 202.1 188.2 -6.9
Imposto sobre o Valor Acrescentado (na importao) 9,482.7 17,076.0 80.1
Total 17,475.6 29,744.1 70.2
Fonte: Autoridade Tributria.
Tabela 12 - Benefcios Fiscais
(Em Milhes de Meticais)
Classificao Econmica
114. O crescimento do valor dos benefcios fiscais concedidos explica-se pelo
aumento do nmero de projectos de investimento que deram entrada em
2014, num total de 511, contra 571 do exerccio econmico anterior.
115. A maior parte dos benefcios fiscais foram concedidos no Imposto sobre
o Valor Acrescentado, como resultado de isenes nas importaes
realizadas pelos projectos de investimento.
116. Analisando o movimento dos crditos do Estado por receitas, conforme
o Mapa I-6 (Movimento de Conhecimentos de Cobrana), verifica-se que o
saldo inicial de conhecimento de cobrana era de 2.080,5 milhes de
Meticais, foram debitados 17.901,5 milhes de Meticais, cobrados 75,7
milhes de Meticais e anulados 8.805,3 milhes de Meticais, resultando no
saldo final de 11.101 milhes de Meticais, ou a distribuio por impostos e
taxas que se apresentam no Anexo Informativo 5-a.
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4.2. Realizao das Despesas
117. As Despesas do Estado atingiram o valor de 200.490,8 milhes de
Meticais, correspondente a 88,5% do Oramento e a um decrscimo real de
17,6% em relao ao exerccio econmico anterior, conforme ilustra a tabela
seguinte:
Tipo de Variao
Despesa e Oramento Realiz. % Reali- % Realiz. % Reali- % 2014/15
mbitos Anual Jan-Dez zao Peso Anual Jan-Dez zao Peso (%) a/
Funcionamento 121,207.2 118,469.9 97.7 100.0 118,091.9 117,836.0 99.8 100.0 -4.8
Central 60,802.9 58,814.8 96.7 49.6 52,862.6 52,782.6 99.8 44.8 -15.0
Provincial 34,036.0
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