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Direitos dos consumidores na Internet

Largo São Francisco

São Paulo, 21 de agosto de 2012

O Idec - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, é uma

organização não-governamental brasileira que atua para

representar a voz do consumidor e defender os seus direitos.

Criado em 1987, desde sua fundação o Idec não aceita

recursos de governos e empresas. Seu trabalho é mantido

principalmente através da contribuição de associados que

garantem a independência da organização e o compromisso

com os interesses coletivos.

sobre o Idec

missão

Promover a educação, a conscientização, a defesa dos

direitos do consumidor e a ética nas relações de

consumo, com total independência política e econômica.

IDEC - Temas Prioritários

4

Temas Prioritários Transversais

5

como o Idec trabalha

Entendimento de CONSUMO

• entendimento ampliado:

CONSUMO como EXERCÍCIO DA CIDADANIA

• politização do consumo /não como ato individual isolado

• ação positiva, valorativa, responsável e ética

• Relações de consumo como atos valorativos, que abarcam

valores e conceitos diversos em cada grupo ou sociedade.

• Consumidor é aquele que tem o direito de acesso democrático

ao mercado de consumo como uma esfera do seu exercício de

cidadania:

consumidor-cidadão

INTERNET

Preocupação

central:

Como fica a defesa dos consumidores

no mundo digital?

Consumidor

e possibilidades da Internet

utilizando novas ferramentas

tecnológicas

inserido na cultura digital

Ferramentas tecnológicas servindo para acessar

bens culturais, produtos, serviços, ferramentas de

cidadania

Alteração no comportamento de consumo

Transmissão de dados pessoais

Compartilhamento de conteúdos

Redimensionamento do papel do consumidor

CONSUMIDOR NA INTERNET

ANTES

HOJE

Redimensionamento do consumidor

Acesso aos bens culturais e conteúdos:

Utilização da rede

Direitos dos consumidores (usuários,

cidadãos)na Internet .

CONEXÃO

CAMADA LÓGICA

SERVIÇOS DE

INTERNET

COMÉRCIO

ELETRÔNICO

TRANSAÇÕES

FINANCEIRAS

REDES SOCIAIS

ACESSO À

INFORMAÇÃO

PUBLICAÇÃO DE CONTEÚDOS

PRIVACIDADE E DADOS

PESSOAIS

SERVIÇOS PÚBLICOS

Preocupação com os consumidores em

todas as esferas, camadas, áreas da

Internet

...da conexão ao acesso aos conteúdos...

... dos serviços à proteção dos seus dados.

Pois tudo passa por relações de consumo e

exige a compatibilização com o CDC.

Chaves de compreensão:

ACESSO

LIBERDADE

PRIVACIDADE

Papel do consumidor

estratégico

direitos

Políticas públicas

Regulação

Campanha

Diretrizes base:

1) Efetiva participação da sociedade civil no processo

de inclusão digital

2) Prestação da Banda Larga sob regime público

(como serviço público)

3) Gestão pública das redes para garantir a igualdade

entre provedores e o ingresso sustentável de novos

agentes

4) Ampliação da definição de parâmetros de

qualidade da banda larga

5) Apoio à cultura digital

www.campanhabandalarga.org.br

ACESSO

Banda Larga:

lenta, cara e para poucos

Diagnóstico Banda Larga (agosto/2010 - UIT)

Alguns números

US$ 16,9

Média do preço da banda larga 2,5%

Da renda per capita no país

29% possuem BL de 256kbps a 1kbps

395 vezes mais caro, o megabit, em Manaus do que no Japão

96%

das pessoas da classe A acessam internet 5%

Das pessoas da classe D/E acessam

37

TIC DOMICÍLIOS 2011 (CGI)

Domicílios Conectados

(inclui modem 3G)

Brasil – 38% Área Urbana: 43% Área rural: 10%

Detalhes: Banda Larga Fixa

Domicílios Conectados

(inclui modem 3G)

Classe A: 96%

Classes DE: 5%

Velocidade

em casa

29%: 256- 1Mbps

16%: 1- 2 Mbps

Média de US$ 16,9:

56º lugar no ranking de 165 países

% do PIB per capita em alguns países

EUA – 0,5% Austrália – 1% Rússia– 1,3%

Venezuela – 1,9%

Argentina – 4,1% China – 5,9%

38

Concentração de mercado:

Banda Larga Fixa

Grupos

(fev/2012)

Oi: 34,4%

Net: 22,65%

Telef.: 21,77%

GVT: 8,32%

Quase 80% do mercado concentrado em 3 empresas

GRAVE CENÁRIO NA COMPETIÇÃO

PNBL: visa responder a uma banda larga cara, lenta e para poucos no país

Programa Nacional de Banda Larga

Lançado em maio de 2010

5 dimensões: regulação e normas de infraestrutura; incentivos fiscais ao serviço; política produtiva e tecnológica, rede pública; e

conteúdos e aplicações digitais

Ampliação do acesso à banda larga, sem atingir todo o Brasil

Reativação da Telebrás para gestão e aumento das redes

(aproveitamento das redes das estatais) oferta de capacidade de

tráfego para provedores

Conexão das 100 primeiras cidades seria em dezembro/2010, mas a

primeira ocorreu apenas em junho/2011.

Estruturação de planos banda larga popular de 1 Mbps a R$ 35,00

PNBL: falho e ineficiente

Falta de planejamento estratégico com investimentos compatíveis às dimensões econômicas e territoriais do Brasil

Perda de centralidade de Telebrás com contingenciamento de recursos

Não reconhecimento da banda larga como serviço essencial a despeito de sua relevância ao desenvolvimento econômico e social

e à concretização de direitos fundamentais (liberdade de

expressão, acesso à informação, cultura, educação e

comunicação)

Internet é prestada sob regime privado, sem exigências de:

- universalização (serviço deve estar disponível a todos, independente da localização e condição socioeconômica);

- controle tarifário para garantir modicidade;

- continuidade (não pode haver interrupções injustificadas);

LIBERDADE

(ou: garantia de direitos na Internet)

INTERNET toda permeada por relações de consumo

Código de Defesa do Consumidor (CDC)

(Lei 8.78/90)

Princípio da

BOA-FÉ

(art. 6O , III, CDC) 20 anos

Reconhecimento e ampliação de

direitos na Internet

Tendência de cerceamento

de direitos na Internet

Cenário internacional

Cenário nacional

PL 2.126/11

princípios

valores

responsabilidades

direitos

na Internet no Brasil

Pontos importantes:

1. Princípios essenciais, como liberdade de

expressão e proteção da privacidade;

2. Direitos dos usuários (consumidores)

3. Neutralidade de rede

4. Responsabilidade dos intermediários

5. Papel do Poder Público

Marco Civil

Art. 2o A disciplina do uso da Internet no Brasil tem como

fundamentos:

V - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do

consumidor.

Regulamentação, para a Internet, do art. 170, da

Constituição.

Marco Civil --------> reforça o CDC

CDC -------> tem sua proteção

ampliada pelo Marco Civil

Neutralidade de Rede

Art. 3OA disciplina do uso da Internet no Brasil tem os seguintes princípios:

(...)

IV - preservação e garantia da neutralidade da rede, conforme regulamentação;

Art. 9O O responsável pela transmissão, comutação ou roteamento

tem o dever de tratar de forma isonômica quaisquer pacotes de dados, sem distinção por conteúdo, origem e destino, serviço,

terminal ou aplicativo.

§ 1º A discriminação ou degradação do tráfego será regulamentada

por Decreto, ouvidas as recomendações do Comitê Gestor da

Internet no Brasil (CGI.br) e somente poderá decorrer de:

I - requisitos técnicos indispensáveis à fruição adequada

dos serviços e aplicações, e

II - priorização a serviços de emergência.

Neutralidade de Rede

Neutralidade de Rede

Princípio autoaplicável Traduz o equilíbrio e a boa-fé na relações de consumo na

Internet Contribui pra evitar discriminação de tráfego e

degradação de velocidade e qualidade em virtude de

acordos comerciais Neutralidade como regra, com exceções a serem

regulamentadas por Decreto Preocupações:

- interesses comerciais não podem ser escusas à

neutralidade;

- regulamentação não pode desrespeitar a Lei Geral

de Telecomunicações, que separa telecomunicações

(infraestrutura e serviços) da camada lógica (redes).

Responsabilidade dos Intermediários

Responsabilidade dos Intermediários

Art. 15 Com o intuito de assegurar a liberdade de expressão e

evitar a censura, o provedor de aplicações de Internet somente

poderá ser responsabilizado civilmente por danos decorrentes de

conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial específica, não tomar as providências para, no âmbito e nos limites técnicos

do seu serviço e dentro do prazo assinalado, tornar indisponível o

conteúdo apontado como infringente, ressalvadas as disposições

legais em contrário.

Define o alcance da responsabilidade

Amplia a segurança jurídica

Estimula a manutenção e não a retirada de conteúdos

Mantém “exceções” legais, como casos penais ou

atuação administrativa prevista em lei, como Procons.

Uma das leis mais avançadas do mundo

Necessidade de aprovação imediata!

Em favor do Marco Civil da Internet

PRIVACIDADE

PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS

Privacidade - mercado de consumo

tradicional - “analógico”

- Comercialização indevida e desautorizada de

bancos de dados para fins diversos;

- cruzamento de bancos de dados para fins

publicitários e comerciais, como telemarketing e

propaganda direcionada;

- Solicitação desproporcional de dados e informações,

sem qualquer aviso sobre as finalidades de uso;

- falta de proteção especial com “dados sensíveis”;

- Registro indevido de dados em cadastros negativos;

Problemas se agravam com a

proteção de dados na Internet

• Versatilidade das tecnologias de captação, guarda,

organização e tratamento dos dados;

• Velocidade do uso e do compartilhamentos dos dados pessoais pelas empresas;

• manipulação virtual desses dados.

Pode significar:

AMEAÇA À PRIVACIDADE

E À PROTEÇÃO DOS DADOS PESSOAIS

CONSUMIDOR NA INTERNET

Cenário complicado no Brasil hoje

Não existe uma lei de proteção de dados

O Marco Civil com princípios,

direitos e responsabilidades, NÃO foi

aprovado

Empresas já cometem abusos com

relação ao direito à privacidade e

proteção dos dados

!

Várias violações à privacidade

GRANDES PROVEDORES

Pesquisa IDEC

(Junho 2011)

- contratos que infringem direito fundamental à

privacidade e proteção de dados

- contratos que CONTRARIAM as políticas

de privacidade

- empresas que se eximem da

responsabilidade de tratamento adequado

dos dados

- repasse indevido de dados a terceiros

(parceiros comerciais)

- compulsoriedade do fornecimento de

dados

Net, Oi, Telefônica (Vivo), GVT

Ameaça à Privacidade

Monitoramento da navegação

-Desde a conexão

-Empresas de telecomunicações

- Comercialização e tratamento

indevido de bancos de dados

SISTEMA NAVEGADOR – PHORM

a publicidade estará sendo feita pela empresa que provê o meio de acesso à

Internet hão há alternativas aos usuários desse provedor que não queiram ser inseridos neste sistema; ocorre direcionamento da navegação com base em publicidade

personalizada e comportamental, sem que isso fique claro ao consumidor - “melhoria da experiência de navegação” ; não há garantias de que não ocorrerá monitoramento dos consumidores (registros, informações, dados pessoais) para a “personalização” da navegação;

É um sistema “opt out”, em que o consumidor já está inserido, tendo que optar por sair do mesmo – não há sua autorização expressa; Ainda que opte por sair do sistema, o usuário continuará tendo seu tráfego

redirecionado; Propaganda personalizada para diferentes usuários do mesmo computador;

Enfim, o tráfego é manuseado pela empresa que deveria estar apenas provendo o acesso à rede.

(com base na pesquisa sobre privacidade em provedores, do Idec, e na nota do CGI)

PRIVACIDADE

Monitoramento do consumo

Spam Monitoramento da navegação

Empresas

Publicidade

comportamental

Acesso aos

dados dos

consumidores

Questionamentos:

Há garantias suficientes sobre a SEGURANÇA no

tratamento desses dados pessoais?

Qual é a real QUANTIDADE de dados coletados?

A empresa tem exigido mais que o mínimo necessário

para a prestação do serviço?

Exigem-se dados de foro personalíssimo (endereço,

telefone, dados familiares etc?

Qual o nível de cruzamento e perfilação desses dados?

Os consumidores sabem que se faz publicidade

comportamental, DIRECIONADA e INDEVIDA?

Os consumidores dão, de fato, consentimento expresso

para o tratamento dos seus dados?

Dados pessoais são de titularidade dos próprios

consumidores

Princípio da AUTODETERMINAÇÃO

Políticas de Privacidade devem deixar claro:

o pleno de direito de acesso e bloqueio de

seus próprios perfis

“Aprimorar a experiência dos

usuários”

Mas, o que exatamente significa isso?

E como fazê-lo sem cruzar dados pessoais,

identificar os consumidores e filtrar sua

navegação?

NAVEGAÇÃO FILTRADA

Afeta LIBERDADE, PRIVACIDADE e INTIMIDADE

na rede

Pode violar direitos fundamentais previstos no

art. 5o, X e XII, da Constituição Federal

SIMPLIFICAR a Política de Privacidade

não significa

MELHORAR a Política de Privacidade

DIVULGAR a Política de Privacidade

não significa

ter uma Política de Privacidade MELHOR

Num contrato de adesão,

disponibilizar previamente o contrato abusivo

não retira

sua ABUSIVIDADE

Proteção de Dados

• Inexistência de lei específica

• Guarda e sigilo de dados

• Publicidade indevida (opt-in; opt-out)

• Anti-spam (regulamentação da porta 25)

• Utilização e comercialização de banco de dados

• Ausência de Autoridade Garantidora

Princípios: AUTODETERMINAÇÃO, FINALIDADE, etc

Questionamentos: I – Sem lei específica e autoridade garantidora de proteção de dados, qual a garantia sobre o correto tratamento dos dados? II – A quem deve caber hoje fiscalizar os procedimentos de guarda e tratamento? III – Como impedir que o gerenciamento dos dados seja feito por terceiros especializados (como já ocorre nas telecomunicações), sem qualquer tipo de controle? Isso já não ocorre?

?

Art. 7º O acesso à Internet é essencial ao exercício da cidadania e

ao usuário são assegurados os seguintes Direitos

(...)

VI - ao não fornecimento a terceiros de seus registros de conexão e

de acesso a aplicações de Internet, salvo mediante consentimento livre, expresso e informado ou nas hipóteses previstas em lei;

VII - a informações claras e completas sobre a coleta, uso,

tratamento e proteção de seus dados pessoais, que somente poderão ser utilizados para as finalidades que fundamentaram sua

coleta, respeitada a boa-fé;

VIII - à exclusão definitiva dos dados pessoais que tiver fornecido a determinada aplicação de Internet, a seu requerimento, ao término

da relação entre as partes; e

IX - à ampla publicização, em termos claros, de eventuais políticas

de uso dos provedores de conexão à Internet e de aplicações de

Internet.

Acesso aos bens, produtos e serviços digitais

www.reformadireitoautoral.org.br

2010

2011

2012

ATUAL LDA:

Lei de 1998

sem alterações desde então

criada num contexto de inexistência da internet e do uso cotidiano das

inovações tecnológicas

•desalinhada com as novas tecnologias – considera infração práticas já

comuns na rede virtual

• não permite pleno uso educacional e científico – não tem limitações e

exceções nesse sentido;

• não contribui pra preservação do patrimônio cultural – livros que estão

apodrecendo nas bibliotecas não podem ser copiados para a sua

manutenção;

• mantém as obras protegidas por mais tempo que o necessário – domínio

público.

• dá pouca garantia de proteção aos autores e consumidores

Infrações ao direito do consumidor com a LDA INTEROPERABILIDADE

Não prevista na LDA

Consumidor adquire conteúdo digital e não pode usufruir

integralmente do produto adquirido

Criminaliza condutas cotidianas dos consumidores (mp3,

cópia digital)

Consumidor criando e expandindo a cultura de consumo

digital

RESTRIÇÕES TECNOLÓGICAS Dispositivos que barram a utilização de obras

legitimamente adquiridas pelos consumidores sem avisá-

los previamente (CDs, DVDs, conteúdos TV Digital,

Internet).

Infrações ao direito do consumidor com a LDA

Restrições Tecnológicas

Revista do Idec, abril 2011

Pesquisa: venda de

música digital na Internet

Download e streaming

3 empresas: Escute,

Sonora e Uol Megastore

Análise:contratos, ofertas

e publicidade

Restrições tecnológicas - Música Digital

Resultados: - todas possuem algum tipo de restrição tecnológica impeditiva da fruição do produto;

-Assinando o serviço (mesmo download), as músicas já baixadas e pagas ficam obstruídas com o fim da assinatura (Sonora, Escute);

- As propagandas também são abusivas, especialmente com Escute, que anuncia “download ilimitado”, mas restringe a música paga através de DRM.

- Todas comercializam a maioria das músicas em padrões fechados ou extensões exclusivas de outras empresas (ex: .wmv); - Todas impedem de alguma forma a interoperabilidade (proíbem ou limitem passar de um dispositivo a outro); - Ou exigem cadastros em outras empresas, sites ou redes sociais;

RESULTADOS

RESTRIÇÕES TECNOLÓGICAS

Infrações:

Prática abusiva no fornecimento (art. 6º, IV, CDC)

Sonegação de informação na oferta (art. 31, CDC) –

informações suficientes e claras sobre todas as

características e componentes do produto/serviço

Publicidade enganosa (art. 37, parágrafo 3º, CDC) –

omissão de dado essencial no produto

Infrações ao direito do consumidor com a LDA

Rede pela Reforma da LDA

Obrigado! guilherme@idec.org.br

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