programa para o xi congresso dos estudantes da usp

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uma flor nasceu na rua! e o XI Congresso de estudantes da USP coletivo Está chegando o XI Congresso de estudantes da USP e nós, o coletivo Uma Flor Nasceu na Rua!, vamos apresentar nossas propostas: O XI Congresso dos estudantes da USP não é apenas o maior fórum de deliberação do movimento. Para nós, o Congresso só será vitorioso se conseguir nos fortalecer na luta contra a reitoria e seus ataques. Por isso, esse ano, decidimos, com o conjunto do movimento, fazer um Congresso temático! Queremos que o congresso seja o Fórum por Democracia na USP!

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Programa do Coletivo Uma Flor Nasceu na Rua para a eleição de delegados do XI Congresso de Estudantes da USP

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Page 1: Programa para o XI Congresso dos Estudantes da USP

uma flor nasceu na rua!e o XI Congresso deestudantes da USP

coletivo

Está chegando o XI Congresso de estudantes da USP e nós, o coletivo Uma Flor Nasceu na Rua!, vamos apresentar nossas propostas: O XI Congresso dos estudantes da USP não é apenas o maior fórum de deliberação do movimento. Para nós, o Congresso só será vitorioso se conseguir nos fortalecer na luta contra a reitoria e seus ataques. Por isso, esse ano, decidimos, com o conjunto do movimento, fazer um Congresso temático! Queremos que o congresso seja o Fórum por Democracia na USP!

Page 2: Programa para o XI Congresso dos Estudantes da USP

Letras: o centro de precarização no “centro de excelência”

A culpa não é do Júpiter,

a culpa é do Rodas!

E pelo Brasil...

Este semestre foi a gota d’água, nossa falta crônica de professores se expressou fortemente; uma enorme quantidade de professores a serem contratados, algumas aulas não aconteceram na primeira semana, grandes problemas com requerimento. Até mesmo professores foram demitidos, como o caso de uma professora de Brasileira II, isso depois do período de matrícula o que gerou uma nova redistribuição mesmo depois do inicio das aulas.

Se educação não é uma prioridade no nosso país, a Letras definitivamente não é uma prioridade na USP, já que não se encaixa nas demandas de mercado. Já existem exemplos de cursos que utilizam toda a estrutura da universidade, mas são

de fundações privadas que cobram por eles. Na Letras, teremos um exemplo dessa parceria da USP com fundações privadas com a abertura da habilitação de Coreano, que não será pago, mas os professores serão garantidos por uma fundação coreana.

Dentro do “centro de excelência USP”, o curso de Letras é, certamente, um centro de precarização. O maior curso da universidade é um dos que menos recebe investimento - perdendo apenas para o curso de Filosofia, com um número muito menor de alunos. São inúmeros os problemas da Letras, prédio apertado, sem rampas para portadores de necessidades especiais, tetos que desabam...

UFRJ, UFSC, UNIFESP, UFABC e muitas outras compõem o quadro da greve nacional da educação, quase 100% dos institutos federais estão paralisados, exigindo melhores condições de trabalho, de ensino e mais investimento na educação. A falta de infraestrutura e de condições mínimas para ensinar e estudar é decorrência direta do REUNI, decreto que expandiu as universidades federais, aumentando o número de institutos e vagas, porém sem um aumento de investimento proporcional. Nós, do Coletivo Uma flor Nasceu na Rua, somos a favor da expansão das universidades e de seu acesso, mas expansão tem que ser com qualidade! Expansão tem que ser com 10% do PIB para a educação pública, e tem que ser já!

Para o estudante de Letras, a situação caótica da educação pública brasileira não é uma novidade. E mesmo a USP sendo um pólo de excelência encontrarmos exemplos de problemas, bem parecidos com alguns das universidades federais, em diversos cursos, nos diversos campi, como falta de moradia estudantil, bandejões, infraestru- tura e um longo etc.

Se nosso curso é o mais renegado pela administração da universidade também deveremos ser os principais atores na luta por um ensino publico, gratuito e de qualidade. Por isso nossa chapa convida todos estudantes a participarem do XI Congresso, para debatermos:

Que o dinheiro da universidade seja investido em melhoria das condições do ensino, pesquisa e extensão!O fim das fundações privadas na USP! E que educação não é mercadoria!

Sem professores não é possível ter aula! Por mais contratação de professores!

Page 3: Programa para o XI Congresso dos Estudantes da USP

Estrutura de poder a serviço de uma universidade branca e elitista

Nosso curso apresenta uma série de problemas, mas não é o único. Todos os cursos apresentam debili-dades em relação à qualidade de ensino uma vez que as principais decisões não são tomadas pelo conjunto de alunos, professores e funcionários, tornando a USP de todas as universidades uma das mais antidemocrática. A participação da comunidade universitária e da sociedade é mínima, sendo privilégio de poucos a determinação de seus rumos. Por isso queremos discutir no congresso que nenhuma medida fique restrita apenas as deliberações de poucos, qualquer mudança deve ser passada por um plebiscito geral da universidade para que todos possam ser ouvidos! Já dissemos o quanto o a estrutura de poder dentro da Universidade é antidemocrática, isso se expressa

também na composição da USP. Para se ter ideia na USP os negros são apenas 12% da comunidade acadêmica. Sabemos que grande parte deles estão em nosso curso. Por essa razão a Letras-USP pode ser determinante na luta por uma universidade mais aberta, mais negra! A USP tem programas de inclusão social, o INCLUSP e o PASUSP. Esses programas não conseguem cumprir o papel de ampliar o acesso, seja porque ao longo dos últimos anos em que foi aplicado, aumentou no máximo em 3% o número de estudantes vindos da escola pública, ou porque, ao não haver um corte racial, mantém excluída a população negra da universidade. Dada sua ineficiência, defendemos a implementação de cotas na USP. As cotas raciais surgem como

medidas reparatórias que devem reparar historicamente os negros pelos mais de 400 anos de escravidão, pela exclusão dos espaços sociais ao longo dos anos e pela atual negligencia às questões ligadas à população negra pelo Estado, ampliar o acesso também nos beneficiará com novas formas de ver o mundo, com o desenvolvimento de mais pesquisa e com uma proximidade com a realidade do país, o que garante que a universidade seja aquilo à que ela se destina, que é produzir para os interesses da sociedade. Defendemos: 50% das vagas do vestibular destinadas a estudantes de escolas públicas e dentro dessa reserva,seja feito um recorte étnico-racial , correspondendo à porcentagem de negros presentes no Estado de São Paulo.

E para nos manter calados: autoritarismo e repressão!

Durante o primeiro semestre a reitoria perseguiu implacavelmente todos aqueles que se mobilizaram, o saldo atual são cerca de 50 estudantes ameaçados de eliminação, isso significa que caso sejam condenados, não só serão expulsos de seus cursos como também não poderão mais reingressar por vestibular ou por concurso público como funcionários ou professores. Todas essas medidas repressoras são reflexos da estrutura de poder da universidade, a comunidade universitária como um todo tem pouca participação nas decisões e que elas ocorram sem consulta às opiniões e demandas da comunidade universitária. Por essa razão quere-

mos refletir a luta contra Rodas e a PM no XI Congresso. A universidade só se constrói a partir da contestação e do livre debate de ideias, é assim que realizamos pesquisas etc, e quando Rodas, persegue, prende, processa e pune é contra isso que ele atenta. Somente com uma universidade democrática, aberta a população, acessível aos negros, a serviço da população e com liberdade de expressão e manifestação, poderemos reverter a situação atual. As medidas repressoras estão à serviço de manter a situação atual coibindo e reprimindo ações transformadoras, não devemos nos calar diante da repressão e seguir em frente.

Que nosso Congresso debata:O fim dos processos contra os

estudantes!Fora PM do campus!

A liberdade de expressão dentro dos campi! E o fim das perseguições à

estudantes, professores e funcionários!

Que XI congresso discuta: #DemocracianaUSPjá! (Plebiscito para reformas no estatuto, eleições diretas para reitor, estatuinte livre e soberana!)

O fim da elitização da USP e abertura do campus à população!Fim do INCLUSP! E uma campanha pela implementação imediata das cotas raciais!

A ampliação das políticas de permanência estudantil! (mais moradia, creches, bolsas, circular gratuito)

Page 4: Programa para o XI Congresso dos Estudantes da USP

Contra o machismo, racismo e homofobia

A discussão sobre opressões abrange temas específicos de negros e negras, mulheres e LGBTs. Ao contrário do que ouvimos falar, a opressão ainda é uma realidade em nosso cotidiano. Os negros e negras têm mais dificuldades em entrar nas universidades por questões socioeconômicas, as mulheres são víti-mas de violências físicas e psicológicas constantes (No livro Body Wars, de Marco Paine, uma pesquisa revela que 8% dos homens universitários já estupraram alguém e 54% forçariam o sexo se não

houvessem consequências legais). Mesmo o Brasil sendo campeão mundial no assassinato de homossexuais, a homofobia ainda não é considerada crime, o que dificulta a punição dos agressores. Nosso curso é reconhecido pela grande quantidade de homossexuais, pelas nossas festas LGBT’s etc, justamente por isso queremos debater no Congresso como os oprimidos são afetados mais dura e diretamente pelas políticas autoritárias da reitoria, por exemplo, muitas mulheres que são mães não conseguem estudar porque não têm creches.

Por isso propomos que o XI Congresso discuta:

Como combater a homofobia dentro da USP!

Creches para mães estudantes!Defender o Núcleo de consciência Negra!

“Me organizando eu posso desorganizar”

O projeto de universidade imposto pelo governo do estado de São Paulo e por nossa reitoria não é uma excessão. É um projeto nacional que transforma o ensino público em uma plataforma de formação de profissionais semi-especializados e de pesquisas voltadas ao mercado. A necessidade de defender o ensino fez com que nosso coletivo se aliasse a uma entidade estudantil nacional, a ANEL, que hoje é protagonista da greve nas universidades federais propondo e construindo comandos locais e o comando nacional de greve. Queremos que nossas experiências nacionais se reflitam no congresso, no nosso curso, nas nossas entidades. Durante esses anos em que travamos disputas muito

Flávia Toledo 2º ano; Leandro Martins 1º ano; Karina Santos 1º ano; Gabriel Araujo 1º ano;Peter Mac Hamilton 4º ano; Ludmilla Soares 1º ano; Amanda Dourado 4º ano; Arielli Tavares 5º ano; Mariana Mercadante 4º ano; Mayara Novais 3º ano; Bianca Bigoni 4º ano; Paula Penteado 4º ano;Talitta Cancio 2º ano; Antonio Augusto 2º ano; Adeline Vassait 1º ano; Caio Assumpção 1º ano;Mª Luiza Rodrigues 1º ano; Letícia Alcantara 4º ano; Nathalia Gröhs 3º ano; Guilherme Rodrigues 6º ano

importantes, lutando contra projetos que iam contra nossa concepção do que deve ser uma Universidade Pública acumulamos profundas compreensões do que se passa hoje na educação do país, porém para aprofundar esse debate é necessário que ganhemos mais estudantes para o embate em prol de uma outra educação e sociedade, contra a mídia, o Rodas, a PM e tudo mais que o governo lançam mão para nos combater. Para chegar a esse objetivo propomos que as gestões do DCE passem a ser compostas proporcionalmente por todas as chapas que concorrem às eleições, para que dessa forma se expressem os posicionamentos políticos de todos os que constroem o ME no interior dessa entidade.

Propomos ao XI Congresso:

Que o DCE da USP passe ser proporcional!

Que o DCE da USPl participe dos fóruns da ANEL!

Integrantes