concepções de aprendizagem 22 junho
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2º Encontro de formação de Professores Alfabetizadores
22/06/2013
A concepção de aprendizagem que embasa nossas açõesde formação pressupõe que o conhecimento não éconcebido como uma cópia do real e assimilado pelarelação direta do sujeito com os objetos deconhecimento, mas produto de uma atividade mentalpor parte de quem aprende, que organiza e integrainformações e novos conhecimentos aos já existentes,construindo relações entre eles.
Em que concepção de aprendizagem nossa formação se fundamenta?
Concepções de
AprendizagemInatismo, empirismo e construtivismo: três ideiassobre a aprendizagem
Platão, Aristóteles e Jean Piaget pensaram em diferentes concepções sobre a aquisição dos conhecimentos
Concepção
Inatista“FILHO DE ...
O saber congênito
InatismoPrecursor: Platão (427-347 a.C.)
Defende que as pessoas nascem com saberesadormecidos que precisam ser organizados parase tornar conhecimentos verdadeiros. Oprofessor só auxilia o aluno a acessar as
informações.
Trecho de livro comentado
"Mas o deus que vos modelou, àqueles dentrevós que eram aptos para governar, misturou-lhesouro na sua composição, motivo por que sãomais preciosos; aos auxiliares, prata; ferro ebronze aos lavradores e demais artífices."
Platão, no livro A República
Platão diz que o homem nasce com certascaracterísticas físicas e que elas justificam aposição social de cada um. Ser apto a governar outrabalhar como auxiliar é resultado de umavontade divina. Não se considera nenhumapossibilidade de mudança.
Mesmo que a noção de aprendizado comoreminiscência não encontre eco na ciênciacontemporânea, para o bem e para omal, algumas ideias inatistas ainda pipocamnas salas de aula.
Quais?
Se por um lado é interessante levar os alunos aprocurar respostas para suas inquietações comindependência crescente, por outro é lamentávelque muitos docentes sigam explicando o baixorendimento escolar de certos estudantes(sobretudo os de "lares desestruturados") porqueeles "não têm habilidade para aprender".
Concepção
Empiristaa absorção do conhecimento externo
EmpirismoPrecursor: Aristóteles (384-322 a.C.)
Sustenta que o conhecimento está na realidadeexterior e é absorvido por nossos sentidos. Oprofessor é quem detém o saber. O aprendizado éobtido por meio da cópia, seguida dememorização.
Trecho de livro comentado
"As virtudes, portanto, não são geradas em nósnem através da natureza nem contra a natureza. Anatureza nos confere a capacidade de recebê-las, eessa capacidade é aprimorada e amadurecida pelohábito."
Aristóteles, no livro Ética a Nicômaco
O autor critica o inatismo, chamando aatenção para o fato de que não é a"natureza" a responsável por nossos saberes(no trecho, chamados de "virtudes"). ParaAristóteles, os conhecimentos sãoabsorvidos como resultado da prática -quando se tornam hábito.
Apesar dos séculos de distância, o fatoé que algumas práticas empiristasseguem presentes no dia a dia dasescolas.
Quais?
"Até hoje, o conhecimento é visto por muitoscomo um produto que pertence ao professor",explica Becker. Os especialistas formulam outracrítica à corrente: nem sempre ideias simples dãoelementos para compreender as mais complexas.Dito de outra forma, não basta acumularinformações para aprender.
ConstrutivismoPrecursor: Jean Piaget (1896-1980)
Estabelece que a capacidade de aprender édesenvolvida e construída nas ações do sujeito pormeio do contato ativo com o conhecimento, que éfacilitado pelo professor.
Trecho de livro comentado
"Pensar não se reduz, acreditamos, em falar,classificar em categorias, nem mesmo abstrair.Pensar é agir sobre o objeto e transformá-lo."
Jean Piaget, no livro Problemas de PsicologiaGenética
Citando características do pensamento científicoclássico (enunciação, classificação eabstração), Piaget afirma que o aprendizadonecessita também da ação de quem aprende(formulando hipóteses para entender o objeto deconhecimento, por exemplo).
Construtivismo: presença ativa do sujeito diante do conteúdo
É preciso "agir sobre o objeto e transformá-lo", comodiz Jean Piaget (1896-1980). Foi o cientista suíçoquem cunhou o termo construtivismo, comparando aconstrução de conhecimento à de uma casa, que deveter materiais próprios e a ação de pessoas para queseja erguida.
Seus estudos não foram feitos paraaplicação em sala de aula - porisso, é um equívoco falar em"método construtivista de ensino" .
Suas teorias inspiraram as obras sobre Educaçãopopular de Paulo Freire (1921-1997), sobreMatemática de Constance Kamii e sobre apsicogênese da língua escrita de EmiliaFerreiro e Ana Teberosky.
Ao pesquisar a maneira como a criança pensa, Piagetchamou a atenção para o papel da interação paraexplicar como o conhecimento se origina e sedesenvolve. Por essa via, aproximou-se também depesquisadores como Lev Vygotsky (1896-1934) e HenriWallon (1879-1962).
Nas últimas três décadas, as pesquisasde Piaget também têm influenciadoinvestigações nas chamadas didáticasespecíficas de cada disciplina.
Pela concepção construtivista, o professor deve criarcontextos, conceber ações e desafiar os alunos para quea aprendizagem ocorra. "O conhecimento não éincorporado diretamente pelo sujeito: pressupõe umaatividade, por parte de quem aprende, que organize eintegre os novos conhecimentos aos já existentes",escreve Teresa Mauri em O Construtivismo na Sala deAula.
Entre os mal-entendidos, um dosmais comuns é considerar que oprofessor construtivista nãoapresenta conteúdos nem orientaseus alunos.
"Professor que não ensina não é construtivista", afirmaBecker. Para que haja o avanço dos alunos, o docenteprecisa tomar muitas decisões: considerar as demandasda turma, propor questões e desafios e pensar formasde promover ações que gerem aprendizado. "Oeducador deve dominar sua área e conhecer osprocessos pelos quais o aluno aprende os maisdiferentes conteúdos", diz.
Tendo como base o que retomamos sobre as concepçõesde aprendizagem, responda:
Como a criança aprende?
Como garantir uma boa situação deaprendizagem?
Após as discussões nos grupos, um representante de cadagrupo fará a exposição de suas conclusões.
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de
aprendizagem
(Telma Weisz In O diálogo entre o ensino e aprendizagem. São Paulo, Ática, 2000.)
(Telma Weisz In O diálogo entre o ensino e aprendizagem. São Paulo, Ática, 2000.)
Os alunos precisam por emjogo tudo o que sabem epensam sobre o conteúdoem torno do qual oprofessor organizou a tarefa
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem
Os alunos têm problemasa resolver e decisões atomar em função do que sepropõem a produzir
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem
O conteúdo trabalhadomantém as suascaracterísticas de objetosociocultural real
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem
A organização da tarefagarante a máxima circulaçãode informação possível entreos alunos por isso assituações propostas devemprever o intercâmbio, ainteração entre eles
4 princípios didáticos que definem uma boa situação de aprendizagem
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