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CLOVIS ANTONIO BASSANI
CAUSAS DE CONDENAc;:Ao DE FiGADO BOVINO
NAS LlNHAS DE INSPEc;:Ao SIP/POA N. 040 NO MUNiCiPIO
DE CAMPO MOURAo-PR E REG lAo EM 2001
Relat6rio apresentado como parte dasexigencias para obteny8o do titulo deespecialista do Curso de P6s-GradUay80 Latu sensu em Higiene eInspey80 dos Produtos de OrigemAnimal da Universidade Tuiuti doParana.
Orientador: MSc. Paulo RobertoNocera.
CURITIBA2002
SUMARIO
RESUMO . . v
............. , viABSTRACT
INTRODU~Ao .
1. REVISAo DE LlTERATURA .
1.1. ASSCESSO HEPATICO EM SOVINOS
1.1.1. FiGADO: ANATOMIA E FUNCAo ..... H •••••••••••
. 1
... 2
...... 2
. 2
1.2. SINAIS CLiNICOS E SEU DIAGNOSTICO.. . 4
1.3. FUNCOES E CAUSAS HEPATICAS.. . . 5
1.3.1 PROVAS DE FUNCAo HEPATICA.. . 5
1.3.2. CLASSIFICACAo DAS PROVAS DE FUNCAo HEPATICA.. . 6
1.4 SINTOMAS DE DISFUNCOES HEPATICAS .. .... 7
1.5. DOENCAS QUE ACOMETEM 0 FiGADO EM SOVINOS.. ...... 8
1.6. TRATAMENTO DAS DOENCAS QUE ACOMETEM 0 FiGADO ... .12
1.6.1 FORMAS DE CONTROLE .. . 12
1.7. CAUSAS DE CONDENACAo DE FiGADOS SOVINOS E PERDAS
ECONOMICAS.. . 14
2. MATERIAL E METODOS 19
2.1. AMOSTRAGEM ..
2.2. COLETA DAS AMOSTRAS ..
.19
.... 19
.. 203 RESUL TADO E DISCussAo
3.1 ANALISE DE FiGADO SOVINO NAS LlNHAS DE INSPECAo
SIP/POA N. 040 NO MUNiCiPIO DE CAMPO MOURAo-PR EM
2001 .... ..................... 20
TABELA 1 - ANALISE DE FiGADO BOVINO 20
TABELA 2 - CONDENACAo DE FiGADOS BOVINOS NAS LlNHAS DE
INSPE~Ao SIP/POA N° 040 - CAMPO MOURAo-PR. -
2001 . .................................................................. 21
iv
TABELA 3 - CAUSAS DE CONDENA~AO DE FiGADO BOVINO NAS
LlNHAS DE INSPE~AO SIP/POA N"040 - CAMPO
MOURAO-PR. - 2001 25
FOTOS DE FiGADOS BOVINOS COM ABSCESSO 27
EXAME LABORATORIAL - LAUDO HISTOPATOLOGICO 29
EXAME LABORATORIAL - LAUDO MICROBIOLOGICO 33
CONCLUSAO 34
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 35
RESUMO
o presente trabalho procura mostrar as causas de condenayao de ffgada bovina naslinhas de inspec;ao SIP/POA n. 040 no municipio de Campo Mourao-Pr e regiao em2001, levando-se em conta ser esta doenc;a capaz de causar serios danosecon6micos. Para tal, S8 fez necessaria coletar dados referentes a condenay80,demonstrar as registros, a possivel diagnostico clinico, a inspe,ao "ante-mortem" e"post-mortem" com 0 intuito de apresentar a prevalencia e 0 impacto econ6micodesse problema enfrentado pelo municfpio em estudo. Os resultados obtidosdemonstram que grande parte desse problema e devido a alimentaC;80 ser rica emconcentrados, provocando desta maneira, urna ruminite 0 que expliea a altaincidencia dos abscessos hepaticas nesses bovinos
Palavras chave: abscesso hepatica; ffgada bavina; inspeC;8a sanitaria.
ABSTRACT
The present work search to show the cause of condemnation of bovine liver in theinspection lines SIP/POA n. 040 in the municipal district of Campo Mourao-Pr in2001, being taken into account to be this disease capable to causes seriouseconomical damages. It goes such, it was done necessary to collect dates regardingthe condemnation, to demonstrate the registrations, the possible clinical diagnosis,the inspection "ante-mortem" and ~post-mortem" with the intention of presenting theprevalence and the economical impact of that problem faced by the municipal districtin study. The obtained results demonstrate that great part of that problem is due tothe feeding to be rich in concentrated, provoking of this sorts things out, a ruminitethat explains the high incidence of the hepatic abscesses in those bovine ones.
Words key: hepatic abscess; bovine liver; sanitary inspection.
vi
INTRODUc;:Ao
Nenhum outro alimento atra; tanto como a carne. Esse fato fez com que
estudos foss em desenvolvidos sabre a prodw;:ao animal, seu abate, industrializ89c30,
conserva98o, distribui980 e comercializ8y80 das carnes e seus 5ubprodutos. Dentre
as varias especies de animais de 8YDugue. E esse habito alimentar desenvolvido
pelo homem que preocupa muito a todos que trabalham com a inspec;ao sanitaria.
Uma vez que S8 faz necessaria que a carne seja oferecida a populayao consumidora
com urn maximo de qualidade passivel; tanto do ponto de vista sanitario, quanta do
ponto de vista nutricional.
A higiene da carne nasceu nas civiliz890es mediterraneas, passou pela
civi!iz89ao egfpcia e chegou ate n6s para garantir a higiene e a genuidade dos
alimentos ao longo de toda a sua cadeia de prodw;:ao, industrializa~ao e
comercializa~ao. Com isso novos recursos tem sido usados para aumentar a
produy8o animal, como: promotores de cresci mento, hormonios, antibi6ticos,
vermifugos, inseticidas, etc.
Surgem assim numerosos problemas resultantes da falta de cuidados, e ate
mesmo informayao e conscientizayc3o, por parte dos produtores.
A inspe9ao e a tecnologia animal, juntamente com os matadouros-frigorificos
representam urn importante papel no combate a esses problemas. Para tal, se fez
necessario elaborar uma pesquisa empirica para coletar dados referentes a
condena9ao de figados bovinos com a finalidade de demonstrar os registros, 0 seu
possivel diagn6stico clinico, a inspe980 "ante-mortem~ e upost-mortem" bem como,
despertar para a preval€mcia e 0 impacto economico desse problema enfrentado
pelo municipio de Campo Mourao-PR e regiao, em 2001.
1. REVISAo DE LlTERATURA
1.1. ABSCESSO HEPATICO EM BOVINOS
1.1.1. FiGADO: ANATOMIA E FUNCAO
De acordo com SANTOS (1979), a figado e um 6rgao essencial para a
manutenr;ao da vida, sendo 0 maior e urn dos 6r9805 s8cretorios/excretorios mais
importanles do corpo. E um 6rgao que apresenta alia capacidade de esloque, muila
reserva funcional alem de alta capacidade de regenerac;ao. Par ser urn 6rgao
primario de metabolismo e detoxific8c;ao esta sujeito a les6es causadas par afecc;6es
e secre<y6es vindas de Qutros 6rg805 como doenc;as inflamatorias intestinais,
pancreatites, doenr;as endocrinas e septicemia.
A unidade estrutural basica do figada e 0 16bulo hepatica que consiste de
cordces de hepatocitos irradiando concentricamente em torna da veia hepatica
central. Os limites desse lobulo sao demarcados par venulas, arteriolas, canaliculos
biliares e nervos (triade portal). A unidade funcianal e a twina hepatica, que e
composta de parEmquima hepatico e est a situ ado em torno do eixo vascular do
acino, centrado na triade portal. A perfusao do hepatocito inicia-se na trfade portal,
percorre sinusoides hepaticos e term ina nas venulas hepaticas terminais, ou veias
centrais. as sinus6ides hepaticos compreendem a rede vascular que converge para
a venula hepatica terminal e sao compostos de celulas endoteliais, celulas de
Kupffer e celulas de Ito. Estas celulas revestem 0 canal vascular do sinusoide,
separando-o dos hepatocitos adjacentes pelo espac;o de Disse, ou espac;:o
perisinusoidal. A formac;:ao da linfa hepatica e 0 resultado da ultrafiltrac;ao do sangue
3
pelas fenestra90es endoteliais e perfura90es do espac;o perisinusoidal. Os
hepatocitos sao distribufdos em cordces celulares que sao interconectados par um
canalicul0 biliar central. Os canaHculos biliares circundam as hepatocitos e sao os
condutores iniciais atraves dos quais a bile flui em direC;8o a triade portal, no sentido
oposto 80 fluxo sangOineo. Os hepatocitos sao ricDs em organelas como reticula
endoplasmatico liso e rugoso, mitocondrias, aparelho de Golgi, lisossomas,
vesiculas citoplasmaticas, microtubulos e microfilamentos.
o figado e constituido de Lobulos, circundados por teeide conjuntivD, tern
uma circulac;:ao funcional (Porta) e outra nutritiva (Arteria Hepatica). A veia
centro lobular recolhe 0 sangue dos capilares hepaticas.
Conforme DUKES' (apud SANTOS 1979, p. 445), suas fun,Des principais
saO:
- E 0 responsavel pela secrec;ao da bile, cujos pigmentos sao elaboradospelo sistema Reticuloendotelial.
- Parlicipa da formar;:ao e armazenamento do glicogenio e da redugao dotear de glicose a nivel sanguineo.
- Realiza a desaminac;ao de Aminoacidos e forma a ureia.- Oestr6i 0 Acido uri co.- Sintetiza as acidos gordurosos a partir de carboidratos e proteinas.- Elabora a Vitamina A, a partir do caroteno e prom ave 0 seu
armazenamento.- Realiza a desintoxicaC;flo de substancias t6xicas.- Completa a destruic;ao de eritrocitos.- Armazena e distribui a fator de amadurecimento dos eritr6citos.- Elabora a fibrinogemio e Qulras proteinas plasmaticas.- Elabora a Protrombina.- Destr6i os estrogenos.- Converte compostos organicos como Aminoacidos, Lipfdeos, Lactato e
Piruvato em Glicose e GJicogEmio - e a gliconeogenese.
, DUKES, H. H The physiology of domestic animais, 6. ed, Ithaca, New York, Comstock, 1947.
4
1.2. SINAIS CLiNICOS E SEU DIAGNOSTICO
Os sinais de afec90es hepaticas sao muito subjetivos, ja que a orgao, par
sua alta capacidade de reserva e regeneragao 56 apresentara sintomas clinicos com
80% de comprometimento. A capacidade de recuperay80 do 6r98o e tao acentuada
que e capaz de regenerar "% de sua massa funcional em poucas semanas. Em geral
as sinais clfnicos sao: icterfcia, hemorragias, letargia, inapetencia, anemia, sintomas
neurologicos, mudany8s de comportamento, sintomas gastrintestinais, poliuria,
polidipsia, ictericia e ascite.
Os sinais clinicos produzidos em decorrencia de alteraryoes em urn dado
6rgao sao caracteristicos; as tecnicas laboratoriais, nesses casas, podem tornar-S8
um meio de estimativa do grau de desestruturac;ao do orgao afetado, constituindo-se
ainda como processo auxiliar valioso na monitorac;ao da res posta da doenc;a aterapia.
Para COLES (1984, p. 185):
o exame cHnico informa muito pouco sobre 0 estado funcional dofigado. Tambem 0 aspecto de existir ou nao ictericia nao e um criteriosegura para se suspeitar de um pracesso infeccioso hepatico, sendoque a ictericia nao e um criterio segura para se suspeitar de umprocesso infeccioso hepatico, ja que a ictericia no bovino ocerreprimordialmente na Estase BiHar e nas hem6lises e s6 emenfermidades hepaticas muito graves.
Melhores informac;6es sobre 0 estado funcional do fig ado sao
proporcionadas, pelas provas de funyao hepatica. Muitos testes foram planejados
para a detec,iio das altera,oes da fun,iio hepatica. Dentre mais de 100 testes
desenvolvidos, apenas uns poucos foram considerados praticaveis no dia-a-dia da
Medicina Velerinaria.
5
1.3. FUN<;OES E CAUSAS HEPATICAS
As func;oes hepaticas sao: formac;ao e eliminayao da bile, sinlese de
prot8inas e metabolismo de aminoacidos, metabolisma de carboidratos,
metabolismo de lipideos, hematol6gicas, metabolisma de harmonics, detoxific8yao e
exere9ao, delesas (SFM).
As causas de doenC;8s hepaticas sao: infeq:6es, inflamac;6es, toxinas,
endotoxinas, imunologicas, nutricionais, anormalidades vasculares e neoplasias.
1.3.1. PROVAS DE FUN<;AOHEPATICA
De acordo com os estudos de COLES (1984, p.185):
as provas utilizadas na mensura9aO da eapaeidade funcional do figadosao em ultima analise, dependentes da combina9ao de muitasatividades enzimaticas integradas no interior dos hepatocitos. Essasrea90es enzimaticas sao influenciadas pelo suprimento intracelular desubstratos, oxigenio e energia; a composi9ao dos constituintesintracelulares; as atividades de outros orgaos; e a presen9a ouausencia de inibidores ou aceleradores.
Muitos falares podem estar alterados quantitativamente ou Qualitativamente,
sem alterac;oes histologicas perceptlveis no orgao.
A estimativa da presenC;8 au ausencia de disfunc;ao hepatica e complicada,
posteriormente pela tremenda reserva funcional do fig ado e seus poderes de
regenerac;:ao. Em experimentos com animals, ficou demonstrado que cerca de ate 85
a 90% do figado podem ser retirados antes que qualquer deteriorac;:ao funcional seja
percebida nos exames laboratoriais.
6
As provas de funC;8o hepatica podem ser empregadas para:
1 - Diferenciar as tipos de ictericia.
2 - Estabelecer a presenC;8 au ausemcia de enfermidade.
3 - Tentar definir, conforme um programa seriado de provas de funC;8o, S8
urn processo patologico encontra-se estatica, em progressao au em regresseo. Deve
ser enfatizado que urn processo patologico pode existir, e ainda assirn, deixar de ser
revel ado por qualquer prova de func;ao hepatica.
1.3.2. CLASSIFICA<;:Ao DAS PROVAS DE FUN<;:AO HEPATICA
As provas de funC;8o hepatica podem ser classificadas dentro do seguinte
criteria:
1 - Provas dependente primariamente da secreC;8o e excreC;8o hepatica;
A - Pigmentos Biliares.
B - "Clearance~ de substancias ex6genas.
2 - Provas dependentes de func;6es bioquimicas especfficas;
A - Provas de Metabolismo Proteico.
B - Provas de Metabolismo dos Carboidratos.
C - Provas de Metabolismo dos Lipideos.
3 - Provas dependentes da determinac;ao da atividade Sericoenzimatica.
A - Transaminase.
B - Fosfatase alcalina.
C - Outra Enzimas.
Alem destes testes, em bora nao seja essencialmente uma prova de func;ao
hepatica, a bi6psia hepatica sera tambem considerada.
As provas de funl):ao hepatica mais usadas no bovino sao:
- Determinac;ao da Bilirrubina Serica.
- Prova da Bromosulfaleina.
- Determina<;iio do Glutamato- Oxalacetato- Transaminase do Soro (GOT).
1.4 SINTOMAS DE DISFUNCOES HEPATICAS
o fig ado e 0 maior 6rgao do metabolismo. Ele e enormemente exigido na
grande capacidade metab6lica que um bovino possui e como conseqCuencia fica com
uma sobrecarga extra em muitas doenc;as.
A hepatite se caracteriza par diminuiC;30 da capacidade metab6lica do 6rgao.
Como primeiro sinal observamos perturbac;6es digestivas, que vao desde alterac;6es
da atividade ruminal ate diam§ias agudas. Alem disso, a animal apresenta pelos
arrepiados, turgescencia diminuida da pele, dores e inchac;as na area hepatica.
Esses sinais, porem, geralmente s6 se tornam aparentes em estagias
adiantados da doenc;a. Antes disso, aparece urn nivel aumentado de bilirrubina
(acima de 0,20 mg %), reten<;iio mais demorada da Bromosulfaleina (acima de 25%
apes 15 minutos e acima de 10% apes 25 minutos ou mais de 6,5 minutos do valor
do meio tempo) e atividade aumentada do GOT (acima de 46 WE).
Na maioria dos casas de abscessos hepaticas em bovinos alimentados
artificial mente nao existem sinais clinicos, a nao ser que os abscessos sejam muito
grandes, quando podem resultar numa doen<;a aguda ou cronica.
Nos casos agudos ha febre, anorexia, depressao, queda na produ<;ao de
leite, Fraqueza. A percussao das ultimas costelas do lado direito evidencia-se dar
abdominal e os anima is acometidos apresentam arqueamento do dorso e relutam
em se mover ou deitar. A dar abdominal pade ser suficientemente grave para
produzir gemidas a cada respira<;ao. Nos casas cr6nicos nao existem quaisquer
sintomas determinantes, mas ha anorexia, emagrecimento e diarreia e constipa<;ao
intermitentes. Os animais acometidos ao nascimento manifestam sinais com
aproximadamente 7 dias de idade e geralmente tem Onfaloflebites.
Nos casos de abscessos grandes ou multiplos pode haver uma leucocitose
alta com neutrofilia acentuada.
1.5. DOEN<;:AS QUE ACOMETEM 0 FiGADO EM BOVINOS
Dentre as doen<;as que acometem 0 figado tem-se: a hepatite
parenquimatosa, inumeras parasitoses, enfermidades infecciosas e a hepatite
purulenta ou purulenta abscedativa, que ocorre de preferencia na peritonite
purulenta e doen<;a do carpo estranho.
a) Abscesso
Em todas as regi6es do corpo padem desenvolver abscesso. Eles S8
originam em consequencia de rea<;6es de defesa do corpo contra corpos estranhos
penetrantes ou infec90es locais em forma de cole<;oes purulentas de tamanhos
variados e isolados por uma capsula.
Os abscessos hepaticas sao comuns em bovinos que recebem
concentrados. As hepatites purulentas constituem as mais graves formas da
9
inflama.;:ao hepatica. 0 processo caracteriza-se essencialmente pela formayao de
abscessos hepaticas que podem ser primarios au secundarios.
as primarios ora resultam da 8yao de agentes traumatizantes provenientes
do exterior, as quais atuam diretamente sobre 0 6r93o, inflamando-o, ora da 8980 de
corpos estranhos originarias de diferentes partes do tuba digestiv~. Sao as vezes
consequencia da reticulite traumatica do bovino.
Estes abscessos sao geralmente solitarios; as vezes 0 corpo estranho
(Prego, fragmento de arame, etc) e encontrado no seio do pus. No bovino,
complicam-se muitas vezes com actinomicose. A infec980 gangrenosa e
relativamente freqOente, dada a presen98 de germes da gangrena do tuba intestinal
dos herbivoros.
Nos abscessos secundarios a processo piogenico pode ter aces so ao figado
par uma das seguintes vias: Onfalogena, Portogena, arteriogena, Colangiogena,
Linf6gena e por extensao; Todavia em alguns casos 0 mecanismo de aparecimento
do abscesso hepatica e obscuro (abscessos Cript6genos). Sao produzidos em geral
par germes piogenicos; 0 corynebacterim pyogenes e a causa mais importante de
tais abscessos em bovinos adultos.
Os abscessos hepaticos de origem onfal6gena, isto e, propagados a
glandula pelo cordao umbilical, sao extrema mente comum nos bezerros; conceituem
conseqOencia de uma onfaloflebite que complica infeq:oes umbilicais, geralmente de
carater purulento ou putrefativo. Ha 0 destaque de trombos purulentos existentes
nas veias umbilicais, os quais vaa a veia porta. A veia umbilical mostra-se
espessada e endurecida; sua intima apresenta-se aspera e com material puriforme
aderente. Os ramos da veia porta indicam em sua luz material de mau odor e de cor
amarelo cinza ou verde-cinza (Pileflebite). Tais abscessos de origem anfalogenica
10
sao multiplos e 58 localizam na metade esquerda do ffgado, porque a veia umbilical
S8 abre no ramo esquerdo da veia porta.
Nos abscessos port6genos, as germes tern aces so aD flgado pela veia porta.
Em virtude das peculiaridades da circulag8.o porta, tais abscessos complicam
processos supurativos dos intestinos, bago, pancreas, e dos gElnglios mesentericos e
de Qutros 6rga05. As vezes a infec9ao piogenica chega aD ffgado carregada par
larvas de helmintos que penetram no 6rg80 atraves da veia porta.
Nos abscessos arteri6genos, 0 material infectante penetra no ffgado atrav8S
da arteria hepatica, provindo evidentemente da grande circulag8o. Aparecem em
certas endocardites, particularmente nas do bovino, produzidos pelo
corynebacterium pyogenes, bem como em determinadas pneumonias purulentas ou
gangrenosas e em outras condiy6es patologicas
Nos abscessos colangiogenos, a supurayao do ffgado ocorre na propagayao
dos agentes piogenicos atraves das Vias Biliares. Os abscessos ora aparecem apos
!esao intestinal e ascendimento do processo pelos condutos biliares, ora apos
inflamayao dos proprios dutos (Colangites calculosas, Colangites parasitarias)
Os abscessos linfogenos originam-se apos adenites do Nilo do Figado
(Infecyao retrograda). As vezes as abscessos hepaticas sao secundarios a
supurayao de orgaos vizinhos (Reticulites Traumaticas, Ulceras gastrintestinais) que
estabelecem aderencias com a ffgado e depois se abrem na capsula hepatica - sao
os abscessos por extensao.
b) Necrobacilose Hepatica
Esta enfermidade de bovinos e causada par uma infecyaa localizada no
figado, cuja origem e no umbigo e no Rumem. Em muitos casos, a saude do animal
nao esta afetada e os abscessas sao descobertos apenas a necropsia. Pode haver
11
uma toxemia aguda fatal ou um comprometimento cronico da saude do animal, sem
sinais determinantes.
a Fusiformis (Shaerophorus) Necrophorus geralmente e en contra do em
cultur8 pura de abscessos hepaticas de ruminantes. FreqOentemente nas lesbes
tambem estao presentes Corynebacterium py6genes e estreptococus.
o microorganismo e um habitante comum no meio ambiente dos anima is
pecuarios, e a existemcia de um traumatismo predisponente pode ser suficiente para
que ocorra a doenY8. 0 microorganismo e urn habitante comum do intestino e do
rumem de bovinos norma is.
A enfermidade assume maior importElncia em Bovines alimentados
artificial mente, ande ocorre secundariamente a ruminite. Nestes animais hE! urn
consideravel prejufzo financeiro devido a condenagao dos ffgados em Matadouros.
Observou-se uma incidencia de 22% em bovinos alimentados com cevada no reino
unido e aproximadamente 5% de figados bovinos sao rejeitados nos Estados Unidos
devido a abscesso hepaticos.
Infecg6es supurativas localizadas nao produzem sinais de disfung80
hepatica a nao ser que sejam muito extensas ou metastaticas. Podem, entretanto
produzir sinais de toxemia devido a destruigao do tecido hepatico ou liberagao de
potentes toxinas. A toxemia na hepatite traumatica e geralmente causada pelas
toxinas do Corynebacterium py6genes e do Fusiformis (Sphaerophorus)
Necrophorus, que sao introduzidos nas les6es pelo corpo estranho perfurante.
A onfaloflebite e a Ruminite predisp6e os animais a invas6es do ffgado por
Fusiformis (Sphaerophorus) Necrophorus e outros microorganismos.
12
1.6. TRATAMENTO DAS DOENCAS QUE ACOMETEM 0 FiGADO
Nas inflamac;oes mais discretas e como urn amparo em todas as doenC;8s
que condicionam maior exigencia da atividade metab61ica do figado, usamos a
chamada terapia Hepatoprotetora:
- Glicose 100 - 300 9 em solu,80 a 20% Intra-Venoso.
- Estrofantina 2 mg. Intra-Venoso.
- Metapyrin 20 a 30 ml. Intra-Venoso.
- Gluconato de Calcia 250 ml em SOIUgc30 a 20%. Intra-Venoso.
Esta medic8C;c30 deve ser repetida diariamente ate aparecer nitida melhora
do quadro. Para uma methor proteC;80 da funC;8o hepatica usamos metionina
injetavel (100 ml de solu,80 a 5% Intra-Venoso), e vitaminas do Complexo B - 10
ml Intra-Muscular.
Em casas especiais como proteC;c30 contra uma infecc;c3o, tambem pode ser
usado:
- Prednisolona (100 mg) -Intra-Muscular.
- Penicilina e Estreptomicina - Intra-Muscular.
Nos casas em que ja ocorreram grandes les6es do parenquima hepatica e
em tadas as hepatites pUfulentas au Purulentas - Abcedativas, nao se pode mais
esperar regeneragao do tecido hepatico
1.6.1. FORMAS DE CONTROLE
Pode se reduzir a alta incidencia de abscessos Hepaticos em bovinos de
engorda pela administrag80 de uma proporg8o menor de cereais na rag80 e por uma
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mudan<;8 gradativa da pastagem para ra90es de engorda, quando as animais
entram na area de engorda pela primeira vez
A administral'ao de antibi6ticos (Clortetraciclinas) 75 mg/dia, durante todo 0
periodo de engorda pode reduzir 0 numero de abscessos hepaticas, mas a
incidencia Binda pode ser bem alta, aD redor de 70%.
A vacina<;8o de bovinos jovens antes que sejam submetidos a engorda eobjeto de intensa inv8stigaC;8o, e atribuem-se bons resultados a um tox6ide.
A administra<;c3o contfnua de 70 mg diarios de Tilosina a bovinos jovens
pode reduzir a ocorrencia de abscessos hepaticas e melhorar 0 ganho de peso e a
conversao al imentar.
14
1.7. CAUSAS DE CONDENAC;;Ao DE FiGADOS BOVINOS E PERDAS
ECONOMICAS
Para MOREIRA (1999, p.22), as principais causas de condenal'ao de figado
bovina detectadas nas linhas de inspec;ao do SIP/POA sao: abscesso, cirrose,
teleangiectasia, hepatite e congestao. NaG S8 pode afirmar que essas sao as (micas,
pois ha incidencias de Qulras causas como "as les6es supuradas, responsaveis
muitas vezes par 49,90% dos ffgados condenados"
De acordo com as esludos de MOREIRA (1999), eslima-se que a
prevalemcia e 0 impacto econ6mico das diferentes causas de condena98o de ffgados
em bovines, 56 e passivel mediante a consulta dos registros efetuados pelos
matadouros.
Os registros de matadouro, pelo numero geralmente eleva do de animais
abatidos e desde que contemplem informacyao sabre fay8, procedencia, idade e sexo
deste diagnoslico cllnico Uante-mortem" e inspey.3o "post-mortem" da carcaya, suas
partes e visceras, sao elementos [mpares no levantamento de pad roes de saude-
doenya nos animais de abate.
As causas de condenar;Elo e a freqOencia com que ocorrem, podem variar de
acerdo com as condiy6es e capacidades de cada estabelecimento, do tipo de
anima is que abate, de transporte e da procedencia destes. A precedencia pode
configurar ambientes e sistemas de explorayao distintos e, conseqOentemente,
diferentes quadros nosologicos, os quais pederao ser esclarecidos nos exames
"ante-morlemn e ~post-mortem"
A condenayElo de carcayas e de orgaes de bovines pede se dar por causas
relacionadas com procedimentos necessaries ao abate e eviscerayae des anima is,
15
ou par processos m6rbidos de etiologia diversa e, par vezes, mal conhecida. Nestes
casas, a conjugac;:ao de fatares determinantes nem sempre e de fadl evidenciacyao e,
par isso, as processos m6rbidos sao mais diffceis de controlar au eliminar. Contudo,
em qualquer casa, e com base na importancia relativa de cada causa de
condenac;:ao, do ponto de vista de saude publica e de perdas economicas, que 58
poderao definir prioridades e disponibilizarern-se recursos de superte a ac;:6es
efetivas de controle au erradic8ry8o, segundo 0 aulor.
Ah§m do seu valor no monitoramento da validade e interpretac;:ao de outros
metodos de diagnostico, a exame upost-mortem", conjuntamente com outra
informa9ao, permite avaliar a eficc3cia e toxicidade de agentes terapeuticos,
monitoramento da influencia de fatores ambientais nos process os fisiologicos ou
detecg80 de condigoes importantes, mas clinicamente inaparentes ou obscuras nos
processos patologicos (SMITH, 1995). 0 autor aponta 0 diagnostico "post-mortem"
como metodo altamente eficaz no levantamento e compreensao da variabilidade de
manifestagoes das doengas anima is.
Sendo 0 ffgado bovino uma das principais visceras colocadas no mercado e
amplamente apreciada na dieta das popula<;:oes, principal mente pelas suas
propriedades nutritivas e sabor peculiar, recorrendo-se a dados de frigorificos
sujeitos a Inspel'iio Federal, 0 estudo de MOREIRA (1999) teve como objetivo
determinar as taxas de condenal'iio de figados, geral e por localidade de abate,
apresentam as principais causas dessa condenag8o, comparar os espectros de
causas de condena<;:8o dos frigorificos da amostra e estimar as perdas econ6micas
associadas as principais causas de condena<;:8o.
Um exemplo pode ser demonstrado nesse trabalho quando dos relatos dos
Registros dos Servil'os de Inspel'iio dos Produtos de Origem Animal (SIPA), da
16
Oelegacia Federal do Ministerio da Agricultura e Abastecimento em Minas Gerais,
relativDs aD abate e inspe<;:ao "post-mortem" de 607.346 bovin~s, provenientes
principalmente de Minas Gerais, Goias, Mato Grosso e Mato Grosso do SuI.
Conforme as dados apresentados nestes registros, para express eo da
concordilncia entre os espectros de causas de condenayao de ffgado dos frigorificos
da amostra, utilizou-se urn indie8. Este, calculado para cada uma das causas de
condena9ao de ffgado, foi obtido par divisao do numero de frigorfficos com registro
de determinada causa pelo numero total de frigorfficos da amostra
Os pesos medias do ffgado bovina correspondentes a safra e entressafra,
encontrados por BRANT et al (1968), dao uma media de 4,5 kg, Este valor foi
utilizado para 0 calculo, em kg, da quantidade de ffgado condenado e,
conseqOentemente, para a determinayEio das perdas econ6micas decorrentes dessa
condenayao.
Embora qualquer tipo de condenayao se traduza em depreciayao econ6mica
da viscera, foi considerada, como perda, apenas a fray030 das condenayoes cujo
destino foi a graxaria.
A maioria dos ffgados condenada e devido a lesao supurada. Porem,
verifica·se que alem dessa causa, teleangiectasia maculosa tambem representa uma
taxa significativa de condenayao. Na verdade, a teleangiectasia maculosa e a
principal causa de condenayao de figado bovino. Esta preval€mcia e, seguramente,
bem maior, visto que, regularmentarmente, apenas sao condenados figados com
extensas lesGes provocadas por este processo m6rbido, Segundo NELSON (1988) a
teleangiectasia e freqOente nos bovin~s, com prevalencia de 7,5% a 9,6%. Porem,
como achado de levantamento em matadouro, nao se encontrou informay03o
bibliografica sobre ela,
17
As les6es supuradas e a cirrose provocaram condena9E1o, respectivamente,
de 2,02% e 0,68% dos ffgados inspecionados, valores estes maiores que as
encantradas par LUENGO et al (1995) na Chile, que faram de 1,1% para abscess as
hepaticas e de 0,02% para a cirros8.
NAJARA e CHENGAPPA (1998) apantam as abscessas hepaticas cama
processo m6rbido de grande importancia economica em gado confinado, cuja
prevalemcia media, de 12% a 32%, seria influenciada pela alimentay80 e manejo.
BLOOD et al (1981) assinalam as abscessos hepaticas como 0 resultado de
rumenite por acidose lactica e consideram esta patologia como muito freqOente em
gado confinado; as bacterias, Sphaerophorus necrophorus e Corynebactenum
pyogenes passariam para as vasas do rumen e atingiriam assim 0 ffgada. Os
autores referem tambem abscessos hepaticos como resultado de onfaloflebites. Esta
patogenia, considerando 0 sistema de cria9ao nas areas de procedencia dos
bovinos analisados neste trabalho, deve ser a mais freqOente no estabelecimento
das lesoes supuradas do ffgado.
Dentre as causas infecciosas, merece destaque a tuberculose, pelas suas
implicagoes em saude publica, a qual provocou a condenagao dos mesmos. Os
cistos hepaticos, referidos nos registros de matadouro como hidatidose, e uma outra
causa de condenagao. As causas nao m6rbidas de condenagao sao na sua maioria
apontadas pela contaminag8.o e lesao traumatica. As causas m6rbidas mais
importantes de contaminagao e que merecem ateng80 especial por depender da
eviscerag80 e, como tal, poder ser control ada no pr6prio frigorffico
o valor dos ffgados enviados a graxaria, pelo prego ao consumidor, foi de
R$ 563.091,78. Issa significa que a candenal'aa de fig ada para graxaria equivale a
18
uma perda de cerca de R$O,93 para cada bovino abatido. Destes, aproximadamente
R$O,44 sao devidos a ffgados condenados por teleangiectasia au lesac supurada.
A teleangiectasia e as les6es supuradas fcram as principais causas de
condenac;ao, devendo merecer, por issa, e pelas perdas economicas que
provocaram, esclarecimento da sua etiopatogenia e 0 estabelecimento de passiveis
falores de risco, particularmente nas explorac;6es de bovinos abatidos em Minas
Gerais. Deve-s8 procurar maior objetiv8C;80 e uniformiz89ao de criterios na
Inspec;ao, sem prejuizo para uma ayeo diferenciada, de acordo com particularidades
conhecidas da nosologia regional.
2. MATERIAL E METODOS
2.1. AMOSTRAGEM
Foram efetuados exames laboratoriais de laudo rnicrobiol6gico e
histopatol6gico na linha de inspe<;:ao de abate no Frigorifico Crislal SIP/POA 040 no
periodo de janeiro a dezembro de 2001. Foram identificados um total de 320 fig ados
bovinos condenados, provenientes do municipio de Campo Mourao-Pr e regiao.
2.2. COLETA DAS AMOSTRAS
Foram colelados fragmentos de teeida hepatica conservado em formal a
10% e remetido ao laborat6rio para exame histopatol6gico. Tambem, fcram
coletados 10 ml do abscesso hepatica (pus), a qual foi transportado para a
laborat6rio sob refrigera,ao adequada para exame microbiol6gico.
3 RESUL TADO E DISCUssAo
3.1 ANALISE DE FiGADO BOVINO NAS LlNHAS DE INSPE~AO SIP/POA N. 040
NO MUNiCiPIO DE CAMPO MOURAO-PR EM 2001
Os metod as anaHticos oficiais do Ministerio da Agricultura em relac;ao a
divisao de analise de alimentos constam de analise ffsico-qufmica que par sua vez,
pode ser caracterizada pela estrutura adotada na tabela 1.
TABELA 1 -ANALISE DE FiGADO BOVINO
Material: Figado Bovino Resultado UnidadeColesterol (Alimentos Gordurosos)Gordura SaturadaCalciaFerroScdio
290.180,756,966,98
116,31
mg/100 g.G/100 g.mg/100 g.mg/100 g.mg/100 g.
Analise - Fisico - QuimicaUmidade e volateisResidua Mineral FixoProteinasLipidiosFibra AlimentarCarboidratoValor Calcrico
71,22 G/100 g.1,45 G/100 918,98 G/100 g.2,61 G/100 90,00 G/100 95,74 G/100 g.
122,37 Kcall100 g.Fonte: LABORAM - Divisao de Analise de Alimentos 13-11-2001. (Metodos
Analiticos oridais - Minislerio da agricultura)
21
Janeiro/2001 I Ouantidade
TASELA 2 - CONDENAc,;Ao DE FiGADOS SOVINOS NAS LlNHAS DEINSPEyAo SIP/POA N' 040 - CAMPO MouRAo-PR, - 2001
PercentualBavinos abatidos - 186
AbscessoCirroseTelangectasiaHepatiteCongestaoQutrosTotal de figados condenados
23020300010130
12,371,081,610,000,540,5416,14
Bovines abatidos - 109PercentualFevereiro/2001 I Ouantidade
AbscessoCifroseTelingectasiaHepatiteCongestaoOutros
09020100010215Total de figados condenados
8,261,830,920,000,921,8313,76
Mar9012001 I Quantidade PercentualBovinos abatidos 158
AbscessoCifroseTelangectasiaHepatiteCongeslaoQutrosTotal de figados condenados
21020100010228
13,291,270,920,000,631,2717,73
Abril/2001 I Ouantidade PercentualBovinos abatidos - 225
AbscessoCifroseTelangectasiaHepatiteCongestaoQutrosTotal de fig ados condenados
20020300010127
8,890,891,330,000,440,4412,00
Maio/2001 I Ouantidade PercentualBovinos abatidos - 248
AbscessoCifroseTelangectasiaHepati!eCongestaoOutrosTotal de figados condenados
13040200020428
5,241,610,810,002,021,6111,29
22
Bovines abatidos - 298Junho/2001 I Quantidade Percentual
Abscesso 13 4,36Cirrose 01 0,34Telangectasia 03 1,01Hepatite 00 0,00Congestao 01 0,34Qutros 02 0,67Total de figados condenados 20 6,72
Bovinos abatidos - 306Julho/2001 I Quantidade Percentual
Abscesso 21 6,86Cirrose 04 1,31Telangectasia 02 0,65Hepatite 00 0,00Congestao 01 0,33Qutros 01 0,33Total de figados condenados 29 9,48
Bovinos abatidos - 324Agosto/2001 I Quantidade Percentual
Abscesso 12 3,70Cirrose 02 0,62Telangectasia 04 1,23Hepatite 00 0,00Congestao 00 0,00Qutros 02 0,62Total de ffgados condenados 20 6,17
Bovinos abatidos - 256Setembro/2001 I Quantidade Percentual
Abscesso 19 7,42Cirrose 04 1,56T elangectasia 02 0,78Hepatite 00 0,00Congestao 02 0,78Qutros 00 0,00Total de ffgados condenados 27 10,55
Bovinos abatidos 311Outubro/2001 I Quantidade Percentual
Abscesso 14 4,50Cirrose 02 0,64Telangectasia 04 1,29Hepatite 02 0,64Congestao 01 0,32Qutros 01 0,32Total de fig ados condenados 24 7,72
23
Novembro/2001 I Ouantidade PercentualBovinos abatidos 207
Abscesso 15030604020030
CirroseTelangectasiaHepatiteCongestaoOutrosTotal de fig ados condenados
7,251,452,901,930,970,0014,50
Bovinos abatidos - 324PercentualDezembro/2001 I Ouantidade
Abscesso 23050504030242
CirroseTelangectasiaHepatiteCongestaoQutrosTotal de fig ados condenados
7,101,541,541,230,930,6212,96
Resumo Ano 2001
2001 Ouantidade PercentualBovinos abatidos - 2952
Total de Figados CondenadosTotal de Figados Condenados por Abscesso
320203
10,846,88
Fonte: Frigorifico Cristal Ltda. 2001.Observal'ao:Dados Coletados pela Pesquisa de Campo, 2001.
A tabela 2 apresenta as dados referentes a condena98o de figados bovin~s.
Considerando os dados obtidos no ana de 2001, junto ao Servil'o de Inspel'ao
Estadual SIP/POA nO 040, no municipio de Campo MOUfEJO, observa-s8 que a
volume de fig ados condenados par les6es diversas, obteve urn indiee de 10,84%.
Dentre estes 10,84% encontramos urn indies de 6,88% de figados condenados
exclusivamente par abscessos hepaticas. Sabe-s8 que 0 ffgado e urn 6rgo3o de alto
valor nutritivD, e muito apreciado pelo seu sabor peculiar. Considerando que urn
figado bovino pes a em media 4,5 Kg, e que em um abate de 2.952 cabe<;:as, onde,
foram condenados 6,88% dos ffgados por abscessos hepaticos, isso representa um
total de 203 fig ados e, que multiplicados pelo peso medio de 4,5 Kg, totalizam
24
913,50 Kg de figados que deixaram de ser consumidos pela populayao. Esses
valores assustadores representam percas consideraveis do ponto de vista
nutricional. Tambem, observa-s8 significativQ prejuizQ de ordem economica, pois 1
Kg de figado bovino custa em media R$ 2,90, que se multiplicados aos 913,50 Kg de
figados condenados, totalizam um prejuizo na ordem de R$ 2.649,15.
Estes resultados confirmam que e de fundamental importancia descobrir as
causas destes elevados indices de condenayao, para que S8 possa adotar medidas
que venham diminuir au eliminar estes prejufzos tanto na ordem nutricional quanta
de ordem economica, conforme fcram apontados pelos estudos de MOREIRA
(1999).
Uma Dutra evidencia nestes resultados pode ser confirmada par NAJARA e
CHENGAPPA (1998) que apontam os abscessos hepaticos como responsaveis por
cerea de 12% a 32% das causas de condenar;ao dos figados bovinos. Alem disso,
tem-S8 que as abscessos hepaticas como resultado de rumenite sao muito
frequentes em gada confinado, conforme foi demonstrado por BLOOD et al (1981).
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26
Os dados apresentados na tabela 3 demonstram 0 levantamento realizado
no ano de 2001 no Frigorifico Cristal Ltda., SIP/POA n. 040, no municipio de Campo
Mourao. Verificou-se que dentre as causas de condena<;6es de ffgados bovinos nas
linhas inspey8o, os de maior freqLu§ncia sao: Abscessos; Cirrose; Telangectasia,
Hepatite, Congestao e Qutros de menor proporyao.
Dentre estas les6es observou-se que as abscessos hepaticas ocorrem em
maior numera, pois dos 320 ffgados condenados no ana de 2001, 203 sao devido a
abscessos hepaticas.
Em levantamento realizado junto aDs pecuaristas proprietarios destes
animais, que apresentaram ffgados com abscessos, constatou-se que na grande
maiaria (90%), foram alimentados com alimenta<;Bo rica em concentrados (regime de
confinamento), 0 que explica a alta incidencia dos abscessos hepaticos nos bovin~s.
29
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Medico: Dr. CI6vis Antonio Bassani
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Requisi~O: 97045·1
Oala Emiss30: 2110sn002
• RESULTADOS
Maleriol: Abel/llsc do flgado
Cultura
Cultura Desonvolvimento deEnterobacter aqlomorans
"'~, """"~~''''M~•• •• 1'..\f(TlCU',\;o..lUS 1)0 I'II.C)(;flA/IIA:>IAUON ..\J.I)L!C:O:".'f'IU)lJ: I)E l)UAUI).\IW "NCl"l ,SUrK'"
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RESULTADO
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33
CONCLUSAO
De acordo com a hist6ria clinica e manejo de anima is que apresentaram
abscesso hepatica nos milhares de inspe.yao no frigorifico, conclui-se que a grande
parte desses abscessos, S8 deve pela ingestao de dietas ricas em concentrados,
provocando desta maneira uma 'Ruminite' inflamag30 do rumen, que faz com que as
bacterias do conteudo ruminal migrem para a corrente sanguinea, se alojando no
figada, causando esses abscessos hepaticas.
REFERENCIAS
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SINDICARNE - SINDICATO DA INDUSTRIA DE CARNES E DERIVADOS NOESTADO DO PARANA. Analises dos miudos: figado, bucho, lingua, rabo, cora9ao,mocot6, rins, pulmao, miolo. Curitiba: SINDICARNE, 2001.
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