catálogo 3 heterónimos, 3 séries de pintura : cfp

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Catálogo de Séries de pintura da autoria de Fábio Lavareda, sobre poemas dos heterónimos de Fernando Pessoa - Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis

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Pinturas de Fábio Lavareda sobre poemas de Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis, heterónimos de Fernando Pessoa

HETERÓNIMOSSÉRIES3

CASA FERNANDO PESSOARua Coelho da Rocha, 16 – Campo de Ourique

Lisboa – Portugal

SÉRIE ÁLVARO DE CAMPOS : 3Ode Triunfal : 4

Olhares : 6Apontamento : 8

Som : 10Sucata : 12

Existência : 14Notas sobre Tavira : 16

A Passagem das Horas : 18

SÉRIE ALBERTO CAEIRO : 21Caminhos : 22

Guardador de rebanhos : 24Borrão-Sol posto : 26

Campesino : 28Poente-Madrugada : 30

Renque : 32Místico-Maçon : 34Não-rebanho : 36

SÉRIE RICARDO REIS : 39Stoa : 40

Sem Horas : 42Ágora : 44

Ars Magna : 46Nada : 48

Octastilo : 50Niké : 52

Delfos : 54

NOTA BIOGRÁFICA : 57

AGRADECIMENTOS : 58

1

2

SÉRIE ÁLVARO DE CAMPOS

3

Aguarela, grafite e tinta da China sobre papel de 300grs/m²13x23cm

Ode Triunfal | 23.07.05

4

“ Ah não ser eu toda a gente e toda a parte! ”

Olhares | 25.07.05

6

“ O sorriso trocado que sinto nas costas quando passo entre os normais... “

Apontamento | 27.07.05

8

“ Tenho mais sensações do que tinha quando me sentia eu.Sou um espalhamento de cacos sobre um capacho por sacudir. ”

Som | 05.08.05

10

“ E o som só dentro do relógio acentuadoNo serão sem ninguém das casas de jantar da provínciaPõe-me o tempo inteiro em cima da alma,E enquanto não chega a hora do chá das tias velhas,O meu coração ouve o tempo passar e sofre comigo. ”

Sucata | 06.08.05

12

“ Olho analiticamente sem querer, o que romantizo sem querer... ”

Existência | 17.08.05

14

“Haver passado, com gente nele, e outrosPresentes, e o futuro imaginado —Tudo me pesa com o mistério dele,E me apavora.O que em mim vê tudo isto é o próprio isto! “

Notas sobre Tavira | 06.09.05

16

“De repente avanço seguro, resolutamente.Passou toda a minha hesitaçãoEsta vila da minha infância é afinal uma cidade estrangeira.(Estou à vontade, como sempre, perante o estranho, o que me dão é nada)Sou forasteiro, tourist, transeunte.É claro: é isso que sou.Até em mim, meu Deus, até em mim.”

A Passagem das Horas | 14.09.05

18

“ Sentir tudo de todas as maneiras,    Viver tudo de todos os lados,   Ser a mesma coisa de todos os modos possíveis ao mesmo tempo,   Realizar em si toda a humanidade de todos os momentos   Num só momento difuso, profuso, completo e longínquo.      Eu quero ser sempre aquilo com quem simpatizo,   Eu torno-me sempre, mais tarde ou mais cedo,   Aquilo com quem simpatizo, seja uma pedra ou uma ânsia,   Seja uma flor ou uma ideia abstracta,   Seja uma multidão ou um modo de compreender Deus.   E eu simpatizo com tudo, vivo de tudo em tudo.  ”

20

SÉRIE ALBERTO CAEIRO

21

Aguarela e grafite sobre papel de 300grs/m²13x23cm

Caminhos | 19.08.08

22

“ Assim tem sido sempre a minha vida, e assim quero que possa ser sempre — Vou onde o vento me leva e não me deixo pensar ”

Guardador de rebanhos | 01.11.08

24

“ Pensar uma flor é vê-la e cheirá-laE comer um fruto é saber-lhe o sentido. ”

Borrão – Sol-posto | 09.11.08

26

“ Neste momento vem-me uma vaga saudade   E um vago desejo plácido  Que aparece e desaparece. ” 

Campesino | 29.12.08

28

“Ao entardecer, debruçado pela janela,E sabendo de soslaio que há campos em frente,Leio até me arderem os olhosO livro de Cesário Verde.”

Poente-Madrugada | 02.01.09

30

“ Aceita o universo Como to deram os deuses. Se os deuses te quisessem dar outro Ter-to-iam dado. Se há outras matérias e outros mundos —

Haja. ”

Renque | 30.01.09

32

“ Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem ”

Místico-Maçon | 02.02.09

34

“ Para mim, graças a ter olhos só para ver, Eu vejo ausência de significação em todas as cousas; ”

Não-rebanho | 20.02.09

36

“ Não tenho ambições nem desejos.Ser poeta não é uma ambição minha.É a minha maneira de estar sozinho ”

38

SÉRIE RICARDO REIS

39

Aguarela e grafite sobre papel de 300grs/m²13x23cm

Stoa | 19.08.09

40

“ Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.       Mas finge sem fingires. ”

Sem Horas | 19.08.09

42

“ Vive sem horas. Quanto mede pesa,       E quanto pensas mede. ”

Ágora – o Passado e o Presente | 25.08.09

44

“ Porque tão longe ir pôr o que está perto — O dia real que vemos? No mesmo haustoEm que vivemos, morreremos. Colhe      O dia, porque és ele. ”

Ars Magna | 31.08.09

46

“ Quanto faças, supremamente faze. ”

Nada | 18.09.09

48

“ Somos contos contando contos, nada. ”

Octastilo | 21.01.10

50

“ A palidez do dia é levemente dourada.O sol de inverno faz luzir como orvalho as curvas    Dos troncos de ramos Secos.   O frio leve treme.

Desterrado da pátria antiquíssima da minhaCrença, consolado só por pensar nos deuses,    Aqueço-me trémulo     A outro sol do que este — “

Niké | 23.01.10

52

“ Da lâmpada nocturnaA chama estremeceE o quarto alto ondeia. ”

Delfos | 25.01.10

54

“ Passamos e agitamo-nos debalde.Não fazemos mais ruído no que existe      Do que as folhas das árvores      Ou os passos do vento. ”

56

57

NOTA BIOGRÁFICA

Fábio Filipe Meirinhas Lavareda nasceu em Vila Franca de Xira a 10 de Maio de 1987.

Entre 1998 e 1999 frequenta o Curso de Pintura da “Art & Hobby”, tendo desde então participado em Exposições Colectivas e Mostras de Arte do Clube Recreativo e Desportivo de Trancoso. Em 2005 conclui o 12º ano do Curso Tecnológico de Artes e Ofícios do Externato João Alberto Faria, em Arruda dos Vinhos. Em 2002 publica um trabalho gráfico no Jornal Externato João Alberto Faria e participa na ilustração do livro “Queremos Ver o Mar”, de Orlando Ferreira. Em 2004 obtém a Menção Honrosa no Concurso de Design promovido pela empresa alemã “Koziol”. Participa também na ilustração de Contos Tradicionais, concurso promovido pelo EJAF. Em 2005 participa na Mostra Colectiva de trabalhos finalistas do EJAF, em Arruda dos Vinhos. Desde 2006 tem criado cartazes, elementos gráficos e logótipos para diversas entidades. Entre Agosto de 2008 e Janeiro de 2009 expõe no Auditório da Casa Fernando Pessoa a “Série Álvaro de Campos” Entre Janeiro de 2009 e Janeiro de 2010 expõe novamente no Auditório da Casa Fernando Pessoa, desta feita a “Série Alberto Caeiro”, inserida no “Ciclo dos Heterónimos”. Em 2010 conclui o 5º. Ano do Mestrado Integrado em Arquitectura na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, com o Projecto Final de Mestrado intitulado “Projectar com o Lugar [da Indústria] : As Indústrias Metálicas Previdente no contexto da Arquitectura da Indústria do século XX – – Novos Usos para edifícios desactivados”.

Entre Janeiro de 2010 e Julho de 2011 expõe no Auditório da Casa Fernando Pessoa a “Série Ricardo Reis”. Actualmente é arquitecto estagiário no atelier Tomás Azevedo Neves, arquitecto.

Um sinal de reconhecimento e agradecimento a todos os que contribuíram directa e indirectamente para as Séries. Obrigado Fernanda Lavareda, João Lavareda, José Duarte, Luís Afonso, Hugo Moreira, André Picaró, Luís André, Inês Barcelos, Inês Lopes, Nuno Pinto, Daniela Ova, Daniela Chagas e Ana Gil. Agradecimentos igualmente dirigidos à Casa Fernando Pessoa: obrigado Inês Pedrosa, Carmo Mota, Teresa Sampaio, Joana Amaral, Ana Paula Carvalheira e Inês Mesquita Leitão

Julho de 2011

CASA FERNANDO PESSOACâmara Municipal de Lisboa

Rua Coelho da Rocha, 161250-088 – Lisboa, Portugal

+351 21 391 32 75http://casafernandopessoa.cm-

lisboa.pt http://mundopessoa.blogs.sapo.pt

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